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BASES TEÓRICAS DA GESTALT-TERAPIA

Thamyres Bandoli T. Vargas

thamyresbandoli.psi@gmail.com

Além das bases filosóficas, a Gestalt-Terapia possui uma sólida fundamentação teórica.
Este arcabouço teórico constitui-se da Psicologia da Gestalt, da Teoria de Campo de
Kurt Lewin, da Teoria Organísmica de Kurt Goldstein e da Teoria Holística de Smuts.

A Psicologia da Gestalt dedicou-se principalmente à investigação da aprendizagem, da


resolução de problemas e da percepção. Postulou Princípios que podem indicar
tendências no contexto psicológico ou psicoterapêutico, uma vez que o homem é
compreendido enquanto um “todo integrado” em relação com o universo no qual se
insere (RIBEIRO, 2012). Dentre tais Princípios, podemos citar: Proximidade,
Similaridade, Direção, Disposição Objetiva, Destino Comum e Pragnanz.

A Psicologia da Gestalt também possui outros conceitos específicos, os quais incidiram


com forte influência sobre a Gestalt-Terapia, como Figura e Fundo; Aqui e Agora e o
Todo e a Parte. O último coloca que percebemos antes o Todo e depois as Partes, e
ainda que o Todo é diferente da soma das partes. Segundo Ribeiro (2012) “O homem é
um ser em processo dinâmico. Não se pode seccioná-lo para entendê-lo. Tudo nele tem
sentido a partir do todo”.

Outra teoria que muito contribuiu para o desenvolvimento e estruturação da Gestalt-


Terapia foi a Teoria de Campo Kurt Lewin. Esta pressupõe que as pessoas só podem ser
compreendidas a partir da análise da relação total desta com seu meio. Esta relação
pessoa-meio possui duas propriedades: diferenciação e relação parte-todo. Na teoria de
Lewin, o “campo é uma noção dinâmica e não estática” (RIBEIRO, 2012).

A Teoria Organísmica de Kurt Goldstein vai de encontro à teoria positivista herdada de


Descartes o qual propôs a cisão entre corpo e mente, assim como entre sujeito e objeto.
Segundo Ribeiro (2012), Goldstein tentou “mostrar o indivíduo como um todo
unificado, como um campo integrado e não como dividido em sentimentos, sensações,
emoções, imagens, etc.”.
O Organismo é compreendido, portanto, como um todo integrado, consciente,
organizado, tendencioso à autorregulação, buscando atualizar suas potencialidades
constantemente. Nesse sentido, a desorganização é considerada patológica.

No que concerne à Teoria Holística de Smuts, Lima (2008) sustenta que esta teve
grande influência na vida de Perls e na estruturação da Gestalt-Terapia. Smuts, o qual
corroborava os conceitos defendidos pela Teoria de Campo, construiu uma sólida crítica
ao modelo reducionista, mecanicista e inflexível praticado pela ciência do século XIX,
assim como ao distanciamento das discussões da filosofia da realidade. Ele buscava,
portanto, promover uma aproximação entre ambas.

O Holismo, termo que correspondente à ideia de totalidade, rompe com a visão


isolacionista, privilegiando a compreensão da totalidade e diz respeito à atitude que
compreende que o todo é diferente da soma de suas partes.

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