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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

LARYSSA ASSIS CAMPOS

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO DE KARL MARX PARA A


COMPREENSÃO SOCIOLÓGICA DO CAPITALISMO COMO FENÔMENO SOCIAL

FORTALEZA

2021
Karl Marx (1818-1883), foi um filósofo, ativista político alemão, um dos fundadores do socialismo
científico e da Sociologia. A obra de Marx influenciou a Sociologia, a Economia, a História e a até
a Pedagogia, abrangendo um amplo campo, todas as suas ideias são relacionadas entre si.

Para Marx, o materialismo histórico, que é a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao
estudo da vida social, aos fenômenos da vida da sociedade, ao estudo dessa e de sua história;
deveria ser posta em prática para assim entender os processos sociais ao longo da história.

Dentro dessa análise, se pode perceber as necessidades de cada momento histórico. O primeiro ato
histórico foi a produção dos meios para a satisfação da própria vida material, simplesmente para
manter os homens vivos. Ao passar do tempo, a satisfação dessa primeira necessidade conduziu a se
ter novas, aí sim, a essa produção de novas necessidades é que se constituí o grande primeiro ato
histórico. Porém, antes de tudo, o modo pelo qual os homens vão produzir esses meios de vida,
depende da própria constituição de vida já encontrados e que eles têm de reproduzir. Os homens
fazem assim a sua própria vida, contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, já que eles não
escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita.

No capitalismo, os antagonismos fundados nas relações econômicas adquirem magnificência sobre


todos os outros, enquanto determinação estrutural, por exemplo a divisão de classes, a divisão entre
cidade e campo, entre público e privado e muitas outras que geram hierarquias e submissão. Uma
dessas divisões, a divisão do trabalho está dada a realidade de que a fruição e o trabalho, a
produção e o consumo caibam a indivíduos diferentes e faz com que os indivíduos mais carentes
não tenham chances de alcançar as condições dos indivíduos mais beneficiados.

Outro impasse para Marx, era a propriedade, pois para ele a propriedade é o poder de dispor da
força de trabalho alheia. No entanto, ao contrário do que muitos dizem, o que caracteriza seu
pensamento não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa,
assim o modo capitalista de produção e acumulação e, portanto, a propriedade privada
capitalista, exigem o aniquilamento da propriedade privada baseada no trabalho próprio, isto é, a
expropriação do trabalhador.

Dentro do sistema capitalista, ocorre fenômenos que prejudicam e estagnam o trabalhador, esses
são: a mais valia, a alienação e o fetichismo. A mais valia representa a disparidade entre o
salário pago e o valor produzido pelo trabalho; a alienação representa o afastamento do
trabalhador do produto final de seu trabalho, o seu não reconhecimento nele; e é essa
alienação que se faz possível a mais valia. Com isso, Marx mostra que o valor-de-uso
esconde o valor-de-troca e que ambos escondem o valor trabalho; depois de propor que a
mercadoria é trabalho social cristalizado e alienado, Marx analisa o fetichismo. A produção
de mercadorias, na visão de Marx, torna-se “fantasmagórica” na medida em que não revelam as
características da própria relação de trabalho, a isso ele atribui a termo fetichismo; à percepção das
relações sociais envolvidas na produção, não como relações entre as pessoas, mas como as relações
econômicas entre o dinheiro e as commodities negociadas no mercado.

A construção do Estado no capitalismo também se mostra como uma dificuldade para a sonhada
ditadura do proletariado conceituada por Marx. Pois, o Estado se funda na contradição entre o
público e o privado, entre o interesse geral e o particular. O Estado vira marionete dos burgueses,
na medida que é comprado progressivamente pelos proprietários privados por meio dos impostos,
caindo plenamente sob o domínio desses pelo sistema de dívida pública, assim, o Estado nesse
sistema, é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominantes fazem valer seus interesses
comuns e que sintetiza a sociedade civil inteira de uma época.

Portanto, no desenvolvimento das forças produtivas advém uma fase em que surgem forças
produtivas e meios de intercâmbio que causam somente malefícios e não são mais forças de
produção, mas de destruição, e ligada a isso, surge uma classe que tem que suportar todos os fardos
da sociedade sem desfrutar de suas vantagens, uma classe na qual emana a consciência da
necessidade de uma revolução radical, a consciência comunista.

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