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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE

SERGIPE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JOSÉ HENRIQUE DA SILVA BARROS

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DAS CAUSAS E REPARO DE


FISSURAS EM UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO DE
SAÚDE NA CIDADE DE LAGARTO-SE

Aracaju - SE
2019.2
JOSÉ HENRIQUE DA SILVA BARROS

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DAS CAUSAS E REPARO DE


FISSURAS EM UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO DE
SAÚDE NA CIDADE DE LAGARTO-SE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à banca examinadora do
Centro Universitário Estácio de
Sergipe, como elemento obrigatório
para a obtenção do grau de Bacharel
em Engenharia Civil, no período de
2019.2.

Orientador: Prof. Msc. Marcelo Vitor


Oliveira Araujo

Coordenador do Curso: Prof. Dr.


Wilson Linhares dos Santos.

Aracaju - SE
2019.2
JOSÉ HENRIQUE DA SILVA BARROS

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DAS CAUSAS E REPARO DE


FISSURAS EM UMA UNIDADE DE ATENDIMENTO DE
SAÚDE NA CIDADE DE LAGARTO-SE

Monografia apresentada à banca examinadora do Centro Universitário Estácio


de Sergipe, como requisito parcial e elemento obrigatório para obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil, no período de 2019.2.

______________________________________________________
Prof. Msc. Marcelo Vitor Oliveira Araujo
Orientador (a)

_____________________________________________________
Examinador 1

_____________________________________________________
Examinador 2
Aprovado com média:_______
AGRADECIMENTOS

Agradecer primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar
todas as minhas dificuldades durante esses cinco anos.
Aos meus pais Cláudia e Damião, meus heróis, que me deu apoio, incentivo
nas horas difíceis de desânimo e cansaço.
A minha avó apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu е qυе pаrа mіm foi
muito importante.
Ao mеυ orientador Marcelo Vitor, pelo empenho dedicado à elaboração
deste trabalho.
A todos os professores, em especial a professora Belaniza Gaspar, por me
proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e
afetividade da educação no processo da formação profissional, por tanto que se
dedicaram a mim e a todos, não somente por terem ensinado, mas por terem me
feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs
quais sem nominar terão оs meus eternos agradecimentos.
A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração, qυе
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior, eivado pеlа
acendrada confiança nо mérito е ética aqui presentes.
Meus agradecimentos аs minhas amigas Mayanne, Paula е irmãos nа
amizade qυе fizeram parte dа minha formação е qυе vão continuar presentes еm
minha vida cоm certeza.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ
MUITO OBRIGADO.

Tu me dás o teu escudo de vitória;


tua mão direita me sustém;
desces ao meu encontro para exaltar-me.
Salmos 18:35
RESUMO

Sabe-se que a falta de manutenção das construções contribui para o surgimento de


manifestações patológicas que gradativamente deterioram as edificações,
comprometendo o seu desempenho e diminuindo a sua vida útil. Como qualquer
intervenção que venha afetar o bom desempenho, funcionalidade e segurança de
uma estrutura de uma edificação, deve se levar em conta, como primeiro método de
tratamento para o problema, a identificação das origens da doença. Apesar do
avanço tecnológico no campo das técnicas e dos materiais de construção, tem-se
observado um expressivo número de edificações relativamente jovens apresentando
patologias de toda tipologia. Neste contexto, o surgimento de manifestações
patológicas nas edificações, causa grande desconforto aos usuários. Contudo, o
objetivo é propor medidas preventivas efetivas para que as fissuras sejam reduzidas
ou cessem.

Palavras-chaves: Fissuras. Manifestações Patológicas. Manutenção.


ABSTRACT

It is known that the lack of maintenance of buildings contributes to the emergence of


pathological manifestations that gradually deteriorate the buildings, compromising
their performance and reducing their useful life. As any intervention that will affect the
good performance, functionality and safety of a building structure, the identification of
the sources of disease should be taken into account as the first treatment method for
the problem. Despite technological advances in the field of construction techniques
and materials, a significant number of relatively young buildings have presented
pathologies of all types. In this context, the emergence of pathological manifestations
in buildings causes great discomfort to users. However, the objective is to propose
effective preventive measures to reduce or eliminate cracks.

Key words: Cracks. Pathological manifestations. Maintenance.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das aberturas de acordo com as espessuras ............ 27


Tabela 2 - Classificação das fissuras em alvenaria ............................................ 30
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Variáveis e indicadores da pesquisa ................................................. 40


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Principais origens de patológicas no Brasil ....................................... 22


Figura 2 - Fissuras horizontais no vértice da janela ........................................... 23
Figura 3 - Fissuras em vértices de aberturas de paredes de alvenaria ............. 24
Figura 4 - Vergas e contraverga em portas e janelas .......................................... 24
Figura 5 - Fissuras originadas devido à absorção de água pelos tijolos
cerâmicos................................................................................................................ 25
Figura 6 - Fissuras com espessuras inferiores a 5 mm ...................................... 27
Figura 7 - Trincas com aberturas superiores a 5 mm ......................................... 28
Figura 8 - Rachaduras com espessuras superiores a 1,5 mm ........................... 28
Figura 9- Fendas com aberturas superiores a 5 mm .......................................... 29
Figura 10 - Brechas com espessuras superiores a 10 mm................................. 30
Figura 11 - Causas de manchas em uma edificação ........................................... 33
Figura 12 - Manifestação Patológica em parede de alvenaria devido a excesso
de umidade por capilaridade ................................................................................. 33
Figura 13 - Infiltração em virtude de chuvas........................................................ 34
Figura 14 - Infiltração em alvenaria devido a vazamentos hidraúlicos ............. 34
Figura 15 - Teto com infiltração por condensação .............................................. 35
Figura 16 - Fissuras geradas por movimentação térmica em muro extenso .... 36
Figura 17 - Fachada da unidade analisada........................................................... 43
Figura 18 - Planta baixa da edificação .................................................................. 44
Figura 19 - Fissuras horizontais e transversais no canto superior de uma porta .
45
Figura 20 - Fissuras inclinadas observadas no consultório fisioterápico ........ 45
Figura 21 - Fissura vertical no canto superior de uma janela ............................ 46
Figura 22 - Fissura vertical em uma janela da fachada ....................................... 46
Figura 23 - Fissuras causadas por excesso de absorção de água dos blocos
cerâmicos................................................................................................................ 48
Figura 24 - Fissuras causadas pela expansão dos tijolos pela por absorção de
água .......................................................................................................................... 48
Figura 25 - Fissura horizontal encontrada em sala odontológica ...................... 49
Figura 26 - Fissuras encontradas no teto da copa .............................................. 50
Figura 27 - Fissura entre o teto e a alvenaria....................................................... 50
Figura 28 - Fissura transversal com foco de mofo .............................................. 50
Figura 29 - Fissuras provocadas por movimentação térmica do revestimento
externo .................................................................................................................... 51
Figura 30 - Trincas horizontais na base da alvenaria ......................................... 52
Figura 31 - Manchas de bolor em parede ............................................................. 52
Figura 32 - Manchas de bolor no teto ................................................................... 53
Figura 33 - Massa corrida estufada em parede.................................................... 53
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

IPES Instituto de Previdência do Estado de Sergipe

IPESAÚDE Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde do


Estado de Sergipe

NBR Norma Brasileira

PCL Projetos e Consultoria Limitada


SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS

LISTA DE QUADROS

LISTA DE FIGURAS

LISTA SIGLAS

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1.1 Situação Problema ........................................................................................ 17
1.2 Objetivo Geral................................................................................................ 17
1.2.1 Objetivos específicos ................................................................................... 17
1.3 Justificativa ................................................................................................... 18
1.4 Caracterização da Empresa - IPESAÚDE .................................................... 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 21
2.1 Patologia das Construções .......................................................................... 21
2.1.1 Manifestações patológicas em alvenarias ................................................... 22
2.1.2 Concentração de tensões ............................................................................ 23
2.1.2.1 Concentração de tensão nos vértices de portas e janelas ........................ 23
2.1.3 Absorção de água pelos tijolos cerâmicos ................................................... 25
2.2 Fissuras ......................................................................................................... 26
2.2.1.Trincas ........................................................................................................ 27
2.1.2 Rachaduras .................................................................................................. 28
2.1.3 Fendas ......................................................................................................... 29
2.1.4 Brechas ........................................................................................................ 29
2.3 Mecanismos de Formação das Fissuras .................................................... 30
2.4 Mecanismos de Formação das Fissuras e suas Causas ........................... 32
2.4.1 Infiltração e umidade .................................................................................... 32
2.4.1.1 Infiltração por ascensão capilar ................................................................ 33
2.4.1.2 Infiltração resultante de fatores externos .................................................. 34
2.4.1.3 Infiltração resultante de vazamentos em redes hidraúlicas ....................... 34
2.4.1.4 Infiltração por condensação ...................................................................... 35
2.4.2 Movimentação térmica ................................................................................. 35
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 37
3.1 Caracterização da Pesquisa ......................................................................... 37
3.1.1 Pesquisa exploratória ................................................................................... 38
3.1.2 Pesquisa descritiva ...................................................................................... 38
3.1.3 Pesquisa explicativa ...................................................................................... 39
3.2 Instrumentos, Unidade, Universo e Amostra da pesquisa ........................ 39
3.3 Definição das Variáveis e Indicadores da Pesquisa ................................. 39
3.4 Plano de Registro e Análise dos Dados ...................................................... 40
3.5 Procedimentos Metodológicos .................................................................... 40
3.5.1 Pesquisa de levantamento em campo ......................................................... 41
3.5.2 Entrevista com gestores da unidade ............................................................ 42
3.5.3 Pesquisa documental .................................................................................... 42
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 42
4.1 Estudo de Caso ............................................................................................ 42
4.1.1 Descrição da edificação ............................................................................... 42
4.2 Levantamento das Patologias Encontradas ............................................... 43
4.2.1 Fissuras nos vértices de portas e janelas .................................................... 45
4.2.2 Fissuras na fachada ..................................................................................... 47
4.2.3 Fissuras no teto............................................................................................ 49
4.2.4 Fissuras provocas por agentes externo à edificação ................................... 51
4.2.5 Falhas na pintura ......................................................................................... 52
4.3 Sugestões de Intervenção para Recuperação da Edificação .................... 54
4.3.1 Recuperação das fissuras nos vértices de portas e janelas ........................ 54
4.3.2 Recuperação das fissuras na fachada ......................................................... 54
4.3.3 Recuperação das fissuras no teto ................................................................ 54
4.3.4 Recuperação das fissuras provocadas por agentes externos ...................... 55
4.3.5 Solução para umidade por infiltração na alvenaria e no teto ....................... 55
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 56
5.1 Sugestões para trabalhos futuro ..................................................................... 56
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 57
1. INTRODUÇÃO

Atualmente, Patologia das Construções é um dos principais tópicos dentro da


Engenharia Civil, se destacando o ramo da Engenharia Diagnóstica, responsável por
estudar e diagnosticar as manifestações patológicas presentes em uma edificação.
Em geral, uma edificação apresenta manifestações patológicas quando não
atendem adequadamente uma ou mais funções para as quais foi construída
(FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2013). Sendo assim, o reparo de uma patologia tem
como objetivo recuperar a capacidade de uma edificação, tanto do ponto de vista
estético como estrutural, além de recompor possíveis usos que tenham sido
perdidos em virtude das anomalias encontradas.

O termo patologia é normalmente empregado dentro do campo da Medicina.


Dessa forma, estado patológico, na medicina, significa estado doentio, de
anormalidade, de falta de saúde (FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2013). Na construção
civil, apesar das grandes diferenças com a Medicina, o sentido é o mesmo, sendo
suas pacientes as edificações com anomalias. Contudo, na prática a Patologia das
Construções refere-se ao estudo de situações, que comprometem as funções para
as quais o edifício foi dimensionado.

A identificação da atividade ou do procedimento inadequado que deu origem


às anomalias encontradas é essencial para o diagnóstico do problema, como
também para propor as intervenções necessárias à edificação (MONOGRAFIA
BRASIL ESCOLA, 2015). Assim como na Medicina, se os sintomas forem tratados
sem eliminar as causas, não se terá a garantia de que o problema está
verdadeiramente solucionado, uma vez que a causa continuará existindo e os
sintomas poderão se manifestar novamente.

Já manifestação patológica entende-se como o processo que gera a não


conformidade no produto, podendo ocorrer por meio de falhas no projeto, na
execução, instalação, montagem, utilização ou manutenção, como também podem
surgir problemas decorrentes do desgaste natural (ABNT NBR 15575-1:2013). Com
o avanço tecnológico, pode-se perceber que os métodos construtivos sofreram
alterações e ganharam eficiência (ALMEIDA, 2016). O ramo da construção civil
sempre se mostrou ser conservador e empregar uma elevada quantidade de mão-
de-obra desqualificada. Porém, de acordo com a atual logística de mercado, com
15
Capítulo 1. Introdução

elevada competitividade, os construtores foram estimulados a produzir seu produtos


mais rápidos e com menor custo. Entretanto, tais fatores podem influenciar na
qualidade do produto final, colaborando-se para o surgimento de manifestações
patológicas em edificações recentemente construídas (ALMEIDA, 2016).

De acordo com Gaia (2018), o conhecimento adequado das patologias


contribui para que se tomem medidas preventivas em obras a serem executadas,
além de auxiliar no diagnóstico e recuperação de estrutura comprometida. Para
recuperação de uma edificação, devem-se elencar todas as patologias observadas,
com posterior quantificação e avaliação de sua evolução. Além do mais, é
importante conhecer todas as informações disponíveis, tais como modificações
negligenciadas em projetos ou materiais não conformes utilizados durante a
execução.

Desta forma, o presente trabalho apresenta uma pesquisa, com o intuito de


identificar e analisar, através de uma inspeção predial, anomalias encontradas em
uma edificação na cidade de Lagarto, Sergipe. Além de propor medidas corretivas,
que visem solucionar os problemas encontrados, evitando-se que as mesmas
persistam.

16
Capítulo 1. Introdução

1.1 Situação Problema

O Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado


de Sergipe (IPESAÚDE), localizado na cidade de Lagarto, possui um sistema de
cadastramento e credenciamento de planos de saúde, os quais dispõem de
atendimento em diversas especialidades, tais como clínica médica,
gastroenterologia, pediatria, ginecologia/obstetrícia, cardiologia, odontologia,
fisioterapia, marcação de consultas e exames para a rede credenciada, perícia
documental, renovação de carteiras, entre outros serviços. O IPESAÚDE em Lagarto
possui também cerca de 352 metros quadrados de área construída, sendo
localizado dentro de um lote de 512 metros quadrados (SERGIPE NOTÍCIAS, 2017).
Recentemente, a unidade teve a sua capacidade reduzida, atendendo somente
cerca de 40 pacientes por dia, gerando uma série de transtornos a comunidade.

Vistorias recentes identificaram diversas patologias na edificação,


destacando-se o surgimento de fissuras nas alvenarias, o desplacamento do reboco
da fachada e descascamento das pinturas, sugerindo-se assim a interdição da
unidade por medidas de segurança. Deve-se salientar que os responsáveis pela
construção da edificação relataram a não existência de projetos para execução da
mesma a cerca de 40 anos atrás. Dessa forma, a única fonte de informação a
respeito dos aspectos técnicos empregados na concepção da obra encontra-se na
memória dos seus construtores.

1.2 Objetivo Geral

Analisar os casos de aberturas de fissuras e trincas encontradas nas


alvenarias na unidade de atendimento do IPESAÚDE e identificar os mecanismos
responsáveis pelas suas formações.

1.2.1 Objetivos específicos

 Fazer um estudo a respeito dos mecanismos responsáveis pela formação das


fissuras em alvenarias de bloco cerâmico;
 Mapear as fissuras existentes na unidade de atendimento, estabelecendo
uma relação de causa e efeito;

17
Capítulo 1. Introdução

 Propor medidas corretivas com o intuito de solucionar os problemas


patológicos identificados.

1.3 Justificativa

O crescimento acelerado da construção civil, aliado a falta de capacitação da


mão empregada, levou a um processo de planejamento e construção inadequados,
resultando em edificações mal concebidas e com a presença de diversas
manifestações patológicas, inclusive desde o momento da sua concepção. Além do
mais, a expansão do mercado imobiliário nos últimos anos levou a construção
desordenada diversas habitações, que, por sua vez, também apresentam uma série
de manifestações patológicas. Porém, o desenvolvimento recente da engenharia
como um todo levou ao surgimento de novas tecnologias capazes de tratar os
problemas patológicos normalmente detectados nessas edificações mal concebidas.
Dentre estas podem se destacar o desenvolvimento de fibras, tais como fibras de
carbono e aço, que podem ser empregadas com a finalidade tratar fissuras e
recuperar a capacidade portante da estrutura.

Todavia, com a formação de fissuras, há o receio de que o elemento


construtivo deixe de atender aos critérios de desempenho necessários ou que ele
tenha a sua vida útil reduzida. Neste ponto, observa-se a importância do estudo das
causas de abertura fissuras em elementos construtivos, pois podem haver fissuras
apenas desagradáveis do ponto de vista estético ou aquelas comprometem o
funcionamento da edificação. Por conseguinte, é necessária uma verificação
adequada do elemento, para que sejam dadas as sugestões adequadas de reparo
do mesmo (VIEIRA, 2017).

Muitas vezes a formação de diversas fissuras em alvenarias permite a


formação de um conhecimento aprofundado a respeito de suas causas, subsidiando-
se assim trabalhos de recuperação e manutenção. É verídico que as fissuras
indicam a configuração atual das tensões atuantes na edificação, sendo então
matéria-prima necessária na concepção de estratégias que visem reconstituir a
capacidade portante dos elementos construtivos danificados. Dessa forma, o
mapeamento das fissuras em alvenarias é primordial na investigação das possíveis
causas de manifestações patológicas em edificações. Por este motivo, pretende-se

18
Capítulo 1. Introdução

analisar as principais causas para formação de fissuras em uma unidade de


atendimento do sistema IPESAÚDE do estado de Sergipe.

1.4 Caracterização da Empresa - IPESAÚDE

Segundo a Lei nº 1.091/1961, originário do antigo Montepio dos Funcionários


Públicos da Província de Sergipe (1881), o Instituto de Previdência do Estado de
Sergipe – IPES – foi criado no Governo Luiz Garcia. Vinculado à secretaria de
administração, a autarquia tinha como objetivos oferecer previdência e assistência
médico-odontológica aos servidores públicos estaduais e seus dependentes
(IPESAÚDE, 2019).

Em 05 de janeiro de 2001 a Lei nº 4.352, instituiu o Plano de Assistência à


Saúde do Estado de Sergipe – IPESAÚDE, dos Servidores Estaduais da
Administração Direta, Autárquica e Fundacional, ativos e inativos, civis ou militares,
e dos pensionistas resultantes dos mesmos servidores, tendo sido publicada em 1º
de novembro do mesmo ano. Segundo esta Lei o IPESAÚDE seria gerido pelo
Instituto de Previdência do Estado de Sergipe – IPES (IPESAÚDE, 2019).

Um novo modelo foi criado a partir de 2015, dividido em fases, a primeira


delas foi o refinanciamento do instituto, onde foi necessário reconstruir e dar a ele a
missão e função que se propõe, permitindo a inclusão dos dependentes na
contribuição previdenciária, o que garantiu a sobrevivência do sistema (IPESAÚDE,
2019). Após esse processo, foi dado início a segunda fase que foi recadastramento
de servidores, culminando na exclusão de inúmeras carteiras inativas. Dessa forma,
o IPESAÚDE possuía 140 mil usuários, chegando a 105 mil e hoje o IPESAÚDE
conta com 110 mil beneficiários (IPESAÚDE, 2019). A partir de então, optou-se por
organizar o sistema através de unidades próprias de atendimentos. A área física da
unidade de Lagarto foi ampliada de 300 para 900 metros quadrados, o que permitiu
uma melhoria considerável no número de atendimentos, em agosto de 2015 eram 2
mil atendimentos e hoje são quase 3 mil atendimentos ao mês (IPESAÚDE, 2019).

O papel primordial do Instituto é realizar ações de medicina preventiva e


curativa, a serem desenvolvidas mediante aplicação de programas de assistência
médica, ambulatorial e hospitalar, por meio de serviços próprios, e, se necessário,

19
Capítulo 1. Introdução

complementados por meio de entidades e/ou unidades de saúde credenciadas


(IPESAÚDE, 2019).

20
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste tópico serão abordados definições e conceitos teóricos a fim de


compreender o entendimento do tema.

2.1 Patologia das Construções

A Patologia das Construções, em conjunto com a Engenharia Diagnóstica, é o


ramo da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos de ocorrência e
origens das anomalias ou defeitos aparentes nas construções (RIBEIRO, 2017).
Ainda segundo Ribeiro (2017), as manifestações patológicas em uma estrutura
tendem a agravar-se com o tempo, fazendo-se necessária a realização do adequado
diagnóstico com antecedência para se estabelecer o conjunto de medidas
necessárias para se estabelecer as condições de uso da edificação.

As manifestações patológicas são comumente encontradas nas edificações,


representando um dos maiores problemas de uma edificação durante sua
durabilidade, estando diretamente ligadas ao período de existência da construção,
em que a falta de manutenção dessas contribui para o surgimento de manifestações
patológicas que gradativamente deterioram as edificações (JONOV, 2013).

Segundo Helene (2003), a origem de um problema patológico está ligada a


algum erro ou falha cometida em pelo menos uma das fases do processo de
construção; planejamento, projeto, fabricação dos materiais, execução e uso. Os
problemas patológicos podem se manifestar logo após o início da construção ou
anos após o término da obra. A identificação da atividade que deu origem ao
problema é essencial, tendo em vista que para sugerir as intervenções adequadas
para solução do problema, é de grande importância conhecer suas causas (Helene,
2003).

De acordo com a NBR 15575 (ABNT), 2013, as edificações habitacionais


devem atender a critérios mínimos de desempenho. Se os preceitos dessa norma
fossem realmente seguidos, o surgimento de manifestações patológicas e a
insatisfação dos usuários reduziriam significantemente. É de suma importância que,
as construtoras e os usuários atendam aos critérios estabelecidos pela norma de

21
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

desempenho, uma vez que esta atribui responsabilidade às construtoras quanto à


qualidade dos materiais utilizados e serviços realizados (ALMEIDA, 2016).
De acordo com a Figura 1, é apresentado um gráfico especificando as
principais fontes que causam manifestações patológicas nas edificações do Brasil.
Como pode-se observar grande dessas manifestações surgem devido a processos
realizados durante a construção da edificação, cerca de 50% dos casos observados
por Gomes (2016). Outra fonte que gera problemas construtivos em edificações são
projetos mal elaborados, na pesquisa feita por Gomes (2016) este item aparece com
a segunda maior incidência. Já a utilização da edificação pelos seus usuários foi
causa das manifestações patológicas apenas em 13% dos casos.

Figura 1: Principais origens de patologias no Brasil.

Fonte: Gomes (2016).

2.1.1 Manifestações patológicas em alvenarias

De acordo com Oliveira (2017), as manifestações patológicas atingem tanto a


alvenaria estrutural quanto a de vedação. Normalmente, as paredes em alvenaria
apresentam bom comportamento à compressão, porém o mesmo não ocorre quando
as solicitações são de tração, flexão ou cisalhamento. Deve-se ressaltar que as
tensões de tração e de cisalhamento são responsáveis pela quase totalidade dos
casos de abertura de fissuras em alvenarias. Como as alvenarias são muito
vulneráveis a deformações excessivas, elas exigem especificações minuciosas
desde o projeto arquitetônico, das fundações e da superestrutura (OLIVEIRA, 2017).

22
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.1.2 Concentração de tensões

De acordo com Mishra (2017), a concentração de tensão, nada mais é do que


o acúmulo de tensão na seção transversal de um objeto, em que há mudanças de
geometria acentuadas. Ainda segundo Mishra (2017), quando há uma
descontinuidade na geometria de uma seção, pode haver o aumento excessivo das
tensões locais nessa região, provocando a abertura de fissuras, especialmente onde
há vértices e diminuição acentuada na área da seção transversal. Portanto, para se
evitar que em uma superfície ocorra danos devido à concentração de tensão, deve-
se providenciar a instalação de elementos que ajudem na dissipação dessas
tensões (MISHRA, 2017).

2.1.2.1 Concentração de tensão nos vértices de portas e janelas

Um fator frequente na abertura de fissuras em alvenarias é a presença de


aberturas de portas e janelas, em que normalmente há um acúmulo de tensões
devido à presença de áreas infinitesimais, conforme apresentado nas Figuras 2 e 3.
Sabe-se que um estado de tensão é determinado pela magnitude da força atuante
dividido por um elemento de área. Nesse caso, a força atuante possui intensidade
diferente de zero, porém a área tende a zero, ou seja, a tensão atuante nas regiões
de vértices de portas e janelas tende ao infinito, conforme expresso na Equação (1),
em que 𝐹 é a magnitude da força atuante diferente de zero e 𝐴 é a área infinitesimal
oriunda do efeito de quina em portas e janelas.

𝐹
𝜎∞ = lim ( ) = ∞ (1)
𝐴→0 𝐴

Figura 2: Fissuras horizontais no vértice da janela.

Fonte: Zanzarini (2016).

23
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 3: Fissuras em vértices de aberturas de paredes de alvenaria.

Fonte: Maia, 2018.

Segundo Thomaz (1989):

Essas trincas, entretanto, poder-se-ão manifestar segundo diversas


configurações, em função da influência de uma gama enorme de fatores
intervenientes, tais como: dimensões do painel de alvenaria, dimensões da
abertura, posição que a abertura ocupa no painel, anisotropia dos materiais
que constituem a alvenaria, dimensões e rigidez de vergas e contravergas
etc. (THOMAZ, 1989, p. 64).
Segundo Mazzucco e Araújo (2014), com a finalidade de distribuir os esforços
concentrados nos vértices de aberturas, são executadas vergas e contravergas,
conforme apresentado na Figura 4. Como nestes pontos há um grande acúmulo de
tensões, tem-se uma forte tendência ao surgimento de manifestações patológicas,
em forma de abertura de trincas e fissuras, caso haja a ausência, má execução e/ou
subdimensionamento destas peças (MAZZUCCO; ARAÚJO, 2014).

Figura 4: Vergas e contraverga em portas e janelas.

Fonte: Adaptado de Melo (2019).

As vergas e contravergas são vigas de concreto que servem como reforços


estruturais nas aberturas, sendo que devem ser empregadas sempre que houver
24
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

portas ou janelas em paredes de alvenaria, auxiliando na distribuição de tensões nos


vãos e evitando o surgimento de fissuras, que se prologam a partir dos vértices
(MELO, 2019).

2.1.3 Absorção de água pelos tijolos cerâmicos

Os tijolos cerâmicos são formados de argila, este material, na maioria dos


casos, possui em sua constituição mineralógica argilominerais expansíveis, tais
como a montmorilonita. Normalmente, na presença de água estes argilominerais
costumam ganhar volume, o que pode levar a abertura de fissuras em alvenaria de
bloco cerâmico. Segundo Thomaz (1989), essas fissuras levam muitas vezes a
separação entre o elemento de vedação e a estrutura da edificação provocando
severas trincas e fissuras verticais, conforme apresentado na Figura 5.

Figura 5: Fissuras originadas devido à absorção de água pelos tijolos cerâmicos.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Segundo Frasson (2016), sabe-se que os tijolos cerâmicos, mesmo que


apresentem elevada resistência mecânica e atendam aos requisitos dimensionais
estabelecidos pela norma técnica, uma vez que os blocos não conformes com
elevada absorção de água, e consequentemente, tendem a expandir-se devido a
sua constituição mineralógica.

Este fenômeno ocorre devido à rápida redução da plasticidade da argamassa


quando em contato com tijolos de alta absorção de água, causando um
enxugamento da junta da argamassa, prejudicando a aderência e aumentando a sua
25
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

fissuração, não havendo água suficiente para hidratação do cimento, além do mais,
há um aumento de cargas quando expostas à chuva, podendo acarretar em
patologias estruturais à construção (FRASSON, 2016).

Ainda segundo Frasson (2016), o fenômeno de absorção de água em tijolos


cerâmicos trazem grandes consequências patológicas, tais como:

a) Aumento da umidade geral da edificação: formação de bolores e


proliferação de fungos, expondo os habitantes a uma série de doenças;
b) Alteração de condições de habitabilidade (salubridade) e conforto;
c) Manchas e/ou degradação da tinta e dos revestimentos, rebocos e
decoração com gesso;
d) Descolamento do reboco, revestimentos cerâmicos ou semelhantes;
e) Diminuição do desempenho térmico devido à concentração de água nos
materiais da fachada, tornando a alvenaria mais permeável ao calor.

2.2 Fissuras

Segundo Watanabe (2005), as fissuras é o estado em que um determinado


objeto ou parte dele apresenta aberturas finas e alongadas na sua superfície. Ainda
segundo Watanabe (2005), as fissuras são, geralmente, superficiais e não implicam,
necessariamente, em diminuição da segurança de componentes. As fissuras
normalmente surgem devido a solicitações transversais às suas aberturas,
normalmente nessas regiões as tensões tendem ao finito e a sua modelagem
mecânica é complexa e algumas inviável. Já as suas causas são as mais diversas,
podendo ter tanto origem estrutura como por excesso de umidade em paredes.

As fissuras podem ainda serem classificadas de com o tamanho de suas


aberturas. Dessa forma, é apresentado na Tabela 1 apresenta o sistema de
classificação das fissuras de acordo com as suas respectivas espessuras.
Normalmente, o tamanho dessas aberturas também indica o grau de
comprometimento da estrutura, sendo, em casos em que não há comprometimento
estrutural, esteticamente desagradável. Conforme apresentado na Figura 6 mostra
algumas fissuras cujas aberturas são inferiores a 0,5 mm.

26
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Tabela 1: Classificação das aberturas de acordo com as espessuras.

Anomalias Aberturas (mm)

Fissura Até 0,5


Trinca De 0,5 a 1,5
Rachadura De 1,5 a 5,0
Fenda De 5,0 a 10,0
Brecha Acima de 10

Fonte: Oliveira (2012).

Figura 6: Fissuras com espessuras inferiores a 5 mm.

Fonte: Yoska (2015).

2.2.1 Trincas

Diferentemente das fissuras, nas trincas o objeto já se encontra separado em


partes distintas. As trincas, por representar uma ruptura dos elementos que
compõem a estrutura, podem reduzir o nível de segurança de componentes
estruturais de um edifício (MONOGRAFIA BRASIL ESCOLA, 2015). Dessa forma, os
fenômenos e processos que levaram a abertura dessas trincas devem ser
adequadamente investigados. A principal característica que diferencia as trincas das
fissuras são suas dimensões superiores a 0,5mm, conforme apresentado na Figura
7. Em alguns casos o tratamento a ser adotado é semelhante ao da fissura, desde
que as causas sejam adequadamente averiguadas.

27
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 7: Trincas com aberturas superiores a 5 mm.

Fonte: Desimone (2010).

2.2.2 Rachaduras

Assim como nas trincas, as rachaduras também dividem o componente da


edificação em elementos distintos. O tamanho de sua abertura é ainda superior
quando comparada com as trincas, ocasionando problemas ainda mais indesejáveis.
Em geral, elas são mais complexas, exigindo uma investigação mais criteriosa e
uma manutenção adequada. Em espessuras acima de 1,5 mm, como apresentado
na Figura 8, ocorre ruptura do elemento separando-o em duas partes com abertura
profunda e acentuada, se tornando bastante notáveis.

Figura 8: Rachaduras com espessuras superiores a 1,5 mm.

Fonte: Arames (2018).

28
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.2.3 Fendas

Para as fendas, também ocorre a separação do elemento em partes distintas,


porém neste caso a abertura é superior a 5 mm, conforme apresentado na Figura 9.
Neste caso, há também o risco de acidentes devido ao elevado grau de deterioração
do componente da edificação. As fendas, em alguns casos, podem ter suas causas
não visíveis, tais como a presença de cavernas salinas no subsolo que suportam as
edificações, podendo causar acidentes ainda mais graves.

Figura 9: Fendas com aberturas superiores a 5 mm.

Fonte: Shutterstock (2018).

2.2.4 Brechas

As brechas compõem as fissuras com aberturas superiores a 10 mm. Neste


estado, o componente da edificação encontra-se completamente partido, podendo-
se passar inclusive materiais com espessuras visíveis, tais como canetas, lápis,
dedos de uma mão, etc. Abertura de brechas em edificações é um fenômeno muito
comum em situações onde ocorreram tremores de terra, comprometendo o
desempenho estrutural da edificação e colocando os seus usuários em risco.
Conforme apresentado na Figura 10 apresenta um exemplo de brecha em uma
edificação, revelando à necessidade de intervenções urgentes com intuito de evitar
danos maiores a edificação.

29
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 10: Brechas com espessuras superiores a 10 mm.

Fonte: Flausino (2017).

2.3 Mecanismos de Formação das Fissuras

Segundo Corsini (2010), as aberturas, comumente chamadas de fissuras,


também podem ser catalogadas como geométricas ou mapeadas, conforme
apresentado na Tabela 2. Ainda segundo Corsini (2010), estas podem ser chamadas
de passivas quando estão estacionárias, ou seja, não variam ao longo do tempo, ou
ativas quando sofrem variações com o tempo. Uma fissura ativa se torna grave
quando sua abertura e comprimento crescem continuamente, indicando que algo
está errado e necessita de intervenções (NOAL, 2016).

Tabela 2: Classificação das fissuras em alvenaria.

Fonte: Sahade apud Monografia Brasil Escola (2015).

As aberturas de fissuras em uma parede ocorrem gradualmente, então nem


sempre ela pode ser considerada uma das patologias na construção civil. Porém, a

30
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

sua classificação depende do grau de evolução da fissura, caso ela esteja


perfeitamente visível, pode-se considerar como uma patologia (MATCON, 2019).
Para caracterizar uma abertura (fissura, trinca, rachadura, fenda ou brecha)
como sendo uma anomalia patológica, é preciso atender a alguns critérios. Ela deve
ocorrer em uma quantidade superior a duas ou três por metro quadrado, devendo
ser visíveis a olho nu a uma distância média de 1,0 m, normalmente ocorrendo em
fissuras com dimensões acima de 0,5 mm de largura (FORÚM DA CONSTRUÇÃO,
2014). Além do mais, caso as trincas não sejam claramente visíveis, mas tem
causado prejuízos à edificação, estas podem ser consideradas como manifestações
patológicas.

Segundo Flausino (2017), os mecanismos de aberturas de fissuras são os


mais diversos, sendo as mais comuns:

a) Vibrações e trepidações;
b) Utilização ou aplicação errada de materiais na hora da construção;
c) Infiltrações ou vazamentos;
d) Retirada de escoras e fôrmas de forma errada e/ou antes, precoce;
e) Sobrecarga;
f) Acomodação dos elementos construtivos (movimentação ocasionada pelo
assentamento da estrutura no solo);
g) Variações de temperatura;
h) Retração hidráulica dos materiais (devido a perda de água durante o
processo de cura);
i) Elementos estruturais comprometidos.

31
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.4 Mecanismos de Formação das Fissuras e suas Causas

2.4.1 Infiltração e umidade

De acordo com Storte (2014), infiltrações e danos devido à umidade são


muito comuns nas edificações, devido à má execução dos projetos, empregos de
materiais com baixa qualidade, baixa qualificação da mão de obra e negligência.
Apesar de serem danos primários, podem levar a severos problemas, tais como
corrosão de armadura, carbonatação precoce do concreto etc., podendo levar a
interdição da estrutura.

De acordo com Sabino (2019), as infiltrações são os danos mais frequentes


nas construções e podem ser encontradas nas mais variadas edificações. Ainda
segundo Sabino (2019), os problemas de umidade quando surgem nas edificações,
sempre trazem um grande desconforto e podem degradar a construção
rapidamente. Sabe-se que alguns fatores que geram aumento do número e
intensidade de patologias e o aparecimento frequente de problemas ocasionados
por umidade são decorrentes de características construtivas adotadas pela
arquitetura moderna assim como os novos materiais e sistemas construtivos
empregados nas últimas décadas (SABINO, 2019).

O problema da infiltração de início pode parecer irrelevante, não influenciando


no desempenho da edificação, porém não é tão simples e fica ainda mais grave
quando não tratado. O problema pode ser evitado a partir do momento em que se
encontra alguma falha na construção dos componentes da edificação, podendo-se
efetuar a intervenção com a adequada vedação do elemento (SABINO, 2019).
Segundo Sabino (2019), as causas das infiltrações em edificações podem ser
subdividida nas seguintes categorias:

a) Infiltração por ascensão capilar;


b) Infiltração resultante de fatores externos;
c) Infiltração resultante de vazamentos em redes hidráulicas;
d) Infiltração por condensação.

De modo geral, conforme apresentado na Figura 11, mostra-se as inúmeras


causas de manchas devido à infiltração em uma edificação.

32
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

Figura 11: Causas de manchas em uma edificação.

Fonte: Pozzobon apud Monografia Brasil Escola (2015).

2.4.1.1 Infiltração por ascensão capilar

Basicamente, a umidade oriunda do solo que ascende por capilaridade,


provocando efeitos negativos na edificação, conforme apresentado na Figura 12.
Este fenômeno ocorre devido aos meniscos capilares formados pelos vazios
presentes nos materiais, por onde a água passa até atingir o interior das edificações
(SABINO, 2019). Têm-se como exemplos destes materiais os blocos cerâmicos,
concreto, argamassas, madeiras, etc.

Figura 12: Manifestação Patológica em parede de alvenaria devido a excesso de


umidade por capilaridade.

Fonte: Fórum da Construção (2013).


33
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.4.1.2 Infiltração resultante de fatores externos

Outra possibilidade para formação de infiltrações em uma edificação é a água


proveniente de áreas externas à edificação. A chuva é o agente mais comum que
gera este tipo de infiltração, conforme exemplo apresentado na Figura 13. Os
principais fatores que interferem na incidência das fissuras por infiltração são
velocidade do vento, intensidade da precipitação, umidade do ar e fatores
relacionados com a construção (MONOGRAFIA BRASIL ESCOLA, 2015).

Figura 13: Infiltração em virtude de chuvas.

Fonte: Esteves (2016).

2.4.1.3 Infiltração resultante de vazamentos em redes hidráulicas

Nesse tipo de infiltração, normalmente, sua identificação é fácil, porém a


intervenção torna-se muitas vezes difícil, levando a transtornos maiores para os
usuários da edificação. Isso se deve ao fato destes vazamentos estarem na maioria
dos casos no interior da construção, como apresentado na Figura 14, levando a
processos de demolição de parte da alvenaria (SABINO, 2019).

Figura 14: Infiltração em alvenaria devido a vazamentos hidraúlicos.

Fonte: Drumond (2019).


34
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

2.4.1.4 Infiltração por condensação

A infiltração por condensação possui uma forma diferente das outras


mencionadas, pois a água, neste caso, encontra-se no ambiente se depositando na
superfície da estrutura, onde formam gotículas de água (SABINO, 2019). Como
apresentado na Figura 15, mostra-se um exemplo desse tipo de infiltração
normalmente encontrada em ambientes excessivamente úmidos.

Figura 15: Teto com infiltração por condensação.

Fonte: Santana (2019).

2.4.2 Movimentação térmica

Segundo Thomaz (1989):

Os elementos e componente de uma construção estão sujeitos a


variação de temperatura sazonais e diárias. Essas variações repercutem
numa variação dimensional dos materiais de construção (dilatação ou
contração); os movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos
diversos vínculos que envolvem os elementos e componentes,
desenvolvendo-se nos materiais, por este motivo, tensões que poderão
provocar o aparecimento de fissuras (THOMAZ, 1988, p. 19).

Em lajes de concreto armado, segundo Rosenberg (2018), as fissuras por


variação térmica ocorrem quando as temperaturas de diferentes partes de uma laje
de concreto excedem certo limite. Esses diferenciais existem porque, enquanto a
temperatura interna da laje de concreto aumenta e diminui lentamente, devido à
reação exotérmica do concreto, a temperatura periférica da laje esfria rapidamente
devido à temperatura ambiente (ROSENBERG, 2018).
De modo geral, as regiões de fachadas estão mais expostas aos gradientes
térmicos da edificação. Segundo Frazão (2019), em platibandas, observa-se com
frequência a formação de diversas fissuras ao longo do revestimento, especialmente
35
Capítulo 2. Fundamentação Teórica

nos locais em que há uma maior incidência solar. Essa tipologia de formação de
fissuras é amplamente encontrada também em muros extensos, conforme
apresentado na Figura 16.

Nesses casos, em função da dilatação térmica e da ausência de juntas de


dilatação é comum o aparecimento de fissuras verticais na ordem de 2 a 3 mm,
ocorrendo a cada 5 metros, aproximadamente (FRAZÃO, 2019). Essas fissuras
podem ocorrer nos encontros entre os elementos estruturais e a vedação ou até
mesmo no meio da alvenaria. Ainda segundo Frazão (2019), normalmente, o
surgimento dessas fissuras se dá devido ao vínculo restritivo entre a parede e a
fundação, originando-se na base do muro e estendendo-se ao topo da alvenaria,
como apresentado na Figura 16.

Figura 16: Fissuras geradas por movimentação térmica em muro extenso.

Fonte: Frazão (2019).

36
3. METODOLOGIA

Neste seção, pretendeu-se realizar uma descrição minuciosa e rigorosa do


tema em estudo e das técnicas utilizadas nas atividades de pesquisa, a fim de
identificar e determinar técnicas mais apropriadas de recuperação da unidade de
atendimento. É imprescidível a obtenção de informações, que possam levar a
descoberta dos mecanismos responsáveis pela origem das fissuras e do seu
comportamento diante das intervenções a serem seguidas.

O levantamento da incidência de fissuras, nas alvenarias e reboco, foi


realizado com base no registro fotográfico, em que realizou-se um mapeamento de
fissuras com um intuito de classificá-las: quanto as suas causas e quanto as suas
características geométricas e especiais. Sendo assim, considerou-se um relatório
elaborado pela empresa PCL (Projetos e Consultoria Ltda.), uma companhia
terceirizada que presta serviço ao IPESAÚDE, em que haviam registros de
manisfestações patológicas referentes às alvenarias, revestimentos, descolamente
de rebocos, entre outras.

3.1 Caracterização da Pesquisa

O presente trabalho descreve resultados qualitativos e de nível exploratório


de um estudo de caso visando à identificação das possíveis causas associadas às
manifestações patológicas apresentadas na unidade de atendimento construída em
alvenaria de bloco cerâmico na cidade de Lagarto, Sergipe.

O estudo de caso requer do pesquisador uma preocupação com o


planejamento do estudo para que a fidedignidade dos resultados seja alcançada
(MACHADO, 2017).

Seguindo Zanzarini (2016), a pesquisa foi estruturada seguindo-se as


seguintes etapas:

● Pesquisa exploratória;
● Pesquisa descritiva;
● Pesquisa explicativa.

37
Capítulo 3. Metodologia

3.1.1 Pesquisa exploratória

Segundo Patah e Abel (2017), o estudo exploratório fornece informações que


ampliam a familiaridade do pesquisador com o tema, onde possuindo métodos mais
flexíveis, com o intuito de preencher lacunas que aparecem em um estudo. Nesta
etapa é realizada uma revisão da literatura em livros, temas de TCCs e dissertações,
e artigos acadêmicos, inseridos dentro do mesmo campo de estudo, com o objetivo
de orientar a análise, fornecendo informações sobre (ZANZARINI, 2016):

● As principais patologias que acometem esse tipo de construção e as


falhas no processo construtivo como fatores contribuintes (ZANZARINI, 2016);
● Os principais mecanismos que levam formação de fissuras em
alvenarias e suas configurações típicas (ZANZARINI, 2016);
● Metodologia para identificar as possíveis causas da abertura das
fissuras, com o intuito de propor as medidas corretivas adequadas (ZANZARINI,
2016).

3.1.2 Pesquisa descritiva

O estudo descritivo se baseia na compreensão e registros dos fatos, tendo


como objetivo descrever as características do objeto em análise e estabelecimento
de uma relação entre as variáveis e a classificação do processo realizado
(RAYMUNDO, 2017). Durante esta etapa pode-se realizar uma visita à unidade de
atendimento para obtenção de registros fotográficos e mapeamento de fissuras
existentes e as suas configurações (ZANZARINI, 2016). Durante a vistoria da
edificação, seguindo Zanzarini (2016), procederam-se as seguintes verificações:

● Imagens das fissuras, registradas por câmera fotográfica com boa


resolução;
● Anotação da espessura das fissuras com o auxílio de um medidor
(escalímetro);
● Entrevista com proprietários e funcionários com o objetivo de coletar
informações complementares sobre as fissuras.

38
Capítulo 3. Metodologia

3.1.3 Pesquisa Explicativa

De acordo com Tybel (2017), o estudo explicativo é considerado o mais


complexo, tendo como objetivo observar o comportamento do objeto de estudo e
realizar anotações a fim de explicar tais acontecimentos.

Nesta etapa da pesquisa, as fissuras observadas nas etapas anteriores


devem ser comparadas com informações obtidas na pesquisa teórica, com a
finalidade de detectar seus mecanismos causadores (ZANZARINI, 2016). A partir da
identificação dos mecanismos causadores, devem-se propor procedimentos
corretivos adequados para recuperação da edificação (ZANZARINI, 2016).

3.2 Instrumentos, Unidade, Universo e Amostra da pesquisa

O instrumento de pesquisa deve ser elaborado após a definição da forma


como as informações serão coletadas, pode ser questionário e/ou entrevista
(AGUIAR, 2015). Já a unidade de pesquisa corresponde ao local preciso onde a
investigação foi realizada (BATISTA, 2014).

Segundo (AMARAL et al. 2017), o universo de pesquisa é o conjunto de


elementos sobre os quais se pretende inferir no estudo e a amostra de pesquisa é
uma parte do universo e possui as mesmas características deste. No decorrer da
pesquisa, um dos instrumentos utilizados na pesquisa foi à identificação tátil visual e
entrevistas a funcionários e gestores. Dessa forma, realizou-se inicialmente um
planejamento para o registro adequado das diversas patologias encontradas. Para a
elaboração da referida análise, escolheu-se a unidade de atendimento do
IPESAÚDE na cidade de Lagarto, Sergipe, sendo localizadas diversas fissuras nas
alvenarias e reboco da edificação.

3.3 Definição das Variáveis e Indicadores da Pesquisa

De acordo com Monteiro (2016), algumas patologias ocorrem com maiores


incidências, normalmente, devido ao fato de as edificações não receberem as
manutenções com a frequência adequada, além de se ignorar os devidos cuidados
na etapa de construção. No entanto, a definição das variáveis e indicadores (Quadro
1), destina a determinar as técnicas mais adequadas a serem utilizadas para a
recuperação de cada fissura identificada, assim como suas medidas corretivas.
39
Capítulo 3. Metodologia

Quadro 1: Variáveis e indicadores da pesquisa.

Variável Indicadores
Fazer um estudo a respeito dos
mecanismos responsáveis pela formação
Revisão bibliográfica
das fissuras em alvenarias de bloco
cerâmico
Mapear as fissuras existentes na unidade
de atendimento, estabelecendo uma Levantamento cadastral
Mapeamento das fissuras
relação de causa e efeito
Propor medidas corretivas com o intuito de
solucionar os problemas patológicos Revisão bibliográfica
identificados

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

3.4 Plano de Registro e Análise dos Dados

No princípio, foram realizadas as observações das manifestações patológicas


encontradas na unidade de atendimento. A partir da identificação das fissuras optou-
se por realizar um registro cadastral desse material, sendo estas cadastradas
manualmente e depois inseridas no AutoCAD, através de desenhos de planta baixa
em duas dimensões e cortes transversais.

3.5 Procedimentos Metodológicos

Seguindo Zanzarini (2016), a visita à edificação foi realizada em 3 estágios,


em cada estágio, foram executados às seguintes tarefas:

● 1º Estágio

Realizado no dia 19 de agosto de 2019, este estágio teve o intuito de realizar


o registro fotográfico das fissuras, bem como aferir suas espessuras com o auxílio
de uma régua milimétrica.

● 2º Estágio
Realizado no dia 29 de agosto de 2019, este estágio teve a finalidade de
realizar o levantamento cadastral da unidade de atendimento, em que foi realizado

40
Capítulo 3. Metodologia

um trabalho minucioso, com o auxílio de uma engenheira civil, realizando-se novas


medições e remapeando as fissuras e encontradas.

● 3º Estágio

Realizado no dia 14 de setembro de 2019, este estágio teve o intuito de


realizar uma entrevista com os gestores da unidade atendimento. Na oportunidade
se constatou que a referida edificação teve sua construção sem a elaboração de
qualquer forma de projeto. Além do mais, foram identificadas diversas infiltrações
nas instalações hidrossanitárias embutidas na fundação e no baldrame, como
também uma sobrecarga nas alvenarias em virtude da construção de um pavimento
superior em uma parte da edificação.

41
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Seguindo o procedimento metodológico disposto na seção anterior foram


realizadas vistorias na edificação, com o intuito de constatar as anomalias
apontadas no relatório da PCL. Por conseguinte, depois de efetuada a análise das
constatações observadas, sugeriu-se possíveis intervenções para serem
implementadas na edificação. Sendo assim, o estudo mencionado encontra-se nas
subseções seguintes.

4.1 Estudo de Caso

O estudo de caso proposto é a edificação de propriedade do IPESAÚDE


localizada no município de Lagarto, conforme descrito anteriormente e apresentada
na Figura 17. As vistorias na edificação foram feitas baseadas em um “check-list” de
informações levantadas, conforme sugerido em CARVALHO e ALMEIDA, 2017.
Além do mais, foram coletados dados referentes às manifestações patológicas
encontradas na edificação, construída em alvenaria de bloco cerâmico com pilares
conjugados em concreto armado, com a finalidade de construir um modelo que
permita apontar as causas de suas formações e suas tipologias.

4.1.1 Descrição da edificação

● Nome oficial: Nova Unidade Regional do IPESAÚDE Nourival da Silva


Santos.

● Endereço: Av. Contorno, 946, Bairro Centro, Lagarto – SE.

● Capacidade da Edificação: aproximadamente 500 pessoas.

● Número de pavimentos: 2

● Área construída: cerca de 352 metros quadrados.

● Proprietário: Estado de Sergipe.

● Manutenção: PCL (Projetos e Consultoria Limitada).

● Idade da edificação: cerca de 40 anos.

42
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 17: Fachada da unidade analisada.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

4.2 Levantamento das Patologias Encontradas

Para a obtenção de resultados satisfatórios, o estudo pode ser classificado


estabelecendo-se uma relação de causa e efeito. Dentre as patologias observadas,
estão:

● Fissuras nos vértices de portas e janelas;


● Fissuras na fachada;
● Fissuras no teto;
● Fissuras provocadas por agentes externos à edificação;
● Falhas nas pinturas.

Conforme apresentado na Figura 18, é mostrada a planta baixa da unidade de


atendimento, que contém a localização onde as imagens citadas foram fotografadas.
As imagens não representam a totalidade das fissuras analisadas, mas um grupo
com características mais comuns, selecionadas como representativas para o estudo
realizado.

As fissuras foram realçadas com um programa de editor de imagem com o


intuito de facilitar a visualização.

43
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 18: Planta baixa da edificação.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

44
Capítulo 4. Análise dos Resultados

4.2.1 Fissuras nos vértices de portas e janelas

As fissuras observadas nos vértices de portas e janelas se propagam


horizontalmente e transversalmente, conforme apresentado nas Figuras 19, 20, 21 e
22. As espessuras para as fissuras variaram entre 0,4 e 1,2mm, sendo assim, estas
podem ser classificadas como trincas, conforme especificado na Tabela 1.

Figura 19: Fissuras horizontais e transversais no canto superior de uma porta.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Figura 20: Fissuras inclinadas observadas no consultório fisioterápico.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

45
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 21: Fissura vertical no canto superior de uma janela.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Figura 22: Fissura vertical em uma janela da fachada.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Neste caso, a fissura apresentada provocou a ruptura entre a alvenaria e a


argamassa de assentamento, desmembrando a mesma em duas partes, de forma
visível, sendo esteticamente desagradável, além de comprometer a função de
vedação da alvenaria. Segundo (LIMA, 2018), as tensões sobre os vértices de
portas acontecem quando muitos esforços e tensões agem sobre as estruturas e
paredes de uma construção, em decorrência do seu próprio peso, da ação dos
ventos, das variações de temperatura, de umidade, trepidações, acomodações do
terreno, entre outros fatores.
46
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Para evitar que a concentração de tensões nos vértices das aberturas de


portas e janelas venha a causar danos à alvenaria, é imprescindível a utilização de
elementos de reforço como vergas, que devem ser corretamente posicionadas, de
modo a evitar a concentração de tensões nas quinas das aberturas de portas e
janelas (ZANZARINI, 2019). Uma vez que as portas e janelas apresentadas nas
Figuras 19, 20, 21 e 22 não apresentam vergas, logo pode-se inferir, que a ausência
desses elementos é uma das possíveis causas para formação dessas fissuras nos
vértices das portas e janelas da edificação. Além do mais, a sobrecarga proveniente
da construção irregular de um pavimento superior pode ter intensificado os efeitos
provocados por tal negligência.

4.2.2 Fissuras na fachada

As fissuras observadas na fachada estão apresentadas nas Figuras 23 e 24,


sendo que estas se propagam em diversas direções. As fissuras identificadas
chegam a apresentar dimensões que variam entre 1,7 a 2,0mm, sendo estas
classificadas como rachadura, conforme mostrado na Tabela 1. Na fachada,
apresentadas nas Figuras 23 e 24, pode-se verificar a presença de umidade a partir
do limo que se acumulam nas paredes. Além do mais, segundo Thomaz (1989), as
rachaduras verticais apresentadas na Figura 36 são típicas, quando há ocorrência
de excesso de absorção de água pelos tijolos.

Normalmente, segundo Solução (2016), os danos causados por infiltração e


excesso de umidade podem ser desencadeados por diversos fatores, que vão desde
problemas na fase do projeto até a ação da natureza. Todavia, um dos principais
problemas é o surgimento de falhas no sistema de instalações hidráulicas,
ocasionando vazamentos e, por sua vez, infiltrações e acúmulo de umidade.

47
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 23: Fissuras causadas por excesso de absorção de água dos blocos
cerâmicos.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Figura 24: Fissuras causadas pela expansão dos tijolos pela por absorção de água.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Dessa forma, verificou-se a ocorrência da umidade de infiltração, oriunda da


parte externa, por meio das rachaduras ou por absorção do próprio material
construtivo.

48
Capítulo 4. Análise dos Resultados

4.2.3 Fissuras no teto

Também foram identificadas inúmeras fissuras que se propagam


horizontalmente e transversalmente no teto de determinadas partes da edificação,
conforme apresentado nas Figuras 25, 26, 27 e 28. As fissuras foram encontradas,
especialmente, na copa e na sala de odontologia, sendo classificadas como trincas,
pois possuem espessuras que variaram entre 0,9 e 1,2mm.

Conforme apresentada na Figura 28, observa-se uma mancha amarelada, o


que indica a presença de água por infiltração no teto da edificação. Tais manchas
amareladas são normalmente encontradas em situações em que há corrosão da
armadura no elemento estrutural em análise. Normalmente, o processo de corrosão
em armaduras de aço ocorre com a perda da seção transversal da armadura em
uma determinada região, onde há a presença de água, provocando a expansão da
armadura em local onde a mesma encontra-se protegida pelo concreto, conforme
apresentado nas Figuras 25 e 26.

As fissuras apresentadas nos encontros entre as paredes e o teto,


apresentadas na Figura 27, são características, segundo Thomaz (1989), de
movimentações nos topos da alvenaria devido à absorção de água por parte dos
tijolos cerâmicos. Outra possibilidade pode ser o excesso de deformações da laje
em concreto armado devido ao excesso de carga produzido pela construção
irregular do pavimento superior.

Figura 25: Fissura horizontal encontrada em sala odontológica.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

49
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 26: Fissuras encontradas no teto da copa.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).


Figura 27: Fissura entre o teto e a alvenaria.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).


Figura 28: Fissura transversal com foco de mofo.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

50
Capítulo 4. Análise dos Resultados

4.2.4 Fissuras provocadas por agentes externos à edificação

Foram encontradas diversas fissuras em diferentes partes da edificação. Por


exemplo, a Figura 29 apresenta um conjunto de fissuras em uma das fachadas da
edificação, possivelmente geradas devido a movimentações térmicas no
revestimento da edificação. Geralmente, essas movimentações térmicas são
causadas pelo excesso de radiação solar, como também pela elevada incidência de
chuvas nas paredes da edificação (THOMAZ, 1989). As expansões e contrações do
revestimento externo da edificação, devido à amplitude térmica, comumente levam
ao aparecimento de fissuras, conforme apresentado na Figura 29. De acordo com
Thomaz (1989), essas movimentações dificilmente causam dano à estrutura, porém
estas são desagradáveis do ponto de vista estético da edificação.

Outra patologia, bastante comum em edificações mal planejadas e


executadas por profissionais não capacitados, é o surgimento de fissuras horizontais
na base de alvenarias. Normalmente, essas fissuras surgem devido à ausência de
vedação adequada na fundação da edificação. O fenômeno causador é bem simples
e consiste na ascensão por capilaridade da água presente no solo, levando à
expansão dos tijolos devido à absorção de água (THOMAZ, 1989). O movimento de
expansão dos blocos cerâmicos pode levar a abertura de fissuras, conforme
apresentado na Figura 30.

Figura 29: Fissuras provocadas por movimentação térmica do revestimento externo.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

51
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 30: Trincas horizontais na base da alvenaria.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

4.2.5 Falhas nas pinturas

Uma das principais fontes de patologias nas edificações é a presença de


água. Normalmente, esta causa uma série de problemas, tais como infiltrações,
excesso de umidade nas paredes, corrosão de armadura, entre outros. Conforme
apresentado nas Figuras 31 e 32, pode-se observar a formação de manchas
associadas à presença de bolor na edificação, em virtude, justamente, do excesso
de umidade nas paredes da edificação. A formação dessas manchas ocorreu devido
à infiltração, pela falta de impermeabilização da laje e falta de instalação de calhas.

Figura 31: Manchas de bolor em parede.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

52
Capítulo 4. Análise dos Resultados

Figura 32: Manchas de bolor no teto.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

Além da presença de manchas de bolor, pode-se constatar também a


formação de bolhas nas pinturas das alvenarias, em virtude da presença de água na
edificação. Como apresentado na Figura 33, ilustra uma das paredes da edificação
em que se constatou a formação de tal patologia. Geralmente, essas bolhas na
pintura surgem devido ao excesso de umidade no ambiente da edificação. Neste
caso, as bolhas se concentraram na base da alvenaria, indicando que a fundação
não foi vedada adequadamente. Assim como comentado na subseção anterior, a
ascensão capilar da umidade presente no solo pode gerar manifestações
patológicas na base das alvenarias, conforme apresentado na Figura 33.

Figura 33: Massa corrida estufada em parede.

Fonte: Elaborada pelo autor (2019).

53
Capítulo 4. Análise dos Resultados

4.3 Sugestões de Intervenção para Recuperação da Edificação

Visando restituir as capacidades de uso, para qual a edificação foi concebida,


nesta seção sugere-se algumas intervenções que podem ser facilmente
implementadas. As técnicas de recuperação da edificação assim como a correção
das fissuras nas paredes em alvenaria, foram estabelecidas considerando a
configuração, e atividade das mesmas, de acordo com as orientações da bibliografia
estudada.

4.3.1 Recuperação das fissuras nos vértices de portas e janelas

● Mecanismo causador: concentração de tensões nas quinas de portas e


janelas.
● Intervenção sugerida: Instalação de vergas e contravergas.
● Recuperação da fissura: o processo de restauração envolve: abrir a trinca
em forma de “V”, limpar, preparar com fundo ou selador, preencher com massa
corrida ou mastique e se necessário aplicar telas de poliéster.

4.3.2 Recuperação das fissuras na fachada

● Mecanismo causador: Infiltração, excesso de umidade e movimentação


térmica.
● Recuperação do elemento da edificação: demolição e reconstrução do
elemento (caso da Figura 23), retirada do revestimento da fachada com aplicação de
impermeabilizador no topo da alvenaria (caso da Figura 24).
● Recuperação da fissura: abertura da fissura em formato de “V” com injeção
de pasta de cimento, sugerindo-se também a aplicação de telas de poliéster
visando-se reduzir a expansão dos elementos da alvenaria.

4.3.3 Recuperação das fissuras no teto

● Mecanismo causador: infiltração e/ou excesso de umidade.


● Recuperação do elemento da edificação: O tratamento correto seria a
implementação de uma junta de dilatação, no caso, a estrutura trabalha em função da
variação térmica (calor e frio).

54
Capítulo 4. Análise dos Resultados

● Recuperação da fissura: retirada do reboco das regiões afetadas,


escarificação da laje em concreto armado nas regiões onde há manchas de umidade
e abertura de fissuras, instalação de malha de armaduras na parte inferior e superior
da laje com posterior concretagem através de um concreto auto adensável do tipo
grout. Outra alternativa seria aplicação de mantas formadas por fibras de carbono,
com o intuito de restituir a capacidade portante da laje em concreto armado.

4.3.4 Recuperação das fissuras provocadas por agentes externos

● Mecanismo causador: variação térmica, excesso de radiação solar e


elevada incidência de chuvas.
● Recuperação do elemento da edificação: elaborar projetos de produção de
revestimento externo para fachadas, considerando-se juntas de dilatação
adequadas, distantes entre si no máximo três metros.
● Recuperação da fissura: abrir as fissuras em forma de “V” com injeção de
pasta de cimento, visando-se reduzir os movimentos de expansão e contração dos
elementos da alvenaria.

4.3.5 Solução para umidade por infiltração na alvenaria e no teto

● Mecanismo causador: infiltração, ascensão de água no solo por


capilaridade, ambientes insalubres etc.
● Recuperação do sistema: investigar os agentes causadores do excesso de
água na edificação. Remover o piso e parte do contra piso distantes um metro de
cada parede e aplicar argamassa impermeabilizante no piso e nas paredes.
● Recuperação da pintura: remover a parte afetada, aplicar selador, emassar
e aplicar nova pintura.

55
5. CONCLUSÃO

Em edificações de pequeno porte, frequentemente o processo de


planejamento e construção são negligenciados, permitindo-se que profissionais não
capacitados atuem, sem a devida orientação, na construção dessas edificações.
Com o passar dos anos, geralmente, essas construções começam a registrar
diversas manifestações patológicas. Assim, a análise destas se justifica a medida
que elas evidenciam como a não contratação de profissionais capacitados pode
afetar no desempenho genal da edificação.

De acordo com as informações coletadas e analisadas, foram constatadas


muitas falhas construtivas, responsáveis pela ocorrência das patologias
identificadas. Dentre todos os problemas encontrados na edificação, a ocorrência de
fissuras na alvenaria apresentou maior incidência. De forma geral, essas fissuras
foram oriundas de negligência na abertura de portas e fissuras, vedação inadequada
da fundação, infiltrações, ausência de projetos para execução de fachadas etc. A
partir do correto diagnóstico das causas seguido por revisões à literatura, foi
possível se recomendar algumas intervenções a serem realizadas, com o objetivo de
recuperar os elementos danificados e restituir o nível de segurança para os seus
usuários.

Contudo, faz-se necessário chamar atenção para a necessidade de


estabelecer uma manutenção preventiva adequada na edificação, com a
periodicidade de cinco anos, conforme exige o art. 1 Lei nº 7813 (Sergipe, 2014).

5.1 Sugestões para trabalhos futuro

Como foi apresentado ao decorrer de toda pesquisa, em função da


indisponibilidade do projeto de execução, o seguinte estudo de caso, sugere-se para
trabalhos futuro, a investigação da determinação do grau de restrição que o solo
impõe nas alvenarias, possíveis consequências de erros de projetos no
dimensionamento da edificação e os possíveis riscos que estas fissuras venham
posteriormente trazer aos seus usuários.

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