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COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________________________________
Profa. Dra. Ana Paula Teixeira Porto – URI
(Orientadora)
_____________________________________________
Profa. Dra. Luciane Figueiredo Pokulat – IFFAR
(1ª arguidora)
____________________________________________
Profa. Dra. Luana Teixeira Porto – URI
(2ª arguidora)
AGRADECIMENTOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................13
1 LITERATURA E A FORMAÇÃO HUMANA.............................................................19
1.1 A importância da literatura na formação humana..........................................20
1.2 A literatura na formação da Educação Básica..............................................24
2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LETRAS: O LUGAR DA LITERATURA 29
2.1 Formação do professor..................................................................................29
2.2 Formação do professor de Letras..................................................................44
2.3 A leitura e a literatura na formação da licenciatura em Letras......................49
3 METODOLOGIA..................................................................................................54
3.1 Procedimentos de pesquisa...........................................................................54
3.2 Corpus da pesquisa – Objetos de estudo......................................................56
3.2.1 Critérios de seleção de corpus................................................................56
3.2.2 Corpus.....................................................................................................56
3.3 Procedimentos de análise de dados..............................................................57
3.4 Roteiro de análise de dados..........................................................................58
4 ANÁLISE DE DADOS..........................................................................................60
4.1 Perfil dos cursos.............................................................................................60
4.1.1 Diferenças/semelhanças na oferta de disciplinas de língua e de literatura
quanto à carga horária................................................................................................64
4.1.2 Quais são as disciplinas de literatura ofertadas pelos cursos...........................82
4.2 Teorias literárias.............................................................................................86
4.3 Literaturas de língua portuguesa...................................................................90
4.4 Literatura Comparada....................................................................................92
4.5 Ensino de literatura........................................................................................94
Conclusão....................................................................................................................96
REFERÊNCIAS.........................................................................................................101
Anexo A: Os melhores cursos de licenciatura em letras (português), conforme
ranking do site Exame (2015)...................................................................................107
14
INTRODUÇÃO
1
Estas informações serão coletadas nos sites das Universidades que compõem o corpus de nosso
estudo, este corpus será apresentado logo adiante.
17
O crítico literário Harold Bloom (2001), em sua obra Como e Por Que Ler,
chama a atenção para a importância do prazer pela leitura no processo de formação
humana e destaca que não existe uma única forma de realizar uma leitura. Para ele,
a leitura precisa ser degustada, saboreada. Ela nos permite viajar por outros mundos
e conhecer mais pessoas e lugares do que seria possível se ficássemos apenas
alicerçados à realidade. O autor destaca o poder de transformação e a criticidade
que ganhamos ao nos tornarmos leitores, ele destaca que:
leitura deve nos proporcionar. Bloom (2001) também atenta para a literatura como
um modo de praticar e transmitir o bem e diminuir a solidão. O autor Freire (1989),
nesta mesma vertente, destaca também do prazer e das formas diferentes de leitura
que fazemos ao longo da vida.
De fato, em todos os momentos estamos realizando algum tipo de leitura,
estamos sempre nos sintonizando com a literatura que nos cerca, nem sempre o
texto escrito faz parte deste momento, ao observamos uma pintura, ou ouvirmos
uma canção estamos construindo uma leitura de mundo. Freire (1989) enfatiza que
o gosto pela leitura se desenvolve na medida em que os textos vão ao encontro de
nossos interesses, e o autor também destaca a natureza política do processo
educativo e o caráter educativo do ato político.
A educação entendida como um ato político, como a concebe Freire (1989),
colabora no aprendizado de uma leitura crítica, capaz de moldar o crescimento do
docente e do educando, em uma tarefa mútua de busca por conhecimento e por
desenvolvimento humano. A partir disso tornamo-nos capazes de reconhecer aquilo
que é direito de todos e assim trabalhar em prol de uma sociedade mais justa. A
educação auxilia na construção de um pensamento comum, no qual nos tornamos
capazes de perceber que se algo nos é essencial, também deve ser para o outro.
Candido (2011), ao falar sobre a leitura literária, defende que ela precisa ser
entendida como um direito por ser capaz de preencher lacunas, conectando a leitura
atual e as experiências anteriores. Não é admissível que a literatura esteja separada
da lista de elementos essenciais, sendo prerrogativa de poucos. Nesse sentido, o
autor destaca que:
conhecimentos atuais. Vai assim, nos moldando ao passo que crescemos enquanto
seres críticos cada vez mais inseridos em uma sociedade.
Ao negar esse direito, corre-se o risco de prejudicar imensamente o
desenvolvimento da personalidade de um indivíduo, pois além dos fatores
anteriores, a literatura também funciona como porta de vazão para o caos interior,
organizando sentimentos confusos, humanizando (CANDIDO, 2011).
Candido (2002) salienta que a literatura possui diferentes atitudes, ela
trabalha na formação dos indivíduos, possuindo também uma função educativa, uma
vez que amplia a forma de olhar para a realidade, construindo novas posturas frente
à sociedade. Possui uma função social, uma vez que representa a realidade de
diferentes períodos, podendo exercer uma ação humanizadora ou até alienadora.
O estudioso destaca que, pensando no ensino, tem se dando muita atenção
para a questão estrutural da obra literária, esquecendo seu valor enquanto objeto
capaz de sensibilizar, de despertar as mais variadas emoções, ultrapassando os
simples limites estruturais. O ser humano precisa de fantasia para viver da mesma
forma que precisa do alimento. Isso nos atenta para questões de como a literatura
vem sendo tratada na sala de aula, como está presente na vida de nossos
educandos.
O estudioso Todorov (2009) vai ao encontro das ideias de Candido (2002)
quando defende que a compreensão do texto precisa acontecer enquanto produção
inserida em uma sociedade e em um tempo. O crítico búlgaro busca reforçar o
caráter relacional da literatura com os demais saberes e com o mundo, apoia o
resgate do espírito do século passado, que distinguia na literatura uma verdade
sobre o mundo. A literatura é capaz de revelar o indivíduo, é a forma que o próprio
homem busca para se compreender, compreender suas paixões e seus medos.
Os estudos destes autores levam-nos à tentativa de compreender como a
literatura está presente na Educação Básica atual, uma vez que, como já destacado
pelos estudiosos citados, a força humanizadora da literatura está fortemente ligada à
formação do ser humano, e isso está relacionado ao processo de ensino. Vamos
buscar nas leis e nos documentos oficiais entender como a literatura é encarada na
formação da educação básica, interligando os documentos com os estudos de
nossos autores, objetivando entender até que ponto a compreensão sobre a
importância da literatura apresentada pelos autores também está presente (ou não)
nos documentos que regem a prática educativa e na realidade escolar.
25
Fica evidente que, mesmo sendo necessário que a parte estrutural e formal
da literatura seja compartilhada com o educando, existe a possibilidade de trazer
formas mais funcionais e interessantes, capazes de auxiliar na formação cidadã e
ampliar os horizontes, em um caminho partilhado entre docente e discente.
Resgatando o que defende Todorov (2009), a promoção um ensino-aprendizado
inserido em uma sociedade e em um tempo, relacionando os saberes e o mundo, ao
encontro do vivido pelo educando, permite que este construa pontes e seja capaz de
mudar seu próprio destino.
Melo (2014) salienta que o debate referente a importância da leitura literária é
de ampla recorrência. A pesquisadora questiona o motivo de a escola e a academia
não conseguirem interferir de forma mais positiva na formação de leitores, e destaca
que o grande número de não leitores do Brasil está estreitamente ligado à forma
como a literatura é apresentada nas instituições de ensino, que prezam por um
modelo tradicional e conservador, aplicado desde o século XIX. A autora destaca:
docente conversam com o que diz Melo (2014). Nas Orientações curriculares para o
ensino médio, de 2006, no primeiro volume, encontramos a área de Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias, que debatem a necessidade da literatura no ensino
médio, ressaltando a arte e o fazer artístico. Nesse documento, fica evidente o
posicionamento de que a literatura não pode permanecer como privilégio de alguns,
devendo ser direito de todos, e, desta forma, estar ao alcance de todos, desde os
alunos com melhor situação financeira, até os menos abastados.
Leituras fora do padrão literário, como os Best Sellers, são apontadas nestas
orientações como desafios de leituras para os jovens, sem, é claro, descartar a
necessidade das obras literárias, mas permite que a leitura literária não seja a única
valorizada. Essa atitude, expressa nas orientações, denota a preocupação com a
leitura dos jovens, que precisa ser cativada, partindo das obras que podem
despertar maior interesse neste público. O letramento literário também é discutido,
assim como a importância de ler/conhecer a teoria a respeito da literatura e a obra
de autores destacados como Bakhtin e Candido (BRASIL, 2006).
Concordando com as ponderações de Melo (2014), Porto (2014, p.137)
destaca que “A literatura [...] é componente curricular de inegável importância para a
formação do aluno de educação básica [...]” exatamente por sua ligação com a
formação humana. A autora salienta que seu apagamento gradativo vem
acontecendo, tanto na sala de aula, quanto nos documentos que regem essa
prática, o que acarreta a docentes, cada vez mais, uma abordagem da literatura aos
seus alunos de forma imprópria ou até mesmo sem a sua presença enquanto
instrumento de formação de leitores na sala de aula.
Porto (2014) ainda salienta que os motivos que dificultam a formação de
leitores e a apresentação ideal da literatura nas escolas começam na formação dos
docentes, nas “[...] práticas de ‘ensino’ da literatura descontextualizadas e distantes
do universo alunar [...]” (p.140), nas quais a abordagem da literatura não acompanha
reflexões sobre como tratá-la em sala de aula, assim o docente sai do curso de
Letras despreparado e acaba encontrando muitos empecilhos na hora de despertar
nos alunos o gosto pela literatura.
É inegável a importância de “Valorizar a literatura e outras manifestações
culturais como formas de compreensão do mundo e de si mesmo.” (BRASIL, 2016,
p.66). Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2016, está assinalado o
entendimento de sua importância na formação do ser humano e na construção do
28
este docente precisa estar preparado para os desafios que encontrará na sala de
aula, apto para atuar nos diferentes níveis e fases de formação do educando.
Em 2009, com a Lei n. 12.014, a redação do artigo 61 da LDB se altera, como
podemos observar, salientando a profissão docente como uma das que integram a
educação escolar básica e ratificando que a formação de professores se dá em
curso médio ou superior, sem explicitar a exigência de curso de licenciatura:
A resolução ainda salienta que os cursos deverão ter, no mínimo, 3.200 horas
de efetivo trabalho acadêmico – 400 horas a mais em relação à regulamentação
anterior (a de 2002, que previa o mínimo de 2.800 horas), em cursos com duração
de, no mínimo, 8 (oito) semestres ou 4 (quatro) anos, compreendendo:
carga horária de 200 horas, de caráter mais “livre”, também assinala que a formação
de professores deve ser além do simples cumprimento de todas as disciplinas da
matriz curricular. Isso novamente atesta um interesse na formação mais consistente
desses profissionais.
Voltando ao que destaca a Resolução n. 2/2015 sobre a formação inicial e
continuada, temos no artigo 3 a seguinte explicação:
regulamentações. Ademais estas se omitem de explicitar regras para quem pode ser
o professor que forma professores, isto é, poderia haver uma orientação obrigatória
para que, nos cursos de licenciatura, os docentes responsáveis por formar outros
docentes: estejam de fato preparados; sejam provenientes de cursos de licenciatura,
tenham uma formação pedagógica que os permita formar professores de maneira
efetiva; estejam integrados à pesquisa, sejam professores-pesquisadores; e tenham
experiência na Educação Básica. Em outros termos, falta uma regulamentação que
obrigue que os cursos superiores tenham em seu compor docente professores
capacitados, tanto teoricamente, como também na prática para formar novos
professores.
Ao observarmos de forma empírica o contexto de cursos de licenciatura,
notamos que, em muitos cursos, é exatamente a falta do professor crítico, reflexivo,
que acaba dando lugar ao profissional com formação tecnicista, que não é nem
pesquisador e nem proficiente da prática em sala de aula, um profissional
generalista que não atinge com competência nem o saber e nem o saber fazer.
As leis, em um primeiro momento, parecem descrever um cenário favorável,
no qual todo professor sai especializado de sua formação, porém, ao não colocarem
regras para as instituições cumprirem quanto aos recursos humanos de que
dispõem para as licenciaturas, acabam permitindo formações deficitárias. Isso
ocorre, pelo menos em parte, porque o que vemos, muitas vezes, são professores
com formação precária, despreparados para a docência e para a pesquisa, com uma
formação superficial, acrítica e tecnicista, mas formando novos professores sem as
condições teóricas e prática adequadas.
As duas resoluções também trazem a pauta da autonomia do docente como
fator necessário para uma formação de qualidade. Esse fator também é apontado
por Tardif (2002) como essencial, a participação e o protagonismo dos professores
nas decisões que dizem respeito a sua prática estão assegurados nos textos dos
documentos estudados, mas, segundo defende o autor, ainda não é um fator
concretizado. No entanto, deixa muito explícito que é papel do professor buscar sua
qualificação, como se este tenha unicamente essa função; em outros termos, exime
o poder público, por exemplo, desse processo de formar, com qualidade,
professores para as escolas de educação básica.
O estudo dos documentos e dos autores que tratam da formação docente é
importante para a construção desta pesquisa, pois, desta forma, começamos a
44
[...] embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e
quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que
ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos nem formar é a ação pela
qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma ao corpo formado. Não há
docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do
outro. Quem ensina aprende e quem aprende ensina ao aprender.
O documento destaca que carga horária dos cursos de Letras é instituída pela
Resolução CNE/CP n.2, de 19 de fevereiro de 2002. Esta resolução institui a
duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de
formação de professores da Educação Básica em nível superior, isto é, orienta o que
é mínimo nessa formação. O artigo 1 da referida resolução informa que a carga
horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, precisa ser de, no mínimo,
2800 horas, divididas da seguinte forma:
Este profissional, segundo o autor, precisa estar apto para realizar a seleção
destes textos, considerando a maturidade emocional e o domínio da escrita do
aluno. Também destaca que nos cursos Stricto Sensu, os docentes não recebem
formação para serem professores, considera-se que, por na maioria das vezes esse
aluno já ser licenciado em letras, ele já tenha uma base prática satisfatória, realidade
que o autor destaca como enganosa, pois a formação dos cursos de licenciatura em
Letras, muitas vezes, é fraco não dando ao aluno os aportes necessários para atuar
na educação básica.
É válido lembrar que este licenciado que está cursando o stricto sensu será o
professor responsável por formar outros professores, é um profissional com
formação inicial precária, que não recebe uma formação docente no stricto sensu e
que reiniciará o círculo, formando novos professores sem uma base sólida.
Cosson (2013) ainda atenta para a necessidade de superar a tradição de
considerar que a formação docente cabe apenas ao licenciando em pedagogia.
Salienta que, atualmente, mesmo quando essa percepção é superada, o que ainda
se busca é a formação como professor de língua e não como professor de literatura,
o que acarreta na carência de reflexão sobre o que é a educação literária e quais os
seus objetivos, o que, segundo o autor, é um dos fatores da ineficácia do ensino de
literatura.
Neste estudo estamos tratando da importância da literatura para a formação
humana, para tanto precisamos falar também sobre a leitura, sobre como ela é
apresentada e como acontece durante a formação profissional de professores. O
hábito da leitura nos ajuda a desenvolver a criticidade e a imaginação, amplia nossa
visão de mundo e nossos conhecimento, poderíamos dizer que a leitura nos deixa
sempre um passo à frente, porém, com o desenvolvimento acelerado das
tecnologias e o acesso a informação rápida, parece surgir uma espécie de
“preguiça” em relação as leituras. Parece que estamos vivendo em um momento no
qual não há porque se deter em um texto longo se podemos ler um resumo breve
52
deste texto ou assistir um vídeo falando sobre ele. É claro que o desenvolvimento
das tecnologias é de grande importância, porém também é um dos motivos do
crescente número de não leitores.
Farias; Bortolanza (2012) salientam que a leitura possui relevância para o
bom convívio em sociedade e está fortemente atrelada ao sucesso escolar e
profissional dos indivíduos. Os autores destacam que a grande mídia desse tema na
atualidade acaba por cobrar que os docentes sejam leitores e estejam preparados
para formar leitores.
Quando os esforços em formar leitores terminam sem resultado a culpa acaba
recaindo sobre o docente, pois a escola é o espaço entendido para a formação
leitora, com todas estas perspectivas incidindo sobre os docentes. Nesse sentido os
autores afirmam a necessidade de convergir “[...] conhecimento teórico e prático
durante o processo de formação, acompanhado da reflexão como estratégia para
evitar a formação meramente técnica” (FARIAS; BORTOLANZA, 2012, p.34).
Dessa forma, torna-se imprescindível que o docente seja também um leitor,
pois como conduzir o educando ao ‘amor’ pela leitura sem primeiro possuí-lo? A
necessidade do professor desenvolver habilidades leitoras também está prevista nos
PCNs/Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) que tratam das
habilidades que são necessárias ao docente para uma atuação satisfatória na
educação. Ao professor é dada a missão de promover a formação do discente e seu
preparo para os desafios da sociedade tendo na leitura o sustento para tudo isso.
Sendo o docente exigido de tantas formas, notamos a importância de nos
voltarmos a sua formação inicial. Quando percebemos que o insucesso dos alunos
quanto a leitura é debate em todos os meios, notamos a necessidade de
compreender como acontece a formação dos professores para o trabalho com a
leitura, pois o papel desenvolvido pelo docente é capaz combater o fracasso dos
alunos junto a leitura, por isso precisa ser bem desempenhado.
A leitura é basilar na educação, apropriar-se dos significados de um texto e
produzir sentido é fundamental para a formação, sem contar que a leitura crítica e
reflexiva é essencial. Mas, para tudo isso, os professores precisam sair das
Universidades capacitados. O estudioso Orlandi (1988) salienta a importância da
leitura para a produção de sentidos em sociedade:
[...] quem lê também produz sentidos. E o faz, não como algo que se dá
abstratamente, mas em condições determinadas, cuja especificidade está
53
3 METODOLOGIA
3.2.2 Corpus
4
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. 3ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2001.
58
O roteiro de análise dos dados irá nos auxiliar a compreender nossa amostra,
e a visualizar em qual contexto cada um dos dez (10) cursos escolhidos pelo site
Exame (2015) como melhores do Brasil está inserido. O quadro abaixo nos ajuda a
compreender o que consideraremos durante a análise de dados.
4 ANÁLISE DE DADOS
Com fins
lucrativos
10%
Federal
40%
Sem fins
lucrativos
40%
Estadual
10%
mais qualificadas para formação de docentes de Letras. Fato que pode ser
explicado, pelo menos em parte, pela qualificação de professores e suas condições
de trabalho, bem como pelos processos seletivos discentes, mais exigentes para
ingresso do que pode ser observado em instituições privadas.
Quanto ao território no qual se situam os cursos de Letras, podemos observar
que eles estão divididos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, conforme gráfico 2,
que mostra que as regiões Norte e Centro não dispõem de opções de destaque
entre os 10 melhores cursos brasileiros de Letras.
Região Região
Nordeste Sul
30% 30%
Região
Sudeste
40%
5
Informações retiradas do site da Universidade:
63
11
Informações retiradas do site da Universidade: <http://www.ufc.br/a-universidade>. Acesso em 28
jan. 2018.
12
Informações retiradas do site da Universidade: <http://www.uesb.br/index.php>. Acesso em 28 jan.
2018.
65
Quadro 06: Carga horária total mínima e por disciplinas de língua e literatura
Carga Horária Carga horárias Carga horárias
total mínima das disciplinas das disciplinas
Nome da Instituição Região
obrigatórias de obrigatórias de
Língua Literatura
Universidade Federal 3315 1485 690
Rio Grande/RS
do Rio Grande
Universidade Federal 3784 1536 768
Fortaleza/CE
do Ceará
São José Dos 4320 960* 540*
Universidade Paulista
Campos/SP
Universidade Estadual Vitoria Da 3720 2175 600
do Sudoeste da Bahia Conquista/BA
Universidade São 3256 1488 640
São Paulo/SP
Judas Tadeu
Santana De 4320 960* 540*
Universidade Paulista
Parnaíba/SP
Universidade do Vale São 3582 1380* 420*
do Rio dos Sinos Leopoldo/RS
Universidade Federal 3280 780 660
Natal/RN
do Rio Grande do Norte
Universidade Federal 3230 1692** 1008**
São Carlos/SP
de São Carlos
Centro Universitário 3200 960 800
Lajeado/RS
UNIVATES
* Não há especificação de obrigatória ou optativa na matriz curricular.
** A matriz curricular não traz a carga horária, apenas os créditos, dessa forma consideramos 1
crédito como 18 horas.
Fonte: Elaborado pela autora com base em dados da pesquisa.
Teoria do Conto 4 60
Tópicos de Teoria da Literatura I 4 60
Tópicos de Teoria da Literatura II 4 60
Universidade Federal Do Ceará
Literatura Grega III - 64
Literatura Grega IV - 64
Tópicos de Literatura Grega - 32
Literatura Latina III - 64
Literatura Latina IV - 64
Tópicos de Literatura Latina - 32
Literatura Latina I - 64
Literatura Latina II - 64
Literatura Grega I - 64
Literatura Grega II - 64
Fundamento de Literatura Comparada - 64
Teoria do Verso - 64
Tópicos de Literatura Portuguesa - 32
Literatura Infantil Universal - 64
Literatura Infantil Brasileira - 64
Literatura Regionalista - 64
Tópicos Especiais de Narrativa Brasileira Contemporânea - 32
Tópicos de Literatura Brasileira - 64
Literatura Popular em Verso - - 32
Tópicos de Literatura Africana de L Portuguesa - 64
Laboratório de Criação Literária - 64
Tópicos Especiais de Teoria da Literatura - 64
Leituras do Cânone Ocidental - 64
Introdução a Lírica Moderna - 64
Tópicos Especiais de Literatura Brasileira - 64
Literaturas de Língua Portuguesa - 64
Literatura Cearense II - 64
Literatura Cearense I - 64
Tópicos de Literatura Portuguesa II - 32
Literatura Infantil Universal - 64
Tópicos de Literatura em Língua Inglesa - 32
Universidade Paulista
Não Discriminadas na Matriz Curricular - -
Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia
História Literária II - 60
Literatura Comparada e o Estudo de Obras Poéticas do - 60
Séc. XX
Literatura Comparada: Problemas e Métodos - 60
Literatura Infantil I - 60
Literatura Infantil II - 60
Problemas em Teoria da Literatura 60
Psicanálise e Análise Literária - 60
Teoria da Literatura Comparada em Nível Avançado - 60
Teoria da Literatura e História Literária - 60
Teoria da Psicanálise e Discurso Ficcional - 60
Teoria Literária e Cinema - 60
Teorias Estéticas e Produção Literária na Europa - 60
Teorias Estéticas e Produção Literária no Brasil e América - 60
Latina
Tópicos de História da Literatura Brasileira I - 60
Tópicos de História da Literatura Brasileira IV - 60
Tópicos de História da Literatura Brasileira VII - 60
Tópicos de História da Literatura Brasileira VIII - 60
Tópicos de História da Literatura Brasileira IX - 60
68
CH Língua CHLiteratura
600
1008
768
690 640
420
800
540 540
2175 660
1692
1485 1536 1488
1380
U n i v er si d ad e U n i versi d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e U n i v er si d ad e C en t r o
F ed er al d o R i o F ed er al d o P au l i st a 1 Est ad u al d o São J u d as P au l i st a 2 d o Val e d o R i o F ed er al d o R i o F ed er al d e S ão U n i v er si t ár i o
Gr an d e C ear á S u d o est e d a Tad eu dos Sinos Grande do C ar l o s U NI VATES
Bah i a Norte
Na Universidade São Judas Tadeu (USJT), são exigidas 3256 horas totais
mínimas para que o acadêmico se forme, destas 1488 horas são destinadas a
disciplinas de língua, divididas em 48 horas de ensino a distância, 520 horas de
disciplinas práticas e 920 horas de disciplinas teóricas. O curso oferta 640 horas de
disciplinas literárias teóricas. Na matriz curricular não há disciplinas optativas, mas
há uma exigência de 384 horas em atividades complementares de Graduação.
Quanto aos estágios, são 480 horas assim discriminadas:
* Estágio - Ensino Médio (240h);
* Estágio Supervisionado - Ensino Fundamental (240h).
O curso de letras da USJT não traz em sua matriz curricular uma
especificação se os estágios são em língua ou em literatura, apenas os dividindo
entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, mas, dada a ênfase que a língua
possui sobre a literatura no curso em destaque, podemos acreditar que o estágio
siga esta mesma linha.
destinadas à língua e 660 horas à literatura, apesar de ainda trazer números mais
baixos para a literatura, apresenta uma diferença menor em relação às demais
Universidades.
O curso traz as demais disciplinas em forma de oficinas, divididas em: Oficina
de Práticas como Componente Curricular com 400 horas; Optativa do grupo I
(linguagem como fenômeno cognitivo, psicológico e social) com 60 horas; Optativa
do grupo II (linguagem como fenômeno educacional e social) com 60 horas; e
Optativa do grupo III (linguagem como fenômeno cultural, político e ideológico), com
60 horas, essas 580 horas precisam ser efetivadas pelos alunos, cabe a eles a
escolha de quais disciplinas de cada grupo irão cursar para totalizar a carga horária
necessária. Ainda são ofertadas 480 horas em disciplinas optativas, das quais os
alunos precisam integralizar 120 horas.
O curso apresenta quatro estágios de 100 horas cada, cumprindo as 400
horas exigidas. Não há especificação se são estágios em língua ou em literaturas,
pois eles são nomeados como estágios de formação de professores. Os estágios
são os seguintes:
* Estágio Supervisionado de Formação de Professores I (Português) (100h);
*Estágio Supervisionado de Formação de Professores II (Português) (100h);
*Estágio Supervisionado de Formação de Professores para o Ensino Fundamental
(100h);
*Estágio Supervisionado de Formação de Professores para o Ensino Médio (100h)
curso de Letras da UFSC não traz os valores em horas e sim em créditos, dessa
forma interpretamos cada crédito como 18 horas.
Há a exigência de cumprir 120 horas em disciplinas optativas, porém não
localizamos no site do curso e na matriz curricular a descrição destas disciplinas, o
que nos inviabiliza de realizar uma descrição mais precisa. Também não localizamos
a indicação das disciplinas práticas, apenas no sétimo semestre há a indicação de
cursar uma disciplina optativa de caráter prático com 72 horas, porém sem
referenciação quanto ao enfoque dessas práticas.
Aos estágios são destinadas 504 horas, todas destinadas à língua, assim
distribuídas:
*Estágio Supervisionado e Orientação para Prática Profissional em Língua Inglesa 1
(144h);
*Estágio Supervisionado e Orientação para Prática Profissional Língua Portuguesa 1
* Estágio Supervisionado e Orientação para Prática Profissional em Língua Inglesa 2
(72h);
* Estágio Supervisionado e Orientação para Prática Profissional Língua Portuguesa
2 (144h).
Aos estágios são conferidas 400 horas, é relevante destacar que o curso
possui entre seus estágios espaço para a literatura anunciado no próprio nome da
disciplina, ainda assim ela é apresentada em conjunto com a língua, não possuindo
um estágio próprio. As disciplinas de estágio estão distribuídas da seguinte forma:
* Estágio Supervisionado de Iniciação à Docência I - Língua Portuguesa e Literatura
(80h);
* Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura - Ensino Fundamental
(160h);
* Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura - Ensino Médio (160h)
comparada; Ensino de literatura. Vamos tentar identificar estes quatro eixos nos
currículos dos dez cursos de Licenciatura em Letras, eleitos como melhores, pelo
ranking do site Exame (2015).
cada um deles. Que leitura fazemos desse cenário? Primeiro: teoria não é tão
importante, contrariando os que postulam as DCNS quando estas afirmam que deve
haver um domínio teórico de estudos literários. Segundo: pode haver uma tendência
de os textos literários serem abordados de forma mais “empírica”, ou seja, sem uma
leitura mais consistente que correlacione texto literário a conceitos teóricos. Nesse
contexto, inferimos que a formação de professores de literatura também é
prejudicada, lacunar.
Rogel Samuel (2002), ao falar sobre a teoria da literatura, salienta que ela tem
como finalidade o estudo da literariedade, da evolução literária, dos gêneros
literários, da narratividade, das influências externas, sejam políticas ou culturais,
sobre a produção literária. O autor destaca que “A primeira tarefa de teoria literária
consiste em saber o que é literatura. A teoria literária funda um tipo de atividade
intelectual chamada crítica literária. Muitas vezes só conhecemos a crítica, da qual
se depreende a teoria” (SAMUEL, 2002, p.4).
O autor nos leva a refletir se o tempo destinado, nos cursos analisados, aos
estudos destas teorias é suficiente para que este acadêmico realmente compreenda
tudo que ela abarca e se torne capaz de ensinar a outros sobre ela. É inegável que a
carga horária que cada uma das universidades dispõem para este ensino é mínima
dada a grandeza do conteúdo teórico que precisa ser aprendido pelo educando.
Usando os valores expressos no quadro 12, é possível verificar que a média
da carga horária das disciplinas de literatura destes dez cursos é de 666,6 horas,
destas, a média destinada à teoria da literatura é de 87,0 horas, o que pode ser
melhor visualizado no gráfico abaixo, que mostra que apenas 13% dessas horas são
destinados aos conhecimentos teóricos:
13%
87%
Fonte: A autora
Literatura portuguesa I 60
Literatura portuguesa II 60
Panorama cultural da literatura brasileira 60
Literatura portuguesa III 60
Seminário para o ensino de literatura brasileira 30
Literatura brasileira I 64
Literatura portuguesa II 64
Universidade Literatura brasileira II 64 384 768
Federal do Ceará Literatura portuguesa III 64 (50%) (100%)
Literatura brasileira III 64
Literaturas africanas de língua portuguesa 64
Literatura brasileira: poesia 60
Literatura brasileira: prosa 60
Universidade
Literatura portuguesa: poesia 60 330 540
Paulista (São Jose
Literatura portuguesa: prosa 60 (61,11%) (100%)
Dos Campos)
Literatura pós-colonial 30
Literaturas africanas de língua portuguesa 60
Universidade Literatura brasileira I 60
180 600
Estadual do Literatura portuguesa 60
(30%) (100%)
Sudoeste da Bahia Literatura brasileira II 60
Literatura portuguesa: eras medieval e clássica 80
Literatura brasileira: era colonial 40
Universidade São Literatura brasileira: era imperial 80 400 640
Judas Tadeu Literatura portuguesa: eras romântica e realista 40 (62,5%) (100%)
Literatura brasileira: era republicana 80
Literatura portuguesa: era moderna 80
Literatura brasileira: poesia 60
Literatura brasileira: prosa 60
Universidade
Literatura portuguesa: poesia 60 330 540
Paulista (Santana
Literatura portuguesa: prosa 60 (61,11%) (100%)
de Parnaíba)
Literatura pós-colonial 30
Literaturas africanas de língua portuguesa 60
Narrativa literária do Brasil 60
Universidade do
Poesia brasileira 60 240 420
Vale do Rio dos
Sistema literário brasileiro 60 (57,14%) (100%)
Sinos
Literatura de expressão portuguesa 60
Literatura portuguesa: eras medieval e clássica 60
Literatura portuguesa: era romântica e modernidade 60
Literatura portuguesa: séculos XX e XXI 60
Literatura brasileira: das origens ao romantismo 60
Universidade
Literatura brasileira: realismo, naturalismo e 420 660
Federal do Rio 60
parnasianismo (63,63%) (100%)
Grande do Norte
Literatura brasileira: simbolismo, pré-modernismo,
60
primeira e segunda gerações modernistas
Literatura brasileira: da terceira geração modernista à
60
atualidade
Literatura portuguesa: do período medieval ao
72
neoclassicismo
Formação da literatura brasileira 72
Consolidação da literatura brasileira 72
Universidade
Literatura portuguesa: romantismo e realismo 36 576 1008
Federal de São
Literatura brasileira: o período moderno 72 (57,14%) (100%)
Carlos
A literatura brasileira no período pós-guerra 72
Literatura portuguesa: modernismo à atualidade 72
A literatura brasileira no período contemporâneo 36
Literaturas africanas de língua portuguesa 72
90
Literatura brasileira I 80
Literatura sul-rio-grandense 40
Centro
Literatura brasileira II 80 400 800
Universitário
Literatura brasileira III 80 (50%) (100%)
UNIVATES
Literatura brasileira IV 80
Literaturas lusófonas: seminários de leitura 40
Fonte: A autora com base nos dados do estudo
porém, a literatura não fará parte, ou estará presente de forma minimizada, deste
momento decisivo.
Oliveira e Cunha(2006) destacam que a finalidade do Estágio Supervisionado
é possibilitar ao aluno a oportunidade de aplicar seus conhecimentos acadêmicos
em situações da prática, criando a possibilidade de exercitarem suas habilidades.
Um profissional bem qualificado profissionalmente, preparado e bem amparado em
sua formação inicial poderá exerce seu papel de cidadão em uma sociedade,
formando outros cidadãos preparados para a vida em sociedade, mas isso requer
experiências e vivências práticas. Portanto, possibilitá-las no âmbito da literatura
parece-nos uma questão essencial para a formação de professores de Letras, algo
que está sendo negligenciado nas formações que analisamos.
95
CONCLUSÃO
mesmo maior que essa e que ainda não ofertam, ou o fazem de forma mínima,
disciplinas importantes como as teorias literárias, a literatura comparada, as
literaturas regionais, periféricas, afrodescendentes e indígenas. Parece-nos que a
questão da carga horária é apenas uma parte de tantos requisitos que merecem ser
revistos na formação de Letras.
Ao entender o cenário encontrado nas propostas dos dez melhores cursos de
Letras, segundo ranking da revista Exame, tornamo-nos capazes de refletir sobre as
possibilidades de ensino da literatura. Não há a intenção de julgar a forma como os
currículos são organizados, porém, ao demostrar os dados acreditamos que
estaremos auxiliando as Universidades em geral a repensar, estudar e se
necessário, reestruturar seus currículos.
Ao nos propormos a realizar esta pesquisa e entender como são ofertadas as
disciplinas de literatura e quais as implicações que isso traz à formação de
professores, visamos a encontrar um caminho que possa conduzir a literatura
novamente ao seu lugar de direito, ou seja, um lugar de destaque que a coloque, de
fato, como objeto a ser conhecido, compreendido, valorizado, tal como entende
Antonio Candido, autoridade no assunto e autor aludido no início desta dissertação.
No cenário atual, no qual vemos cursos de Letras sendo fechados por todo
país, professores desvalorizados e desmotivados urge mostrarmos a importância de
um professor. Essa valorização só será alcançada quando tivermos cidadãos
conscientes de seu papel social e capazes de lutar por seus direitos, entendemos
que a literatura é parte importantíssima na formação destes cidadãos e por este
motivo, precisamos lutar pelo seu lugar, pela garantia de sua oferta e de seu ensino
qualificado.
Mas o que vemos na realidade da formação inicial dos professores e que
acaba refletindo na educação básica é que a literatura se apaga cada vez mais.
Acreditamos que, ao compreendermos como o professor é apresentado às
disciplinas literárias em sua formação inicial, também iremos compreender o que
acontece nas salas de aulas e o porquê do apagamento de uma disciplina tão ligada
à formação humana, principalmente ao consideramos que os professores estão, de
toda forma, intimamente ligados à formação cidadã de seus educandos.
São muitos os problemas deste gradativo apagamento da literatura nos
cursos de licenciatura em Letras. A literatura desperta o prazer da leitura, auxilia-nos
com nossas emoções e nos permite múltiplas experiências em vários aspectos, o
98
REFERÊNCIAS
EXAME. Os melhores e piores cursos de letras, segundo o MEC. Site Exame. 2015.
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/os-melhores-e-piores-cursos-de-
letras-segundo-o-mec/>. Acesso em: 10 dez. 2017.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PAIVA, V.L.M.O. O novo perfil dos cursos de Licenciatura em Letras. In: TOMICH
(Org.). A interculturalidade no ensino de inglês. Florianópolis: UFSC, 2005.
p.345-363.
ANEXOS
106
a) ES
Fonte: Site EXAME (2015).