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Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Anais da I Semana de Arqueologia, Suplemento 8: 149-153, 2009

Oficina de educação patrimonial para o ensino fundamental


em Aquidauana, MS*

Lucicleide Gomes dos Santos**


Ilza Alves Pacheco***

SA N T O S, L. G.; PACHECO, 1. A. Oficina de educação patrimonial para o ensino fundamental em Aquidauana, MS. Revista
do Museu de Arqueohgia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 8: 149-153, 2009.

Resumo: Este artigo surgiu a partir de uma oficina de educação patrimonial, realizada durante
a Semana de História, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, visando a contribuir para o
desenvolvimento de questões ligadas à educação patrimonial e sua importância. Este pequeno texto
é destinado a professores, historiadores, arqueólogos, enfim, todos os que se interessam por questões
patrimoniais e históricas.

Palavras-chave: Cultura - Patrimônio arqueológico - Educação patrimonial

Introdução valorização de sua herança cultural, o que


possibilita o fortalecimento dos sentimentos de
Tanto as crianças como os adultos precisam identidade e cidadania. Segundo Machado et
compreender o papel do patrimônio com o qual al. (2003:46), sendo, portanto, um instrumento
muitas vezes convivem, melhorando a interação de “alfabetização cultural” que auxilia o
da comunidade com o mesmo através da indivíduo a fazer a leitura do mundo que o
educação. rodeia, instigando-o a compreender o universo
Os objetos e expressões do patrimônio sociocultural e a trajetória histórico-temporal em
cultural funcionam como ponto de partida para que está inserido.
a atividade pedagógica, realizada por meio da
observação, do questionamento e da exploração
de todos os aspectos desses objetos e expressões. Arqueologia e educação patrimonial
A educação patrimonial busca levar crianças
e adultos a um processo ativo de conhecimento A Educação dirigida para a preservação,
crítico, apropriação consciente e conseqüente conservação e valorização cultural é denominada
de educação patrimonial (Soares 2003: 25).
A educação patrimonial foi implantada no
Brasil na década de 1980 por Maria de Lourdes
Parreiras Horta, do Museu Imperial do Rio
de Janeiro. Sua metodologia tomou-se uma
alternativa de alfabetização cultural. Esta promove
uma transformação na maneira de tratar a cultura
(*) Oficina realizada durante a Sem ana de História da e busca revisão e aprimoramento nas formas de
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, atendendo
devolução do conhecimento científico para o
trinta alunos do ensino médio das escolas do município de
Aquidauana, MS.
público leigo. O cidadão precisa compreender sua
( * * ) Graduação em Turismo e Especialização em História importância no processo sociocultural-ambiental
Regional pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. no qual está inserido e vislumbrar uma mudança
( * * * ) pedagoga e Mestranda em Ensino de Ciências pela positiva no seu relacionamento com o patrimônio
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. ambiental/cultural.

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n ■ j ^ F A- Oficina de educação patrimonial para o ensino fundamental em Aquidauana, MS.
Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 8: 149-153, 2009.

A educação patrimonial envolve educação patrimonial, pode (e deve) utilizar os


procedimentos interdisciplinares em torno dos métodos de ensino/aprendizagem das linguagens
objetos culturais, cujo interesse é promover o artísticas (e.g. desenho, pintura, oficinas de
conhecimento, a apropriação e a valorização cerâmica, colagens) e da estética do cotidiano, ou
da herança cultural. Suas conseqüências são: a seja, o que é rotineiro, comum, faça parte do seu
geração e produção de conhecimentos, melhor cotidiano ( e.g. contato com os sítios e vestígios
usufruto desses bens e o processo contínuo arqueológicos da região na qual a comunidade está
de criação cultural. Neste caso, a educação inserida) propostos por Freire (apud Lima 2001:8).
patrimonial atua de forma integrada com o A educação patrimonial é materializada
trabalho arqueológico fundamentando-se nos por meio do estudo de objetos comunitários
princípios éticos, estéticos/pedagógicos e políticos como estratégia de aprendizagem do contexto
(Lima 2005: 12). sociocultural/ambiental. Toda ação educativa
O princípio ético tem como base uma deve ser elaborada tendo em vista as necessidades
concepção de comunidade protagonista das das comunidades envolvidas.
transformações sociais, visando à criação de Horta et ai, (1999:6) definem a educação
condições de autossustentabilidade por meio de patrimonial como um “processo permanente e
processos educativos, voltados ao patrimônio sistemático de trabalho educacional centrado
arqueológico local e de formação específica para no patrimônio cultural, como fonte primária de
a produção cultural geradora de renda, a partir conhecimento e enriquecimento individual e
das potencialidades das crianças, jovens e adultos coletivo”
dessas comunidades e tomando com referência os Ações de educação patrimonial têm-
bens culturais. -se destacado em vários países da América
Os princípios estéticos/pedagógicos buscam Latina, onde estão ocorrendo encontros para
promover a compreensão sobre a necessidade debater o tema. Os países que se distinguem na
de se preservar o patrimônio arqueológico, implementação de ações de educação patrimonial
desenvolvendo ações educativas, por meio são o Chile e o Uruguai, mas a maioria dessas
de metodologias sistematizadas de educação ações está na fase inicial (Haigert 2003:33).
patrimonial e de educação artístico/estética, que A Educação Patrimonial encontra-se também
por sua vez, contribuirão com o combate à evasão em ações isoladas, geralmente como experiências
escolar e ao analfabetismo. piloto com pouca continuidade e pouca
Quanto ao princípio político concentra-se profundidade temporal. Em outras palavras, existe
na articulação dos processos educativos que um “vazio” a ser preenchido, no que se refere ao
estão sendo desenvolvidos com atores sociais, retomo social da universidade às comunidades,
envolvendo suas famílias, as escolas, as igrejas direta ou indiretamente ligada a ela, quanto à
e outras instituições locais, bem como suas educação e valorização do patrimônio.
lideranças, propiciando, deste modo, a ampliação O Estado de Mato Grosso do Sul apresenta,
desses saberes e fazeres e o fortalecimento das até o momento, mais de 600 sítios arqueológicos
comunidades. cadastrados no IPHAN (Instituto do Patrimônio
Segundo Soares (2003:24), a sensibilização Histórico e Artístico Nacional), e milhares
na educação patrimonial deve ser um exercício de de sítios ainda a cadastrar desconhecidos da
interação da população com os patrimônios de sua comunidade científica. Sob o benefício da Lei
região. Para que haja uma melhor compreensão 3.924 (26/7/1961), todos os sítios são considerados
inicial, devem-se utilizar patrimônio concreto e bens patrimoniais da União e contam com
vestígios que possam ser tocados e, ou, percebidos. proteção especial. Entretanto, ainda que sejam
Paulo Freire (2001: 15) já professava que a leitura bens patrimoniais, os sítios arqueológicos
da palavra é precedida da leitura do mundo e a continuam desprotegidos e sofrendo graves
expressividade é uma necessidade essencial do ser processos de depredação. Assim como em outros
humano. Estados do território nacional, em Mato Grosso
Neste contexto, a Arqueologia pode servir do Sul o IPHAN tem por objetivo assegurar
como subsídio na aplicação das diretrizes da que o patrimônio arqueológico seja protegido e
educação patrimonial. Uma vez que tem por utilizado como bem público. Contudo, sem uma
objeto de estudo os vestígios da cultura material participação efetiva da sociedade, o esforço é em
de sociedades pretéritas, a arqueologia, dentro da vão (IPHAN 2007).

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Lucicleide Gomes dos Santos
Ilza Alves Pacheco

Mato Grosso do Sul apresenta um rico princípios da pesquisa-ação, permitindo que se


patrimônio arqueológico. Porém, a maioria crie um espaço aberto de percepção cultural,
da população desconhece a existência e a de diagnóstico e provocando a discussão e o
importância dos vestígios arqueológicos como amadurecimento coletivo. O quadro a seguir
também a situação em que se encontram. permite uma melhor visualização das articulações
A arqueologia sempre foi tema de entre esses métodos (Lima 2005: 11-12).
reportagens, filmes e documentários. No entanto, E Alencar (1989:57) acredita que “a
a mídia ainda se mostra ineficaz na difusão do educação patrimonial, centrada no objeto
conhecimento sobre arqueologia e ambiente/ cultural, também preconiza a cultura viva, pois
patrimônio. Neste contexto, alunos das redes lida com a evidência material da cultura e apela
pública e particular de ensino de Mato Grosso mais para o concreto, o sensível, o visual e o
do Sul apresentam deficiências relevantes emocional do que para palavras e ideias. A tarefa
relacionadas ao conhecimento de arqueologia (cf. da educação patrimonial se refere a transmitir ao
Pacheco et al. 2004) • indivíduo a consciência do patrimônio cultural
A divulgação dos resultados de uma pesquisa e essa consciência implica a consciência de que
arqueológica não deve se restringir ao meio ele é produtor. Ele recebe, se utiliza (é, portanto,
científico, pesquisadores e educadores devem unir consumidor) e produz ou cria esse patrimônio”
esforços para que as comunidades tenham acesso Portanto, a educação patrimonial é uma
aos resultados das pesquisas científicas de maneira ação que visa à conscientização das comunidades
didática e direta. acerca da importância da criação, valorização e
preservação do patrimônio arqueológico local.
Diante do exposto, a oficina de educação
Oficina de educação patrimonial abordando patrimonial teve por objetivo promover o
patrimônio arqueológico interesse dos participantes pelo patrimônio
arqueológico e sua preservação através de
Dentro da visão apresentada, as descobertas trabalhos de educação patrimonial em relação
arqueológicas devem ser reveladas para a aos sítios arqueológicos existentes em Mato
comunidade por meio da educação e da Grosso do Sul, e principalmente da região de
sensibilização sobre a relevância da preservação Aquidauana e Anastácio, que conta atualmente
do patrimônio natural/material como parte da com mais de 30 sítios conhecidos na área dos
história e da vida dos cidadãos. Assim, o desfecho dois municípios. Espera -se não só conscientizar
da divulgação da arqueologia não terá apenas os alunos quanto à preservação do patrimônio
como produto a alfabetização cultural, mas arqueológico, como também envolvê-los com
também a alfabetização ambiental. esta problemática, de modo que se tornem
As vezes, as pessoas depredam o patrimônio agentes multiplicadores.
sem conhecer sua verdadeira importância, seu
significado. Por isso é importante desenvolver tais
iniciativas que trazem uma alternativa para se Metodologia
conservar este patrimônio e ensinar à população
e aos visitantes, o que é esse patrimônio e como Para atingir o objetivo, apresentaram-
protegê-lo (Santos 2006: 20). se informações até agora levantada sobre a
As propostas metodológicas de educação arqueologia do Estado de Mato Grosso do
patrimonial quanto à observação e registro, Sul, relatando as descobertas arqueológicas
exploração e apropriação do patrimônio para a comunidade, através de um trabalho
arqueológico devem ser realizadas de de curto prazo, esclarecimento, educando
forma integrada com as ações de leitura, e conscientizando quanto à importância da
contextualização e produção de imagens e preservação do patrimônio como parte da história
de objetos culturais dos métodos de ensino/ e da vida das pessoas, visando a encontrar, neste
aprendizagem em arte e articuladas aos processos tempo, multiplicadores da ideia, que possam dar
de observação, interação e intervenção na continuidade à iniciativa.
realidade social e cultural dos atores sociais, A Oficina atendeu trinta alunos que cursam
ocorrendo por meio de entrevistas, análise o ensino médio das escolas do município de
de documentos e histórias de vida, conforme Aquidauana/MS, sendo realizada durante a

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SA N T O S, L. G.; PACHECO, I. A. Oficina de educação patrimonial para o ensino fundamental em Aquidauana, MS.
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 8: 149-153, 2009.

Semana de História que ocorreu no Campus de de potes de cerâmica, aplicadas tanto no ensino
Aquidauana da Universidade Federal do Mato fundamental quanto no ensino médio.
Grosso do Sul. Os alunos do ensino fundamental
Para o desenvolvimento das atividades, desenvolveram desenhos, quebra-cabeças e
foi elaborado um texto explicativo contendo mosaicos inspirados nas temáticas de arqueologia,
informações sobre arqueologia e a ocupação da pré-história e da etnia Terena.
região por índios Guaná, a organização de um kit
arqueológico contendo “ossos de animais”, “peças
líticas e cerâmicas”, para a simulação de uma Resultados
escavação, oficina de arqueologia experimental,
As atividades mostram-se adequadas a
com argila e lítico, e a exposição da produção
todas as idades, o que reforçam a ideia de que
artística dos alunos (redações, desenhos e
para trabalhar com crianças e adolescentes há
cerâmicas) (cf. Pacheco et al. 2004; Soares; Klamt
necessidade de atividades diversificadas.
2004: 27-28).
Todos os alunos participaram de simulações
Atividades desenvolvidas foram: (1)
de escavações e classificaram os materiais
questionários de sondagem para alunos; (2)
encontrados em: líticos, fragmentos de cerâmica,
palestras e discussão de textos e apostilas
carvões e ossos de animais. Os “vestígios
relacionados à arqueologia e patrimônio; (3)
arqueológicos” foram quantificados e plotados
confecção de história em quadrinhos pelos
em gráficos pelos alunos. Os textos e os desenhos
alunos; (4) redações; (5) dinâmicas em grupo; (6)
produzidos pelos alunos apresentaram coerência
oficinas de desenho; (7) remontagem e oficina de
inerente a cada estágio do desenvolvimento
cerâmica, recorte e colagem; (8) observação de
psicopedagógico (cf. Lima 1980; Piaget
vestígios arqueológicos, tais como líticos e ossos 1997). Neste sentido, pôde-se verificar que a
da arqueofauna; (9) simulação de uma escavação manipulação dos objetos e as atividades práticas
arqueológica. são recursos positivos para a construção do
No primeiro momento da oficina, os alunos conhecimento e para a alfabetização cultural.
foram avaliados e sensibilizados por meio de Além disso, as redações serviram como subsídios
questionários de sondagem. Neste sentido foram para a avaliação deste projeto.
observados e despertados os conhecimentos dos Por meio das palestras, das oficinas artísticas,
estudantes sobre arqueologia e pré-história. dos textos, das dinâmicas de grupo e dos debates
Durante as palestras as crianças observaram em sala de aula, os alunos foram capazes de
figuras de potes de cerâmica, registros rupestres do produzir desenhos e textos simples, porém
Estado e da região e escavações arqueológicas. Os coerentes sobre os temas desenvolvidos na ação
alunos também manipularam objetos similares a educativa. Além disso, demonstraram sentirem-se
artefatos líticos, cerâmicos e ossos de animais. cidadãos ativos na construção do conhecimento
A abordagem do tema “vestígios e da identidade histórico-cultural de sua
arqueológicos” foi realizada através da restauração comunidade.

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Lucicleide Gomes dos Santos
Ilza Alves Pacheco

SA N T O S, L. G.; PACHECO, I. A. Presentation of the archaeological heritage for elementary school students by the means
of an patrimonial education workshop method, Aquidauana, MS. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo,
Suplemento 8: 149-153, 2009.

Abstract: This article was emergerd from a Patrimony Education Oficine done during the History
Weekday of the Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. This paper aims to contribute to the
improvement of issues of the patrimony education, and its relevance. This small text is desingnated to
teachers, historians, archeologists, etc., and to all those that are interested in patrimonial and historical
questions.

Keywords: Culture - Archaeological heritage - Education

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