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Matrícula: 508261
O poema “Elegia 1938” faz parte da obra “Sentimento do Mundo”, livro profundo que
traz poemas que retratam a realidade nua e crua, mas com doçura e serenidade que só Carlos
Drummond de Andrade sabia fazer. Drummond critica a mecanização do homem e a falta de
sentido da vida. O poema “Elegia 1938” tem caráter fúnebre, sombrio, e a tristeza é percebida
ao longo de seus versos, tal fato está de acordo com a época em que Drummond de Andrade
escreveu-o. O final da década de 1930 é marcado pelo endurecimento do regime de Getúlio
Vargas, conhecido como Estado Novo, e pela ascensão dos regimes totalitários Nazismo e
Fascismo, na Alemanha e na Itália, respectivamente.
O poema tem caráter social, aqui Drummond faz uma alusão, e também uma crítica,
aos autointitulados “heróis” que vez ou outra surgem na nossa história com bravatas
autoritárias e discursos prontos, muitas vezes populistas, em busca de apoio para alcançarem
e se manterem no poder. O “guarda chuvas de bronze” nos induz a pensar no militarismo
desses heróis, que recorrem à “sinistras bibliotecas” que nos faz pensar em escritos sombrios
e retrógrados que inspiraram figuras como Adolf Hitler e Benito Mussolini. Aqui, o autor faz
uma crítica a um momento sombrio e tenebroso que o Brasil e a Europa passavam, momentos
de repressão e coerção de direitos e liberdades.