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PATOS DE MINAS
2021
Resumo
Alguns dos distúrbios mais comuns que ocorrem durante a gestação, parto e puerpério
são as distocias, retenção de placenta, gestação múltipla, gestação prolongada, infecção
uterina e prolapsos.
INTRODUÇÃO
É designado prolapso vaginal a saída da parede do órgão através da vulva, podendo ser
de maior ou menor grau. A etiologia da afecção está relacionada ao aumento do estrógeno
circulante nas últimas semanas da gestação, o que induz o relaxamento dos ligamentos
pélvicos e perineais, associado ao aumento uterino gravídico, facilitando o prolapso
(BERCHTOLD, 1988; NASCIMENTO & SANTOS, 2003; JACKSON,
2004; ALVARENGA, 2006).
Prolapso vaginal graus 1, 2 e 3. A) Prolapso vaginal de grau 1 em vaca. B) Prolapso vaginal de grau 2 em vaca. C) Prolapso
cérvico-vaginal de grau 3 em vaca. Fonte: https://www.scielo.br/j/cr/a/FvPQN4ZmZD8zRHj7tb69MTJ/?
format=html&lang=pt
Os sinais clínicos mais observados são a exposição parcial ou total da vagina pela rima
vulvar, inquietação, lesões da porção evertida de leve a grave, dissolução parcial ou total do
tampão mucoso, retenção urinária, prolapso retal secundário ao tenesmo, congestão venosa
passiva com consequente desvitalização da estrutura prolapsada, vulvite, vaginite, cervicite e,
nas fêmeas gestantes, é possível observar abortamento ou morte fetal por contaminação com
enfisema fetal (TONIOLLO & VICENTE, 2003; DIAS, 2007).
CAUSAS E TRATAMENTO
O prolapso do útero pode ocorrer em qualquer espécie; porém, ele é mais comum nas
vacas leiteiras e nas porcas, menos frequente nas ovelhas e raro nas éguas, nas cadelas e nas
gatas. A etiologia é obscura e a ocorrência é esporádica (MANUAL MERCK DE
VETERINARIA, 2006).
Segundo o Manual Merck de Veterinária (2006) o decúbito com os quartos posteriores
mais baixos que os quartos anteriores, a invaginação do útero, o excesso de tração para aliviar
uma distocia e a hipocalcemia têm sido todos incriminados como causas contribuintes. O
prolapso do útero geralmente ocorre dentro de poucas horas após o parto, quando a cérvix está
aberta, o útero perdeu o tônus e os ligamentos uterinos encontram-se bastante distendidos.
O prolapso geralmente é completo e a massa do útero geralmente pende por baixo dos
jarretes do animal afetado. Nas vacas, o tratamento envolve a remoção da placenta (se ainda
estiver presa) e a limpeza completa da superfície endometrial. Retorna-se então o útero para a
sua posição normal por um de vários métodos. Primeiro, deve-se administrar uma anestesia
epidural. Se a vaca ficar de pé, deve-se limpar o útero, elevá-lo ao nível da vulva sobre uma
bandeja (ou por meio de uma maca segura por dois assistentes) e então ao colocá-lo por meio
da aplicação de uma pressão anterior
Esquema do ligamento largo do útero, no inicio da gestação de uma Esquema do ligamento largo do útero em gestação avançada de uma
vaca vaca
Uma vez recolocado o útero, deve-se inserir a mão na extremidade de ambos os cornos
uterinos para se certificar de que não haja uma invaginação remanescente. Se a vaca ficar em
decúbito, deve-se posicioná-la com os quartos posteriores elevados para movimentá-la para
VETERINARIA, 2006).
Um método alternativo envolve a elevação dos quartos posteriores com algum tipo de
elevador preso às patas anteriores, colocando assim a vaca em decúbito dorsal. Recoloca-se o
útero como indicado anteriormente.
A sutura de Flessa pode ser feita com a agulha de flessa ou mesmo com a agulha em S,
são feitos pontos de Wolf em dois ou três lugares, dependendo do tamanho da vulva, são
utilizados captons para proteger a pele e evitar corte do fio. A sutura de Bühner é mais
utilizada para vacas de vulva pequena, sendo feita com a agulha de Bühner ou com a agulha
em S, é feito um ponto grande de Wolf na vertical usando captons na parte superior e inferior
da vulva, ficando perpendicular a comissura vulvar, a agulha não se aprofunda tanto quanto
na sutura de Flessa (GRUNERT e BIRGEL, 1982)
Então deve ser retida a vagina na posição. Somente o último procedimento apresenta
uma dificuldade séria. A irritação da mucosa vaginal resulta em um tenesmo extremo, e os
dispositivos de retenção devem ser fortes para impedir a recidiva.
A idade da vaca e a sua ordem de parição, juntamente com o sexo e peso do feto ao
nascer são fatores importantes nos casos de prolapso. Com o conhecimento técnico e estas
informações se pode ter um controle eficaz e manejo adequado dos animais, maximizando
produção evitando perdas econômicas, morte de animais com alto valor zootécnico e
descartes de animais de alta produtividade dos rebanhos.
REFERÊNCIAS
PANDIT R.K.; GRUPTA S.K.; PATTABI S.R. Clinical study on prolapse of vagina and
uterus in buffaloes. Indian Veterinary Journal, v.59, p.975-980, 1982.
SAH, S.K.; NAKAO, T.b Some characteristics of vaginal prolapse in nepali buffaloes.
Journal of Veterinary Medical Science, v.65, n.11, p.1213-1215, nov. 2003. Disponível em:
<https://www.jstage.jst.go.jp/article/jvms/65/11/65_11_1213/_pdf>. Acesso em: 08 nov.
2011. doi.org/10.1292/jvms.65.1213.
NASCIMENTO, E.F.; SANTOS, R.L. Patologias do cérvix, da vagina e da vulva. In: _____.
Patologia da reprodução dos animais domésticos. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003. p.84-89.
JACKSON, P.G.G. Vaginal prolapse. In: _____. Handbook of veterinary obstetric. 2.ed.
China: Elsevier, 2004. p.21-23;216-217.
DIAS, B.M.L. Clínica das espécies pecuárias e cirurgias corretivas. 2007. 60f. Relatório final
de estágio (Licenciatura em Medicina Veterinária) - Universidade de Trás-os-Montes e Alta
Douro, Vila Real.
PRESTES, N.C. et al. Prolapso total ou parcial de vagina em vacas não gestantes: uma nova
modalidade de patologia? Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.32, n.3, p.182-190,
jul./set. 2008. Disponível em: <http://www.cbra.org.br/pages/publicações/rbra/download/RB
181%20Prestes%20vr3%20pag182-190.pdf>.