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Osteopatia Craniana

Nervo Trigémeo

Trabalho realizado por:

Ana Rita Costa


Carla Gonçalves
Diva Santos
Alfredo Santos

Turma Porto, 11 Meses


Novembro de 2021
O nervo trigémeo é o V de XII pares cranianos e considerando um nervo misto por ser
composto por fibras sensitivas e motoras.
É um dos maiores nervos cranianos e tem a sua origem no encéfalo entre a região lateral
da ponte e o pedúnculo cerebelar médio, com uma grande raiz sensitiva e uma pequena
raiz motora. Possui uma grande função sensitiva da cabeça e motora na mastigação.

Os corpos dos neurônios da raiz sensitiva localizam-se no gânglio trigeminal, que


repousa sobre a impressão do gânglio na região petrosa do osso temporal. Mais
distalmente, os prolongamentos dos neurônios formam três ramos principais: o nervo
oftálmico (V1), nervo maxilar (V2) e o nervo mandibular (V3).
Os ramos sensitivos inervam a face, a boca e a articulação temporomandibular.

As raízes motoras inervam os músculos da mastigação, tensor do tímpano, tensor do véu


do paladar, Milo-hioideu e o ventre anterior do digástrico. Na embriologia, a raiz é
derivada do primeiro arco faríngeo. Suas fibras acompanham e fundem-se com o nervo
mandibular logo após ultrapassar o forame oval da base do crânio.
Os núcleos do nervo trigêmeo estão localizados no tronco encefálico e na parte superior
da medula espinhal.

• O núcleo mesencefálico do nervo trigêmeo é encontrado na região lateral da


substância cinzenta periaquedutal, no mesencéfalo. Ele contém os primeiros
neurónios responsáveis pela propriocepção da mandíbula e dos músculos
intrínsecos do olho, articulações temporomandibulares, dentes e maxila.
• O núcleo principal do nervo trigêmeo está localizado no tegmento pontino
dorsolateral. Sua principal tarefa é a sensação táctil.
• O núcleo espinhal do nervo trigêmeo é um longo núcleo sensitivo, estendendo-se
desde a ponte até os três segmentos mais superiores do corno dorsal da medula
espinhal. Está relacionado primariamente com a percepção da dor e da
temperatura.

Ramo oftalmológico

O primeiro ramo do nervo trigêmeo é responsável


pela inervação da fronte, do nariz e das regiões oftálmicas da
face. Ele deixa o crânio através da fissura orbitária superior na
parte óssea da órbita.

Tanto o ramo oftálmico quanto o ramo maxilar do nervo trigémeo


inervam a cartilagem nasal com ramos terminais.

Atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, VI


pares cranianos e a veia oftálmica) ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, que
são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal. O nervo oftálmico é responsável pela
sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo ótico é sensorial
(visão).

Ramo Maxilar

O segundo ramo fornece recetores nervosos para a face abaixo dos


olhos e para a região maxilar. Uma importante ramificação do nervo
maxilar é o nervo alveolar superior, que inerva os dentes da arcada
superior no interior da cavidade oral.

Cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para


introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade
orbital, e passa a ser nervo infra orbital. Este nervo continua a mesma direção para
frente que vai pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e
forame infra orbital e através deste último se exterioriza para inervar as partes moles
situadas entre a pálpebra inferior (nervo palpebral inferior), nariz (nervo nasal) e lábio
superior (nervo labial superior).

Ramo mandibular

O terceiro ramo do nervo trigêmeo é responsável


pela sensibilidade da porção mais inferior da face, a região da
mandíbula e o assoalho da cavidade oral. Além disso, ele
fornece ramos motores para todos os músculos mandibulares,
incluindo os músculos envolvidos na mastigação. Um importante
ramo que inerva a língua é o nervo lingual.

Atravessa o crânio pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica


num verdadeiro ramalhete, sendo que os dois ramos principais, são o nervo lingual e
alveolar inferior.

A parte motora do nervo mandibular inerva os músculos mastigatórios (temporal,


masséter e pterigóideo medial e lateral), com nervos que tem o mesmo nome dos
músculos.
Alterações clínicas no nervo trigémeo

Principais causas de lesão

• Hérpes-zóster – o vírus tem capacidade de permanecer de forma latente no


gânglio trigeminal e se tornar ativo, periodicamente causando lesão na pele,
neuralgia do tipo queimação, complicar para cegueira e até surdez.
• Neoplasias – schwanomas, os quais são tumores incomuns e benignos, mas que
causam dor por compressão do nervo.
• Traumatismo – em casos de acidentes ou pós-cirurgias.

Sinais e sintomas durante o exame físico

Durante o exame de função motora é possível observar sinais de lesão da raiz nos casos
de atrofia dos músculos, dificuldade na movimentação e quando ocorre a lateralização
da mandíbula durante a abertura da boca. A assimetria funcional é mais facilmente
observada por conta da paralisia muscular do lado lesado.

A dor é o principal tipo de alteração sensitiva, uma vez que é comum a condução
irregular de impulsos dolorosos quando o nervo está lesado. Nesses casos, o paciente
refere uma dor limitada na área correspondente ao ramo afetado. Alguns consideram
como a pior dor que o corpo humano possa sentir. Esse quadro é conhecido como
neuralgia do trigémio, a qual pode ser classificada como essencial, quando os sintomas
são inespecíficos e periódicos, com intervalos de acalmia; ou secundária, quando é
contínua e associada a alterações táteis e até motoras. Nesses casos, geralmente o
tratamento é cirúrgico.

Conclusão

Em suma, pode-se observar que o conhecimento sobre o nervo trigémio, desde suas
características anatômicas, funções e até possíveis alterações são de grande importância
para a prática clínica, pois qualquer sinal alterado pode influenciar na conduta e
resolução do quadro do paciente que atendemos.

Referencias bibliográficas:

Frank H. Netter, Atlas der Anatomie, 5th Edition (Bilingual Edition: English and
German), Saunders, chapter 1, table 121.

MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro. Ed. Atheneu. 3a ed.,


2014.

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