Você está na página 1de 9

DIÁLOGOS DA EDUCAÇÃO COM

BAKHTIN, FREIRE E VIGOTSKI


Coleção O Círculo de Bakhtin em diálogo

O objetivo da coleção O Círculo de Bakhtin em diálogo é publicar trabalhos que,


de forma heterogênea, permitam estudar, debater e expandir as ideias do
círculo de Bakhtin em diálogo com outros pensadores: Morin, Freire, Vigotski,
dentre outros, pensando questões contemporâneas na Linguística, na
Educação, nas Artes, na Política e nas Relações Internacionais, dentre outros
campos do saber.

Conselho editorial

Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (UEPB)


Prof. Dr. Ivo Di Camargo Júnior (SME –Ribeirão Preto)

Comitê científico da obra

Prof. Dr. Afrânio Mendes Catani (USP, Brasil)


Profa. Dra. Cristiane Navarrete Tolomei (UFMA, Brasil)
Profa. Dra. Maria Manuela Pinto (Universidade do Porto)
Prof. Dr. Maged Talaat Mohamed Ahmed Elgebaly (Aswan University, Egito)
Prof. Dr. Manassés Morais Xavier (UFCG, Brasil)
Profa. Dra. María Isabel Pozzo (IRICE-Conicet-UNR, Argentina)
Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri-Kaneoya (UNESP, Brasil)
Prof. Dr. Nefatalin Gonçalves Neto (UFRPE, Brasil)
Coleção ‘O Círculo de Bakhtin em diálogo’

Fábio Marques de Souza


Lidemberg Rocha de Oliveira
Mona Mohamad Hawi
(Organizadores)

DIÁLOGOS DA EDUCAÇÃO COM


BAKHTIN, FREIRE E VIGOTSKI
Copyright © dos autores

Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida ou
transmitida ou arquivada, desde que levados em conta os direitos dos autores.

Fábio Marques de Souza; Lidemberg Rocha de Oliveira; Mona Mohamad Hawi


[organizadores].

Diálogos da educação com Bakhtin, Freire e Vigotski. São Paulo, Mentes


Abertas, 2020, 181 p.

ISBN: 978-65-990278-0-2

1. Bakhtin. 2. Feire. 3. Vygotsky. I. Título.


CDD 370

Capa: Lucas de França Nário.


Diagramação: Maristela Zeviani.

A Editora Mentes Abertas divulga os trabalhos acadêmicos presentes nessa obra e não
se responsabiliza de maneira alguma por qualquer tipo de plágio, cópia ou citação
indevida por parte de qualquer integrante deste livro e condena veementemente esta
prática. Confiamos na idoneidade moral e intelectual de nossos autores. Portanto,
qualquer responsabilidade legal neste quesito é de única e integral responsabilidade do
autor.

DGP-CNPq-UEPB O Círculo de Bakhtin em diálogo


Este livro é uma produção vinculada ao Grupo de Pesquisa O Círculo de Bakhtin em
diálogo. Liderado pelos Professores Doutores Fábio Marques de Souza e Ivo Di
Camargo Junior, constituído em 2018 e cadastrado no DGP do CNPq/UEPB, o coletivo
busca reunir pesquisadores para, de forma heterogênea, estudar, debater e expandir as
ideias do círculo bakhtiniano em diálogo com outros pensadores: Morin, Freire,
Vigotski, dentre outros, pensando questões contemporâneas na Linguística, na
Educação, nas Artes, na Política e nas Relações Internacionais, dentre outros campos
do saber.
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1559080456226740

www.mentesabertas.com.br
http://mentesabertas.minhalojanouol.com.br/
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7

ESCREVIVÊNCIA E ROTAS DE CULTURA 9


Espaços para educação plural e dialógica
Adalberto Vitor Raiol PINHEIRO

A ALTERIDADE NA LEITURA DE LITERATURA AFRO- 17


HISPÂNICA EM LIVRO DIDÁTICO DE ESPANHOL
Aliana Georgia Carvalho CERQUEIRA

O PAPEL DA MEDIAÇÃO ESTRATÉGICA NAS PRÁTICAS 33


TELECOLABORATIVAS
Ana Caroline Pereira da SILVA
Fábio Marques de SOUZA

O POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE VYGOTSKY E FREIRE 43


Ariane Almeida ROLIM
Juliana Tófani de SOUSA

POR UMA PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL DA FORMAÇÃO 53


DE PROFESSORES (DE LÍNGUAS)
Fábio Marques de SOUZA
Ivo DI CAMARGO Jr

ALUNOS COMO SUJEITOS RESPONSIVOS EM MIKHAIL 63


BAKHTIN E PAULO FREIRE
Ivo DI CAMARGO Jr
Limerce FERREIRA Lopes

PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS QUE FUNDAMENTAM O PBL – 73


PROBLEM BASIC LEARNING E AS BASES TEÓRICAS QUE OS
SUSTENTAM
Leonides Pereira de Souza GUIMARÃES
Marta Isabel Canese de ESTIGARRIBIA

O DISCURSO DA AUTONOMIA ESCOLAR 93


Diálogos entre os documentos oficiais e as ideias de Paulo Freire
Lidemberg Rocha de OLIVEIRA
UM OLHAR DIALÓGICO SOBRE PAULO FREIRE 103
Lucília Teodora Vilela de Leitgeb LOURENÇO

A CONSTRUÇÃO DO ETHOS NO DISCURSO DO IMIGRANTE 109


ÁRABE NO BRASIL
Michelle Rocha SALOUM

OS SENTIDOS E SIGNIFICADOS CONSTRUÍDOS NA 121


INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO EM SALA DE AULA NO
CONTEXTO DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Mona Mohamad HAWI
Patrícia Adriana dos Santos ARANTES

O LEGADO FREIRIANO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA UMA 131


EDUCAÇÃO EM MUDANÇA
Raimunda de Fátima Neves COÊLHO
Willyan Ramon de Souza PACHECO
Aparecida Carneiro PIRES

A FORMAÇÃO DOS(AS) PROFESSORES(AS) DA EJA 139


Paulo Freire e Educação no meio social
Renata Márcia de MACÊDO

O ENSINO DE MANDARIM PARA CRIANÇAS 153


Thais C. MURARI
Mona Mohamad HAWI

AÇÃO LINGUÍSTICO-COMUNICATIVA E ÉTICA DO 161


DISCURSO
Interação entre Habermas e Bakhtin
Úrsula Cunha ANECLETO
Edna Gusmão de Góes BRENNAND

DIALOGISMO BAKHTINIANO NAS PRÁTICAS DE LEITURA 171


NAS ESCOLAS
Vanessa PAULINI

SOBRE OS ORGANIZADORES 181


APRESENTAÇÃO

O livro Diálogos da Educação com Bakhtin, Freire e Vigotski1 reúne artigos


de docentes brasileiros, tanto do Ensino Superior como da Educação
Básica, que trazem temáticas relacionadas às noções de sujeito, mediação,
interação, diálogo e alteridade fundamentadas epistemologicamente na
concepção educacional de caráter social, cultural e histórico. Na seara das
ciências humanas, sobretudo nos estudos da linguagem e da educação,
essas ideias se cruzam e são potencializadas como direcionamentos às
práticas educativas das escolas.
Assim, reconhecendo a relevância e necessidade dessas discussões ao
contexto educacional, este livro propõe o diálogo entre os fundamentos de
Bakhtin, Freire e Vigotski no intuito de revisitar conceitos fundamentais
desses pensadores e trazer novas perspectivas de análise. Nele, portanto,
constam dezesseis trabalhos, dos quais alguns discutem especificamente
noções de um teórico apenas, outros, porém, estabelecem o diálogo entre
as ideias desses pesquisadores, considerando a ancoragem teórica
histórico-social como forma de refletir os processos pedagógicos
estabelecidos nas escolas.
Nesse sentido, os trabalhos que se ocupam em discutir as ideias
bakhtinianas trazem os conceitos de ética, de diálogo, de alteridade, de
responsividade e de interação, situando o sujeito como ser que, a partir das
experiências, vivências e das relações sociais estabelecidas com o outro,
forma e se forma pela e na linguagem.
Os capítulos que recorrem aos pressupostos de Vigotski, por exemplo,
centram o sujeito como ser social e cultural que, a partir da experiência
histórica, constrói e produz sentidos para os fatos e coisas do mundo. A
noção de mediação da aprendizagem é a tônica da discussão, a qual se
reverbera nas relações entre professores e alunos, bem como no processo
de profissionalização docente.
Freire, ao ser evocado nestes trabalhos, nos permite refletir a respeito
da autonomia, da liberdade, da criticidade, da inclusão, do respeito pelo
outro e o processo emancipador que podem ser promovidos pela educação
alicerçada numa abordagem social e histórica.

1 Diante das diversas possibilidades, optamos por grafar Vigotski na capa e na apresentação desse
livro, seguindo o padrão adotado pelas traduções publicadas no Brasil pela Editora Martins
Fontes.

7
De modo geral, a interlocução entre Bakhtin, Freire e Vigotski nos
permite pensar temáticas relevantes às relações sociais, como por exemplo,
o papel do diálogo e da interação entre os sujeitos nos diversos contextos.
Ao transpor essas ideias para o contexto educacional, encontramos aportes
teóricos para o desenvolvimento de práticas educativas que buscam na
interação, no diálogo, na responsividade, na alteridade, na mediação e no
reconhecimento da realidade histórica e social formas de promover uma
educação democrática, inclusiva, crítica e consciente.
Mediante o exposto, parece que a linguagem é o elemento que faz a
interseção entre as discussões desses pensadores. Quando Bakhtin a
coloca em cena, entende-a como condição de interação e formação dos
sujeitos, dialogando com Vigotski, que compreende a linguagem como
forma de mediação e construção de sentidos do mundo. Ambos
convergem com Freire, quando esse teórico coloca o diálogo como
condição para construção da consciência e autonomia a partir de uma
prática educativa libertadora, crítica e social.
A partir da apropriação das ideias desses pensadores, reconhecemos
que todos eles consideram a importância dos elementos sociais e históricos
à aprendizagem dos estudantes e o valor da linguagem na mediação desse
processo. O sujeito é singular e tem suas percepções de mundo, mas ele
também é plural por ser cruzado pelas percepções de mundo de outros.
Reconhecido isso, a escola tem a possibilidade de organizar o trabalho
pedagógico para, além de formar-se, formar. Ou seja, orientar propostas
para formar sujeitos críticos, autônomos e conscientes da sua realidade
social e histórica.
Enfim, os autores destes escritos reconhecem a importância das
temáticas apresentadas e discutidas neste livro para a educação
contemporânea e reconhecem também a abertura que ele pode trazer para
reflexão de novas possibilidades de pesquisa no âmbito educacional, das
quais preveem o diálogo, a interação, a criticidade, autonomia, entendendo
o sujeito (estudante) como ser social, cultural, histórico.
Nesta perspectiva, convidamos você à leitura atenta dos artigos aqui
contidos de modo a não esgotar as temáticas apresentadas, mas de
estabelecer, a partir de sua experiência como professor ou pesquisador,
novos diálogos.
Boa leitura!
Os Organizadores

Você também pode gostar