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Introdução
A pesquisa é ato de liberdade. É bilhete de passagem para
sujeitos que se querem sujeitos. A pesquisa legitima o ato de rebeldia de
investigar, para formar o novo; para dar à luz o conhecimento que dormiria
latente dentro de tantas vidas que se manteriam estanques, não fosse o
rebelde ato de investigar e fazer convergir para o mesmo discurso observações
e teorias que, juntas, efervescem a pesquisa.
Uma das formas de se deixar a condição de objeto, e vir a ser
sujeito, é, a partir da conscientização da necessidade da emancipação, ocupar
o próprio espaço. Demo (1996) fala do tripé educação – pesquisa –
emancipação, que permite ao sujeito lançar olhares sobre os fenômenos para
extrair-lhes verdades e instrumentos de libertação. Conhecer permite conduzir-
se em direção à emancipação. Esse conhecimento permite, ainda, o
empoderamento de sujeitos e grupos. E o conhecimento se faz pelo mergulho
no outro, pela troca com esse outro. E pesquisar é ir ao encontro do outro para
que se faça do par pesquisador-pesquisado, um novo sujeito, emancipado,
motivado e que constrói sua transformação.
Esse mergulho no outro, no entanto, necessita de consistência,
lógica, critérios e validade científica, além de suporte teórico, que confira o rigor
e a seriedade que a pesquisa científica exige. Esse mergulho no outro se faz a
partir das teorias estabelecidas - conhecimento produzido no passado, mas
revisto e atualizado - que, ao mesmo tempo, produzem um novo conhecimento.
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Mestranda em Desenvolvimento Regional, no Programa de Pós‐Graduação do Centro Universitário de
Franca.
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Doutora em Linguística, pela UNESP – Universidade estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e
Professora no Centro Universitário de Franca.
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JUSTIFICATIVA
Nas palavras de Minayo (2000), o homem, desde tempos
imemoriais, busca conhecer a realidade. Tribos primitivas explicavam os
enigmas da vida e da morte, do indivíduo, de seu lugar na sociedade, do poder,
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1. O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Uma das formas de conhecer a realidade do outro é pela
investigação científica, norteada por critérios estabelecidos e pela própria
ciência, que, por si só, se refere a uma prática sistematizada e reflexiva a cerca
do pensamento a fim de construir o conhecimento. Essa construção deve ser
livre de amarras, de paradigmas e de preconceitos. Uma atitude no sentido da
construção da ciência e, por fim, do conhecimento deve ser voltada, conforme
Demo (2000, p. 128), para o “aprender a aprender”; assim, a pesquisa
adequada e corretamente realizada, disseca seu objeto de estudo em um
ambiente “educativo e emancipatório”, evitando o “simples repasse copiado”.
Para Demo (2000, p. 128), “pesquisa significa diálogo crítico e criativo com a
realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção”.
A partir do entendimento de que pesquisar é “aprender a
aprender”, processo que conduz à emancipação dos sujeitos envolvidos,
acredita-se que o conhecimento, a descoberta do novo, a descoberta de
respostas, só sejam possíveis à luz do desprendimento cientificamente
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2. O ESTUDO DE CASO
Pesquisar, como já visto, é um mergulho no outro, que se faz a
partir de teorias estabelecidas - conhecimento produzido no passado, mas que
pode ser revisto e atualizado - que, ao mesmo tempo, produzem um novo
conhecimento. Para Minayo (2000), teoria é um
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Gomes e Pozzebon (1989, p. 129) destacam a que a ciência e o
conhecimento são, por si mesmos, interdisciplinares, posto que ambos se
constroem de forma coletiva. A partir deste entendimento, constata-se que o
conhecimento será concretizado desde que através da interação produtiva, que
se opera por conexões entre realidades distintas. Esse cruzamento de
realidades proporciona, então, a possibilidade de um novo pensar, de um
entendimento que surge a partir de todos. Entende-se, então, que o estudo de
caso é um olhar completo sobre o objeto, que é visto em sua totalidade e de
forma contextualizada. Verificou-se, de forma pacífica, que o estudo de caso
colabora para a construção do conhecimento de forma contributiva e solidária.
É característica desse método de pesquisa, que o investigador dele lance mão
sempre que desejar não somente a discussão teórica, mas, aprofundar-se
naquela realidade, investigando o fenômeno de forma socialmente
contextualizada. E, nessa arena, teoria e dados observáveis dialogam,
permitindo que, desse jogo de forças, surja um novo conhecimento. Ao
encontrar, no outro, uma informação, um elo se forma e, dessa relação, uma
outra informação surge: um novo saber, um novo conhecimento. E o
conhecimento, em seu moto contínuo, continua a provocar e estimular outras
buscas e olhares, dos quais novos conhecimentos surgem e, destes, novas
realidades e relações.
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REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,
2007.
GOODE, William J.; HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo:
Nacional, 1975.
LIMA, João Paulo Cavalcante; et. all.. Estudos de caso e sua aplicação:
proposta de um esquema teórico para pesquisas no campo da contabilidade.
In: Revista de Contabilidade e Organizações, vol. 6 n. 14 (2012) p. 127-144.
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Disponível em <www.rco.usp.br/index.php/rco/article/download/299/230>.
Acesso em 03 Maio. 2013