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DOS FATOS
Ocorre que o Sr. Romário, pai do menor, não cumpre com o seu dever de pai e
alimentante, já sofreu diversas ações de execução de alimentos, oportunidade que faz acordo, mas não
honra. Atualmente está desempregado, como forma de evitar o pagamento de pensão alimentícia
descontada em folha de pagamento. Todavia, trabalha junto com seus genitores.
Como a Sra. Greice não possui plenas condições financeiras para arcar com todos os
gastos que uma criança necessita, e os avós paternos possuem totais condições de contribuir para o
crescimento, ao menos com um pouco de saúde e dignidade, pois ambos trabalham no comércio local,
são proprietário da Loja 100%, residem no condomínio Por do Sol, na Rua Amarelo Canário nº 100,
Vila São José, nesta cidade de Taubaté, em uma casa própria de 300m² de área construída, além do
imóvel ter piscina, sauna, quadra de tênis, squash entre outros atrativos para os outros netos do casal se
divertirem, bem como toda a família.
DA JUSTIÇA GRATUITA
Vem por este instrumento solicitar acesso à justiça gratuita pois apesar da autora estar
empregada, como operadora de caixa, demonstra por meio de planilha de gastos e respectivos
comprovantes, a sua hipossuficiência para arcar sozinha com todos os gastos com seu filho, de 09
(nove) anos.
DO DIREITO
No caso em tela se faz mencionar a Súmula 596 do STJ, a qual reconhece a reponsabilidade dos
avós em prestar alimentos aos seus ascendentes, obrigação de caráter complementar e subsidiário, devida apenas
e tão somente se demonstrada a impossibilidade de assunção do encargo alimentar pelos genitores. E diante da
inviabilidade do recebimento do pensionamento destinado à autora, especialmente porque o genitor demonstra
total desinteresse em cumprir as suas obrigações como Pai e da sentença já proferida desde 2013, verificando a
aplicabilidade das regras dos arts. 1.696 e 1.698 do Código de Civil.
Entende-se então que seja feita a manutenção da obrigação alimentar avoenga fixada na
sentença, em obediência aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e em atendimento ao
binômio necessidade-possibilidade, em conformidade com a manifestação apresentada pela douta
Procuradoria Geral de Justiça. (TJSP; Apelação Cível 1000638-32.2019.8.26.0040; Relator (a):
César Peixoto; Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro de Américo Brasiliense - 1ª
Vara; Data do Julgamento: 19/11/2021; Data de Registro: 19/11/2021)
Para a fixação dos alimentos é necessário que seja avaliado o binômio existente entre as
partes, sendo este, a necessidade em receber a prestação alimentícia e a possibilidade da parte contrária
em custear os valores pretendidos, assim dispõe o artigo 1.694, § 1º do Código Civil.
Além do mais, o padrão de vida social dos requeridos vai além dos padrões de vida de
um cidadão comum nos tempos atuais, uma vez que, sua residência está estabelecida num condomínio
de alto padrão na cidade, sendo este, Condomínio Por do Sol.
Por fim, a residência, uma casa com 300m2 de área construída, possuindo piscina,
sauna, quadra de tênis, squash entre outros, demonstra de forma clara que os requeridos possuem
condições financeiras mais do que suficiente para prover ao autor, NETO dos réus, condições mínimas
de substência.
Deste modo, requer que os requeridos na posição de avós do autor, cumpram com a sua
obrigação e façam a devida prestação alimentícia no importe de 2 salários mínimos nacionais.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Tal pedido é amparado pelo art. 4º da Lei n.º 5.478/68, que dispõe:
4- Caso não seja obtida a auto composição ou manifestado desinteresse por ambas as
partes na realização do ato, a concessão do prazo de quinze dias para o requerido apresentar
contestação, sob pena de ser considerado revel e presumidas verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor, nos termos dos artigos 335 e 344 do Código de Processo Civil;
6- A intimação do Ministério Público, nos termos do art. 178, II, do CPC, para que
apresente as manifestações que julgar pertinentes;