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O que é a mente?
É o estado da consciência ou subconsciência, relativo ao conjunto de pensamentos. “Mente” é o termo mais comum
utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano, particularmente aquelas das quais os seres
humanos são conscientes, tais como o pensamento, a razão, a memória, a intuição, a inteligência e a emoção.
A mente:
É o lugar da atividade psíquica, considerada na sua totalidade;
Engloba operações conscientes e inconscientes;
Refere-se a um conjunto de processos;
Não é algo material.
A mente é encarada como um sistema que integra os processos cognitivos, emocionais e conativos.
É importante acentuar que a mente não é uma coleção de processos, um somatório de dimensões psicológicas
autónomas. É antes uma manifestação total de processos dinâmicos que interagem de forma complexa: os
processos mentais implicam-se mutuamente de forma integrada.
Processo percetivo
O nosso conhecimento é construído por diferentes sistemas sensoriais: a visão, o olfato, a audição, o tato, o paladar
e ainda pelo sentido do equilíbrio e o sentido dos movimentos corporais. Embora a receção sensorial seja diferente
para os diferentes órgãos dos sentidos, há 3 elementos comuns:
- O estímulo físico;
- A sua tradução em impulsos nervosos;
- A resposta à mensagem como perceção.
A perceção começa nos órgãos recetores que são sensíveis a estímulos. Ao processo de deteção e receção dos
estímulos dos órgãos dos sentidos dá-se o nome de sensação. A maior parte das entradas sensoriais percebem-se
como uma sensação identificada com um estímulo específico que é traduzido em impulsos nervosos que são
conduzidos ao sistema nervoso central e processos pelo cérebro.
A perceção é uma atividade cognitiva que não se limita ao registo da informação sensorial: implica a atribuição de
sentido, que remete para a nossa experiência. As perceções são fruto de um trabalho complexo de análise e síntese,
destacando o seu caráter ativo e mediatizado pelos conhecimentos, experiências e interesses do sujeito.
A interpretação da realidade
Constância percetiva:
Designa a tendência para vermos objetos familiares como tendo uma forma padrão, tamanho, cor ou
localização, independentemente de mudanças no ângulo da perspectiva, da distância, ou da iluminação.
Constância da forma: um objeto nunca forma a mesma
Constância de tamanho: percecionamos o tamanho
imagem retiniana: a luz é diferente, a incidência e o
de um objeto ou de uma pessoa independentemente
angulo do olhar também diferentes, a distância munda
da distância a que se encontre. O mesmo objeto
constantemente, mas nós conhecemo-la. O
apresentado a diferentes distâncias forma na retina
reconhecimento envolve sistemas elaborados em que
imagens com diferentes tamanhos: quanto mais
intervém a experiência do sujeito, as memórias
longe está mais pequeno parece.
armazenadas.
Constância da cor: a cor dos objetos tende a
Constância da luminosidade: o brilho de um objeto
permanecer constante independentemente do nível
permanece constante apesar das variações do nível da
de iluminação que incide sobre os objetos
quantidade de luz que incide sobre ele.
percecionados.
Perceção social
Processo que está na base das interações sociais: como conhecemos os outros, como interpretamos o seu
comportamento. O conhecimento deste efeito é muito importante, porque é o modo como percecionámos as
situações sociais e o comportamento dos outros que orientará o nosso próprio comportamento.
Perceção e cultura
A forma como percecionamos o mundo varia com a cultura, com o contexto cultural.
Memória (página 111)
É a capacidade de registar, armazenar e manipular informações provenientes de interações entre o cérebro e o
corpo ou todo o organismo e o mundo externo. É a base dos nossos sentimentos ou qualquer outra atitude
quotidiana, variando conforme os diferentes períodos de vida.
Prepara as informações sensoriais para serem armazenadas no cérebro. Consiste na tradução de dados num código
que pode ser acústico, visual ou semântico.
2 – Armazenar a informação
Uma das questões mais inquietantes no estudo da memória é a de saber como e onde se processa o
armazenamento da informação recebida. Quando uma experiencia é codificada e armazenada, ocorrem
modificações no cérebro de que resultam traços mnésicos designados por engramas.
3 – Recuperação ou reactualização
Lembramos-mos, recordamos-mos, evocamos uma informação. Significa, localizar a informação armazenada e faze-
la aceder à consciência.
Memórias
Marcadas pela experiência, emoções, afetos, as representações são guardadas pela memória, sendo ativadas
sempre que necessário. A realidade exterior ausente pode ser substituída por uma realidade interior mantida pela
memória, que entretanto foi modificada.
Memória Sensorial
Os inputs ou informações sensoriais provenientes dos estímulos são armazenados na memória sensorial por um
curtíssimo espaço de tempo.
Aprendizagem social
Aprendizagem social por observação ou por modelação. Foi desenvolvida por Albert Bandura: Descobriu que a
experiência dos outros pode conduzir à aquisição de novos comportamentos. Assim, um individuo pode adquirir
um novo comportamento a partir da observação de um modelo. Seria através de um processo – modelação – que
envolve a observação, a imitação e a integração, em que a pessoa aprende um comportamento que passa a integrar
o seu quadro de respostas. A aprendizagem social processa-se através da socialização, que decorre desde o
nascimento até à morte do indivíduo.
Processos de aprendizagem
Há comportamentos que estão diretamente relacionados com os estímulos do meio e que são previsíveis a partir da
presença do estímulo. Este tipo de comportamentos insere-se no que designa por aprendizagens não simbólicas.
Tipos de aprendizagem
Aprendizagem não associativa:
Aprendizagem associativa:
Por habituação: consiste em aprender a não reagir a um
Condicionamento clássico: um organismo aprende a
determinado estímulo. Selecionamos no meio ambiente
responder a um estímulo neutro que antes não produzia
o que nos interessa, centrando a nossa atenção no que é
essa resposta. Resulta da associação entre 2 estímulos.
essencial para nós.
Condicionamento operante: ocorre quando o
Por sensitização: aprende-se as propriedades de um
organismo aprende a associar o comportamento com as
estímulo ameaçador ou prejudicial (quando somos
consequências que resultam desse comportamento.
assustados ou nos queimamos).
Estímulo neutro: estímulo que antes do condicionamento, não produz a resposta desejada;
Estímulo não condicionado ou incondicionado: estímulo que desencadeia uma resposta não aprendida;
Resposta incondicionada: resposta inata, não aprendida;
Estímulo condicionado: estímulo neutro que associado ao estímulo incondicionado passa a provocar uma
resposta semelhante à desencadeada pelo estímulo incondicionado.
Reforço
Estímulo que por trazer consequências positivas, aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer. Pode ser
positiva ou negativa:
Quadro resumo
Fatores de aprendizagem
- Motivação: a aprendizagem é mais clara e eficaz quando estamos interessados pelo assunto;
- Conhecimentos anteriores: servem de base a novas aprendizagens;
- A quantidade de informação: a nossa capacidade de aprender é limitada, por isso é necessário proceder a uma
situação da informação relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem;
- A diversidade das atividades: quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema e quanto mais
diferenciadas forem as tarefas, maior é a motivação e a concentração, logo melhor decorre a aprendizagem;
- A planificação e a organização: a definição de objetivos, seleção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem
bem-sucedida;
- A cooperação: determinados tipos de aprendizagem são melhor resolvidos se trabalharmos em conjunto.
O esquecimento é uma falha na retenção ou na evocação dos dados da memória. Trata-se de um fenómeno muito
comum que, em maior ou menos grau, ocorre com qualquer pessoa. Contudo, o esquecimento é essencial: o facto
de nos esquecermos de algo possibilita-nos reter novas informações. O esquecimento tem uma função seletiva e
adaptativa: afasta a informação inútil.
Esquecimento
Esquecimento motivado Fatores responsáveis pelo esquecimento regressivo (distorção do
traço mnésico)
Deve-se a falhas que podem ocorrer na codificação (quando lemos um texto e não prestamos atenção àquilo que
está escrito), no armazenamento (conhecimentos armazenados na memória a longo prazo, estão sujeitos a falhas e
perdas) ou na recuperação dos conteúdos (interferência de outras informações).
Nos casos de influência proactiva, a recordação de uma informação anterior impede a memorização de uma nova
informação. Nos casos de influência retroativa, é a nova informação que inviabiliza a recordação de uma informação
anterior.
Esquecimento motivado
Segundo Freud, o processo de esquecimento é seletivo: não nos esquecemos de tudo, mas apenas daquilo que
inconscientemente nos interessa esquecer. O caráter incomodativo de recordações marcadas pela dor, medo,
ansiedade ou angústia, faz com que sejam reprimidas da consciência, por isso, a pessoa é incapaz de
voluntariamente as evocar. A isto, Freud deu o nome de recalcamento ou repressão.
1. Emoções primárias: surgem na infância com o intuito de reagir rapidamente a diferentes estímulos (alegria);
2. Emoções secundárias: implicam uma avaliação cognitiva das situações e os recursos a aprendizagens feitas
(vergonha, ciúme, culpa, orgulho…);
3. Emoções de fundo: bem ou mal-estar, calma ou tensão.
Componente cognitiva: ocorre quando tomamos conhecimento do facto: se não houver conhecimento deste,
não se experimenta qualquer emoção.
Componente avaliativa: fazemos uma avaliação agradável ou desagradável da situação.
Componente fisiológica: manifestações orgânicas, corporais face à emoção.
Componente expressiva: expressões corporais que permitem mostrarem ao outro as nossas emoções.
Componente comportamental: comportamento que o sujeito poderá ter face ao outro; é o estado emocional
que desencadeia determinado conjunto de comportamentos.
Componente subjetiva: relaciona-se com o que o indivíduo sente a nível emocional e interior a que só ele tem
acesso, ou seja, é o estado afetivo associado à emoção.
Afetos
São tendências para responder positiva ou negativamente a experiencia emocionais relacionadas com pessoas ou
objetos. Ter afetos é ser dotado da capacidade de dar e de receber, de amar e ser amado, de perturbar e de ser
perturbado:
Os afetos exprimem-se através das emoções e têm uma ligação especial com o passado, com as experiências e
vivências, com as pessoas, objetos, ambientes, ideias. As emoções estão ligadas essencialmente a situações
presentes.
Exprimem-se em sentimentos e emoções.
Sentimentos
As emoções e os sentimentos não são sinónimos. A emoção é um conjunto de reações corporais, automáticos e
inconscientes, face a determinados estímulos provenientes do meio onde estamos inseridos. O sentimento surge
quando tomamos consciência das nossas emoções, isto é, o sentimento dá-se quando as emoções são transferidas
para determinadas zonas do cérebro, onde são codificadas sob a forma de atividade neuronal.
Não é inerente aos sentimentos termos consciências deles, razão pela qual António Damásio considera que existem
3 fases:
É um mecanismo automatizado que suporta as nossas decisões. Por mais simples que a decisão seja, existe sempre
uma emoção associada á escolha feita: o córtex cerebral apoia-se nas emoções para decidir.
É nas áreas pré-frontais que se faz a associação entre uma situação complexa e o estado emocional associado a esse
tipo de situações, vivido em experiências pessoais anteriores. Estabelece assim, uma ligação entre o tipo de situação
e o estado somático, isto é o estado do corpo.
Eu nos contextos: os diferentes contextos de existência dos indivíduos (página 243)
O psicólogo Urie Bronfenbrenner concebeu um modelo explicativo do desenvolvimento humano, que entra em linha
de conta com a globalidade complexa de ações e de reações dos ambientes de que o ser humano vive.
Bronfenbrenner designou esse modelo por modelo ecológico do desenvolvimento.
Modelo ecológico
As realidades familiar, social, económica e cultural estão organizadas como um todo, como um sistema composto
de diferentes subsistemas que se articulam de maneira dinâmica entre si. Ao longo do seu desenvolvimento, a
pessoa interage com esses contextos, provocando-lhes modificações.
o Microssistema
Trata-se do 1º nível de ambientes, aqueles em que as interações do ser humano são imediatas e diretas*.
No microssistema, as interações dão-se não apenas em relação a aspetos físicos da pessoa e do ambiente, mas
também em relação a aspetos psicológicos, sociais e simbólicos. É o que acontece nas relações com a família, grupo
de amigos, colegas de escola/trabalho, etc.
Nestes ambientes próximos, as influências exercem-se de forma privilegiada, pois o contato face a face, favorece o
desenrolar de experiências interpessoais, em que os papéis a desempenhar organizam-se segundo padrões aí
definidos.
*É nestes contextos próximos que se desenrolam as interações que Bronfenbrenner viria a valorizar e a designar
por processos proximais: formas de interação imediata e direta que os seres humanos estabelecem nos
contextos ambientais mais próximos.
Os processos proximais afetam positiva ou negativamente os diversos contextos da nossa existência. Por
exemplo, a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de certas capacidades e de certas competências
(físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou artísticas) favorecem a nossa integração e a nossa adaptação aos
mais diversos contextos.
o Mesossistema
o Exossistema
O exossistema engloba os contextos onde não interagimos diretamente, mas que influenciam diretamente os
elementos do microssistema. Por exemplo: podemos não interagir diretamente no contexto profissional dos nossos
familiares, mas aquilo que se passa nesses ambientes tem repercussões nas nossas vidas. Os centros de saúde, os
parentes afastados, as direções desportivas, os servições religiosos, as instituições autárquicas, as campanhas de
solidariedade, são exemplo de elementos do exossistema.
A ação do exossistema revela-se essencialmente a elementos de suporte social. Os apoios sociais podem contribuir
para a manutenção e para a melhoria da saúde física e mental das pessoas.
o Macrossistema
É o contexto mais alargado de desenvolvimento dos indivíduos. Refere-se à cultura em que estamos inseridos, com o
seu sistema de valores, leis, crenças, ideologias, religiões e costumes. Um exemplo da influência do macrossistema
reside nos regimes e decisões políticas, que têm impacto em níveis como saúde e educação, ao emprego e à vida
económica das populações, etc.
O modelo bio ecológico tende a realçar as características biopsicológicas do indivíduo em desenvolvimento, face à
excessiva importância atribuída aos contextos de desenvolvimento.