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Difração e Interferência da luz.

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Gabriel Minto Faria, 1João Serpeloni, 1Anissa Ayala.

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Turma 1 de Laboratório de Física, Universidade Estadual de Londrina, 86057-970, Londrina, Paraná, Brasil.

05 de dezembro de 2019

O referido trabalho busca estudar os fenômenos de difração e interferência da luz. Analisando efeitos de
difração em fendas simples, duplas e redes, além de validar os comprimentos do espectro da luz visível a partir
da difração. Alguns erros sistemáticos foram encontrados na prática 4, contudo, todos os experimentos
realizados são eficientes para a analise de efeitos de difração e interferência da luz.

1. Introdução
Efeitos de difração ocorrem quando uma onda
colide com um objeto ou uma fenda de tamanho
próximo a seu comprimento de onda. O fenômeno faz
com que a frente de onda se espalhe de forma a ficar
aproximadamente esférica. Esse fenômeno faz com
que a projeção da onda em um anteparo seja permeada
por padrões de claros e escuros devidos a
interferências construtivas e destrutivas dessa onda.
[1]
Os efeitos de difração e interferência como Figura 1 – Intensidade devido a difração em uma fenda
exposto por Young em 1801, comprovaram o caráter de largura a.
ondulatório da luz. E hoje esses efeitos são aplicáveis
e estão presentes em diversas áreas da física, química A intensidade da luz projetada no anteparo depende
e indústria. [1] do ângulo θ, de acordo com a relação:
O objetivo do trabalho é realizar experimentos que 2
comprovem o caráter ondulatório da luz. Aplicando sen ∝
situações de difrações e interferências e calculando
I =I 0( ∝ )
grandezas como o tamanho de um fio de seda
iluminado por luz, a separação das fendas de uma rede Onde α é dado por:
de difração e o comprimento de onda do espectro da πa
luz visível. [2] α= sen θ
λ

2. Métodos Sendo I 0 a Intensidade máxima central para θ = 0.


Os mínimos de interferência podem ser localizados
2.1 Modelo Teórico
a partir da relação:

Fenda Única. (1) a ∙ sen θ=m∙ λ


Uma onda plana de comprimento de onda λ, ao incidir Para m = ±1, ±2, ±3 ....
em um anteparo de largura a se difrata, apresentando
Os máximos de secundários de interferência
um padrão de interferência, apresentado na figura 1.
atendem a seguinte condição
1 Figura 2 – Franjas de interferência devido a difração em
(2) a ∙ sen θ=(m+ ) ∙ λ fenda dupla.
2
Fenda Dupla. Os máximos de interferência podem ser
Quando uma onda plana incide sobre duas fendas de localizados a partir de:
largura a, e separadas de uma distância d, cada fenda (3) d sen θ=m λ
produzirá na onda o fenômeno de difração, essas
difrações produzirão em um anteparo posicionado a
uma distância L das fendas um padrão de
Experimento de Young.
interferências construtivas e destrutivas. A figura 2
demonstra o fenômeno. No ano de 1801, o inglês Thomas Young
realizou um experimento que veio provar as
características eletromagnéticas da luz. Partindo de
uma tela de fenda dupla Young provou que a luz
sofria difração ao incidir sobre as duas fendas, e o
resultado disso é a projeção de um padrão de
interferência em um anteparo posicionado distante
das fendas. Mostrando que a luz sofre interferência e
difração, características que evidenciavam seu
comportamento ondulatório.

2.2 Métodos Experimentais


Prática 1 – Observação Qualitativa
O aparato experimental foi montado de acordo com
a figura 3.

Figura 3 – Um laser incidindo sobre uma fenda variável


produzindo efeitos de difração e interferência e sua projeção
numa anteparo.
Durante o experimento foram utilizadas uma fenda
ajustavel, uma lâmina de vidro com uma fenda
simples e duas fendas duplas com diferentes
separações e uma rede de difração. A incidência do
laser por cada um desses objetos produz efeitos
característicos de difração e interferência, que foram
analisados e serão comentados adiante.
Prática 2 – Espessura de um fio de seda.
O mesmo aparato usado na prática 1, representado na
figura 3 foi novamente utilizado. Contudo, agora,
substituindo a fenda por um fio de seda. O anteparo Figura 5 – Diagrama da montagem para determinação do
comprimento de onda de cores emitidas por uma fonte de luz,
foi posicionado a uma distância de 65cm de distância
sendo: FL a fonte de luz, L1 uma lente de f=5cm; L2 uma lente
do fio de seda e a partir da incidência do laser pelo de f=15cm; FS uma fenda simples; R uma rede de difração; G
fio de seda, foram medidas as distâncias entre o um goniômetro; T um telescópio e A um anteparo.
centro do máximo central e cada mínimo de difração.
A partir dos efeitos de difração foi possível a
Prática 3 – Espaçamento da grade de difração. visualização do espectro na luneta e a determinação
de cada ângulo que produzia cada cor e seus
Um laser foi posicionado de forma a incidir sobre
comprimentos de onda.
uma rede de difração posicionada em um goniômetro,
projetando assim as linhas de difração em um 3. Resultados e Discussão
anteparo, o aparato experimental pode ser observado
na figura 4. Prática 1
Quatro tipos de fenda foram colocadas sobre o
suporte: uma fenda ajustável, uma fenda simples,
uma fenda dupla com menor espaçamento e uma
fenda dupla com maior espaçamento. As seguintes
conclusões foram observadas pela incidência do laser
em cada fenda.
Fenda ajustável: Quando as fendas são estreitadas
para um tamanho cada vez mais próximo ao
Figura 4 – Um laser L incidindo sobre uma rede de difração R
em um goniômetro G e sua projeção em um anteparo A.
comprimento de onda da luz incidente, o ângulo das
primeiras franjas escuras aumenta, ou seja, a extensão
Medidas para cada ângulo que produziam os da difração começa a ficar maior, fazendo com que
máximos 1, 2 e 3 foram aferidas a partir do os efeitos de difração fiquem cada vez mais
goniômetro para o que fosse possível efetuar o aparentes.
cálculo das distâncias entre as fendas da rede de
difração a partir da equação (3). Fenda Simples e Fendas Duplas: Quando o
processo de difração ocorre em fendas duplas nota-se
Prática 4 – Fonte de luz branca. no anteparo um padrão de difração e interferência,
onde dentro de cada curva de difração se encontram
No aparato experimental evidenciado na figura 5 um
diversos máximos e mínimos de interferência,
laser foi posicionado de forma a incidir sobre duas
devidos a interferência entre as ondas difratadas pelas
lentes passando por uma fenda simples incidindo em
duas fendas. Na fenda simples notamos apenas os
um goniômetro com uma rede de difração e por fim
máximos e mínimos de difração.
visualizado por uma luneta em um braço móvel.
Fendas Duplas: Ao tratar-se apenas das fendas 3 1,0 0,109
duplas pode-se notar que quanto mais aumenta-se o 5 1,9 0,110
tamanho a da abertura da fenda os efeitos de difração 7 2,7 0,109
começam a desaparecer, isso se deve ao fato de que 8 3,0 0,112
quanto maior o tamanho das fendas, estas ficam cada
vez mais distântes do comprimento de onda da luz
incidente. Já quando aumenta-se o tamanho d da Calculando a média de a temos como valor médio
distância entre as fendas os efeitos de interferência para o tamanho do fio de seda: 0,110 mm.
começam a desaparecer, devido as fendas se Prática 3
aproximarem cada vez mais a uma fenda única.
As medidas realizadas durante o experimento estão
Rede de Difração: Redes de difração são varias expostas na tabela 3. Onde θm é o ângulo médio para
fendas separadas por uma distância d. A grande cada máximo de interferência (m) e d a distância de
diferença entre fendas duplas e redes de difração se cada fenda da rede de difração calculado a partir da
encontra no fato de nas redes de difração notar-se no equação (3), sabendo que o comprimento de onda do
anteparo diversos máximos e mínimos de difração e feixe do laser é 650nm.
interferência, que vão depender do número de fendas
da rede. Tabela 3 – Distâncias entre as fendas da rede de
difração
Prática 2 m θm (°) sen(θm) (°) d (μm)
1 18,5 0,317 2,0
A partir dos dados coletados montou-se a tabela 1 2 39,0 0,629 2,0
relacionando o número m de cada mínimo de 3 74,5 0,963 2,0
difração com sua distância y do máximo central.
    Prática 4
Tabela 1 – Distâncias do centro do máximo
central a cada mínimo de difração A tabela 4 exposta abaixo mostra a cor observada na
m y (cm) luneta e seu respectivo ângulo aferido por meio do
3 1,0 goniômetro.
5 1,9 Tabela 4 – Cores observadas e seus respectivos ângulos
7 2,7 θm (°) sen(θm) (°) cor
8 3,0 23 0,39 violeta
25 0,422 azul
y 27 0,454 verde
Sabe-se que tanθ= (4), e como os ângulos 29 0,484 amarelo
L
observados são pequenos, a aproximação é válida: 31 0,515 laranja
tanθ=sin θ=θ, dessa forma podemos igualar (4) e 37 0,601 vermelho
(1). Assim pode-se calcular o tamanho do fio de seda
Tomando m = 1, pois as cores observadas
a partir dos dados da tabela 1 e sabendo que o laser
correspondem ao primeiro mínimo como a distância
emite um feixe de comprimento de onda 650nm e que
entre cada fenda é de d = 1μm é possível determinar
a distância L do fio de seda ao anteparo é de 65cm.
o comprimento de onda para cada cor utilizando a
Dessa forma na tabela 2 estão dispostos os tamanhos
equação (3).
a do fio de seda para cada valor de y.
Assim seguem os comprimentos de ondas
     
calculados pela equação 3 e comparados com a
Tabela 2 – Tamanho do fio de seda
literatura.
m y (cm) a (mm)
Tabela 5 - Comparação entre comprimentos de
onda calculados e da literatura
Cor λc (nm) λr (nm)
violeta 390 380-450
azul 422 450-495
verde 454 495-570
amarelo 484 570-590
laranja 515 590-620
vermelho 601 620-750

4. Conclusão.
Com a realização dos experimentos foi possível
determinar o tamanho do fio de seda e da distância
entre as fendas da rede de difração com boa precisão,
obtendo valores próximos para as duas grandezas.
Contudo no experimento 4 devido a erros sistemáticos
por conta de o experimento utilizar aproximações para
localização das cores, encontrou-se imprecisões ao
comparar os valores experimentais com os da
literatura, porém, com valores na mesma ordem de
grandeza, mostrando que os métodos utilizados são
eficientes.

5. Referências Bibliográficas
1. Halliday D., Resnick, R., Walker, J., “Fundamentos de
Física 3”, Livros Técnicos e Científicos Editora, 4a Edicão,
São Paulo, 1996.

2. Toginho Filho, D. O. Laureto, Catálogo de


Experimentos do Laboratório Integrado

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