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1. INTRODUÇÃO
Na Grecia antiga, cerca de 600 anos A.C., Tales de Mileto, conseguiu atrair certos
corpos leves com um pedaço de uma resina denominada âmbar, em grego ηλεκτρσν
(eléctron), após atritá-la em pele de gato.
Este fato foi confundido com as ações magnéticas que já eram do conhecimento geral
desde a descoberta da magnetita, pelos gregos. Mais tarde descobriu-se que outras substâncias
adquiriam as mesmas características do âmbar atritado.
No século XVI, William Gilbert introduziu o termo eletricidade e estabeleceu critérios
para diferenciar os fenômenos de ações elétricas dos de ações magnéticas e estabeleceu
também os princípios do magnetismo. Foi descoberto por Dufay, em l733 que as ações
puramente elétricas são ora atrativas ora repulsivas; reconheceu-se a existência de duas
espécies de eletricidade; Franklin propôs os estados elétricos positivo e negativo e Coulomb,
em fins do século XVIII, estabeleceu uma lei quantitativa entre as ações elétricas.
O estudo da corrente elétrica foi inicialmente feito nos fins do século XVIII por Galvani
e Volta, e mais tarde no século XIX, Faraday e Rowland reconheceram que a corrente elétrica
era eletricidade em movimento.
No final do século XIX, Thomson descobriu o elétron, Becquerel descobriu e estudou a
radioatividade e, no começo do século XX, Millikan mediu a carga do elétron; em 1911,
Rutherford apresentou seu modelo atômico que foi complementado por Bohr e Sommerfeld
em 1913; a teoria quântica de Schrodinger e Heisenberg, a relatividade de Einstein e o
eletromagnetismo de Maxwell abriram novos horizontes nos campos da Física e, em 1932,
Anderson descobriu o pósitron (o elétron positivo), o primeiro passo da antimatéria.
Paralelamente, em l884, Edison utilizou seu fenômeno termoeletrônico e desenvolveu a
lâmpada; em 1904 o professor J.A.Fleming desenvolveu, a partir do efeito Edison, a primeira
válvula, o Diodo.
Exemplo
Qual o menor tamanho que pode ter um resistor de 1kΩ suportar uma corrente de 25 mA?
A
1A
10V
10Ω
40Ω
40V
dizer que a diferença de potencial entre os pontos B e A é VBA, nada poderíamos afirmar sobre
o pontecial de A ou o potencial de B.
Exemplo
Nos três casos analisados, como podemos reparar, a diferença de potencial entre A e B
ou a tensão da pilha se manteve, evidentemente, igual a 1,5V.
4. LEIS DE KIRCHHOFF
4.1. INTRODUÇÃO
De um modo geral, os circuitos elétricos não se apresentam de maneira simples mas sob
o aspecto de redes elétricas.
Rede elétrica é qualquer associação de bipolos elétricos, ativos ou passivos, interligados
de formas quaisquer, por meio de malhas elétricas.
A figura 5 mostra uma rede elétrica, que é constituída por malhas, ramos e nós.
Nós (nodos ou vértices): sáo os pontos de três ou mais bipolos, por exemplo: B, F, H,
etc. Os pontos A e I não são nós.
Ramo: todo trecho do circuito compreendido entre dois nós consecutivos, por exemplo:
BF; HD; etc. GA não e ramo, mas sim G(A)B e ainda C(I)D.
Malha: todo percurso fechado constituído por dois ou mais ramos, por exemplo: GFHG;
FBECF; CEDIC; etc.
Devemos lembrar que, na maioria dos casos, o estudo de uma rede elétrica fica facilitado
se a redesenharmos de forma simples, sempre que possível.
Muitas vezes denominadas regras, lemas ou ainda corolários de Kirchhoff, são derivadas
de dois conceitos básicos da continuidade da corrente elétrica e o da distribuição energética.
A primeira lei de Kirchhoff, também denominada lei dos nós, apresenta o seguinte
enunciado:
I2 +I5 – I1 – I3 – I4 = 0 (1)
I2 + I 5 = I 1 + I 3 + I 4
ou matematicamente
n
∑I j−1
j =0
Também denominada lei das malhas, a segunda lei de Kirchhoff apresenta o seguinte
enunciado:
De um modo geral, utilizando uma linguagem técnica a figura 8a mostra uma queda de
tensão e a figura 8b uma elevação de tensão.
Retornemos à análise da malha evidenciada pela figura 7 e representemos as tensões dos
componentes, conforme mostra a figura 9. Partindo do nó A e percorrendo a malha no sentido
horário, escrevemos:
– E 1 – U1 + E3 + U2 – E2 =0 (2)
∑U
j−1
j =0
internas. A polaridade da tensão E’ equivalente de Thevenin deve ser escolhida de modo que a
corrente através de uma carga, que seria ligada ao circuito equivalente de Thevenin, tenha o
mesmo sentido que teria com a carga ligada à estrutura ativa original.
Para esclarecer melhor o assunto, vamos resolver o exemplo da figura 10
numericamente, como mostrado na figura 12.
R = R1 + R2 + R3 + R4 = 50Ω
E 2 − E1 30 − 10
I= = = 0,4 A
R 50
E’ = E2 – R2 I – R4I = E2 – I(R2+R4)
E’ = 30 – 0,4 (10 + 20) = 18V
Para determinar a resistência equivalente R’, devemos anular as fontes, como mostrado
na figura 13. Aqui desprezamos as resistências internas das fontes de tensão. A resistência R’
sará a vista dos terminais PQ.
Desta forma, R’ será encontrada por:
R' =
(R 1 + R 3 )(R 2 + R 4 ) 20 × 30
= = 12Ω
R1 + R 2 + R 3 + R 4 50
Se conectarmos nos pontos PQ uma carga R L, a corrente que passa por ela será dada por:
E'
IL =
R'+ R L
IL = 1A
O teorema de Norton estabelece que qualquer circuito linear ativo de terminais de saída
tais como PQ na figura 15a pode ser substituído por uma única fonte de corrente I’ em
paralelo com uma resitência R’ como mostra a figura 15b.
A corrente equivalente de Norton estabelece que qualquer circuito linear, I’, é a corrente
através do curto-circuito aplicado aos terminais da estrutura, P e Q. A resistência R’ é a
resistência vista dos terminais PQ, quando todas as fontes forem anuladas, sendo substituídas
pelas respectivas resistências internas. Portanto, dado um circuito qualquer, as resistências R’
dos circuitos equivalentes de Thevenin e Norton são iguais. A corrente através de uma carga
ligada aos terminais PQ do circuito equivalente de Norton deve ter o mesmo sentido que a
corrente através da mesma carga, ligada à estrutura ativa original.
Como ilustração, vamos determinar o circuito equivalente de Norton para o circuito já
apresentado na figura 12. Para determinar a corrente I’, devemos curto-circuitar os terminais
PQ da estrutura, como mostrado na figura 16.
E1 10
I1 = = = 0,5 A I
R 1 + R 3 15 + 5
E2 30
I2 = = = 1,0 A
R 2 + R 4 10 + 20
Para determinar R’, devemos anular as fontes, como na figura 17. Aqui desprezamos as
resistências internas das fontes de tensão. A resistência R’ será a vista dos terminais PQ.
R =
(R 1 + R 3 )(R 2 + R 4 ) 20 × 30
= = 12Ω
R1 + R 2 + R 3 + R 4 50
Se conectarmos nos pontos PQ uma carga R L, a corrente que passa por ela será dada por:
R
IL = •I
R + RL
Seja, por exemplo, uma carga igual à do exemplo de Thevenin, ou seja, RL = 6Ω; então:
12
IL = • 1,5 = 1A
12 + 6
E'
I'=
R'
E’ = I’ . R’
O teorema estabelece que a corrente que circula por um ramo de um circuito, produzida
por várias fontes, é igual à soma algébrica das componentes tomadas separadamente,
considerando-se apenas uma das fontes de cada vez, substituindo-se as outras pelas suas
resistências internas.
Para a utilização do teorema, devemos eliminar todas as fontes menos uma de cada vez,
substituindo as outras pelas suas resistências internas. Calcula-se as correntes em cada ramo,
para cada configuração. O resultado será a soma das correntes calculadas para cada ramo, em
cada configuração.
6. TENSÃO SENOIDAL
t
I
Existem várias formas de onda representativas de uma tensão CA. Ela pode ser
retangular, triangular, dente-de-serra, senoidal, ou assumir qualquer outro perfil, desde que
assuma valores ora positivos ora negativos.
Uma onda de tensão senoidal assume diferentes valores a cada instante descrevendo
uma curva de seno em função do tempo. Matematicamente podemos descrever uma tensão
senoidal conforme a equação abaixo:
v(t ) = Vp sen(ωt )
A senoide descrita acima foi desenhada tendo valor zero no instante t=0. De forma
diferente, se esta senoide tivesse um outro valor quando t=0, deveríamos colocar um outro
argumento na função seno, que demonstraria um deslocamento no eixo do tempo no gráfico.
Desta forma a descrição da onda senoidal seria:
v(t ) = Vp sen(ωt + θ )
Neste caso, quando t=0, o valor Vpsen(θ) será o valor inicial da tensão.
A figura 22 mostra duas ondas de tensão senoidal sobre o mesmo gráfico, tendo o
mesmo valor máximo e a mesma freqüência. Para a onda de v1, θ1=0o, e para v2 , θ2=30o=π/6.
O eixo das abcissas é marcado por valores de tempo (t) acima, e os correspondentes valores de
freqüência angular (ωt), abaixo.
Sobre essas ondas, dizemos que existe uma defasagem de θ2-θ1=30o de v1 em relação a
v2, ou seja, v2 está adiantada de 30o em relação a v1, e v1 está atrasada de 30o em relação a v2.
Podemos , então, dizer que o argumento θ representa a fase da onda senoidal. Em Engenharia
Elétrica, o ângulo de fase é normalmente escrito em graus e não em radianos. Por exemplo,
podemos descrever uma onda de amplitude 180V, freqüência 60Hz (período T=1/f = 0,0167
seg), e fase 30 o como:
v(t) = 180sen(2π60t + 30o) = 180sen(377t + 30o)
Devemos sempre tomar o cuidado de transformar os valores dos ângulos para as mesmas
unidades antes de calcular o valor da tensão v(t). Por exemplo, no tempo t = 0,005seg, a tensão
será: v(0,005) = 180.sen (2π.60.0,005 + 30o) = 180.sen(0,6π + π/6) = 120,4V.
O valor médio de uma tensão alternada senoidal será sempre zero em períodos inteiros
da onda. A demonstração é vista abaixo, utilizando o exemplo da onda da rede de alimentação
de 127V.
Vm =
1 T
∫ 180 sen(377t )dt =
180
[cos(377t )]0 =
T 180
[cos(2π ) − cos(0)] = 0V
T 0 377T 2π
Vm = 0V
1 − cos( 2 ∗ 377 t)
180 2 180 2 [1 − cos(2 ∗ 377 t)] Vp 2 [1 − cos(2ωt)]
p(t) = 2
= =
R 2R 2R
Esta potência pode ser escrita como uma função de cosseno com o dobro da freqüência
da tensão v(t), conforme visto na figura 4:
Verifica-se que esta onda de potência varia do valor zero ao valor máximo, Pp, tendo
um valor médio igual a P m, onde:
2 2
Vp Vp
Pp = ; Pm =
R 2R
Para que a resistência R, ligada a uma fonte de tensão contínua, produzisse o mesmo
efeito calorífico, dissipasse a mesma potência, seria necessário que esta fonte tivesse uma
tensão Vc , tal que a potência Pc fosse de mesmo valor de Pm.
Vc2 Vp2
Pc = = Pm =
R 2R
Portanto, Vc = Vp/√2
e por definição, Vef = Vc= Vp/√2.
No exemplo da rede elétrica, temos : Vef = 180V/1,41 = 127V. Sendo que 1,41 = √2 .
Assim se demonstrou a relação entre tensão eficaz e tensão de pico de uma onda senoidal.
7 . O TRANSFORMADOR
7.1. INTRODUÇÃO
Antes de mais nada os geradores que produzem energia precisam alimentar a rede de
transmissão e distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em vista seu melhor
rendimento. Esse valor depende das características do próprio gerador, enquanto a tensão que
alimenta os aparelhos consumidores, por razões de construção e sobretudo de segurança, tem
valor baixo, nos limites de algumas centenas de volts (em geral, 127 ou 220). Isso significa
que a corrente, e principalmente a tensão fornecida, variam de acordo com as exigências.
A relação entre as voltagens no primário e no secundário, bem como entre as correntes nesses
enrolamentos, pode ser facilmente obtida: se o primário tem Np espiras e o secundário Ns, a
voltagem no primário (Vp) está relacionada à voltagem no secundário (Vs) por Vp/Vs =
Np/Ns, e as correntes por Ip/Is = Ns/Np. Desse modo um transformador ideal (que não dissipa
energia), com cem espiras no primário e cinqüenta no secundário, percorrido por uma corrente
de 1 ampère, sob 110 volts, fornece no secundário, uma corrente de 2 ampères sob 55 volts.
7.3. FUNCIONAMENTO
Na sua forma mais simples, o transformador consiste num núcleo de ferro, com dois
enrolamentos. O enrolamento, no qual se aplica a potência elétrica, chamado de enrolamento
primário e o outro, que entrega a potência elétrica ao consumidor, é chamado de
enrolamento secundário.
Uma das vantagens do transformador é acoplar dois circuitos elétricos sem interligá-los
eletricamente. A primeira bobina ou enrolamento primário ou de entrada, recebe a corrente
alternada que deve ser transformada. A corrente alternada, atuando sobre o enrolamento, causa
o aparecimento de um campo magnético variável. O fluxo magnético atua sobre o segundo
enrolamento ou enrolamento secundário ou de saída, induzindo no mesmo uma força
eletromotriz. A intensidade da f.e.m. induzida depende da freqüência do fluxo magnético, de
Ep Np
= (1)
Es Ns
Pp = Ps (2)
Ep x Ip = Es x Is (3)
Ip Ns
= (4)
Is Np
Ps
η= (5)
Pp
É claro que, se considerarmos o transformador como ideal, isto é, sem perdas, a potência
no secundário será igual à potência no primário e portanto o rendimento será igual a 1 ou seja
100%.
Quando uma carga for conectada no secundário, a impedância “vista” pelo primário não
é o valor da carga, dependendo esta da relação de espiras.
A figura 34 mostra um transformador, com uma carga RL no secundário, associado a um
gerador no primário.
PP = R L\ I 2P PS = R L I S2
Mas Pp = Ps
Então:
2
I
R I = RL I
\
L
2
P
2
S → R = S
\
L
R L
IP
2
N
Ou R = P
\
L
R L
NS
E ainda R \L = n 2 R L
NP
onde n= é a relação de espiras.
NS
Us
Pat = Ptr (9)
Us − Up
Exemplo:
7.7. EXERCÍCIOS
2. Pode o transformador ser utilizado para ‘transformar” tensões contínuas? Por que?
3. Um transformador tem 400 espiras no primário e 2 800 espiras no secundário. Sendo 115
Vef a tensão no primário, qual a tensão no secundário?
8. ANEXOS
A seguir são apresentadas duas tabelas, a primeira com valores das resistividades de
vários materiais comumente encontrados, e a segunda com os símbolos gráficos de vários
componentes de circuitos elétricos e eletrônicos.
Fonte: Tucci & Brandassi, “Circuitos Básicos em Eletricidade e Eletrônica”, Ed. Nobel
Condutores conectados
Resistor
Resistor ajustável
Potenciômetro
Fusível
Bateria
Alto-Falante
Voltímetro
Amperímetro
Relé
Lâmpada
Lâmpada Neon
Capacitor
Capacitor Variável
Capacitor Eletrolítico
Bateria
Prof. João Giacomin – DCC – UFLA 38
Circuitos Elétricos
Transformador
Diodo termoiônico
Triodo
Pentodo
Diodo semicondutor
Fotodiodo
Diodo Zener
Transistor PNP
Transistor NPN
Fototransistor
9. Bibliografia
[1] Tucci & Brandassi, “Circuitos Básicos em Eletricidade e Eletrônica”, Ed. Nobel, 1984
[2] http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica7/funciona/transformador.htm