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Coral

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Coral
Sumário
Apresentações ............................................................................ 1
Digite o título do capítulo (nível 1) .......................................... 9
Digite o título do capítulo (nível 2) ......................................... 5
Digite o título do capítulo (nível 3) ..................................... 6

Guia de Leitura:
— Fala, ação ou narração do ocorrido
“...” Pensamento/Imaginação do(a) personagem

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Coral
1. Apresentações
Sim, assim como todas as histórias, essa aqui também começa
na escola... eu estudo na “Escola Aralto de São Luís” (tem nome
de escola mais ridículo que esse?) era meu primeiro dia, e
TUDO que podia acontecer de maluco, aconteceu!
— Ei, acorda! Já são 7:30 porra! Não quero me atrasa por sua
culpa, feiosa.
— Ahnnnnn oi? Que? Hoje tem aula? — falei enquanto
procurava meu óculos na mesa ao lado da minha cama.
— Claro que tem aula idiota, agora se arruma rápido porque eu
tô apressado. — Ele saiu do quarto e fechou a porta
agressivamente.
— Bom dia Coraline! Hoje vai ser uma merda! Nossa, eu e
minha mania de falar sozinha enquanto me arrumo. Deixa eu
pegar meu uniforme aqui; eu não lembrava que ele era tão
colorido. Tá! Sapato agora; Ahmmmm deixa eu pensar...
vermelho preto ou branco... vermelho preto ou branco...
vermelho preto ou branco... — falei enquanto apontava para
cada um deles respectivamente.
— BRANCO, CORAL! BRANCO! — ele gritou por trás da
porta.
— Tá bom não precisa gritar apressadinho — abri a porta e
olhei na cara dele — Vai ver a Gabi hoje? “como sempre, ele
tava vestido de preto, com um cabelo todo bagunçado e
mordendo as unhas; éééé, esse é o Kevin, meu querido e único
irmão” — Nossa você tá pior que ontem — falei enquanto batia
na camisa dele pra tirar a poeira.

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Coral
— Cala boca e vamo logo, o terceiro ônibus vai passar daqui a
10 minutos — falou enquanto descia as escadas da casa
correndo. — Acelera Coral, Acelera — Pegou minha mão e
correu junto comigo.
— Coral! Beijo filha! Quando chegar em casa me conta como
foi o dia! — Minha mãe gritou enquanto Kevin me puxava pela
porta da frente.
— Me solta mano! Qual seu problema?!?! — tirei a mão dele do
meu braço e continuei andando.
— O meu problema? O meu problema é que EU, A GABI, E O
LUCAS estamos atrasados por sua culpa! — falou enquanto
arrumava o cabelo. — Glória! o ônibus chegou na hora perfeita.
— Entrou no ônibus e foi correndo pro final — Eae galera qual
é a boa? — deu um tapa no ombro do Lucas que já estava
sentado do lado da Gabi.
— A boa? Sabe qual é a boa Kevin? Eu tive que esperar você
me mandar mensagem pra sair de casa, e olha só a hora!
Atrasados por sua culpa — Gabi falou com uma cara de raiva e
em seguida pegou o celular.
— Me escuta aqui Coral, isso é culpa sua! Se amanhã isso
acontecer de novo... Você tá fudida na minha mão — disse
Kevin depois de sentar ao lado de um idoso.
— Sério? E desde quando eu preciso ficar presa com você? você
já tem 17 anos, se liga mano! — falei e logo depois sentei bem
longe dele e de seus amiguinhos chatos. — Peguei meu celular e
abri o whatsapp — “você foi adicionado(a) a um grupo; 1°E”
“descrição; estude pra então ser um fracassado só no amor” —

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Dei uma risadinha baixa — “eu não conheço ninguém dessa
sala... hoje vai ser uma merda.” — “eu saí tão rápido que nem
consegui falar com a Rose... espero que minha mãe lembre de
dar comida pra ela”
— Vamo feiosa, a gente já chegou — pegou minha mão
suavemente dessa vez, e então sussurrou no meu ouvido —
Toma cuidado tá? Se alguma coisa acontecer é só me chamar no
3°A, te amo feiosa. — Beijou minha cabeça e descemos juntos
do ônibus.
— Quando eu vi a escola... — Ca ra lho, isso é grande pá porra
— Olha a boca porra! — deu uma tapinha na minha boca e saiu
andando na frente.
— Tá bom! Aí vou eu — entrei na escola e comecei a subir as
benditas escadas — 1°E... 1°E... 1°E... cadê o 1°E??? — acabei
falando um pouco alto sem querer.
— Ei... você também é do 1°E?
— Uma voz calorosa e satisfatória atrás de mim, ele me toca
logo em seguida.
—Oi, é... meu nome... meu nome é Benjamin... pode me chamar
de Ben, eu também sou do 1°E, pelo o que eu ouvi, a sala é logo
aqui em cima, a esquerda do corredor. — Ele falou enquanto
diminuía o tom da voz, ela ficava cada vez mais baixa, ele tinha
uma voz tão pura e suave, seu cabelo era ondulado e bem
escuro, ele não tava usando o uniforme da escola, e também
tinha um all star preto, usava um colar com uma pedra escura e
pontuda.

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Coral
— Ah, eae, meu nome é Coraline, massss pode me chamar de
Coral se quiser, todo mundo me chama assim haha. — falei de
uma forma simpática e simples, querendo apenas fazer amizade
— Ahnn você tem quantos a-
— Por que você tem uma cicatriz na mão? — ele me
interrompeu, e assim eu percebi que enquanto eu falava, ele
estava o tempo todo olhando pro meu corpo e pro meu cabelo,
como se estivesse me analisando.
— Eu... eu não quero falar sobre iss-
— Sua cor favorita é rosa? As pontas do seu cabelo são rosa —
falou e me encarou friamente, nesse momento eu travei, olhei no
fundo dos olhos dele, e eu só conseguia me sentir vazia por
dentro... os olhos dele... eles eram tão... sem vida. Como se
estivesse apenas existindo, e não vivendo. — Se não quiser
responder não tem problema. — disse Ben enquanto abaixava a
cabeça.

— Eu... vou pra sala... — saí em disparada pra sala, e sentei na


ultima banca, o lugar perfeito. — “Por que ele fez perguntas tão
estranhas? Ele disse que era da minha sala, só que... ele não
parecia ter 15 ou 16 anos. Qual é o problema dele?” — Na sala
eu consegui ver algumas pessoas, a maioria parecia animada pro
inicio do ano, diferente de mim, que a cada minuto eu desligava
por causa do sono — “Droga por que eu fui passar a noite lendo
aqueles livros malucos?!” — O professor finalmente chegou na
sala, e em seguida, a sua apresentação.
— Bom, é, vamos lá! Meu nome é George, vou ser o professor
de Filosofia de vocês, — O professor tinha um cabelo curto e

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alvacento, acompanhado de uma pequena barba rala. Ele
também usava óculos com lentes redondas, usava uma camisa
de anime com um texto escrito: Plus Ultra! Sua voz era bem fina
e calma. — “por que ele olha tanto pra baixo? Será que o sapato
dele tá sujo?” — bem, eu vou ser sincero com vocês, eu sou um
professor que preza muito pelo ensino em si, e não me prendo a
estética de pontos e aprendizado da escola, pra mim o
conhecimento é algo além de um teste de zero a dez, ou seja,
não se preocupem com pontos nem nada do tipo, apenas tentem
obter conhecimento e se destacar. — Nesse momento eu fiquei
muito animada, esse foi o primeiro professor que eu vi falar tão
abertamente assim com os alunos, todos os outros eram
fechados e de mente quadrada. — Bom, abram seus livros na
página 112, vamos estudar sobre Friedrich Nietzsche, e sua
visão e ideias sobre o mundo. — “Eu sempre gostei de História,
desde 8°ano, eu já estudava e lia alguns artigos de filosofia, isso
me cativa muito, pensar sobre a vida em geral é algo que me
deixa realmente muito animada. — Bom, Friedrich Nietzsche ou
apenas Nietzsche daqui pra frente, foi um filosofo incrível, é
difícil que vocês não conheçam pelo menos alguns de seus
pensamentos, provavelmente já leram no status de alguém no
whatsapp — Ele riu e levantou as mãos, como um gesto de “por
favor ria comigo”, mas a sala inteira ficou em silencio. — É...
voltando, sua filosofia principal traz a ideia de Afirmação da
Vida, que envolve o questionamento de qualquer doutrina ou
religião que drene sua energia — “Ele fala muito, é até legal, eu
gosto do assunto, mas eu prefiro dormir...” — Acabei dormindo,
e quando acordei não tinha ninguém na sala, eu estava sozinha,
olhei pela janela, e vi uma árvore no centro do pátio da escola
— “Nossa que árvore linda, ela é muito grande e o seu verde é
vibrante, maravilhoso.” — Quando de repente...

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— Você também gosta dessa árvore? — Aquela mesma voz
suave e calma, ela ecoa na minha cabeça e me deixa nervosa ao
mesmo tempo que me sinto relaxada. — Ela é linda né? É a
coisa mais bela que eu já vi na minha vida inteira. — Disse Ben
enquanto se aproximava da janela.
—É, realmente muito linda — sigo ele com meus olhos e
balanço a cabeça, ao mesmo tempo que penso em sair da sala
correndo — E então ele quebra o clima com apenas uma frase.
— Vai ser lá que eu vou morrer, naquela árvore. Eu preciso
morrer lá, é o único lugar que eu me sinto em paz. — Ele
colocou as duas mãos na janela, eu conseguia ver seus olhos
brilhando no reflexo.
— Do que você tá falando? Morrer? Que? — eu não sabia o que
fazer, nem o que falar. Eu não sabia se ele tava falando sério ou
apenas zoando, nesse momento tenso só consegui falar uma
coisa:
— Eu tenho uma cobra de estimação, lembra que você me
perguntou dessa cicatriz mais cedo? por isso eu tenho ela,
antigamente ela era muito estressada, mas hoje em dia el- — Por
estar muito nervosa com o que ele tinha falado, acabei falando
sobre algo muito pessoal meu, mas ele me interrompeu e disse:
— Eu conheço uma cicatriz de faca quando vejo uma — Os seus
olhos pararam de brilhar, e ele me observou de canto de olho,
fiquei calada por alguns segundos enquanto escondia minha
cicatriz com a outra mão.
— Eu... quantos anos você tem? Não parece ser da minha idade
— Acabei perguntando sobre a idade, eu tinha reparado que a

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voz dele era mais fina que o normal, e ele era um pouco mais
baixo também.
— Eu tenho 12 anos, me enviaram pra essa escola porque eu fiz
um teste e acabei acertando todas as questões. — Olhou pra
mim com um sorriso estranho, não era um sorriso muito
amigável.
— Ah... — acabei ficando muito nervosa e saí correndo com a
minha bolsa, desci as escadas e fui pra parte aberta da escola,
onde a árvore fica. — O céu estava sem nuvens, e o sol brilhava
muito forte. Quando olhei pro banco que fica na frente da
árvore, vi uma garota sentada, sozinha, ela tinha um cabelo
longo e cacheado, uma pulseira colorida e alguns colares. Então
ela me chamou e disse:
— Oi! Cê é a mina que dormiu nas 4 aulas né? — falou
enquanto se apoiava na sua mão e balançava a cabeça
lentamente — Senta aqui, bó se conhecer — bateu 3 vezes na
direita do banco.
— Prazer meu nome é Coraline tenho 15 anos e tenho uma
cobra de estimação. — Falei rápido e me sentei do lado dela,
enquanto abria minha bolsa.
— Oi? Cora o que? É tipo aquele filme da menina lá? — “éee,
esse mesmo...”
— Sim todo mundo fala desse filme hahaha, minha mãe
escolheu esse nome porque é o mesmo da minha vó. — falei
enquanto pegava alguns chicletes na bolsa. — Você vai querer?
— mostrei 5 sabores diferentes pra ela escolher um.

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— Ah vou sim! — Pegou os 5 e colocou na boca ao mesmo
tempo. — Você disx queee tinha uma, uma, uma o que
mesxmo? Uma cobrla? Qual é o nome dela? — falou com os
chicletes na boca.
— O nome dela é Rose, foi meu tio que me deu, ele é mexicano,
a espécie dela não vive normalmente aqui no Brasil. — falei e
comecei a mascar alguns chicletes também.
— Hum legal, ah! Meu nome é Carla tá? Tenho 16 anos. —
falou enquanto grudava os chicletes na árvore.
— Me passa seu número, você é a primeir- ou melhor... segunda
pessoa que eu falei na sala, você conhece um menino chamado
Ben? Ele é da nossa sala também, a gente conversou duas vezes,
ele parecer ser um menino meio maluco, falou um monte de
merda lá na sala. — falei e me escorri no banco, quase me
deitando.

— Ben... Ben... Nunca ouvi falar! — falou enquanto se deitava


com a cabeça no meu ombro e as pernas viradas pra esquerda do
banco — “o que essa menina tá pensando???” — Posso ficar
deitada aqui né? — “CLARO QUE NÃO”
— Pode sim, relaxa. “POR QUE EU DISSE QUE SIM???”
— Nossa o seu cabelo é lindo, as vezes eu queria ter nascido
com um cabelo liso assim. — falou enquanto passava a mão
lentamente no meu cabelo.
— Nem é tão legal quanto parece, o seu é bem mais bonito —
falei enquanto passa a mão carinhosamente no cabelo dela.

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— Até parece hahahaha — Deu uma risada prolongada
enquanto pulava pra fora do banco. — Vamo pra sala, o
professor já deve ter chegado.
-Ah, vamo lá... — levantei e segui ela até a sala, ainda nervosa
com o fato de que aquele menino poderia estar em qualquer
lugar, ao mesmo tempo que tampava minha mão pra que
ninguém conseguisse ver minha cicatriz. — “Que inferno esse
menino! Da próxima vez que eu ver ele, vou meter um soco bem
na cara!” — Ao chegar na sala eu vi uma professora sentada, e
todos os alunos olharam pra nós.
— Éee.... eu... posso... entrar? — falei baixo enquanto esperava
na porta.
— Eae professora suave? — Carla puxou minha mão e entramos
na sala, ela pegou a bolsa dela e sentou do meu lado. — “Eu só
tava esperando a professora mandar a gente entrar, não tava com
vergonha nem nada do tipo”
— Por que você me puxou? Eu tava só esperando. — falei
enquanto pegava meu caderno na bolsa.
— As duas chegaram na hora certa, meu nome é Kaizy, vou ser
a professora de Sociologia de vocês. Pra começar vamos fazer
uma atividade de apresentação. Como as duas chegaram agora,
apresentem-se! Falem seu nome sua idade e alguns detalhes da
sua vida pessoal. Primeiro você rosinha — Falou enquanto
apontava pra mim. — “Oi???? ROSINHA??? Eu??? Por que eu
primeiro??? Eu tava só... ahhh que saco!”
— Bom... é... meu nome é Coraline, sim igual aquela menina do
filme. Eu tenho 15 anos minha cor favorita é rosa e vermelho, e

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eu tenho uma cobra de estimação, o nome dela é Rose. Já tá bom
pra você? — Falei super rápido e sentei na cadeira novamente.

— Apressadinha né, ok. A outra atrasada agora. — falou e


apontou pra Carla.

— Meu nome é Carla dos Santos Albuquerque, tenho 16 anos,


adoro dançar e cantar músicas, tenho um cachorro, o nome dele
é Foda-se ee- — a professor interrompeu ela.
— Qual é o nome do seu cachorro? — perguntou enquanto
virava a cara lentamente.
— O nome do meu cachorro é Foda-se, por quê? Tem algum
problema em falar esse tipo de coisa na sala? Todo mundo aqui
tem mais de 14 anos, pelo amor né! E eu não tô zoando,
realmente o nome dele é Foda-se. “mano, só tem maluco nesse
lugar.”

— Tá bom senta logo garota. — falou enquanto também se


sentava e pegava o celular na bolsa. — A aula de vocês vai ser
vaga hoje, foi apenas uma apresentação geral, tá faltando
alguém? — No momento que ela fala isso, um garoto se levanta
e fala:
— Sim, faltou eu!
— Se apresente então meu querido. — falou enquanto tocava na
tela do celular, e nem olhava pro garoto.

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— Meu nome é Bruno, tenho 15 anos, minha cor favorita é preto


e vermelho, e eu tenho um gato de estimação, o nome dele é
Black, só isso mesmo. — “É coisa da minha cabeça ou a
apresentação dele foi muito parecida com a minha? Fora que
toda hora ele olhava pra mim.”
— “só tem doente mental nesse lugar, pelo visto pra que eu
consigo viver bem aqui, eu vou ter que ser... Venenosa.”

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