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RONALDO LUIZ BELEZE

A ECOGASTRONOMIA:
estudo para incremento da atividade turística nos povoados de Barreirinhas-MA,
município onde se situa a maior parte do PNLM (Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses)

Balneário Camboriú (SC)


2015
UNIVALI
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura
Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH
Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

RONALDO LUIZ BELEZE

A ECOGASTRONOMIA:
estudo para incremento da atividade turística nos povoados de Barreirinhas-MA,
município onde se situa a maior parte do PNLM (Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses)

Dissertação apresentada ao colegiado do PPGTH


como requisito parcial à obtenção do grau de
Mestre em Turismo e Hotelaria – área de
concentração: Planejamento e Gestão do Turismo e
da Hotelaria – (Linha de Pesquisa: Planejamento do
destino turístico).

Orientador(a): Prof. Drª. Raquel Mª Fontes do


Amaral Pereira

Balneário Camboriú (SC)


2015
UNIVALI
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura
Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH
Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

RONALDO LUIZ BELEZE

A ECOGASTRONOMIA:
estudo para incremento da atividade turística nos povoados de Barreirinhas,
município onde se situa a maior parte do PNLM (Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses)

Dissertação avaliada e aprovada pela Comissão


Examinadora e referendada pelo Colegiado do
PPGTH como requisito parcial à obtenção do
grau de Mestre em Turismo e Hotelaria.

Balneário Camboriú (SC), 24 outubro de 2015

Membros da Comissão:

Presidenta: _______________________________________________
Profª Drª. Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira

Membro Externo: ______________________________________________

Profª Drª Maria Henriqueta Sperandio Gimenes-Minasse

Membro Interno: ___________________________________________________

Prof.ª Drª. Josildete Pereira de Oliveira


A Deus, que entre outros caminhos de
sabedoria, me mostrou a renúncia de futilidades
para seguir em frente, me possibilitando o
entendimento de que chegará o dia em que o
homem conhecerá a essência do alimento, então
o desperdício dele, será um crime contra a
humanidade, que deverá honrá-lo e respeitá-lo.
Aos meus pais; José e Elena que alicerçaram
meu caminho direcionando-o para a minha
educação e preparo para a vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus agradeço por iluminar minha trajetória como educador.


Aos meus pais, pela orientação segura, o diálogo, o amor, e o
encaminhamento de minha vida profissional.
Ao corpo docente da Univali, que reacendeu meus propósitos do
conhecimento e sabedoria para trilhar o caminho prazeroso dos projetos e das
pesquisas.
A minha orientadora, Profª Drª. Raquel Mª. Fontes do Amaral Pereira que
me impulsionou neste projeto, incentivando-me e apoiando-me com muita dedicação
e gentileza.
Ao IFMA pela oportunidade desta empreitada.
Deus disse: “... Produza a terra plantas, ervas
que contenham semente e árvores frutíferas que
deem fruto segundo a sua espécie e o fruto
contenham sua semente...”.
(Gênesis: 1:11)
RESUMO

A Ecogastronomia, termo cunhado por Carlo Petrini na Itália, propõe uma


alimentação capaz de preservar os grupos sociais, a biodiversidade e os modos de
produção, assegurando a produção e comercialização de produtos alimentícios.
Diversos estudos têm procurado discutir como essa prática gastronômica valoriza a
alimentação natural e consciente que segue princípios relacionados ao
aproveitamento integral do alimento, ao reconhecimento do trabalho do produtor
rural, ao conhecimento do caminho percorrido pelo alimento desde seu plantio até a
mesa, preservando os “saberes e fazeres” de uma comunidade na produção de uma
iguaria ou prato típico. Essa nova forma de se alimentar associada ao turismo
sinaliza uma alternativa para a geração de renda e melhoria da qualidade de vida
dos povoados de Barreirinhas-MA. A atividade turística em Barreirinhas-MA, tem por
base a visitação no PNLM (Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses), com uma
taxa de ocupação ainda tímida, se comparada a outros destinos no Brasil, que
possuem produtos similares. Atualmente a média de permanência do turista é de 3
dias e a oferta dos produtos mais consumidos está limitada a três (Grandes Lençóis,
Pequenos Lençóis e Bóia Cross) que passam por no máximo 6 povoados: São eles:
Vassouras, Caburé, Mandacaru, Cantinho, Passagem do Canto e Cardosa.
O desenvolvimento do trabalho e sua fundamentação apresentam 3 fases: 1) os
aspectos geo-históricos e econômicos de Barreirinhas e no seu entorno para
entendimento das potencialidades ecogastronômicas de seus povoados. 2) a
relação da gastronomia com os povoados e seu reflexo no turismo, investigando
este recurso como alternativa econômica para as comunidades. 3) a interação da
culinária nos povoados com a ecogastronomia, através da verificação e
levantamento de dados que sustentam os princípios da ecogastronomia. Esse
estudo objetiva analisar as possibilidades da ecogastronomia contribuir como
alternativa para a prática do turismo, gerando renda para as comunidades menos
assistidas de alguns dos povoados de Barreirinhas. Para conhecer
as potencialidades dos povoados quanto à sua cultura e alimentos que cultivam,
bem como a percepção e a valorização dos turistas acerca da ecogastronomia e das
agências de viagem no que se refere à viabilidade desses destinos e sua
receptividade foram aplicados três questionários que como instrumentos de coleta
de dados foram elaborados com perguntas diretas, abertas e fechadas. No
cruzamento e interpretação dos dados surgiram informações importantes sobre a
atratividade turística dos povoados e a produção de alimentos diferenciados, a
aceitação por parte da maioria dos turistas que aprovariam o deslocamento para
usufruir deste atrativo e, por fim, as agências que entenderam a viabilidade
econômica desses destinos e sua disposição em oferecê-los aos visitantes.
Percebeu-se, então, que além de turismo de sol e praia, que inclui visitação às
dunas do PNLM e passeios de barco em Barreirinhas, o turista poderia vir a
consumir os atrativos relativos ao patrimônio cultural gastronômico, desses
povoados, ainda pouco explorados (e/ou valorizados).

Palavras-chave: Turismo. Lençóis Maranhenses. Ecogastronomia. Barreirinhas


ABSTRACT

Ecogastronomy, a term coined by Carlo Petrini in Italy, denotes a food-related activity


that is of preserving social groups, biodiversity, and production methods, ensuring
the production and marketing of food products. Various studies have discussed how
ecogastronomy promotes a natural and conscious diet that follows principles related
to the full utilization of the food, recognition of the work of rural producers, and
knowledge of the path taken by the food, from harvest to table, while preserving the
"knowledge and practices" of a community in the production of a delicacy or specialty
dish. This new way of eating associated with tourism signals an alternative source of
income generation and improved quality of life for the villages of Barreirinhas-MA.
Tourism in Barreirinhas-MA is based mainly on the PNLM (Lençóis Maranhenses
National Park), which has a very low occupancy rate compared with other Brazilian
destinations that have similar products. Currently, the average tourist stay is 3 days,
and that there are only three main attractions: the Grandes Lençóis and Pequenos
Lençóis dunes, and the Bóia Cross whitewater rafting), which comprise no more than
six villages, namely: Vassouras, Caburé, Mandacaru, Cantinho, Passagem do Canto
and Cardosa. This work, and its theoretical background, were developed in three
phases: 1) investigation of the geohistorical and economic aspects of Barreirinhas
and its surroundings, seeking to understand the ecogastronomic potential of its
villages. 2) investigation of the relationship of the villages with food, and its
repercussions on tourism, analyzing this feature as an economic alternative for
communities. 3) study of the interaction of food in the villages with the
ecogastronomy, through a data survey that supports the principles of
ecogastronomy. This study analyzes the possibilities of ecogastronomy as an
alternative form of tourism, generating income for the least assisted communities in
some of the villages of Barreirinhas. To determine the potential of the villages for
their culture and the foods they produce, the perception and appreciation of tourists
and travel agents in relation to the ecogastronomy, and the feasibility and receptivity
of these destinations, three questionnaires were administered, as instruments for
data collection. The questionnaires included direct, open and closed questions. From
the cross-referencing and interpretation of the data, important information emerged
about the tourist attractiveness of the villages and the production of different foods,
the acceptance by most tourists, who recommended the trip to enjoy this attraction,
and finally, the agencies, who understood the eonomic viability of these destinations
and their willingness to offer this attraction to visitors. It was observed that besides
sun and beach tourism, which includes visits to the dunes of PNLM and boating in
Barreirinhas, tourists could also come to sample the gastronomic cultural heritage of
these villages, which is still underexploited (and/or promoted).

Keywords: Tourism. Lençóis Maranhenses. Ecogastronomy. Barreirinhas


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Extração da farinha de mandioca usando o tapiti....................... 22


Figura 2 - Produtos e produções culinárias................................................ 44
Figura 3 - Produtos e produções culinárias............................................... 44
Figura 4 - Produtos e produções culinárias............................................... 45
Figura 5- PNLM (vista por satélite)............................................................ 50
Figura 6- PNLM e municípios do entorno.................................................. 51
Figura 7- Município de Barreirinhas........................................................... 51
Figura 8- PNLM, Barreirinhas e alguns povoados..................................... 57
Figura 9- Barreirinhas, PNLM e povoados................................................. 58
Figura 10- Rodovia MA-225........................................................................ 73
Figura 11 - Praia de Caburé (unidades habitacionais)................................. 75
Tabela 1 - Dados Socioeconômicos de Barreirinhas................................. 52
Quadro 1 - Cronograma de aplicação de questionário e Entrevista........... 48
Quadro 2 - Relação dos povoados, sítios e fazendas de Barreirinhas....... 58
Quadro 3 - Lavoura Temporária de Barreirinhas em 2013......................... 62
Quadro 4 - Lavoura Permanente de Barreirinhas em 2013........................ 63
Quadro 5 - Censo agropecuário de Barreirinhas MA.................................. 63
Quadro 6 – Produtos estrela........................................................................ 71
Quadro 7 – Produtos “A”.............................................................................. 72
Quadro 8- Grupos de sindicatos em Barreirinhas e povoados................. 76
Gráfico 1 – Meios de hospedagem por unidade do município...................... 74
Gráfico 2 - Turistas, em Barreirinhas, segundo a procedência................... 78
Gráfico 3 - Turistas, segundo o sexo.......................................................... 79
Gráfico 4 – Turistas, segundo a faixa etária................................................ 79
Gráfico 5 – Turistas, segundo a escolaridade............................................. 80
Gráfico 6 – Turistas, segundo a Renda....................................................... 80
Gráfico 7 – Turistas, segundo o meio de transporte utilizado..................... 81
Gráfico 8 – Turistas, segundo a forma de viajar.......................................... 81
Gráfico 9 – Turistas, segundo o meio de hospedagem utilizado................. 82
Gráfico 10 – Turistas, segundo o motivo da viagem..................................... 82
Gráfico 11 - Turistas em Visita a Barreirinhas segundo os aspectos que
menos gostaram....................................................................... 83
Gráfico 12 - Turistas em Visita a Barreirinhas segundo os aspectos que
MAIS gostaram......................................................................... 83
Gráfico 13 – Grau de Satisfação do Turista com os Passeios...................... 84
Gráfico 14 – Grau de Satisfação do Turista com os Serviços Turísticos...... 84
Gráfico 15 – Grau de Satisfação do Turista com os Equipamentos
Turísticos................................................................................... 85
Gráfico 16 – Grau de Satisfação do Turista com os Serviços Turísticos...... 85
Gráfico 17 – Grau de Satisfação do Turista com a Infraestrutura................. 86
Gráfico 18 - Distribuição turistas em relação ao sexo.................................. 90
Gráfico 19 - Distribuição de Turistas em relação a faixa etária.................... 90
Gráfico 20 - Distribuição de turistas em relação a procedência................... 91
Gráfico 21 - Distribuição de Turistas em relação ao motivo da visita........... 91
Gráfico 22 - Distribuição de turistas relação a companhia para viagem....... 92
Gráfico 23 - Distribuição de turistas em relação aos meios de
hospedagem.............................................................................. 92
Gráfico 24 - Distribuição de turistas em relação ao que mais atraiu nos
Lençóis...................................................................................... 93
Gráfico 25 - Distribuição de turistas em relação aos gastos......................... 94
Gráfico 26 - Distribuição de turistas em relação a preferência dos
passeios.................................................................................... 95
Gráfico 27- Distribuição de turistas em relação a satisfação com os
Lençóis Maranhenses............................................................... 96
Gráfico 28 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a
alimentação............................................................................... 96
Gráfico 29 - Distribuição de turistas em relação ao local onde prefere se
alimentar..................................................................................... 97
Gráfico 30 - Distribuição turistas em relação ao tipo de comida................... 98
Gráfico 31 - Distribuição de turistas em relação aos pratos preferidos........ 99
Gráfico 32 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a
alimentação nos povoados......................................................... 100
Gráfico 33 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a higiene
na manipulação de alimentos....................................... 101
Gráfico 34 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a
alimentação saudável................................................................. 102
Gráfico 35 - Distribuição de turistas em relação a ida nos povoados........... 102
Gráfico 36 - Distribuição de turistas que praticam a alimentação
saudável...................................................................................... 103
Gráfico 37 - Distribuição de turistas em relação a valorização do
Patrimônio Cultural.................................................................... 104
Gráfico 38 - Distribuição de turistas em relação ao tempo que gastariam
para se alimentar ou buscar outros atrativos............................ 105
Gráfico 39 - Distribuição de turistas em relação ao valor gasto numa
refeição...................................................................................... 106
Gráfico 40 - Distribuição de turistas em relação a preferência de
passeios..................................................................................... 125
Gráfico 41 - Distribuição de turistas em relação ao local para se
alimentar.................................................................................... 125
Gráfico 42 - Distribuição de turistas em relação ao destino mais
procurado.................................................................................. 126
Gráfico 43 - Distribuição de turistas em relação ao passeio mais
procurado.................................................................................. 127
Gráfico 44 - Distribuição de turistas em relação ao destino mais
viável......................................................................................... 127
Gráfico 45 - Deslocamento do turista fora do circuito já conhecido?.......... 128
Gráfico 46 - Ofereceria ao turista um pacote com destino citado acima em
uma distância de 20 km............................................................. 128
LISTA DE SIGLAS

AECI - Associação Espanhola de Cooperação Internacional

ARCI - Associazione Ricreativa Culturale Italiana

CNPJ - Cadastro nacional de pessoa jurídica

CIG - Congresso Internacional de Gastronomia

FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura


IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDAM - Instituto de Desenvolvimento do Artesanato Maranhense
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Médio
IMESC - Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e
Cartográficos
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ITERMA - Instituto de Terras do Maranhão
ONG - Organização não Governamental
PNLM - Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
PIBIC`s - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e pequenas Empresas
TSAPB - Turismo Sustentável e Alivio da Pobreza no Brasil
UNESCO - Organização das nações unidas para Educação, ciência e
cultura
UC - Unidade de Conservação
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................ 12
1.2 Objetivo da pesquisa................................................................ 18
1.3 Justificativa................................................................................ 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA: discussão
do conceito de ecogastronomia, seus princípios e fundamentos 22
2.1 O patrimônio cultural gastronômico....................................... 29
2.2 Ecogastronomia como Patrimônio Cultural........................... 32
2.3 A Ecogastronomia, seus princípios e fundamentos.............. 39
2.4 A Ecogastronomia e a interação com a culinária rural dos
povoados de barreirinhas........................................................ 41
2.4.1 A Culinária nos povoados e Ecogastronomia............................. 42
3 METODOLOGIA......................................................................... 46
3.1 Tipologia da pesquisa............................................................... 46
3.1.1 Procedimentos da pesquisa........................................................ 46
3.1.2 População e Amostra.................................................................. 47
3.1.3 Instrumentos de coleta de dados (Questionários/Observações) 48
4 ASPECTOS GEO-HISTÓRICOS E ECONÔMICOS DE
BARREIRINHAS, SEUS POVOADOS E O PNLM .................... 49
4.1 Evolução histórica de Barreirinhas......................................... 53
4.2 Povoados e sítios de Barreirinhas........................................... 56
4.3 Turismo e Economia................................................................. 60
4.4 A atividade turística e a infraestrutura de Barreirinhas......... 70
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS
ATRAVÉS DOS QUESTIONÁRIOS........................................... 89
5.1 Caracterização dos atrativos e do perfil do Turista que
visita a Região de Barreirinhas................................................ 90
5.1.1 Caracterização da Ecogastronomia do local e povoados........... 96
5.2 Resultados para o desenvolvimento do turismo e geração
de renda para as comunidades................................................ 107
5.3 Levantamento das opiniões dos empresários de agências
de viagem, para diversificação e melhoria de atrativos
turísticos................... 125
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 130
REFERÊNCIAS........................................................................... 132
APÊNDICES................................................................................ 137
12

1 INTRODUÇÃO

A atividade turística, tradicionalmente, é apresentada envolvendo o lazer


e o ócio, praticada em lugares que oferecem belas paisagens ou que reúnam
atrativos naturais, históricos e sócio-culturais singulares.
Ela é entendida, em geral, como uma solução para os problemas de
diferentes localidades, induzindo o desenvolvimento econômico e o progresso, por
propiciar o aproveitamento das potencialidades ali existentes. Ao se analisar as
várias dimensões do fenômeno turístico é necessário considerar não apenas os
discursos que enaltecem essa atividade, mas também aspectos relativos às
transformações que passam a afetar os núcleos receptores e o que representam
para a população nativa.
Os serviços turísticos do Município de Barreirinhas apresentam oferta
variada, no que diz respeito à quantidade e qualidade, destacando-se a presença
dos serviços essenciais para atender aos desejos e necessidades da demanda
turística quanto à hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte e
entretenimento.
Os investimentos nos empreendimentos turísticos de Barreirinhas se iniciaram
de maneira mais efetiva a partir do final da década de 1990. Com os novos
investimentos a oferta de serviços ampliou-se em termos quantitativos e também
qualitativos. Novos e modernos equipamentos de hospedagem foram construídos,
agências de turismo foram implantadas no núcleo e os serviços de alimentação e de
transportes foram diversificados, além do comércio turístico do artesanato que foi
ampliado.
Os núcleos receptores correspondentes aos povoados de Barreirinhas-
MA, apontam potenciais de ingredientes relatados nas pesquisas do Programa de
Iniciação Cientifica (PIBIC, 2011) e dados coletados no Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2011).
O projeto PIBIC foi executado durante o ano de 2011, com o título: A arte
culinária em Barreirinhas, na qual objetivava o levantamento do potencial da
culinária e dos ingredientes de Barreirinhas, bem como as suas produções típicas.
Nesta pesquisa do programa foram elaborados perguntas abertas a cerca da
alimentação no município, na qual os respondentes relatavam na forma de
13

entrevistas as potencialidades gastronômicas da região. Os resultados estão


descritos no capitulo 2.4.1
Ambas as fontes, PIBIC e SEBRAE, traduzem uma grande possibilidade,
juntamente com o extrativismo, pecuária e agricultura representando uma grande
oportunidade de aproveitamento de produções ecogastronômicas, que atendam à
necessidade do turista e às expectativas do cidadão desses povoados, produções
estas, que devem estar focadas na sustentabilidade, na alimentação natural e
consciente, seguindo alguns princípios que serão abordadas no item 3, bem como o
tema Ecogastronomia discutido no mesmo tópico.
O Turismo Ecogastronômico propõe, entre outros princípios, o
deslocamento do turista para usufruir de uma alimentação natural e consciente,
incentivando os modos produtivos e os produtores locais e ainda, por estar
intimamente relacionada à produção realizada em áreas interioranas, respeitando,
pois, a produção existente nas áreas rurais e seguindo os princípios da
Ecogastronomia, onde envolve diretamente os moradores dos povoados.
Esses moradores e trabalhadores dos povoados podem ser
caracterizados como agentes conscientes e promotores da alimentação
ecogastronômica capazes de serem os atores apregoados na citação a seguir e
defendida na Cartilha do Turismo Sustentável e Alivio da Pobreza no Brasil
(TSAPB, 2005 apud OMT, 2003).

[...] aquele que atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões
receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades
para o futuro, é visto como um condutor ao gerenciamento de todos os
recursos... e dos sistemas que garantem a vida.

Ou seja, o morador dos povoados ao seguir a ideia da ecogastronomia,


será o ator de um destino turístico diferenciado que valoriza o potencial de seu
espaço turístico, bem como sua manutenção.
Segundo Sachs (2002, apud TSAPB, 2004), “...o Brasil está em condições
de ingressar na trajetória do desenvolvimento includente, sustentável e sustentado
mediante uma estratégia nacional voltada à mobilização dos recursos naturais e
físicos existentes no país”. Para esse autor, o Brasil pode gerar, de forma
consciente, muitas divisas com base no poder de seus recursos naturais, somados
14

aos recursos culturais e gastronômicos que podem contribuir para a melhoria da


qualidade de vida nos povoados de Barreirinhas/MA.
Através da ecogastronomia nasce um novo conceito de alimentação
sustentável e consciente que segue as orientações definidas pelo Congresso
Internacional de Gastronomia – Prazeres da Mesa - (CIG, 2011), tais como:
conhecer o “caminho do alimento” quando, adquirimos, processamos e comemos;
conservar os meios e as condições que dão origem ao alimento; preservar, valorizar
e promover as qualidades naturais do alimento, assim como seu uso saudável, entre
outros.
A área objeto desse estudo é Barreirinhas, município situado ao nordeste
do Estado do Maranhão e que engloba parte do Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses (PNLM), que além de produzir uma ampla gama de insumos para a
culinária, na agricultura (mandioca, arroz do barro, milho, etc.), na pecuária (suínos,
aves e gado) e no extrativismo, (Buriti, Açaí, Bacuri, Pequi), entre outros, se insere
parcialmente no PNLM, que abrange uma área que corresponde a 2 vezes o
tamanho da cidade de São Paulo (RAMOS, 2002) sendo Barreirinhas, reconhecida
como a principal porta de entrada para o Parque. A maioria de sua população vive
em povoados de difícil acesso, aos quais é possível chegar somente através de
veículos com tração. O deslocamento dos moradores dos povoados até a cidade de
Barreirinhas (sede) é realizado através de uma estrada arenosa e de difícil acesso,
variando as distâncias entre 5 e 70 km. Da capital, São Luis, são cerca de 260 km,
por rodovia asfaltada.
O PNLM é um atrativo turístico único e singular no mundo, que explora o
ecoturismo, turismo de aventura, turismo científico e lazer contemplativo, dentre
outros.
Pesquisas realizadas através do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica -PIBIC, nos anos de 2011 e 2012, com o título “A arte culinária
em Barreirinhas”, (BELEZE,2011) e “A Ecogastronomia na região dos lençóis
Maranhenses”,(BELEZE,2012) respectivamente, demonstraram que uma nova
alternativa para o turismo, poderia vir a ser a gastronomia, visto que, Barreirinhas e
seus povoados sinalizaram um grande potencial de ingredientes e produções
culinárias.
15

Segundo relata Pires (2002, p. 80),

[...] Essa forma de turismo convencional massificado, de larga escala e


multinacionalizado, organizado com fins unicamente comerciais, em que
não se reconhecem limites de crescimento e os riscos dele decorrentes, em
que predomina o comportamento insensível dos turistas para com os
destinos e populações receptoras e em que a deterioração ambiental e
paisagística são comuns, ensejou as primeiras percepções voltadas para
um “turismo diferente [...].

Diante do tema da presente pesquisa, é importante buscar novas formas


ou formas diferentes de exploração consciente do turismo. Estas novas formas
muitas vezes estão implícitas na natureza, na riqueza do solo, nos costumes e no
patrimônio cultural. Este novo viés do turismo para Barreirinhas pode ser
potencializado através da alimentação, segundo as pesquisas de iniciação científica
já citadas.
O PNLM possui imensa potencialidade turística, com possibilidade de
exploração de diversos setores ligados ao turismo. Suas características físicas o
hierarquizam como atrativo turístico, capaz de atrair demanda nacional e
internacional, segundo a Associação Espanhola de Cooperação Internacional (AECI,
2004). No entanto, está começando a sofrer as consequências deste turismo
massificado e degradante da natureza, do ambiente e da paisagem como alerta o
autor Pires (2002).
De acordo com AECI (2004), observa-se que 56% da população
barreirinhense, num total de 54 mil habitantes aproximadamente, possui entre 0 e 19
anos de idade, com representação significativa na faixa etária entre 10 e 19 anos
(27%). A economia de Barreirinhas está fortemente ligada à pesca artesanal, à
agricultura, ao artesanato, ao comércio e ao turismo. (AECI, 2004).
De acordo com análises de diversos dados pesquisados em resultados
dos programas de iniciação científica anteriores e coletados nos questionários
aplicados da presente pesquisa, a cidade de Barreirinhas e seus povoados, têm
condições de promover um incremento da atividade turística, explorando a
alimentação fora do lar, como fonte de renda nas comunidades que mais precisam.
16

1.1 Problema da pesquisa

O turista que se desloca até Barreirinhas desfruta apenas dos passeios


tradicionais, realizados principalmente nos Grandes Lençóis (povoado Cantinho),
Pequenos Lençóis (povoados Vassouras, Caburé e Mandacaru), além do passeio de
Bóia cross (povoado Passagem do Canto e Cardosa), não permanecendo mais do
que 3 dias, em média, no local. O turista não deixa divisas em outros povoados por
falta de atrações estruturado e bem divulgado. Desta maneira, a população dos
povoados é menos assistida e não tem participação na geração de renda deixada
pelo turista, o que contribui para o aumento do desequilíbrio econômico, da
desigualdade social e da pobreza. Com base nessa constatação, é possível, através
do desenvolvimento dos estudos sobre o tema, mostrar uma alternativa para
minimizar o problema de baixa renda com a perspectiva de gerar divisas (recursos)
para os povoados a partir do aproveitamento desse novo potencial.
Muitas são as transformações que passam a afetar os núcleos receptores
do destino turístico devido à ocupação local e ao turismo desordenado, o que
representa para a população nativa uma menor renda. Estas transformações devem
ser observadas de forma positiva e estratégica, para que se convertam em novas
ideias e oportunidades, ocasionando uma valorização das riquezas dos povoados e
contribuindo para o desenvolvimento do turismo através desses incrementos ligados
à alimentação.
O turismo nos Lençóis Maranhenses é o produto de maior potencialidade
para a exportação, o artesanato é o destaque no Estado, usando como matéria-
prima principalmente a palha do buriti. A castanha de caju também é intensamente
comercializada. Diante de toda a potencialidade e produtos, Barreirinhas é
reconhecida pelo Ministério do Turismo como um dos 65 Destinos Indutores do
Turismo no Brasil e para o plano maior do Estado do Maranhão o PNLM (Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses) é considerado como Produto Estrela pela sua
excepcionalidade, segundo a SECTUR.
Mediante este atrativo natural, o PNLM é de beleza unânime, mas tem
intrínseco sua restrição de impacto social pela visitação. Neste sentido, com sua
beleza e atratividade singular, o parque mostra dentro e em seu entorno um grande
potencial de alimentos que deve ser explorado de forma sustentável, para não
17

impactar o social e o ambiental e tornando o destino não predatório, podendo assim


o turista deixar algo em troca nos povoados usufruindo destes circuitos do turismo
não tradicionais.
Os resultados coletados nas pesquisas dos Programas de Iniciação
Científica (PIBIC`s, 2012; 2013; 2014; 2015) com os títulos “A arte culinária em
Barreirinhas”. “A Ecogastronomia na região dos lençóis Maranhenses” e a
“Gastronomia natural e consciente: recurso para incremento da atividade turística
nos povoados de Barreirinhas”, respectivamente, demonstraram através das coletas
de dados de ingredientes e pratos culinários, que uma nova alternativa para o
turismo poderia vir a ser a gastronomia, visto que Barreirinhas e seus povoados
sinalizaram um grande potencial de ingredientes apesar das variedades de
produções culinárias não serem tão extensas. Na presente pesquisa além de
inventariar uma amostra maior de povoados com potencial culinário, trouxe
resultados a respeito de outras potencialidades do patrimônio local, além de dados
sobre a percepção dos turistas, dos empresários e moradores a respeito do turismo
ecogastronômico.
A limitação de produções culinárias pode ser identificada na maioria dos
estabelecimentos do setor de alimentos da cidade de Barreirinhas e são formadas
por micro empresas, não ultrapassando a capacidade de ofertar 50 mesas e atender
a 200 pessoas (AECI, 2004).
Essa alternativa coloca-se como uma oportunidade para que o turista
possa ter uma experiência culinária no interior. Os principais pratos da culinária local
são preparados basicamente com frutos do mar, com destaque para a caldeirada de
camarão, camarão frito, camarão assado, moqueca de peixe (peixada), peixe
assado, peixe frito no azeite de coco, ova de camurupim, mariscos e tortas de
camarão e caranguejo. Existem também pratos típicos como leitoa ao molho pardo,
peixe com caju, bode no leite de coco, arroz de piqui e galinha caipira.
A culinária comercializada em Barreirinhas tende a seguir uma
padronização, ofertando pratos das cozinhas regional, nacional, internacional e em
menor proporção, da culinária nativa. Essa tendência deve-se ao fato de que as
capacitações realizadas com os cozinheiros no Município não valorizaram a cozinha
dos povoados que tem em suas tradições o que é nativo, artesanal, nem os “saberes
e os fazeres”.
18

Além disso, há o predomínio de empresários no setor de restauração


originários de outros estados e até de outros países fazendo com que os cardápios
dos restaurantes do Município não se especializem na culinária local, que muitas
das vezes, só podem ser apreciadas na zona rural.
É importante também relatar que, de acordo com as pesquisas
anteriores, os principais ingredientes utilizados na alimentação são o arroz, a cana-
de-açúcar, o feijão, a mandioca, a melancia, o milho, a banana, a castanha de caju,
o coco-da-baía, a laranja, o mamão, a manga, o buriti e o açaí, além de insumos
gerados pela pecuária, ingredientes estes que podem se relacionar com a
ecogastronomia e interagir com o turismo como atrativo, proporcionando assim aos
residentes uma relação mais próxima com o turista, resgatando a integração social
e os vínculos de ação social, afim de que o turista permaneça mais tempo do que o
habitual, o que redundará na geração de renda aos receptores de turistas.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo em Barreirinhas
propõe a criação de meios para a melhoria da qualidade de vida da população local
e a conservação dos recursos, metas que poderiam ser alcançadas diante da
adoção dessa nova perspectiva para o turismo local.
O grande desafio da gestão turística é o processo de transformação,
conscientização e ações que a sociedade como um todo, principalmente, os
produtores da agricultura familiar, devem introduzir, afim de explorar e desenvolver
novas oportunidades de geração de renda solidária. Diante deste cenário, o
problema de pesquisa que se coloca é o seguinte: Como a ecogastronomia pode
contribuir para a atividade turística, gerando renda e qualidade de vida, sob o foco
da saúde e educação, nas comunidades de Barreirinhas- MA?

1.2 Objetivos da pesquisa

Objetivo Geral

Analisar as possibilidades da Ecogastronomia contribuir como alternativa


para a prática do turismo, gerando renda para as comunidades menos assistidas e
alguns dos povoados de Barreirinhas.
19

Objetivos Específicos

 Caracterizar a área correspondente ao município de Barreirinhas no


qual se insere o PNLM e os povoados de seu entorno;
 Definir os povoados que já expressam a gastronomia como potencial
turístico;
 Identificar as demandas turísticas em relação a gastronomia nos
povoados de Barreirinhas;
 Levantar o potencial da ecogastronomia nos povoados foco das
pesquisas.

1.3 Justificativa

Após o incremento da atividade turística no município motivado pela


construção da Rodovia MA-225 que dá acesso ao município de Barreirinhas, em
2002, as comunidades que sobreviviam da agricultura e da pesca, que já viviam um
processo de decadência, partem em busca de espaço de trabalho nos setores
secundário e terciário, principalmente através do crescimento observado nas
atividades relacionadas à construção civil, à confecção de artesanato feito de buriti e
a atividade turística.
Diante deste potencial singular no mundo, o PNLM aliado às
comunidades de Barreirinhas pela diversidade e patrimônio alimentar, sinalizam um
promissor incremento do destino turístico local que através de estruturação do trade
e organização da administração privada com as políticas públicas, capazes de fazer
com que as comunidades desconectadas do movimento financeiro gerado pelo
turismo local, possam também participar pelas suas diversas atrações.
Este incremento turístico produzido pela ecogastronomia é entendido, em
geral, como uma solução para os problemas de diferentes localidades, induzindo o
desenvolvimento econômico dos interiores do município.
Com base nessas premissas, é possível demonstrar, através do
desenvolvimento do presente estudo, alternativas para minimizar o problema de
baixa renda com a perspectiva de gerar divisas (recursos) para os povoados, a partir
do aproveitamento desse novo potencial: a ecogastronomia.
20

Pelos princípios da ecogastronomia mostrou-se que há uma alternativa


econômica para os povoados, pois muitos deles atendem estes princípios e
mandamentos. Atualmente o turista não deixa divisas nestes povoados por falta de
atração estruturada bem divulgada capaz de abrir um novo nicho de mercado.
O estudo poderá por meio de programas de produção agroecológica e
sustentável fazer com que a agricultura, a pecuária e o extrativismo forneçam os
insumos para o aumento do leque de produções ecogastronômicas que atendam à
necessidade do turista e às expectativas do cidadão desses povoados buscando
estimular os modos produtivos do interior com o embasamento na ecogastronomia.
Como instrumento de relevância para a justificativa da pesquisa alguns índices são
mostrados na sequência.
De acordo com o levantamento da AECI (Associação Espanhola de
Cooperação Internacional, 2004), o Índice de Desenvolvimento Humano dos
Municípios (IDH-MA), que leva em consideração, um tripé com 3 dimensões que
são: a saúde, a educação e a renda, foi de 0,552 no ano de 2000, colocando
Barreirinhas na 5.287ª posição no ranking de 5.507 municípios brasileiros. Estes
índices tiveram um pequeno incremento positivo no ano de 2012 melhorando para
posição de 4841º colocado, com índice de 0,570, no entanto também observou-se
que o número de municípios aumentou para 5565 unidades da federação. O
rendimento mensal da pessoa responsável pelo domicílio é de até um salário
mínimo. Em relação ao nível educacional, dentre os moradores de Barreirinhas com
dez anos ou mais de idade predominam os que não possuem instrução ou possuem
menos de um ano de estudo, correspondendo a 36%.
Estes índices mostram a suscetibilidade da população para o crescimento
e desenvolvimento bem como comprovam que as condições de vida da população
são precárias, por isso mais do que nunca a ideia da ecogastronomia vir à tona para
incrementar as atividades num pólo turístico tão promissor.
Analisando a ecogastronomia e o desenvolvimento econômico através do
turismo, é possível perceber regras de convivência entre o turismo e o meio
ambiente, permitindo o desenvolvimento econômico e social, numa perspectiva de
desenvolvimento durável e de qualidade, possibilitando uma melhoria da qualidade
de vida das populações envolvidas, e projetando uma série de ações capazes de
21

permitir que o desenvolvimento gerado promova uma mudança social e econômica


que beneficie os residentes.
O ponto de partida do processo é a estruturação dos recursos - o conjunto
de atrativos natural e cultural do município, seu clima, recursos alimentares e nas
pessoas que vivem no local, a sua identidade cultural, sua forma de viver, para o uso
e desfrute turístico, transformados em produtos para os turistas.
A partir desta nova reorganização de atrativos, a comunidade receptora
poderá aumentar seu potencial de rendimento criando um novo incremento na
atividade turística, incremento este, alicerçado na ecogastronomia.
Como se insere nos estudos epistemológicos da gastronomia – que
buscam mais que relação finita entre o cozinheiro, o ingrediente e as técnicas e
tecnologias de cozinha – a ecogastronomia e a alimentação natural e consciente,
visa estreitar as relações sociais que são promovidas com a troca e a dádiva em
torno do ciclo do alimento, do campo à da mesa, e do produzir ao alimentar-se, em
grupo e/ou família.
Acredita-se ter se traçado o cenário onde a ecogastromia como agente
integrador é capaz de estabelecer novas relações, principalmente entre o homem e
alimento, que vem sendo corroídas pelos modelos implantados, tanto na agricultura,
como no modelo de consumo dominante.
Nesse sentido importa sugerir discussões futuras e mais aprofundadas
que deem conta de compreender como a alimentação, que primordialmente é um
item de sobrevivência natural a qualquer ser vivo, tornou-se na sociedade atual um
bem de consumo, um objeto de desejo cultural, muito além da necessidade
fisiológica. Outro caminho de pesquisa possível é relacionar a gastronomia como
uma das preocupações reais na revisão do paradigma de conhecimento e consumo
dominantes, revendo os sistemas de informação e a importância científica dada à
mesma.
Desta forma, o estudo se justifica diante da possibilidade de geração de
renda que um sistema organizado nos povoados, através de uma gastronomia
inserida em bases agroecológicas, viabilize a melhoria da renda dos moradores dos
povoados, de forma responsável direcionado por um planejamento e gestão
eficazes, afim de que, através de estratégias, a fim de que seja viabilizada a
ecogastronomia para atendimento ao turista, como uma nova fonte de recursos.
22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO- METODOLÓGICA: discussão do conceito de


Ecogastronomia, seus princípios e fundamentos

Para adentrar no foco desse estudo, é preciso inicialmente caracterizar a


ecogastronomia no que concerne às suas características como patrimônio cultural
gastronômico.
Para ilustração do tema da pesquisa, temos na figura 1 a representação
de um forte patrimônio cultural gastronômico no momento em que se reúnem os
familiares para extração da farinha da mandioca e derivados.

Figura 1 – Extração da farinha de mandioca usando o tapiti

Fonte: (Ramos, 2012).

A Ecogastronomia em seus princípios defende uma alimentação natural e


consciente valorizando os saberes e fazeres de cada indivíduo agricultor, extrativista
ou que lida de alguma forma com a produção alimentícia. Estes fazeres e saberes
tem larga relação com a expressão cultural alimentar de um povo fazendo parte de
seu patrimônio. Para compreender a comida sob o viés da ecogastronomia é preciso
23

um entendimento sobre o patrimônio cultural gastronômico de uma sociedade. Os


princípios da ecogastronomia, descritos abaixo norteiam esta pesquisa, pela
alimentação natural e consciente e como patrimônio cultural. Estes princípios, foram
divulgados num manifesto, chamado de “A Carta de São Paulo: Gastronomia e
Sustentabilidade”, onde os chefs divulgam “para toda a sociedade em âmbito
mundial o compromisso de intenções de responsabilidade individual e alcance
coletivo baseado nos seguintes princípios”:
1. Conhecer o alimento que adquirimos, processamos e comemos.
2. Conservar os meios e as condições que dão origem ao alimento.
3. Preservar, valorizar e promover as qualidades naturais do alimento,
assim como seu uso saudável.
4. Utilizar todo o alimento que adquirimos.
5. Remunerar adequadamente os produtores do alimento, inclusive pelos
serviços ambientais providenciados para a sociedade.
6. Aplicar conhecimento e tecnologia inovadora para valorizar a
diversidade e qualidade do ingrediente, assim como de seus usos.
7. Honrar e respeitar diariamente o ato de comer e de preparar a comida
(Carta de São Paulo, 2010).
Quando são citados; conhecer o alimento e conservar os meios, entre
outros princípios, nos atemos a questão patrimonial do alimento que é uma
identidade e memória de um povo e percebido pela sua tradição e riqueza que ele
pode gerar de maneira sustentável. Estes termos dizem respeito a entender o
caminho do alimento, desde sua produção, até a mesa, ligando, de forma afetiva, o
produtor, a terra, e ainda conservar as estruturas patrimoniais passadas de geração
em geração. Estas ações promovem a permanência dos valores culturais de um
grupo dentro da sociedade. Estes termos despertam uma discussão a cerca de
patrimônio cultural alimentar e sustentável criando atores multiplicadores destes
conceitos dentro de suas pesquisas.
O patrimônio alimentar, representado também pelo ato de comer
determina um panorama de identidade social, observado por Alvarez (2002) que diz:

Comer, então, implica um feito social complexo que coloca em cena um


conjunto de movimentos de produção e consumo tanto material quanto
simbólico, diferenciados e diferenciadores. E neste sentido, o consumo de
alimentos e os processos sociais e culturais que os sustentam contribuem
24

para a constituição das identidades coletivas, uma vez que são expressão
de relações sociais e de poder. (ALVAREZ, 2002, p. 11).

Assim, as escolhas alimentares constituem uma maneira de


representação de um povo e, consequentemente, mostram muitas características
daqueles que as praticam relatando o potencial patrimonial alimentar do homem.
Quando o tema é comida, entra em cena a identidade de uma sociedade
organizada, pois há uma formação dos hábitos alimentares e assim pela história do
indivíduo, marcada pelas suas fases, de seu crescimento e de sua formação.
A construção do processo e afirmação identitária de grupos sociais
buscam apoio nas práticas alimentares de grupos de indivíduos.
Como escreve abaixo, Maciel (2004), a cerca da alimentação como
símbolo de patrimônio pela identidade que ela representa:

A alimentação, organizada como uma cozinha, torna-se um símbolo de uma


identidade( atribuída e reivindicada) através da qual os homens podem se
orientar e se distinguir. Mais do que hábitos e comportamentos alimentares,
as cozinhas implicam formas de perceber e expressar um determinado
grupo. Assim, parodiando a afirmação ‘ bom para comer e bom para
pensar,’ o que é colocado no prato, mais do que alimentar o corpo, alimenta
uma certa forma de viver. (MACIEL, 2004, p.36).

Esta questão de identidade está ligada a um sentimento de pertencer a


um grupo e seu cotidiano. Quando o assunto é alimento, a identidade se manifesta,
pelos hábitos de uso de determinados ingredientes ou técnicas de preparo para
reprodução de uma receita que faz parte de um patrimônio alimentar como, por
exemplo, o preparo da farinha de mandioca, na Casa de farinha, usando o ‘Tapiti
para o esgotamento do soro da mandioca e secagem parcial da farinha. Hoje muitos
produtores usam a prensa mecânica manual e assim vai se perdendo a forma
tradicional da produção herdada da cultura indígena. Desta maneira a produção
ganha mais sentido patrimonial quando é utilizado o processo original usando o
Tapiti ou Tipiti.
Gimenes-Minasse (2013) da corpo ao texto acima afirmando:

Da mesma forma, a utilização da culinária como elemento identitário


também remete à discussão de um estilo de vida. O churrasco gaúcho, por
exemplo, encerra em seu “saber-fazer” vários outros elementos e rituais que
respondem a uma conjuntura maior (a partilha do chimarrão, a figura do
gaúcho) e reafirmam um estilo de vida que remete a uma identidade
regional. (GIMENES-MINASSE, 2013, p.77).
25

Examinando a citação podemos apontar muitos casos em Barreirinhas e


povoados que se identificam com os “saberes e fazeres” do patrimônio local, como;
comer farinha de puba com as mãos, que simboliza um tira-gosto de uma roda de
pessoas antes das refeições ou ainda comer a parte interna branca da casca de
banana, comer juçara ou açaí com camarão seco e farinha, entre outros. Estes
costumes podem incrementar o turismo, tanto pela degustação de determinados
alimentos ou simplesmente pela curiosidade.
Indo para o âmbito da gastronomia, na perspectiva do alimento como
patrimônio, muitos chefs, defendem outras tendências que são contrárias a
gastronomia natural e consciente e que ferem os princípios da ecogastronomia do
movimento slow food. Santamaria (2009) defende a responsabilidade de trabalhar e
promover a ética na gastronomia e ainda descreve que chama “os seis pontos da
minha cozinha: em prol de uma ética do paladar” para nortear seu discurso contra as
cozinhas que não defendem estes princípios:
I. Cultural: É preciso aceitar a existência de uma história culinária que nos
condiciona e que faz de nós o que somos. A cultura catalã é minha expressão.
Pertencemos a uma Europa onde o culto à mesa é como uma religião.
II. Natural: É preciso utilizar produtos da temporada, seguindo o
calendário das estações e rejeitando sustâncias químicas ou artificiais alheias ao
produto. É preciso transformar os alimentos sem destruí-los, mantendo e
potencializando o seu sabor.
III. Evolutiva: É preciso avançar no exercício da profissão através da
experiência, melhorando os processos produtivos graças às novas tecnologias. É
preciso promover uma cozinha onde a síntese seja um valor, onde a simplicidade
seja uma forma de expressão para fazer a sociedade compreender a arte de
cozinhar.
IV. Social: Aperfeiçoar a cada dia a qualidade de vida; todo avanço social
na profissão em prol da qualidade humana melhora os resultados culinários. O
cozinheiro deve se envolver, fluir, fazer ouvir a sua voz entre as correntes que
desejam uma sociedade mais justa e solidária.
V. Artística: A cozinha como ato de criação é mais uma de nossas belas-
artes. Emocionar, mais que alimentar, é o meu objetivo. Minha modernidade não é a
estética superficial, mas a sublimação do sentido do gosto interior.
26

VI. Universal: Não devemos deixar de ser locais. Temos de empreender a


busca de uma verdade própria, autêntica, de maneira que ninguém tenha de
renunciar às influências dos demais, dos produtos e das pessoas do mundo todo,
apesar de nossa terra nunca deixar de ser percebida em nossa cozinha
(SANTAMARIA, 2009, p. 69-70).
Outro movimento desta cozinha consciente é o nórdico, encabeçado pelo
restaurante Noma, chefiado pelo dinamarquês René Redzepi, que chegou ao
primeiro lugar do ranking da revista Restaurant em 2010 e 2011. Atingiu este posto
trazendo uma postura diferente do que vinha sendo pregado pelos catalães tecno-
emocionais. Sua cozinha se baseia em quatro princípios claros: pureza, frescor,
simplicidade e ética. Insere-se no chamado de movimento nórdico, que começou em
2004, com um manifesto assinado por oito chefs da região estabelecendo dez
fundamentos para uma nova maneira de cozinhar, “privilegiando ingredientes que
encontram excelência no clima, na paisagem e nas águas locais e a aliar sabor à
saúde e ao bem- estar” (FERRAZ, 2011).
Para os defensores desse movimento, “focar apenas no produto é perder
o foco” (FERRAZ, 2011). Estes novos chefs promovem então o engajamento da
agricultura e o retorno ao modo tradicional de se fazer as produções, resgatando
técnicas como a salga, defumação e preparação de conservas; cultivando seus
próprios legumes, pescando e caçando; coletando alimentos que nascem
espontaneamente; ou usando ingredientes orgânicos produzidos localmente para
cozinhar respeitando as estações do ano.
No Brasil, foi a partir do Congresso Mesa Tendências realizado em 2010
que a temática atingiu proporções nacionais. Na ocasião reuniram-se profissionais
do setor de alimentação, através do questionamento central do evento que era o
seguinte: o que a gastronomia pode fazer pelo planeta?
A visão geral dos participantes do evento indicou que, “quem prepara o
alimento acumulou a responsabilidade de fazer escolhas coerentes com o seu
território e conectadas com a cadeia alimentar” (DIAS, 2010). Este profissional é
quem tem o dom de transformar um simples ingrediente em uma experiência
extraordinária, explorando o potencial gastronômico dos sabores a sua volta, mas
para isso precisa selecionar os melhores ingredientes, conhecer quem produz, como
são cultivados, como são armazenados e transportados.
27

Ainda nesse evento, a chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas em


São Paulo, chamou os participantes a voltarem sua atenção para a qualidade dos
ingredientes próximos, como a abobrinha brasileira, criticando o que chamou de
“cozinha de impacto”, baseada em inventividades sem fundamentos. A chef sugere
que alimentos cotidianos, como quiabo, jiló e abobrinha, sejam mais bem tratados,
pois tem tanto potencial inventivo quanto ingredientes como o foie gras ou aspargos
e não são menos impactantes que alimentos da Amazônia ou o arroz vermelho do
Nordeste que estão “na moda”.
Um novo encontro se deu em Lima, no Peru, em setembro de 2011,
durante a quarta edição do evento internacional de gastronomia Mistura, onde o
grupo de principais cozinheiros do mundo, chamado de G9, assinaram o documento
denominado Declaração de Lima, ou “carta aberta aos cozinheiros do futuro”
(COUTO, 2011). Outra iniciativa foi a chef Teresa Corção, presidente do Instituto
Maniva, que convidou alguns cozinheiros do Rio de Janeiro para formar o grupo
Ecochefs. O projeto, que conta com 16 participantes, atua com diversas frentes do
Slow Food, como educação do gosto, resgate da memória alimentar brasileira,
divulgação do conceito Ecogastronomia, e planejamento de atividades que
estimulem a compreensão do papel da alimentação contemporânea (DIAS, 2010).
José Barattino, chef de cozinha do Emiliano, restaurante do hotel
homônimo em São Paulo, declarou lamentar a distância que separa o campo das
cozinhas urbanas. Para ele, entusiasta do movimento Slow Food, deveria haver uma
proximidade natural com aqueles que cultivam o que é preparado em seu
restaurante. Neste sentido, seria preciso ir além da compra de produtos orgânicos e
biodinâmicos, saber de onde vêm e descobrir como são cultivados, sendo assim
mais sustentável e valorizando o pequeno produtor (BERTOLINO, 2010).
Barattino selou então uma parceria com uma cooperativa de pequenos
produtores, cuja sede se encontra na fazenda Pereiras em Itatiba, onde faz visitas
constantes para “acompanhar a produção dos ingredientes que utiliza em seu
cardápio e buscar a recuperação de vegetais nativos pouco conhecidos, como
orelha-de-urso, beldroegra e almeirão-do-mato” (BERTOLINO, 2010). A partir disso,
conseguiu que cerca de 80% dos hortifrutis do Emiliano fossem orgânicos e
cultivados a no máximo 200 quilômetros da capital.
28

Outra ação sua é a compra de peixes direto de Paraty, de uma


comunidade de pescadores que não vende peixes com peso mínimo estabelecido
por lei. Além disso, no restaurante, faz coleta seletiva de lixo e reserva o óleo usado
para doar a uma Organização não Governamental (ONG) para ser reciclado. Investe
também no treinamento de funcionários, orientando-os a em relação ao uso
consciente da água e energia elétrica (NUNES, 2010). O chef ainda pretende
organizar uma feira de pequenos produtores e devolver o lixo orgânico da cozinha
para a fazenda, em forma de adubo natural.
Neste sentido pela defesa observada pelos chefs, em prol de uma
cozinha ética e consciente, e que a ecogastronomia baseada em uma produção
natural e consciente ganha força e alicerça o patrimônio cultural alimentar de um
povo e que são disseminados nos centros urbanos através de restaurantes e seus
chefs de cozinha.
Vale lembrar também que a gastronomia tradicional sustentada, pelo que
é natural e que há consciência, propõe a formar um conjunto de produtos
alimentares e processos produtivos, característicos de uma região, elaborados em
conformidade com valores simbólicos, tradicionais ou históricos que expressam a
história, geografia, clima e organização social, podendo ser inserida no conjunto de
bens que compõem os chamados Patrimônios Culturais Imateriais.
Segundo a Unesco (1989), esses patrimônios podem ser definidos como
a manifestação patrimonial da porção intangível da herança cultural dos povos,
sendo essas, as tradições, o folclore, as línguas, as festas e outras manifestações,
incluindo a gastronomia, como apresentado nesta pesquisa.
O agente central do tema, gerador da renda é o Turismo
Ecogastronômico, que há muito tempo se associa com a hospedagem e a
alimentação. Como Barreirinhas tem um potencial nato para o turismo, decorrente
da diversidade na pecuária, na pesca, no extrativismo e na agricultura, a
ecogastronomia se faz também uma fonte de estudo enquanto alternativa para o
turismo.
Em meio a conceitos de alimentação e turismo, é de suma importância
definir a plataforma, que esta pesquisa está alicerçada e que é um dos princípios da
ecogastronomia; a sustentabilidade. Para Sachs (2009), a sustentabilidade segue
alguns critérios, principalmente o Social que envolve: Alcance de um patamar
29

razoável de homogeneidade social; Distribuição de renda justa; Emprego pleno e /ou


autônomo; o Cultural: Equilíbrio entre respeito à tradição e inovação; e o Ecológico:
Preservação do potencial do capital natureza. Seguindo este raciocínio, o meio que
conduz o Turismo Ecogastronômico, nosso gerador de renda, é a sustentabilidade e
o fim, é a diminuição da pobreza dos moradores destes povoados

2.1 O patrimônio cultural gastronômico.

O reconhecimento oficial da gastronomia tradicional brasileira como


patrimônio Cultural surgiu a partir da convenção da Salvaguarda do Patrimônio
Imaterial de 2003, realizada pela Organização das Nações Unidas, em Paris na
França e posteriormente em 2006, quando o documento entrou em vigor no Brasil.

De acordo com Muller (2012),

A tradição, o valor simbólico dos alimentos, a história, os sabores e saberes,


as técnicas de produção e os modos alimentares são responsáveis pela
formação das culturas gastronômicas regionais. Esses valores intangíveis
somados constituem os chamados Patrimônios Culturais de Natureza
imaterial.

Esses patrimônios culturais gastronômicos são de grande potencial para


atratividade turística e são confirmados nas pesquisas de campo, onde os
entrevistados aprovam o deslocamento para um destino turístico para experimentar
essas riquezas do patrimônio da região.
Um dos primeiros estudiosos a tratar a Gastronomia como conhecimento
interdisciplinar tratando da fisiologia do gosto, foi o francês, juiz e cozinheiro, Brillat-
Savarin (1995) que anuncia “diga-me o que comes que te direi quem és”. Com este
enunciado, ele aponta que o comportamento diante do ato de comer provoca uma
análise da cultura em que cada indivíduo esta envolvido, nos remetendo ao
patrimônio cultural da região dos Lençóis Maranhenses.
Dentre muito do que o Slow Food engloba, como foi apresentado
anteriormente, um dos conceitos mais importantes é o da ética na alimentação.
Pode-se dizer que o conceito filosófico e social do que é ético concebe muitos
entendimentos, teorias e afirmações. Pode tratar tanto da investigação de princípios
que orientam o comportamento humano, como de normas, valores e conjuntos de
30

regras de determinado grupo social. Para a discussão da ética da alimentação, as


questões não serão filosóficas, pois este não é o objetivo desta dissertação, mas de
levantamento de práticas coletivas e escolhas individuais e a extensão de suas
influências e impactos, tanto no dia-a-dia como no mundo como um todo.
O atual contexto social pede por uma nova ética, fundamentada na
responsabilidade e na solidariedade com o futuro. Para Medina e Santos, necessita-
se de uma mudança fundamental na maneira de pensarmos acerca de nós mesmos,
nosso meio, nossa sociedade e nosso futuro; uma mudança básica nos valores e
crenças que orientam nosso pensamento e nossas ações; uma mudança que nos
permita adquirir uma percepção holística e integral do mundo com uma postura
ética, responsável e solidária (MEDINA; SANTOS, 1999, p. 18).
E a ética da alimentação não pode se distanciar desse conceito, já que
muitos autores se preocupam, por conta dos extensos ciclos da alimentação
industrial, pelas pessoas perderem completamente o vínculo com a origem dos
alimentos. Seja por esquecimento, seja já por falta de conhecimento, o ser humano
está cada vez mais distante do seu papel como engrenagem nos ciclos naturais do
planeta Terra (POLLAN, 2007; SINGER; MASON, 2007).
Para Pollan (2007, p. 19) comer além de um ato ecológico, é um ato
político, pois “o que e como comemos, determinam, em grande parte, o que fazemos
com nosso mundo – e o que vai acontecer com ele”. Por isso é tão importante
conhecer cada detalhe deste ciclo, do campo à mesa, na produção, no comércio
justo e em serviços de alimentação conscientes. Para ele, a maneira como o homem
come representa seu compromisso mais profundo com o mundo natural.
Diariamente, ao comermos, fazemos a natureza virar cultura,
transformando o corpo do mundo nos nossos corpos e mentes. A agricultura fez
mais para mudar a forma do mundo natural do que qualquer outra ação que os seres
humanos tenham feito, tanto no que diz respeito a suas paisagens, como à
composição de sua flora e fauna. (...) Comer nos põe em contato com tudo aquilo
que compartilhamos com outros animais, e com tudo o que nos mantém à parte. É
algo que nos define (Pollan, 2006, p. 18).
Fica caracterizado aqui, portanto, a importância de mudar a preocupação
que se tem com o que se come, de se questionar sobre a procedência dos alimentos
e sua forma de produção. Segundo Singer e Mason (2007), quanto mais pessoas
31

considerarem suas opções alimentares como uma forma de ação política, se


questionando, por exemplo, se determinado alimento é cultivado sem agrotóxicos,
se os trabalhadores rurais recebem pagamentos justos ou mesmo se animais sofrem
desnecessariamente para produção de determinado alimento, estará se
concretizando um movimento crescente em direção ao consumo ético da
alimentação. Antes de chegar a conclusões específicas sobre como se deve comer,
Singer e Mason (2007) traçam cinco princípios éticos que ajudam a decidir a maioria
das questões éticas e moralmente relevantes. São eles:
a) “Transparência: Temos o direito de saber como nosso alimento é
produzido” (SINGER; MASON, 2007, p. 292). Isso implica em disponibilizar para os
consumidores informações precisas e objetivas sobre o que estão comprando e
como os produtos foram produzidos, resultando em práticas mais corretas. Petrini
(2009) também aponta a informação como uma das principais ferramentas do
consumidor, que adquire o poder de decidir o que irá consumir ou não.
b) “Justiça: A produção de alimentos não deveria impor custos aos outros”
(Singer; Mason, 2007, p. 292). Todos os custos devem ser cobrados no preço final
de um produto, mesmo aqueles que parecem desaparecer ao longo do ciclo de
produção, como o custo da contaminação da água ou poluição do ar. Produtos mais
baratos tendem a não repassar ao consumidor final os custos do meio ambiente e
das populações que sofrem diretamente com esses problemas.
c)“Humanidade: impor sofrimento significativo a animas por motivos
menores é errado” (Singer; Mason, 2007, p. 292). Por mais que o destino final de um
animal seja o consumo humano, existem maneiras mais corretas e sensíveis de
tratá-los, diferentes do que costuma ser encontrado em granjas e currais de
produções produção intensiva ou nos abatedouros industriais.
d)“Responsabilidade social: os trabalhadores deveriam receber salários e
condições de trabalho decentes” (Singer; Mason, 2007, p. 292). Boa parte dos
alimentos que chegam com preços baixos ao mercado vem de regiões produtoras
onde o trabalho e os direitos das pessoas não são valorizados. Além de aumentar
cada vez mais o abismo social, muitos desses agricultores não são capazes de
prover seu auto sustento e não conseguem contribuir com a preservação do
ambiente. Valorizando essas pessoas, sua importância para o campo e para o
mundo, mais uma etapa do ciclo do alimento se torna justa.
32

e)“Necessidades: Preservar a vida e a saúde justifica mais do que outros


desejos” (SINGER; MASON, p. 292). Deve-se fazer escolhas alimentares pensando
primeiramente na manutenção da saúde e da vida e não apenas na satisfação
imediata de desejos e prazeres, sem a preocupação da informação sobre as
consequências da escolha. Este item está diretamente ligado aos males da
sociedade moderna, onde países pobres sofrem com fome e falta d’água e países
desenvolvidos enfrentam a obesidade e o consumo desenfreado. Singer e Mason
(2007) ainda sugerem a preferência por alimentos orgânicos, de produção local e de
comércio justo. Tais produtos são tradicionalmente mais saudáveis, respeitam os
ritmos da sazonalidade, consomem menos combustíveis fósseis e água, não usam
agrotóxicos, nem ameaçam a biodiversidade local, além de preço justo, valorizando
aqueles que realmente trabalharam para obter aqueles produtos. A discussão da
ética alimentar entre os chefs recai constantemente sobre o uso de ingredientes
considerados como iguarias, dentre as quais se destacam, por exemplo, o foie gras
e o caviar, sobre os quais caem questões como a pesca predatória do esturjão para
a remoção de suas ovas, levando a população de tal peixe a níveis baixíssimos,
além de tornar regiões comuns de sua pesca pontos de trabalho semiescravo
(caviar) ou então a engorda forçada de patos e gansos para o acúmulo mais rápido
de gordura em seus fígados, privando os animais de qualquer atividade natural,
dando o mínimo de condições de qualidade em suas curtas vidas (foie gras). Apesar
disso, a questão da ética e da alimentação sustentável ainda é uma ideia, um
conceito e depende diretamente da ação política e social das pessoas. Por essa
razão, é difícil estabelecer argumentos que convençam a todos do que é ético ou
não na sua alimentação, se vale a pena alterar hábitos para atingir certos objetivos
ou mesmo se existe realmente a possibilidade de quebrar esse antigo paradigma. A
educação e a informação são atualmente as ferramentas mais eficientes nesse
processo de conscientização.

2.2 A Ecogastronomia como patrimônio cultural

A Ecogastronomia em seus princípios defende uma alimentação natural e


consciente valorizando os saberes e fazeres de cada indivíduo agricultor, extrativista
ou que lida de alguma forma com a produção alimentícia. Estes fazeres e saberes
33

tem larga relação com a expressão cultural alimentar de um povo fazendo parte de
seu patrimônio. Para compreender a comida sob o viés da ecogastronomia é preciso
um entendimento sobre o patrimônio cultural gastronômico de uma sociedade. Os
princípios da ecogastronomia, descritos abaixo norteiam esta pesquisa, pela
alimentação natural e consciente e como patrimônio cultural. Estes princípios, foram
divulgados num manifesto, chamado de “A Carta de São Paulo: Gastronomia e
Sustentabilidade”, onde os chefs divulgam “para toda a sociedade em âmbito
mundial o compromisso de intenções de responsabilidade individual e alcance
coletivo baseado nos seguintes princípios”:
1. Conhecer o alimento que adquirimos, processamos e comemos.
2. Conservar os meios e as condições que dão origem ao alimento.
3. Preservar, valorizar e promover as qualidades naturais do alimento,
assim como seu uso saudável.
4. Utilizar todo o alimento que adquirimos.
5. Remunerar adequadamente os produtores do alimento, inclusive pelos
serviços ambientais providenciados para a sociedade.
6. Aplicar conhecimento e tecnologia inovadora para valorizar a
diversidade e qualidade do ingrediente, assim como de seus usos.
7. Honrar e respeitar diariamente o ato de comer e de preparar a comida
(Carta de São Paulo, 2010).
Quando são citados; conhecer o alimento e conservar os meios, entre
outros princípios, nos atemos a questão patrimonial do alimento que é uma
identidade e memória de um povo e percebido pela sua tradição e riqueza que ele
pode gerar de maneira sustentável. Estes termos dizem respeito a entender o
caminho do alimento, desde sua produção, até a mesa, ligando, de forma afetiva, o
produtor, a terra, e ainda conservar as estruturas patrimoniais passadas de geração
em geração. Estas ações promovem a permanência dos valores culturais de um
grupo dentro da sociedade. Estes termos despertam uma discussão a cerca de
patrimônio cultural alimentar e sustentável criando atores multiplicadores destes
conceitos dentro de suas pesquisas.
O patrimônio alimentar, representado também pelo ato de comer
determina um panorama de identidade social, observado por Alvarez (2002) que diz:
34

Comer, então, implica um feito social complexo que coloca em cena um


conjunto de movimentos de produção e consumo tanto material quanto
simbólico, diferenciados e diferenciadores. E neste sentido, o consumo de
alimentos e os processos sociais e culturais que os sustentam contribuem
para a constituição das identidades coletivas, uma vez que são expressão
de relações sociais e de poder. (ALVAREZ, 2002, p. 11).

Assim, as escolhas alimentares constituem uma maneira de


representação de um povo e, consequentemente, mostram muitas características
daqueles que as praticam relatando o potencial patrimonial alimentar do homem.
Quando o tema é comida, entra em cena a identidade de uma sociedade
organizada, pois há uma formação dos hábitos alimentares e assim pela história do
indivíduo, marcada pelas suas fases, de seu crescimento e de sua formação.
A construção do processo e afirmação identitária de grupos sociais
buscam apoio nas práticas alimentares de grupos de indivíduos.
Como escreve abaixo, Maciel (2004), a cerca da alimentação como
símbolo de patrimônio pela identidade que ela representa:

A alimentação, organizada como uma cozinha, torna-se um símbolo de uma


identidade( atribuída e reivindicada) através da qual os homens podem se
orientar e se distinguir. Mais do que hábitos e comportamentos alimentares,
as cozinhas implicam formas de perceber e expressar um determinado
grupo. Assim, parodiando a afirmação ‘ bom para comer e bom para
pensar,’ o que é colocado no prato, mais do que alimentar o corpo, alimenta
uma certa forma de viver. (MACIEL,2004, p.36).

Esta questão de identidade está ligada a um sentimento de pertencer a


um grupo e seu cotidiano. Quando o assunto é alimento, a identidade se manifesta,
pelos hábitos de uso de determinados ingredientes ou técnicas de preparo para
reprodução de uma receita que faz parte de um patrimônio alimentar como, por
exemplo, o preparo da farinha de mandioca, na Casa de farinha, usando o ‘Tapiti
para o esgotamento do soro da mandioca e secagem parcial da farinha. Hoje muitos
produtores usam a prensa mecânica manual e assim vai se perdendo a forma
tradicional da produção herdada da cultura indígena. Desta maneira a produção
ganha mais sentido patrimonial quando é utilizado o processo original usando o
Tapiti ou Tipiti.
Gimenes-Minasse (2013) da corpo ao texto acima afirmando:

Da mesma forma, a utilização da culinária como elemento identitário


também remete à discussão de um estilo de vida. O churrasco gaúcho, por
35

exemplo, encerra em seu “saber-fazer” vários outros elementos e rituais que


respondem a uma conjuntura maior (a partilha do chimarrão, a figura do
gaúcho) e reafirmam um estilo de vida que remete a uma identidade
regional. (GIMENES-MINASSE, 2013, p.77).

Examinando a citação podemos apontar muitos casos em Barreirinhas e


povoados que se identificam com os “saberes e fazeres” do patrimônio local, como;
comer farinha de puba com as mãos, que simboliza um tira-gosto de uma roda de
pessoas antes das refeições ou ainda comer a parte interna branca da casca de
banana, comer juçara ou açaí com camarão seco e farinha, entre outros. Estes
costumes podem incrementar o turismo, tanto pela degustação de determinados
alimentos ou simplesmente pela curiosidade.
Segundo o IPHAN (2008), “O patrimônio cultural de um povo compreende
as obras de seus artistas...., assim como as criações anônimas surgidas da alma
popular e o conjunto de valores que dão sentido a vida. Ou seja as obras materiais e
não materiais que expressam a criatividade desse povo...” Neste sentido o
patrimônio cultural também incluem os modos de criar, fazer e viver, estabelecendo
a forma de patrimônio cultural imaterial, que incluem as tradições, os saberes, as
técnicas e as festas. Estes valores então incluem os saberes culinários tradicionais.
Neste contexto as produções e formas de se preparar o alimento constituem um dos
patrimônios de Barreirinhas.
Indo para o âmbito da gastronomia, na perspectiva do alimento como
patrimônio, muitos chefs, defendem outras tendências que são contrárias a
gastronomia natural e consciente e que ferem os princípios da ecogastronomia do
movimento slow food. Santamaria (2009) defende a responsabilidade de trabalhar e
promover a ética na gastronomia e ainda descreve que chama “os seis pontos da
minha cozinha: em prol de uma ética do paladar” para nortear seu discurso contra as
cozinhas que não defendem estes princípios:
I. Cultural: É preciso aceitar a existência de uma história culinária que nos
condiciona e que faz de nós o que somos. A cultura catalã é minha expressão.
Pertencemos a uma Europa onde o culto à mesa é como uma religião.
II. Natural: É preciso utilizar produtos da temporada, seguindo o
calendário das estações e rejeitando sustâncias químicas ou artificiais alheias ao
produto. É preciso transformar os alimentos sem destruí-los, mantendo e
potencializando o seu sabor.
36

III. Evolutiva: É preciso avançar no exercício da profissão através da


experiência, melhorando os processos produtivos graças às novas tecnologias. É
preciso promover uma cozinha onde a síntese seja um valor, onde a simplicidade
seja uma forma de expressão para fazer a sociedade compreender a arte de
cozinhar.
IV. Social: Aperfeiçoar a cada dia a qualidade de vida; todo avanço social
na profissão em prol da qualidade humana melhora os resultados culinários. O
cozinheiro deve se envolver, fluir, fazer ouvir a sua voz entre as correntes que
desejam uma sociedade mais justa e solidária.
V. Artística: A cozinha como ato de criação é mais uma de nossas belas-
artes. Emocionar, mais que alimentar, é o meu objetivo. Minha modernidade não é a
estética superficial, mas a sublimação do sentido do gosto interior.
VI. Universal: Não devemos deixar de ser locais. Temos de empreender a
busca de uma verdade própria, autêntica, de maneira que ninguém tenha de
renunciar às influências dos demais, dos produtos e das pessoas do mundo todo,
apesar de nossa terra nunca deixar de ser percebida em nossa cozinha
(SANTAMARIA, 2009, p. 69-70).
Outro movimento desta cozinha consciente é o nórdico, encabeçado pelo
restaurante Noma, chefiado pelo dinamarquês René Redzepi, que chegou ao
primeiro lugar do ranking da revista Restaurant em 2010 e 2011. Atingiu este posto
trazendo uma postura diferente do que vinha sendo pregado pelos catalães tecno-
emocionais. Sua cozinha se baseia em quatro princípios claros: pureza, frescor,
simplicidade e ética. Insere-se no chamado de movimento nórdico, que começou em
2004, com um manifesto assinado por oito chefs da região estabelecendo dez
fundamentos para uma nova maneira de cozinhar, “privilegiando ingredientes que
encontram excelência no clima, na paisagem e nas águas locais e a aliar sabor à
saúde e ao bem- estar” (FERRAZ, 2011).
Para os defensores desse movimento, “focar apenas no produto é perder
o foco” (FERRAZ, 2011). Estes novos chefs promovem então o engajamento da
agricultura e o retorno ao modo tradicional de se fazer as produções, resgatando
técnicas como a salga, defumação e preparação de conservas; cultivando seus
próprios legumes, pescando e caçando; coletando alimentos que nascem
37

espontaneamente; ou usando ingredientes orgânicos produzidos localmente para


cozinhar respeitando as estações do ano.
No Brasil, foi a partir do Congresso Mesa Tendências realizado em 2010
que a temática atingiu proporções nacionais. Na ocasião reuniram-se profissionais
do setor de alimentação, através do questionamento central do evento que era o
seguinte: o que a gastronomia pode fazer pelo planeta?
A visão geral dos participantes do evento indicou que, “quem prepara o
alimento acumulou a responsabilidade de fazer escolhas coerentes com o seu
território e conectadas com a cadeia alimentar” (DIAS, 2010). Este profissional é
quem tem o dom de transformar um simples ingrediente em uma experiência
extraordinária, explorando o potencial gastronômico dos sabores a sua volta, mas
para isso precisa selecionar os melhores ingredientes, conhecer quem produz, como
são cultivados, como são armazenados e transportados.
Ainda nesse evento, a chef Mara Salles, do restaurante Tordesilhas em
São Paulo, chamou os participantes a voltarem sua atenção para a qualidade dos
ingredientes próximos, como a abobrinha brasileira, criticando o que chamou de
“cozinha de impacto”, baseada em inventividades sem fundamentos. A chef sugere
que alimentos cotidianos, como quiabo, jiló e abobrinha, sejam mais bem tratados,
pois tem tanto potencial inventivo quanto ingredientes como o foie gras ou aspargos
e não são menos impactantes que alimentos da Amazônia ou o arroz vermelho do
Nordeste que estão “na moda”.
Um novo encontro se deu em Lima, no Peru, em setembro de 2011,
durante a quarta edição do evento internacional de gastronomia Mistura, onde o
grupo de principais cozinheiros do mundo, chamado de G9, assinaram o documento
denominado Declaração de Lima, ou “carta aberta aos cozinheiros do futuro”
(COUTO, 2011). Outra iniciativa foi a chef Teresa Corção, presidente do Instituto
Maniva, que convidou alguns cozinheiros do Rio de Janeiro para formar o grupo
Ecochefs. O projeto, que conta com 16 participantes, atua com diversas frentes do
Slow Food, como educação do gosto, resgate da memória alimentar brasileira,
divulgação do conceito Ecogastronomia, e planejamento de atividades que
estimulem a compreensão do papel da alimentação contemporânea (DIAS, 2010).
José Barattino, chef de cozinha do Emiliano, restaurante do hotel
homônimo em São Paulo, declarou lamentar a distância que separa o campo das
38

cozinhas urbanas. Para ele, entusiasta do movimento Slow Food, deveria haver uma
proximidade natural com aqueles que cultivam o que é preparado em seu
restaurante. Neste sentido, seria preciso ir além da compra de produtos orgânicos e
biodinâmicos, saber de onde vêm e descobrir como são cultivados, sendo assim
mais sustentável e valorizando o pequeno produtor (BERTOLINO, 2010).
Barattino selou então uma parceria com uma cooperativa de pequenos
produtores, cuja sede se encontra na fazenda Pereiras em Itatiba, onde faz visitas
constantes para “acompanhar a produção dos ingredientes que utiliza em seu
cardápio e buscar a recuperação de vegetais nativos pouco conhecidos, como
orelha-de-urso, beldroegra e almeirão-do-mato” (BERTOLINO, 2010). A partir disso,
conseguiu que cerca de 80% dos hortifrutis do Emiliano fossem orgânicos e
cultivados a no máximo 200 quilômetros da capital.
Outra ação sua é a compra de peixes direto de Paraty, de uma
comunidade de pescadores que não vende peixes com peso mínimo estabelecido
por lei. Além disso, no restaurante, faz coleta seletiva de lixo e reserva o óleo usado
para doar a uma Organização não Governamental (ONG) para ser reciclado. Investe
também no treinamento de funcionários, orientando-os a em relação ao uso
consciente da água e energia elétrica (NUNES, 2010). O chef ainda pretende
organizar uma feira de pequenos produtores e devolver o lixo orgânico da cozinha
para a fazenda, em forma de adubo natural.
Neste sentido pela defesa observada pelos chefs, em prol de uma
cozinha ética e consciente, e que a ecogastronomia baseada em uma produção
natural e consciente ganha força e alicerça o patrimônio cultural alimentar de um
povo e que são disseminados nos centros urbanos através de restaurantes e seus
chefs de cozinha.
Vale lembrar também que a gastronomia tradicional sustentada, pelo que
é natural e que há consciência, propõe a formar um conjunto de produtos
alimentares e processos produtivos, característicos de uma região, elaborados em
conformidade com valores simbólicos, tradicionais ou históricos que expressam a
história, geografia, clima e organização social, podendo ser inserida no conjunto de
bens que compõem os chamados Patrimônios Culturais Imateriais.
Segundo a UNESCO (1989), esses patrimônios podem ser definidos
como a manifestação patrimonial da porção intangível da herança cultural dos
39

povos, sendo essas, as tradições, o folclore, as línguas, as festas e outras


manifestações, incluindo a gastronomia, como apresentado nesta pesquisa.
O agente central do tema, gerador da renda é o Turismo
Ecogastronômico, que há muito tempo se associa com a hospedagem e a
alimentação. Como Barreirinhas tem um potencial nato para o turismo, decorrente
da diversidade na pecuária, na pesca, no extrativismo e na agricultura, a
ecogastronomia se faz também uma fonte de estudo enquanto alternativa para o
turismo.
Em meio a conceitos de alimentação e turismo, é de suma importância
definir a plataforma, que esta pesquisa está alicerçada e que é um dos princípios da
ecogastronomia; a sustentabilidade. Para Sachs (2009), a sustentabilidade segue
alguns critérios, principalmente o Social que envolve: Alcance de um patamar
razoável de homogeneidade social; Distribuição de renda justa; Emprego pleno e /ou
autônomo; o Cultural: Equilíbrio entre respeito à tradição e inovação; e o Ecológico:
Preservação do potencial do capital natureza. Seguindo este raciocínio, o meio que
conduz o Turismo Ecogastronômico, nosso gerador de renda, é a sustentabilidade e
o fim, é a diminuição da pobreza dos moradores destes povoados.

2.3 Ecogastronomia, seus princípios e fundamentos

Para se compreender a ecogastronomia, sob à luz da sua essência é


importante entender o movimento Slow Food.
As origens do movimento Slow Food remontam à década de 1970, na
pequena cidade italiana de Bra, no Piemonte, onde um grupo de jovens reagiu
diante de diversas questões sociais, inclusive em relação às transformações que os
novos padrões alimentares do pós-guerra impunham sobre as pequenas cidades
europeias, representadas mais adiante pelas multinacionais do fast food, tais como o
McDonald’s, contra as quais Carlo Petrini, fundador do movimento, se rebelou no
ano de 1986 em Roma, armado com bacias de macarrão (PETRINI, 2001).
Naquela época, o grupo era chamado de Arcigola, cujo nome derivava de
ARCI (Associazione Ricreativa Culturale Italiana). Era uma associação recreativa
nacional da esquerda política (na qual a maioria do grupo inicial de jovens ativistas
estava envolvida) e de La Gola (“La gola” = apetite por apreciação de comida;
40

glutonia), uma revista engajada na união da cultura da comida e vinho com


disciplinas como filosofia, sociologia, literatura e antropologia, na qual vários dos
membros fundadores possuíam conexões (PETRINI, 2001).
Em 1989, a associação atingiu o número de 11.000 afiliados e se tornou
uma organização internacional sem fins lucrativos, passando a se chamar Arcigola
Slow Food. O nome Slow Food foi adotado exatamente pelo fato de alguns
membros, liderados por Carlo Petrini, terem feito o protesto na Piazza di Spagna, em
Roma, contra o McDonald’s, que pretendia abrir ali uma loja da famosa rede de
hambúrgueres (PETRINI, 2001).
Mas foi em dezembro de 1989 que a associação se tornou um movimento
internacional, adotando apenas o nome de Slow Food. Nessa data as delegações de
todo mundo se reuniram em Paris, na Opéra Comique, para assinar o Manifesto
Slow Food, que baseia a filosofia de vida e ações de todos os membros e
simpatizantes do movimento (PETRINI 2001).
Atualmente, o movimento Slow Food conta com mais de 100.000
membros e possui escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França,
Japão e Reino Unido, além de apoiadores em 132 países. Sua sede internacional
ainda é em Bra, mas opera tanto local como mundialmente junto a instituições
internacionais como, por exemplo, a FAO, estabelecendo parcerias com governos
inclusive no Brasil (Slow Food Brasil, 2011).
Mas além de ser um movimento e uma associação internacional, o Slow
Food é um ideal, um estilo de vida oposto ao que é vendido pelo fast food. Propõe
uma filosofia de vida que valoriza o ato de nutrição, ensina os prazeres dos sabores
e variedades de alimentos, reconhecendo as origens e os produtores responsáveis
pelos alimentos, respeitando o ritmo das estações e os grupos sociais humanos
(PETRINI, 2001).
Nele defende-se a necessidade de que os consumidores estejam bem
informados sobre o que chega às suas mesas, conhecendo todo o ciclo do alimento,
valorizando ingredientes artesanais de qualidade, tornando-se assim coprodutores,
que se tornam parceiros no processo como um todo. Todos têm o direito
fundamental ao prazer de comer bem e consequentemente têm a responsabilidade
de defender a herança culinária, as tradições e culturas que é possível esse prazer.
Bom, limpo e justo: é como o movimento acredita que deve ser o alimento. O
41

alimento deve ter bom sabor; deve ser cultivado de maneira limpa, sem prejudicar a
saúde, o meio ambiente ou os animais e os produtores devem receber o que é justo
pelo seu trabalho (Slow Food Brasil, 2011).
A sua missão e todas as atividades promovidas visam divulgar a
educação do gosto e unir os consumidores interessados (os coprodutores) àqueles
que produzem os alimentos de excelência, defendendo a biodiversidade. É preciso
combinar o prazer de saborear boa comida e bebida de qualidade com o esforço
para salvar os inúmeros grãos, vegetais, frutas, raças de animais e produtos
alimentícios que correm perigo de desaparecer devido ao predomínio das refeições
rápidas e do agronegócio industrial.

2.4 A Ecogastronomia e a interação com a culinária rural dos povoados de


Barreirinhas

O termo ecogastronomia foi cunhado, por Carlo Petrini, presidente do


movimento Slow Food que representa a união entre a ética e o prazer da
alimentação. “É uma atitude capaz de combinar o respeito e interesse na cultura
enogastronômica com apoio para aqueles que lutam para defender os alimentos e a
biodiversidade agrícola no mundo todo” (Slow Food Brasil, 2011) e que apoia um
novo modelo de agricultura, menos intensivo, mais saudável e sustentável, com
base no conhecimento de comunidades locais.
Trata-se aqui, portanto, de como é possível perceber a relação dos
temas propostas pelo Slow Food no relacionamento entre o homem e o alimento, já
que, o atual contexto de redução de recursos naturais sugere a necessidade de se
repensar a maneira com que se estabelece esta relação.
É comum a partir do estabelecimento desta relação associar o Slow Food
diretamente ao desenvolvimento sustentável na gastronomia. E, apesar da
Ecogastronomia abranger esta temática e ter sido cunhada pelo movimento, não é
possível associar o desenvolvimento sustentável na gastronomia apenas a este
movimento, pois além deste não ser seu objetivo, seria contra os próprios conceitos
da sustentabilidade, que preveem que o todo seja levado em conta para que as
consequências sejam realmente avaliadas antes dos recursos serem utilizados, para
que as gerações futuras não sofram.
42

Essa distinção entre movimento e filosofia de vida pregada pelo Slow


Food recebe por esta razão diversas críticas, como por exemplo, a de Walsh, que
perguntou na conceituada revista Time, se o Slow Food era capaz de alimentar o
mundo (WALSH, 2008). Sua crítica era direta ao perguntar quem realmente se
preocupa com o cogumelo perfeito quando há gente passando fome no mundo.
Além disso, afirmou através de suas experiências acreditar que este movimento era
direcionado, muitas vezes, para quem tem dinheiro e não para quem tem fome.
Ainda segundo Walsh (2008), estudos dizem que para alimentar a
população de hoje apenas com produção orgânica seria necessário muito mais
terras cultiváveis do que o planeta é capaz de oferecer, então sugerir a troca, como
o Slow Food faz, seria irresponsável. Para este jornalista americano, especialista em
meio ambiente, o Slow Food está mais preocupado em encontrar produtos
saborosos do que atuar numa agenda contra a agricultura industrial.
Assim como Walsh, a maioria dos críticos (POLLAN, 2007; SINGER;
MASON, 2007) escreve contra o método de produção que foi instaurado para suprir
as necessidades do consumo exagerado nos padrões do american way of life. Tudo
gigante, muito desperdício, sem preocupação com a origem e sem consequências
de suas escolhas. Uma solução proposta por especialistas é a ética da alimentação
ou uma gastronomia ética - que se preocupa em saber essas informações e tomar
pelo menos uma decisão consciente.

2.4.1 A Culinária nos povoados e Ecogastronomia

Devido à variação de produtos, ingredientes e técnicas, bem como a


diversidade de paladares, é que “o conceito de gastronomia é amplo e diversificado,
logo, extremamente importante na evolução da raça humana. Desta diversidade
nasce um outro conceito de alimentação sustentável e consciente e que se baseia
em algumas ações redigidas no Congresso Internacional de Gastronomia –
Prazeres da Mesa – (CIG, 2011) como; Conhecer o “caminho do alimento” quando
adquirimos, processamos e comemos ; Conservar os meios e as condições que dão
origem ao alimento; Preservar, valorizar e promover as qualidades naturais do
alimento, assim como seu uso saudável; entre outros. Deste novo conceito
chamaremos Ecogastronomia.
43

Essas afirmações podem ser utilizadas para demonstrar que a


Ecogastronomia tem relações com a comida natural e regional, através de
produções agroecológias e sustentáveis, respeitando as identidades locais
Esta gastronomia consciente foi, regida seguindo alguns princípios.
Destaca-se alguns dos principais a seguir; 1.Conhecerás o “ Caminho do alimento”
desde sua produção até a sua cocção. 2. Conservarás a biodiversidade e
sustentabilidade. 3.Promoverás a saúde humana. 6.Valorizarás o produtor do
alimento. 7.Fomentarás ações ambientais para a promoção da qualidade de vida.
Diante de algumas dessas premissas, uma, percepção que o homem do campo que
lida com a terra, é o verdadeiro ator destas ações e que merece uma reflexão no
texto a seguir:

O Agricultor, enquanto trabalha, tem os olhos postos no chão. O que


vê é a gleba, o torrão, um pedaço de solo levantado pelo arado,
revolvido, molhado pela chuva, cozido pelo sol, carregado de um forte
odor, atravessado por seres vivos minúsculos. É o verdadeiro ventre
materno da terra que se abre ao agricultor para que nela introduza a
semente paterna do cereal. É difícil imaginar que o camponês, em
qualquer época, não se aperceba da enorme dignidade desta
atividade. Não precisa nem mesmo ser cristão e conhecer as
parábolas de Jesus. Basta que saiba que nenhum cereal cresce
sozinho. O cereal morre sem a ajuda do homem e, se o cereal morrer,
não tarda que morra o homem também. (JACOB, 2003).

As tabelas da figura 2,3 e 4, mostram algumas produções e seu modo de


fazer bem como os ingredientes levantados nas pesquisas PIBIC`s., baseadas na
Culinária típica, na ecogastronomia e na alimentação natural e consciente de
Barreirinhas e região.
44

Figura 2 - Produtos e produções culinárias

Fonte: PIBIC´s, 2011

Figura 3 - Produtos e produções culinárias

Fonte: PIBIC´s, 2011


45

Figura 4 - Produtos e produções culinárias

Fonte: PIBIC´s, 2011


46

3 METODOLOGIA

3.1 Tipologia de pesquisa

O problema da pesquisa, e os objetivos nortearam a escolha do tipo mais


adequado de pesquisa que são neste caso são exploratória e descritiva com
abordagem qualitativa e quantitativa. Estas são as tipologias em função do resultado
que pretendemos que, fundamentalmente é, perceber como o turista se comportaria
em usufruir de um incremento turístico definido como turismo Ecogastronômico, bem
como a aceitação do mesmo.

3.1.1 Procedimentos de pesquisa.

Para este tipo de pesquisa exige consultas diretas aos turistas, com o
apoio metodológico da aplicação de questionário com perguntas diretas. O
questionário recorre a perguntas diretas ou de múltipla escolha e, em algumas delas,
se o entrevistado não optar por nenhuma das alternativas da referida questão, ele
fica livre para dar uma resposta de caráter mais dissertativo.
A presente pesquisa buscará nos entrevistados o perfil turístico, para que
o trabalhador dos povoados se adequem, aquilo que o turista deseja encontrar.
Para a obtenção de informações sobre a determinada população de
turistas, bem como a descrição de suas características, estabelecendo relações e
interpretações de muitas variáveis para melhor entendimento, foi necessária a
elaboração de questionário que possibilitou a extratificação das opiniões dos turistas
envolvidos na entrevista.
As técnicas de coleta de dados, envolvidas pelo questionário, foi aplicado
por 5 pesquisadores treinados que abordaram os turistas em barreirinhas no período
de dezembro de 2014 a julho de 2015 num total de 383 turistas entrevistados .
No segundo levantamento buscamos analisar as potencialidades
ecogastronômicas dos povoados, coletando dados com os representantes, com
líderes ou com os moradores dos mesmos, por meio de entrevistas com questões
estruturadas.
Neste caso temos o levantamento de 114 povoados num total de 226,
portanto, a pesquisa traz o relato dos povoados mais importantes para o tema com
47

informações das características das comunidades, para um possível estudo da


viabilidade turística-gastronômica.
A terceira fonte de obtenção de informações foi uma entrevista também
estruturada e elaborada para os empresários do trade turístico, para buscar dados a
cerca de sua opinião sobre a viabilidade de determinado povoado receber o turista
pelo sua estrutura de alimentação, aspectos geográficos e outros.
Vale ressaltar que nesta pesquisa aplicada, em caso de turista
estrangeiro a entrevista era redefinida com perguntas em inglês ou traduzidas por
um intérprete sendo o próprio entrevistador ou colega de trabalho que o
acompanhava ou amigo do turista que dominava a língua nativa, neste caso o
português.
Algumas pesquisas descritivas e seus resultados foram levantados
também pela observação sistemática/padronizada das estruturas, dos destinos nos
interiores, do comportamento do turista e do trade turístico, isto aconteceu por meio
de visitas nos povoados, observação dos envolvidos nos receptivos e consultas com
o empresariado local atuante na área da pesquisa (turismo).

3.1.2 População e amostra

De acordo com Appolinário (2009) a respeito da metodologia científica


com ênfase em tipos de amostras e a estimativa do tamanho da amostra e com nível
de confiança de 95% mostra uma tabela que para que para o tamanho da população
de 50.000 acima, há necessidade de 381 entrevistados com estimativa de 5% de
erro. Desta forma segundo (AECI, 2003) o número de visitantes em Barreirinhas
está na faixa de 66.000 pessoas anuais. No caso acima para questionário 1
(Apêndice A) .
Para o questionário 2 (Apêndice B), exploramos 114 povoados mais
importantes em que há unidades escolares municipais e estaduais, num total de
226 povoados, sítios e fazendas.
No terceiro (Apêndice C), o trade é constituído de 48 empresas do ramo
turístico (SEBRAE, 2014). Nos limitamos em 20 agências turísticas que são as
empresas que efetivamente oferece os produtos de deslocamento para os visitantes.
48

As aplicações dos questionários com os turistas (questionário 1) se


deram de acordo com o seguinte cronograma :

Quadro 1 - Cronograma de aplicação de questionário

Período Nº. de entrevistados Qtde. de entrevistador


Dez/2014 e Jan/2015 120 5
Fev, Marco, Abril/2015 150 5
Maio e junho/ 2015 30 2
Julho/2015 81 2
Fonte: Autoria própria

Nos povoados e nas agências turísticas, foram aplicados os questionário


2 e 3 respectivamente. A aplicação foi feita nos meses de janeiro e julho de 2015.
Com relação aos dados coletados nos povoados foi importante o auxílio da
Secretaria de Educação que se prontificou em leva-los as escolas do município para
preenchimento pelos respectivos moradores ou representantes da comunidade.

3.1.3 Instrumentos de coleta dos dados (questionário / observações)

O instrumento usado para a coleta de dados foram os 3 questionários


estruturados com perguntas fechadas e abertas para todas as etapas da coleta de
dados.
O questionário foi criado em meados de novembro de 2014, bem como o
pré-teste. Nesse, por sua vez, foram feitas as devidas alterações de acordo com a
sua relevância e importância para o tema proposto.
Os procedimentos de análise dos dados exigiram o cruzamento de
informações, bem como a interpretação dos dados originados dos 3 questionários,
que serão descritos no item 5 como resultados e interpretações.
49

4 ASPECTOS GEO-HISTÓRICOS E ECONÔMICOS DE BARREIRINHAS, SEUS


POVOADOS E O PNLM

A dinâmica de um espaço geográfico qualquer precisa ser compreendida


à luz dos processos sociais que a engendraram, sem, contudo, esquecer as
características naturais que ofereceram as bases para o seu desenvolvimento
(PEREIRA,1997).
Segundo afirma a autora, é relevante entendermos a colonização e a
construção de Barreirinhas às vistas de suas características sócio-históricas. Nesta
cidade, portal do PNLM, ícone turístico do mundo, encontram-se diversos povoados
que por sua geografia e atrativos hídricos ricos e singulares, que circundam a
cidade, a tornam um grande patrimônio turístico.
O Parque, que constitui uma Unidade de Conservação (UC), são áreas
que agrupam um conjunto de recursos naturais e culturais próprios, que ajudam a
garantir a perpetuação do patrimônio natural e cultural de uma nação, ele foi criado
por meio do Decreto Nº 86.060, de 02 de junho de 1981 e possui uma superfície
total de 155.000 hectares, com um perímetro de 270 km. Em sua área total, o
Parque dos Lençóis Maranhenses abrange os Municípios de Primeira Cruz,
ocupando cerca de 6,89% da área da UC; Santo Amaro, com 42,15% e Barreirinhas
com 44,86%.
O PNLM apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 02 19’S a 02
45’S e 42 44’W a 43 29’W. Possui como limites: ao norte, o Oceano Atlântico; ao sul
Santo Amaro do Maranhão e Barreirinhas; ao leste Paulino Neves; e a oeste
Primeira Cruz e Santo Amaro do Maranhão (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE DE
APOIO E DESENVOLVIMENTO A UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO,
2002).
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses apresenta como principais
biomas e ecossistemas o mangue, o cerrado, a restinga e os campos de dunas.
Este vasto conjunto de dunas, possui várias denominações.
Originalmente, foi chamado de “lençóis maranhenses” pelos primeiros navegadores
que chagaram com suas embarcações, próximo à costa da região, devido ao fato
desta área apresentar um relevo plano, constituído por areias quartzosas marinhas e
50

cordões de imensas dunas de coloração branca, as quais se assemelhavam a


“lençóis jogados sobre a cama”. (D’ANTONA, 2002).

Figura 5 - PNLM (vista por satélite)

Fonte: Diretório cartográfico. Disponível em:


http://mapasamerica.dices.net/brasil/portugues/mapa.php?nombre=Giramundo&id=97529.
Acesso em: 23 jun. 2015.

O PNLM possui imensa potencialidade turística, com possibilidade de


exploração de diversos setores ligados ao turismo. Suas características físicas o
hierarquizam como atrativo turístico capaz de atrair demanda nacional e
internacional, segundo a Associação Espanhola de Cooperação Internacional (AECI,
2004).
Segundo Aziz Nacib Ab’Saber (2001, p. 98), o Parque Nacional dos
Lençóis Maranhenses

[...] é um campo de dunas da ordem de, aproximadamente, 1.500


quilômetros quadrados, completados a leste por dois pequenos ‘lençóis’. As
dunas regionais se estendem ao longo da costa em um eixo leste-oeste, por
75 a 80 quilômetros, adentrando de 25 a 30 quilômetros na mancha central.
Em seu corpo total, os Lençóis Maranhenses têm um formato de um pastel
alongado com terminações bem marcadas para outros setores e
ecossistemas da planície costeira do nordeste maranhense.
51

A figura 6 identifica a região dos lençóis, os povoados de Barreirinhas e


sua sede.

Figura 6 - PNLM e municípios do entorno

Fonte: Maramazon. Disponível em:


http://www.maramazon.com/pontos_turisticos.php?ptu_id=40. Acesso em: 23 jun. 2015.

Dentre os Municípios que compõem o Parque Nacional dos Lençóis


Maranhenses, Barreirinhas, destaca-se como o portão de entrada do Parque,
devido, principalmente, ao seu nível de desenvolvimento turístico, por possuir uma
estrutura regular de equipamentos e serviços turísticos.

Figura 7 - Município de Barreirinhas

Fonte: Bacabeira em foco. Disponível em: <www.bacabeiraemfoco.com>


Acesso em: 27 mai. 2015.

O Município de Barreirinhas tem uma extensão territorial de 3.111 km²


(IBGE, 2006), distribuídos entre a sede, 23 povoados e 204 sítios. Está localizado na
52

Microrregião dos Lençóis Maranhenses, que por sua vez, está inserida na
Mesorregião Norte Maranhense.
A distância da sede do Município em relação a São Luís é de 268 km. A
cidade de Barreirinhas está localizada na margem direita do Rio Preguiças, a 42 km
de sua foz.
O Município de Barreirinhas encontra-se parcialmente inserido na área do
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no litoral nordeste do Estado do
Maranhão.
A população estimada de Barreirinhas é de 54.930 pessoas (IBGE, 2010),
sua ligação com São Luís por estrada asfaltada, pode ser feita através das BR-
135/MA-402/MA 225 por 268 km.
A tabela nº 01 identifica alguns dados sociais, demográficos, econômico e
geográfico de Barreirinhas.

Tabela 1 - Dados Socioeconômicos de Barreirinhas

DISCRIMINAÇÃO BARREIRINHAS

População, 2012 54.930


População urbana 22.053
População rural 32.877
Área territorial(km²) 3.024,019
IDHM, 2010 0,570
Densidade Demográfica, (hab/km2), 2010. 17,65
PIB(mil R$), 2010. 154.813
Fonte: IBGE, Atlas do Desenvolvimento Humano, 2010.
Fonte: IMESC,PIB dos Municípios do Maranhão, 2012; PNUD,Ranking IDHM Municípios,2010.
53

4.1 Evolução Histórica de Barreirinhas

A periodização histórica de Barreirinhas pode ser sintetizada em 5


períodos segundo Ramos (2008).
Primeiro - Apesar da ausência de documentos comprobatórios, a memória
oral registra indícios da existência dos índios Tapuias e Caetés em Barreirinhas,
principalmente pelas cabanas de palha a margem do rio e quando as dunas mudam
de posição, pela ação dos ventos aparecem vestígios arqueológicos, como artefatos
indígenas. Presume-se que estas tribos começaram a se fixar nesta região, no fim
do século XVIII.
Não existem registros sobre a origem do povoamento de Barreirinhas.
Quem foram os pioneiros?. Quando e como aqui chegaram? Quais os motivos do
povoamento desse paraíso ecológico? (RAMOS, 2008). No entanto, alguns fatores e
hipóteses nos levam à vertente da história e, consequentemente, ao conhecimento e
as razões do desbravamento inicial.
Segundo - Nos reportando ao Brasil colonial, os registros indicam que a
política de colonização do Maranhão se deu depois da expulsão dos Franceses,
dando origem ao primeiro período da história de Barreirinhas.
Inicialmente foi construída uma estrada ligando Campo Maior- PI, a Brejo-
MA, de onde seguia até Icatu, atravessava a baia de Ribamar à cidade de São José
de Ribamar e depois a São Luis, capital da província.
A estrada que vinha de Campo Maior- PI a Brejo-MA, para chegar a terras
Maranhenses, ultrapassava o rio Mocambo, neste local, o Governo Imperial,
mandara construir uma ponte, em 1849. Esta ponte não só facilitou o caminho para
Brejo e Campo Maior, como também a vinda das primeiras pessoas pelas margens
do Rio Preguiças deram origem aos primeiros povoados de Barreirinhas.
Terceiro – A exploração da Petrobrás na década de 60 possibilitou a
abertura de várias estradas para os povoados e crescimento econômico do
município.
Quarto – A partir da década de 80 com o advento do turismo, Barreirinhas
passou a ser conhecida pelas belezas naturais e se fixando como destino turístico
com a criação do PNLM. Este paraíso natural gerou, mídia televisiva com gravação
de programas.
54

Quinto – Construção de estrada asfaltada para acesso à Barreirinhas


finalizada em 2002, permitiu o impulsionamento no desenvolvimento do município.
São desconhecidos os pioneiros e a data exata da ocupação do território,
hoje caracterizado como Município de Barreirinhas. Supõe-se que a penetração do
homem (colonizador) na região tenha ocorrido pelo Rio Preguiças e por seus
afluentes que permitiram o tráfego de pequenas embarcações.
De acordo com o pesquisador Roberto Santos (2005) e segundo relatos
orais comuns no Município, há a indicação que em fins do século XVIII até o início
do século XIX havia uma pequena aldeia de índios Caetés nas proximidades do Rio
Preguiças, na localidade hoje denominada de Caetés, sendo estes os primeiros
moradores de Barreirinhas.
No local atualmente conhecido como Povoado Santo Antônio, localizado à
margem do Rio Achuí, foi assentado, a primeira comunidade formada por
portugueses e escravos negros, considerada a mais antiga da área. No local existiu
um engenho de açúcar movido a roda d’água (Fundação Sousândrade de apoio e
desenvolvimento da Universidade Federal do Maranhão, 2002).
Historicamente Santo Antônio se destacava pela presença da fazenda de
gado da Companhia de Jesus, bem como pela sua importância econômica
decorrente da produção de açúcar, arroz e aguardente.
A construção de uma estrada em 1835, facilitou a ocupação humana da
região. Esta estrada unia São Bernardo do Parnaíba, atual Município de São
Bernardo à Freguesia de São José do Periá (Miritiua), atual cidade de Humberto de
Campos, cujas condições adequadas à lavoura nas margens dos rios, Preguiças,
Negro, Alegre e Periá e seus afluentes, favoreceram o desenvolvimento dessa
atividade. As chapadas próximas ao Município de São Bernardo foram utilizadas
para a pecuária (Fundação Sousândrade de apoio e desenvolvimento da
Universidade Federal do Maranhão, 2002).
Sob a visão de Santos (2005), houve a construção de uma ponte sobre o
Rio Mocambo, já no ano de 1849, foi também uma das principais motivações para a
chegada de pessoas dispostas a habitarem as margens do Rio Preguiças,
contribuindo para a formação de pequenos povoados.
Essa ponte ficava situada na estrada que ligava à Comarca de Campo
Maior, no Piauí, a Brejo e Icatu no Maranhão. Essa estrada facilitou o acesso por
55

terra ao Rio Preguiças e a seus afluentes e, consequentemente, a ocupação das


suas margens, originando a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das
Barreirinhas, atual cidade de Barreirinhas. A estrada permitiu também a formação de
alguns povoados rurais ribeirinhos como: Santa Rosa, Barreira Velha (antiga
Fazenda Santa Cruz), São Domingos, Alto Bonito e Santo Antônio.
À margem dessa estrada surgiram os povoados rurais de Vertente, Buriti
Amarelo e Santo Amaro, sendo este o mais importante, graças à criação de gado,
eqüinos e caprinos, enquanto que os demais lugarejos se dedicaram à produção
agrícola.
Além da construção das estradas e pontes que facilitaram o acesso à
região, o assentamento humano na área de Barreirinhas foi determinado pela
fertilidade das margens do Rio Preguiças, pelas pastagens naturais, que formavam
campos apropriados à criação de gado e pela abundância de peixes nos rios e
lagoas, bem como pela amenidade do clima (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE DE
APOIO E DESENVOLVIMENTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO,
2002).
O nome Barreirinhas deve-se, segundo os moradores locais, à existência
de dunas que margeiam o Rio Preguiças na sede do Município, popularmente
conhecidas por barreiras ou ladeiras. As dunas têm suas bases formadas por um
material argiloso, conhecido pela denominação barro.
Em 18 de Junho de 1858, por meio da Lei Provincial Nº 481, foi criada a
Freguesia de Barreirinhas com territórios desmembrados de Tutóia, Brejo, Miritiua
(hoje Humberto de Campos) e São Bernardo. Em 14 de Junho de 1871, por meio da
Lei Nº 951, a Freguesia foi elevada a categoria de Vila e, em 29 de Março de 1938,
oficializou-se a emancipação de Barreirinhas com a criação do Município, através da
Lei Estadual Nº 45.
A disponibilidade de terras, o clima, a fertilidade do solo, a piscosidade
dos inúmeros rios e lagos e a facilidade de acesso através do mar, o montante do
Rio Preguiças, foram fatores determinantes para que imigrantes de vários
Estados, principalmente do Piauí, se deslocassem para a área que, em meados do
Século XIX, já começava a apresentar uma embrionária distribuição urbana
(FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE DE APOIO E DESENVOLVIMENTO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2002).
56

Entre 1864 e 1928, Barreirinhas perdeu as terras de Cassó e Santo


Amaro, para o Município de Humberto de Campos; Buritizinho, para Morros; e
Surrão e Campineiras, para Brejo.
D’Antona (2002, p. 69) considera que: O Município de Barreirinhas foi
criado em 1938, mas esteve em relativo isolamento por várias décadas do século
XX, vivendo, principalmente, da exportação da castanha de caju para outros estados
(bem como, da pesca e agricultura familiar). Somente recebeu maior destaque a
partir dos anos 70, quando a Petrobrás ensaiou a prospecção de petróleo na região.
Para Barreirinhas, a década de 1970 foi bastante significativa e marcante,
devido principalmente às conquistas que o Município obteve com a instalação de
infra-estrutura urbana, como serviços públicos de água encanada e energia elétrica
e inauguração, em 1971, da Praça do Trabalhador, comemorando o centenário da
elevação da Freguesia à categoria de Vila. A Petrobrás iniciou nesse período, a
dinamização da economia local, com a ampliação significativa na oferta de
empregos, construção de estradas vicinais e introdução de novos equipamentos de
transportes terrestres, pouco conhecidos pela comunidade.

4.2 Povoados e Sítios de Barreirinhas

Administrativamente Barreirinhas é dividida em sede, povoados e sítios.


As figuras a seguir mostram a sede, os povoados e o PNLM.
57

Figura 8 - PNLM, Barreirinhas e alguns povoados

Fonte: Caetés turismo. Disponível em: ecoviagem.uol.com.br. Acesso em: 27 jun. 2015.
58

Figura 9 - Barreirinhas, PNLM e povoados

Fonte: Marazon.2014. Disponível em: <http:// http://www.maramazon.com>. Acesso em:


18 abr. 2015

A sede compreende a cidade que é o centro de distribuição de muitos


produtos e serviços para a comunidade que se desloca dos povoados diariamente.
Os povoados são comunidades maiores que os sítios com uma vida
própria parcial, produzindo muitos insumos para sua subsistência e comercializando
também com a sede. Os sítios são pequenas áreas constituídas de uma ligação
familiar mais próxima.
A disposição dos povoados, sítios fazenda e a sede são em número de
261 unidades segundo (Ramos, 2008, p.93); a seguir estão elencados 226 em
função de seu potencial e importância para o tema.

Quadro 2 – Relação dos povoados, sítios e fazendas de Barreirinhas

1° ÁGUA FRIA 26° BARREIROS 51° CAFUNDÓ 76° ESTREITO 1


2° ALAZÃO 27° BARROCÃO 52° CAJAZAL 77° ESTREITO 2
3° ALTO BONITO 28° BARTOLOMEU 53° CAMPO NOVO 78° FAVEIRA
4° AMAPÁ 29° BEBEDOURO 54° CANCELA 79° FAZENDO
VELHA
5° ANAJÁ 30° BOA VISTA 55° CANGOTE 80° FAZENDINHA
6° ANDRESA 31° BOCA DO RIO 56° CANOA 81° FINAL DA
PEDRA
7° ANIBAL 32° BOI 57° CANTINHO 82° FOME
8° ARMAZEM 33° BOM JARDIM 58° CARDOSA 83° FONTINHA
9° ARRAIAL 34° BOM PASSAR 59° CARNAUBEIRA 84° FORMIGA
59

10° ATERRO 35° BOM 60° CEDRO 85° FORQUILHA


PRINCÍPIO
11° ATINS 36° BONITO 61° CENTRO 2 86° FUMAÇA
12° ATOLEIRO 37° BORGES 62° CHAPADINHA 87° GAMBÁ
13° AXUÍ 38° BOSQUE 63° CICIACA 88° GIRA MUNDO
14° BACURÍ 39° BOSQUINHO 64° CIGANA 89° GONÇALO
15° BAIXADA DA 40° BRACINHO 65° COCAL 90° GUABERU
BACABA
16° D’ ÁGUA 1 41° BRAÇO 66° COQUEIRO 91° GUARIBA
17° BAIXA DA ÁGUA 2 42° BURITI 67° COQUEIRO 92° GUARIBINHA 1
AMARELO 1
18° BAIXÃO DO 43° BURITI 68° DENDÊ 93° GUARIBINHA 2
ROMUALDO AMARELO 2
19° BAIXÃO DOS 44° BURITIZAL 69° DESERTO 94° GUARIMÃ
PAULINOS
20° BANDEIRA 45° CABECEIRA 70° ENGENHO 1 95° GUARIMAZINHO
DO CENTRO
21° BARRA DO SÍTIO 1 46° CABECEIRA 1 71° ENGENHO 2 96° INGANZEIRA
22° BARRA DO SÍTIO 2 47° CABECEIRA 2 72° ESPADARTE 97° ITAPERA
23° BARRA SECA 48° CABECEIRA 3 73° ESTIVA 2 98° JABUTI
24° BARRAS 49° CABOCLO 74° ESTIVA 3 99° JACU
25° BARREIRA VELHA 50° CACHOEIRA 75° ESTOPA 100° JANAÚBA

101° JOÃO PEDRO 126° MATA FOME 151° PACAS 176° RECANTO
102° JOAQUINZINHO 127° MIRIM 152° PACAS 177° RECANTO DA
ILHA 1
103° JUÇARAL 1 128° MIRINZAL 1 153° PALMEIRA DA 178° RIACHÃO
RAIMUNDINHA
104° JUÇARAL 2 129° MIRINZAL 2 154° PALMEIRA DO 179° RIACHINHO 1
RIO GRANDE
105° JURUBEBA 130° MIRINZAL 3 155° PALMEIRA DOS 180°RIACHINHO 2
BENTOS
106° LAÇADOR 131°MOCAMBINHO 156° PALMEIRA DOS 181° RIACHO DO
EDUARDOS MEIO
107° LAGOA 132° MOCAMBO 157° PALMEIRA DOS 182° RIACHO 1
FERREIRA
108° LAGOA DA 133° MOIA 158° PALMEIRA DOS 183° RIO GRANDE
ESPERANÇA REIS 1 DO CELESTINO
109° LAGOA DE AREIA 134° MOITA 159° PALMEIRA DOS 184° RIO GRANDE
REIS 2 DO LOPES
110° LAGOA DO 135° MORORÓ 160° PALMIRA 185° RIO GRANDE 1
SÁTIRO
111° LAGOA GRANDE 136° MORRO ALTO 161° PASSA BEM 186° RIO GRANDE 1
1
112° LARANJEIRA 1 137° MORRO ALTO 162° PASSAGEM DO 187° ROÇA DO MEIO
2 CANTO
113° LARANJEIRA 2 138° MORRO DO 163° PASSAGEM DO 188° SANTA CRUZ
BOI GADO
114° LAVADO 139° MUMBACA 164° PATI 189° SANTA FÉ
115° LONTRA 140° MUNIM 165° PAULINO 190° SANTA MARIA
116° MACACO 141° MUTUM 1 166° PEDRAS 191° SANTA RITA
GRANDE
117° MACACOS 142° MUTUM 1 167° PIAUS 192° SANTA ROSA
118° MAMÉDIO 143° OLHO D’ 168° PIQUIZEIRO 2 193° SANTO
ÁGUA 1 ANTÔNIO
119° MANDACARU 144° OLHO 169° PIQUIZEIRO 3 194°SANTO INÁCIO
D’ÁGUA 2
120° MANGA 145° OLHO D’ 170° PONTA DO 195° SÃO
60

ÁGUA 3 BURITI DOMINGOS


121° MANGABA 146° OLHO D’ 171° PONTA DO 196° SÃO JOSÉ
ÁGUA 4 MANGUE
122° MONELZINHO 147° OLHO D’ 172° PORTO DA 197° SÃO JOSÉ DAS
ÁGUA 5 TELHA VARAS
123° MARACUJÁ 148° ONÇA 173° PRATA 198° SÃO JOSÉ DAS
VARAS 2
124° MARICÃO 149° ONÇA DO 174° QUEBRA 199° SÃO JOSÉ DAS
SALVADOR VIÚVAS
125° MASSAGANO 150° ONÇA DOS 175° QUEIMADAS 200° SÃO MIGUEL
PANEIROS

201° SÃO PEDRO 214° TRATADA 2


202° SÃO ROQUE 215° TUCUNS
203° SERRARIA 216° URITI
204° SEXTA 217° VALE PORTO
205° SOBRADINHO 218°VAQUEJADOR
206° SOUSA 219° VARAS
207° SUCURUJU 1 220° VARAS
208° SUCURUJU 2 221° VASSOURA 1
209° TABOCA DOS 222° VASSOURA 2
CONSTANTINOS
210° TAPUIO 223° VERA CRUZ
211° TAQUIPE 224° VEREDA
212° TIRIRIPA 225° VIGIA
213° TRATADA 1 226° REGINA
Fonte: Ramos( 2008).

4.3 Turismo e Economia

Os dados a seguir refletem algumas realidades de Barreirinhas.


Entre 5.565 municípios no território brasileiro, Barreirinhas está colocada
na posição 4.841º com relação ao IDHM (Índice de desenvolvimento humano médio)
com índice de 0,570.
Com relação aos IDHM’s de renda, longevidade e educação são
respectivamente 0,515; 0,752 e 0,479. Esses números mostram a precariedade da
qualidade de vida da maioria da população.
A distribuição espacial da população em 2010 correspondia a 33,3% na
zona urbana e 66,7% na zona rural.
Após o incremento da atividade turística no município, em 2002, as
comunidades que sobreviviam da agricultura e da pesca, que já viviam um processo
de decadência, partem em busca de espaço de trabalho nos setores secundário e
terciário, principalmente através do crescimento observado nas atividades
61

relacionadas à construção civil, à confecção de artesanato feitos de buriti e a


atividade turística.
Em Barreirinhas existem 411 estabelecimentos comerciais e de serviços
registrados (IBGE, 2009) com 2.759 pessoas ocupadas, com um salário médio de
1,5 Salários Mínimos.
O Município de Barreirinhas tem crescido economicamente nas últimas
décadas, em função do turismo, apresentando relevantes mudanças nas suas
características sociais. Conhecida na região pela produção de farinha, castanha de
caju, arroz e pela pesca, a partir da década de 90 do Século XX teve a sua evolução
econômica e social guiada pela expansão do setor terciário, com a expansão dos
serviços turísticos, principalmente por sua escolha como portal de entrada para o
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
A economia de Barreirinhas está fortemente ligada à pesca artesanal, à
agricultura, ao artesanato, ao comércio e ao turismo. Os moradores, durante o
processo de adaptação às condições da região, utilizaram os recursos provenientes
da flora e fauna locais para sobreviverem. Produtos como mandioca, arroz, feijão,
cana-de-açúcar, milho, banana, castanha de caju, coco-da-praia, laranja, melancia e
peixe, são cultivados até hoje pelos camponeses (D’ANTONA, 2002).
Os produtos oriundos das comunidades rurais começam, nos dias atuais,
a perder o grau de importância que possuíam anteriormente, o que se deve em parte
à falência dos modelos tradicionais praticados na agricultura, e na pesca e à
ampliação da atividade turística na economia local.
A economia do Município de Barreirinhas está intensamente dependente
das características da natureza, existindo uma forte interligação da agricultura com o
extrativismo e destes, com a pesca, apresentando ainda, em um segundo nível de
importância, a olaria e a pecuária (D’ANTONA, 2002).
O modo de produção das frentes populacionais de ocupação do litoral e
do interior, de um modo geral, se apresenta da seguinte forma: na faixa litorânea, o
peixe gera o dinheiro e a roça complementa a subsistência; no interior, a produção
agrícola e o extrativismo geram os recursos monetários. Ainda nos dias atuais,
observa-se que os elementos que constituíam a base econômica, característica do
período da colonização do Município, continuam a existir, percebendo-se uma
mudança em relação à importância dos mesmos, na evolução histórica de
62

Barreirinhas. Essa mudança se observa, entre outras causas, pelo aumento da


demanda turística e o seu nível de exigência.
Após o incremento da atividade turística municipal, a partir da década de
90 do Século XX, as comunidades que sobreviviam basicamente da produção do
setor primário, com a agricultura e a pesca que já viviam um processo de
decadência, partem em busca de espaço de trabalho nos setores secundário e
terciário, principalmente, através do crescimento observado nas atividades
relacionadas à construção civil, à confecção de artesanato feito de buriti e a
atividade turística propriamente dita.
Quanto a economia de Barreirinhas, podemos destacar:
Na agricultura a produção do Município de Barreirinhas e seus povoados,
segundo a Pesquisa da Produção Agrícola do ano de 2004 do IBGE, tem por base o
cultivo de produtos da lavoura temporária tais como arroz, cana-de-açúcar, feijão,
mandioca, melancia e milho, e de produtos da lavoura permanente entre os quais se
destacam a banana, castanha de caju, coco-da-baía, laranja, mamão e manga.
Predomina uma agricultura primitiva e de subsistência, com o uso de técnicas
rústicas, como a queimada e o desmatamento, que ocasionam alterações nas
condições ambientais como o empobrecimento do solo, além da diminuição da
diversidade da fauna e flora.
Na lavoura temporária, os produtos que mais se destacaram como pode
ser observado na tabela 3, foram a mandioca com uma quantidade produzida de
34.420 toneladas, o arroz em casca com 2.714 toneladas, e a melancia com 1.680
toneladas.
Quadro 3 - Lavoura Temporária de Barreirinhas em 2013

Produto Quantidade Valor da Área Plantada


Produzida Produção (hectare)
(tonelada) (mil reais)
Mandioca 34.420 5.163 4.290
Arroz (em casca) 2.714 1.357 1.720
Melancia 1.680 1.008 210
Milho (em grão) 960 336 1.600
Cana-de-açúcar 950 105 38
Feijão (em grão) 525 735 1.050
Fonte: IBGE (2013).
63

Na lavoura permanente, as plantações de maior destaque foram as da


castanha de caju com 906 toneladas, que corresponde a R$ 725.000,00 e da
banana com 675 toneladas, o que corresponde a R$ 338.000,00.

Quadro 4 – Lavoura Permanente de Barreirinhas em 2013

Produto Quantidade Valor da produção Área plantada


Produzida(tonelada) ( mil reais) (hectare)
Castanha de caju 906 725 2.590
banana 675 338 90
Manga 240 48 30
Coco da índia 223( mil frutos) 123 86
laranja 150 51 20
mamao 30 15 5
Fonte: IBGE (2013).

Segundo dados do Plano de Manejo do Parque Nacional dos Lençóis


Maranhenses, a maior parte da produção agrícola de Barreirinhas ocorre em terras
devolutas, representando cerca de 80% das terras agrícolas do Município. Os
posseiros as ocupam através de associações locais (dos povoados) ou em
decorrência dos loteamentos efetuados pelo Instituto de Terras do Maranhão -
ITERMA (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE DE APOIO E DESENVOLVIMENTO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2002).
Quanto a pecuária no quadro 5, trás o censo de Barreirinhas, dados
importantes para medir o potencial da ecogastronomia para atendimento ao turista e
a população local.

Quadro 5 - Censo agropecuário de Barreirinhas-MA

PRODUTO QTDADE UNIDADE


Bovino - efetivo dos rebanhos 10.185 Cabeças
Equino - efetivo dos rebanhos 875 Cabeças
Bubalino - efetivo dos rebanhos 10 Cabeças
Suíno - total - efetivo dos rebanhos 14.850 Cabeças
Suíno - matrizes de suínos - efetivo dos rebanhos 2.640 Cabeças
Caprino - efetivo dos rebanhos 5.680 Cabeças
Ovino - efetivo dos rebanhos 2.990 Cabeças
64

Galináceos - total - efetivo de rebanhos 79.800 Cabeças


Galináceos - galinhas - efetivo dos rebanhos 16.550 Cabeças
Codornas - efetivo dos rebanhos - Cabeças
Vacas ordenhadas - quantidade 810 Cabeças
Ovinos tosquiados - quantidade - Cabeças
Leite de vaca - produção - quantidade 165 Mil litros
Leite de vaca - valor da produção 296 Mil Reais
Ovos de galinha - produção - quantidade 49 Mil dúzias
Ovos de galinha - valor da produção 196 Mil Reais
Ovos de codorna - produção - quantidade - Mil dúzias
Ovos de codorna - valor da produção - Mil Reais
Mel de abelha - produção - quantidade - kg
Mel de abelha - valor da produção - Mil Reais
Casulos do bicho-da-seda - produção - quantidade - kg
Casulos do bicho-da-seda - valor da produção - Mil Reais
Lã - produção - quantidade - kg
Lã - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Carpa - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Carpa - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Curimatã, curimbatá - produção - 15.000 kg
quantidade
Aquicultura - Curimatã, curimbatá - valor da produção 90 Mil Reais
Aquicultura - Dourado - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Dourado - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Jatuarana, piabanha e piracanjuba - - kg
produção - quantidade
Aquicultura - Jatuarana, piabanha e piracanjuba - - Mil Reais
valor da produção
Aquicultura - Lambari - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Lambari - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Matrinxã - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Matrinxã - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Pacu e patinga - produção - quantidade 35.000 kg
Aquicultura - Pacu e patinga - valor da produção 245 Mil Reais
Aquicultura - Piau, piapara, piauçu, piava - produção - - kg
quantidade
Aquicultura - Piau, piapara, piauçu, piava - valor da - Mil Reais
produção
Aquicultura - Pintado, cachara, cachapira e - kg
pintachara, surubim - produção - quantidade
Aquicultura - Pintado, cachara, cachapira e - Mil Reais
pintachara, surubim - valor da produção
Aquicultura - Pirapitinga - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Pirapitinga - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Pirarucu - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Pirarucu - valor da produção - Mil Reais
65

Aquicultura - Tambacu, tambatinga - produção - 45.500 kg


quantidade
Aquicultura - Tambacu, tambatinga - valor da 364 Mil Reais
produção
Aquicultura - Tambaqui - produção - quantidade 82.000 kg
Aquicultura - Tambaqui - valor da produção 656 Mil Reais
Aquicultura - Tilápia - produção - quantidade 69.000 kg
Aquicultura - Tilápia - valor da produção 690 Mil Reais
Aquicultura - Traíra e trairão - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Traíra e trairão - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Truta - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Truta - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Tucunaré - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Tucunaré - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Outros peixes - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Outros peixes - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Alevinos - produção - quantidade 40 Milheiros
Aquicultura - Alevinos - valor da produção 2 Mil Reais
Aquicultura - Camarão - produção - quantidade - kg
Aquicultura - Camarão - valor da produção - Mil Reais
Aquicultura - Larvas e pós-larvas de camarão - - Milheiros
produção - quantidade
Aquicultura - Larvas e pós-larvas de camarão - valor - Mil Reais
da produção
Aquicultura - Ostras, vieiras e mexilhões - produção - - kg
quantidade
Aquicultura - Ostras, vieiras e mexilhões - valor da - Mil Reais
produção
Aquicultura - Sementes de moluscos - produção - - Milheiros
quantidade
Aquicultura - Sementes de moluscos - valor da - Mil Reais
produção
Aquicultura - Outros produtos (rã, jacaré, siri, - Unidades
caranguejo, lagosta, etc) - produção - quantidade
Aquicultura - Outros produtos (rã, jacaré, siri, - Mil Reais
caranguejo, lagosta, etc) - valor da produção

Fonte: IBGE, 2013

A tabela traz os dados mais importantes para a produção da


ecogastronomia nos povoados, ressaltamos que as colunas onde não indicam
valores são números insignificantes para nosso objetivo. Com pouca importância na
economia do Município, a pecuária desenvolve-se nos campos de várzeas que
surgem após as dunas, com o gado sendo criado solto, de forma extensiva, com
66

técnicas rudimentares. São terras públicas, que em nenhum momento integraram o


patrimônio particular, ainda que estejam irregularmente em posse de particulares.
Destaca-se na região, a criação de caprinos, que são utilizados com muita
freqüência na alimentação, dada a tradição de seu consumo pelos migrantes
piauienses e cearenses (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE DE APOIO E
DESENVOLVIMENTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2002).
No extrativismo as Pesquisa da Produção Extrativa Vegetal (IBGE, 2013),
apontam os produtos oriundos da extração vegetal que mais se destacaram, no que
diz respeito à quantidade produzida foram: a madeira (lenha) com 80.573 metros
cúbicos; madeira (carvão vegetal) com 753 toneladas; fibra do buriti com 104
toneladas e açaí (fruto) com 14 toneladas.
Assim, no Município as atividades extrativistas estão fortemente
dependentes da exploração de palmeiras do tipo carnaúba, tucum e buriti, esta
última especialmente utilizada para a produção do característico artesanato local.
Das palmeiras são extraídas cera, fibra (linho), palha e coco.
A respeito da pesca desenvolvida em Barreirinhas ela caracteriza-se pela
divisão em duas modalidades: a pesca em escala comercial e a pesca artesanal. A
pesca em escala comercial é realizada por empresas, com sede fora do Município,
principalmente nas cidades de Camocim (Ceará), Belém (Pará) e Luís Correia
(Piauí). Caracteriza-se pela prática predatória do uso da pesca com arrastão,
ocorrendo normalmente da foz do Rio Preguiças até a foz do Rio Baleia, resultando
em danos ambientais de sérias consequências ao destruir o substrato marinho junto
à costa e capturar imensas quantidades de espécies marítimas.
No ano de 2005, de acordo com informações da Colônia de Pescadores
de Barreirinhas, foram identificados cerca de oitenta barcos oriundos de outros
estados, principalmente do Ceará, realizando a pesca de arrastão na costa do
Município. Hoje não há mais registro dessas embarcações, devido à fiscalização do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
e por não haver quantidade suficiente de pescado que justifique a presença desses
barcos no litoral de Barreirinhas.
Um arrastão é um barco de pesca que opera com redes de arrasto que
possuem forma de saco e são puxadas a uma velocidade que permite que os
peixes, crustáceos ou outro tipo de pescado, sejam retidos em seu interior.
67

A prática constante da pesca em escala comercial no Município,


ocasionou alterações ambientais, que resultaram na diminuição da pesca artesanal
em decorrência da escassez de peixe nas áreas próximas da costa.
A pesca artesanal é considerada de subsistência, sendo realizada
basicamente pelos próprios moradores do Município. Caracteriza-se pelo uso de
instrumentos de pesca de produção artesanal, como redes e tarrafas, e de
embarcações de pequeno porte. As embarcações motorizadas de pequeno porte
chegam a medir até nove metros de comprimento e as de médio porte até doze
metros. Os barcos a vela, que possuem as mesmas proporções dos motorizados,
sem a propulsão mecânica, realizam a atividade pesqueira em mar aberto durante
vários dias seguidos. Existem ainda embarcações como canoas a vela, a remo e
motorizadas que pescam diariamente no Rio Preguiças e próximo a sua foz. A
Colônia de Pescadores registrou, até dezembro de 2006, 211 embarcações desses
tipos que navegam no Rio Preguiças e no litoral de Barreirinhas.
No verão, com a ausência de chuvas, a pescaria no Município ocorre no
Rio Preguiças e próximo à sua foz pelas embarcações menores, enquanto que os
barcos motorizados de porte médio, se afastam do litoral para alcançarem as
espécies a serem capturadas em mar aberto, numa distância de até 80 milhas.
No inverno a pescaria se concentra próximo às praias, devido a grande
quantidade de peixes que se localiza na costa em busca de alimentos, tornando-se
assim desnecessário o afastamento das embarcações para o mar aberto.
As principais espécies de peixes encontradas são: pescada amarela,
serra, bonito, cação, tainha, peixe pedra, corvina, bagres, pargo, guaiuba, garopa,
camurupim, camurim, anchova e carapitanga. Hoje, o pescado é utilizado
basicamente para o consumo interno dos moradores de Barreirinhas.
O artesanato de Barreirinhas é bastante desenvolvido, configurando-se
como um dos mais ricos do Estado do Maranhão e de grande importância sócio-
econômica para o Município, sendo produzido desde o período de sua colonização,
como resultado da herança cultural dos índios da região que produziam artesanatos
com fins utilitários. Barreirinhas viveu durante muito tempo isolado de outros centros
urbanos devido à dificuldade de acesso, forçando os moradores locais a dispor dos
recursos existentes para suprir as necessidades cotidianas. Assim, a população de
68

Barreirinhas serviu-se de suas habilidades manuais para produzir peças artesanais


utilitárias para gerar renda.
Com a melhoria do acesso e o aumento crescente do comércio local,
houve a introdução dos utensílios industrializados, fazendo com que, aos poucos, a
comunidade substituísse seus utensílios artesanais pelos produtos industrializados,
passando então a fabricar peças decorativas que despertaram o interesse dos
moradores de Barreirinhas, dos turistas e dos comerciantes externos. Com o
aumento da demanda os artesãos intensificaram seus trabalhos, aperfeiçoando e
diversificando suas peças para atender a uma clientela maior e mais exigente,
formada principalmente por turistas.
Barreirinhas tem se destacado na produção artesanal que utiliza,
principalmente, a fibra de buriti como matéria-prima, já que possui abundância da
palmeira do buriti (Mauritia vinifera mart )por toda a área do Município.
A fibra é obtida do broto do buriti (palha nova) de maneira rudimentar,
passando por um processo de extração que obedece a uma periodicidade, a partir
de um manejo natural desenvolvido pelos próprios artesãos, o que garante a
sobrevivência da palmeira da qual foi extraída o olho. De posse do broto do buriti
inicia-se a retirada do linho com a abertura dos folíolos da folha. Com o auxílio de
uma pequena faca, o artesão executa uma leve incisão na superfície do folíolo, para
retirada de uma fina película que vai sendo puxada uma a uma e depositada no
chão, em punhados. O processo se repete por toda a extensão da folha até que esta
fina pele seja retirada de todos os folíolos.
Em água fervente, por aproximadamente quinze minutos, o artesão
realiza o cozimento da fibra extraída. Se houver necessidade de tingimento,
substitui-se a água por tinta, preferencialmente a natural, obtida a partir de cascas
de árvores, folhas, frutos e flores da flora local.
Só então, após todas essas etapas, é que o linho estará pronto para ser
utilizado pelos artesãos com a aplicação de diversas técnicas de tecelagem como o
macramê, crochê, batimento, carreira e entrelaçamento, dentre outras.
A tipologia do artesanato é bem diversificada, variando entre os bairros e
comunidades. As comunidades de Manoelzinho, Marcelino, Sobradinho e da própria
sede, dentre outras, utilizam-se destas técnicas para produzirem vários objetos,
69

dentre os quais se destacam: redes, chapéus, esteiras, bolsas, tapetes, toalhas e


jogos americanos.
A produção artesanal vem se fortalecendo como atividade comercial,
devido ao aumento da demanda e as ações desenvolvidas com os artesãos pelo
Programa SEBRAE de Artesanato e seus parceiros: Instituto de Desenvolvimento do
Artesanato (IDAM), Mercado das Artes, Governo do Estado do Maranhão, Banco do
Empreendedor e Prefeitura Municipal de Barreirinhas.
Este Programa foi implantado com o objetivo de fortificar o segmento
artesanal, melhorando a qualidade da produção, restringindo a ação do
atravessador, melhorando a auto-estima, o espírito empreendedor e a qualidade de
vida do artesão, estimulando a criação de associações e cooperativas e realizando
ações de capacitação.
Em São Luís, os produtos oriundos das oficinas de criatividade e
treinamentos oferecidas por esse Programa são comercializados na loja Mercado
das Artes, localizada no Centro Histórico.
Atualmente em Barreirinhas, há manufaturas de artesanato em
praticamente todos os seus povoados. Na sede existem trinta e três pontos de
venda distribuídos em trinta lojas, dois pontos de vendas das Cooperativas de
Artesãos e nove barracas do Centro de Artesanato de Barreirinhas. Alguns pontos
de venda se especializaram na comercialização de doces caseiros, outros em
produtos feitos de sementes, enquanto que a grande maioria, se dedica à venda de
peças fabricadas com o linho do buriti.
A atividade artesanal tem-se alterado com a sofisticação da linha de
artigos e com as novas técnicas propostas pelas lojas e ações de capacitação,
desenvolvidas pelo SEBRAE, buscando atender aos desejos de uma nova
demanda. Essa sofisticação, aliada à substituição da fabricação de bens utilitários
por peças decorativas, promoveu transformações na atividade: enquanto o
artesanato utilitário era confeccionado por homens e mulheres, hoje ele é uma
prática mais feminina, restringindo-se a participação masculina à coleta da matéria-
prima. O artesanato ocupa o segundo lugar como produto gerador de renda para as
famílias do Município, o primeiro lugar ainda é ocupado pela agricultura (Prefeitura,
2005). É exportado para outros Estados brasileiros e, além disso, devido ao escasso
mercado de trabalho em Barreirinhas, destaca-se como alternativa econômica para
70

melhorar a qualidade de vida da comunidade e vem também garantindo o sustento


econômico de diversas famílias que moram nos bairros periféricos de Barreirinhas.

4.4 A atividade turística e a infraestrutura de Barreirinhas

Na área de governança do turismo existe o Conselho Municipal composto


pela Secretaria Municipal de Turismo, a Secretaria de Meio Ambiente, a Secretaria
de Educação e Cultura, a Secretaria de Administração, um representante do Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses, quatro de associações de agências de viagens,
guias de turismo, hotéis, pousadas e restaurantes, um representante de
organizações não governamentais e três representantes da comunidade local. O
Conselho foi criado por meio da Lei Municipal Nº 565/2007, com o objetivo principal,
de formular e implantar a Política Municipal de Turismo, visando criar condições para
o aperfeiçoamento e o desenvolvimento, em bases sustentáveis, da atividade
turística no Município de Barreirinhas, de forma a garantir o bem estar de seus
habitantes e turistas e o resguardo do patrimônio natural e cultural da região.
No segmento turismo, em 2010, o município dispunha de 26 empresas de
alimentação, 49 de hospedagem, 33 de receptivo e 06 de transporte turístico. O
número expressivo de receptivo (agências e transporte), 27,7% dos
empreendimentos locais, pode ser explicado pela peculiaridade do Parque Nacional
que exige veículos tracionados 4 x 4, com condutores e guias locais (AECI,2003). A
maioria das empresas prestadoras de serviço de Barreirinhas são micro, com no
máximo 9 empregados. Outro dado interessante, ao verificar-se a formalidade da
empresa – aquelas que possuem CNPJ (Cadastro nacional de pessoa jurídica)
verifica-se que 88,5% estão formalizadas. As 119 empresas que trabalham de forma
direta com o turismo em Barreirinhas, geram 773 empregos diretos (AECI,2003).
O Governo do Estado trabalha na elaboração do Plano Maior para 2020,
que levou ao levantamento dos atrativos do Estado, através de pesquisa realizada
nos Polos existentes.
Compondo um ranking de produtos e recursos, os itens avaliados foram
hierarquizados segundo parâmetros numéricos preestabelecidos para o valor
Potencial e Real, e classificados em: Produtos Estrela, A, B e C, que representam os
principais atrativos turísticos do Maranhão, estes recursos de alta prioridade e de
71

baixa prioridade, conforme pode ser observado abaixo. A presente análise ficará
restrita aos produtos Estrela e produtos A.
Do ponto de vista metodológico, os itens que alcançam o topo das duas
hierarquias, os Produtos Estrela, são considerados, pela sua excepcionalidade,
produtos imprescindíveis para conhecer um determinado destino, onde sua
potencialidade turística é marcante. Esses produtos são a melhor da experiência
turística que o Estado pode proporcionar, pois abrange o que há de mais
extraordinário e singular para o turismo. São capazes de mobilizar fluxos turísticos
de longa distância, inclusive internacionais, e constituem “objetos de desejo” da
demanda com interesses específicos. Os produtos em destaque representam os
atrativos do PNLM.

Quadro 6 – Produtos estrela

POSIÇÃO NO RANK PRODUTOS ESTRELA


1 São Luís Patrimônio da Humanidade
2 Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
3 Festa de São João (Arraiais)
4 Trekking no Parque dos Lençóis Maranhenses
5 Bumba-meu-boi
6 Tambor de Crioula IPHAN
7 Sobrevoando os Lençóis
8 Centro Histórico de Alcântara
9 Igrejas de São Luís
10 Igreja da Sé
11 Palácio Episcopal
12 Parque Nacional da Chapada das Mesas
13 Azulejaria
14 Palácios La Ravardiere e Cristo Rei
15 Rua Portugal/Rua do Trapiche
16 Passeios no Rio Preguiças
17 Palácio dos Leões
18 Centro de Cultura Popular
19 Teatro Arthur Azevedo
Fonte: SECTUR- Plano Maior para 2020.

Os Produtos A, são complementares aos produtos Estrela, importantes


para os mercados nacionais, mesmo de longa distância, e em menor escala para os
mercados internacionais, por exercerem uma função estratégica no caso de visitas
72

mais prolongadas ou de retorno do turista ao Estado. Em curto e médio prazo, por


meio de programas sistemáticos de melhorias, poderão, entretanto, constituir-se em
produtos motivadores por si só, capazes de atender de forma satisfatória ao
consumidor que atendem, bem como de gerar fluxos de turistas mais exigentes.

Quadro 7 – Produtos “A”

POSIÇÃO NO RANK PRODUTOS A


20 Aventura nas dunas dos Pequenos Lençóis
21 Trekking por Brasília, Espadarte, Morro do Boi
22 Rio Negro
23 Artesanato de Palha de Buriti
26 Povoado de Mandacaru
30 Povoado e Praia de Atins
39 Lagoa Azul
45 Lagoa do Buriti Amarelo
46 Praia de Vassouras
52 Lagoa da Boa Esperança
60 Praia de Caburé
Fonte: Plano Maior para 2020.

De acordo com a avaliação acima o Parque Nacional dos Lençóis é um


atrativo de produto Estrela, segundo no ranking, só perdendo para o Centro Histórico
de São Luís, que é reconhecido pela UNESCO (Organização das nações unidas
para Educação, ciência e cultura) como Patrimônio Mundial.
O Município possui uma pista de pouso pavimentada, localizada no Bairro
do Aeroporto, para a qual o Poder Público Municipal está solicitando a sua
homologação junto ao órgão competente sediado em Belém (PA), onde operam
aeronaves de pequeno porte (monomotores e bimotores) de propriedade das
empresas de táxi aéreo.
Outra pista de pouso, nas proximidades da anterior, foi construída e o
governo aguarda recursos para a construção do terminal de passageiros o que
possibilitará o pouso de grandes aeronaves de voos comerciais nacionais.
73

A partir de São Luís, pela BR 402 e MA 225, chega-se a Barreirinhas em


3h30 de viagem. Ônibus partem diariamente do Terminal Rodoviário de São Luís.
É possível chegar de carro a Barreirinhas, partindo de qualquer ponto do
país. As condições das estradas federais, que ligam o Maranhão a outros estados,
são precárias, asfalto esburacado, falta de sinalização e segurança de tráfego.
Barreirinhas não dispõe de uma estação rodoviária. A empresa Cisne
Branco única no município, possui um espaço para venda de passagens e é o local
de encontro para embarque.

Figura 10 - Rodovia MA-225

Fonte: rotas sustentáveis. Disponível em:


<http://www.itcp.coppe.ufrj.br/nordeste/lencois/terrestre.html>. Acesso em:
25 set. 2015.

O acesso a alguns povoados e aos pontos turísticos de Mandacaru,


Caburé e Atins é feito por via fluvial – Rio Preguiças, através de “voadeiras”
(pequenas lanchas de alumínio, com motor e cobertura). A importância desse tipo
de transporte está diretamente ligada à circulação interna no município.
A Beira Rio dispõe de deck que permite o acesso às “voadeiras”, além
disso, nas pousadas e ao longo do rio, na área urbana de Barreirinhas, existem
rampas simples de acesso ao rio onde os barqueiros promovem o acesso de turistas
e da população ao rio.
O setor de hospedagem de Barreirinhas vem se estruturando a cada ano,
mas ainda é necessária a melhoria da estrutura física e da oferta de serviços, além
do treinamento da mão-de-obra empregada. A diversificação da oferta de
equipamentos é notória, podendo atender a diferenciados segmentos turísticos ao
74

dispor de pousadas, hotéis, resort e flat, além de condomínios e casas que são
utilizados como segundas residências da demanda regional.
As pousadas, tipo de hospedagem predominante em Barreirinhas,
possuem uma variedade de estilos que vão desde os pequenos estabelecimentos,
com serviço pouco qualificado, até as pousadas com modernos equipamentos e
instalações, prestando serviços de razoável nível, porém com pouca oferta de
entretenimento e de adaptações necessárias para atender aos hóspedes com
necessidades físicas especiais.
Os equipamentos de hospedagem encontram-se distribuídos por toda a
cidade, em sua região central e às margens do Rio Preguiças, destacando-se ainda
a sua presença nos Povoados de Caburé e Atins.
O gráfico 1 mostra os meios de hospedagem nos pontos turísticos mais
importantes de Barreirinhas.

Gráfico 1 – Meios de hospedagem por unidade do município

Número de Meios de Hospedagem

5 2
2
Sede
Atins
Caburé
41
Cantinho

Fonte: Secretaria Municipal de Turismo,2010

Na cidade não há espaço adaptado especificamente para área de


camping ou local destinado a trailer ou ônibus-casa.
Existe pouca ou quase nenhuma preocupação, por parte dos gestores
dos meios de hospedagem, com a questão ambiental em seus estabelecimentos,
em sua maioria os empreendimentos não dispõe de recursos para a reutilização da
água e dos resíduos sólidos produzidos, não há alternativas para a produção ou a
75

redução da energia já utilizada. As construções não possuem arquitetura compatível


com as características ambientais locais, inclusive com o clima.
O município nos seus cinquenta meios de hospedagem existente dispõe
de 717 unidades habitacionais com 1.828 leitos.

Figura 11 – Praia de Caburé (unidades habitacionais)

Fonte: Caravelas Turismo. Disponível em: www.caravelasturismo.com.br


Acesso em 27 mai 2015

Estes estabelecimentos de hospedagem empregam mais de 360


pessoas.
As agências de viagens trabalham, predominantemente, com atividades
de receptivo, dedicando-se aos arranjos necessários para organizar os serviços
prestados aos turistas no Município como o transporte, hospedagem, alimentação,
entretenimento, realização de passeios e locação de veículos e equipamentos,
atuando algumas delas, como apoio e complemento das agências de turismo de São
Luís.
É comum as agências possuírem seus próprios equipamentos de
transporte terrestres, aquáticos e até aéreos, utilizados nos seus passeios ou
alugados para terceiros.
Quanto à localização, as agências estão dispostas em pontos
estratégicos da cidade, próximas aos meios de hospedagem, no centro da cidade e
nas ruas que margeiam o Rio Preguiças. Há ainda profissionais que agenciam os
serviços de receptivo utilizando internet e telefone, sem possuir balcão de
atendimento, operando em suas próprias residências.
76

As agências são, em sua maioria, micro empresas, apresentando


pequena estrutura física e reduzido número de funcionários dedicados à
administração, vendas e operacionalização do receptivo.
Existem hoje, em Barreirinhas, trinta e três agências de viagens que
empregam aproximadamente duzentas e sete pessoas.
Barreirinhas possui segmentos de sua comunidade organizados em
sindicatos, cooperativas e associações, que buscam congregar segmentos sociais
que possuam níveis de interesse semelhantes, apresentando maior capacidade de
organização os pescadores, artesãos, agricultores e transportadores. Assim,
destacam-se no Município os seguintes grupos organizados:

Quadro 8 - Grupos de sindicatos em Barreirinhas e povoados

Sindicato Sede Telefone/ sindicali


email zados
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Avenida Joaquim (98) 3349- 12 mil
Rurais de Barreirinhas (STTR). Soeiro de Carvalho, 1316, e- sindicalizad
nº 351, Centro mail os
strbar@elo.
com.br
Associação dos Agricultores Ruralistas de Tabocas Rua 19 de Março,
(AGRUTAC). s/nº, Povoado
Tabocas
Associação Comunitária e Cultural do Bairro do Avenida
Riacho (ACCBR). Rodoviária, nº 132,
Bairro do Riacho;
29
Associação Comunitária Rural do Povoado Mangas Povoado Mangas,
(ACRUPAM). s/nº
Associação dos Produtores Rurais do Povoado Povoado Cigana,
Cigana (APRPC) s/nº;
Associação dos Produtores Rurais do Manoelzinho Povoado do
Manoelzinho, s/nº
Associação dos Produtores Rurais de Giramundo II Povoado do
Giramundo, s/nº
Colônia de Pescadores de Barreirinhas situa-se na Avenida (98) 3349-
Beira Rio, nº 74 1260
77

Centro
Clube da Feliz Idade do Município de Barreirinhas Avenida
Brasília, s/nº,
Centro
Cooperativa de Artesãos dos Lençóis Avenida Brasília, (98) 3349- 33
Maranhenses (COOPALMAR) s/nf, Centro 1166. cooperado
s
Cooperativa dos Artesãos dos Lençóis Rua Inácio Lins,
Maranhenses (ARTECOOP) s/nº, Centro
Associação Cultural e Recreativa Pitu Samba de Rua Anacleto de
Barreirinhas carvalho, s/nº,
Bairro do Cruzeiro
Cooperativa de Carros Táxi (COOPCART) Avenida Joaquim (98) 3349-
Soeiro de Carvalho, 1511;
s/nf
Cooperativa de Turismo e Transporte Alternativo Avenida
dos Lençóis Maranhenses Rodoviária, s/nº,
(COOTTALMAR) Bairro Boa Fé
Cooperativa dos Taxistas de Barreirinhas Praça
(COOPTÁXI) do Trabalhador,
s/nº
Cooperativa de Transporte Náutico dos Pilotos e Avenida Beira Rio,
Proprietários de Embarcações de Barreirinhas nº 115, Centro
(COOPERNAUTICA)
Cooperativa Esperança de Mototáxi Praça do (98) 3349-
Trabalhador Centro 1511.
Fonte: AECI,2004

Destaca-se ainda na área cultural, a Academia Barreirinhense de Letras,


criada no ano de 2004, por um grupo de pessoas ligadas à cultura de Barreirinhas,
com o objetivo de fomentar e incentivar a produção cultural local. O presidente é o
Sr. José Ribamar de Castro Ramos e o seu vice é Enéas Miranda Conceição, este
último recebeu da Câmara de Vereadores o Título de “Arquivo Vivo” de pesquisa de
Barreirinhas, em 1º de Maio de 1995.
78

A Cidade não possui locadoras de veículos de passeio, sendo possível


alugá-los em São Luís ou em Barreirinhas junto às duas Cooperativas de motoristas
de táxi, que disponibilizam automóveis por meio do fretamento, normalmente para
realizar o acesso ao município partindo da capital e vice-versa.
A utilização de veículos quatro por quatro ou de transporte aquaviário,
para a realização dos passeios ocorre em Barreirinhas e pode ser feito diretamente
nas cinco transportadoras existentes ou através das agências associadas.
A Pesquisa da Demanda Turística, essencial ao processo de
planejamento turístico de um núcleo, objetiva identificar o perfil do turista que visita
Barreirinhas e consome o seu produto turístico. A pesquisa da demanda permitiu
identificar as informações a respeito do perfil (caracterização) do turista, informações
a respeito da organização da sua viagem e a análise que o mesmo fez do produto
consumido.
Neste documento serão apresentadas e analisadas as pesquisas
realizadas nos anos de 2009 e 2010, contratadas pelo Governo do Estado através
da Secretaria de Estado de Turismo.

Gráfico 2 - Turistas em Barreirinhas, segundo a procedência

50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
2009
10,0%
2010
0,0%

Fonte: SECTUR,2010

De acordo com o gráfico 2 a maior concentração de turistas origina da


Região Maranhense com mais de 40% da população, em segundo lugar são
pessoas de diversas localidades (15%) em terceiro, são turistas de São Paulo com
(10%). A pesquisa demonstra que o número significativo de Maranhenses se dá pela
questão da localização e fácil acesso.
79

Gráfico 3 - Turistas, segundo o sexo


60,0%

50,0%

40,0%

30,0% Feminino
Masculino
20,0%

10,0%

0,0%
2009 2010
Fonte: SECTUR,2010

Com relação ao sexo, a pesquisa demonstrou que a maior quantidade de


turistas que frequentam Barreirinhas são em sua maioria de mulheres mais de
(50%).
Gráfico 4 – Turistas, segundo a faixa etária

35,0%

30,0%

25,0%

20,0%
2009
15,0% 2010
10,0%

5,0%

0,0%
Ate 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos 61 a 70 anos

Fonte: SECTUR, 2010.

Com relação a faixa etária a pesquisa demonstrou que o maior número de


turistas se dá na faixa de 21 a 30 anos, ou seja, uma população mais jovem que
entre outras atrações buscam o turismo na natureza com um certo grau de aventura,
visto que alguns passeios demandam um certo esforço físico, como caminhar nas
areias das dunas íngremes por mais de 1 hora e subir no farol do povoado
Mandacaru com mais de 160 degraus .
80

Gráfico 5 – Turistas segundo a escolaridade


80,0%
70,5%71,1%
70,0%

60,0%

50,0%

40,0% 2009
2010
30,0% 25,2%
21,3%
20,0%

10,0% 5,9%
2,3% 2,0% 1,7%
0,0%
Fundamental Médio Superior Outros
Fonte: SECTUR, 2010.

O Gráfico 5, diz respeito ao nível de escolaridade dos turistas que


frequentam Barreirinhas e foi constatado na pesquisa que mais de 70% dos turistas
possuem nível superior. Isso demonstra a valorização cultural dos destinos com um
reflexo de bom padrão econômico de quem visita o Município, cuja motivação da
visita está relacionada aos atrativos que envolvem o patrimônio cultural e a
contemplação da beleza natural da região.

Gráfico 6 – Turistas, segundo a Renda


25,0%

20,0%

15,0%

10,0% 2009
2010
5,0%

0,0%

Fonte: SECTUR, 2010.


81

Quanto a renda dos turistas que frequentam Barreirinhas de acordo com a


pesquisa a maioria possui de 4 a 6 salários mínimos. Ou seja, a maioria classe
média que contribui para a exploração do turismo na região.

Gráfico 7 – Turistas, segundo o meio de transporte utilizado

60,0%

50,0%

40,0%

30,0% 2009
20,0% 2010

10,0%

0,0%
Carro próprio Carro Õnibus de Avião Outros Embarcação
alugado linha

Fonte: SECTUR, 2010.

Com relação ao meio de transporte mais utilizado pelos turistas que


frequentam Barreirinhas, de acordo com o gráfico 7, a maioria utiliza o transporte
Rodoviário, ou seja, o ônibus que faz linha para a região.

Gráfico 8 – Turistas, segundo a forma de viajar

60,0%

50,0%

40,0%

2009
30,0%
2010
20,0%

10,0%

0,0%
Amigos Família Só Outros
Fonte: SECTUR, 2010.
82

Com relação a companhia para viajar a maioria dos turistas respondeu


que preferem fazer viagens para Barreirinhas com a família. Por ser um lugar onde o
turismo é acessível a todas as idades, onde crianças e idosos podem ter acesso,
isso explica a motivação de se levar a família.

Gráfico 9 – Turistas, segundo o meio de hospedagem utilizado

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%
2009
30,0%
2010
20,0%

10,0%

0,0%
Casa/ap. Flat/apart Hotel Pousada Casa parente Outros
aluguel amigos
Fonte: SECTUR, 2010.

Quanto ao meio de hospedagem, a maioria dos turistas preferem ficar em


pousadas, pois, a maioria das pousadas são estruturadas e já possuem o próprio
lazer, como exemplo os rios que passam em seus arredores, onde são construídas
piscinas naturais com intuito de levar o passeio pra perto do turista, sendo este o
principal motivo das suas escolhas.

Gráfico 10 – Turistas, segundo o motivo da viagem


100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0% 2009
10,0%
0,0% 2010

Fonte: SECTUR, 2010.


83

Com relação a motivação da viagem a maioria dos turistas são


estimulados pelos passeios que a região oferece. Passeios para diversos gostos e
idades.

Gráfico 11 - Turistas em Visita a Barreirinhas segundo os aspectos que menos gostaram

0,3 27%
24%
0,25
18% 19%
0,2 16% 17% 17%
14%
0,15 11% 11%
0,1 8%
5% 4% 5% 4%
0,05 1%
0 profissionais p/…

turística / o que…
Outros
Banheiros públicos

Infraestrutura
Cidade acabada

Mau atendimento

Poluição das praias


Falta de segurança

Preços Altos

Sujeira Urbana
Degradação da

dificuldade acesso

Estrutura turística

Não respondeu /

Poucas opções
natureza

Falta de
Dstancia /

nenhum
nos…
2009 2010

Fonte: SECTUR/MA, 2010.

Com relação ao que o turista menos se agradou da cidade, muitos


reclamam da falta de infra estrutura, ou seja, da sujeira que a região apresenta, falta
de cuidado por parte dos políticos.

Gráfico 12 - Turistas em Visita a Barreirinhas segundo os aspectos que MAIS gostaram

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Passeios

Boa estrutura
belezas naturais

Outras respostas
Natureza

Hospitalidade

Bom atendimento
Paisagem e

turística

2009 2010

Fonte: SECTUR/MA, 2010.


84

Apesar de reclamarem dos serviços, os turistas entrevistados disseram


que retornariam à Barreirinhas (68,1%) e 92,8% recomendariam a viagem para
amigos e parentes. Os aspectos que mais gostaram foram os atrativos naturais
(52,8%) e a hospitalidade (13,5%). Abaixo são apresentados os aspectos que
menos gostaram.

Gráfico 13 – Grau de Satisfação do Turista com os Passeios


60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Atrativos turísticos, praias e Roteiros ecológicos Artesanato
balneários

Excelente Bom Regular Ruim Péssimo

Fonte: SECTUR/MA, 2010.

Com relação ao grau de satisfação dos turistas com os passeios a maioria


se diz satisfeito (55%) com atrativos como: praias e balneários.

Gráfico 14 – Grau de Satisfação do Turista com os Serviços Turísticos


60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
Hospitalidade Guias de Gastronomia Diversçoes Informações Táxi
Turismo noturnas turísticas

Excelente Bom Regular Ruim Péssimo

Fonte: SECTUR/MA, 2010.


85

Com relação ao grau de satisfação dos turistas com os serviços turísticos


a maioria se diz satisfeito com a hospitalidade da região (53%).

Gráfico 15 – Grau de Satisfação do Turista com os Equipamentos Turísticos


45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
Meios de Agências de Restaurantes Loja de Transporte / Equipamentos
hospedagem Viagens artesanato locadora de lazer

Excelente Bom Regular Ruim Péssimo

Fonte: SECTUR/MA, 2010.

Com relação ao grau de satisfação dos turistas com os equipamentos


turísticos a maioria se mostrou satisfeito (37%) com os meios de hospedagem.

Gráfico 16 – Grau de Satisfação do Turista com os Serviços Turísticos


45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
Qualidade ambiental Sinalização urbana Sinalização turística

Excelente Bom Regular Ruim Péssimo

Fonte: SECTUR/MA, 2010.


86

Com relação ao grau de satisfação dos turistas com os serviços turísticos


a maioria se mostrou satisfeito (29%) com a qualidade ambiental.

Gráfico 17 – Grau de Satisfação do Turista com a Infraestrutura


60,00%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
Terminal Terminal Aeroporto Experiência Limpeza Iluminação Segurança
rodoviário Hidroviário da viagem Pública

Excelente Bom Regular Ruim Péssimo

Fonte: SECTUR/MA, 2010.

Com relação ao grau de satisfação dos turistas com a infraestrutura a


maioria se diz satisfeito (55%) com a segurança da região.
Resumindo, a maioria dos turistas que visitam Barreirinhas é do próprio
Estado (41%), do sexo feminino com faixa etária entre 21 a 30 anos, possui curso
superior. Em 2010 a maioria possuía renda entre quatro e seis salários mínimos, já
em 2009, declaram não ter renda fixa. Quanto ao meio de transporte, em 2009 os
turistas utilizaram carro próprio para chegarem à Barreirinhas, e em 2010 optaram
por ônibus de linha. Na sua maioria os turistas viajam com a família e utilizam
pousadas como meio de hospedagem (56,1% e 62,6%, em 2009 e 2010,
respectivamente). Ainda, 90,5% dos turistas vieram a Barreirinhas a passeio.
Quanto aos aspectos que menos gostaram foi a sujeira, a estrutura
turística e os preços altos. E aqueles aspectos que mais gostaram foi a natureza, a
paisagem e as belezas naturais.
87

Segundo (OLIVEIRA, 2007),

A paisagem possui um papel importante, pois ela é o grande indicador da


mudança física do ambiente percebida primeiramente pelo turista. Sendo
primeiro contato do turista com o lugar visitado, podemos considerar que a
paisagem está no centro da atratividade turística de uma localidade. A
paisagem é o que se vê em um determinado espaço, é a forma do espaço,
o conjunto dos elementos geográficos de um lugar, podendo ser classificada
em paisagem natural ou urbana.

De acordo com o resultados das pesquisas os turistas desaprovam esta


paisagem da sede, suprindo suas expectativas com a paisagem natural do PNLM e
seu entorno.
O grau de satisfação é alto nos quesitos atrativos turísticos, roteiros
ecológicos, artesanato e a hospitalidade do povo. Os meios de hospedagem e as
lojas de artesanato são bem avaliados. Já os serviços de sinalização urbana e
turística é considerado regular. A infraestrutura é considerada deficiente, mas a
experiência da viagem é considerada boa.
Os empreendimentos do setor de alimentação se concentram em alguns
meios de hospedagem e próximos à Beira Rio e nas ruas e praças do entorno.
A maior parte dos estabelecimentos do setor de alimentos da cidade de
Barreirinhas é formada por micro empresas, com a capacidade de ofertar 50 mesas
e atender a 200 pessoas. Os maiores e mais bem equipados restaurantes localizam-
se nos próprios meios de hospedagem. O modelo de gestão predominante é o
familiar.
Quanto à composição dos cardápios destaca-se a presença das cozinhas
maranhenses e nacional, ofertando ainda timidamente a cozinha internacional.
Pratos a base de peixes e aves são as especialidades dos chefes locais mais
solicitados pelos clientes.
A culinária local é basicamente constituída por frutos do mar, com
destaque para a caldeirada de camarão, camarão frito, camarão assado, moqueca
de peixe (peixada), peixe assado, peixe frito no azeite de coco, ova de camurupim,
mariscos e tortas de camarão e caranguejo. Existem também pratos típicos como
leitoa ao molho pardo, peixe com caju, bode no leite de coco, arroz de piqui e
galinha caipira. Alguns estão disponíveis nos cardápios dos restaurantes da cidade.
A culinária comercializada em Barreirinhas tende a seguir uma
padronização, ofertando pratos das cozinhas regional, nacional, internacional e em
88

menor proporção, da culinária nativa. Essa tendência deve-se ao fato de que as


capacitações realizadas com os cozinheiros no Município não valorizaram a cozinha
típica de Barreirinhas, buscando atender uma demanda mais diversificada e
abrangente.
Além disso, há o predomínio de empresários no setor de restauração
originários de outros Estados e até de outros países, fazendo com que os cardápios
dos restaurantes do Município não se especializem na culinária local, que muitas
das vezes só pode ser apreciada na zona rural.
A pesquisa tem o seu foco central nos povoados de Barreirinhas, porque
a essência da ecogastronomia está no homem do campo, suas tradições, costumes
e herança histórica. Seja do campo, dos povoados, das comunidades mais
afastadas, esses patrimônios, podem ser chamados de rurais, que segundo
Ruschmann (2000, apud. ALMEIDA),

Na sua forma mais original e “pura”, o turismo rural deve estar constituído
em estruturas eminentemente rurais, de pequena escala, ao ar livre,
proporcionando ao visitante o contato com a natureza, com a herança
cultural das comunidades do campo e as chamadas sociedades e práticas
tradicionais.

A partir dessas reflexões pode-se entender que o turismo gastronômico


rural está intimamente ligado ao turismo rural. Por seus princípios e fundamentos
este turismo pode ser classificado como turismo ecogastronômico.
89

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS ATRAVÉS DOS


QUESTIONÁRIOS

Após o aprofundamento da temática, cabe apresentar os resultados da


pesquisa. Uma vez coletados, os dados foram tabulados e analisados sob a ótica da
abordagem quanti-qualitativa.
A tabulação geral dos dados coletados no questionário, aplicado junto às
comunidades que fazem parte do PNLM, está demonstrada através de gráficos,
sendo preservado o anonimato dos informantes por questões éticas. A investigação
foi sustentada por uma revisão de literatura, visando compreender o fenômeno
destacado e dar sustentação à discussão dos dados coletados. Os comentários a
seguir apontam os resultados da pesquisa obtidos por meio de entrevistas e
observação direta.
Dessa forma, a pesquisa ficou dividida em três partes; a primeira refere-se
à caracterização da amostra, conforme o perfil dos turistas que visitam a Região e
apresentam características tais como; sexo, idade, procedência, motivo da visita,
hospedagem, satisfação, etc. A segunda aponta os resultados para o
desenvolvimento do turismo e geração de renda para as comunidades nos
questionários junto aos moradores dos povoados. A terceira e última, descreve os
dados relacionados ao levantamento de opiniões dos empresários no ramo de
agências de viagem, para diversificação e melhoria de atrativos turísticos.
Os Gráficos foram elaborados após a tabulação como forma de dar maior
visibilidade aos dados. Foi adotado o de formato pizza e colunas, onde cada
resultado aparece em cores diferentes, seguido de um breve comentário dos
resultados.
90

5.1 Caracterização dos atrativos e do perfil do turista que visita a Região de


Barreirinhas

Gráfico 18 - Distribuição turistas em relação ao SEXO

GÊNERO

49%
51%

Feminino Masculino

Fonte: Autoria própria

A pesquisa revelou (gráfico 18) que entre os visitantes da região houve um breve
predomínio de mulheres (51%). Em contrapartida, os homens representam 49%.

Gráfico 19 - Distribuição de Turistas em relação a faixa etária

IDADE
16 A 20 ANOS 21 A 30 ANOS 31 A 40 ANOS
41 A 45 ANOS ACIMA DE 50 ANOS
ACIMA DE 50 16 A 20 ANOS
ANOS 14%
15%

41 A 45
ANOS 21 A 30 ANOS
17% 26%

31 A 40 ANOS
28%

Fonte: Autoria própria


91

Com relação à faixa etária dos visitantes que frequentam a região dos Lençois
houve um predomínio de adultos com idade entre 31-40 anos (Gráfico 19), representando
28% dos entrevistados. Ou seja, a maioria é formada por um público ainda jovem em busca
de natureza com um certo grau de turismo de aventura.

Gráfico 20 - Distribuição de turistas em relação a procedência

1%
1%
1% PROCEDÊNCIA
BRASIL FRANÇA DINAMARCA MÉXICO CANADÁ

1%

96%

Fonte: Autoria própria

No item procedência dos visitantes que frequentam a região dos lençóis,


houve um predomínio quase unânime dos turistas advindos do Brasil (96%).

Gráfico 21 - Distribuição de Turistas em relação ao motivo da visita

MOTIVO DA VISITA
SOL, PRAIA, DUNAS NEGÓCIOS RELIGIOSO
HISTÓRICO E CULTURAL ECOTURISMO E AVENTURA ESPORTE

4%

10%

12%
2%
4% 68%

Fonte: Autoria própri


92

Com relação a razão que leva os turistas a procurarem a região dos


lençóis, o principal motivo da escolha está relacionado à procura por sol, praia e
dunas (68%).

Gráfico 22 - Distribuição de turistas relação a companhia para viagem

VIAJA COM
SOZINHO FAMÍLIA AMIGOS OUTRO

0%

19%
29%

52%

Fonte: Autoria própria

Ao serem perguntados sobre a companhia preferida para realizar a


viagem, a maioria respondeu preferir a convivência dos familiares (52%).

Gráfico 23 - Distribuição de turistas em relação aos meios de hospedagem

ESTÁ HOSPEDADO EM
HOTEL POUSADA CASA DE PARENTES OUTRO

9%
10%

58%
23%

Fonte: Autoria própria


93

Com relação aos meios de hospedagem preferidos a maioria respondeu


que escolhe ficar em hotéis (59%), por questões de conforto e praticidade.

Gráfico 24 - Distribuição de turistas em relação ao que mais atraiu nos Lençóis

O QUE MAIS ATRAIU NOS LENÇOIS


GASTRONOMIA TÍPICA CONTATO COM O POVOADO LOCAL
BARES E RESTAURANTES SOUVENIRS/ ARTESANATOS
ARQUITETURA/PATRIMÔNIO/CULTURA DUNAS E LAGOAS

12%

43% 11%

13%

8%
13%

Fonte: Autoria própria

Com relação ao que mais atrai o turista nas viagens, a grande maioria se
vê atraído pelas dunas e lagoas da região (43%), embora muitos tivessem declarado
que foram motivados por ouvirem falar da beleza natural do local. É importante
destacar que a gastronomia típica, juntamente com o patrimônio local, também
foram indicados como fatores importantes do turismo, demonstrando que o caminho
da ecogastronomia pode ser um potencial de atrativo já que ela tem relação direta
com a culinária dos povoados, pela sua tipicidade, além de contribuir para a
preservação do seu patrimônio cultural gastronômico.
94

Gráfico 25 - Distribuição de turistas em relação aos gastos

COMPROU/ GASTOU NOS LENÇOIS MARANHENSES


SOUVENIRS/ LEMBRANÇAS/ ARTESANATO
IGUARIAS/ ALIMENTOS
RESTAURANTES
BARES
PASSEIOS

23%
28%

6%
22%

21%

Fonte: Autoria própria

Perguntados sobre como ou em que preferem gastar na viagem, mais de


um quarto dos turistas (28%) fez referência aos passeios. Como o turismo
ecogastronômico, entre outras características, está alicerçado em passeios com
experiências gastronômicas, há uma clara indicação de que é possível estruturar
esses povoados para receber turistas, com um atendimento apropriado e produções
culinárias locais, além do artesanato e relaxamento em riachos e banhos.
95

Gráfico 26 - Distribuição de turistas em relação a preferência dos passeios

PASSEIOS QUE FEZ OU VAI FAZER

CABURE MANDACARU QUADRICICULO


ATINS CARDOSA GRANDES LENÇOIS
OUTROS

0%

18% 21%

10%

12% 22%

17%

Fonte: Autoria própria

Quanto aos passeios que fez ou deseja fazer, praticamente a metade dos
entrevistados respondeu que preferem visitar os destinos de Mandacaru (22%),
(onde é possível, através do farol, observar os pequenos lençóis, a foz do rio
Preguiças e os povoados em seu entorno) e Caburé (21%). Estas localidades como
têm sua alimentação e artesanato estruturado timidamente para atendimento ao
turista, razão pela qual não constituem o foco central da pesquisa. No caso de
Cardosa, oferece um passeio de boia cross e se configura como um destino que
deve ser analisado por suas potencialidades capazes de dar sustentação foco dessa
pesquisa, ou seja à introdução da ecogastronomia.
96

Gráfico 27- Distribuição de turistas em relação a satisfação com os Lençóis Maranhenses

SATISFAÇÃO COM OS LENÇÓIS MARANHENSES COMO ATRATIVO


TURISTICO

MUITO RUIM RUIM REGULAR BOA MUITO BOA OTIMA

0% 3%

20%
45%

32%

Fonte: Autoria própria

Quanto ao grau de satisfação com a região visitada, a maioria dos turistas


disseram estar muito satisfeitos (45%). Por se tratar de um destino natural único e
singular no mundo, a aprovação é muito expressiva. No entanto, alguns ainda
reprovam a consciência ecológica dos moradores e turistas desavisados.

5.1.1 Caracterização da Ecogastronomia do local e povoados

Gráfico 28 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a alimentação

SATISFAÇÃO COM A COMIDA DE BARREIRINHAS E


POVOADOS
MUITO RUIM RUIM REGULAR BOA MUITO BOA OTIMA

20% 14%

30% 36%

Fonte: Autoria própria


97

De acordo com a pesquisa, o estudo revelou que a maior parte dos entrevistados
considera a comida da região boa (36%).

Gráfico 29 - Distribuição de turistas em relação ao local onde prefere se alimentar

ONDE FEZ OU FARÁ A MAIORIA DAS REFEIÇÕES

HOTEL RESTAURANTE DA CIDADE


RESTAURANTE DOS POVOADOS CASA DE PARENTES OU AMIGOS
FEZ A PROPRIA COMIDA

2%

7% 13%

16%

62%

Fonte: Autoria própria

Ao serem perguntados sobre o local em que preferem fazer suas


refeições, a maioria declarou preferir os restaurantes da cidade (65%) por
apresentarem uma maior variedade e oferecerem as comidas típicas. Este número
traduz que após os passeios, os turistas que estão muito cansados, procuram a
comodidade dos restaurantes da cidade. Com a estruturação e implementação do
turismo gastronômico nos povoados, foco da pesquisa, estes números poderiam ser
revertidos em favor de restaurantes dos povoados, incrementando a renda local.
98

Gráfico 30 - Distribuição turistas em relação ao tipo de comida

O QUE COMEU NA MAIORIA DOS DIAS


PEIXE CARNE AVES IGUARIAS

5%

26%
50%

19%

Fonte: Autoria própria

Sobre a preferência pela comida da região, a maioria optou pelos peixes


(50%). Essa preferência por uma dieta a base de peixe, se repete entre os turistas
que procuram destinos de sol e praia, que incluem dunas e lagoas. No entanto, os
estudos apontam que eles aprovariam os passeios aos interiores, e nesse caso
poderiam consumir iguarias que fazem parte do patrimônio gastronômico e que são
produzidas nos povoados como pratos à base de aves e suínos, sucos, geléias e
doces de frutas nativas.
99

Gráfico 31 - Distribuição de turistas em relação aos pratos preferidos

PRATOS IGUARIAS
FRUTAS
PRINCIPAIS
BACURI BURITI DOCE DE BURITI
CAJÁ PEQUI PEIXE
CARNE DE GADO TIQUIRA
JENIPAPO MURICI
CAJÚ OUTROS AVES
FARINHA DE MANDIOCA
FRUTOS DO MAR BRAVA
VEGETARIANOS OUTROS
2%
2% 2%
12%
30%
14% 19%
41% 33% 47%
3% 9% 17% 18%
13%
20% 18%

Fonte: Autoria própria

Interrogados sobre os pratos típicos da região, foram obtidas as seguintes


respostas: a fruta de preferência foi o bacuri (30%); o prato principal mais citado foi o
peixe (41%). Quanto às iguarias, o doce de Buriti é o preferido (47%). Ora, diante
desses resultados, cabe salientar que esses ingredientes e pratos mais citados, que
parcialmente representam a culinária típica de Barreirinhas, estão localizados em
muitos povoados pesquisados, com exceção do peixe que, em menor escala, é
originário de açude. Visto que estão presentes nos povoados, os números
demonstram a relação entre a realidade levantada através das respostas obtidas e
os objetivos da pesquisa, que pretende comprovar a possibilidade de atrair turistas
para esses povoados através da ecogastronomia.
100

Gráfico 32 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a alimentação nos


povoados

SATISFAÇÃO COM A COMIDA DOS POVOADOS


MUITO RUIM RUIM REGULAR BOA MUITO BOA OTIMA
0% 0% 4%

12%

35% 49%

Fonte: Autoria própria

Perguntados se estavam satisfeitos com a comida da região, a maioria


dos entrevistados aprovou e respondeu que é boa (49%). A produção das comidas
típicas dos povoados leva consigo os “ saberes e fazeres”, portanto os ingredientes
locais juntamente com as técnicas de preparo que tornam a comida dos povoados
um grande potencial a ser explorado com o incremento da atividade turística nestas
localidades. Vale salientar que estes números podem ser melhorados com a
implementação da ecogastronomia em outras comunidades.
101

Gráfico 33 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a higiene na manipulação


de alimentos

SATISFAÇÃO COM A HIGIENE ALIMENTAR NAS UNIDADES DE


ALIMENTAÇÃO DOS POVOADOS
MUITO RUIM RUIM REGULAR BOA MUITO BOA OTIMA
0% 1%

14%
23%

13%

49%

Fonte: Autoria própria

Com relação à higiene dos locais de consumo de alimentos, a maioria dos


entrevistados se deu por satisfeito (49%). Apesar dos povoados não terem uma
estrutura adequada e suficiente capaz de condicionar positivamente as boas práticas
de fabricação, não há reprovação por parte dos turistas. No entanto, estas
estatísticas podem ser melhoradas através da aplicação dos resultados obtidos nas
pesquisas, as quais visam, entre outros objetivos, perceber a relação da
ecogastronomia com os povoados, inclusive no que diz respeito ao consumo e
práticas de alimento seguro.
102

Gráfico 34 - Distribuição de turistas em relação a satisfação com a alimentação saudável

SATISFAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


MUITO RUIM RUIM REGULAR BOA MUITO BOA OTIMA
0% 2%

18% 12%

26%
42%

Fonte: Autoria própria

Quando perguntados se acham a alimentação da região saudável, a


maioria respondeu que sim (42%). O fato de preferirem peixe nas refeições, como
ficou demonstrado nos gráficos anteriores já revela o interesse por refeições ricas
em substâncias nutricionais salutares. No entanto, a opção por hortaliças e vegetais
comprovadamente ricos em substâncias benéficas ao organismo, está ausente
nesses povoados em que são feitas as refeições.

Gráfico 35 - Distribuição de turistas em relação a ida nos povoados

IRIA A UM POVOADO DE BARRERINHAS (NUM RAIO DE


20KM) PARA:
COMPRAS BANHO SOL E PRAIA
GASTRONOMIA ARTESANATO PATRIMONIO CULTURAL
APRECIAR A NATUREZA AVENTURA
5% 1%

18% 27%

9%

4% 7% 29%

Fonte: Autoria própria


103

A pesquisa revelou que grande parte dos entrevistados sairiam em busca


de sol, praia e banhos em outros povoados. Aliada a esses atrativos de preferência
universal, a gastronomia dos povoados de até 20km de distância da sede, pode
oferecer e agregar a culinária local melhorando a qualidade de vida a estas famílias
e valorizando o patrimônio cultural.

Gráfico 36 - Distribuição de turistas que praticam a alimentação saudável

EM QUE GRAU (0 A 10) VALORIZA E PRATICA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

GRAU DE 0 A 5 GRAU DE 6 A 10
GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 6 GRAU 7 GRAU 8
GRAU 3 GRAU 4 GRAU 5 GRAU 9 GRAU 10
0% 0% 0%
0% 0%

6%

17%
43%

17%

100% 17%

Fonte: Autoria própria

Sobre uma alimentação saudável, 43% dos entrevistados responderam


que praticam. As outras informações contidas no gráfico a respeito do nível de
escolaridade demonstram que as pessoas mais esclarecidas dão mais valor à
alimentação saudável. Essa prática alimentar pode ser ainda mais contundente
quando reforçada pela ecogastronomia nos povoados devido a alimentação de
forma natural e consciente que ali se encontra.
104

Gráfico 37 - Distribuição de turistas em relação a valorização do Patrimônio Cultural

EM QUE GRAU (0 A 10) VALORIZA O PATRIMÔNIO CULTURAL

GRAU DE 0 A 5 GRAU DE 6 A 10

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 6 GRAU 7 GRAU 8

GRAU 3 GRAU 4 GRAU 5 GRAU 9 GRAU 10


0% 0%
0% 0% 4%

17% 12%
32%

30%
83%
22%

Fonte: Autoria própria

Segundo a pesquisa, 32% dos entrevistados valorizam o patrimônio


cultural num grau 10. A maioria dos entrevistados veem positivamente o patrimônio
cultural em todas as suas dimensões, como atrativo turístico e percebem que o
patrimônio gastronômico está inserido neste contexto e que também está
contextualizado no corpo do texto como fruto da ecogastronomia.
105

Gráfico 38 - Distribuição de turistas em relação ao tempo que gastariam para se alimentar


ou buscar outros atrativos

QUANTO TEMPO GASTARIA CASO TENHA OUTRO


AO SE DESLOCAR PARA ATRATIVO ALÉM DA
APRECIAR UMA CULINARIA GASTRONOMIA, EX: RIACHO,
LOCAL PRAIA, ECOTURISMO, ETC.
QUANTO TEMPO GASTARIA?
1 HORA 2 HORAS
3 HORAS MAIS DE 3 HORAS 2 HORAS 3 HORAS
4 HORAS MAIS DE 4 HORAS
0%

18%
21% 25%
47%
14%
35%
40%

Fonte: Autoria própria

Quando perguntados sobre o tempo que gastariam para


apreciar/conhecer uma culinária local, a maioria dos entrevistados (47%) respondeu
que enfrentariam no máximo 2hs de viagem. Com relação a outros atrativos além da
culinária, os turistas (40%) gastariam no máximo 3hs de viagem. Os dados revelam
que os povoados relativamente distantes da sede em até 20km, seriam bons
atrativos e que os turistas aprovariam o deslocamento para degustar da gastronomia
local, fato que demonstra a viabilidade do estudo aqui apresentado. Esse tempo
aumenta ainda mais se forem agregados outros atrativos que estes povoados pela
sua natureza oferecem.
106

Gráfico 39 - Distribuição de turistas em relação ao valor gasto numa refeição

QUANTO GASTARIA UMA REFEIÇÃO PARA 2 PESSOAS


COM BEBIDA APRECIANDO A NATUREZA?
R$ 40 A 70 R$ 70 A 100 R$ MAIS DE 100

17%
37%

46%

Fonte: Autoria própria

Quanto ao valor que gastariam com uma refeição para até duas pessoas,
a maioria dos entrevistados respondeu que pagariam até $100. A alimentação nos
povoados onde já está consolidado pelo turismo, a prática de preços com relação a
alimentação é justa. Os números com relação aos preços sobre a refeição trazem a
exposição de que são valores que estariam dentro do orçamento do turista e
proposta dos donos de restaurantes nos povoados.
107

5.2 Resultados para o desenvolvimento do turismo e geração de renda para as comunidades

Cabe comentar brevemente e elencar alguns povoados que se revelaram mais importantes na aplicação dos instrumentos de
pesquisa por sua geografia e pela distância da sede do município, além do potencial gastronômico e turístico que possuem. São eles: Andiroba,
Baixão dos Julios, Baixão dos Romualdos, Baixão dos Paulinos, Massangano, Atoleiro, Santo Antônio, Bacuri, Passagem do Canto, Cantinho, e
Marcelino.
Estes fatores aliados ao patrimônio natural de paisagens, riachos, fauna e flora podem representar um grande atrativo para o turismo.
Os povoados citados se destacaram economicamente pela produção de alimentos ou conjunto de atrativos que estão implícitos no contexto da
ecogastronomia.
Muitos alimentos e produções que valorizam os “saberes e fazeres” e o patrimônio cultural herdado dos familiares foram revelados
nas pesquisas, desde o extrativismo ou a produção da matéria-prima ao produto final. Estes elementos demonstram uma grande potencialidade
ainda não revelada social e economicamente.
Como exemplos dos insumos que carregam consigo os valores do patrimônio cultural e indicados nas pesquisas, podemos destacar;
o mel, a tiquira, o arroz, a mandioca, a macaxeira, o buriti, o porco, a galinha, o peixe, a castanha de caju, o côco, a juçara, doces de frutas
nativas, tapioca e algumas hortaliças, como vinagreira e jongome. Além dos insumos e produtos da culinária local percebemos como atrativo
que os riachos, os banhos e o artesanato também agregam seu devido valor aos povoados.
Entre as produções originárias destes ingredientes que seguem os princípios da ecogastronomia e o SlowFood percebemos que o
mel de abelha Tiúba, sem ferrão, é muito difundido e comercializado na sede, por suas notas diferenciadas com aromas e sabores florais.
Apesar de mais escuro, apresenta textura mais rala, diferentemente do mel de abelha africana ou europeia com ferrão. A tiquira é a aguardente
produzida a partir da mandioca brava, iguaria esta típica do Maranhão podendo, além de natural ser feita uma infusão com frutas por exemplo.
Sua produção segue as técnicas rudimentares dos seus ancestrais e indígenas. O arroz do barro é uma iguaria produzida na época do inverno
108

em que o período de chuva é constante, com preço superior ao arroz beneficiado disponível nos supermercados. Ele é muito usado para a
elaboração do “Baião de dois”, prato em que se misturam o arroz e o feijão ou ainda o arroz “Maria Izabel” ao qual se acrescenta alguma
proteína, cebola e tomate. A mandioca é citada pela maioria dos povoados e representa o principal ingrediente para a região norte-nordeste, por
sua versatilidade, saciedade e composição nutricional. No que tange ao patrimônio cultural gastronômico, seus derivados constituem a maior
riqueza desses povoados, visto que a maneira de produzir a farinha ou o uso que se faz dela como acompanhamento (por exemplo, a juçara
com camarão seco) a tornam o alimento mais representativo da herança cultural sob o aspecto autóctone e de patrimônio.

PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO E GERAÇÃO DE RENDA PARA AS COMUNIDADES.

SE NÃO
HÁ TEMPO EM
RECEBE
AGROINDUSTRI MEDIA QUE O
TURISTA,ELE PRODUÇÕES HÁ PRINCIPAIS
O QUE O PRINCIPAIS A FAMILIAR, TURISTA
TEM DE ALIMENTOS HORTALIÇAS RESTAURANTE PRATOS
NOME DO NECESSIDAD DISTANCIA RECEBE TURISTA MAIS PRATOS PROD. DE PERMANECE
POTENCIAL QUE SE EXISTENTES S NOS SERVIDOS NOS
POVOADO E DE CURSO DA SEDE TURISTA? APRECIA NO SERVIDOS AOS ALIMENTO,OU NO POVOADO
COMO DESTACAM NO NAS HORTAS POVOADO? RESTAURANTE
POVOADO? TURISTAS ARTESANATO USUFRUINDO
ATRATIVOS POVOADO QUANTOS? S
EXISTENTE NO DOS
PARA RECEBÊ-
POV.? ATRATIVOS
LO? POR QUE?

Sim.Produçã
Palmeira dos Somente da (Não Galinha Temperos e
Línguas 31 KM Banhos Farinha o de Farinha/ Não 3 Hrs
Eduardos sede respondeu) Caipira Verduras
Artesanato

Sim.Produçã
Paisagem/Ba Tiquira o de
(Não Legumes/ver 1 período do
Tabocas Informática 54 KM Raras Vezes nhos/Artesanat Natural/ farinha/Mel / Não
respondeu) duras dia
o Farinha Tapioca e
outros.

Galinha
Comida/paisa
caipira/Carne Galinha Couve/Tomat
gem/banhos/art
Lagoa da Frequenteme de caipira/Carne e/Pimentão/ Sim.Artesana
Inglês 45 KM esanato/patrim Não 3 Hrs
Esperança 2° nte Porco/Diversos de Porco / Quiabo/ to
ônio histórico e
Tipos de Peixes Maxixe.
cultural
Peixes
109

SIM. Por
Somente da causa da Galinha Feijão/Milho/
Mutuns Inglês 32 KM Não Não
Sede variedade de caipira Abóbora
frutas e o rio.

Paisagem/Ba Sim.Artesana
Buriti/Manga/ Galinha João gome/
Maricão 2° Inglês 40 KM Raras vezes nhos/Variedade to(rede de fibra Não
Galinha Caipira/ Perú Vinagreira
de frutas de buriti)

Arroz/ Galinha Alface/ Galinha


Garçon(atend Frequenteme Comida/Pais (não
Andiroba 12 KM Hortaliças/ Caipira/Peixes/ Cheiro-verde/ Sim/ Dois caipira/peixe 3 Hrs
ente) nte agem/Banhos respondeu)
Aves Mocotó Cebola frito/pescado

Cebola/Coent
Comida/ Farinha/Peix
Olho d´agua Atendimento Galinha ro/tomate/maxi Sim.Artesana 1 período do
24 KM Raras vezes paisagem/banh e/Galinha Não
dos Pereira 1° ao turista Caipira/ peixes xe/quiabo/abób to/ coco d´agua dia
os/artesanato caipira
ora

Coentro/cheir
Comida/paisa Galinha
Galinha o- 1 período do
Vígia Inglês 26 KM Raras vezes gem/banhos/art caipira/Arroz Artesanato Não
Caipira verde/tomate/q dia
esanato com pequi
uiabo

Sim. Por
causa da Galinha Cebola/coent
Atendimento Somente da 1 período do
Taquipé 1:30 hrs paisagem, do caipira/peixes ro/Alface/Couv Não Não
ao turista sede dia
rio e pela (cangati) e
comida típica

Galinha Tomate/cebol
Somente da (Não Sim.Produçã 1 período do
Baixa d´agua Informática 1 hr banhos caipira / a/couve/quiabo Não
sede respondeu) o de farinha dia
farinha/tapioca /alface

Comida/paisa Farinha/
Galinha
gem/banhos/art Frutos da
caipira/ Legumes/ver
Frequenteme esanato/ Terra/Tapioca/ Sim. 1 período do
Tapuio Inglês 3 KM peixada/peixe duras/aromátic Sim/ 05 rest. Comida típica
nte patrimônio Beijú/peixada/c Agricultura dia
grelhado/maca os/temperos
histórico e amaronada/chi
xeira frita, etc.
cultural bé.
110

Não recebe (Não (não


Mamede Informática 60 KM Não Não
turista respondeu) respondeu)

Sim. Por que


tem uma lagoa
Cebola/cheir
chamada lagoa Sim.produçã
Mirinzal da Não recebe o-
Inglês 35 KM do urubu. Mas Farinha o de castanha Não
Branca turista verde/couve/pi
não é assada
mentão/tomate
conhecida por
turistas.

Sim.
Baixão dos Guia de Paisagem/Ba Galinha Galinha Legumes/
20 KM Raras vezes Artesanato(cha Não 3 hrs
Júlio turismo nhos caipira/Peixe Caipira Verduras
péu e bolsa)

Riacho do Somente da (Não Legumes/ver 1 período do


Aeronomia 50 KM Farinha Não Não
Meio sede respondeu) duras dia

Sim.
Guia de Banhos/ Mandioca/Arr Galinha Legumes/ Artesanato( Galinha
Sobradinho 15 KM Raras vezes Sim/ 02 rest. 3 Hrs
turismo Bares oz/Hortas/Milho caipira verduras chapéu, bolsa, Caipira /Peixe
sandália).

Sim. Por que


Cheiro-verde/ Sim. Casa de
Não recebe tem casas de Farinha de
Manoelzinho Inglês 30 KM cebolinha/couv farinha/ Não
turistas farinha e mandioca
e/tomate. Artesanato.
Artesanato.

Milho/ Sim.
Galinha
São josé das Somente da (não mandioca/ Artesanato(sac
Inglés 40 KM caipira/ Pato no Não
Varas sede respondeu) feijão/alface/to ola, chapéu e
leite de coco
mate / cebola. tapete).

Não recebe (não (não


Jacu 2° Informática 40 KM Mandioca Feijão / milho Não
turista respondeu) respondeu)

Sim. Criação
Galinha
Somente da (não Quiabo/ de peixe/ (não 1 período do
Piquizeiro Informática 50 KM caipira/farinha/
sede respondeu) maxixe/milho Criação de respondeu) dia
castanha/arroz
Galinha
111

Agenciador (não Somente da (não Galinha (não (não (não


Boa vista Sim/ dois
de viagem respondeu) sede respondeu) caipira respondeu) respondeu) respondeu)

Sim. Por que


esse povoado
Sim.
é cortado pelo
Não recebe Farinha de (não Artesanato(bols
Varas Espanhol 42 KM rio preguiças, e Não
turista mandioca respondeu) as de fibra do
existem belos
buriti)
lugares para
banho.

Cheiro-verde/
Sim.
Comida/paisa Milho/ Frango abóbora/
Ocasionalme Artesanato (
Morro Alto Informática 32 KM gem/banhos/art feijão/frango caipira/ peixe/ melancia/ Não 3 hrs
nte chapéu,rede,
esanato caipira baião de dois Frutas( acerola,
tapete, pirex ) .
caju , bacuri).

Sim. Por que Galinha Sim.


Não recebe (não
Canoas Inglês 40 KM tem um belo caipira/ Artesanato ( Não
turistas respondeu)
rio. Macacheira chapéu).

Peixes/Galin
(não Somente da ha
Barra do Sítio 79 KM Não Temperos Não Não
respondeu) sede Caipira/carne
de gado/farinha
112

Sim. Pois a
comunidade
tem locais que
os turistas Milho/Farinha Tomate/cheir Sim.Artesana
Somente da poderiam /galinha o- to(chapéu)
Engenho Informática 30 KM Não
sede apreciar, como Caipira/Peixes/ verde/Alface/qu /Castanha de
banhos , Bolos. iabo/abóbora caju assada
buritizais,comid
as deliciosas e
artesanato.

Galinha
Tomate/pime Sim.Artesana
(não Somente da Sim. Por Caipira/carne
Munin 3 Hrs ntão/maxixe/ab to(chapéu,saco Não
respondeu) sede causa do rio. de bode/carne
óbora/quiabo. la,tapete).
de porco/peixe.

Sim.Por
Carne de
(não Somente da causa dp rio Tomate/cheir
Guaribinhas 80KM porco/peixes/G Não Não
respondeu) sede que é muito o-verde/coentro
alinha caipira.
bonito.

Maxixe/quiab Sim.Artesana
Palmeira dos Não recebe Galinha
Atendente 36 KM Não o/cebola/cheiro to(tapete,chapé Não
Reis turista Caipira/ peixes.
-verde. u,sacola).

Cheiro-
Sim.
Roça do (não Somente da Sim. Banho é Farinha/jeijão verde/cebolinh
42 KM Artesanato(cha Não
Meio respondeu) sede muito bom. /galinha caipira. a/tomate/maxix
péu,sacola).
e/quiabo.

Farinha/carn
Sim.Artesana
Final da (não Somente da e de Temperos/Le
44 KM Não to(sacola,chap Não
Pedra respondeu) sede gado/galinha gumes.
éu).
caipira.
113

Milho/feijão/a
rroz/peixe/carn
Baixão do (não Somente da Maxixe/verdu
2 Hrs Não e de Não Não
Sítio respondeu) sede ras/temperos.
gado/galinha
caipira.

Farinha/milho
/feijão/frutas/ca
Cebola/Toma
(não Somente da rne de
Tiririca 36 KM Não te/quiabo/abób Não Não
respondeu) sede gado/carne de
ora.
porco/galinha
caipira

(não Não recebe Milho/feijão/ Tomate/cheir (não


Mangas 2 Hrs Não Não
respondeu) turista melancia o-verde respondeu)

Sim.Por
causa dos
Sim.Piscicult Peixe
Baixão dos Somente da banhos,da Mandioca/ Couve/Alface (não
Informática 21 KM ura(tambaqui e Sim/ Dois grelhado e
Romualdos sede comida típica e Macacheira /cheiro-verde. respondeu)
tilápia) galinha caipira
a recepção da
comunidade

Farinha/galin
ha
(não Não recebe Tomate/cheir
Angelin 2 Hrs Não caipira/carne Não Não
respondeu) turista o-verde.
de gado/carne
de porco.

Peixes/carne
Sim.
de Tomate/pime
(não Somente da Produção de
Buriti Grosso 46 KM Não porco/bode/pat ntão/cebola/qui Não
respondeu) sede castanha
o/galinha abo.
assada.
caipira.
114

Peixes/carne
Patrimônio de Sim.
(não Galinha Tomate/pime (não
Mucambo 46 KM Raras vezes histórico e porco/bode/gali Artesanato(sac Não
respondeu) caipira ntão/quiabo. respondeu)
cultural nha ola,chapéu).
caipira/feijão.

Cheiro-verde
São (não Somente da Galinha/carn
40 KM Não /tomate/couve/ Não Não
Raimundo respondeu) sede e/peixe/feijão.
alface.

Sim.Por
causa dos
(não Somente da Galinha/Carn Cebola/tomat
Cancela 40 KM banhos ,da Não Não
respondeu) sede e/peixe. e/cheiro-verde.
paisagem e da
comida.

Comida/paisa Sim.Artesana Galinha


(não Frequenteme Peixe/Coelho Carne de Pepino/tomat 1 período do
Braço 46 KM gem/banhos/art to(bolsa,cesta,c Sim/Dois Caipira/e
respondeu) nte /porco/caças porco/ Gia . e/cebola. dia
esanato hapéu,tapete). outras crias.

Sim.
Massangano (não Somente da Galinha Tomate/cebol
4 KM Não Produçao de Não
2° respondeu) sede caipira a/cheiro-verde.
castanha

Peixe/carne
Laranjeira (
Língua Comida/banh de Galinha Alface/maxix Galinha 1 período do
município de 65 KM Raras vezes Não Sim.
estrangeira os gado/galinha Caipira e/cheiro-verde Caipira dia
Barreirinhas)
caipira

Galinha
Galinha
(não Paisagem/ Caipira/peixes/ Couve/tomat 1 período do
Cocal 1 65 KM Raras vezes caipira ao Não Não
respondeu) banhos carne de e/maxixe, etc. dia
molho pardo.
gado/farinha

Sim. Por que Farinha/milho Tomate/cebol Sim.Artesana


(não (não Somente da
Santa Rosa o rio é muito /arroz/feijão/gal a/couve/cheiro- to(caminho de Não
respondeu) respondeu) sede
bonito. inha caipira verde/maxixe. mesa).
115

Cheiro-
(não Somente da Sim. Por Galinha/Porc Sim.Artesana
São Miguel 25 KM verde/tomate/pi Não
respondeu) sede causa do rio. o/Peixes. to( chapéu).
menta

Cultivo e Não recebe (Não Produção de (Não Sim.


Pedras 38 KM Não
avicultura turista respondeu) farinha respondeu) Artesanato

Cebola/tomat
Galinha
Passagem do (não Somente da Sim.Por e/cheiro-
55 KM Caipira/Arroz/M Não Não
Gado respondeu) sede causa do rio. verde/pimentão
ilho/feijão
.

Sim.
Sim. Por que
(não Somente da Peixe/Galinh Cebolinha/to Artesanato(tap
Estiva 30 KM tem um riacho Não
respondeu) sede a caipira. mate/pimenta. ete/rede/chapé
muito bom.
u)

(não Somente Feijão/Milho/ (não


Andreza 45 KM Não Não Não
respondeu) da sede Galinha/Arroz. respondeu)

Milho/feijão/a
rroz/farinha/gali Galinha Coentro/cebo
(não Comida/banh 1 período do
Onça 50 KM Raras vezes nha caipira/carne la/couve/maxix Não Não
respondeu) os/paisagem dia
caipira/porco/c de gado e/quiabo.
arne de gado.

Carne de
Tomate/pime
Mirinzal dos (não Somente da Sim. Por porco/ carne de
38 KM nta/alface/couv Não Não
Mariano respondeu) sede causa do rio. gado/galinha
e.
caipira/farinha.

Sim. Por que Frango


(não Somente da
Baixa Funda 2 hrs o rio é muito caipira/peixe/fa Não Não Não
respondeu) sede
bonito. rinha/milho.

Galinha Sim.
Sim. O rio é Cebola/coent
(não Somente da Caipira/carne Artesanato(tap
Pedras 2 34 KM muito legal e ro/alfavaca/tom Não
respondeu) sede de porco/ carne ete/flor/chapéu)
bonito. ate/pimenta.
de boi. .
116

Baixão dos (não Galinha Galinha Alface/ 1 período do


20 KM Raras vezes Banhos Não Não
Paulino respondeu) caipira caipira tomate dia

Milho/Macax Sim.
Batata/maxix
Palmeira dos (não Somente da eira/carne de Artesanato(
30 kM Não e/quiabo/abóbo Não
bentos respondeu) sede gado/galinha tapete da fibra
ra/ etc...
caipira. do buriti).

(não Somente da (não Farinha / Cheiro-verde/


Anajá 45 KM Não Não
respondeu) sede respondeu) galinha caipira. coentro.

Sim.
Não. Por que Farinha de
Artesanato(
Não recebe não tem mandioca/ Legumes e
Atoleiro Línguas 08 KM Cabresto de Não
turista atrativos o Doces/Buriti/Ca temperos
chinelo e
bastante ju/ Murici
chapéu)

Sim.
Barreira (não (não (não (não Feijão/ Cheiro-verde/ Artesanato(
50 min.
Velha respondeu) respondeu) respondeu) respondeu) Carne/ Salada cebola/Alface. chapéu ,
tapete).

Pimenta/ Sim.
Paisagem / Galinha cheiro- Artesanato(
Santa Cruz Agroecologia 07 KM Raras Vezes Variado Não Não 2 Hrs
Banhos caipira verde/tomate/c chapéu,sacola,
ouve. pirex).

Farinha/galin
Maxixe
(não Não recebe ha/
Armazém Aprox. 50 KM Não /abóbora/tomat Não não
respondeu) turista feijão/arroz/bac
e/cebola.
uri

Farinha/Galin
Buriti (não Somente da Feijão/melan
45 KM ha caipira/ Não Não
Amarelo respondeu) sede cia/tomate.
arroz.

Maxixe/
(não Somente da Feijão/milho/f batata /
Cangote 30 KM Não Não Não
respondeu) sede. arinha abobora/quiabo
.
117

Farinha de
Maxixe/tomat
(Não Somente da mandioca/feijão
Telha 30 KM Não e/cebola/coentr Não Não
respondeu) sede /galinha caipira/
o/manjericão
peixe

Sim. Por que


tem
banhos,seresta Maxixe/quiab
(Não Somente da Pato/peru/Ga
Gonçalo Aprox. 46 KM ,pratos o/abóbora/pime Não Não
respondeu) sede linha caipira/
típicos.E o ntinha
povo é
acolhedor.

Castanha de
Massangano (Não Somente da (Não caju/ (Não Sim.Produçã (Não
18 KM
1° respondeu) sede respondeu) mandioca/galin respondeu) o de farinha respondeu)
ha caipira

Sim.
Artesanato(pro
Paisagem/ba
Santo (Não Frequenteme Milho/feijão/ (Não (Não duzido na sede
30 min. nhos/artesanat Não
Antônio respondeu) nte mandioca respondeu) respondeu) e repassado
o
para vender na
comunidade.

Turismo/Líng Feijão/milho/ Cebolinha /


ua Frequenteme Paisagem/ba mandioca/tapio Galinha cheiro- Sim. 1 período do
Cantinho 3 KM Não
estrangeira/gas nte nhos/mandioca ca/ doce de caipira/ peixada verde/maxixe/q Artesanato dia
tronomia frutas naturais uiabo.

Sim. Por
Maxixe/quiab
Somente da causa dos Galinha
Cachoeira Agroecologia 42 KM o/abóbora/cebo Não Não
sede bares e das Caipira/peixe.
la/tomate.
serestas.
118

Sim. Por que


o rio é Sim.
Galinha/
Guarimanzin (Não Somente da excelente e Tomate/cebol Artesanato(tap
2 Hrs porco/ pato/ Não
ho respondeu) sede tem uma inha/pimentão ete da fibra do
peru/feijão
vegetação que buriti)
é muito bonita.

(Não Não recebe (Não (Não


Carnalbeira 20 Min. Não farinha Não
respondeu) turista respondeu) respondeu)

Carne de
Sim.
porco/carne de
(Não Não recebe Produção de
Palmira 70 KM Não bode/carne de Não tem Não
respondeu) turista farinha de
gado/galinha
mandioca
caipira/capote

Castanha Sim.
(Não Não recebe assada/ Produção de
Caboclo 1° 18 KM Não Não tem Não
respondeu) turista Farinha de castanha
mandioca assada

Castanha/ Sim. Prod.


(Não Não recebe
Caboclo 2° 16 KM Não Farinha de Não tem De castanha Não
respondeu) turista
mandioca assada

Milho/Arroz/F
eijão/Farinha
(Não Não recebe de mandioca/
Jabuti 2 62 KM Não Não tem Não Não
respondeu) turista Galinha
Caipira/Carne
de porco.

Frutas(mang
Meio Não recebe
Riachinho 30 KM Não a,jaca) / Não tem Não Não
ambiente turista
Galinha caipira

São José dos (Não Frutas ( Galinha Sim.


35 KM Raras vezes Banhos Não tem Não
Sacos respondeu) manga) Caipira Artesanato
119

Sim.
(Não Não recebe (Não Produção de
Juçaral 30 KM Não Castanhas Não
respondeu) turista respondeu) castanha
assada

Sim.
Castanha /
(Não Não recebe (Não Produção de
Anibal 20 KM Não Farinha de Não
respondeu) turista respondeu) castanha
mandioca
assada

Sim. Prod.
(Não Não recebe (Não
Buritizal 18 KM Não Coco De Castanha Não
respondeu) turista respondeu)
assada

Sim.
Farinha de
Massangano (Não Não recebe (Não Produção de
22 KM Não Mandioca/ Não
3° respondeu) turista respondeu) castanha
Castanha
assada

Mandioca/arr
Técnico Não recebe Couve/cheiro (não
Jabuti 1 60 KM Não. oz/milho/hortali Não
agrícola turistas -verde/alface respondeu)
ças

Sim.
Sim. Por que Farinha/ Cebolinha /
Juçaral das (Não Não recebe Artesanato (
39 KM tem o rio e milho / feijão/ cheiro-verde , Não
Canoas respondeu) turista bolsa, chapéu,
artesanato. melancia , etc. etc.
sandália.

Patrimônio Cebolinha / Finais de


Língua Aprox. 2,3 Frequenteme Peixe / (Não
Laranjeira histórico e Farinha cheiro-verde/ Não Não semana e
estrangeira KM nte Galinha caipira respondeu)
cultural macaxeira. feriados
120

Sim.Por que
tem um banho
muito
interessante,ba Tomate/pime
Maneja- Somente da Arroz, feijão, Sim. Galinha
r e restaurante (Não ntão/ batata/ (Não
Parada mento com 15 KM sede e outros farinha, milho, Artesanato ( Sim. 1 rest. caipira/ pato/
na beira do rio respondeu) cheiro-verde, respondeu).
horta povoados etc. chapéu). peixe.
preguiça, que etc.
serve galinha
caipira, peixe,
etc.

Castanha /
Lagoa da (Não (Não Ocasionalme Paisagem/ Galinha Quiabo / (Não (Não (Não
galinha caipira/ 3 Hrs
Esperança 1 respondeu) respondeu) nte banhos caipira maxixe respondeu) respondeu) respondeu)
milho.

Galinha Galinha
(Não Frequenteme Comida/paisa Melancia/ Sim. Galinha e
Cardosa 36 KM caipira/ Peixe caipira / peixe Sim . 3 Rest. 3 Hrs
respondeu) nte gem/banhos quiabo/ maxixe. Artesanato peixe.
assado / carne de açúde .

Sim. Por Peixe/


(Não causa do galinha/ porco/ Cheiro – Sim, Prod. (Não (Não
Croas Inglês 27 KM Não tem
respondeu) artesanato e da melancia / caju verde/ Pimenta. De farinha respondeu) respondeu)
comida típica. / maxixe.

Centro Velho (Não (Não (Não (Não Cebola /


76 KM Mandioca Não Não
2 respondeu) respondeu) respondeu) respondeu) coentro

Sim. Por
Somente da Tomate /
(Não (Não causa do rio , (Não
Maricão cidade e outros Cajú cebolinha/pime Não
respondeu) respondeu) paisagem e respondeu)
povoados ntão / couve.
campos.

Mandioca/
(Não Não recebe (Não Temperos/ (Não (Não
Mumbuca 30 KM castanha/ feijão
respondeu) turista respondeu) verduras respondeu) respondeu)
/ milho
121

(Não Somente da (Não (Não (Não


Bartolomeu 60 KM Agricultura verduras
respondeu) sede respondeu) respondeu) respondeu)

Sim.
(Não (Não (Não (Não Verduras / Artesanato ( (Não (Não
Bebedouro 25 KM Mandioca
respondeu) respondeu) respondeu) respondeu) temperos sacola e respondeu) respondeu)
chapéu).

Cebolinha /
Cajú / murici/ (Não (Não
Sucuruju Língua 12 KM Raras vezes Paisagem maxixe/ quiabo/ Não Não
castanha respondeu) respondeu)
cheiro-verde

São José dos Ocasionalme Paisagem/ Farinha de (Não (Não (Não (Não
Inglês 38 KM Não Não
viúvos nte banhos mandioca respondeu) respondeu) respondeu) respondeu)

Legumes/ Sim.
(Não Somente da (Não (Não (Não (Não
Bacurí 2 KM Horta Arroz verduras/tempe Artesanato ( Não
respondeu) sede respondeu) respondeu) respondeu) respondeu)
ros, etc. chapéu)

Sim.
Ponta do (Não Galinha Coentro/ (Não (Não
Doceira Raras vezes Comida Beiju/ bolo Artesanato(cha Não
Buriti respondeu) caipira couve respondeu) respondeu)
péu e tapete)

Doce de caju/
Passagem do Guia de frequenteme Galinha (Não Sim. (Não
6 KM banhos criação de Não 3 Hrs
canto turismo nte caipira respondeu) Artesanato respondeu)
galinha

Sim. Pois o
rio é bem
atrativo,cheio
Somente da de palmeiras Verduras e Sim.
São Pedro Agricultura 15 KM Mandioca Não
sede belíssimas. E legumes Artesanato
por causa do
artesanato
local.
122

Sim. Por que


tem um
passeio pelo
rio, por trilha na
mata,observaç
ão de várias
espécies de
árvores e aves, Arroz/ Couve/ Sim.
Somente da
Quebra Tec. agrícola 12 KM pode também mandioca/ abóbora/ Artes.(bolsas, Não
sede
apreciar as milho/ feijão. maxixe, etc. chapéu)
comidas e
doces típicos
da região.
Visitar as casas
de farinha e o
artesanato da
fibra do buriti.

Sim. Por que


as paisagens
são atraentes
aos olhos das Farinha/
(não (não Paisagem/ Alface /
Estreito Raras vezes pessoas,rio da criação de Não Não
respondeu) respondeu) banhos salcicha, etc...
água gado.
cristalina,frutas
típicas da
região,etc.

Galinha
Legumes/ver
Frequenteme Arroz e caipira/doce de Sim. (não
Marcelino Culinária 10 KM Artesanato duras/ Não 2 Hrs
nte mandioca caju / doce de Artesanato respondeu)
temperos, etc...
buriti.

Carne de Cheiro-
Somente da (não Sim.
Fura-braço Agropecuária 30 KM gado/ carne de verde/cebola/to Não
sede respondeu) Artesanato
bode/ porco mate/pimentão
123

Sim. Por que


Alface/
Não recebe é um povoado Farinha/
Santa Rita Piscicultura 7 KM cabolinha/ Não Não
turista produtivo e arroz/ peixes.
coentro.
criativo.

Não. Pelas
Cabeceira do (não Não recebe (não (não (não (não
Não condições da
Centro respondeu) turista respondeu) respondeu) respondeu) respondeu)
comunidade

Sim. Pois é
um lugar muito
Cebola/
(não Somente da calmo,amplo e Arroz/
Cajazal Culinária coentro/ Não Não
respondeu) sede tem comidas mandioca.
pimentas, etc...
variadas e
naturais.

Maxixe/ Galinha
Palmeira dos Reforço Frequenteme Comida/ Cajú/ buriti/ Galinha 1 período do
1:00 Hr quiabo/ entre Não Sim. 1 rest. caipira e
Ferreiras escolar nte banhos entre outros. Caipira/ peixes. dia
outros. peixes.

Comida / Criação de
(não (não Frequenteme Galinha (não (não 1 período do
Alto Bonito banhos/balneár galinha / Não Não.
respondeu) respondeu) nte caipira/ peixes respondeu) respondeu) dia
io. peixes/.

Cheiro-
Farinha/ Galinha
Ocasionalme Comida/paisa verde/alface/mil (não (não (não 1 período do
Santa Maria Culinária 30 KM castanha de caipira/ beiju de
nte gem/banhos. ho/maxixe/abó respondeu) respondeu) respondeu) dia
caju. tapioca.
bora.

Sim. Por
Peixe
(não 30 KM Somente da causa do rio Plantação de
Fazendinha assado(tambaq Não Não Não
respondeu) aprox.. sede que é muito arroz/ melancia
ui).
bonito.
124

Não. Por que


o povoado não
tem ainda Sim.
Pedagogia(pr Não recebe potencial para Milho/ feijão/ Maxixe/feijão/ Artesanato(cha
Maracujá 30 KM Não
ofessor) turista receber mandioca. milho, etc. péus/tapetes).
turistas,pois o Açoude
povoado é
muito pequeno.

Legumes/
Não recebe Fabricação (não
Macaco Agroecologia 36 KM Não maxixe/ Não
turista de doces respondeu)
melancia.

(não Não recebe (não (não (não (não (não


Fome 38 KM Não
respondeu) turista respondeu) respondeu) respondeu) respondeu) respondeu)
Não recebe (não (não (não (não (não
Anajazal Não 36 KM Não
turista respondeu) respondeu) respondeu) respondeu) respondeu)
Fonte: Autoria própria
125

5.3 Levantamento das opiniões dos empresários de agências de viagem, para


diversificação e melhoria de atrativos turísticos

Gráfico 40 - Distribuição de turistas em relação a preferência de passeios

QUAIS OS PASSEIOS NO POVOADO QUE SUA AGÊNCIA (OU


RECEPTIVO) OFERECE AOS TURISTAS? (ELENCAR EM ORDEM DE
IMPORTÂNCIA

CARDOSA MANDACARÚ ATINS TAPUIO MARCELINO

ORDEM DE IMPORTÂNCIA

Fonte: Autoria própria

Perguntados sobre quais os passeios mais atrativos que eles tem a


oferecer ao turista, empresários e donos de agências de viagens responderam que o
município mais cogitado é o da Cardosa (1º lugar).

Gráfico 41 - Distribuição de turistas em relação ao local para se alimentar

ALIMENTAÇÃO
RESTAURANTES LEVAM SEU PROPRIO LANCHE JÁ SAEM ALIMENTADOS

7%

20%

73%

Fonte: Autoria própria


126

Em relação à alimentação, os empresários responderam que a maioria


dos turistas procuram os restaurantes (73%) para fazer a refeição. Como foi
analisado no primeiro questionário, a grande maioria utiliza os restaurantes em suas
refeições por falta de estruturação destes ambientes de restauração nos interiores,
seja ele um ponto de apoio, casa de família ou pequenos quiosques que poderiam
servir os pratos da ecogastronomia.

Gráfico 42 - Distribuição de turistas em relação ao destino mais procurado

DESTINO MAIS PROCURADO EM ORDEM DE ACEITAÇÃO 1° A 8°

ORDEM DE ACEITAÇÃO

Fonte: Autoria própria

Ao responderem sobre o destino mais procurado pelos turistas, os


empresários afirmaram que a principal atração são os Grandes Lençóis
Maranhenses.
127

Gráfico 43 - Distribuição de turistas em relação ao passeio mais procurado

QUAIS OS PASSEIOS NO POVOADO QUE SUA AGÊNCIA (OU


RECEPTIVO) OFERECE AOS TURISTAS? (ELENCAR EM ORDEM DE
IMPORTÂNCIA

CARDOSA MANDACARÚ ATINS TAPUIO MARCELINO

ORDEM DE IMPORTÂNCIA

Fonte: Autoria própria

Quanto aos passeios que oferecem aos turistas, responderam que o


principal destino é a Cardosa.

Gráfico 44 - Distribuição de turistas em relação ao destino mais viável

DESTINO VIÁVEL
BALNEÁRIO TAMBORIL LAGOA DA ESPERANÇA CARDOSA MARCELINO

14%

14%

57%
15%

Fonte: Autoria própria

Com relação ao destino mais viável, os empresários responderam que é


ser o Balneário Tamboril.
128

Gráfico 45 – Deslocamento do turista fora do circuito já conhecido?

RESPOSTA
SIM NÃO

30%

70%

Fonte: Autoria própria

A maioria dos empresários do trade apoiaria a ideia de oferecer ao turista


um destino fora do roteiro comum para usufruir do patrimônio cultural, mostrando
que não há restrições e nem impedimento de deslocamento dos turistas em alguns
povoados que viabilizam o patrimônio cultural gastronômico.

Gráfico 46 - Ofereceria ao turista um pacote com destino citado acima em uma distância de
20 km .

SIM NÃO

20%

80%

Fonte: Autoria própria

Os empreendedores do turismo mostram através dos números que estão


dispostos a oferecer o pacote para usufruir dos atrativos de um determinado
povoado.
129

Considerando as justificativas dessa análise, observa-se que a aplicação


da Ecogastronomia pode ajudar no modo de vida dos turistas, promovendo a busca
por uma alimentação saudável, além de ensiná-los a apreciar novas sensações,
novos paladares, novos gostos, a serem explorados pela matéria-prima local. Desse
modo, pode-se afirmar que a Ecogastronomia possui relevância, pois objetiva
oferecer condições de uma alimentação rica, favorecendo a qualidade de vida dos
visitantes.
130

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de pesquisa aqui apresentado, aborda temas relacionados ao


turismo e à ecogastronomia na região do PNLM correspondente ao município de
Barreirinhas e seus povoados. Ele abre algumas possibilidades de estudo e sugere
a criação de meios para a melhoria da qualidade de vida das comunidades mais
afastadas associada à conservação dos recursos dos quais a atividade turística
depende.
A análise da situação permitiu uma visão abrangente do município e a
identificação precisa de suas potencialidades e problemas, especialmente sob o
aspecto da alimentação. A partir de suas carências e, sobretudo, de suas
caracteristicas, é possível levantar propostas para a organização, a estruturação e o
desenvolvimento do turismo em Barreirinhas sob o viés da ecogastronomia.
Com base nesse diagnóstico, entende-se que o turismo natural
representa um segmento que permite agregar riqueza regional, além de poder ser
útil ao estabelecimento de novas formas de convivência entre o turismo e o meio
ambiente, permitindo o desenvolvimento econômico e social, numa perspectiva de
desenvolvimento duradouro e de qualidade que contribua para a melhoria das
condições de vida das populações envolvidas.
Assim, os resultados alcançados pela pesquisa permitem concluir que é
possível (ou é viável) a implantação de uma série de ações capazes de favorecer o
desenvolvimento de povoados localizados no interior do município de Barreirinhas
através da oferta de novos produtos com base na alimentação natural e consciente,
tendo como horizonte o ano de 2020.
A interpretação dos dados levantados nos questionários sugerem a
possibilidade de que nos povoados de Barreirinhas se possa incrementar a atividade
turística, visto que eles apresentam muitas produções de alimentos, que formam a
culinária local e a identidade deste povo, permeando o patrimônio cultural da
culinária destas comunidades. Seja no extrativismo, na criação de animais ou na
produção de hortifrúti, o município é capaz de oferecer ao turista inúmeras
produções típicas e iguarias pautado na ideia da ecogastronomia, além de oferecer
as belezas naturais dessas localidades.
131

Nas pesquisas com os turistas, quando questionados, a cerca da


alimentação natural e consciente, do patrimônio cultural gastronômico, da
alimentação saudável, entre outros aspectos, eles reagiram positivamente, tendo em
vista que a grande maioria dos entrevistados sinalizaram que desfrutariam dos
destinos que agregam os princípios da ecogastronomia. Da mesma forma, grande
parte dos entrevistados do trade turístico, no terceiro questionário, manifestou a
intensão de oferecer mais alguns atrativos ao turista com base na sustentabilidade e
que deem maior valor ao homem do campo, diferentemente daqueles já conhecidos
e que em parte, tem um caráter exploratório e predatório.
O grande desafio da gestão turística é o processo de transformação. O
dos recursos em produtos e, por sua vez, o destes em ofertas dirigidas ao mercado.
O ponto de partida do processo é a estruturação dos recursos - o conjunto
de atrativos natural e cultural gastronômico do município, seu clima e nas pessoas
que vivem no local, a sua identidade cultural, sua forma de viver, para o uso e
desfrute turístico, transformados em produtos. Assim, entende-se por produto aquele
recurso no qual se pode realizar uma ou várias atividades (visitar, assistir, participar,
estudar, comprar, comer...), porque possibilitam a formulação de uma proposta de
acesso ao mesmo por parte de um público. Desse modo, pode-se afirmar que a
ecogastronomia possui relevância, pois objetiva oferecer condições de uma
alimentação rica com a carga de patrimônio culinário que ofereça sustentabilidade
social e econômica. Portanto, é possível interpretar que a ecogastronomia nos
povoados pode gerar renda e melhoria da qualidade de vida para os moradores
dessa comunidades do interior de Barreirinhas a partir de um segmento turístico
destinado a estes locais.
132

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137

APÊNDICES
138

APÊNDICE A - Questionário para investigação do perfil turístico de Barreirinhas, e a


cerca de sua alimentação e da sua ecogastronomia.

QUESTIONÁRIO 1

PERFIL DO TURISTA

1- GENERO: ( ) Masculino ( ) Feminino

2 – IDADE: ( )16 a 20 anos,( ) 21 a 30, ( ) 31 a 40 ( ) 41 a 50, ( ) acima de 50

3 – Qual sua procedência: Cidade__________Estado____________, País _____________

4. – Qual motivo de sua visita:

( ) Sol, Praia e Dunas ( ) Negócios ( ) Religioso ( ) Histórico e Cultural ( )


Ecoturismo e Aventura , ( ) Esporte ( ) Outro:________

5 – Viaja: ( ) Sozinho, ( ) Amigos, ( ) Família, ( ) Outro. Com qtas pessoas: ( ) 1 , ( ) 2, (


) 3 , ( ) 4 a 6 , ( ) 7 a 10, Grupo de quantas pessoas__________?

6. – Onde está hospedado: ( ) Hotel ( ) Hostels ( ) Pousada ( ) Casa de parentes-


amigos. ( ) outros:____________ Valor diária R$______________

SOBRE BARREIRINHAS

7- O QUE MAIS O ATRAIU NOS LENÇÓIS?

( ) Gastronomia típica ( ) Contato com o povoado local ( ) Bares e Restaurantes ( )


souvenires/artesanato local ( ) arquitetura, patrimônio e cultura ( ) Dunas e lagoas ( )
Outras:___________________________________________________________________.

8- O QUE VOCÊ COMPRA/COMPROU NOS LENÇÓIS?

( ) Souvenires, lembranças e Artesanatos. ( ) Iguarias e alimentos ( ) Restaurantes ( )


Bares ( ) Passeios Outros:___________.

9- DENTRE OS PASSEIOS ABAIXO QUAL DELES VOCÊ JÁ FEZ OU VAI FAZER?


( ) Caburé, ( ) Mandacaru - Farol, ( ) Passeio de quadriciclo, ( ) Atins, ( ) Cardosa - Bóia
, ( ) Grandes lençóis- Qual lagoa?_________________ ( ) outros. Qual? ______________

10-De forma geral, qual a sua satisfação dos Lençóis como atrativo turístico?

( ) MR ( ) RU ( ) RE ( ) BO ( ) MB ( ) OT
139

ALIMENTAÇÃO / ECOGASTRONOMIA

11- De forma geral qual a sua satisfação com a comida de Barreirinhas e os povoados ?( )
MR ( ) RU ( ) RE ( ) BO ( ) MB ( ) OT
12- Onde fez ou fará a maioria de suas refeições?
( ) Hotel, ( ) Restaurantes da cidade, ( ) restaurantes dos povoados, ( ) Casa de amigos
ou parentes, ( ) fez sua própria comida, ( ) outros.
13- Se fez nos povoados, o que comeu ou vai comer na maioria dos dias?
( ) Peixe, ( ) Carnes , ( ) Aves, ( ) Iguarias , ( ) Nome do Prato_______.
14. O que você mais aprecia ou gostaria de experimentar em termos de alimentos? Frutas:
( )bacuri, ( ) buriti, ( ) cajá, ( )pequi, ( )jenipapo, ( ) murici.
( )outros_______.
Pratos principais: ( )a base de peixes, ( ) de carne de gado ( ) de aves, ( ) frutos do mar , (
) vegetarianos. Outros________.
Iguarias:( )doce de buriti, ( )tiquira ( )farinha da mandioca brava( ) outros _______.
15. Qual sua opinião a respeito da comida nos povoados ?
( ) MR ( ) RU ( ) RE ( ) BO ( ) MB ( ) OT
16. Qual sua opnião a respeito da higiene e boas praticas de fabricação nas unidades de
alimentação? ( ) MR ( ) RU ( ) RE ( ) BO ( ) MB ( ) OT
17. A respeito de alimentação saudável nos povoados , em qual você se enquadra?( )
MR ( ) RU ( ) RE ( ) BO ( ) MB ( ) OT
18. Você iria a algum povoado de Barreirinhas num raio de 20 km principalmente para que
finalidade? ( )compras, ( ) banho em riachos ( ) sol e praia ( ) gastronomia ( ) artesanato
( ) patrimônio cultural ( ) apreciar a natureza, ( ) aventura ( ) Outro. Qual ___________?
19. Em que grau ( de 0 a 10 ) você valoriza e prática a alimentação saudável e
consciente?_______.
20. Em que grau de ( 0 a 10), você valoriza o patrimônio cultural gastronômico como a forma
de fazer, ingredientes típicos , técnicas de produção, curiosidades da culinária local, etc.?

21)Em que grau de ( 0 a 10), você valoriza as Boas praticas de fabricação, higiene e
segurança do alimento. Ou seja, você é bastante ou pouco critico quando vai fazer sua
refeição, se duvidar da qualidade deixa de comer?_____________.
22). Quanto tempo é o mais apropriado para você se deslocar a um interior de
Barreirinhas afim de apreciar e interagir exclusivamente com a gastronomia e seu
patrimônio como: a forma de fazer, ingredientes típicos , técnicas de produção e
curiosidades da culinária local.( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h mais de 3h. Caso tenha outro atrativo
140

além da gastronomia /culinária como riacho, praia, ecoturismo , etc. quanto tempo você
disponibilizaria?( ) 2h ( ) 3h ( )4h ( ) mais de 4h.
23) Qual valor você gastaria para uma refeição de 2 pessoas com pratos típicos( incluindo
bebidas), apreciando o patrimônio alimentar a natureza e atrativos de um povoado de
Barreirinhas.( ) de R$40 a R$70 ( )de R$70 a 100, ( )mais de R$100.

APÊNDICE B . Questionário para pesquisa do desenvolvimento do turismo e


geração de renda nas comunidades de Barreirinhas com os moradores dos
povoados.
QUESTIONÁRIO 2

Sr(a) Diretor, professores e moradores.


Buscando atender as necessidades dos povoados na área de qualificação técnica e
incrementar o turismo nesta comunidade para gerar mais qualidade de vida,
solicitamos o preenchimento deste questionário juntamente com seus pares e
eventuais consultas aos alunos.
1) Qual a necessidade em sua comunidade com relação a cursos de
qualificação? Se há,
qual o curso?___________________. Qual área de interesse?_________________.
2) Qual o nome de seu povoado? ________ Qual a distancia da sede?
_________.
3) Seu povoado recebe turista?
( ) frequentemente ( ) ocasionalmente ( ) raras vezes ( ) não recebe turista
( ) Somente da sede e outros povoados.
4) Se recebe turista, o que ele mais aprecia em seu povoado?
( ) comida ( ) paisagem ( ) banhos ( ) artesanato ( ) patrimônio histórico e cultural
( )outros; Quais?______________________________________________________
Se não recebe turista, você acha que ele tem potencial como atrativos para recebê-
lo e por quê? ________________________________________________________
5) Quais as produções de alimentos que mais se destacam em seu
povoado?____________________________________________________________
6) Se este povoado recebe turistas, quais os principais pratos são servidos em sua
alimentação? ________________________________________________________
141

7) Quais hortaliças( legumes, verduras, aromáticos, temperos, etc.) existem nas


hortas da comunidade ou individuais?_____________________________________
8) Existem alguma agroindústria familiar, produção de algum alimento, ou
artesanato? ____________Que tipo? _____________________________________
9) Há restaurantes para atender o turista em sua
comunidade?___________________ quantos?_________.
10) Se há restaurantes quais os principais pratos servidos?__________________
11) Se há turista, quanto tempo em media ele permanece neste povoado afim de
usufruir os atrativos? ( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ( ) 1 período do dia
__________________________________________________________________
APÊNDICE C - Questionário para levantamento das opiniões dos empresários de
agências de viagem, para diversificação e melhoria de atrativos turísticos.

QUESTIONÁRIO 3
Sr(a) Empresário(a)

Visando incrementar e melhorar o turismo através da gastronomia e melhorar a


qualidade de vida nos povoados, elaboramos esta pesquisa,solicitando o
preenchimento deste questionário juntamente com seus pares.

Perguntamos também sobre o interesse dos Srs(as) a respeito de cursos de


qualificação técnica que o IFMA possa oferecer a sua empresa e seus
colaboradores no intuito de melhorar a qualidade no atendimento ao turista.

Qual a necessidade em sua empresa com relação a cursos de qualificação? Se há,


qual o curso?____________________ Qual área de interesse?_________________

1) Quais os passeios nos povoados que sua agencia ( ou receptivo) oferece aos
turistas ?(elencar em ordem de importância)?
___________________________________________________________________
2) Para o destino turístico nos povoados como os turistas se alimentam? :
( ) restaurantes ( ) levam seu próprio lanche, ( ) já saem alimentados, ( )
outros______.
3) Qual destino é mais procurado em ordem de aceitação de 1° a 8°:
( ) Grandes lençóis – Qual lagoa?______________?,( ) Pequenos lençóis –
Caburé/Mandacaru, ( ) Pequenos lençóis – Atins ( via marítima),( ) Atins ( via
142

terrestre),( ) Cardosa,( ) Tapuio, ( ) Quadriciclo, ( ) Voo panorâmico, ( ) Outros.


Qual?____________
4) Há algum destino em povoados que o sr(a) acredita ser viável pela diversidade
de atrativo turístico, excetuando os tradicionais e já existentes.
Qual?___________ Por quê ?_________________________________________
5) O Sr (a) acha que o turista se deslocaria para um povoado para apreciação das
iguarias culinárias e patrimônio cultural gastronômico fora do circuito já
conhecido? ( ) sim ( ) não. Por quê?____________________________________
O sr(a) ofereceria a seu turista um pacote com este destino citado acima em uma
distancia de 20km no máximo ou ate 1 hora de viagem com alimentação típica
inclusa? ( ) sim ( ) não. Por quê?
_______________________________________________.
Qual o preço médio justo poderia ser cobrado por este pacote por
pessoa?_________.

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