A resolução de conflitos consensuais, pode ser descrita como um
processo em que duas ou mais partes usam para encontrar uma solução do litígio que as opõe de forma pacífica. A participação do advogado, como se sabe, não é obrigatória na primeira tentativa de mediação prevista no Novo Código de Processo Civil, porém, se faz importante a sua presença na audiência. Porque ele será o responsável por vigiar e buscar garantir que o direito das partes seja realmente preservado. Principalmente porque se não for logrado o consenso entre as partes e havendo um prosseguimento da ação judicial, terá o advogado uma maior visão dos fatos originadores do conflito, uma vez que acompanhou a tentativa, ainda que frustrada, da resolução do conflito por meio do método autocompositivo. O advogado nesse sentido.se torna de suma importância para auxiliar as partes, tanto nas atividades rotineiras como de consultoria, assessoria jurídica e acompanhamentos dos casos exercendo atividade de mediador. Ademais, na mediação, o advogado pode atuar como parte, como representante, como assistente de uma das partes ou como mediador. Soma-se a circunstância de que o advogado em tese, é conhecedor das normas de ordem pública, podendo, assim, auxiliar em relação aos limites jurídicos a serem observados, de forma a evitar futuras nulidades processuais. No CPC de 2015, em seu artigo 3º, §3º, está previsto expressamente sobre o dever de advogados, defensores públicos, membros do Ministério Público e juízes estimularem os métodos alternativos de resolução de conflitos, inclusive no curso do processo judicial, e é de suma importância evidenciar a significância da profissão do advogado, claramente exposta em nossa carta magna de 88 em seu artigo 133: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”, e no próprio Código de Ética da OAB, em seu artigo 3º aduz que: “Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.”. Com o incentivo crescente à resolução de demandas de forma consensual, impõe-se avaliar qual o papel a ser exercido pelo advogado. Na negociação, incumbe ao advogado convencer a outra parte de que a proposta que tem a oferecer é melhor que a opção oferecida pelo seu opositor, negociar não significa deixar de ganhar, mas sim solucionar o conflito com um acordo recíproco e satisfatório para ambas as partes.
RESOLUÇÃO (do latim lat resolutio, -onis.), conforme o Michaelis – Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa: 1 Ato ou efeito de resolver ou resolver(-se). 2 Decisão tomada para resolver uma situação duvidosa. 3 Debate para pôr fim a um impasse. 4 O resultado desse debate. 5 Potencial para deliberar. ... É claro e evidente que, por um lado, o sistema judiciário está atulhado de ações e, por outro lado, não possui mão de obra nem recursos suficientes para em tempo hábil julgar a imensidão de processos existentes. Diariamente surgem novas ações judicializada, e as que já estão em trâmite processual não são julgadas na mesma velocidade das que aparecem. Dessa forma, os legisladores, magistrados, advogados e operadores do Direito em geral veem em perscrutando diversas soluções para a crise em que se encontra o sistema judiciário em nosso país. Os principais métodos de solução de conflitos são a negociação, a autocomposição, a conciliação, a mediação e a arbitragem. Importante frisar que os métodos supracitados de resolução de conflitos não são concluídos por decisão de um magistrado, mas sim por um documento formal, redigido ao final pela pessoa competente podendo ser levado a juízo para homologação. Faz-se mister que neste sentido, os advogados tenham habilidades e técnicas capazes de conduzir ao êxito da prática, o que as academias de direito não ensinam. O advogado deve despojar-se da postura combativa que é de costume e assumir uma perspectiva mais cooperante, para que as partes possam cumprir de modo aceitável um acordo que encerre o litígio sem a necessidade de judicialização. Sendo o advogado “o primeiro juiz da causa” e em observância à sua função social, a atuação do advogado suplanta o interesse privado, do cliente, para almejar o interesse público, da sociedade, a administração da justiça. Por isso, o advogado deve atuar com a verdade, independência, honestidade, lealdade e boa-fé, devendo dissuadir lides melindrosas, assim como estimular os métodos adequados de solução de conflitos, acautelando a instauração de conflitos judiciais. Deve o advogado ponderar o meio mais cabível para solucionar os conflitos, com o intuito de alcançar uma rápida solução, o que o judiciário normalmente não assegura, e justa, onde não terá o ganha-perde, mas sim o ganha-ganha, onde as partes litigantes possam sair ao final com soluções a contento. Todos os advogados precisam negociar em algum momento, desde com seu cliente, negociar os honorários, com a parte contrária, colegas advogados e outros. O advogado negociador em uma das resoluções consensuais não discutirá teses jurídicas, para não perder tempo, impedindo o diálogo, cerceando as opções, podendo ser até incauto, desonesto, desumano e intolerante, pois é necessário a mutualidade para que as partes possam conversar e chegar a um consenso, ou seja, o foco da lide deve ser o problema a ser resolvido e não as pessoas. O advogado é crucial para o bom desempenho do procedimento de negociação, impelindo seu cliente, expondo as benesses que o procedimento pode trazer, tendo acesso à parte contrária, ao seu patrono, propiciando uma comunicação eficiente, encorajadora, com reciprocidade e respeito. Em face do exposto, observa-se o fato da judicialização de conflitos, e como esse fato tem promovido morosidade e insatisfação em relação ao poder judiciário. Como resposta e saída a esse problema, surgem os meios alternativos de solução de conflitos, que buscam uma ideia de consenso, acordo, através do incentivo dos advogados, uma justiça cooperativa e colaborativa mais célere. Nesse interregno, o papel do advogado frente às medidas extrajudiciais de solução de conflitos, desvela-se de extrema importância e relevância para a superação da litigiosidade, criação da cultura do consenso e uma postura menos combativa e mais voltada ao acordo mútuo.