A degradação da matéria orgânica pode completa ou incompleta, caso se verifique na presença de oxigénio ou na
ausência, respetivamente. Caso seja realizada na presença de oxigénio é conhecida como aerobiose, caso seja na
ausência designa-se anaerobiose ou fermentação.
FERMENTAÇÃO
As leveduras são seres anaeróbios facultativos, ou seja, conseguem mobilizar energia de compostos orgânicos em
meios aeróbicos e anaeróbicos. No entanto existem certos microrganismos em que esta mobilização de energia a
partir da de gradação de compostos orgânicos se realiza exclusivamente em meios desprovidos de oxigénio, seres
anaeróbicos obrigatórios.
Existem vários tipos de fermentação, no entanto, irei apenas analisar a fermentação alcoólica (leveduras) e a
fermentação lática (bactérias láticas).
Fermentação alcoólica:
Compreende 2 fases:
1. Glicólise: reações que ocorrem no citosol. Nesta fase através da degradação de glicose iremos obter 2
moléculas de ácido pirúvico, ATP (adenosina trifosfato) e NADPH OU TH2. Numa primeira fase 2 moléculas
de ATP fornecem 2 fosfatos à glicose tornando-a instável e forçando-a a separar-se, formando assim 2
moléculas com 3 carbonos cada- ácido pirúvico, ocorrem reações de oxirredução 1nesta fase. Compostos
intermediários que se formaram durante a glicólise ficam oxidados por remoção de eletrões, que irão reduzir
moléculas NAD+ ou T formando NADPH ou TH2. Durante esta fase ocorrem transferências energéticas que
permitem a síntese de 4 ATP, no entanto vendo que no início foram utilizados 2 ATP o rendimento
energético da glicólise é de 2 ATP.
2. Após a glicólise o ácido pirúvico (3C) sofre uma descarboxilação 2, libertando CO2 e originando uma molécula
de 2 carbonos, aldeído acético, do qual resulta a formação de 2 moléculas de etanol (produto final desta
fermentação). Nesta redução intervêm as moléculas de NADPH formadas durante a glicólise que voltam a
ficar oxidadas (NAD+) podendo assim ser reduzidas outra vez.
Fermentação lática
Compreende 2 fases:
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
A utilização do ácido pirúvico, em meio aeróbio ocorre ao nível mitocôndria (organito celular) e compreende 3
etapas: a formação de acetil-coenzima A (acetil-CoA), ciclo de Krebs e cadeia respiratória.
Nota: a mitocôndria possui uma dupla membrana; a região delimitada pela membrana chama-se matriz
mitocondrial; as estruturas membranosas presentes na matriz designam-se cristas mitocondriais.
No final da glicólise são formadas duas moléculas de ácido pirúvico (como visto acima), estes ainda possuem
bastante energia. O ácido pirúvico entra na mitocôndria e esta transformação ocorre ao nível da matriz.
A molécula de ácido pirúvico sofre uma descarboxilação, o que faz com que haja libertação de CO2 e se forme uma
molécula com 2 carbonos. Esta molécula é oxidada e os eletrões que perde são utilizados pelo NAD+ para formar
NADPH. No final forma-se a molécula de acetil, que, ligando-se à coenzima A forma o acetil-CoA.
No primeiro passo a molécula acetil-CoA combina-se com uma molécula composta por 4 carbonos, oxaloacetate,
formando uma molécula com 6 carbonos, o ácido cítrico. Esta molécula sofre uma descarboxilação formando assim
2 CO2, produzindo também 1 molécula de NADPH, através da redução de NAD+, de cada vez. A molécula de 4
carbonos com que ficamos, sofre várias reações, formando assim 1 molécula de ATP, através da fosforilação de ADP
e depois formando também FADH23 (transportador de eletrões) e, por fim, forma-se mais 1 NADPH.
Este ciclo ocorre por cada molécula de acetil-CoA, portanto de corre 2x.
2 compostos de 4c
3
Através de uma desidrogenação.
2 acetil-CoA 4 CO2
2 ADP 2 ATP
6 NAD+ 6 NADPH
2 FAD 2 FADH2
É a última etapa da respiração aeróbia, que consiste numa sequência de reações de oxidação-redução que
conduzem os eletrões, transportados por 10 NADPH (formados durante a primeira e segunda etapa) e 2 FADH2
(formados durante o ciclo de Krebs) até ao aceitador final, o oxigénio molecular, formando assim 6 H2O e 34 ATP.
A esta cadeia de transportadores dá-se o nome de cadeia respiratória, e ocorre nas cristas mitocondriais. Ao longo
deste processo ocorrem reações de oxidação e redução até que conduzem os eletrões transportadas pelos 10
NADPH e 2 FADH2 até ao aceitador final o oxigénio. Devido a esta reações há libertação de energia e esta energia é
utilizada para o estabelecimento de ligações químicas entre o ADP e fosfatos formando assim o ATP.
Rendimento energético
Fermentação: 2 ATP
Respiração aeróbia:
Uma parte pequena da energia restante fica retida nos produtos finais e a maior parte é libertada sob a forma de
calor.
Impulso nervoso
Devido à permeabilidade seletiva da membrana há uma distribuição assimétrica de iões nestes 2 meios, o que gera
um potencial elétrico, designado por potencial de membrana.
Quando o neurónio não está a transmitir nenhuma mensagem, este potencial é negativo, potencial de repouso, o
que significa que no interior da célula próximo da membrana existe uma maior carga negativa em relação ao fluido
extracelular.
Os neurónios respondem a estímulos, estes ao serem captados e transformados, alteram o potencial de repouso,
gerando um potencial de ação, que traduz uma inversão das cargas elétricas. O potencial de ação propaga-se ao
longo de axónio. Após este o atravessar o potencial de membrana regressa ao valor de repouso.
A diferença de carga elétrica entre as zonas de repouso no axónio e as zonas em atividade origina uma corrente
elétrica.
Nota: não são todas as células que geram potencias de ação, no entanto, todas apresentam um potencial de
repouso.
Quando o potencial de ação atinge a extremidade do axónio enfrenta agora uma zona de junção com outro neurónio
ou com um órgão efetor (músculo, glândula, tecido). Esta zona de comunicação designa-se por sinapse. Numa
sinapse existe um espaço extracelular entre o neurónio pré-sináptico e o neurónio pós-sináptico designa-se por
fenda sináptica (por onde a mensagem nervosa passa). Na extremidade do axónio existem vesículas sinápticas que
armazenam substâncias químicas produzidas pelo neurónio- neurotransmissores. Estas vesículas movem-se para a
zona da membrana do neurónio pré-sináptico e fundem-se com ela, libertando estas substâncias químicas por
exocitose, tornando assim a mensagem nervosa química (em vez de elétrica). Os neurotransmissores difundem-se
então através da fenda e são recebidos por recetores específicos no neurónio pós-sináptico, estas substâncias
alteram a permeabilidade da membrana do neurónio, podendo desencadear um potencial de ação no neurónio pós-
sinápico, fazendo com que a mensagem nervosa prossiga.