O documento discute a evolução do direito ao longo da história e sua relação intrínseca com o capitalismo moderno. Explica que o direito foi separado da moral e religião com o surgimento do capitalismo e passou a regular especificamente as novas relações econômicas e sociais geradas por esse sistema. Também mostra que, à medida que o capitalismo torna tudo mercadoria, as formas jurídicas modernas passam a controlar todas as relações sociais de forma impessoal, sustentando a apropriação privada e a divisão em classes
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Resumo capítulo 1- introdução ao direito- aluno José Emerson Mendes de Oliveira
O documento discute a evolução do direito ao longo da história e sua relação intrínseca com o capitalismo moderno. Explica que o direito foi separado da moral e religião com o surgimento do capitalismo e passou a regular especificamente as novas relações econômicas e sociais geradas por esse sistema. Também mostra que, à medida que o capitalismo torna tudo mercadoria, as formas jurídicas modernas passam a controlar todas as relações sociais de forma impessoal, sustentando a apropriação privada e a divisão em classes
O documento discute a evolução do direito ao longo da história e sua relação intrínseca com o capitalismo moderno. Explica que o direito foi separado da moral e religião com o surgimento do capitalismo e passou a regular especificamente as novas relações econômicas e sociais geradas por esse sistema. Também mostra que, à medida que o capitalismo torna tudo mercadoria, as formas jurídicas modernas passam a controlar todas as relações sociais de forma impessoal, sustentando a apropriação privada e a divisão em classes
A princípio, é observado uma certa dificuldade em se identificar o que é e o que não
é o direito propriamente dito, devido a situações em que o direito é visto fazendo o
que é justo para alguns, mas injusto para outros. Para se entender as definições sobre o direito atual é necessário fazer uma viagem mental pelas vastas mudanças na história. É visto a partir dos tempos modernos que o direito anteriormente não era tratado de forma isolada e própria, mas sim atrelado a moral e a religião, e a partir de novas estruturas sociais e econômicas, principalmente com o capitalismo, foi necessário a especificidade da prática jurídica para reger esse novo sistema. É exposto que o direito abrange quantitativamente várias áreas, como por exemplo a área penal e a trabalhista, mas que ele age qualitativamente sobre cada uma dessas áreas de modo extremamente específico, e que essa qualidade do direito é o que caracteriza o fenômeno jurídico moderno. além disso, é mostrado que o direito é tratado nos mais diversos assuntos, e que é preciso entender quais os mecanismos e estruturas dão especificidade ao direito perante qualquer assunto. No capitalismo há estruturas necessárias que conformam os indivíduos e suas relações. Principalmente por causa da mercantilização das relações sociais e do comércio que o direito se transformou em uma esfera social específica, estritamente técnica. Observa-se que o capitalismo está intrinsecamente ligado ao direito, portanto as relações sociais capitalistas são necessariamente relações jurídicas; no capitalismo uns vendem e outros compram mercadorias, e essa relação comercial só acontece se ambas as partes forem considerados sujeitos de direito, e essa troca de direitos subjetivos e deveres é intermediada pela autonomia da vontade desses sujeitos. Conforme Evguiéni Pachukanis, toda vez que se estabelece uma economia de circulação mercantil um conjunto de formas sociais se estabelece e uma série de ferramentas jurídicas precisa ser instituída em apoio a essa atividade mercantil. Dado o regime capitalista que é regido impessoalmente pelo estado que determina a produção e a circulação de mercadorias, formas sociais intrínsecas a o elemento primário do capitalismo, que é a mercadoria, e uma tecnicidade do direito se fizeram primordiais. O conceito de sujeito de direito é uma forma necessária ao tipo de relação social capitalista que foi se forjando continuamente com a reprodução da troca de equivalentes. É mostrado que quando todos são considerados iguais e livres formalmente, é apenas um mecanismo para que todos sejam capitalistas ou mão de obra explorada, e mesmo com tantas garantias dadas a essa mão de obra não se elimina o fato que ele é um sujeito de direito tomado no sentido menos humano da palavra: é mais alguém que pode explorar e ser explorado no sistema de movimentação de capital. Portanto, como o capitalismo com o passar do tempo vai tornando tudo em mercadoria, por sua vez as formas jurídicas modernas tomam para si o controle de todas as relações sociais, e consequentemente como não há lugar onde o capitalismo e suas práticas não cheguem, também não há local onde não cheguem às modernas práticas jurídicas. A grande diferença entre as sociedades é o quanto de proteção se dá aos trabalhadores no âmbito capitalista, que não deixa a prática exploratória. Também é importante ressaltar que o direito está presente na sua omissão, como no abandono das pessoas desamparadas, se tratando de uma política jurídica de abandono. A totalidade dos fenômenos sociais é abrangida pelo direito, como uma via de mão dupla o direito é abrangido por tais fenômenos. De fato,o capitalismo impessoaliza a todos, torna o mundo um movimento mecânico que gira apenas em prol da exploração do trabalho e em prol dos lucros e quem garante essa impessoalidade capitalista é a própria impessoalidade jurídica. O direito individualiza as subjetividades e sua sorte e sustenta a apropriação privada e a divisão do mundo em classes. E as sociedades do capitalismo, ao tornarem juridicamente a todos iguais, desprezam a todos e fazem com que haja o domínio apenas de classes que detêm o capital. Por isso, o fim do capitalismo seria a extinção do direito como uma forma social específica de equivalência de trocas entre sujeitos de direito, e o fim da exploração social.