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Música

Joe Hisaishi, compositor da trilha sonora do filme.


A trilha sonora do filme, composta por Joe Hisaishi, conta com 21 canções,[32]
sendo duas delas compostas e interpretadas por Yumi Arai; a canção de abertura
("Rūju no dengon")[33] e dos créditos finais ("Yasashisa ni tsutsumareta nara"),
[34] que tem um estilo melodioso das décadas de 60 e 70.[21]

A trilha sonora assemelha-se ser deliberadamente europeia,[35] inspirando-se na


música ocidental para a medição e instrumentalização (por exemplo, o acordeão).[36]
As composições de Hisaishi estão imbuídas de inocência no filme,[37][26] o longa-
metragem também contém muita serenidade que permitem ao espectador interpretar
livremente a atmosfera das cenas.[38]

Lista de faixas da trilha sonora de Majo no Takkyūbin.[32][39]


N.º Título Compositor(es) Duração
1. "Hareta hi ni... (晴れた日に…?)" Joe Hisaishi 2:16
2. "Tabidachi (旅立ち?)" Joe Hisaishi 2:53
3. "Umi no mieru machi (海の見える街?)" Joe Hisaishi 3:00
4. "Sora tobu takkyūbin (空とぶ宅急便?)" Joe Hisaishi 2:09
5. "Pan-ya no tetsudai (パン屋の手伝い?)" Joe Hisaishi 1:04
6. "Shigoto hajime (仕事はじめ?)" Joe Hisaishi 2:15
7. "Migawari Jiji (身代りジジ?)" Joe Hisaishi 2:46
8. "Jefu (ジェフ?)" Joe Hisaishi 2:30
9. "Ōisogashi no kiki (大忙しのキキ?)" Joe Hisaishi 1:17
10. "Pāti ni maniawanai (パーティに間に合わない?)" Joe Hisaishi 1:07
11. "Osono-san no tanomi-ji… (オソノさんのたのみ事…?)" Joe Hisaishi 3:01
12. "Puropera jitensha (プロペラ自転車?)" Joe Hisaishi 1:42
13. "Tobenai! (とべない!?)" Joe Hisaishi 0:46
14. "Shōshin no kiki (傷心のキキ?)" Joe Hisaishi 1:11
15. "Urusura no koya e (ウルスラの小屋へ?)" Joe Hisaishi 2:05
16. "Shinpinaru e (神秘なる絵?)" Joe Hisaishi 2:20
17. "Bou-Hikō no jiyū no bōkengō (暴飛行の自由の冒険号?)" Joe Hisaishi 1:06
18. "Ojīsan no dekkiburashi (おじいさんのデッキブラシ?)" Joe Hisaishi 1:59
19. "Dekki burashi de randebū (デッキブラシでランデブー?)" Joe Hisaishi 1:02
20. "Rūju no dengon (ルージュの伝言?)" Yumi Arai 1:45
21. "Yasashisa ni tsutsumareta nara (やさしさに包まれたなら?)" Yumi Arai 3:09
Duração total:
41:45
Temas
Busca pela independência
Majo no Takkyūbin enfoca a jornada iniciática de Kiki, que, como uma adolescente
despreocupada no início da história, gradualmente ganha independência e
autoconfiança.[18][40] Assim como na produção anterior de Hayao Miyazaki, Tonari no
Totoro (1988), não há vilão ou confronto com o mundo exterior: Kiki não se rebela
contra seus pais, que a apoiam, ou qualquer outra pessoa.[41] Não enfrenta nenhuma
situação extraordinária. Pelo contrário, sua passagem à idade adulta é pontuada
apenas pelas vicissitudes e excitações da vida cotidiana, não sendo poupada nem
mesmo do tédio típico da adolescência.[40][42] Como qualquer criança em
crescimento, Kiki tem que enfrentar pequenas decepções, superar vários problemas, e
assim aprender a viver.[43] Suas preocupações podem ser puramente materiais, tais
como a necessidade de trabalhar para ganhar a vida, ou internas, como a falta de
autoconfiança.[44]

O aspecto mais importante do aprendizado de Kiki é a independência, Miyazaki


abordar essa tema no início do filme. O objetivo do diretor é apresentar a evolução
de Kiki da maneira mais realista possível.[43] A busca pela confiança parece ser
uma questão tão importante quanto a apreensão da independência,[45] conforme o
diretor, bastantes jovens japonesas sofrem de "privação espiritual", embora tenham
alcançado sucesso e independência material,[43] porque o importante para elas é,
sobretudo, encontrar seus próprios talentos e sua própria identidade, de modo a se
integrarem numa nova comunidade.[46][43][47]

Integração social
Miyazaki enfatiza a importância da coletividade e da integração em uma nova
comunidade, temas valiosos para o diretor.[48] Kiki, que a princípio é um pouco
deselegante, por exemplo, com os meninos, aprende a conhecer seu lugar na sociedade
e a construir laços virtuosos com a comunidade ao seu redor.[45][46] Em particular,
os valores de educação e o respeito aos mais velhos, são enfatizados no filme.[48]
[49] Kiki conhece muitos personagens secundários (como Osono, Tombo e Ursula), e
faz amizade com eles graças à sua bondade; é isso que lhe permite suavizar seu
exílio e, finalmente, integrar-se pouco a pouco.[50] As personagens do filme —
Osono, que gerencia sua padaria brilhantemente, ou Ursula, sendo orgulhosa e
independente — servem de modelo ou de guia para Kiki.[49]

O início do filme mostra a importância do relacionamento com o outro, através da


representação lírica da família de Kiki, mais idealizada do que real.[51] Miyazaki
demonstra que Kiki cresceu em um espaço familiar ideal, na qual o ambiente é
encantador, a mãe trabalha em casa e o pai chega cedo do trabalho.[45] Osono e seu
marido tornam-se uma família substituta para Kiki, destacando mais uma vez a
importância dos familiares para o diretor.[51][45]

Emancipação feminina
O enredo se destaca de muitas animações pela escolha de uma garota como
protagonista, pois os temas da autonomia, autoconfiança, necessidade de sustentar-
se ou a preparação com o futuro, são frequentemente representados através de
personagens masculinos.[18][44][40] No Japão, e em muitas outras culturas, é
incomum para uma menina de treze anos ir sozinha a um lugar estrangeiro para se
estabelecer financeiramente.[44] Miyazaki altera muitas histórias, substituindo o
herói por uma heroína, dando um tom original à sua história.[18][44] Na cena final
do filme, essa inversão de papéis pode ser observada quando Kiki resgata seu amigo
Tombo, ao contrário da clássica sinopse do conto de fadas em que é o jovem que
salva sua princesa.[52] Através da força de caráter e teimosia de Kiki, o longa-
metragem também difere dos mangás em que as meninas são frequentemente presas em
papéis passivos ou idealizados.[53]

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