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PROJETO DE MÁQUINAS Data de

Entrega:
PROF.: Osvaldo Kokiro Iha

30/11/2021

Grupo: R.G.M:
Isaque Julião Chagas 16856554 Turno: NOTURNO
Railton da Cunha Nunes 16423917 4142

ANÁLISE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM


ALETAS DE UM DISSIPADOR DE CALOR DE UM
PROCESSADOR

Centro Universitário do Distrito Federal - UDF www.udf.edu.br


Escola de Engenharia – Campus Reitor Rezende Ribeiro de Rezende
SGAS 903 – Conj. D - Lote 79, Brasília/DF CEP: 70390-030 Tel: (61) 3224-2220
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Desenho estudado do dissipador de calor utilizado.............................5


Figura 2 – Diferentes tipos de geometria de aletas...............................................6
Figura 3 – Perfil da camada limite de escoamento................................................6
Figura 4 – Fluxo de calor no dissipador................................................................10

SUMÁRIO

1. RESUMO DO PROJETO...................................................2
2. INTRODUÇÃO...................................................................2
3. OBJETIVOS.......................................................................3
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................3
5. ALETAS..............................................................................5
6. CAMADA LIMITE DE VELOCIDADE – ESCOAMENTO....7
7. ANÁLISE.............................................................................8
8. SIMULAÇÃO E CONSIDERAÇÕES..................................10
9. REFERÊNCIAS..................................................................11
1. RESUMO DO PROJETO

Esse trabalho tem por objetivo trazer a análise da eficiência em troca de


calor de um dissipador de calor de um processador de computador. O material
dessas peças geralmente é feita em alumínio. A partir de dados obtidos sobre a
temperatura média de operação desses processadores, será possível fazer
simulações computacionais e resultados numéricos a partir de equações. Com
esses resultados será possível discutirmos sobre o uso desse material e formato
de peça.

2. INTRODUÇÃO

Trocadores de calor são equipamentos largamente utilizados na indústria


química, tem como objetivo promover a transferência de calor, que pode ser de
dois ou mais fluidos a temperaturas diferentes. Sua configuração pode ser muito
variada, sendo desenhada especialmente para cada necessidade conforme
sofisticação tecnológica, geometria e tamanho requeridos. Os trocadores de
calor atendem vários ramos da indústria, tais como: fábricas de processamento
químico, frigoríficos, usinas de energia a vapor, radiadores para carros, entre out
ras (OZISIK, 1985).

A indústria busca incessantemente otimizar espaço e tempo os quais são


convertidos indiretamente em lucro, diante disso, as aletas são uma alternativa
bastante eficiente para aumentar a troca térmica de trocadores de calor.
Segundo Chang e Wang (1997), aletas são superfícies estendidas que
aumentam a taxa de transferência de calor devido ao aumento da área de troca
térmica.

Atualmente, com a demanda cada vez maior por itens de consumo a


indústria tem um esforço enorme para que se produza cada vez mais em menos
tempo e com menos recursos.
Existem hoje duas formas de estudarmos um equipamento para dissipação
de calor para implementação: criar um protótipo e fazer testes em escala
laboratorial ou desenhar esses equipamentos em software e fazer a simulação
de seu funcionamento. Este último se torna bastante vantajoso tanto
economicamente visto o fato que não é necessário produzir várias peças para
teste, o que levaria mais tempo e dinheiro.

3. OBJETIVOS

O projeto consiste em realizar a análise da eficiência térmica da


transferência de calor nas aletas de um dissipador de calor presente em
um processador de computador fabricado em alumínio. As aletas são
necessárias nesse equipamento por permitir a troca de calor com o meio
para evitar superaquecimento no componente causando sua possível
queima. Com isso, é necessário que sejam avaliados o material utilizado
em sua construção, a taxa de transferência de calor, altura e largura das
aletas além do perfil da temperatura ao longo da aleta.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A transferência de calor pode ser definida como a energia (calor)


trocada entre sistemas devido a diferença de temperatura. Tendo como
objetivos a determinação do tempo de resfriamento ou aquecimento, a
diferença de temperatura e as taxas de transferência de calor (ÇENGEL;
J.GHAJAR, 2012).

A transferência do calor pode ocorrer de três formas diferentes, por


condução, convecção e por radiação (ÇENGEL; J.GHAJAR, 2012)

A condução pode ser definida como o resultado da interação, quando


partículas mais energéticas transferem energia de uma substância para
partículas vizinhas, com menos energia (ÇENGEL; J.GHAJAR, 2012).

Na convecção a transferência de calor ocorre pelo movimento global


(ou macroscópico) do fluido e pelo movimento molecular aleatório
(INCROPERA, 2008).

A transferência de calor será maior, quanto mais veloz for o


movimento do fluido, por convecção (ÇENGEL; J.GHAJAR, 2012).
De acordo com a natureza do escoamento do fluido podemos
classificar a transferência de calor por convecção. Podendo ser
classificada como convecção forçada e convecção natural (INCROPERA,
2008).

A convecção forçada ocorre quando meios externos promovem o


escoamento, como ventos atmosféricos, ventiladores ou bombas. A
convecção natural é originada pelas diferenças de densidades,
ocasionadas pela diferença de temperatura do fluido, que geram as forças
de empuxo (INCROPERA, 2008).

A radiação ocorre devido a mudanças nas configurações eletrônicas


de átomos ou moléculas, que resultam na liberação de energia na forma
de ondas eletromagnéticas (ou fótons) pela matéria (ÇENGEL; J.GHAJAR,
2012).

Existem vários softwares que podem ser utilizados para fazer


simulações das trocas de calor nas superfícies estendidas. Nesse trabalho,
a análise será feita no SolidWorks Flow Simulation. A forma que o software
trabalha acontece inserindo-se dados iniciais para que ele execute a
simulação e traga os dados obtidos na simulação na tela.

5. ALETAS

As aletas aumentam a transferência de calor a partir da superfície


devido ao aumento da área de troca térmica expondo a superfície maior à
convecção e à radiação. São feitas de materiais condutores, como por
exemplo o alumínio. Podem ser fabricadas por extrusão, fixação de uma
folha fina de metal sob uma superfície ou por solda (ÇENGEL; J.GHAJAR,
2012).
Figura 1 – Desenho estudado do dissipador de calor utilizado. Fonte: Autoria própria

O resfriamento que acontece nas aletas se dá pelo processo de


convecção, onde o ar atravessa o espaço entre elas retirando o calor do
material.

Na figura a seguir pode-se ver exemplos de geometrias existentes


para aletas que podem ser aplicadas em uma superfície.

Figura 2 – Diferentes tipos de geometria de aletas. Fonte: Moreira (2016).


6. CAMADA LIMITE DE VELOCIDADE - ESCOAMENTO

Figura 3 – Perfil da camada limite de velocidade – escoamento. Fonte: Coppeti.

• Quando as partículas do fluido entram em contato com a superfície


elas têm velocidade nula.

• Elas atuam no retardamento do movimento das partículas da


camada de fluido adjacente, que por sua vez atuam na seguinte e
assim até uma distância da superfície y= onde o efeito do
retardamento é desprezível.

• Este retardamento do movimento está associado às tensões de


cisalhamento  que atuam em planos paralelos à velocidade do fluido.

• Com o aumento da distância “y” da superfície, o componente da


velocidade do fluido na direção x, u, deve aumentar até atingir o valor
na corrente livre u.

: espessura da camada limite e definida como o valor de y para o qual


u=0,99u.

O perfil de velocidades na camada limite se refere à maneira pela qual u


varia em função de y através da camada limite.

Para uma análise precisa desse processo temos um fator fundamental


chamado coeficiente de convecção. Esse coeficiente depende de algumas
variáveis como:

• Dimensão geométrica por onde o fluido passa. Exemplo: diâmetro


de um tubo, largura e/ou altura de uma placa;
• Viscosidade do fluido;
• Densidade do fluido;
• Calor específico;
• Coeficiente de expansão volumétrica;
• Velocidade do fluido;
• Diferença de temperatura entre uma superfície e o fluido.

7. ANÁLISE

O fluxo térmico é definida pela equação:

Entretanto, para definirmos a eficiência das aletas, precisamos primeiro


calcular o coeficiente das aletas. Para iniciarmos os cálculos, para esse exemplo,
iremos considerar um coeficiente de convecção igual a 29W/m²K e uma
condutividade térmica de k=203W/mK para a placa de alumínio.

A superfície das aletas conta com 80 aletas de espessura de 0,005m,


estando estas espaçadas entre si em 0,004m com altura de 0,01m.

Com a equação à seguir podemos definir seu coeficiente:

2∗ℎ
𝑚= √
𝑘∗𝑒
Assim temos que:

2∗29
𝑚=√
203∗0,005

Logo, temos um 𝑚 = 1,01𝑚−1

Multiplicando 𝑚 por 𝐿 por causa dos espaços entre as aletas, temos que
então:
𝑚 ∗ 𝐿 = 1,01 ∗ 0,004𝑚

𝑚𝐿 = 0,004

Com esses dados, temos condições de calcular a eficiência da aleta.


Usando o cálculo da tangente hiperbólica de mL.

𝑒 𝑚𝐿 − 𝑒 −𝑚𝐿
𝑡𝑔ℎ(𝑚𝐿) = 𝑒 𝑚𝐿 + 𝑒 −𝑚𝐿

Resolvendo a equação em função do 𝑚𝐿 = 0,004, encontramos o


valor de 𝑡𝑔ℎ(0,004) = 0,00399

Para a eficiência da aleta, teremos a equação:

Ɲ=tgh(mL)/(mL)

Dessa forma encontramos a eficiência de Ɲ = 0,9999 ou 99,9%.

Com os dados das aletas, podemos agora calcular o fluxo de calor


pela placa dissipando o calor que é recebido do processador. Estima-se
que a temperatura média de trabalho de um processador moderno gire em
torno de 50℃ entretanto o processador em eu ápice de processamento
alcance 80℃. Sabendo disso, podemos então calcular o fluxo de calor que
é dissipado nesse processador.

A equação de fluxo de calor está descrita a seguir como:

𝑞 ′ = ℎ(𝐴′ + Ɲ ∗ 𝐴) ∗ (𝑇𝑠 − 𝑇)

Onde 𝐴′ = área sem aletas e 𝐴 = área com aletas

𝐴′ = 0,0001𝑚2 − 80(0,0001 ∗ 0,005) = 0,00006𝑚²

𝐴′ = 2 ∗ 80(0,0001 ∗ 0,01) = 0,000016𝑚²

Substituindo os valores na fórmula


𝑞 ′ = ℎ(𝐴′ + Ɲ ∗ 𝐴) ∗ (𝑇𝑠 − 𝑇) ,

temos:

𝑞 ′ = 29[0,00006 + (0,9999 ∗ 0,000016)] ∗ (80 − 50)

𝑞 ′ = 0,066W

Portanto encontramos que 0,066W foram dissipados nesse sistema


de aletas.

8. SIMULAÇÃO E CONSIDERAÇÕES

Figura 4 – Fluxo de calor no dissipador. Fonte: Autoria própria.


Como pode ser observado na simulação, o calor produzido pelo
processador encontra a placa de alumínio do material e percebe-se a
considerável perda de temperatura através das aletas, até chegar ao seu ponto
mais afastado do processador, na parte ilustrada em azul onde encontra-se as
menores temperaturas.
Com a simulação foi possível observar a eficiência das aletas e do
material escolhido para acelerar a troca de calor do objeto a ser resfriado.

9. REFERÊNCIAS

OZISIK, M.NECATI. Heat Transfer - A Basic Approach. New York:


McGraw-Hill, 1985.

CHANG, Yu-juei; WANG, Chi-chuan. A generalized heat transfer


correlation for louver fin geometry. International Journal Of Heat And
Mass Transfer. Great Britain, p. 533-544. jan. 1997. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/001793109600116
0>. Acesso em: 29 dez. 2021.

ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e


massa: uma abordagem prática. 4º Edição, AMGH, 2012.

INCROPERA, Frank P.; DEWITT, P. David; BERGMAN, L. Theodore;


LAVINE, S. Adrienne. Fundamentos de transferência de calor e de
massa. 6º Edição, Rio de Janeiro: Ltc, 2008.

MOREIRA, José R. Simões. Processos de transferência de calor. 2016.


Disponível em: <https://www.slideshare.net/aalextavares/aulas-1-
11conduo> . Acesso em: 29 dez. 2021.

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