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Origens do Feudalismo: concepções de uma formação social

 DIFERENCIAÇÃO ENTRE IDADE MÉDIA E FEUDALISMO:


o 476 d.C. – queda do imperador romano Romulo Augusto pelos impérios bárbaros;
o Alta idade média – consolidação do feudalismo, até o ano 1000;
o Baixa idade média: expansão do sistema feudal até o séc. XVI;
o Transição feudalismo-capitalismo: século XV ao XVI;

 DIFERENTES PERSPECTIVAS PARA CONCEITUAÇÃO DO FEUDALISMO:


o Relação entre os nobres e as hierarquias de poder (vassalagem);
o Relação entre nobres e os servos, base e constituição social

 Concepção baseada na formação das relações das senhores e cavaleiros


o Conjunto de instituições sobre a obediência, serviço, proteção e sustento entre senhores e
vassalos;
o “O sistema feudal é tão só a desintegração do poder público entre as mãos de seus
agentes, que pelo mesmo fato de possuir cada um uma parte do solo, tornam-se
independentes e consideram as atribuições de que se achavam investidos como parte de
seu patrimônio”
o Concepção política: poder profundamente fragmentado;
o Feudo como unidade política fundamental;
o Poder político passa a der exercido de forma privada (suserano-vassalo, senhor-servo);

 Concepção com base nas formas de organização social e econômica (Maurice Dobb)
o Definição de feudalismo seria idêntica à de servidão – centralidade da relação entre senhor
e trabalhador (servo);
o Serviços econômicas impostos pela força, costume ou algum tipo de procedimento jurídico;

 Longo tempo de constituição das instituições feudais


o Consenso quanto a consolidação dessas instituições em torno do ano 1000
o Grandes diferenças ao longo da Europa ocidental

 Fusão de elementos romanos e germânicos


o 1° onda de invasões bárbaras: desmantelamento do império romano;
o 2° onda: processo de fusão durante séculos;
o Estado de guerra permanece até ano 1000 – dinâmica da guerra formando a lógica social
do feudo;
o Imbricação germânica romana: noção de relações pessoais com a terra- servos formados
pelos colonos romanos e campesinato livre germânico;

 Feudalismo como fenômeno político da fragmentação de poder (Henry Perenne)


o Importância do controle mulçumano das linhas comerciais do mediterrâneo a partir de 700,
isolamento da Europa ocidental continental;
o Retorno a uma civilização puramente rural;
o Falência do poder centralizado, passando a ser exercido localmente;

 Feudo como termo político jurídico // senhoril referente a organização produtiva


o Reserva senhorial: centro do domínio e terras cultiváveis;
o Lote dos camponeses: mansos (lotes) e aldeia;
o Terras de uso comum;

 Sistema de campo aberto dos camponeses, as vezes do senhor também


 Obrigação de cultivar as terras do senhor – corveia
o Outras taxações: banalidades (uso das infraestruturas do domínio), talha (tributo para
sustento para sustento do senhor) e capitação (pagamento anual para proteção)

 Inovação e expansão do sistema feudal


o Narrativa renascentista de que não houve inovação e expansão:
o Contudo para o período houve importantes inovações produtivas; arado e cavalo; carro
quatro rodas e rotação de três campos
o Do ano 1000 a 1300 grande crescimento populacional- Inglaterra de 1,1 milhão de pessoas
para 3,75 milhões em 1350
o Expansão das áreas cultiváveis, drenagem de pântanos e ocupação de florestas
o Contradições da incorporação da invocação
o Campos abertos: ganho direito para o camponês, mas teria que ser incorporado por todos
o Fortalecimento dos Estados Medievais durante a baixa idade média.

 Comércio no sistema feudal


o Alta idade média: nível de atividade comercial bastante reduzido, fim do império romano e
tomada das grandes rotas pelos muçulmanos;
o Crescimento do comércio a partir do ano 1000, recuperação da atividade urbana;
o Divergências quanto as causas desse novo crescimento
o Dinâmica interna: expansão feudal levaria a formação de excedente, unificado e
centralizado nos senhores, formação de um mercado consumidor de luxo
o Dinâmica externa (Henri Perenne): liberação do mediterrâneo para a navegação europeia-
Primeira cruzada em 1096
o Comercio e circulação monetária volta a se tornar cotidiano no séc. XII- novas dinâmicas
econômicas e sociais

 Cidades medievais e grandes rotas comerciais


o Cidades medievais formadas na bacia idade média por comerciantes em torno das
muralhas do centro dos feudos (Henri Pirenne)
o Muralha dupla
o Concessão de prifilegios aos comerciantes que atendiam as necessidades do feudo (Marice
Dobb)
o Constituição de centros urbanos com pessoas livres
o Corporações de oficio com controle e regulamentação da produção
o Cidades medievais como burfos completa oposição da ‘polis grega’
o Cidades com comercio de grandes rotas. Exportação
o Moca dinâmica interna: controle pelos comerciantes
o Rotas do mediterrâneo e rotas do norte: Veneza, Flandres e Liga Hanseática
o Florescimento das grandes rotas comercias e das feiras e cidades no interior

 A crise do século XIV


o Meados do século XIV vários elementos indicam a emergência de uma crise social
o Principal característica forte declínio populacional: estimativas de 73 milhões em 1300 para
45 milhões em 1400;
o Peste negra
o Historiografia: a importância de entender o declínio populacional dentro de um quadro de
crise sistêmica-colapso da estrutura social do feudalismo
o Grande fome do começo do século XIV
o Prevalência do desbalanço populacional com áreas menos produtivas (também eventos
climáticos)
o Aumento das guerras entre os estados que se formavam – expansão colapsa também na
estrutura politica
o Aumento dos tributos e agravamento da situação camponesa

 Servidão como relação de classe – revoltas feudais


o Servos com o uso e a posse efetiva de uma parcela de terra:
o Impossibilidade de ameaças quanto a passar fome
o Dificuldade de expulsar das terras – difícil recrutamento e lutas coletivas
o Potencial político ideológico: “a terra é de quem trabalha”
o Importância do trabalho coletivo e dos ‘espaços comunais’
o Maior igualdade na unidade familiar

 Luta social constante durante o sistema feudal:


o Principalmente em torno dos tributos e taxações
o Regiões inteiras rebelaram-se, formando assembleias e recrutando exércitos, atacando
castelos e destruindo arquivos

 Explosão das revoltas do século XIV


o Dizimação da mão de obra e impulso para romper laços servis
o Monetização e aumento dos tributos
o Aumento das cidades e do ‘trabalho livre’
o Flandres (1310), França (Jacquerie 1358), Florença (ciompi 1379), Inglaterra (1381) e
Holanda (1384)

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