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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Enfermagem das Escolas Estaduais
de Educação Profissional – EEEP
Material elaborado/organizado pela professora Rafaelle Alves Diógenes Pontes - 2018
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OBSERVAÇÃO: Ao iniciar esta disciplina vocês deverão estar atentos para as propagandas
em geral sobre saúde (televisão, rádio, jornal, revista, faixas de ruas, cartazes etc) que tenham
objetivo de “educar” a população. Durante esse período faça uma síntese sobre as
contribuições que esses instrumentos educativos em saúde proporcionaram.
educativo não havia nascido do acaso, era uma tentativa de resposta aos desafios contidos
nesta passagem na qual se via a sociedade.
Logo após o golpe militar o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado
uma ameaça à ordem, pelos militares.
Paulo Freire foi preso, acusado de atividades subversivas, e viu-se obrigado a deixar o
país exilando-se no Chile por 14 anos.
Ao retornar do exílio, Paulo Freire, continuou suas atividades de escritor e debatedor.
Trabalhou em universidades e na Prefeitura de São Paulo, como Secretario Municipal de
Educação no governo Luisa Erundina.
Paulo Freire, reconhecido como pai da pedagogia crítica, compreende que a ação
educativa tem que estar garantindo as mudanças da sociedade e, para tal, torna-se fundamental
uma incorporação da perspectiva dialética na educação.
Paulo Freire é sem dúvida alguma: “Um educador humanista e militante. O autor
procura mostrar, nessas sociedades, qual é o papel da educação, do ponto de vista do
oprimido, na construção de uma sociedade democrática ou 'sociedade aberta'. Para ele, essa
sociedade não pode ser construída pelas elites porque elas são incapazes de oferecer as bases
de uma política de reformas. Essa nova sociedade somente poderá constituir-se como
resultado da luta das massas populares, as únicas capazes de operar tal mudança”.
(GADOTTI, 1996, p. 83-84).
Paulo Freire veio a falecer no ano 1997 aos 76 anos de idade na cidade de São Paulo,
vitima de infarto.
Em 2012, foi criada a lei que declarou Paulo Freire patrono da educação brasileira.
1.EDUCAÇÃO BANCÁRIA
Paulo Freire denominava o modelo tradicional de prática pedagógica de “educação
bancária”, pois entendia que ela visava à mera transmissão passiva de conteúdos do professor,
assumido como aquele que supostamente tudo sabe, para o aluno, que era tido como aquele
que nada sabe. Era como se o professor fosse preenchendo com seu saber a cabeça vazia de
seus alunos; depositava conteúdos, como alguém deposita dinheiro num banco. O professor
seria um mero narrador, nessa concepção de educação. Nessa narração a realidade apareceria
como algo imutável, estático, compartimentado e bem comportado, como se fosse uma “coisa
morta”. O termo “educação bancária” traduz a metodologia educacional das instituições
tradicionais de ensino, é reprodutora do saber, faz uso da vigilância, da punição e do exame.
Na educação tradicional o professor é o centro do processo de aprendizagem, pois é
tido como o detentor absoluto do saber, a fonte de todo conhecimento. Nesse tipo de
educação, o discurso do professor deve ser decorado e reproduzido integralmente pelo aluno,
e esse deve permanecer sentado e calado enquanto o professor transmite o conteúdo.
Por isso, Paulo Freire critica esse tipo de ensino; por não considerar aquilo que o aluno
traz consigo, o conhecimento que a criança tem internalizado anteriormente ao seu período de
ingresso na escola. Ele denominava como Palavramundo, todo o saber que o aluno tem, tudo
que ele conhece de sua vida pessoal, familiar e em sociedade.
Sendo assim, o grande educador propõe que se deixe de lado a educação bancária e se
parta para uma educação realmente significativa, que tem o aluno como centro do processo de
aprendizagem e seus conhecimentos prévios de mundo sejam o ponto de partida para o
professor iniciar o trabalho educativo escolar.
A concepção bancária de educação nega o diálogo, à medida que na prática
pedagógica prevalecem poucas palavras, já que "o educador é o que diz a palavra; os
educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os
disciplinados" (Freire, 2005, p. 68). Desse modo, vemos que o desobediente nunca é o educador,
mas, sim, o educando, aquele que precisa ser ensinado a não violar as regras impostas.
Entendemos que o professor irá "depositar" (vem daí a ideia de "bancária") os conteúdos em
suas cabeças, como se fossem recipientes a serem preenchidos. A educação bancária não é
libertadora, mas, sim, opressora, pois não busca a conscientização de seus educandos,
perpetuando e reforçando, assim, sua relação vertical e autoritária, não objetivando a
conscientização dos educandos, "é puro treino, é pura transferência de conteúdo, é quase
adestramento, é puro exercício de adaptação ao mundo" (Freire, 2000, p. 101).
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 9
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No Brasil, temos os primórdios desse tipo de educação com o chegada dos jesuítas que
tinham como missão a catequização do povo nativo, assim produziram um sistema de ensino
baseado na reprodução de conhecimento. Promoviam discursos e teatralização do conteúdo a
ser decorado e reproduzido pelos índios. Dessa forma, os índios apenas reproduziam o idioma
e a religião do povo dominador, mas de uma forma mutiladora (de suas tradições) e alienante
(sem haver assimilação desses novos conteúdos).
Essa herança deixada por nossos primeiros educadores (os jesuítas), caracterizada pela
repetição e pela memorização sem criticidade. É uma educação que valoriza a leitura
mecânica, já que, "em lugar de ser o texto e sua compreensão, o desafio passa a ser a
memorização do mesmo. Se o estudante consegue fazê-lo, terá respondido ao desafio" (Freire,
2002a
, p. 10).
Com a construção de escolas, o ensino continuava o mesmo: Uma reprodução de
conteúdos de forma arbitrária e mecânica. O modelo educacional vinha da Europa, Portugal e
França como modelos principais. O homem branco, cristão, europeu era o modelo de homem
a ser imitado, modelo ideal de ser humano.
A ditadura que se instalou no Brasil, a partir de 1964, perseguiu pensadores,
atravancou o país e impediu as Reformas de Base que poderiam, naquele momento, ter feito à
diferença em nossa história. Sobretudo, a ditadura atacou a educação. As disciplinas das
ciências humanas perderam carga horária, ou, foi substituído por disciplinas que “ensinassem
a obediência”, numa ditadura o pensamento crítico precisa ser abolido.
A Ditadura Civil e Militar tratou, por exemplo, de taxar Paulo Freire como um
perigoso “criminoso”. Seu crime? Alfabetizar os brasileiros. O educador brasileiro que
articulou uma alfabetização libertadora fortemente vinculada a um processo de
conscientização, foi um dos primeiros brasileiros a ser exilado, depois de ter sido preso por 72
dias, acusado de subversão, em 1964, partiu para o exílio no Chile, onde trabalhou por cinco
anos no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma Agrária (Icira) e escreveu seu
principal livro: “Pedagogia do oprimido” (1968). Freire ainda passou por Estados Unidos e
Suíça. Nesse período, prestou consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria
no continente africano.
Tanto a concepção “bancária” da educação que Paulo Freire também denominava
como a educação como prática de dominação, quanto sua negação, representada pela
concepção problematizadora e emancipadora de educação, apareceram pela primeira vez no
seu livro Pedagogia do oprimido, escrito durante seu exílio no Chile nos anos 1967-1969 e
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publicado inicialmente em Nova York, em setembro de 1970. Esse livro, devido à censura
imposta pela ditadura militar, só teve sua primeira impressão brasileira em português em
1975, depois de terem sido publicadas edições em inglês, espanhol, italiano, francês, alemão,
holandês e sueco!
“A pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, terá dois
momentos distintos. O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e
vão comprometendo-se na práxis com a sua transformação; o segundo, em que, transformada
a realidade opressora, essa pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos
homens em processo de permanente libertação”.
1.1Educar sem domesticar
Paulo Freire falava do risco da educação bancária, do perigo de fazer da educação uma
domesticação, isto é, adestrar alguém. Nesse contexto, a palavra adestrar é utilizada como se
usa para outros animais: tirar deles o que é de vontade própria, o que é puramente instintivo,
fazer com que eles vivam conosco na nossa casa, o domus, o doméstico. Educar, como
domesticação, significa também desumanização. Tirar o humano, isto é, a liberdade.
Paulo Freire usava muito a palavra “autonomia”. Uma educação que eleva, que
respeita, que faz com que a pessoa ganhe a sua liberdade, é aquela que produz autonomia, em
que conseguirá pensar de modo próprio, agir com consciência, atuar de maneira deliberada
conforme aquilo que decidiu e pensou. Ele defendia uma educação assumidamente
ideológica” – “propunha uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade
dos alunos e condenava o tradicionalismo da escola brasileira. Tal sistema, só manteria a
estratificação das classes sociais, servindo o ensino de mero treinamento para a formação de
massa de trabalho. Contrariamente, Freire propunha a construção do saber de forma conjunta,
em que o professor se aproxima dos conhecimentos prévios dos estudantes, para com essas
informações ser capaz de apresentar os conteúdos aos alunos, que teriam poder e espaço para
questionar os novos saberes”.
O professor apresenta uma única via para explicar as situações relatadas pelos alunos:
a ideologia em que ele acredita. O aluno é deixado na ignorância sobre a existência de
pesquisas que explicam as situações de pobreza, desigualdade, problemas urbanos e
ambientais, entre outros, fora do universo teórico e ideológico do professor.
Não é alguém soberano, que faz qualquer coisa, mas alguém autônomo, que não é
domesticado, que não é aprisionado, como se fosse apenas treinado, adestrado para ser
obediente. É o rebanho que como uma massa homogênea, não projeta, não transforma, não
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almeja ser mais. “Na verdade, o que pretendem os opressores é transformar a mentalidade
dos oprimidos e não a situação que os oprime, e isto para que, melhor adaptando-os a esta
situação, melhor os domine”.
“A questão está em que, pensar autenticamente, é perigoso”. Mas, perigoso para
quem? Apenas para aqueles que vêem como ameaça a transformação, uma vez que são estes
os únicos beneficiados pela situação vigente. Sentem-se ameaçados pelo pensar autêntico os
dominadores, os que negam a comunicação e que impõem suas concepções aos outros com
o propósito único de manter estático o estado de coisas sempre a seu favor.
2.EDUCAÇÃO LIBERTADORA
Paulo Freire chama de educação libertadora ou problematizadora a educação em que
não existe uma separação rígida entre educador e educando. Ambos contribuem e
protagonizam o processo de ensino e aprendizado. “Desta maneira, o educador já não é o
que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que,
ao ser educado, também educa”. A educação libertadora abre espaço para o diálogo, a
comunicação, o levantamento de problemas, o questionamento e reflexão sobre o estado
atual de coisas e, acima de tudo, busca a transformação. A mesma é uma constante busca
que visa com que os educandos transformem o mundo em que vivem. Para tanto, os mesmos
devem compreender a realidade que os cerca através de uma visão crítica da mesma,
respeitando-se sua cultura e história de vida. Tal concepção educacional baseia-se na
estimulação da criatividade dos educandos e numa relação de simbiose entre educador e
educando a medida em que procurar misturar os papéis dos mesmos, pois crê o autor que
ninguém educa ninguém e ninguém educa-se a sí mesmo, mas os homens educam-se em
comunhão, mediatizados pelo mundo.
Uma verdadeira libertação dos homens e a sua humanização não pode ser realizado
por meio de "depósitos", tal qual a educação bancária faz. Deve-se, sim, realizar-se com a
práxis: ação e reflexão sobre o mundo. A educação libertadora e problematizadora do sujeito
não pode ser a favor de "depósitos" de conteúdos nos corpos "vazios" dos educandos, nem
de uma consciência mecanizada. Assim, a educação libertadora, problematizadora, já não
pode ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir "conhecimentos"
e valores aos educandos, meros pacientes, à maneira da educação "bancária", mas um ato
problematizador, que serve à libertação. Enquanto a educação bancária tem como objetivo
realizar uma divisão entre "os que sabem e os que não sabem, entre oprimidos e opressores",
negando o diálogo, a educação problematizadora, em contrapartida, "funda-se justamente na
relação dialógico-dialética entre educador e educando: ambos aprendem juntos" (p. 69). A
libertação acontece por meio de uma educação que desenvolve a consciência e a
humanização nos educandos e educadores, possibilitando a superação da opressão, da
domesticação e da adaptação.
Reflexão: existe a pedagogia não escolar como, por exemplo, do cinema, televisão,
rádio, livros, jornal e revistas. Em todos estes exemplos a pedagogia que elas carregam são
“bancárias”, uma vez que aqueles que se submetem a elas atuam apenas como receptáculos
atua, propondo práticas pedagógicas capazes de provocar no aluno uma consciência crítica
fomentadora de transformações sociais.
O termo pedagogia libertadora, está também associado à filosofia da libertação.
de Enrique Dussel. Segundo Dussel, o processo pedagógico passa pelo ser humano, que é
agente da própria libertação. A Pedagogia Libertadora utiliza "temas geradores", ou seja, os
alunos são alfabetizados com as palavras que usam no dia-a-dia, sempre associando o
processo de alfabetização com a vida.
As reflexões de Paulo Freire sobre a educação visam a criação de uma pedagogia
crítica-educativa. “Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto de reflexão dos
oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que
esta pedagogia se fará e refará” ( FREIRE,1968, 34).
A educação libertadora proposta por Paulo Freire, por sua face crítica e educativa,
pode servir de importante instrumento de emancipação do homem diante da opressão, pois,
ela demonstra sua preocupação diante da realidade vivida pelo educando, propondo
intervenção prática no ambiente cotidiano escolar, de forma dinâmica, transformadora,
considerando, a todo instante, a realidade concreta, singular e peculiar de cada educando.
O foco central da educação libertadora de Freire é o combate acirrado à dominação e
opressão dos “desprivilegiados”. Esses podem ser entendidos como os “marginalizados” da
sociedade capitalista.
Freire acreditava na possibilidade de mudança, do ser humano, enquanto sujeitos
inacabados e na conscientização destes sobre sua situação de exploração e dominação diante
dos seguimentos mais altos da sociedade. Dentro desta perspectiva de construir uma educação
libertadora, Freire enfatiza que é preciso que se compreenda a educação como um processo de
formação humana.
Desta forma Freire (2000), afirma que ensinar não é somente transmitir conhecimento
e sim, proporcionar que o aluno aprenda de dentro para fora.
Freire propõe um modelo de educação transformador que permita ao homem, a
organização reflexiva de seu pensamento, em um processo de conscientização e
reconhecimento de si próprio como sujeito histórico e politizado, face à análise critica da
sociedade, uma educação que esteja disposta a considerar o ser humano como sujeito de sua
própria aprendizagem e não como um objeto sem saber, onde sua vivência, sua realidade e seu
modo de ver o mundo, sejam considerados, tornando esta aprendizagem realmente autêntica
para ele. Freire afirmava que o processo de educação não se completa na etapa de
desvelamento de uma realidade, mas só com a prática da transformação dessa realidade.
A pedagogia Freriana considera o valor do “saber popular” vê como uma possibilidade
de transformação da realidade destes sujeitos.
E é nesta perspectiva de emancipação do sujeito, que Freire (1991) afirma que a
educação deve ser usada como prática de liberdade, porque segundo Freire, ninguém liberta
ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão.
Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem e assim descobrindo-se,
com eles sofrem, mas sobre tudo com eles lutam” Paulo Freire
2.1.Pedagogia do Oprimido
A Pedagogia do oprimido surgiu no contexto da ditadura no Brasil, e exílio de Paulo Freire,
bem como a luta opressores X oprimidos em âmbito brasileiro e mundial. Possui ênfase na
classe social, assim é necessária a conscientização para a libertação, mas a conscientização
deve vir acompanhada da práxis libertadora. Tem opção pelo povo e por um mundo sem
opressão, tendo os sectarismos de direita e de esquerda e o medo da liberdade como
obstáculos à verdadeira conscientização, sendo, portanto formas de manipulação das
consciências. Possui opção pelo povo e por um mundo sem opressão.
A educação pode jogar um papel decisivo no crescimento da cidadania, na formação da
consciência da dignidade humana e, num estágio mais avançado, na consciência da grandeza
de todos os seres, como expressão cósmica da Criação, como ensina Frei Leonardo Boff. Um
projeto de Educação Popular deve orientar-se numa linha de educação libertadora.
3.EDUCAÇÃO EM SAÚDE
De acordo com os pressupostos pedagógicos de Freire (2005), a educação é uma
atividade mediadora entre o indivíduo e a sociedade, entre a teoria e a prática que se constrói
na relação de diálogo. A educação tem o potencial de desenvolver sujeitos ativos,
participantes da transformação social.
Na educação em saúde deve haver a troca de experiências e informações, na qual
ocorre o aprendizado mútuo, ou seja, tanto o profissional quanto o usuário ensinam e ambos
aprendem. Requer que o profissional de saúde ajude o usuário a buscar a compreensão de seus
problemas e de suas soluções, com base no diálogo e na troca de saberes, portanto, uma
interação entre o saber científico e o popular, em que ambos ensinam e aprendem ao mesmo
tempo (FREIRE, 2005).
O Ministério da Saúde define educação em saúde como:
Processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à apropriação
temática pela população [...]. Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a
autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim
de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades.
Marcondes (apud Santos, 1988) define educação em saúde como sendo um conjunto
de atividades que sofrem influência e modificação de conhecimentos, atitudes, religiões e
comportamentos, sempre em prol da melhoria da qualidade de vida e de saúde do indivíduo.
Educação para a saúde também é outro termo usual ainda hoje nos serviços de saúde. Aqui
se supõe uma concepção mais verticalizada dos métodos e práticas educativas, que remete ao
que Paulo Freire8 chamou de educação bancária. Nesse sentido, é como se os profissionais de
saúde devessem ensinar uma população ignorante o que precisaria ser feito para a mudança de
hábitos de vida, a fim de melhorar a saúde individual e coletiva.
Então, surge a educação em saúde como um instrumento de construção da participação
popular nos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, de aprofundamento da intervenção da
ciência na vida cotidiano das famílias e sociedades nacional tem passado por constantes
mudanças.
Com isso, a educação em saúde pode ser entendida como uma forma de abordagem
que, enquanto um processo amplo na educação, proporciona construir um espaço muito
importante na veiculação de novos conhecimentos e práticas relacionadas.
Até a década de 70 a educação em saúde no Brasil foi basicamente uma iniciativa das
elites políticas e econômicas, voltada para seus próprios interesses. Depois, com o regime
militar, a política de saúde voltava-se para a expansão de serviços médicos privados,
principalmente hospitais, portanto, as ações educativas não tinham espaço. Com a conquista
da democracia política e a construção do Sistema Único de Saúde na década de 1980, os
movimentos sociais passaram a lutar por mudanças mais globais nas políticas sociais e de
saúde.
Na década de 1990 ainda era comum o uso do termo educação e saúde, e o conceito
apresentava-se como uma área de saber técnico, voltada para instrumentalizar o controle dos
doentes pelos serviços e a prevenção de doenças pelas pessoas.
Existem diversidades nos modelos de educação em saúde, sendo que todas evidenciam
um objetivo em comum, que é a mudança de hábitos, atitudes, e comportamentos individuais,
em grupos e no coletivo. Tal mudança de comportamento está atrelada a aquisição de novos
conhecimentos e adoção de atitudes favoráveis à saúde.
Diante disso é possível verificar que o termo educação em saúde está condicionado às
ações que são transmitidas aos indivíduos com intuito de elevar a sua qualidade de vida e
consequentemente de saúde. Neste processo os profissionais de saúde possuem papel
primordial, uma vez que, são eles próprios os responsáveis pela disseminação de
conhecimentos concretos para o alcance dos objetivos de melhorar a saúde das pessoas.
Contudo, devemos nos atentar que esta transmissão de conhecimento constitui-se
também em um modelo de educação, sendo necessário primeiramente que o ser educador
(neste exemplo, o profissional de saúde) seja capacitado para tal tarefa (realização da
educação em saúde). Ao contrário, os resultados serão insatisfatórios.
Visualiza-se que nas instituições de saúde onde o profissional participa de programas
de educação, o mesmo possui maiores embasamentos e interesse por ensinar, é possível então
identificar que ocorre um ciclo de informações, onde aquele que conhece o processo, o
compreende e assimila de alguma maneira, entende melhor a importância da questão
educativa para o cliente/paciente.
O processo de educação na área da saúde pode ser representado pelas mais diferentes
atividades, as quais estão interligadas a partir de ações de educação correspondentes aos
estímulos na busca por atrair o indivíduo a participar do processo de educação, seguido de
formas práticas de aquisição e formação de hábitos em prol da assimilação, construção e
A educação para a saúde é vista como prática social concreta que se estabelece entre
determinados sujeitos - profissionais e usuários - que atuam no interior das instituições de
saúde em busca de autonomia, capazes de escolher e tomar decisões, considerando valores
éticos de justiça, solidariedade, produtividade e eqüidade, atuando no sentido de fazer com
que os serviços de saúde sejam organizados para a defesa da vida. Tal consideração aponta
como espaço de intervenção das práticas educativas, as instituições de saúde, cujos sujeitos
sociais seriam profissionais e usuários que se comunicariam através de relações dialógicas nas
quais cada qual seria educador em relação ao outro.
Ações de educação em saúde voltadas para promoção poder-se-iam denominar de agir
educativo. O agir educativo percorre todos os espaços de socialização: família, grupo, escola,
religião, trabalho, consumo etc. É ação esperada de cidadãos que vivem numa sociedade
democrática, comprometidos com valores da emancipação humana e conscientes de seu papel
de sujeitos sociais.
A prática da Educação em Saúde requer do profissional de saúde, e principalmente de
enfermagem, por sua proximidade com esta prática, uma análise crítica da sua atuação, bem
como uma reflexão de seu papel como educador.
Outras formas de educação em saúde eram caracterizadas por ações verticais de
caráter informativo com o intuito de transformar hábitos de vida, colocando o indivíduo como
o responsável pela sua saúde. Um trabalho realizado por Alves e Aerts em 20116 afirma:
[...] com o apogeu do paradigma cartesiano e da medicina científica, as responsabilidades
referentes às ações de educação em saúde foram divididas entre os trabalhadores da saúde e
os da educação. Aos primeiros, cabia desenvolver os conhecimentos científicos capazes de
intervir sobre a doença, diagnosticando-a e tratando-a o mais rapidamente possível. Ao
educador, cabia desenvolver ações educativas capazes de transformar comportamentos. Essa
lógica, além de fragmentar o conhecimento, não levava em consideração os problemas
cotidianos vivenciados pela população.
O termo educação e saúde, utilizado ainda hoje como sinônimo de educação em
saúde, pode ter se originado dessa prática, indicando um paralelismo entre as duas áreas, com
separação explícita dos seus instrumentos de trabalho: a educação ocupando-se dos métodos
pedagógicos para transformar comportamentos e a saúde dos conhecimentos científicos
capazes de intervir sobre as doenças.
(canais de energia) que circulam pelo corpo. Os pontos de acupuntura são pontos de comando
para modificar esses padrões de circulação energética.
Indicações: Questões neuromusculares, lesões e reabilitação. Porém, dentro
da medicina tradicional chinesa, pode ser utilizada para tratar praticamente qualquer
desequilíbrio, seja físico ou mental-emocional.
Antroposofia
A antroposofia, nome originário do grego que quer dizer "conhecimento do ser humano",
surgiu no início do século XX, introduzida pelo austríaco Rudolf Steiner, como um método
que leva ao conhecimento da natureza do ser humano e sua ligação com Universo, ampliando
a compreensão em várias áreas da vida humana, inclusive ciência e medicina.
Apiterapia
Método que utiliza produtos produzidos pelas abelhas nas colmeias como a apitoxina, geléia
real, pólen, própolis, mel, cera, larvas de zangão e o veneno da abelha - para fins
terapêuticos. Aqui vale fazer um parênteses, ressaltando que existem muitos outros
tratamentos de saúde que se pode fazer uso, sem interferir na vida das abelhas, respeitando
sua preservação e integridade.
Como funciona: O veneno da abelha (apitoxina) é produzido por uma glândula
no interior do abdômen da abelha obreira, que tem como característica ser formado
por uma diversidade de aminoácidos, enzimas, substâncias voláteis e 88% de
água. Suas propriedades antiartríticas são historicamente reconhecidas.
Os efeitos terapêuticos são atribuídos principalmente à melitina: substância de elevada ação
antiinflamatória. A terapia tradicional envolve a aplicação de picaduras de abelha na área
afetada do paciente. Hoje já existe aplicação subcutânea.
Quais Indicações: No tratamento de doenças articulares, como artrites, artroses
e tendinites, e também infecções, doenças cardiovasculares e pulmonares.
Aromaterapia
Uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, os óleos essenciais promovem bem estar e
saúde. A Aromaterapia faz uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, que são óleos
essenciais que com seus aromas promovem bem estar e saúde.
Arteterapia
A arteterapia utiliza recursos artísticos/visuais ou outras expressões artísticas como método
terapêutico. A arte criada através desta prática terapêutica, favorece a promoção do bem-estar
do paciente, tanto no âmbito físico, como mental e emocional.
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 29
Escola Estadual de Educação Profssional (E.E.E.P.) Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Auriculoterapia
Técnica que utiliza pontos específicos na pele do pavilhão da orelha para diagnosticar e tratar
dor e condições médicas do corpo.
Ayurveda
Em sânscrito, a palavra Ayurveda significa ciência (veda) da vida (ayur). Na índia é tida
como medicina oficial e tem sido difundida pelo mundo inteiro, como uma prática terapêutica
milenar.
Esta terapia se fundamenta na análise do Dosha, que é o perfil biológico de cada indivíduo.
Existem três doshas: Vata, Pitta e Kapha e cada um deles apresenta determinadas
características. As pessoas possuem os três doshas, mas em proporções diferenciadas,
variando de indivíduo para indivíduo.
O que é: Sistema terapêutico da Medicina Tradicional Indiana.
Como funciona: O Ayurveda é um sistema muito abrangente, composto de inúmeras técnicas,
desde fitoterapia (uso de plantas medicinais) até massagens, processos de mudança de hábitos,
alimentação, meditação e processos de limpeza chamados panchakarmas.
Indicações: Como é um sistema terapêutico amplo, uma racionalidade médica (um sistema
médico completo), quaisquer tipos de desequilíbrios podem ser tratados por meio do
ayurveda. As técnicas mais utilizadas no Brasil são, principalmente, baseadas em mudanças
na alimentação, massagens terapêuticas, fitoterapia e processos de desintoxicação.
Biodança
A Biodança, denominação derivada do grego bio (vida) e do espanhol danza (dança), que
quer dizer "dança da vida". Essa prática também é chamada de psicodança e se baseia em um
sistema de integração afetiva e desenvolvimento humano, através de vivências criadas com o
uso dos movimentos da dança.
Bioenergética
Visão diagnóstica aliada à compreensão do sofrimento/adoecimento, adota a psicoterapia
corporal e exercícios terapêuticos. Ajuda a liberar as tensões do corpo e facilita a expressão de
sentimentos e trabalhos energéticos, visando a liberação das tensões do corpo e a expressão de
sentimentos. Tratamento que tem por base, para o diagnóstico do problema de saúde, a
relação da emoção com a doença.
Constelação familiar
Técnica de representação espacial das relações familiares que permite identificar bloqueios
emocionais de gerações ou membros da família. Método psicoterapêutico desenvolvido pelo
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 30
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alemão Berl Hellinger, que se baseia no estudo e análise das relações familiares, ajudando a
identificar bloqueios emocionais no indivíduo, herdadas de gerações anteriores ou por
problemas de relacionamento em família.
Cristaloterapia
O que é: Técnica terapêutica integrativa que utiliza cristais previamente selecionados,
posicionados em pontos específicos, chamados de chakras, para reequilibrar o corpo através
do reestabelecimento do livre fluxo de seu sistema de energia. O objetivo é que o corpo como
um todo (físico, energético, emocional, mental e espiritual) possa voltar ao seu estado de
saúde.
Como funciona: “Além do corpo físico, todo ser humano possui um campo de energia que é
responsável por manter a saúde em ordem, regulando estado de humor, qualidade do sono e
várias funções fisiológicas. Este campo, muitas vezes, perde seu estado de equilíbrio devido a
estresse, traumas, fadiga, doenças, irritação, ambientes nocivos e problemas emocionais e
mentais. Não há nada de esotérico nisso”, explica Eduardo Mello, naturólogo do Espaço Pluri.
A Cristaloterapia parte do princípio de que todo cristal é um modulador de frequências
energéticas, ou seja, possui a capacidade de reequilibrar energias desequilibradas. “A
estrutura molecular do cristal segue um padrão perfeito e sua energia emana um padrão de
vibração que ajuda nosso corpo a voltar a vibrar em harmonia”.
Cromoterapia
Utiliza as cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar o corpo.
Dança circular
O principal propósito da Dança Circular Sagrada é desenvolver o sentimento de união e
fraternidade e despertar o espírito comunitário, através da prática em grupo dessa dança. Essa
prática promove a calma emocional, melhora a concentração e memória e desenvolve a
expressão lúdica e corporal, favorecendo a saúde mental, emocional e física dos indivíduos.
Fitoterapia
Fitoterapia é uma denominação oriunda do grego therapeia = tratamento e phyton =
vegetal. Essa prática atua com a utilização de plantas medicinais para tratamento e cura das
doenças.
Geoterapia
Uso da argila com água que pode ser aplicada no corpo. Usado em ferimentos, cicatrização,
lesões, doenças osteomusuculares. Tratamento que utiliza a argila com água, em aplicação nas
áreas do corpo a serem tratadas. A argila pode ser usada em ferimentos e lesões com o
objetivo de promover a cicatrização, ou em doenças osteomusuculares, entre outros usos.
Homeopatia
Como terapia curativa, a Homeopatia utiliza substâncias da Natureza, diluídas e dinamizadas,
para tratamento de doenças partindo do princípio similia similibus curantur (semelhante pelo
semelhante se cura). A Homeopatia foi criada no século XVIII, pelo médico alemão Samuel
Hahnemann (1755-1843).
Hipnoterapia
Conjunto de técnicas que pelo relaxamento, concentração induz a pessoa a alcançar um estado
de consciência aumentado que permite alterar comportamentos indesejados. A Hipnoterapia é
conjunto de técnicas que produzem relaxamento e através da indução do terapeuta, que
faz hipnose, o paciente revela emoções reprimidas e bloqueios psíquicos, podendo reconhecer
seus desequilíbrios.
Imposição de mãos
Cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para
o paciente. Promove bem estar, diminui estresse e ansiedade. Através da imposição das mãos,
o terapeuta passa energia para o paciente promovendo recuperação, calma, equilíbrio,
revitalização e bem-estar.
Meditação
A meditação é uma prática na qual o indivíduo foca sua mente em um objeto, pensamento,
paisagem ou atividade em particular, com o objetivo de alcançar um estado de clareza mental
e emocional e equilíbrio físico. A origem da Meditação remonta às antigas tradições orientais
e tem relação com ensinamentos milenares, como o Hinduísmo, Budismo, e até mesmo o
Cristianismo.
Musicoterapia
Essa atividade se baseia em um conjunto de técnicas que utilizam a música para tratamento de
problemas psicossomáticos.
Naturoterapia
A Naturoterapia aplica ações terapêuticas naturais, como nutrição e utilização de cuidados
naturais, para levar o indivíduo a alcançar o reequilíbrio físico e emocional e uma melhor
qualidade de vida.
Osteopatia
Esta Terapia foi criada por Andrew Taylor Still (1828-1917), e seu fundamento se baseia na
teoria de que o corpo tem capacidade de produzir seus próprios medicamentos e remédios
para sua autocura. De acordo com os princípios da Osteopatia, para o corpo se curar, é preciso
cuidar dele, proporcionando condições ambientais favoráveis e alimentação saudável. A
análise da estrutura corpórea do indivíduo é uma das formas de diagnóstico desta prática
terapêutica.
Ozonioterapia
Mistura dos gases oxigênio e ozônio por diversas vias de administração com finalidade
terapêutica e promove melhoria de diversas doenças. Usado na odontologia, neurologia e
oncologia.
Quiropraxia
Este método terapêutico tem por base, para tratamento de saúde, as condições do sistema
músculo-esquelético, principalmente da coluna vertebral do paciente.
O que é: Os quiropratas são vitalistas, acreditam que o poder do corpo cura
o corpo. A base científica é fundada na neurologia e todos os procedimentos têm uma
fundamentação no sistema nervoso. O quiroprata faz ajustes articulares específicos para
corrigir disfunções nos movimentos, em especial na coluna vertebral, “que chamamos de
Complexo de Subluxação Vertebral”, explica Fernando Azevedo, coordenador acadêmico do
curso de quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi.
Como funciona: “Temos mais de cem métodos e, no Brasil, aplicamos aproximadamente oito.
A finalidade de todos é a correção do complexo de subluxação vertebral, que nada mais é que
uma deficiência nos movimentos macro ou microscópicos da coluna que limita a transmissão
do impulso nervoso. Aplicada normalmente com as mãos, as manobras curtas e rápidas
podem provocar estalos devido à liberação da reação gasosa presente na articulação.
Algumas técnicas também utilizam aparelhos para realizar o ajuste articular, que libera ou
facilita o funcionamento pleno do sistema nervoso.
Indicações: “A quiropraxia é boa para tudo e tratamento para nada. Isso porque, do ponto de
vista clínico, não tratamos doenças. Há melhoras em condições das mais diversas, desde
hérnia lombar até qualidade do sono.”
Reflexoterapia
Essa prática está relacionada com os fundamentos da medicina tradicional chinesa, e consiste
na aplicação de pressão, utilizando os dedos das mãos em pontos energéticos situados na
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 33
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plantas dos pés e nas palmas das mãos, promovendo o equilíbrio e revitalização do organismo
e do corpo, através dessa ativação energética.
Reiki
O Reiki surgiu em 1922, através do monge budista japonês Mikao Usui e tem por base o
trabalho com a energia vital universal "Ki", através da imposição de mãos, com a finalidade
de energizar o corpo físico, trazendo saúde e equilíbrio. É uma terapia natural japonesa de
harmonização e reposição energética com intuito de reestabelecer a saúde física, mental,
emocional e espiritual.
Shantala
A Shantala é uma massagem milenar indiana. Essa prática foi trazida para o Ocidente pelo
médico francês Frédéric Leboyer, que de passagem pela Índia, viu a cena de uma mulher,
chamada Shantala, à massagear seu bebê. Dessa "descoberta", esse médico criou a terapia
Shantala, que consiste em massagem feita pelas mães em seus bebês, principalmente, para
aliviar cólicas e acalmá-los.
Terapia comunitária integrativa
A Terapia Comunitária Integrativa tem como eixo temático a reunião em grupo com o
objetivo de diminuir o sofrimento, melhorar a autoestima e criar redes sociais solidárias. Esse
tratamento coletivo é um instrumento que contribui para a prática de solidariedade coletiva,
visando a promoção da vida, mobilização de recursos e o desenvolvimento de competências
dos indivíduos, das famílias e das comunidades.
Terapia de Florais
Uso de essências florais que modifica certos estados vibratórios. Auxilia no equilíbrio e
harmonização do indivíduo. O que é: É uma terapia que utiliza essências extraídas de flores
em altas diluições para tratar aspectos relacionados principalmente a emoções e
comportamentos.
Como funciona: A terapia floral pode ser compreendida a partir de um entendimento
aproximado da homeopatia. Não há princípio ativo, mas uma informação transmitida da flor
para a água, formando as essências em diluições homeopáticas.
Indicações: Desequilíbrios emocionais, relacionais e comportamentais diversos. O terapeuta
individualiza a fórmula a partir de uma avaliação que vai além do sintoma. Normalmente,
combinam-se essências florais para determinado caso.
médica e pelo registro dos profissionais no país, que se posicionou contra a medida. A opinião
– sustentada por representantes da entidade desde a promulgação da política governamental
sobre o tema em 2006 – implica a proibição do exercício das práticas por médicos
credenciados no Brasil. “Os médicos só podem atuar na medicina com procedimentos
terapêuticos que têm reconhecimento científico”, disse Vital. Caso um paciente peça por
tratamentos do tipo, o presidente do CFM diz que o médico deve dar esclarecimentos sobre a
eficácia e sobre “as verdades científicas do que se faz na medicina”. “Paradoxalmente, essas
verdades (...) não existem na prática alternativa. Portanto não seria correto o médico apoiar ou
estimular o seu paciente na busca por práticas integrativas.”
Ingleses contra homeopatia: Na direção oposta à medida adotada pelo governo
brasileiro, o serviço nacional de saúde britânico (conhecido pela sigla NHS) anunciou o fim
da prática de homeopatia no Royal London Hospital for Integrated Medicine, um importante
centro hospitalar de Londres e o maior do tipo na Europa. “Não há evidências de qualidade de
que a homeopatia é eficiente como um tratamento para qualquer condição de saúde”, disse a
agência de saúde britânica, anunciando o fim do uso de dinheiro público para esse fim. Para o
diretor do serviço de saúde na Inglaterra, Simon Stevens, homeopatia é “na melhor das
hipóteses um placebo, além de um mal uso da escassa verba do NHS”. De acordo com a BBC,
hospitais de outras regiões do Reino Unido, como Bristol (Inglaterra) e Glasgow (Escócia),
não foram afetados pela medida e poderão seguir oferecendo tratamentos com homeopatia a
seus pacientes.
5.3. As práticas mais utilizadas no Brasil
Na atualidade, a acupuntura é a prática mais utilizada, com 707 mil atendimentos e
277 mil consultas individuais. As práticas de Medicina Tradicional Chinesa, como Tai-chi-
chuan e Lian gong, também, aplicadas no SUS, estão em segundo lugar com os atendimentos
de 151 mil sessões. Em terceiro lugar, om 142 mil procedimentos, vem a auriculoterapia, uma
prática similar a acupuntura, com a diferença, que trata pontos energéticos através do pavilhão
auditivo.
Em seguida, se tem registradas 35 mil sessões de yoga, 23 mil de dança
circular/biodança e 23 mil de terapia comunitária, entre outras.
Os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas
integrativas e complementares, têm sido mostrados com comprovações médico-científicas.
Outros fatores que contribuem para viabilizar essas práticas no atendimento à
população pelo serviço de saúde pública, é o crescente número de profissionais capacitados e
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 36
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busca de uma melhoria nas condições de vida das famílias, a necessidade de novos horizontes,
fundamentalmente relacionados com aspectos econômicos, culturais e intelectuais são os
motivos pelos quais as pessoas tendem a abandonar os seus países de origem, integrando-se
noutras sociedades e noutras culturas muitas vezes de maneira traumática (MAYOL, 2003).
Pode dizer-se que todas as sociedades e todos os países são compostos por uma multiplicidade
de culturas que coabitam no mesmo espaço.
Na atualidade, a diversidade de pessoas oriundas de outras culturas, faz com que
tenhamos que repensar nas práticas de cuidados de saúde de uma forma mais coerente,
coordenada e eficaz, não desligadas dos seus contextos individuais, sociais e culturais.
Os Determinantes Sociais da Saúde e os fatores étnico-culturais podem estar
relacionados à produção das desigualdades em saúde ao exporem segmentos da população a
uma condição de maior vulnerabilidade, para isso é necessário que haja a alimentação de
informações necessárias ao funcionamento adequado do Sistema Único de Saúde. Como
exemplo da etnicidade, podes citar o uso consciente e simbólico de elementos de raça,
história, origem comum, costumes, valores e crenças.
As fronteiras sociais e culturais têm uma coincidência cada vez menores”, já que,
contemporaneamente, a diversidade cultural está cada vez mais dentro das próprias
sociedades, fazendo com que o confronto e as trocas sejam muito mais presentes nos
processos da renovação cultural do que o foram no passado. Essa situação na qual os outros já
não se apresentam distantes como outrora e seus modos de ser e viver se desenvolvem
entrecruzados aos nossos parece criar uma série de novos desafios.
Com efeito, a principal estrutura institucional de prestação de cuidados de saúde é o
hospital onde os diagnósticos e tratamentos são codificados, estereotipados, e não é tido em
conta, ou muito pouco, as hipóteses etiológicas das famílias, a sua percepção quanto à
natureza e gravidade da doença, quando sabemos que as culturas e as famílias se organizam
em torno da gravidade e dos motivos que imaginam possam ter causado tais sintomas
(KLEINMAM, 1980).
Aos profissionais de saúde deverá ser possível o acesso a uma formação sólida que
lhes permita desenvolver competências interculturais para compreender e gerir, na sua prática
diária de cuidados, outros entendimentos sobre a vida, a saúde e a doença e outras formas de
coexistir numa ética de cuidados que implique ter em conta a cultura das pessoas doentes,
suas famílias e as maneiras de a interpretar no momento em que a vivem (RAMOS, 2004,
2009).
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 42
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Uma das primeiras dificuldades dos doentes pertencentes a outras culturas verifica-se
no momento em que chegam ao hospital. Desconhecem as regras de comportamento
hospitalar, os documentos necessários, a posição e direitos da família em todo o processo, as
horas de visita, os hábitos alimentares condicionados pelo internamento, o vestuário
necessário e toda uma variedade de dificuldades que terão que enfrentar em conjunto com a
sua nova situação de sofrimento e doença.
O corpo e a forma como será tratado, é um dos aspectos que mais perturbam pessoas
de outra cultura e religião. De uma maneira geral é o profissional de saúde que dá as diretrizes
e as explicações e, frequentemente não temos em conta que em muitas culturas, tantas
perguntas não são bem aceites. Alguns pacientes, não só não respondem como não pedem
nenhuma clarificação sobre o assunto. Tais premissas podem levar a que as pessoas doentes
podem não entender a sua condição ou não serem capazes de seguir o seu plano de tratamento
comprometendo bastante o seu processo de recuperação.
Nunca é demais referir que não é possível prestarmos cuidados de saúde com
qualidade sem atendermos às características culturais de ambos os intervenientes na relação –
o profissional de saúde e o usuário. As competências culturais situam-se assim, como novos
desafios para uma prática diária de cuidados que se procura a mais adaptada para promover a
saúde e bem estar e prevenir a doença e a sofrimento. Falar do corpo como instrumento
privilegiado de cuidados é muito mais do que mencionar as sensações que se têm quando
cuidamos de alguém. É fazer um percurso pessoal que é mais do que utilizar as mãos para
manipular, transportar, levantar, puncionar, acariciar e massajar.
A cultura e o conhecimento sobre a diversidade cultural, são a chave que melhor
permitirá adequar as práticas de cuidados às necessidades da sociedade contemporânea. São
novos desafios que temos que enfrentar e temos que tomar consciência de que, quando se fala
de transculturalidade, interculturalidade ou multiculturalidade, estamo-nos a referir não só à
diversidade cultural como também à diferença e à convivência com essa mesma diferença.
O melhor conhecimento das culturas vai permitir-nos cuidar melhor destas pessoas e
compreender de forma mais global os seus universos.
busca ajuda por conta própria, principalmente quando estão em dificuldades relacionadas ao
uso de drogas.
Eles pouco relacionam possíveis alterações de seu comportamento, pensamento e
mesmo de seu funcionamento orgânico com o uso dessas substâncias, pois essas mudanças
muitas vezes decorrem também da adolescência normal. Quando o fazem, minimizam ou
negam as evidências e, dentro de uma postura ainda ambivalente, dizem que "isso não é nada"
e que poderão resolver tudo sozinhos. Portanto, esse momento é muito especial e, dependendo
da forma de abordar o problema pelos familiares, amigos ou mesmo pelo profissional, a
resistência pode aumentar e a chance de intervir diminuir. Portanto, o primeiro passo da
intervenção com um jovem é adequar esse contato, por meio de uma entrevista afetiva, ativa,
objetiva e clara, buscando a cooperação do paciente e reforçando o sigilo das informações.
Deve-se propiciar uma anamnese livre, na qual o jovem responda a duas questões
básicas: por que ele veio para a consulta e o que ele pensa que está errado com ele. O
profissional deve conduzir esse contato tentando vencer a resistência do jovem e obtendo as
informações necessárias para um diagnóstico mais preciso. A confidencialidade e a
importância da percepção por parte do adolescente de que tem um papel a assumir no
processo de mudança que ali se inicia são amplamente debatidos e garantidos. Esses cuidados
são imprescindíveis para desenvolver um bom rapport, o objetivo principal dessa primeira
entrevista.
São objetivos dessa avaliação: estabelecer o vínculo; investigar sobre a saúde física e
mental; sobre o comportamento e o relacionamento social e familiar; o ajustamento escolar ou
profissional; sobre seu lazer; e, finalmente, sobre o uso de drogas e os problemas a ele
associados, estabelecendo uma história sobre o uso de drogas na vida. Após essa avaliação
global do adolescente, por meio da investigação das diversas áreas de sua vida, realiza-se o
exame físico e solicitam-se exames laboratoriais, se necessário. O jovem deve receber todos
os resultados dessa investigação. A seguir, define-se a gravidade do uso de drogas e suas
conseqüências, desenvolvendo um plano de intervenção subsequente, com metas e critérios de
sucesso esperados com o tratamento. Se não for possível aplicar tal estratégia, é melhor
encaminhar o jovem para um serviço especializado.
Sabe-se da importância do sistema familiar nas intervenções para prevenção e
tratamento da dependência de álcool e outras drogas. Para a maioria dos jovens, o suporte
socioeconômico vem dos pais e, para eles, os serviços de tratamento devem um
esclarecimento legal sobre alguns problemas. Garantindo ao jovem o sigilo das informações
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 49
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Tratamento
Como tratar o adolescente com problemas relacionados ao uso de álcool ou outras
drogas? O tratamento depende de fatores extrínsecos, isto é, da disponibilidade do tratamento
mais adequado para o jovem (próximo ao local de sua residência e compatível com sua
condição socioeconômica e com seu sistema familiar), como também de fatores intrínsecos,
como a motivação do jovem e a gravidade de seu diagnóstico como um todo. O tratamento do
adolescente deve levar em consideração também, o tipo da droga utilizada e a frequência do
consumo.
Cerca de 80% dos jovens com problemas associados ao uso de drogas são tratados em
ambulatórios por meio de abordagens individual, grupal, familiar ou uma combinação dessas,
aplicando-se modelos teóricos variados. O tratamento pode ser feito em regime de internação
parcial (hospital-dia) e em regime de internação integral, utilizando-se a psicanálise, a terapia
comportamental, a cognitivo-comportamental, a interacional e a sistêmica, entre outras.
Segundo Newcomb (1995), os fatores de risco para o uso de drogas incluem aspectos
culturais, interpessoais, psicológicos e biológicos. São eles: a disponibilidade das substâncias,
as leis, as normas sociais, as privações econômicas extremas; o uso de drogas ou atitudes
positivas frente às drogas pela família, conflitos familiares graves; comportamento
problemático (agressivo, alienado, rebelde), baixo aproveitamento escolar, alienação, atitude
favorável em relação ao uso, início precoce do uso; susceptibilidade herdada ao uso e
vulnerabilidade ao efeito de drogas.
Pesquisas etnográficas e epidemiológicas utilizando uma metodologia rigorosa podem
fundamentar projetos e prevenção em todos os níveis, fornecendo dados e elucidando muitas
questões, pois o custo pessoal e social com a dependência nos países desenvolvidos tem sido
muito maior que o gasto com a prevenção. No Brasil, mesmo sem tradição nessa área, é
preciso priorizar políticas preventivas, gerando projetos mais ajustados à realidade brasileira,
pois prevenir ainda é melhor que remediar!
A Política Nacional do Ministério da Saúde para a Atenção Integral aos Usuários de
Álcool e Outras Drogas preconiza que definir políticas públicas para a promoção de mudanças
nos diferentes níveis envolvidos requer: mudanças individuais de comportamento; mudança
de crenças e normas sociais; ações de informação e prevenção; diversificação e ampliação da
oferta de serviços assistenciais; adoção de políticas de promoção da saúde que contemplem
ações estruturais nas áreas de educação, saúde e de acesso a bens e serviços. Essa política
contempla também a discussão das leis criminais de drogas e a implementação de dispositivos
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 51
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legais para a equidade do acesso dos usuários às ações de prevenção, tratamento e redução de
danos; a revisão da lei que permite demissão por justa causa por uso de drogas por
funcionários; a discussão do impedimento da testagem de uso de drogas, realizada de forma
compulsória em empresas e escolas públicas (Brasil, 2004).
A abstinência não pode ser o único objetivo a ser alcançado (Brasil, 2004). Quando se
trata de cuidar de vidas humanas, temos que necessariamente lidar com as singularidades e
com as diferentes possibilidades de escolha. Deve-se acolher sem julgar o que cada usuário
necessita, sempre levando em conta o seu desejo e participação. Nesse sentido, a abordagem
de Redução de Danos (RD) pode ser uma alternativa. A estratégia de RD reconhece cada
usuário na sua singularidade, reflete sobre alternativas que estão voltadas não só para a
abstinência, mas para a defesa de sua vida. Assim, cuidar significa aumentar o grau de
liberdade e corresponsabilidade dos sujeitos (Brasil, 2004). Isso implica a construção de
vínculo com os profissionais que também passam a ser corresponsáveis pela vida daquele
usuário.
O uso de substâncias psicoativas apresenta-se como um processo complexo, em razão
dos diferentes domínios da vida dos indivíduos que podem estar envolvidos, sendo
considerado assim, um problema multifatorial. Os dados evidenciam que o entorno geográfico
e as redes sociais dos indivíduos podem se constituir como fatores de risco ou de proteção.
Essas redes podem favorecer aos indivíduos manter-se no uso de drogas ou podem oferecer
recursos para o indivíduo integrar-se à vida social.
A família e a prática da espiritualidade, incluindo o ambiente na qual ela se dá, como
também a expectativa de reaver a independência, através da obtenção de renda e permanência
em vínculo empregatício, são referidos como fatores que auxiliam na sustentação do
tratamento e na abstinência. Tais recursos devem ser explorados pelos profissionais nos
projetos terapêuticos singulares, tanto no tratamento como na reabilitação psicossocial.
11.ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
de frutas, 3 de laticínios, como queijos, leite e iogurte, uma de carnes e ovos, uma de feijão e
outras leguminosas, uma de óleos e outras gorduras e uma de açúcares e doces.
A seguir confira a pirâmide alimentar brasileira:
fibras e por isso contribuem para a melhora no trânsito intestinal, previnem o diabetes, ajudam
na perda de peso, controle do nível de colesterol, entre outros.
Outro macronutriente é a proteína. Ela possui quatro calorias por grama e tem como
uma de suas principais funções reparar as microlesões que ocorrem como um processo
fisiológico normal quando se pratica atividade física e proporcionar a sua regeneração e
formação de novas células musculares.
As proteínas podem ser encontradas em alimentos de origem animal, como carnes
vermelhas, peixes, aves, laticínios e ovos. Elas também estão presentes nos alimentos de
origem vegetal, especialmente leguminosas como feijão e soja.
O outro macronutriente é a gordura e possui 9 calorias por gramas. Elas se dividem
entre gorduras monoinsaturadas, poli-insaturadas e saturadas. As gorduras proporcionam
saciedade e algumas delas proporcionam benefícios para o cérebro. As gorduras poli-
insaturadas são encontradas em alimentos como a chia, a linhaça e peixes de água fria, salmão
e sardinha por exemplo. Já as monoinsaturadas estão presentes em óleos, como o azeite e no
abacate.
Quantidades recomendadas de macronutrientes
A recomendação é que uma alimentação saudável seja composta de 40 a 55% de
carboidratos, 15 a no máximo 30% de proteínas, sendo metade de origem animal e outra
vegetal, e entre 25 e 30% de gorduras, sendo um terço de saturadas, um terço de poli-
insaturadas e um terço de monoinsaturadas.
Macronutrientes para priorizar
Os carboidratos complexos, aqueles em que o açúcar demora mais para ser absorvido
no sangue, e menor carga glicêmica, quantidade de açúcar presente no alimento, são os que
devem estar presentes com maior frequência em uma alimentação saudável. As frutas,
especialmente quando ingeridas com casca, e os alimentos integrais costumam ter estas
características.
Quanto às proteínas, a recomendação é ingerir tanto aquelas de origem vegetal, como
a soja e o feijão, quanto às de origem animal. Porém, uma pessoa consegue manter uma dieta
vegetariana e ainda assim ser saudável. Fontes de proteínas de origem animal que vale a pena
investir são aquelas com menor concentração de gorduras saturadas como os peixes, as aves,
os ovos e o leite semi-desnatado. Quanto aquelas de origem vegetal, todas parecem ser boas
alternativas, como o feijão, a soja, a lentilha, o grão de bico e a quinoa.
Quanto às gorduras, aquelas insaturadas são boas alternativas para a saúde. Vale
investir em fontes de ômega 3 como o salmão, a sardinha e outros peixes de águas frias, a chia
e a linhaça. Alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas como o abacate e o azeite também
são ótimas opções.
Macronutrientes para evitar
É importante reduzir o consumo de fontes de carboidratos com alto índice e taxa
glicêmica, como o pão branco, a batata, a massa e o arroz branco. Isto porque eles podem
levar a picos de insulina que em excesso favorecem desde o ganho de peso até o diabetes.
Quanto à proteína, é importante não abusar do consumo da carne vermelha. Ingerir
cerca de 300 gramas deste alimento por semana já é o suficiente. O excesso de carne vermelha
leva ao maior consumo de gorduras saturadas que aumenta o risco de problemas
cardiovasculares, entre outros.
Em relação às gorduras o mesmo cuidado com a saturada é válido. Evite exagerar no
consumo de fontes de gorduras saturadas, principalmente as carnes vermelhas gordurosas e o
leite integral, entre outros.
Micronutrientes
Entre os micronutrientes temos os minerais e as vitaminas, o que resulta em dezenas
de substâncias essenciais para a manutenção da vida. Alguns bons exemplos de vitaminas são:
vitamina A, importante para a visão e crescimento e que é encontrada em ovos, cereais
fortificados, leite, cenoura, entre outros, vitaminas do complexo B, grandes aliadas do cérebro
e que são encontradas principalmente em carnes, leite e ovos, e vitamina C, que melhora a
imunidade e pode ser encontrada nas frutas como kiwi, laranja e acerola.
Quanto aos minerais, eles se dividem entre macromineais, que precisamos ingerir em
grandes quantidades, como o cálcio, e os elementos traços, que precisamos de pequenas
porções, como o boro. Exemplos de macrominerais são o ferro, que previne anemia, é bom
para o coração e pode ser encontrado em carnes, e o cálcio, aliado dos ossos e dentes que está
presente principalmente nos laticínios.
Como existem diversos micronutrientes, a melhor maneira de saber que está ingerindo
quantidades suficientes deles é manter sempre uma grande variedade na dieta. Procure
consumir todos os grupos alimentares e seguir o conceito de variabilidade alimentar que
sugere que a sua dieta abranja ao menos 30 alimentos. Produtos alimentares, como embutidos,
Refeição Sugestão
Invista em frutas, cereais, pães integrais e oleaginosas. Para beber: sucos naturais,
Café da
água de coco, chás, leite ou café. Um café da manhã ideal pode ter 20% do
manhã
consumo diário, cerca de 400 kcal.
Esta refeição deve ser leve e rápida, com alimentos de baixo índice glicêmico
Lanche da (devagar absorção). Invista em frutas, oleaginosas, alimentos naturais e integrais.
manhã Para beber: sucos naturais, chás ou água de coco. O lanche da manhã ideal pode
ter 5% do consumo diário, cerca de 100 kcal.
Escolha um lanche rico em proteína. se quiser, pode adicionar uma fruta, que é
Ceia um carboidrato leve ou, no máximo, 1 torrada integral. A ceia pode ter 5% do
consumo diário, 100 kcal
considerando que uma pessoa faça 5 refeições por dia, o que equivale a 35 refeições por
semana. Se entre essas 35 refeições, 30 forem saudáveis e 5 não forem, isto provavelmente
não irá comprometer a saúde de uma pessoa saudável.
REFERÊNCIAS
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Libertadora” de Paulo Freire, do livro “Introdução à Psicologia Escolar” organizado por
Maria Helena Patto. São Paulo: T. A. Queiroz, 1971.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro,
1986.
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Paulo: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1997.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1980
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educacao-bancaria-ideologizada
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http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20metodo_pa
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_FreireAlmanaque Saraiva. Ano 5. # 53. Setembro/2010.
Pág. 16.
https://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/20643-alimentacao-saudavel
RAMOS, Edla Análise ergonômica do sistema hiperNet buscando o aprendizado da
cooperação e da autonomia. Tese de doutorado defendida junto ao programa de Pós
Graduação m Engenharia Produção e Sistemas da UFSC. Novembro de 1996. Capítulo 4 -
itens 4.4 e 4.5.
TANCREDI, F. B.; BARRIOS, S. R. L.; FERREIRA, J. H. G. Planejamento em saúde. São
Paulo: Edusp, 1998.
Enfermagem – Educação em Saúde e Práticas Integrativas 62
Hino Nacional Hino do Estado do Ceará
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!