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Negação – inverte // Conjunção ^ verdadeira se forem ambas verdadeiras// Disjunção- Falsa se ambas falsas//

Condicional  falsa se antecedente verdadeira e consequente falsa.

Argumento Válido se tiver propuiscoes verdadeiras e tiverem de acordo com conclusão sólido

Argumento dedutivos – permissas suportam e estao de acordo com a conclusao´

Argumentos não dedutivos- são válidos quando improvaveis mas não impossiveis

Falácia da generalização percipitada- generaliza

Falácia da amostra não representativa- conclui de uma pequena parte uma grande

Falacia falsa analogia

Falacia do apelo ilegitimo a autoridade

Falacia da circularidade usa conclusao para justicar os argumentos

Falacia falso dilema – opcoes a apenas duas

Falacia relacao causal conclui que há uma causa de relacao feito

Falacia ad hominem ataca a pessoa em vez da tese

Falacia ad populum apela opiniao das pessoas

Falacia do apelo a ignorancia diz se que e verdadeiro porque não se sabe

Falacia do espantalho usa se uma tese fraca em vez da original

Falacia da derrapagem utiliza se uma permissa falsa para criar uma cadeia causal e refutar a tese
Determinismo radical é a teoria que nega a liberade humana da decisao e o livre arbitrio. Os acontecimentos estão
todos derteminados seja por motivos naturais de origem humana ou metafisica. O livre arbitrio é incompativel com
o mundo regido com leis. A liberdade é um ilusão.

Determinismo moderado – somos livres quando o queremos e escolhemos o ser e fazemos o que fazemos o que
queremos fazer e não somos forçados ou compelidos contra a nossa vontade

Os deterministas moderados consideram a ausência de compulsão, e não a ausência de causa, o critério da liberdade de


escolha. Em termos gerais, defendem que as pessoas agem livremente quando fazem o que querem e escolhem fazer e
não agem livremente quando o que fazem é forçado ou compelido. Por outras palavras, de acordo com os deterministas
moderados, uma vontade livre é simplesmente uma vontade não-compelida.

Acao livre é uma ação cuja causa são estados internos como o estado de espirito ou desejos

Não livre – é uma ação cuja causas são fatores externos que o agente não pode controlar

Kant
Metafisica

O valor moral da ação não reside, portanto, no efeito que dela se espera […]. Nada senão a
representação da lei em si mesma, que em verdade só no ser racional se realiza, enquanto é ela, e
não o esperado efeito, que determina a vontade, pode constituir o bem excelente a que chamamos
moral, o qual se encontra já presente na própria pessoa que age segundo esta lei, mas não se deve
esperar somente do efeito da ação.

– na perspetiva de Kant, as consequências são irrelevantes para determinar o valor moral da


ação- na perspetiva de Kant, uma ação é boa dependendo da intenção do agente- – na
perspetiva de Kant, uma ação é boa quando é feita por respeito à lei moral

É na verdade conforme ao dever que o merceeiro não suba os preços ao comprador


inexperiente, e, quando o movimento do negócio é grande, o comerciante esperto também
não faz semelhante coisa, mas mantém um preço fixo geral para toda a gente, de forma que
uma criança pode comprar no seu estabelecimento tão bem como qualquer outra pessoa. É-
se, pois, servido honradamente; mas isso ainda não é bastante para acreditar que o
comerciante assim proceda por dever e por princípios de honradez; o seu interesse assim o
exige […].

Distinga, partindo do exemplo dado por Kant, agir por dever de agir em conformidade com o
dever.

– a ação em conformidade com o dever pode ser motivada por inclinações, como o interesse
próprio / o comerciante agiria em conformidade com o dever se, ao fixar um preço igual para
todos, fosse motivado pelo seu interesse em manter a clientela; – a ação realizada por dever
é exclusivamente motivada pelo dever / o comerciante agiria por dever se fosse motivado a
fixar um preço igual para todos apenas pelo dever de ser honesto; – a ação em conformidade
com o dever, apesar de não ser contrária ao dever, não tem valor moral; – a ação realizada
por dever é a única moralmente boa.

. Haverá alguma circunstância em que seja moralmente aceitável matar uma pessoa inocente,
sem o seu consentimento, para salvar a vida de outras cinco pessoas?

Apresente as respostas que Kant daria.

Kant diria que em nenhuma circunstância é moralmente aceitável matar uma pessoa
inocente, sem o seu consentimento, para salvar a vida de outras cinco pessoas.Kant
apresentaria o imperativo categórico para justificar a sua opção. De acordo com Kant, a
máxima de matar alguém para salvar um maior número de pessoas viola a fórmula da lei
universal, pois não podemos querer que tal máxima se torne uma lei universal (OU a fórmula
da humanidade do imperativo categórico estabelece o dever de nunca usar a humanidade,
seja na sua pessoa ou na pessoa de qualquer outro, apenas como meio, mas sempre como
um fim em si mesma; por essa razão, matar uma pessoa, sem o seu consentimento, seria
usar essa pessoa apenas como meio, não respeitando a sua dignidade de ser um fim em si
mesma em todas as circunstâncias);

Que outra coisa pode ser, pois, a liberdade da vontade senão autonomia, isto é, a propriedade
da vontade de ser lei para si mesma? […] Vontade livre e vontade submetida a leis morais são
uma e a mesma coisa.

Explique por que razão, segundo Kant, «vontade livre e vontade submetida a leis morais são
uma e a mesma coisa».

– uma vontade livre é uma vontade autónoma, e a autonomia consiste em não se deixar
determinar por algo exterior a si, como os costumes, as leis (dos Estados), as religiões ou as
inclinações naturais (instintos, emoções, desejos ou interesses pessoais); – a vontade de um
ser racional só é livre ou autónoma se o princípio que a determina for, ele próprio, racional,
ou seja, se esse princípio for a lei moral; – a liberdade da vontade consiste na submissão a
leis morais que nós próprios, enquanto seres racionais, estabelecemos

Ser caritativo quando se pode sê-lo é um dever, e há, além disso, muitas almas de disposição
tão compassiva que, mesmo sem nenhum outro motivo de vaidade ou interesse pessoal,
acham íntimo prazer em espalhar alegria à sua volta e se podem alegrar com o contentamento
dos outros, enquanto este é obra sua. Eu afirmo porém que, neste caso, uma ação deste tipo,
ainda que seja conforme ao dever, ainda que seja amável, não tem qualquer verdadeiro valor
moral […].

Por que razão Kant afirma que o tipo de ação descrito no texto anterior não tem valor
moral?

a ação caritativa descrita resulta de uma disposição compassiva (de um sentimento de


compaixão), e é motivada pelo prazer que dela retira quem a pratica, em virtude do
contentamento que proporciona aos outros; – de modo a ter valor moral, a ação descrita
teria de ser determinada pelo dever / a ação descrita teria de ter como motivo o respeito
pelo dever; – o que distingue uma ação por dever de uma ação meramente conforme ao
dever, como é o caso desta ação (caritativa), é o motivo ou a intenção do agente; – por
resultar de uma disposição/inclinação, a ação caritativa descrita, ainda que seja conforme ao
dever, não foi feita por dever, o que a impede de ter valor moral.

Uma pessoa, por uma série de desgraças, chegou ao desespero [...]. A sua máxima […] é a
seguinte: Por amor de mim mesmo, admito como princípio que, se a vida, prolongando-se, me
ameaça mais com desgraças do que me promete alegrias, devo encurtá-la. [...] Vê-se então [...]
que uma natureza cuja lei fosse destruir a vida em virtude do mesmo sentimento cujo objetivo
é suscitar a sua conservação se contradiria a si mesma.

Explique como Kant, recorrendo à fórmula da lei universal do imperativo categórico,


condena o suicídio.

‒ de acordo com o imperativo categórico, para uma ação ser moralmente boa, o agente tem
de poder querer que a máxima que a determina seja uma lei universal (da natureza); ‒ se a
máxima que determina o agente, no caso considerado, fosse uma lei universal (da natureza),
haveria uma contradição na natureza, pois evitar o que é desagradável e nos ameaça
determinaria, simultaneamente, pôr fim à vida/«destruir a vida» e conservá-la; ‒ assim, a
máxima que determina o suicídio não poderia ser uma lei universal (da natureza)

A Maria sempre gostou muito de crianças e chegou a pensar em trabalhar como voluntária
numa associação de apoio a crianças doentes, mas acabou por concluir que seria muito difícil
conciliar esse trabalho com os estudos. Entretanto, ela soube que o voluntariado era muito
valorizado nas entrevistas de emprego. Por essa razão, decidiu contactar uma conhecida
associação de apoio a crianças doentes e conseguiu ser admitida, passando a conciliar o
trabalho de voluntariado com os estudos. Pela sua dedicação e pela sua simpatia, a Maria
destacou-se desde o primeiro momento como uma das voluntárias favoritas das crianças e das
famílias

O apoio dado pela Maria às crianças doentes e às suas famílias tem valor moral?

– consideramos geralmente que os motivos são relevantes para o valor moral das ações, mas
também consideramos geralmente que as consequências das ações são relevantes para o
seu valor moral; – daí decorre o problema de saber o que determina o valor moral das ações

No caso de o examinando considerar que a ação descrita tem valor moral: − a ação da Maria,
além do benefício claro e imediato que proporciona às crianças e às suas famílias, ainda
poderá beneficiar futuramente a própria Maria; − a ação da Maria contribui para aumentar
significativamente o saldo de felicidade / a ação da Maria está de acordo com o princípio da
utilidade; − o facto de a sua ação ser determinada pelo seu gosto por crianças e pelo seu
desejo de valorizar o seu currículo não retira valor moral à ação, pois os motivos apenas são
relevantes para determinar o valor/ carácter do agente (além disso, os motivos da Maria – o
amor às crianças e o desejo de valorizar o currículo – são bons).

O José é um bom aluno, mas sente-se inseguro quando tem de utilizar fórmulas memorizadas.
Ao ser informado de que o enunciado do teste final de Física não iria incluir uma lista com as
fórmulas, decidiu levar uma pequena cábula com as fórmulas mais complexas, para o caso de
se esquecer de alguma. Ainda assim, o José acabou por não usar a cábula, errando algumas
fórmulas, pois teve receio de ser apanhado a copiar

Será que, de acordo com Kant, a decisão do José tem valor moral

Não - ‒ ao levar a cábula para o teste final de Física, o José violou o dever de não levar
cábulas para testes (OU o dever de não tentar obter vantagens indevidas) OU o José agiu
contra o dever; ‒ é certo que o José acabou por não usar a cábula que levou para o teste;
contudo, não foi o dever (de não usar cábulas nos testes OU de não tentar obter vantagens
indevidas) que o motivou, mas o receio de ser apanhado a copiar OU contudo, tendo sido
motivado pelo receio (uma inclinação resultante do amor de si), o José agiu em
conformidade com o dever, e não por dever.

Atente na tese seguinte. «Nenhum dever admite exceções.»

Concorda com esta tese?

No caso de o examinando considerar que há deveres que admitem exceções: − seria errado
admitir à partida que em nenhuma circunstância se justificariam exceções a certos deveres;
− é possível conceber circunstâncias excecionais em que a violação de certos deveres teria
consequências valiosas para a maioria das pessoas afetadas; − a experiência tem confirmado
que, nas circunstâncias habituais, os deveres de não mentir ou de não romper contratos, por
exemplo, têm consequências valiosas para a maioria, mas isso não significa que o
cumprimento desses deveres seja independente das consequências da sua adoção nas
diferentes circunstâncias;

Temos a obrigação de ajudar alguém que seja pobre; mas, como o favor que fazemos implica
que o seu bem-estar depende da nossa generosidade, e isso humilha a pessoa, é nosso dever
comportarmo-nos como se a nossa ajuda fosse […] meramente o que lhe é devido […],
permitindo-lhe manter o seu respeito por si própria […], de modo a não diminuir o valor dessa
pessoa enquanto ser humano […]. I. Kant, A Metafísica do

Concorda que há atos de caridade que podem ser moralmente censuráveis?

No caso de o aluno defender que não há atos de caridade que possam ser moralmente
censuráveis: ‒ por geralmente aumentarem o bem-estar das pessoas pobres (ou diminuírem
a sua insatisfação), os atos de caridade promovem a felicidade geral e têm consequências
moralmente boas; ‒ ainda que a pessoa pobre possa sentir algum embaraço perante um ato
de caridade praticado por alguém que não o apresenta como um dever, as consequências do
ato são boas por aumentarem o bem-estar, independentemente da atitude ou das
motivações de quem o pratica

Será que uma ação só é moralmente boa se for motivada pelo dever?

− o bem-estar, ou felicidade, é o bem supremo (OU é o que mais importa); − o que torna uma
ação desejável/recomendável/útil é o seu impacto no bem-estar dos envolvidos; − por
conseguinte, independentemente dos motivos do agente, uma ação que aumenta o bem-
estar agregado dos envolvidos (OU o saldo de felicidade) é moralmente boa, e uma ação que
diminui o bem-estar agregado dos envolvidos (OU o saldo de felicidade) é moralmente má; −
o conhecimento dos motivos da ação permitiria avaliar o carácter do agente, mas nunca o
valor moral/a utilidade da ação.

OU − os motivos das pessoas são estados mentais, muitas vezes imperscrutáveis; − por
conseguinte, a tentativa de determinação do motivo de uma ação pode falhar; − em
contrapartida, os resultados de uma ação, pelo menos os mais imediatos, e as suas
repercussões no bem-estar dos outros são observáveis; − a observação dos resultados
permite reconhecer a ação como moralmente boa (quando tem repercussões positivas) ou
como moralmente má (quando tem repercussões negativas).

[Uma ação motivada apenas pela compaixão], por conforme ao dever que ela seja, não tem
contudo nenhum verdadeiro valor moral, pois à sua máxima falta o conteúdo moral que
manda que tais ações se pratiquem, não por inclinação, mas por dever.

Apresente um exemplo de uma ação motivada por uma inclinação e que não seja contrária
ao dever

− cumprir um contrato por medo das consequências do seu incumprimento

a ação considerada foi motivada por um sentimento de medo; − ainda que não tenha sido
motivada pelo dever de cumprir o contrato (que é um imperativo da razão), a ação não é
contrária ao dever, pois esta é a ação que, em todo o caso, decorreria do dever de cumprir o
contrato

. Kant afirma que uma ação motivada apenas pela compaixão não tem nenhum verdadeiro
valor moral. Concorda com esta tese de Kant? Justifique

a moralidade de uma ação depende das suas consequências; − se uma ação beneficia os
envolvidos/aumenta o saldo de felicidade, ela é moralmente boa; − muitas ações realizadas
por compaixão produzem benefícios para os envolvidos/aumentam o saldo de felicidade.

Determinismo
É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha
parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser
incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua
inexistência.
E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais aprendemos
sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que escolhamos livremente
as nossas ações.

Apresentação da perspetiva dos deterministas radicais sobre a «sensação interior de


liberdade»: – segundo os deterministas radicais, essa sensação é uma ilusão; – a ilusão
resulta do desconhecimento das causas das nossas crenças e dos nossos desejos / das causas
que nos levam a agir de uma determinada forma; – se conhecêssemos as causas das nossas
crenças e dos nossos desejos / as causas que nos levam a agir de uma determinada forma,
compreenderíamos que a nossa ação resulta dessas causas, e não da nossa vontade livre.

Poderá a consciência da nossa liberdade ser uma ilusão?

− No caso de o examinando defender que a consciência da nossa liberdade é uma ilusão: • 


os factos do passado e o funcionamento das leis da natureza são as causas que determinam
as ações, não tendo o agente controlo sobre essas causas; •  do facto de o agente não ter
controlo sobre as causas que determinam as suas ações, segue-se que o agente não tem
controlo sobre as suas ações, não havendo lugar para a intervenção da vontade na escolha
das ações; •  enquanto age, o agente pode não estar consciente das causas que determinam
as suas escolhas, acreditando que as suas ações são livres; •  a consciência da nossa
liberdade é uma ilusão que resulta do desconhecimento das causas que determinam as
ações.

− No caso de o examinando defender que a consciência da nossa liberdade não é uma


ilusão: •  as nossas ações são determinadas pelos factos do passado e pelo funcionamento
das leis da natureza; •  no entanto, em muitas circunstâncias, podemos exercer um controlo
sobre os cursos de ação disponíveis, escolhendo um deles; •  do facto de podermos escolher
um dos cursos de ação disponíveis, segue-se que algumas das nossas ações são livres; •  a
liberdade consiste em poder escolher entre cursos de ação e, sempre que fazemos uma
escolha, a nossa consciência de sermos livres é adequada. •  algumas das nossas ações não
são determinadas pelos factos do passado e pelo funcionamento das leis da natureza, mas
pela intervenção da nossa vontade no curso dos acontecimentos; •  quando a nossa
vontade intervém, ela é a causa dos acontecimentos; •  do facto de algumas das nossas
ações serem causadas pela nossa vontade, segue-se que algumas das nossas ações são livres;
•  a liberdade consiste em iniciar cursos de ação e, sempre que iniciamos um curso de ação,
a nossa consciência de sermos livres é adequada.

O homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro nos seus ombros
[…]. Ele tem de assumir a situação em que se encontra com a consciência orgulhosa de ser o
seu autor, pois os piores obstáculos ou as piores ameaças que põem em perigo a sua pessoa
apenas adquirem sentido através do seu próprio projeto […]. É, portanto, insensato pensar
sequer em lamentar-se, uma vez que nada de exterior a si decidiu aquilo que ele sente, aquilo
que ele vive ou aquilo que ele é.

Identifique a posição acerca do livre-arbítrio que é apoiada pelo texto.

– libertismo (OU temos livre-arbítrio, e as nossas ações não estão determinadas)

Alguns filósofos defendem que a sensação interior de liberdade se opõe à conceção


determinista do universo.

Será que essa sensação é uma razão forte para aceitarmos que o livre-arbítrio existe?

– a ciência dá-nos uma conceção determinista do universo (de acordo com a qual todos os
acontecimentos são determinados por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza);
ao mesmo tempo, frequentemente, sentimos que diferentes cursos de ação estão
disponíveis e dependem de uma escolha nossa (ou seja, sentimos que esses cursos de ação
não estão determinados) OU a conceção determinista do universo parece ser inconciliável
com a ideia de livre-arbítrio; mas a nossa experiência da escolha entre alternativas sugere-
nos que temos livre-arbítrio; – saber se temos livre-arbítrio é, então, um enigma/problema.

− por vezes, escolhemos cursos de ação e sabemos que outros cursos de ação, embora
(aparentemente) possíveis, não seriam razoáveis; por exemplo, embora seja
(aparentemente) possível sair da sala pela janela, na ausência de uma razão para o fazermos
(por exemplo, a porta da sala estar bloqueada, ou haver um incêndio no corredor) acabamos
por não o fazer e saímos pela porta; − em casos destes, pode argumentar-se que as nossas
escolhas resultam de acontecimentos/factos anteriores (e das leis da natureza), como, por
exemplo, a existência das regras sociais, que mandam sair pela porta, e a nossa necessidade
de estarmos socialmente integrados; − todavia, também nos encontramos frequentemente
perante cursos de ação genuinamente alternativos; por exemplo, se nos dão a escolher entre
bolo de cenoura e bolo de laranja, e não temos razões para preferir um ou outro, a escolha
parece ser inteiramente nossa, e não determinada; − a experiência direta da escolha genuína
(ou a sensação interior de liberdade inerente à experiência direta da escolha genuína)
mostra-nos que há cursos de ação que dependem da nossa vontade, e não (apenas) de
acontecimentos anteriores (e das leis da natureza), e nenhuma teoria consegue negar este
tipo de experiência.

A experiência interior de fazermos escolhas leva-nos a acreditar que temos livre-arbítrio.

De que modo os deterministas radicais explicam este facto?

− todas as ações são consequências das leis da natureza e de acontecimentos que remontam
ao passado distante; − nós não controlamos as leis da natureza nem os acontecimentos que
remontam ao passado distante; − como não conhecemos todos os fatores determinantes das
nossas ações, podemos pensar erradamente que tais fatores não existem e que as ações
foram livremente escolhidas por nós; − da experiência interior de fazermos escolhas não se
pode inferir que temos livre-arbítrio

. OU − todas as ações são causadas; − as causas das nossas ações são, por sua vez, efeitos de
causas anteriores; − como não conhecemos todas as causas das nossas ações, podemos
pensar erradamente que tais causas não existem e que as ações foram livremente escolhidas
por nós; − da experiência interior de fazermos escolhas não se pode inferir que temos livre-
arbítrio

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