A velocidade das ondas sísmicas pode ser medida em laboratório, recorrendo a equipamentos que geram diferentes ondas que
atravessam amostras de materiais em condições de pressão e temperatura controladas. No gráfico da figura 14A, representam-se os
valores de velocidade de ondas P através de diversos materiais.
Para além da velocidade, o tipo de substrato rochoso também afeta a amplitude das ondas sísmicas. Quanto maior for esta amplitude,
mais intensa será a deformação e os danos causados (fig. 14B). Se o substrato for formado por sedimentos ricos em água, a sua textura
pode mesmo alterar-se durante um sismo e ocorrer a sua liquefação (comportam-se como um fluido), causando danos muito significativos,
em especial nas infraestruturas como pontes, edifícios e estradas.
1. Apresente uma explicação para a velocidade das ondas P no peridotito, uma rocha comum no manto e que se caracteriza por
ser mais densa do que as restantes rochas analisadas.
2. Refira os resultados que esperaria se testasse a variação da velocidade das ondas S nos materiais indicados na figura 14A.
3. Indique como varia a velocidade e a amplitude das ondas em sedimentos não consolidados.
4. Preveja as consequências da presença de sedimentos não consolidados na intensidade sísmica.
5. Mencione o principal risco associado a um sismo numa região com elevada inclinação.
Grupo II
1. Indique as localizações aproximadas dos epicentros dos
sismos.
2. Formule hipóteses para a existência da linha a tracejado
acima de Tomar, no sismo de 1531.
3. Considerando as cartas de isossistas, explique a forma
irregular das linhas.
4. Explique porque não são representadas isossistas no
oceano.
5. Comente a seguinte afirmação: «Um sismo pode ter
diferentes intensidades consoante o local onde se faz a
avaliação dos seus efeitos».
Grupo III
A intensidade de um sismo varia com muitos fatores,
nomeadamente, a natureza rochosa do subsolo.
Propõe uma atividade a realizar em laboratório de forma a estudar os efeitos das ondas sísmicas nas infraestruturas e nos materiais
rochosos.
Proposta da resolução
Grupo I
1. Apesar de ser o mais denso e de a velocidade das ondas P e S ser inversamente proporcional à densidade, o peridotito terá de
ser o material testado mais rígido, uma vez que apresenta a maior velocidade nas condições testadas.
2. As ondas S, ao contrário das P, não se propagam no ar (meio gasoso) nem na água (meio líquido). Nas rochas, a velocidade das
ondas S seria menor que a das ondas P testadas.
3. Nos solos e nos terrenos formados por sedimentos não consolidados, a velocidade das ondas reduz e aumenta a sua amplitude.
4. Os sedimentos não consolidados causam maior vibração das partículas e aumentam os danos causados pelas ondas
(intensidade).
(Informação: o sismo de Benavente de 1909, com magnitude de 6,7, ocorreu no vale inferior do rio Tejo e originou intensa destruição,
A natureza do substrato, nomeadamente a presença de sedimentos soltos ricos em água no leito de cheia, agravou a intensidade
do sismo.)
5. Risco de desabamento de terrenos em montanhas. Se o desabamento ocorrer em ilhas, aumenta o risco de tsunamis.
Grupo II
1. O sismo de 1531 teve epicentro na região de Santarém e o sismo de 1909 na região de Benavente.
2. Podem não existir testemunhos das pessoas dessa região ou a região era pouco povoada.
3. As isossistas são linhas que unem pontos onde o sismo teve a mesma intensidade; e esta avalia o impacte nas populações e a
destruição das construções, logo não depende apenas da distância epicentral, mas dos materiais atravessados, preparação das
populações, qualidade das construções,…
4. As isossistas são linhas que unem pontos onde o sismo teve a mesma intensidade. A intensidade mede a destruição, e está
dependente de construções humanas e de população para que possa ser aplicada.
No oceano não há construções humanas, pelo que não é possível traçar isossistas nessas áreas.