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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ABDALA JÚNIOR, B.; PASCHOALIN, M. A.

História
Social da Literatura Portuguesa. 2ed. São Paulo: Ática, 1985.

LOCALIZAÇÃO: Cópia Pessoal em PDF no computador.

DECADENTISMO-SIMBOLISMO (1890 – 1915)

Panorama Histórico (p. 122 – 123):

✱ Em 1890:

↳ O Ultimato marca o início da decadência do regime liberal-conservador do período da


Regeneração

✱ Até 1910:

↳ Queda da monarquia → progressivo esfacelamento da base política do regime e o


fortalecimento contínuo do Partido Republicano

↳ Propaganda republicana → anticlericalismo e patriotismo ↪ Ultimato → população

↳ Explodem revoltas → 31 de janeiro no Porto → violentamente reprimida

↳ A solução da monarquia → ditadura

✱ Em 1908:

↳ Tensões sociais cresceram

⇒ Regicídio → o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro mortos por militares Republicanos

↳ Situação política explosiva → o ditador João Franco é demitido e o rei D. Manuel procura
acalmar os setores sociais insatisfeitos com a monarquia

↪ não conseguiu → regime monárquico estava desacreditado.

↳ O governo republicano → assumido provisoriamente por Teófilo Braga → procurava


estabelecer um novo pacto das forças políticas portuguesas

↳ Por decreto são promulgadas:

⟾ A lei do divórcio, separação entre Igreja e Estado, criação das universidades de


Lisboa e Porto e, também, a lei que estabelecia o direito de greve dos trabalhadores
↳ Nova Constituição → Congresso como órgão máximo da República → com o poder de
destituir o presidente do país

✱ Em 1911:

↳ Presidente eleito Manuel de Arriaga → assumiu o poder → encontrou o Partido


Republicano dividido

↳ Setor da pequena-burguesia radical → reformas imediatas e intransigentes → formaram


depois o Partido Democrático

↳ Moderados → base social na alta burguesia republicana → constituíram em seguida


dois partidos: o Evolucionista e o Unionista

↳ Primeiro governo republicano → dominado pelo Partido Democrático → administração


eficiente e grande prestígio popular

↳ Como ocorria com a opinião pública nacional → sonhava com a posse efetiva dos
territórios africanos → ameaçados pelo imperialismo → grandes potências da época,
Inglaterra e Alemanha → pretendiam dividir entre si as antigas colônias portuguesas

⇒ Eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)

↳ Divisão não ocorreu → oportunidade dos portugueses de lutar ao lado dos vencedores →
garantiram as colônias africanas → 5 mil portugueses mortes e problemas na economia

↳ Participar das forças aliadas → exigência do Partido Democrático

↳ Os conservadores → apoiar a Alemanha, mas foram derrotados

✱ Em 1917:

↳ Golpe de estado → Sidónio Pais restabelece a ditadura → assassinado no ano seguinte

✱ Até 1926:

↳ Crescimento na instabilidade política → ditadura militar → país em período sombrios

Decadentismo-simbolismo em Portugal (p. 123 – 125):

↳ Decadentismo-simbolismo português → ligado ideologicamente à decadência do regime


liberal-conservador da Regeneração
↳ Após o Ultimato → reação idealista contra o Realismo-Naturalismo → identificado com o
progressismo burguês → beneficiava o grande capital.

↳ Nova atmosfera literária → não rompeu de forma violenta com essa corrente →
Realismo-Naturalismo português → impregnado de formas neo-românticas

✱ Em 1889:

↳ Apareceram duas revistas coimbrãs → Boémia Nova e Os Insubmissos → figuravam


produções na perspectiva do decadentismo-simbolismo

↳ Movimento desencadeado no ano seguinte → com a publicação de Oaristos, de Eugênio


de Castro → poeta de fraco valor artístico e com importância histórica

↳ Eugênio de Castro → define o programa da nova corrente literária → baseado no


manifesto do poeta francês Jean Moréas

↳ Esteticismo → indica preocupação com a arte “pura” → compromisso apenas com a


própria elaboração

↳ Poetas “nefelibatas”→ distanciamento da realidade cotidiana burguesa → a arte de elite

↳ Tendência → afastar dos fatores políticos explícitos caracterizam a produção de Eugênio


de Castro → contrapartida nos escritores que incorporam o nacionalismo desencadeado
pelo do Ultimato → tendências neo-românticas que voltam a aflorar → neogarrettismo→
tradicional, e saudosismo→ mais progressista

↳ Neogarrettismo → Antonio Nobre → escritor → influenciar Ribeiro Couto, Manuel


Bandeira e Mário Quintana no Brasil

↳ Saudosismo → Teixeira dos Pascoais → escritor → pretendia um "renascimento" do país


→ através do novo regime republicano

↳ Perspectiva é idealista → saudosismo → forma de religiosidade mística → aproximação


entre o Simbolismo e o Modernismo → movimento da revista Orpheu, o orfismo

↳ Principais escritores → Camilo Pessanha → poesia, e Raul Brandão → prosa de ficção

Características do decadentismo-simbolismo (p. 125 – 126):

↳ Atmosfera decadentista das produções artísticas dos fins do século XIX → associada à
ideia de decadência da sociedade positivista burguesa → construiu → revolta dos
intelectuais → vitalidade de suas produções → ameaçadas pelo convencionalismo social

↳ Decadente → sociedade, e não as suas produções artísticas → bem construídas para


servir de refúgio para a criatividade do intelectual → libertar a vida interior dos dogmas
positivistas pela força da criação → vontade individual

↳ Elaboração dos poemas simbolistas → refletia ideologicamente a situação histórica


vivenciada pelo artista: fugacidade e esmorecimento das formas

↳ Luta → instintiva → distante do espontaneísmo romântico → defendiam o uso da técnica


→ o poema deveria ser bastante trabalhado → individualismo exaltado X elaboração formal

↳ Noção de correspondência → explicar as produções artísticas finesseculares

↳ Correspondência entre a música, a pintura, a literatura etc → correspondências


sensoriais → também nos símbolos → unificariam os fatos materiais com os espirituais

↳ Impressionismo e Simbolismo

O Impressionismo (p. 126 – 127):

↳ Arte impressionista → contra estandardização e revela → tensões do moderno homem


citadino

↳ Realidade → processo em que as coisas estão em movimento contínuo → arte sensorial


→ procura registrar os objetos através de impressões → cores → ganham uma autonomia

↳ Impressionismo → estética naturalista → caráter elitista → transformar a arte em algo tão


precioso quanto inútil

↳ Refúgio dos artistas → não se desvincula da realidade e reproduz → atitude ideológica de


uma época daqueles que recusavam os padrões positivistas ou mecanicistas → técnica era
exaltada

↳ Correspondências procuradas pelos decadentistas-simbolistas → inevitável o surgimento


de produções ambíguas → nada é direto → ambiguidade → inerente à linguagem poética

↳ Incorporação da forma progressista → ambiguidade → modernidade artística


O Simbolismo (p. 127):

↳ Decadentismo → afasta o intelectual europeu do sensualismo impressionista e a adquirir


um ponto de vista irracionalista e espiritualista

↳ Símbolo → estabelecia uma ponte entre os fatos materiais e o mundo espiritual → uso
repetido de metáforas e símbolos ambíguos

↳ Intelectuais → procuravam atingir, através do símbolo, um absoluto, de natureza


espiritual, imperecível e pleno

↳ Evasão da realidade → Jules Laforgue (1860 – 1887), poeta francês → produção


artística → sentimentos melancólicos do decadentismo são mesclados de ironia crítica.
Tom íntimo e coloquial → parecido com Antonio Nobre

↳ Visão decadentista → pontos em comum com três teorias filosóficas de sua época, que
questionavam o cientificismo positivista:

➔ o irracionalismo de Arthur Schopenhauer (1788-1860) → filosofia pessimista →


considerava a estsética como a maior manifestação do homem
➔ o intuicionismo de Henri Bergson (1859-1941) → a intuição → chegar ao absoluto
➔ o monismo de Edward von Hartmann (1842-1906 → procurava o absoluto →
subjacente aos fatos naturais em um inconsciente

↳ Neo-romantismo → contraponto na concepção artesanal do poema → Parnasianismo

↳ Arthur Rimbaud (1854-1891), poeta francês → mostrava preocupação formal com a


construção de seus poemas → intensificada ainda mais no decadentismo-simbolismo

↳ Stéphane Mallarmé (1842-1898) → coerência interna de seus poemas → ápice do


desenvolvimento do Simbolismo francês

Antonio Nobre (p.128 – 129):

❇ Antonio Nobre (1867 – 1900)

↳ Utilização do registro coloquial da linguagem → contramão do preciosismo vocabular de


poetas como Antero de Quental
↳ Versos → confluem o tom coloquial → similar a Almeida Garrett

↳ Poética → voltada para o passado → paraíso mítico da infância → esquemas ideológicos


da burguesia rural finessecular

↳ Categoria social → desestrutura → perspectiva → comércio e sua artificialidade

↳ Primeiros versos (1921) → influência neo-romântica, Só (1892) → intensificação do


individualismo → preocupada com circunstâncias autobiográficas e mais pessimista, e
Despedidas (1902) → desenvolver atmosfera decadente

Camilo Pessanha (p. 129 – 130):

❇ Camilo de Almeida Pessanha (1867 – 1926)

↳ Inova a escrita poética → incorporar procedimentos estéticos similares aos do


decadentismo de Verlaine → aproximação entre palavra e música

↳ Percepção de mundo fragmentada → sensações sem sentido → degradação: formal e do


poeta

↳ A obra poética → reunida em Clépsidra (1920), edição posterior Clépsidra e outros


poemas (1969), e obra em prosa e ensaios China (1944)

Raul Brandão (p. 130 – 131):

❇ Raul Germano Brandão (1867 – 1930)

↳ Prosa de ficção → Dostoiévski, pela ênfase social

↳ Contra a ideologia do “progresso” de seu tempo → negativo para o povo

↳ Socialismo cristão → coexistência dos ideais anárquicos e do idealismo místico

↳ Denuncia social → segue as razões morais

↳ Obras compostas por criticidade, principalmente a decadência dos valores da burguesia e


a dor existencial: História de um palhaço — Vida e diário de K. Maurício (1896), A morte do
palhaço e o mistério da árvore (1926), A farsa (1903), Os pobres (1906), Húmus (1917), O
pobre de pedir (1931), O gebo e a sombra (1923), O rei imaginário (1923), O doido e a
morte (1923) e O avejão (1929).

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