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IV NÍVEL
VII SEMESTRE
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO
FLUIDOS REFRIGERANTES
DISCENTE: DOCENTE:
HELDIO OMAR AGE ENGᵒ. JUVENALDO PASTOLA, MSC
Índice
1. Introdução..................................................................................................................................3
1.1. Objectivos Gerais:..................................................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos......................................................................................................4
2. Fluido Refrigerante....................................................................................................................5
2.1. Evolução..............................................................................................................................5
3. CLASSIFICAÇÃO DOS REFRIGERANTES..........................................................................6
4. Características dos refrigerantes................................................................................................6
4.1 Características Desejáveis....................................................................................................7
5. Fluidos Seleccionados...............................................................................................................7
6. Aplicação...................................................................................................................................8
7. Nomenclatura dos Fluidos Refrigerantes................................................................................11
7.1. Compostos halogenados....................................................................................................12
7.2. Compostos inorgânicos.....................................................................................................13
7.3. Compostos orgânicos........................................................................................................13
7.4. Misturas azeotrópicas........................................................................................................14
7.5. Hidro-flúor-olefinas..........................................................................................................15
8. Impacto Ambiental de Fluidos Refrigerantes..........................................................................16
8.1. O Efeito Estufa e o Processo de Aquecimento Global......................................................17
8.2. OZONO / PROCESSO DE FORMAÇÃO / DESTRUIÇÃO...........................................17
8.4. COMO O OZONO É DESTRUIDO?...............................................................................18
8.5. O Protocolo de Montreal e o Protocolo de Kyoto.............................................................19
8.6. Avaliação do impacto ambiental.......................................................................................19
9. Conclusão................................................................................................................................22
10. Referências Bibliográficas.....................................................................................................23
Índice de figuras
Figura_1: Designação numérica para os halogenados………………………………………….12
Figura_2: Diagrama T-x para uma mistura azeotrópica: (a) Tsat. do ponto azeotrópico > Tsat. do
fluido puro e (b) Tsat. do ponto azeotrópico < Tsatque o fluido puro…………………….……14
1. Introdução
A refrigeração assim como a climatização é utilizada desde o início dos tempos e vem facilitando
a vida do ser humano. Ela baseia-se em retirar calor de um corpo e rejeitá-lo para o meio ou
outro corpo a uma temperatura maior. É aplicada para realizar conforto térmico, processamento,
armazenamento, conservação de alimentos e climatização de ambientes industriais, entre outros,
por isso é importante que se estude e se entenda os aspectos ou os fenómenos físicos que se
fazem sentir naquele que é o principal elemento para a troca de calor em sistemas de refrigeração
assim como de climatização que o ”fluido refrigerante”.
2. Fluido Refrigerante
Fluido refrigerante é o fluido que absorve calor de uma substância do ambiente a ser resfriado.
O bom refrigerante é aquele que reúne o maior número possível de boas qualidades para um
determinado fim.
Fluido refrigerante, pode ser também considerado como, Produto químico responsável pelas
trocas térmicas no sistema de refrigeração e climatização. É um composto, que pelas suas
propriedades termodinâmicas é capaz de absorver calor resfriando o ambiente de maneira
controlada;
Segundo Marques (2010), de uma forma geral, os fluidos refrigerantes podem ser classificados
da seguinte forma: hidrocarbonetos halogenados, misturas azeotrópicas de hidrocarbonetos
halogenados, misturas não azeotrópicas de hidrocarbonetos halogenados, compostos orgânicos e
compostos inorgânicos.
2.1. Evolução
Inicialmente, foram empregados como fluidos refrigerantes substâncias com NH3,
CO2, SO2, CH3Cl, entre outras. Com o desenvolvimento de novos equipamentos, cresceu a
demanda por novos fluidos. A indústria pensou ter descoberto os fluidos ideais para os sistemas
de compressão a vapor: os CFCs (hidrocarbonetos a base de flúor e cloro). Os CFCs
apresentavam várias características desejáveis: não são inflamáveis, explosivos ou corrosivos;
são extremamente estáveis e muito pouco tóxicos. Com isso, os refrigerantes R11 e R12 se
destacavam e foram amplamente adoptados em processos industriais devido a suas
características químicas (SELLENT, 2011).
Classe 1 – essa classe inclui os refrigerantes que resfriam materiais por absorção do calor
latente.
A amônia é um gás incolor, tóxico, com odor forte e característico. É combustível ou explosiva
quando misturada com ar em certas proporções.
5. Fluidos Seleccionados
Na década de 1990, os principais substitutos para os CFCs foram o HCFCs, com destaque para o
R-22, que é bastante utilizado em sistemas de refrigeração; porém, como o seu vazamento
contribui para a destruição da camada de ozônio, seu uso vem sendo reduzido de acordo com as
metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal (MMA, 2005).
Segundo a EPA (Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos), algumas das alternativas
para substituição do R-22 são o R-410A, o R-134a e o R-407C.
Os substitutos são compostos por átomos de carbono, hidrogênio e flúor. Não são prejudiciais à
camada de ozônio por não possuírem cloro em sua composição (CORRÊA, 2010).
Dentre os fluidos alternativos, o R-410A, mistura binária de 50% de HCF 32 e 50% de HCF 125,
possui uma capacidade maior de refrigeração e uma menor temperatura de descarga quando
comparado ao R-22 (FERREIRA, 2012). O R-407C é composto por 52% HCF 134a, 25% HCF
125 e 23% de HCF 32; não é inflamável, possui baixa toxicidade e sua refrigeração é similar ao
R-22.
6. Aplicação
A aplicação de um determinado tipo de fluido refrigerante nos sistemas de refrigeração assim
como de climatização depende muito dos equipamentos nos quais servirá de fluido de trabalho e
o rendimento desejado, assim sendo vejamos as seguintes descrições a baixo:
O SUVA® 404A é um fluido refrigerante a base de hidrofluorcarboneto (HFC), fluido que não
degrada camada de ozônio. É indicado para a substituição do R-502 em equipamentos novos que
possuam baixa temperatura de evaporação.
Aplicações
Benefícios
HFC: não apresenta potencial de degradação da camada de ozônio: Sua utilização não ser á
interrompida devido ao Protocolo de Montreal;
Não inflamável.
O Suva® 407C é uma mistura de três fluidos refrigerantes à base de hidrofluorcarbono (HFC),
que não degrada a camada de ozônio. Foi desenvolvido para a substituição do R-22, em
equipamentos novos de média e alta temperatura de expansão. Também pode ser uma opção para
Retrofit.
Aplicações
Bomba de calor;
Chiller recíproco.
Benefícios
É indicado para aplicação de baixa temperatura onde é necessário uma maior capacidade;
HFC: não apresenta potencial de degradação da camada de ozônio: Sua utilização não ser á
interrompida devido ao Protocolo de Montreal;
Não é inflamável.
O Suva® 410A é uma mistura de dois fluidos refrigerantes a base de hidrofluorcarbono (HFC),
que não degrada a camada de ozônio. Foi desenvolvido para substituir o R-22 em equipamentos
novos, de médias e altas temperaturas de evaporação, projectados exclusivamente par a trabalhar
como R-410A
Aplicações
Condicionador de Ar Doméstico;
Bomba de Calor;
Refrigeração Comercial.
Benefícios
Equipamentos desenvolvidos para trabalhar como Suva® 410A possuem capacidade superior a
equipamentos projectados para trabalhar com o R-22;
HFC: não apresenta potencial de degradação da camada de ozônio: Sua utilização não será
interrompida devido ao Protocolo de Montreal;
Não é inflamável.
O Suva® 507 é a mistura dos hidrofluorcarbonetos HFC-125 e HFC-143a, fluidos que não
degradam a camada de ozono. Indicado para substituir o R-502 em sistemas de refrigeração,
deve ser utilizado preferencialmente em equipamentos novos que apresentem baixa temperatura
de evaporação.
Aplicações
Benefícios
Possui uma menor temperatura de descarga, o que pode prolongar a vida útil do compressor;
HFC: não apresenta potencial de degradação da camada de ozônio: Sua utilização não será
interrompida devido ao Protocolo de Montreal;
Não é inflamável.
A substituição do R-22 pode ser feita utilizando DuPont™ ISCEON® MO99™. Este produto é
uma alternativa para a substituição do R-22 em sistemas de condicionamento de ar e de
refrigeração com expansão directa, por se tratar de um fluido refrigerante HFC, de fácil
utilização e que não degrada a camada de ozônio.
Aplicações:
Ar condicionado residencial.
Refrigeração (Baixa e Média Temperatura), incluindo:
Self Cont ained;
Unidades Condensadoras;
Racks.
Benefícios
Proporciona Retrofit fácil, rápido e de baixo custo, uma vez que não exige troca de
válvulas de expansão ou outros componentes mecânicos;
HCF: não apresenta potencial de degradação da camada de ozono. Sua utilização não ser
á interrompida devido ao Protocolo de Montreal;
Compatível com os lubrificantes a base de Óleo Mineral (OM), Alquilbenzeno (AB) ou
Poliol
Éster (POE): Na maioria dos casos, não é necessário substituir o tipo de lubrificante do
sistema;
Potencial de Aquecimento Global (GWP) 42% inferior ao R-404A;
Temperatura de descarga r eduzida: Possível prolongamento da vida útil do equipamento;
Em caso de vazamento, pode-se completar a carga de fluido refrigerante durante o
serviço de manutenção sem a remoção de todo o produto (fluido refrigerante), desde que
o sistema já esteja com ISCEON® MO99™ e que a carga seja feita na f ase líquida;
Mantém, na maioria dos casos, o desempenho similar ao do R-22 em termos de
capacidade de refrigeração e eficiência energética;
Permite continuar o uso de equipamentos projectados par a HCFCs.
Designação numérica
Os isómeros são designados por sufixos “a”, “b”, “c”, etc. em ordem crescente de assimetria
espacial. Assim, o refrigerante R-134a corresponde a um composto da série etano (dois átomos
de carbono), composto de quatro átomos de flúor e dois de hidrogênio, constituindo-se em um
dos isómeros espaciais do composto 134.
Designação numérica
NH3 é designada conforme os pesos moleculares de seus constituintes, isso é: N=14 e H=1.
Assim: (14+3x1) = 17.
Exemplo:
Designação numérica
A designação numérica segue a dos halogenados. Como exemplo, o propano, cuja fórmula
química é CH3CH2CH3, não possui nenhum átomo de flúor (a=0), oito átomos de hidrogênio
(b=8+1=9) e três átomos de carbono (c=3-1=2), cujo resultado é o R-290.
Exemplo:
Nas figuras abaixo são apresentados os comportamentos dessas misturas para duas situações
diferentes. Em ambas, para uma dada concentração de seus constituintes, obtém-se o ponto
azeotrópico.
Figura_2: Diagrama T-x para uma mistura azeotrópica: (a) Tsat. do ponto azeotrópico > Tsat. do fluido
puro e (b) Tsat. do ponto azeotrópico < Tsatque o fluido puro.
Designação numérica
São misturas cujo comportamento durante a mudança de fase é o típico das misturas, com
variações da temperatura para pressões constantes, além de mudança de composição das fases
líquido e vapor. O comportamento dessas misturas é apresentado na figura que se asseguir, onde
podem ser identificados os pontos de orvalho e de ebulição para uma dada composição em massa
de duas diferentes substâncias.
Designação numérica
Da mesma forma que para as misturas azeotrópicas, a designação numérica segue a ordem
crescente, por cronologia de seu aparecimento, adicionadas ao algarismo “4”. Actualmente mais
já existe o composto R-445A.
7.5. Hidro-flúor-olefinas
Em função de pressões regulatórias para a eliminação de refrigerantes com elevado GWP,
principalmente para uso em sistemas de ar-condicionado automotivo com GWP maior que 150,
os principais fabricantes de refrigerantes vem buscando, agressivamente, novas formulações a
partir de produtos fluoroquímicos insaturados. Essas substâncias consistem de dois ou mais
Heldio Age Pá gina 15
[FLUIDOS REFRIGERANTES] 15 de Junho de 2020
átomos de carbono com, no mínimo, uma ligação dupla entre dois ou mais átomos de carbono,
além de flúor, hidrogênio e possivelmente outros halogênios. Fluorcarbonos insaturados também
são identificados como flúor alcenos ou flúor olefinas.
A ligação dupla carbono-carbono torna o composto mais reactivo, o que conduz a sua rápida
decomposição na baixa atmosfera uma vez que são menos estáveis na presença de reagentes
oxidantes. Desses novos compostos também são sujeitos à decomposição fotolítica. Como
resultado, apresentam tempo de vida na atmosfera muito curto, de 6 a 18 dias e,
consequentemente, valores de ODP e GWP extremamente baixos. Actualmente já existem
comercialmente alguns compostos, tais como o HFO-1234yf (CH 2=CFCF3), HFO-1234ze
(CHF=CHCF3) e HFO-1243zf (CH2=CHCF3).
Designação numérica
.
Figura_5: Exemplo de designação numérica para os HFO.
processo de aquecimento global, vem sendo analisado e a participação dos diversos sectores
industriais, entre eles o sector de refrigeração e ar condicionado tem sido debatida.
Refrigerantes contribuem para o aquecimento global pelo fenômeno chamado efeito estufa. Este
processo ocorre devido às interacções entre a Terra, sua atmosfera e a radiação solar. A radiação
solar que atinge a superfície da Terra é parcialmente absorvida, parcialmente reflectida e
parcialmente re-irradiada, e é novamente emitida pela superfície da Terra com comprimento de
onda diferente da radiação que chega.
Alguns gases na atmosfera, como o vapor d´água, dióxido de carbono (CO 2), metano, fluidos
refrigerantes e outros gases, absorvem esta radiação e a reemitem. Estes gases são chamados de
gases de efeito estufa. O efeito líquido é o aquecimento da superfície da Terra, similar a forma
que uma estufa aprisiona a radiação aquecendo o ar (e as plantas) dentro dela, (NUNES)
Estes átomos por sua vez, juntam-se com outras moléculas de oxigénio, formando assim o
ozônio (O3), que contém três átomos de oxigénio. Aproximadamente 90% do ozono da terra está
localizado em uma camada natural, logo acima da superfície terrestre conhecida como
estratosfera.
Esta camada natural atua como um escudo protector contra a radiação ultravioleta.
Alguns dos CFC’s têm um tempo de vida na atmosfera superior a 120 anos (R-12), isto é, eles
não se dissociam na baixa atmosfera (troposfera).
Como resultado, os CFC’s migram vagarosamente para a estratosfera onde são atingidos por
maiores níveis de radiação, liberando o cloro, que por sua vez livre, liga-se repetidamente com
moléculas de ozono provocando a separação dos átomos de oxigénio da molécula em questão.
Desde que a teoria de destruição da camada de ozono foi publicada pela primeira vez, pesquisas
científicas têm mostrado uma preocupação geral com o aumento da concentração de cloro na
estratosfera, que destruindo o ozono tem como resultado danos à saúde e ao meio ambiente,
como por exemplo:
Em seguida, o átomo de cloro ataca a molécula do ozono, quebrando a ligação entre os átomos.
Forma-se uma molécula de O2 e uma de monóxido de cloro.
O monóxido de cloro é instável, tem sua ligação quebrada e forma-se novamente cloro livre, que
vai atacar e destruir outra molécula de ozônio, repetindo-se o processo.
Pelo Protocolo de Kyoto, as emissões individuais dos gases efeito estufa serão agregadas como
equivalentes em CO2. Muitos desenvolvidos devem reduzir suas emissões equivalentes em CO2
em 5-8% abaixo dos níveis de 1990 para CO 2, CH4, N2O, e níveis de 1995 para HFCs, PFCs, SF6
durante o período de 2008-2012. Hidrocarbonetos, que são também utilizados para substituição
de CFC, não são incluídos no Protocolo de Kyoto.
Desta forma, a escolha ambiental depende da situação particular na localização onde a actividade
irá ocorrer.
O impacto ambiental dos refrigerantes sobre a camada de ozono ou aquecimento global depende
da sua concentração na estratosfera. Os níveis futuros de CFCs e HCFCs serão controlados pela
actual versão do Protocolo de Montreal (Montreal, 1997). No entanto o Protocolo de Kyoto, que
irá definir os níveis futuros de HFCs está na sua infância. Se controles significativos de emissões
9. Conclusão
Feito o trabalho pode-se concluir que, os fluidos refrigerantes são os principias elementos de
trabalho dos sistemas de refrigeração e de climatização, pois sem estes produtos é impossível que
se estabeleça a troca de calor nos espaços desejados.