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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA


CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
INTRODUÇÃO A CIÊNCIA POLÍTICA
DISCENTE: SANDRYMÁRIA SAMPAIO SANTOS

FICHAMENTO: Os clássicos da politica

SÃO LUÍS - MA
2021

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WEFFORT, Francisco Corrêa (Org). Os clássicos da política: Maquiavel, Hobbes,
Locke, Montesquieu, Rousseau, “o Federalista”. São Paulo: Ática, 2001. 13. ed. 287p.

1. Hobbes: Para Hobbes a ideia de que o homem, antes da formação do Estado,


vivia em seu estado natural, ou seja, numa condição de guerra generalizada,
só é possível de ser controlada, através de um contrato, todos os homens
abrirem mão de seus direitos naturais para que, com a escolha de um
soberano, esse estado de guerra seja controlado.

O homem para Hobbes não almeja os bens mais do que a honra. Como foi dito, é em
ninharias, na busca de glória, que os homens se atacam. O mais importante para eles
é ter os sinais de honra, sendo a riqueza mais um meio do que um fim. Assim, o
homem vive basicamente da imaginação – da imaginação do que o outro vai fazer, do
seu poder, de ser respeitado. Dessa imaginação decorrem os perigos, pois o homem
se põe a fantasiar o que é irreal. O estado de natureza é uma condição de guerra
porque cada um se considera poderoso, traído, perseguido.

Ademais, para Hobbes o home em seu estado natural vive numa condição imediata a
guerra, e por medo da morte violenta e em razão de uma vida melhor abre mão de
seus direitos de natureza, ou seja, a liberdade, e passa ao soberano o poder de decidir
por ele, assim se constrói o contrato social dito por Hobbes. Na visão de Hobbes não
existe sociedade sem estado, e o estado é o soberano.

2. John Locke: Hobbes e Locke tem bastante relação, mas alguns contra o seu
modelo de jusnaturalismo é semelhante ao de Hobbes, mas deste se distingue
na caracterização do estado de natureza dos homens. Para Locke, o homem
nesse estado goza de plena liberdade e igualdade. Esse estado de natureza
era uma situação real e historicamente determinada pela qual passaram várias
civilizações. Esse estado de natureza é marcado por relativa paz, concórdia e
harmonia, em contraste à visão hobbesiana. A razão é a lei da natureza que
governa esse estado, segundo a qual sendo todos os homens iguais e

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independentes, nenhum deve prejudicar outrem na vida, na saúde, na liberdade
ou nas posses.

Vemos alguns pontos de contato entre o pensamento lockiano e hobbesiano. Primeiro


na condição natural em que o homem vivia inicialmente e na sua passagem para
organização social através do contrato social. Porém, distingue-se por caracterizar
esse estado natural do homem como pacífico, sendo o homem nele plenamente livre.
Enquanto Hobbes coloca o medo da morte violenta como fonte da organização dos
homens, Locke impõe a defesa da propriedade como principal fonte de formação do
Estado.

3. Rousseau: Rousseau explica o surgimento da desigualdade entre os homens


e os fundamentos do contrato social. Com sua teoria que a sociedade corrompe
o homem, para ele, foi a concordância e a adesão do fraco a essa proposta que
legitimou a desigualdade entre os homens, pois quando eles, certos de que
estavam garantindo a sua liberdade, estavam fixando para sempre a lei da
propriedade, abrindo mão de seus direitos naturais.

Para ele o contrato social é o corpo soberano e é o único a determinar a forma de


distribuição da propriedade. E cabe ao corpo administrativo do Estado realizar essas
tarefas, e a partir disso para Rousseau antes de mais nada impõe-se definir o governo,
o corpo administrativo, como funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo
poder do povo e não como um corpo autônomo ou então como o próprio poder
máximo, confundindo-se nesse caso com o soberano.

O problema que o contrato social busca resolver é de encontrar uma forma de


associação que defenda e proteja com toda a força comum a pessoa e os bens de
cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece, contudo, a si
mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse ato de associação produz
um corpo moral e coletivo composto de tantos membros quantos são os votos da
assembleia. A passagem do homem do estado de natureza para o estado civil
determina nele uma mudança notável, substituindo na sua conduta o instinto pela
justiça. Rousseau reconhece que nenhum Estado é eterno. O corpo político, tal como
o corpo do homem, começa a morrer desde o seu nascimento e traz em si mesmo as
causas de sua destruição. Isso acontece quando morre o legislativo.

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