Você está na página 1de 19

O Conhecimento

 Entende-se por conhecimento o conjunto de crenças verdadeiras e justificadas que o


sujeito, elemento cognoscente, adquire de um determinado objeto, o elemento
cognoscível.

O Conhecimento Empírico

 O conhecimento empírico diz respeito ao que é aprendido a partir da interação e


observação do mundo, isto é, com base nos sentidos.
 O conhecimento científico compreende todas as informações e factos que são
comprovados através do método científico.

Ciências Naturais vs. Ciências Sociais

 As ciências naturais podem ser classificadas como uma área que visa estudar a
natureza nos seus aspetos mais gerais e fundamentais - exemplos de ciências
naturais são a física, a biologia e a química.
 As ciências sociais estudam o comportamento das pessoas e aspetos da sociedade,
pessoas que têm um objetivo, sendo as suas ações teleológicas, isto é, visam um
resultado que vá de encontro às suas aspirações – servem de exemplo a economia e
a sociologia.

Juízos de Valor vs. Juízos de Existência

 Os juízos de valor são subjetivos, isto é, traduzem-se em opiniões, as quais variam


de acordo com os conhecimentos, crenças, valores e interesses de cada pessoa.
 Os juízos de existência são objetivos, ou seja, dependem da observação e da
experimentação – descrevem o que é, independentemente dos valores de natureza
moral, ética, religiosa ou social.

Equação Pessoal

 A equação pessoal consiste no conjunto de crenças, valores e conhecimentos que


influenciam os comportamentos de um individuo. Ela é dinâmica, o que implica que
novos conhecimentos, crenças e valores incutidos no individuo alteram o seu
comportamento.

Métodos do conhecimento científico


Argumentos Dedutivos

 Um argumento dedutivo é aquele no qual a conclusão parte obrigatoriamente das


premissas. Isto quer dizer que, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão
também será verdadeira. É o tipo mais forte de argumento que existe, porque se
aceitamos as premissas, também temos de aceitar a conclusão.
Argumentos Indutivos

 Um argumento indutivo é aquele no qual se parte de experiências sobre fatos


particulares e se infere daí conclusões gerais.

Modelos

 O conceito de modelo pode ser definido como uma representação simplificada da


realidade usado para compreender e prever uma relação causal ente variáveis.

Componentes de um Modelo
Definições

 Uma definição é um enunciado que explica o significado de um termo.

Pressupostos

 Condições prévias, que podem ou não ser provadas, que são consideradas como
óbvias ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de
um modelo.

Hipóteses

 São formulações provisórias, com intenções de serem posteriormente demonstradas


ou verificadas, constituindo suposições admissíveis.

Testes

 Conjunto sucessivo de experimentações e de observações de uma qualquer hipótese.

Conclusões

 Ideias ou julgamentos resultantes da análise dos testes e da experimentação das


hipóteses.

Falácia

 É um argumento logicamente incoerente, sem fundamento ou inválido usado numa


qualquer tentativa de provar eficazmente o que alega. Os argumentos que se
destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público
apesar de conterem falácias. Exemplos de falácias são: o Apelo à Ignorância, o Post
Hoc Ergo Propter Hoc, Petição de Princípio, Falsa Dicotomia, Falácia da Derrapagem,
Ad Populum, da Composição, dos termos coletivos, “o orçamento equilibrado é
sempre bom”.

Definições de Economia

 Por exemplo, segundo Stuart Mill, a Economia pode ser definida como “a ciência que
traça as leis dos fenómenos da sociedade como surgem das operações combinadas
da humanidade para a produção de riqueza”.
Ciência Económica

 Estuda o comportamento dos indivíduos, como outras ciências sociais o fazem,


distinguindo-se não pelo objeto em si, mas sim pelo método utilizado.

O Positivismo Económico

 O positivismo económico lida com factos e, portanto, almeja «o que é» dentro da


«verificabilidade» das questões. A economia positivista baseia-se numa análise
limitada a afirmações que são verificáveis. Afirmações positivistas podem ser
evidenciadas como verdadeiras ou falsas.

O Normativismo Económico

 Em vez de usar declarações objetivas o normativismo tenta formulá-lo


subjetivamente.

Ceteris Paribus

 A clausula ceteris paribus, latim para “todo o resto constante” é uma condição muito
utilizada na ciência económica para explicar diferentes modelos ou teorias,
considerando inalterados outros fatores que a possam influenciar.

Correlação vs. Relação Causal

 É considerada correlação qualquer relação, causal ou não causal, entre duas


variáveis. Por outro lado, a causalidade ou relação causa-efeito é a relação entre um
evento A (a causa) e um segundo evento B (o efeito), provido que o segundo evento
seja uma consequência do primeiro. A correlação, isto é, a ligação entre dois
eventos, não implica necessariamente uma relação de causalidade, ou seja, que um
dos eventos tenha causado a ocorrência do outro. A correlação pode, no entanto,
indicar possíveis causas ou áreas para um estudo mais aprofundado, ou por outras
palavras, a correlação pode ser uma pista. A ideia oposta, de que correlação prova
automaticamente causalidade, é uma falácia lógica denominada “cum hoc ergo
propter hoc” (do latim “com isto, logo por causa disto”). Obviamente, dois eventos
que possuam de facto uma relação da causalidade deverão apresentar também uma
correlação. O que constitui a falácia é o salto imediato para a conclusão de
causalidade, sem que esta seja devidamente demonstrada.

Princípio da Racionalidade.

 Segundo esta hipótese, os indivíduos procuram satisfazer as suas necessidades da


forma racionalmente perfeita. O alcance da hipótese é um pouco mais vasto do que a
simples satisfação das necessidades, ela implica que os indivíduos são capazes de
classificar as suas escolhas por ordem de preferência, privilegiando as que possuem
menor custo de oportunidade associado. Associado a esta hipótese, está,
frequentemente, o conceito do homo economicus.
A Incerteza e o Risco

 Pode referir-se a uma situação em que não se pode prever exatamente o resultado
de uma ação ou o efeito de uma condição. Pode também referir-se ao grau de
imprecisão de medidas físicas ou, simplesmente, ao desconhecido.
 Aversão ao risco é a relutância de uma pessoa para aceitar um negócio com um
retorno incerto, em vez de outro negócio com um retorno esperado mais certo, mas
possivelmente menor. Por exemplo, um investidor avesso ao risco pode optar por
colocar seu dinheiro numa conta bancária com uma taxa de juros baixa, mas
garantida, em vez de optar por ações que podem ter retornos elevados, mas que
possuem uma maior probabilidade de perder o seu valor.

Probabilidade Umbral

 Os indivíduos não efetuam as suas escolhas tomando em conta a sua riqueza, mas
sim a utilidade esperada da riqueza. A ideia de que os indivíduos decidem sobre na
base da riqueza esperada gera o que é conhecido por “Paradoxo de S. Petersburgo”.
O nível da probabilidade subjetiva do indivíduo que o torna indiferente entre praticar
ou não praticar a ação ilegal.

Ultimatum Game

 Evidencia que os indivíduos não valorizam, simplesmente, os “resultados das suas


ações, mas, também, o modo como os mesmos são obtidos, podendo aceitar
resultados inferiores se o processo tiver sido administrado com ética e equidade”.
Isto vai diretamente contra a postulação do Homo economicus.

CPP

 Ilustra graficamente a escassez dos fatores de produção e cria um limite para a


capacidade produtiva de uma empresa, país ou sociedade. Assim na função supõe-se a
produção de apenas dois bens, sabendo que os restantes fatores de produção já são
dados. Qualquer ponto no seu interior representa ineficiência produtiva, pois não se
produz na máxima eficiência possível, estabelecida pela fronteira. Qualquer ponto no
seu exterior é impossível como prova a lógica.

A Escassez

 A escassez pode ser definida como a tensão entre os desejos ilimitados e a limitação
de recursos que influencia cada um de nós individualmente e, por conseguinte, toda
a sociedade. A escassez é definida como limitação de meios em relação a fins
possíveis, é um conceito analítico abstrato enquanto pobreza é um conceito subjetivo
e pratico que é classificado como falta do mínimo de recursos para satisfazer as
necessidades humanas, a definição do que seriam essas necessidades é puramente
subjetiva.

Custos de Oportunidade

 O custo de oportunidade é definido pelo valor da melhor alternativa sacrificada pela


opção escolhida, ou seja, é o custo de não se ter escolhido a melhor alternativa.
Custos Relativos Crescentes

 É a teoria económica relativa à medida de sacrifício de um bem para apostar num


outro. Este último custa cada vez mais do que o primeiro, logo, trata-se de custo
relativo crescente.

Eficiência de Pareto

 Ocorre quando não é possível produzir mais de um bem sem sacrificar a produção de
outro bem que se valora mais. O conceito de eficiência alocativa ou eficiência de
Pareto significa também que não é possível melhorar a situação de alguém sem que
a situação de outrem piore.

Melhoria Parentiana

 A escassez apenas pode ser minimizada se for impossível melhorar a situação de


alguém sem que a de outrem piore. Para Pareto, qualquer política que satisfaça esta
condição, melhorando pelo menos um indivíduo e não afetando negativamente
ninguém, é eficiente, e pode denominar-se como melhoria paretiana.

Eficiência de Kaldor-Hicks

 É uma forma de julgar realocações econômicas de recursos entre pessoas que capta algum
do apelo intuitivo da melhoria de Pareto, mas que tem critérios menos rigorosos e, por isso,
é aplicável a circunstâncias mais amplas. Uma realocação é uma melhoria de Kaldor-Hicks
se aqueles que ficam melhor podem hipoteticamente compensar aqueles que ficam pior e
assim atingir um resultado de melhoria de Pareto. A compensação não tem de facto que
ocorrer (não há nenhuma presunção a favor do status quo) e, assim, uma melhoria de
Kaldor-Hicks pode na verdade deixar algumas pessoas pior.

Capital como Fator de Produção

 O conceito de capital é constituído pelo conjunto dos bens manufaturados utilizados no


processo produtivo, que o homem utiliza, não para a satisfação imediata das suas
necessidades, mas, para a produção de outros bens.

Externalidades

 São os efeitos colaterais de uma decisão sobre aqueles que não participaram dela.
Existe uma externalidade quando há consequências para terceiros que não são
levadas em conta por quem toma a decisão.

Benefício Marginal

 Um benefício marginal ou receita marginal é o valor máximo que um consumidor


está disposto a pagar por um bem ou serviço adicional. É também a satisfação ou
utilidade adicional que o consumidor recebe quando o bem ou serviço adicional é
adquirido. O benefício marginal para um consumidor tende a diminuir à medida que
o consumo do bem aumenta.
Questões que a Sociedade tem de Resolver

 O que produzir e quanto produzir?


o Uma sociedade deve escolher os bens que “melhor satisfaçam as suas
necessidades”, tendo sempre em conta a escassez.
 Como produzir? (eficiência)
o Utilidade Marginal
o Custo Marginal
o Eficiência - dependendo do rácio BM:CM a produção de um bem deve
aumentar ou diminuir de forma a que o rácio seja 1.
 Para quem produzir?
o Cabe a uma sociedade encontrar um método de distribuição de rendimento de
forma eficiente podendo não ser, em todas as situações, equitativa.

Bens

 É tudo o que tem utilidade, podendo satisfazer uma necessidade.

Bens Materiais e Não Materiais

 Os bens materiais são aqueles que podem ser vistos, tocados e transferidos de um
local para outro. Por exemplo, os alimentos, os imoveis, os equipamentos ou os
edifícios.
 Os bens não materiais, que são intangíveis, pois não possuem forma e não podem
ser vistos, tocados ou transferidos. São serviços, por exemplo, os médicos,
engenheiros, atores, advogados e professores.

Classificação dos bens

 Os bens livres são os que se obtêm e se consomem sem gerarem custo económico.
Como exemplo temos o ar que respiramos, na generalidade das situações da vida.
 Os bens tangíveis são os bens que têm alguma forma física, que têm peso e ocupam
espaço. Os bens intangíveis, denominados serviços, são também o produto de uma
atividade, mas que não têm forma física. Como exemplos tem--se os serviços
médicos, dos advogados, dos cantores e artistas de teatro, etc. São também bens
intangíveis os direitos ligados com a vida, a integridade pessoal, a liberdade de
expressão e outros.
 Os bens de consumo são aptos a satisfazer diretamente as necessidades do
indivíduo, como por exemplo a alimentação, o vestuário, etc. Quanto aos bens de
produção ou de capital são aqueles que são utilizados na produção de outros bens
diretos e indiretos como, por exemplo, as máquinas utilizadas numa fábrica de
produção e os edifícios. A utilização dos bens de consumo não duráveis implica a sua
destruição no ato do consumo, enquanto os bens de consumo duráveis proporcionam
ao longo do tempo a sua utilidade.
 Os bens complementares são aqueles que são utilizados em conjunto com outros
bens para satisfazerem as necessidades e, por isso, dependem uns dos outros. Como
exemplos destes bens podem citar-se o açúcar e o café (não para todas as pessoas,
claro), o automóvel e o combustível: Os bens sucedâneos, substitutos ou
concorrentes são aqueles que podem ser utilizados em alternativa, podendo excluir-
se uns aos outros. Como exemplos de bens complementares temos o azeite e outros
óleos, os transportes de avião, ferroviários ou viários.
Elasticidade Preço da Procura

 Mede a sensibilidade da quantidade procurada de um bem relativamente a variações


do seu preço. Visa medir a variação percentual na quantidade demandada de um
bem, dada uma variação percentual no preço deste, ceteris paribus.

Procura Perfeitamente Rígida

 Quando (η=0) a curva da procura é vertical, o que significa que qualquer variação do
preço desse bem não afeta a quantidade procurada.

Procura Perfeitamente Elástica

 A elasticidade infinita (η=∞) representa o outro extremo do espetro, significando


que a elasticidade da procura-preço é perfeitamente elástica, sendo a curva da
procura horizontal, como acontece no caso da concorrência perfeita

Procura Rígida

 Se a elasticidade procura-preço é, em valores absolutos, menor do que a unidade


(η<1) diz-se que a procura é rígida. Significa que uma variação percentual do preço
leva a uma menor variação percentual da procura.

Procura com Elasticidade Unitária

 Se a elasticidade é igual a um (η=1) diz-se que a procura é unitária, o que significa


que uma dada variação percentual do preço de um bem leva a uma variação
percentual da procura desse bem do mesmo montante.

Procura Elástica

 Quando a elasticidade for maior que um, em módulo, (η > 1), diz-se que a procura é
elástica. Uma dada variação percentual no preço causa uma maior variação
percentual na quantidade procurada.

Elasticidade da Procura-Rendimento

 Mede a variação percentual na quantidade procurada de um determinado bem,


diante de uma variação percentual na renda do consumidor. Ou seja, o rácio da
variação percentual da quantidade procurada pela variação percentual do
rendimento.

Bem inferior

 Um bem diz-se inferior se a elasticidade-rendimento for menor do que zero (η y<0).

Bem Normal

 Um bem diz-se normal se a elasticidade-rendimento for maior que zero (η y>0).


 Bem superior: Se a elasticidade-rendimento for maior que um ( η y>1) o bem diz-se
superior ou de luxo, dado que a procura destes bens aumenta mais que
proporcionalmente ao rendimento.
 Bem Necessário: Se a elasticidade-rendimento for maior que zero e menor que um
(0<η y<1) o bem diz-se necessário.

Elasticidade Cruzada da Procura

 É a medida da variação da procura de um bem em resposta a uma variação de preço


de outro bem. É caracterizada por ser positiva quando medida entre bens
substitutos, negativa entre bens complementares, e zero entre bens independentes.

Bens Substitutos

 É um bem que possa ser consumido em substituição a outro. Por exemplo,


margarina e manteiga.

Bens Complementares

 É um bem que deve ser consumido com outro bem. Isto significa que, se os bens A e
B forem complementares, um aumento no consumo do bem A resulta num aumento
do consumo do bem B. A Um exemplo de bens complementares é o do pão com o
fiambre.

Bens Independentes

 Um bem cuja procura não varia quando de uma variação do preço de outro bem.

Shadow Prices

 O preço sombra corresponde ao custo de oportunidade de uma atividade, que pode


ser referido como sendo o seu verdadeiro preço económico. Podem ser calculados
para os bens e serviços que não tenham um preço de mercado, por exemplo por
serem fixados por um governo.

Mercado

 Designa-se por mercado o local, físico ou virtual, no qual agentes econômicos


procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens.

Oferta, a Procura e o Equilíbrio

 A Procura pode ser traduzida pelos bens desejados por um individuo, que podem ser
obtidos no mercado, num determinado período, a um determinado preço, ceteris
paribus.
 A Oferta de um determinado bem varia direta e positivamente relativamente ao seu
preço. A um determinado preço os vendedores estarão dispostos a oferecer X
unidades do bem em causa. A oferta baseia-se no custo de oportunidade que integra
os custos explícitos e os custos implícitos, que constituem o custo económico.
 Combinando a procura e a oferta são determinados o preço e a quantidade de
equilíbrio. O equilíbrio é dado onde a procura e a oferta se igualam. É normalmente
assumido que a oferta e a procura são independentes, sendo duas forças que, no
mercado, levam ao equilíbrio, determinando o preço do bem. Quando o preço desce
a quantidade oferecida baixa, o que significa que a quantidade oferecida diminui à
medida que o preço diminui. Quando o preço sobe, o inverso verificar-se-á.

Determinantes da Procura
 A Quantidade Procurada (demand) é a máxima quantidade que um comprador
deseja e pode comprar a um dado preço, a qual pode não ser igual à quantidade
atualmente comprada a esse preço. A quantidade procurada ou procura pode ser
definida pela função:

D=f (P x , Ps , Pc , … , Pn ,Y , T , Pe , B , W , F i , N )

 Sendo P x o preço do bem, Ps o preço dos bens substitutos, Pc os preços dos bens
complementares, Pn os preços de outros bens, Y o rendimento, T os gostos
(utilidade), Pe as expectativas dos futuros preços, B o efeito Bandwagon, W a
riqueza e variação da população, entre outros.

A Curva da Procura e as suas Deslocações

 A Curva da Procura evidencia a quantidade procurada de um bem para vários preços,


ceteris paribus, sendo essa relação, entre o preço e a quantidade procurada,
normalmente inversa, pelo que a curva da procura tem um declive negativo, onde,
por convenção, se mede o preço (P) no eixo das ordenadas e a quantidade procurada
(X) no eixo das abcissas, que é conhecida por função inversa da procura.

Lei Geral da Procura

 Refere que a quantidade máxima procurada de um bem, num determinado período,


normalmente, varia com a alteração do preço. Esta variação de preço leva à
existência de dois efeitos:
o Efeito Rendimento: é o efeito de uma variação do preço na quantidade
procurada resultante do facto de o consumidor ficar com mais ou menos
rendimento real provocado pela alteração do preço do bem, ceteris paribus.
o Efeito Substituição: verifica-se quando a variação do preço relativo de um
bem se altera, levando os consumidores a alterarem a composição da procura
dos bens a fim de maximizarem a sua utilidade.
o Efeito Total: traduz-se no somatório dos dois efeitos, o efeito rendimento e
o efeito substituição.
Bens Normais e Inferiores

 Bens Normais: aqueles bens cuja quantidade procurada varia diretamente com o
rendimento, ou seja, a procura aumenta com a subida do rendimento e desce com a
diminuição do rendimento, ceteris paribus.
 Bens Inferiores: bens para o qual um aumento do rendimento leva a uma
diminuição da procura e vice-versa, ceteris paribus. São bens inferiores os Bens de
Giffen e os Bens de Veblen.

Exceções à Lei Geral da Procura

 Analisamos a procura tendo em consideração a relação inversa entre a procura e o


preço de um bem, o que traduz a lei geral da procura, o que acontece com os bens
classificados de bens normais. Para estes bens existe uma relação direta entre o
rendimento e a quantidade procurada. Mas existem muitas situações em que as
relações expostas não se verificam.

Bens de Giffen

 É o bem inferior cuja procura varia inversamente com o preço do bem.

Bens de Veblen ou de Ostentação

 São bens cuja procura advém do desejo de alguns indivíduos de mostrar o seu status
através da utilização de bens cujo preço é elevado. Ou seja, o aumento do preço
induz estes consumidores à procura desses bens cujo preço aumenta, para além de
determinar o preço umbral.

Mercantilismo

 Os teoristas mercantis achavam que o comércio internacional poderia não beneficiar todos
os países ao mesmo tempo. Como o dinheiro e o ouro eram as únicas fontes de riqueza,
havia uma quantidade limitada de recursos a ser dividida entre os países. Desse modo, as
tarifas poderiam ser usadas para encorajar a exportação (o que significa mais dinheiro
entrando no país) e desencorajar a importação (enviando riqueza para o exterior). Em
outras palavras, uma balança comercial positiva deveria ser mantida, com um excedente de
exportações.

Adam Smith (A Riqueza das Nações)

 Divisão do Trabalho e Produtividade: Adam Smith desenvolveu a teoria de que a


divisão do trabalho é uma das causas do enriquecimento das nações, dando um exemplo
de uma fábrica de alfinetes. Um indivíduo trabalhando sozinho não conseguiria produzir um
ou alguns alfinetes, durante uma jornada de trabalho, ao passo que, com a separação das
tarefas, se consegue uma produção de milhares de alfinetes. Esta divisão de trabalho tem
como efeito o aumento da produtividade do trabalho que influenciará o aumento do produto
e da riqueza.
 A mão invisível e o liberalismo: Segundo Smith, se a economia for livre, sem
intervenção alguma de órgãos externos ou do governo, ela irá regular de forma
automática, como se houvesse uma mão invisível por trás de tudo, fazendo com que
os preços dos produtos fossem ditados pelo próprio mercado, conforme sua
necessidade.
 Teoria do Valor: Adam Smith, no seguimento de Aristóteles, como já referimos,
distinguiu duas noções de valor: valor de uso e valor de troca.
o Quanto ao valor de uso Smith considerava que o valor de uso consistia na
utilidade que o indivíduo retirava de um objeto particular.
o Diferente é o valor de troca, que Smith diz ser determinado pelo trabalho,
mas apenas no estado primitivo da humanidade.

David Ricardo (Princípio de Economia Política e de Tributação)

 Teoria do Valor:
o O valor de uso traduz-se na utilidade conferida pelos bens para quem os
utiliza.
o A utilidade não é a medida do valor de troca, embora lhe seja essencial,
como condição necessária, pois sem utilidade qualquer bem seria destituído
de valor de troca. Ricardo considera que o valor de troca de uma mercadoria
também deriva da sua raridade. Se o trabalho é o fundamento do valor de
troca das mercadorias reprodutíveis, logo todo o acréscimo nessa quantidade
de trabalho aumentará o valor de troca da mercadoria onde foi aplicado,
assim como toda a diminuição reduz o valor de troca, ou seja, o aumento da
produtividade do trabalho terá efeitos na diminuição do tempo de trabalho
necessário à sua produção, pelo que um aumento da produtividade terá, em
consequência, uma diminuição do valor de troca, podendo as mercadorias
serem vendidas por um preço mais baixo.
 Teoria dos Salários: constituem o preço da mercadoria força de trabalho. Na
linguagem hoje utilizada podemos identificar o valor da força de trabalho com o
conceito de capital humano. Da análise de Ricardo resulta que se deve ter em
consideração dois conceitos de salário.
o Salário Natural (ou preço natural do trabalho) – pode ser definido como o
correspondente ao valor dos bens necessários que permitam ao trabalhador
subsistir e perpetuar a sua descendência, sem aumento nem diminuição, «O
trabalho..., tem o seu preço natural e de mercado.»
o Ricardo considerava que o salário de mercado ou corrente gravitaria a
volta do salário natural. Se o salário de mercado for superior ao salário
natural os trabalhadores tenderão a casar-se mais cedo e a procriar mais;
desta forma aumentará a população trabalhadora e o aumento da oferta de
trabalho fará baixar os salários pagos no mercado.
 Teoria da Renda: Ricardo considerava a existência de três fatores de produção –
terra, capital e trabalho. A terra, sendo variável em qualidade era considerada fixa
quanto à oferta, pelo que estava sujeita à lei dos rendimentos marginais finalmente
decrescentes. A produtividade marginal da terra, bem como, do trabalho e do capital
era decrescente, à medida que aumentava a extensão de terra cultivada.
 Investimento e Poupança: Quarto maiores forem os lucros maior será a
capacidade de poupar. E como toda a poupança flui para o investimento este será
tanto maior quanto maior for a poupança. O investimento acaba por depender do
nível de lucro e a taxa de lucro depende quer das inovações tecnológicas quer do
salário natural. Quanto maior for este menor será a taxa de lucro.
 Teoria do Estado Estacionário: Dada que o aumento da população leva ao cultivo
de terras menos férteis, o que determina um aumento do valor dos bens agrícolas e,
por conseguinte, um aumento do salário natural, com consequente diminuição dos
lucros, a medida que a sociedade se expande a parte dos lucros no total do
rendimento vai diminuindo. A taxa de acumulação de capital tende a diminuir o que
levará a sociedade para um estado estacionário, onde a taxa de lucro de mercado
será igual à taxa natural de lucro, suficiente apenas para manter o capital existente.
Neste estádio o salário de mercado seria também igual ao salário natural e, em
consequência, tender-se-ia à estacionariedade da população.

Malthus

 Teoria da População: Segundo Malthus, a população cresce em progressão


geométrica, enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. No
limite, isso acarretaria uma drástica escassez de alimentos e, como consequência, a
fome. Portanto, inevitavelmente o crescimento populacional deveria ser controlado.
 Procura efetiva: Considerando uma economia de mercado, é a procura de bens e
serviços para a qual existe capacidade de pagamento.

Say
 A lei dos Mercados ou de Say: a oferta cria a sua própria procura, o que significa
que não poderá existir uma crise de superprodução, pois as mercadorias trocam-se
por mercadorias, sendo o dinheiro um simples instrumento das trocas.
 O empreendedor é o criador de novos produtos e de novos processos e o gestor
das combinações corretas dos recursos. O empreendedor deve possuir «julgamento,
perseverança e conhecimento do mundo». O empreendedor tem de correr riscos,
podendo falhar ou ter sucesso.

Karl Marx

 Materialismo Dialético: é uma conceção filosófica e método científico que defende


que o ambiente, o organismo e os fenômenos físicos tanto modelam animais
irracionais e racionais, a sociedade e a cultura quanto são modelados por eles, ou
seja, que a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social.
 O Modo de Produção: são os conjuntos formados pelos meios de trabalho e objetos
de trabalho - ou tudo aquilo que medeia a relação entre o trabalho humano e a
natureza, no processo de transformação da natureza em si.
o Os meios de trabalho incluem os instrumentos de produção: instalações
prediais (fábricas, armazéns, silos etc), infraestrutura (abastecimento de
água, fornecimento de energia, transportes, telecomunicações, máquinas,
ferramentas, etc), no ambiente urbano das cidades (formadas pelo
operariado), e terras e fazenda (que abrangem o trabalho do campo e o
campesinato).
o Os objetos de trabalho são os elementos sobre os quais é aplicado o
trabalho humano - recursos naturais (terra, matérias-primas).
 Teoria do Valor: Tal como Smith e Ricardo, Marx diz que a utilidade de um objeto
constitui o seu valor de uso, que é independente da quantidade de trabalho
requerida para o produzir.
o Valor da Mercadoria: O valor de uma mercadoria é determinado pelo
trabalho abstrato socialmente necessário para a sua produção.
o Trabalho Simples e Complexo: Dado que o trabalho não é homogéneo,
pode considerar-se o trabalho complexo (ou superior) como um múltiplo do
trabalho simples. O trabalho socialmente necessário é o trabalho «reduzido»
ao trabalho simples, podendo, assim, considerar-se que o trabalho complexo
é constituído por várias unidades de trabalho simples. Marx designa trabalho
simples como o trabalho não qualificado, que distingue do trabalho
«complexo» ou qualificado, explicando-se, desta forma, as diferenças salariais
que resultam de diferentes forças de trabalho. Os preços das mercadorias
numa economia capitalista tendem a ser o reflexo do trabalho cristalizado
nessas mercadorias.

o O Valor da Força do Trabalho: Marx considerava, tal como os clássicos, a


força de trabalho como uma mercadoria que é vendida pelos trabalhadores e
comprada pelos capitalistas. O trabalhador, porque tendencialmente apenas
possui a sua força de trabalho como única mercadoria, é obrigado a vendê-la
ao capitalista no mercado de trabalho, cujo preço é traduzido pelo salário. O
valor da força de trabalho expressa-se no salário. A relação dos salários
implica que a capacidade de trabalho dos assalariados, a sua força de
trabalho, se torna uma mercadoria. A capacidade de trabalho é o valor de uso
para produzir mercadorias. O seu valor de troca é representado pela taxa de
salário. Assim, a força de trabalho é uma mercadoria que os trabalhadores
oferecem no mercado de trabalho.
o Teoria da Mais-Valia: é a diferença entre o valor final da mercadoria
produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho
que é a base do lucro no sistema capitalista.
o Capital Variável e Capital Constante: O capital constante é a parte do
capital se transforma em matérias primas, em matérias auxiliares, isto é, em
meios de produção. Já o capital variável, correspondente à parte do capital
que é empregada no pagamento de salários, tem seu valor aumentado no
processo de produção. Esse aumento ocorre, segundo Marx, mediante a
extração da mais-valia do trabalho. Isto porque, no processo de produção, o
valor gerado pela força de trabalho excede o custo de reprodução das
condições de existência dos trabalhadores (correspondente aos salários).
o Capital Fixo e Capital Circulante: O capital fixo consiste no capital físico
que é consumido durante um ciclo de produção. Capital circulante é a parte
do capital destinada às despesas operacionais, incluindo matérias-primas,
salários, materiais auxiliares, combustíveis, energia, stocks e dinheiro
disponível imediatamente e a curto prazo (em caixa e bancos). Nesse sentido,
corresponde ao capital de giro e sua magnitude é um indicador do grau de
liquidez de uma empresa.
o Composição Orgânica do Capital: Há que distinguir a composição orgânica
do capital da composição técnica, pois esta diz apenas respeito às
características físicas do capital, enquanto a composição orgânica do capital
tem em consideração o valor.
o Taxa de Mais-Valia: No processo produtivo a força de trabalho cria mais
valor do que o seu próprio valor, ou seja, cria mais valor do que aquilo que
vale. O valor da força de trabalho corresponde ao capital variável, v, tendo a
sua equivalência no salário. Desde que se verifique a realização da mais-valia,
ou seja, desde que as mercadorias sejam vendidas, a mais-valia transforma-
se em lucro. Podemos fazer uma equivalência entre a expressão do valor
criado e os salários e os lucros.
o Taxa de Lucro: A acumulação do capital tem como efeito o crescimento
económico que é inerente ao capitalismo. A taxa de lucro (g) para Marx,
sendo diferente da taxa de mais-valia, é dada pela razão entre a mais-valia e
o capital total. Devido à acumulação capitalista a taxa de lucro tem uma
tendência a diminuir porque a mais-valia (s) apenas pode ser derivada do
capital variável (v). A proporção de c para v aumenta, mesmo que em termos
absolutos v aumente.
 Valor de Troca: é medido pelo tempo de trabalho socialmente necessário, ou seja,
o tempo padrão, para produzir uma mercadoria, o que possibilitará a troca por
exemplo, de uma mesa por um travesseiro (diferentes quanto ao seu valor de uso)
desde que o tempo de trabalho social desses produtos tenha sido o mesmo
(equivalentes quanto ao seu valor de troca).
 Valor de Uso: é a qualidade que possui um objeto para satisfazer uma necessidade,
determinado por suas condições naturais. o valor de uso é determinado pelas
características próprias do objeto e pelo uso específico e concreto que se dá ao
mesmo por essas características.

Teoria do Risco
 Risco vs. Incerteza: Existe risco quando se podem associar probabilidades aos
resultados de qualquer evento. Nestes casos, de risco, o decisor conhece a
distribuição das probabilidades em relação às situações são produzidas. Existe
incerteza quando essa associação não pode ser realizada caraterizando situações em
que existe um conjunto de possíveis resultados desconhecidos. Neste caso (de
incerteza) o decisor não pode seguir uma regra formal de decisão, mas apenas pode
fundamentar-se na sua intuição, que Knight denominou como «julgamento» para
antecipar o que pode ocorrer.
 Paradoxo de S. Petersburgo: Bernoulli explicou que as decisões dos indivíduos
são baseadas na utilidade esperada que decorre dos bens e não na riqueza ou nos
bens per se. O Paradoxo de S. Petersburgo, evidencia que, ainda que os retornos
esperados sejam muito elevados (infinitos em termos teóricos), os indivíduos
tendem a não aceitar a situação de risco (que denominamos como prospeto) porque
o valor esperado dos retornos não capta a atitude dos indivíduos face ao risco, mas
sim, é à utilidade esperada que se deve atender para compreender as escolhas dos
indivíduos.
 Aversão ao Risco: Aversão ao risco é a relutância de uma pessoa para aceitar um
negócio com um retorno incerto, em vez de outro negócio com um retorno esperado
mais certo, mas possivelmente menor. os indivíduos podem ter diferentes atitudes
perante o risco. Um indivíduo é:
o Avesso ao risco: haverá sempre um nível de sanção legal que terá alguns
efeitos preventivos mesmo para probabilidades de aplicação da lei muito
baixas.
o Indiferente ao risco: situação idealizada de igualdade.
o Propenso ao risco: quando o benefício esperado do comportamento ilegal é
elevado ou a probabilidade de deteção e aplicação da lei for muito pequena,
não haverá prevenção mesmo se a sanção estipulada for muito elevada.
 Teoria Perspetiva: descreve o modo como as pessoas escolhem entre alternativas
que envolvem risco, onde as probabilidades de resultados são incertas. A teoria
afirma que as pessoas tomam decisões mais baseadas em potenciais valores de
perdas e ganhos do que no resultado final.

Concorrência Perfeita

 Ocorre quando existem muitos vendedores; existe uma entrada e saída fácil de
empresas; os produtos são idênticos independentemente do vendedor e os
vendedores são tomadores de preços. (P = Cmg, e, não existe lucro)
o Atomicidade: é um mercado com infinitos vendedores e compradores, de
forma que nenhum deles tem condições de definir os preços de mercado. Diz-
se que elas são tomadoras de preços (Price Takers);
o Homogeneidade do Produto: os produtos, tanto bens como serviços e
fatores de produção, oferecidos pelas firmas são idênticos, o preço praticado
também é homogêneo. Como a curva da procura do preço é perfeitamente
elástica (curva horizontal), não há incentivos para não praticar os preços de
mercado;
o Mobilidade ou Fluidez: mercado sem barreiras à entrada e saída, tanto de
compradores, como de vendedores;
o Racionalidade: os empresários visam sempre maximizar os lucros e os
consumidores, maximizar a satisfação ou utilidade derivada do consumo de
um bem;
o Transparência de Mercado: a informação é perfeita, isto é, todos os
participantes no mercado, tanto compradores como vendedores, têm
completo acesso a toda a informação;
o Inexistência de Externalidades: há ausência de externalidades, sejam elas
positivas ou negativas.
 Teorema de Cournot: A maximização do lucro é obtida no ponto em que o custo
marginal (MC) é igual à receita marginal (MR), é a situação de equilíbrio parcial que
enquanto não for alcançada o empresário procurará modificar a sua atuação se
desejar atingir o ponto ótimo

Monopólios

 Designa uma situação particular de concorrência imperfeita, em que uma única


empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço. Todo a empresa
monopolística tem poder de monopólio (ou poder de mercado), isto é, pode
estabelecer um preço acima do custo marginal e ter lucro económico. Existem várias
causas limitando o número de empresas e constituindo barreiras para a entrada de
novas empresas. Entre essas causas destacam-se as seguintes:
o O controlo de uma fonte de matérias-primas.
o Inovações e propriedade de patentes. Uma patente é um direito exclusivo
para produzir e ou vender um determinado produto ou usar determinado
processo produtivo. O produto ou processo objetos de uma patente devem
ser novos; pois as patentes estão ligadas a invenções.
o Intervenção governamental, de que resultam os monopólios legais.
o A existência de grandes economias de escala.
 No monopólio não existe curva de oferta.
 Monopólio Natural - é uma situação de mercado em que os investimentos
necessários são muitos elevados e os custos marginais são muito baixos.
Caracterizados também por serem bens exclusivos e com muito pouca ou nenhuma
rivalidade. Esses mercados são geralmente regulados pelos governos e possuem
prazos de retorno muito grandes.
Concorrência Monopolística - é uma forma de concorrência imperfeita e corresponde
a uma situação em que existem numerosas empresas no mercado, mas que oferecem
produtos ou serviços não totalmente homogêneos e, por isso, não totalmente substituíveis.
Numa situação deste tipo, cada uma das empresas possui algum poder de mercado para
influenciar o preço dos seus próprios produtos ou serviços. De facto, no seu produto
particular, diferenciado dos produtos dos restantes concorrentes, cada empresa funciona
como um pequeno monopólio.
 Diferenciação Real - A diferenciação real pode expressar-se por métodos
diferentes. Um produto pode ser diferenciado pelas suas caraterísticas físicas, como
por exemplo o cheiro diferente de um perfume, a localização do produto, como
acontece com muitos hotéis, permitindo às empresas ter um maior poder de
mercado
 Na diferenciação percebida (e não real) os consumidores consideram que os bens
são diferentes quando na realidade não são. Este efeito está relacionado com o
framing effect, que é função do modo como as questões ou os bens são
apresentados.

Oligopólio

 O oligopólio é uma situação de mercados concentrados, na qual a produção se


concentra num pequeno número de firmas. No oligopólio também existem barreiras
à entrada de potenciais concorrentes, mas as ações entre as empresas não são
necessariamente coordenadas.
 A estrutura do mercado oligopolista pode ser identificada por:
o Um número relativamente pequeno de empresas;
o Dificuldade de entrada no mercado, nomeadamente a existência de elevados
custos afundados para entrar no mercado, o que tornará a entrada no mercado
não atrativa ou muito difícil pois, mesmo que haja liberdade de entrada no
mercado, um maior número de empresas no mercado levaria a que os lucros
tendessem a baixar dificultando a recuperação (pelas empresas) dos custos
afundados;
o A intervenção do Estado através de leis que estabelecem as patentes ou
requisitos legais para a entrada no mercado.
o Um produto que pode ser estandardizado ou diferenciado.
o A diferenciação através da marca constitui outro elemento de constrangimento
para a entrada de novas empresas, dado que muitas vezes existe lealdade por
parte dos consumidores.
 Existem vários fatores que influenciam as empresas oligopolistas no sentido da
cooperação. Um desses fatores consiste em poderem, em cooperação, operarem no
mercado em situação próxima do monopólio, com a indústria a produzir no ponto em
que a maximização do lucro é máxima, ou seja, quando o custo marginal iguala a
receita marginal.
 Quando há concertação os oligopolistas têm de acordar quer quanto aos preços a
estabelecer quer quanto ao montante de produção entre eles, quer determinando,
consequentemente, os lucros de cada oligopolista. Assim, os oligopolistas conluiam-
se de forma a atuar como se fossem um monopólio, partilhando os lucros.
 Entre os modelos de concertação oligopolista, tácita ou explícita, destacam-se os
seguintes:
o O cartel;
 É uma forma explícita, e por vezes formal, de conluio entre oligopolistas, a
fim de estabelecerem o preço e ou a quantidade global a produzir. Cada
empresa conserva a sua personalidade jurídica uma parte da sua
independência económica. O cartel tem um caráter de monopólio, dado que o
fim visado pelas empresas que o formam é suprimir a concorrência entre elas
tanto quanto possível, conquistando um «quase-monopólio de várias
empresas» no mercado, pelo que é necessário que no cartel se agrupem
senão todas as empresas, pelo menos a maioria. O cartel visa restringir a
produção e deste modo estabelecer o preço acima do custo marginal,
aumentando o poder de mercado.
o O modelo da empresa dominante;
 Existem poucas empresas no mercado; Os produtos são homogéneos; Uma
das empresas escolhe o preço (empresa dominante); As restantes empresas
são tomadoras de preço e escolhem a sua produção.
o A empresa líder do preço.
 Neste modelo uma empresa domina a indústria. Existem poucas empresas no
mercado, e a competição nos preços é tacitamente evitada. A empresa líder
estabelece o preço o qual é seguido pelas outras concorrentes, por interesse
próprio e não por um acordo formal, o que significa a existência de um
equilíbrio de Nash. Dominantemente a empresa líder do preço é a maior no
mercado, mas não é necessário que assim seja, pois pode acontecer que a
empresa líder do preço seja não a maior, mas a mais eficiente.

Teoria dos Jogos


 É utilizada para analisar a forma como os indivíduos ou outros agentes económicos
interagem uns com os outros, tendo, por conseguinte, uma estratégia. Dependendo
da estrutura, eles tomam em consideração a forma como os outros agentes estão
atuando (ou como julgam que os outros estão a atuar) e se seguem a sua própria
estratégia. A teoria dos jogos considera as relações diretas entre os atores, sem
serem mediatizadas por instituições (como o mercado) como é suposto acontecer, de
acordo com a teoria económica dominante. Contudo a teoria dos jogos assenta em
dois principais pressupostos, tal como a teoria económica neoclássica:
o Cada ator (jogador, agente) tem um comportamento fortemente racional,
onde existe interdependência, significando que qualquer participante é
afetado pelas ações dos outros tal como as suas ações afetam os outros.
o Todos os atores são coordenados através de alguma noção de equilíbrio.
 Dilema dos Prisioneiros - é um dos exemplos mais famosos no mundo da Teoria
dos Jogos — apresenta a história de dois prisioneiros e o dilema entre trair e
cooperar. No dilema dos dois prisioneiros cada um busca a sua estratégia dominante
que maximiza a sua utilidade esperada individual, mas não a utilidade total. Ambos
escolhem racionalmente a opção de não cooperação, podendo levar ao pior dos
resultados, traduzindo-se em ineficiência paretiana.

 Equilíbrio de Nash - representa uma situação em que, em um jogo envolvendo


dois ou mais jogadores, nenhum jogador tem a ganhar mudando sua estratégia
unilateralmente. Por outras palavras, o equilíbrio de Nash traduz-se num conjunto
de estratégias, uma para cada jogador, cada uma constituindo a melhor resposta de
cada um em relação aos outros.

Contabilidade Nacional

 A contabilidade nacional é uma técnica que tem por objetivo medir a atividade
económica de um país nas suas diversas vertentes. Funciona como um instrumento
de análise da situação económica, de quantificação dos objetivos de política
económica e de controlo do modo como as metas económicas vão sendo cumpridas.
 PIB – O Produto Interno Bruto representa a soma (em valores monetários) de todos
os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países,
estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O
PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de
quantificar a atividade econômica de uma região. O valor do produto é determinado
a partir do valor acrescentado pelos ramos/sectores de atividade económica. Desta
forma, os produtos são classificados conforme a sua natureza e origem. Um dos
problemas que poderá surgir está relacionado com a existência de bens de consumo
intermédio. Assim, o valor de certo bem poderá ser registado mais do que uma vez
pelo facto de outros bens serem incorporados no processo produtivo – problema da
múltipla contagem. Para evitar o problema da múltipla contagem recorre-se a um
dos dois métodos seguintes: 1. Método dos valores acrescentados. 2. Método dos
produtos finais.
o Podemos obter o PIB pelo somatório dos valores acrescentados. Este método
baseia-se na determinação do valor acrescentado por cada unidade produtiva,
calculado através da diferença entre o valor das vendas e o valor das compras
que foi necessário efetuar para conseguir realizar a produção. Para efeitos de
cálculo, considera-se apenas o valor acrescentado de cada empresa.
o Outro método que pode ser utilizado é o método dos produtos finais. Este
método toma em atenção o valor dos produtos finais e no cálculo do produto
considera-se apenas o valor da produção de bens e serviços finais, ou seja,
considera apenas para o cálculo os bens e serviços que não sofrerão mais
transformações no processo produtivo, ou seja, que se destinam ao
consumidor final.
 PIB vs. PIL - A diferença entre o PIB e o PIL traduz-se no valor das desvalorizações.
Ao contrário do PIB, o PIL tem em conta o valor da desvalorização do capital.
 PIB a Custo de Fatores – Não tem em conta quaisquer impostos indiretos ou
subsídios. Isto é valora apenas o custo de fatores.
 PIB a Preços de Mercado – tem em conta os impostos e subsídios como
instrumentos fiscais do Estado.
 PIB vs. PNB - O produto interno tem por base a riqueza obtida pelas unidades
institucionais situadas no seu território económico. O produto nacional tem por
base a riqueza obtida pelas unidades institucionais residentes, independentemente
do território económico onde foi gerada a riqueza.
 RN – é a soma das remunerações pagas pelos empregadores dos fatores de
produção, traduzindo-se no montante dos salários brutos, das rendas, dos juros e
dos lucros, com base no critério da residência. São remunerações revelantes, o
salário bruto da força de trabalho, o valor dos juros, o valor das rendas, o valor da
massa de lucros, os rendimentos recebidos por residentes, mas que foram gerados
no exterior, sendo que a estes se desconta os rendimentos por eles gerados dentro
do país, mas enviados para o exterior.
 As três óticas do PIB:
o Ótica do Produto – permite-nos conhecer o valor do produto por sector
institucional e/ou sector de atividade.
o Ótica do Rendimento – permite-nos conhecer o valor atribuído como
remuneração dos fatores de produção.
 Como sabemos, a produção é depois repartida pelos elementos que
contribuíram para a sua realização. Assim, podemos analisar a forma
como a produção é repartida, ou seja, pela ótica do rendimento. Segundo
a ótica do rendimento, o valor do produto é igual à soma das
remunerações do trabalho e do capital:
 Remunerações do trabalho: salários e vencimentos;
 Rendimentos do capital ou excedente bruto de exploração:
rendimentos de capital e outros rendimentos pagos pelas empresas
produtoras (lucros, juros e rendas).

o Ótica da Despesa – permite-nos conhecer os gastos efetuados pelos


diferentes sectores institucionais.
 Se analisarmos a produção pela forma como os indivíduos gastam os seus
rendimentos, isto é, como se reparte a produção nacional pelos diferentes
fins a que se destina, obtemos a Despesa. Assim, uma vez que na
perspetiva da despesa se observa o funcionamento de uma economia
tendo em conta a utilização ou o destino dado aos bens e serviços
produzidos, o cálculo da despesa exige que conheçamos:
 O consumo privado dos residentes, isto é, todas as despesas
efetuadas pelos particulares em bens e serviços que se destinem à
satisfação das suas necessidades;
 O consumo público que inclui as despesas correntes da
Administração Pública, ou seja, as despesas efetuadas com a aquisição
de bens e serviços, necessários ao correto funcionamento da
Administração Pública e à satisfação das necessidades coletivas da
população.
 O Investimento ou formação bruta de capital destinado à
reposição e/ou ampliação da capacidade produtiva do país. Aqui,
incluem-se a formação bruta de capital fixo que traduz os
investimentos em bens de equipamento feitos, quer pelo sector público
quer pelo sector privado, e a variação de existências que expressa a
diferença entre os valores dos stocks de produtos, diferença esta
verificada no início e no fim do período que se estiver a considerar.
 As exportações, que representam a venda a outros países,
constituem uma componente da despesa, uma vez que, apesar de não
representarem bens e serviços consumidos internamente, constituem
produto realizado no país.
 As importações que resultam da aquisição e utilização pelo país de
bens e serviços que foram produzidos noutros países, não
constituindo, portanto, produto do país em causa. Tal como o valor
dos bens e serviços exportados são adicionados na determinação do
valor da despesa, teremos de subtrair o valor correspondente aos bens
e serviços importados.

Keynes e o Keynesianismo – A terminar depois da Aula de dia 12/12/20

Você também pode gostar