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GURUÉ
Gurué
Novembro de 2020
IMPACTOS AMBIENTAIS QUE ADVÊM DA ACTIVIDADE DE
EXTRACÇÃO DE AREIA DE CONSTRUÇÃO NO BAIRRO DE
MANGONE
Gurué
Novembro de 2020
Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone
Declaração
Eu Eugénio Gonçalves Mauindo, declaro em minha honra que o presente Trabalho de Fim
de Curso nunca foi apresentado na sua essência para a obtenção de qualquer grau e que ele
constitui o resultado da minha pesquisa pessoal, estando indicadas no texto e nas referências
bibliográficas as fontes utilizadas.
______________________________________
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus pai Todo poderoso pela origem, Aos meus pais, em
especial, que são a minha fonte de inspiração, por estarem presentes em minha vida, e pelo
amor e coragem que sempre me deram. À Direcção da minha escola, na qualidade de meus
superiores hierárquicos, por ceder-me muita força coragem e vontade na aflição, no
desespero, e nos momentos que enfrentei obstáculos que pareciam impossíveis de resolver
mas graças a ele foi possível.
Ao meu supervisor dr. Abdala Tomé Muheia, pela confiança, orientação, e paciência que teve
na observação e correcção do trabalho até ao fim da elaboração do presente relatório.
Dedicatória
Extensivamente vai aos meus pais que me deram origem ao planeta terra, que me deram a
noção de vida e dirigiram me a escola onde aprendi a escrever e a ler o meu primeiro
Alfabeto.
Ao meu familiares em geral que dia a pós dia, deram o seu apoio incondicional, pelos
encorajamentos e forca para a continuidade dos estudos.
Aos meus docentes do curso de ensino de Geografia, a todos os colegas e amigos que em
momentos tristes e alegres deram o seu apoio em prosseguir com os estudos, pois seria a
lanterna para o sucesso da minha vida.
Listas
Lista de abreviaturas
Adj........................................................................................................................................Adjunto
dr..............................................................................................................................................doutor
Km2..................................................................................................................Quilometro quadrado
Lista de gráficos
Resumo
ÍNDICE PÁG.
Declaração..................................................................................................................................I
Agradecimentos.........................................................................................................................II
Dedicatória...............................................................................................................................III
Listas........................................................................................................................................IV
Lista de abreviaturas.............................................................................................................IV
Lista de gráficos.....................................................................................................................V
Resumo.......................................................................................................................................1
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................4
1.1. Delimitação do problema............................................................................................5
1.1.1. Problema..............................................................................................................5
1.2. Relevância do estudo...................................................................................................6
1.3. Objectivos....................................................................................................................7
1.3.1. Geral.....................................................................................................................7
1.3.2. Específicos...........................................................................................................7
1.4. Hipóteses.....................................................................................................................7
1.5. Dificuldades encontradas.............................................................................................8
1.6. Considerações éticas do trabalho.................................................................................8
1.7. Contextualização do caso............................................................................................8
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................9
2.1. Conceitos básicos........................................................................................................9
2.1.1. Areia.....................................................................................................................9
2.2. Mineração ou Extrativismo.......................................................................................10
2.2.1. A mineração e a exploração das areias..............................................................10
2.2.2. Actividade de Extracção de Areia......................................................................13
2.2.3. A mineração e o desenvolvimento local............................................................20
2.2.4. Mineração de areia e suas implicações legais....................................................22
2.2.5. Mineração de areia e as áreas de preservação permantente (APP)....................22
CAPITULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS...............................................................24
3.1. Tipo de pesquisa........................................................................................................24
3.2. Universo e Amostra...................................................................................................24
3.3. Delimitação da pesquisa............................................................................................24
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
A actividade de extracção de areia é uma das actividades económicas do país, uma vez que
vem contribuindo para o crescimento sócio-económico e infra-estrutural da população
adjacente, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida da população, mas também é
responsável por diversos impactos ambientais negativos.
O pesquisador pretende perceber até que ponto a estrutura competente tem as questões
ambientais, concretamente ao Impactos ambientais, que advêm da Actividade de Extracção
de areia de Construção, no Bairro de Mangone.
Ainda mais, o autor da pesquisa pretende com base nos conhecimentos adquiridos ao longo
do tempo, dar o seu contributo com vista a garantir uma gestão eficiente e eficaz no na gestão
do meio ambiente, com vista a evitar a degradação do meio ambiente, pois ele é útil às
populações. Com isso, o autor da pesquisa irá usar determinados métodos como observação
directa, revisão bibliográfica e questionário. O projecto está estruturado em introdução, tema,
problematização, delimitação do tema, objectivos, hipóteses, justificativa, marco teórico,
metodologia, cronograma de actividades, orçamento, e apêndice.
De acordo com Fonseca Júnior e Ferreira (2012) citado por Santo (2016), os agregados para a
indústria da construção civil são as substâncias minerais mais consumidas e, portanto, as mais
significativas em termos de quantidades produzidas no mundo. Sendo assim, a expansão
urbana faz com que sua extração aumente cada vez mais. Silva, G. (2012) citado por Santo
(2016) afirma que apesar de sua abundância, esses minerais apresentam baixo valor unitário e
seu consumo é um importante indicador do perfil socioeconômico de desenvolvimento de um
país, estado ou região metropolitana.
Com isso, o autor da pesquisa usou determinados métodos como observação directa, revisão
bibliográfica e questionário. O projecto está estruturado em introdução, tema,
problematização, delimitação do tema, objectivos, hipóteses, justificativa, marco teórico,
metodologia, cronograma de actividades, orçamento, e apêndice.
1.1.1. Problema
Segundo Gil (2008:33), Problema “é qualquer questão não resolvida e que é objecto de
discussão em qualquer domínio do conhecimento”.
Segundo Marconi & Lakatos (2003:220) diz que “a formulação do problema prende-se ao
tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende
resolver por intermédio da pesquisa.’’
Marconi & lakatos (1999:28), problema é uma dificuldade, teoria ou pratica no conhecimento
de alguma coisa de real importância.
A desflorestação e degradação das florestas são das questões ambientais globais mais
relevantes da actualidade, principalmente com o crescente reconhecimento do papel destes
ecossistemas no ciclo de carbono e possível mitigação das mudanças climáticas
(FAO2015,WRI2014,UNEP 2014).
Têm sido realizados alguns esforços a nível internacional para reconhecer a importância das
florestas e promover a sua gestão sustentável. Estes esforços remontam à Conferência de
Estocolmo, realizada em 1972.
O crescente aumento do consumo de areia faz com que se intensifique a exploração deste
produto nas regiões de ocorrência existentes e a proliferação de novas regiões de extracção de
areia geralmente ilegais. Contudo, esta actividade se for feita de forma não controlada acaba
trazendo consequências para o meio.
Silva e Menezes (2001:88) afirmam que “Neste item deverá ser indicado claramente o que
você deseja fazer, o que pretende alcançar. Os objectivos são as metas que se pretende
atingir com a elaboração da pesquisa.” Tal como, se diz nenhuma acção humana é realizada
sem que tenha objetivo, apoiado na visão dos autores em alusão, o presente trabalho também
possui objetivos que se pretendem alcançar que passaremos a identificar.
A fundamentação desta temática parte do pressuposto que nas últimas décadas têm surgido
um conjunto de alterações ambientais e socioeconómicas que devem ser vistas, por todos,
com olhos mais atentos e capazes.
1.3. Objectivos
Silva e Menezes (2001:88) afirmam que “Neste item deverá ser indicado claramente o que
você deseja fazer, o que pretende alcançar. Os objectivos são as metas que se pretende
atingir com a elaboração da pesquisa.” Tal como, se diz nenhuma acção humana é realizada
sem que tenha objetivo, apoiado na visão dos autores em alusão, o presente trabalho também
possui objetivos que se pretendem alcançar que passaremos a identificar.
1.3.1. Geral
1.3.2. Específicos
1.4. Hipóteses
Para Richardson (1999), as hipóteses “podem ser definidas como possíveis tentativas,
previamente seleccionadas, do problema de pesquisa. Permitirão orientar a análise dos
dados no sentido de aceitar ou rejeitar soluções” (p.104). Nesta vertente, destacam-se as
seguintes hipóteses para o problema levantado:
A temática vem sendo discutida por vários autores ao longo dos tempos, dentre alguns que se
dedicaram em estudar sobre o tema segue-se abaixo:
2.1.1. Areia
De acordo com Leinz & Amaral (1980) apud Souza at all (S/d:02), areia é um sedimento
clástico inconsolidado, formado mais comumente por grãos com 0,2 a 2,0 mm de diâmetro e
tendo como cores mais usuais o cinza, o amarelo ou o vermelho.
Moreira et all (1997), definem areia como uma massa mineral inconsolidada com alto teor de
sílica, constituída predominantemente de grãos de quartzo, os quais têm formas e texturas
superficiais que podem variar amplamente.
Com base nos autores acima citados, o pesquisador considera de areia ao conjunto de
partículas de rochas desagregadas por erosão da acção do vento ou da água das chuvas, um
material de origem mineral finamente dividido em grãozinho ou granito constituída
basicamente de dióxido de silício, formando-se na superfície da Terra.
De acordo com os autores acima, o autor deste trabalho considera extrativismo como sendo
uma actividade praticada pelo Homem há bastante tempo onde se caracteriza pela recolha dos
produtos que a natureza dispõe para o consumo do homem, podendo ser de origem animal,
vegetal e mineral. Já para a exploração mineira envolve a retirada de recursos minerais do
solo e subsolo, bem como o seu tratamento e transformação.
Contudo, importa referir que, o conceito de Mineração varia de região para região, enquanto
para os ocidentais referem ao uso de máquinas para a sua efectivação, os países menos
industrializados o cenário é contrário, ou seja, a mineração pode ser realizada com
equipamentos que não acarretam custos para a sua aquisição, podendo ser instrumentos
rudimentares.
O termo areia tem também a conotação granulométrica – é um material granular solto, não
coesivo, constituído de partículas de dimensão 0,06 a 2,0 mm. A definição da ABNT para uso
em engenharia civil é: solo constituído por grãos minerais cuja maioria aparente tem diâmetro
entre 0,05 e 4,8 mm, caracterizando-se pela sua textura, compacidade e forma dos grãos. A
areia pode ser subdividida em:
Para exploração de areais, se faz necessária autorização prévia para exploração mineral ao
órgão competente, que é o DNPM (Departamento Mineral de Produção Mineral).
Onde, o minerador deverá solicitar o Registro de Extração ao Diretor Geral do referido órgão.
A areia é quase sempre comercializada na forma como é extraída, passando, na maioria das
vezes, apenas por grelhas fixas que separam as frações mais grossas (cascalho, pelotas,
concreções) e eventuais sujeiras (matéria orgânica, folhas, troncos), e por uma simples
lavagem para retirada de argila.
Ou seja, os aspectos voltados à degradação dos solos estão diretamente relacionados com o
tipo de uso e a responsabilidade que se tem de fazer a utilização dos recursos naturais, neste
caso o solo, de maneira responsável. Alguns resultados da extração mineral a céu aberto é a
degradação do solo empobrecendo-o e provocando alterações na morfologia dos mesmos
favorecendo ao desenvolvimento de ravinas ou até mesmo as voçorocas.
Assim, defende-se que o direito ambiental é um sistema, posto que seus elementos, além de
interagir entre si, se comunicam com as demais áreas do conhecimento. Nesta relação,
compete ao Direito Ambiental regular às relações da sociedade com seu entorno,
disciplinando a relação homem-natureza.
De acordo com Annibelli (S/d), para que ocorra sua devida exploração, muitas vezes faz-se
necessária a remoção da camada vegetal que recobre o solo e, inclusive, de muitos horizontes
do solo, para que então se atinja, de fato, o minério.
Abreu (2011) afirma que, a extracção de areia ocorre geralmente, em áreas de preservação
permanente APP’s, pois, é feita em locais de deposição de material sedimentar localizadas
em áreas próximas de rios.
Como sustenta Figueira (2011), A extracção com método rudimentar é realizada por meio de
pás, embora ocorra de forma isolada, a degradação causada por esse tipo de extracção é muito
significativa, destruindo matas ciliares e degradando margens de cursos d’água .
Segundo Brandt (1998) citado por Filho (2011: 150), as actividades de extração mineral são
de grande importância para o desenvolvimento social, mas também são responsáveis por
impactos ambientais negativos muitas vezes irreversíveis
Na óptica de Oliveira & Mello (2017:386), referem que, os recursos hídricos são bastante
sensíveis às actuações antrópicas, sendo a extracção de areia uma delas, tornando-se mais
problemática ainda quando feita de forma incorrecta, sem os devidos critérios e cuidados, o
que pode acarretar graves agressões ao meio ambiente.
Silva apud Reis & Dias (S/d) considera a actividade extractivista de areia uma grande
causadora de problemas ambientais e onde se concentram as mais graves transformações da
paisagem. A mineração, evidentemente, causa impactos ambientais enormes, como alteração
a área explorada e as áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos de estéril e de rejeito. Além
do mais, quando temos a presença de substâncias químicas (…), isto podem significar um
problema sério do ponto de vista ambiental. (Guedes, 2013).
Para Dutra (1983), o extrativismo provoca desequilíbrio no ecossistema e impactos por vezes
irreversíveis, como o assoreamento de rios e lagos, deterioração do ambiente, destruição das
margens dos rios, contaminação da fauna, destruição da cobertura vegetal.
Como impactos mais expressivos nessas áreas de extracção de areia citam-se a destruição da
fauna e flora nativas, destruição de sítios arqueológicos, formação de lagoas artificiais,
rebaixamento do lençol freático, erosão, poluição da água e do solo, e empobrecimento do
solo na fertilidade. (Pfaltzgraff, 1994).
Com base nos autores acima citados, todos estão certos em mostrar os danos que o
extrativismo causa para o ambiente. Aparentemente a extracção de areia devido às suas
Recuperação das Áreas Degradadas pela actividade de Extracção de Ar eia Tentar recuperar o
que foi modificado, constitui hoje de uma importância que ultrapassa os bancos académicos e
se torna um desejo de todos os sectores da sociedade organizada. A recuperação de áreas
degradadas pela acção antrópicas da mineração é utópica. As condições naturais do solo
jamais serão restabelecidas.
Para TOMMASI (1993) apud REIS &DIAS (S/d) declara: É bem conhecido que há projectos
com efeitos radicais sobre o meio ambiente, como os da mineração. É possível, porém tanto
minimizar os efeitos negativos da mineração como, especialmente, após o término da
exploração, recompor o cenário impactado. Na visão de LOURENZO apud SILVA (2011)
afirma que em recuperação de áreas degradadas pela mineração, a revegetação é considerada
De acordo com os autores acima, os impactos causados ao meio ambiente pela mineração
podem ser abrandados por meio da revegetação da área de extracção da areia. A vegetação
protege osolo dos danos causados pela exposição e às chuvas, evitando a degradação
ambiental.
transportado das regiões altas, os solos são geralmente arenosos, apresentando-se também
solos hidromórficos saturados na parte de extracção de areia bem próximo do rio Namego e
na sua periferia, na aldeia depara-se com solos argilosos avermelhado.
Apesar das inúmeras discussões sobre a natureza jurídica da CFEM, há entendimento de que
seja efetivamente utilizada como “compensação” pelos impactos negativos gerados pela
A exploração mineral por si mesma é uma atividade não sustentável, ou seja, o que foi
extraído nunca mais será reposto, e existem procedimentos que têm que ser utilizados para
minimizar o impacto ambiental da atividade, como cobertura vegetal, preservação de cursos
d'água e da paisagem cênica, manutenção da flora e da fauna da região, controle sobre
poluição sonora e disposição de rejeitos, etc.
Os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às diversas fases de exploração dos
bens minerais, como à abertura da cava, (retirada da vegetação, escavações, movimentação de
terra e modificação da paisagem local), ao uso de explosivos no desmonte de rocha (sobre
pressão atmosférica, vibração do terreno, ultra lançamento de fragmentos, fumos, gases,
poeira, ruído), ao transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído),
afetando os meios como água, solo e ar, além da população local.
Buest Neto (2006) explica em seus estudos que a atividade de exploração é, por natureza,
causadora de impactos ambientais. Muitas vezes, tais impactos, são decorrentes da
exploração desordenada das jazidas, causando graves problemas ambientais, principalmente
Segundo Carvalho e Lima (2010), as avaliações de impacto ambiental são “estudos realizados
para identificar, prever, e interpretar, assim como prevenir, as consequências ou os efeitos
ambientais que determinadas ações, planos programas ou projetos podem causar à saúde, ao
bem-estar humano e ao entorno. Os métodos de avaliação de impactos ambientais são:
Metodologias Espontâneas (“ad hoc”), Método da listagem de controle (check list) Método
das matrizes de interação, Método da sobreposição de cartas (“overlay mapping”), Método
dos modelos matemáticos e Método das redes de interação.
Silva (1994) apud Lelles (2004) classificou os impactos ambientais qualitativamente, em:
Critério de valor (Impacto Positivo e Negativo), Critério de ordem (Impacto Direto e
Indireto), Critério de espaço (Impacto Local, Regional e Estratégico), Critério de tempo
(Impacto a Curto Prazo, Médio e Longo Prazo), Critério de dinâmica (Impacto Temporário,
Cíclico e Permanente), Critério de plástica (Impacto Reversível e Impacto Irreversível).
Assim como qualquer atividade, a mineração apresenta seus pontos positivos e negativos nas
áreas social e ambiental que devem ser avaliados. No social há que se considerar o
desenvolvimento local que sinaliza avanços ou retrocessos. Nesse sentido, a atividade de
mineração tem que ser feita de acordo com os parâmetros legais de forma a garantir uma
exploração sustentável dos recursos naturais, com o mínimo de impacto, e preservando a
saúde do trabalhador além de gerar, para o município, divisas que possibilitem sua aplicação
em melhorias para a cidade e comunidade (Faleiro; Lopes, 2010).
Ressalta-se que, geralmente, esses impactos positivos repercutem, também, na área entorno à
mineirada, uma vez que a areia extraída é comercializada e utilizada e, de forma geral, é
geradora de riquezas.
Segundo Yi-Fu Tuan, “percepção, atitude, valor e visão de mundo possuem significados que
se superpõem. (...) Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a
atividade proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros
retrocedem para a sombra ou são bloqueados. Muito do que percebemos tem valores para
nós, para a sobrevivência biológica, e para propiciar algumas satisfações que estão enraizadas
na cultura. Atitude é primariamente uma postura cultural, uma posição que se forma frente ao
mundo. Ela tem maior estabilidade que a percepção e é formada de uma longa sucessão de
percepções, isto é, de experiências. As crianças percebem mas não tem atitudes bem
formadas, além das que lhes são dadas pela biologia. As atitudes implicam experiência e uma
certa firmeza de interesse e valor. As crianças vivem em um meio ambiente, elas têm apenas
um mundo e não uma visão de mundo. A visão de mundo é a experiência conceitualizada. Ela
é parcialmente pessoal, em grande parte social. Ela é uma atitude ou sistema de crenças”.
O desenvolvimento local deve ter inclusão social, havendo cooperação, criação e alargamento
de esferas públicas, em que diferentes atores políticos, econômicos, sociais dialoguem de
Para um melhor entendimento desta questão, é importante saber a relação dos recursos
minerais com o desenvolvimento. Assim, Borges e Borges (2011) relatam que a mineração se
demonstrou como um setor relevante em economias nacionais e em 2002, em Johannesburgo,
na Conferência Rio+10, essa relevância foi consolida, quando se considerou a atividade
mineral como uma das atividades fundamentais ao desenvolvimento econômico e social de
diversos países e regiões, pois os minerais são bases primárias da constituição da vida
moderna.
Assim, o desenvolvimento tratado nesta pesquisa é o mesmo adotado pelos autores que vão
ao encontro do conceito igualitário de desenvolvimento e crescimento econômico. O
desenvolvimento tratado aqui leva em consideração o bem-estar social e o equilíbrio
ambiental como principais indicadores de desenvolvimento. Sendo assim, entende por bem-
estar social a satisfação das necessidades básicas, já o equilíbrio ambiental, em tese ocorre
onde não há intervenção humana, nos casos onde ocorre tal intervenção, essa deve acontecer
de forma consciente e com responsabilidade ambiental.
A atividade minerária não pode ser desenvolvida sem a contribuição da comunidade local,
mas a realidade vista em grandes empreendimentos é que os moradores dessa comunidade
não possuem uma melhoria na sua qualidade de vida e a maioria nem faz parte do quadro
funcional do empreendimento. Para Bradford (2012), o modo dominante de desenvolvimento
é caracterizado por uma dinâmica da exclusão social e da violência ligada à concorrência em
benefício de alguns em detrimento de outros.
Diante de sua importância ambiental, as APPs devem ser preservadas. No entanto existem
diversas atividades econômicas responsáveis pela degradação e destruição dessas áreas,
principalmente a agricultura e a pecuária, a extração de madeira, as atividades industriais, a
expansão urbana desregrada, a construção de estradas e pontes e as atividades de mineração.
As atividades de mineração geralmente necessitam de muita água, o que leva a ocupar áreas
próximas aos rios, mesmo que a extração de minério não ocorra em área contígua a estes.
Ademais, em algumas situações, ocorre a retirada de materiais diretamente de áreas
originariamente ocupadas por matas ciliares, consideradas de preservação permanente.
Assim, degradam-se as matas ciliares e desfiguram-se as barrancas dos rios. Além disso,
utilizam-se grandes quantidades de água para lavagem de minérios, essa lavagem gera
resíduos que geralmente fluem para os rios, causando assoreamento e poluição. A retirada de
água e os canais de transporte de resíduos da lavagem contribuem para destruir a mata ciliar.8
O estudo contou com uma pesquisa de campo com base no uso de inquéritos, portanto, foi
uma pesquisa qualitativa visto que buscou-se colher o conhecimento dos munícipes a respeito
da gestão dos resíduos sólidos, as suas atitudes a respeito do tema, seu nível de satisfação em
relação ao trabalho do município sobre os resíduos sólidos e propor sugestões para melhorar
os serviços de gestão dos resíduos sólidos.
A colecta de amostra foi feita de maneira aleatória, onde foram usadas 33 extractores de areia
de Namego para o cálculo do tamanho da amostra. O estudo teve como grupo alvo 33
extractores de areia, tomando como base um universo de 300 populares, que moram em zonas
onde é extraída areia há mais ou menos 3 anos. O tamanho da amostra foi
Desde 1998, Gurúè é um dos 53 municípios do país, com um governo local eleito. É também
o centro da zona onde se encontram as maiores plantações de chá do país. Gurúè, que antes
da independência chamava-se Vila Junqueiro, foi elevada a categoria de cidade em 24 de
Fevereiro de 1971. O município de Gurúè tem uma área de 107 km2, hoje
administrativamente é um município com uma população estimada em 56 mil habitantes
residindo em 23 bairros da urbe (MAE, 2015, p. 75)
A cidade do Gurué, com cerca de 107 km ², localiza se no centro do distrito do mesmo nome,
e dista da sua capital provincial Quelimane cerca de 400km e confina-se ao norte localidade
de Mucunha e Nintulo através das cordilheiras formações chire-namuli, a sul com a
localidade de Muximua, a este com a localidade de Mepuagiua e ao oeste com a localidade de
Muagiua vede o mapa a seguir (MAE, 2015, p. 76).
3.1.2. Clima
O clima da cidade do Gurúè é fortemente influenciado pelo relevo sendo assim um clima
modificado pela altitude, são regiões mais frescas e mais pluviosas, as temperaturas médias
anuais são menores a 22º c, e nas regiões de montanhas mais inferior a 18º c. As
precipitações são abundantes (1400 – 2000mm).a humidade media anual é de 74.2 % , a
precipitação regista se na zona urbana, a pluviosidade ao longo do ano condiciona os dois
períodos que constituem o clima, sendo de Dezembro a Março considerado o período húmido
e chuvoso e de Abril a Novembro caracterizado pelo tempo seco (MAE, 2015, p. 77).
De acordo com Muchangos (1999, p. 23) o relevo do distrito do Gurué tem como foco o
rebordo oriental do território Moçambicano com um relevo planalto, depressionário e
montanhoso com a maior frequência a formação geológica de tipo karoo.
No que diz respeito à estrutura, cerca de 80% do território do distrito do gurue é constituído
por um relevo montanhoso que se desenvolve ao longo de toda região com maior enfoque a
formação chire namuili, sendo a mais a alta formação com 2419 m de altitude deste o nível
médio das aguas do mar com referencias antropológicas.
63.64
70
60
50 36.36
40
21
30
12
20
10
0
Residentes Vientes
Dos 33 entrevistados para esta questão, fazendo 100% dos extractivistas pesquisados, 21
Praticantes constituindo 63.64% disseram que são residentes do bairro de Namego, enquanto
que, os 12 praticantes correspondentes a 36.36% disseram que não são residentes, mas sim,
oriundos de outras regiões distantes de Namego.
45 42.42
40 Entrevistados
35 Percentagem de
30.3 entrevistados
30
25
20 18.18
15 14
10 9.09
10
6
5 3
0
2013 2014 2015 Esqueceu o ano
Dos 33 Areeiros totalizando os 100% dos investigados, 14 que fazem 42% disseram que
começaram com a actividade extractiva naquele local em 2013, 10 pessoas compondo 30%
disseram que principiaram com actividade em 2014, 6 pessoas correspondentes a 18%
afirmaram que começaram a extrair no ano passado 2015 e, por fim, 3 praticantes fazendo
9% esqueceram se do ano em que começaram com a prática do extrativismo de areia.
Caterpilar
Outros equipamentos
100%
Para conseguir extrair a areia leva muito tempo e várias etapas começando com a
identificação do local de ocorrência do material e facilidade das vias de acesso para
condicionar o transporte do produto aos consumidores, seguindo-se com a remoção da
cobertura vegetal desnudando o solo até nas escavações do local e a retirada da areia para
posterior acúmulo num local de fácil acesso.
Contudo, com a remoção das espécies vegetais e as escavações feitas podem propiciar
processos erosivos na área de extracção. Vide, a seguir, a foto que mostra os vestígios do
processo erosivo no local de extracção de areia.
80
Número de entrevistados
70
60
50
40 Paga taxa
30 Não paga taxa
20
10
0
1 2
Pagamento de taxas ao município
Com intuito de saber dos principais compradores da areia extraída naquele local
87.88
80
60 29
40 12.12
4
20
0
é o Número de entrevistados
u ru eg
G am Percentagem dos entrevistados
e
ald deN
p ro
ici air
un b
m do
na
zo cais
a o
esd esl
t
or en
r ad sid
M
o Re
A maior parte dos praticantes da extracção de areia foram uniformes nas suas respostas. No
entanto, dos 29 Areeiros de Namego constituindo os 88%, disseram que os principais
compradores de areia extraída naquele local são moradores da cidade, dentre funcionários,
comerciantes e pequenas empresas de fabrico de matérias de construção civil (Blocos, paves,
grelhas e mais), espalhados pelos bairros da cidade de Gurué, e 04 pessoas fazendo 12%
afirmaram que outros compradores do produto são populares locais do bairro de Namego,
maioritariamente comerciantes.
100%
90%
80%
70%
60% 33 100 Não tem conhecimento
50% Tem conhecimento
40%
30%
20%
10%
0%
1 2
Com base nos argumentos dos 33 entrevistados fazendo 100%, pode-se dizer que os
praticantes assumem ter conhecimento dos problemas induzidos pela actividade de extracção
de areia, mas referem que é inevitável parar com a mesma, visto que, serve de posto de
emprego para certas pessoas melhorando as condições de vida das suas famílias.
Ainda, os depoimentos apresentados pelos Areeiros e pela observação feita do autor na área
de estudo, constatou-se que os problemas ambientais ocasionados pelo extrativismo de areia
são geralmente: a erosão dos solos, a compactação dos solos, a destruição dos habitats e
certos animais, assoreamento e alteração do rio, a poluição da água do rio e desmatamento,
confirmando assim a primeira hipótese da pesquisa.
Com a intenção de se saber das acções que são desenvolvidas pelos Areeiros para reduzir os
impactos ambientais.
63.64
70
60
50
36.36
40 Entrevistados
Percentagem de entrevistados
30 21
20 12
10
0
Tapam as covas/ravinas Abandonam o local
6.1. Conclusões
6.2. Sugestões
Pelas constatações feitas durante a pesquisa através da observação e da entrevista, para uma
extracção de areia mais sustentável respeitando o ambiente em Mangone, sugere-se o
seguinte:
Tapar ravinas por eles criadas evitando que o local esteja degradado e deixando mau
aspecto visual;
Colocar no local plantas que posteriormente possam beneficiar tanto para a respiração
(O2) assim como para outros fins e para poder se reconstituir o solo;
Criar associações que possam explorar o material conjuntamente num único local,
com vista a diminuir a quantidade de áreas degradadas pela actividade de extracção de
areia.
Para o DPTADER
Às autoridades locais
Aos Académicos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Annibelli, M. B., & Filho, C. F. (2008). Mineração de Areia e seus Impactos Sócio-
Económico-Ambientais. Paraná: Universidade Católica do Paraná.
Costa, R. (21 de Fevereiro de 2016). Geografia: Viva Moçambique. 2012. Disponível em: .
Obtido em 21 de Maio de 2020, de Sapo.pt: Viajar.sapo.mz/vivamocambique/
geografia/geografia
Pinheiro, C. d., Mendes, R. L., & Oliveira, M. J. (2018). Impactos socioambientais causados
pela extração de areia e seixoe em Porto Grande/AP e sua relação com o
Apêndices
Propósito da pesquisa: as informações que serão fornecidas pelo Governo do Distrito de Ile e
População, são pertinentes para o conhecimento para maneio adequado dos campos agrícolas,
de forma a gestão sustentável.
Os resultados da pesquisa serão por mim usados para realização do trabalho de diploma e
pela instituição, bem como a população interessados na adopção de melhores técnicas pelo
governo para desenvolvimento de políticas na preservação dos solos.