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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO À DISTÂNCIA

GURUÉ

IMPACTOS AMBIENTAIS QUE ADVÊM DA ACTIVIDADE DE


EXTRACÇÃO DE AREIA DE CONSTRUÇÃO NO BAIRRO DE
MANGONE

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo

Gurué

Novembro de 2020
IMPACTOS AMBIENTAIS QUE ADVÊM DA ACTIVIDADE DE
EXTRACÇÃO DE AREIA DE CONSTRUÇÃO NO BAIRRO DE
MANGONE

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo

Monografia Submetida ao Instituto de Ensino à


Distância – Universidade Católica de
Moçambique como requisito parcial para a
obtenção do grau de licenciado em ensino de
Geografia

Supervisor: dr. Abdala Tomé Muheia

Gurué

Novembro de 2020
Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

Declaração

Eu Eugénio Gonçalves Mauindo, declaro em minha honra que o presente Trabalho de Fim
de Curso nunca foi apresentado na sua essência para a obtenção de qualquer grau e que ele
constitui o resultado da minha pesquisa pessoal, estando indicadas no texto e nas referências
bibliográficas as fontes utilizadas.

Gurúè, Novembro de 2020

______________________________________

/Eugénio Gonçalves Mauindo/

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página I


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus pai Todo poderoso pela origem, Aos meus pais, em
especial, que são a minha fonte de inspiração, por estarem presentes em minha vida, e pelo
amor e coragem que sempre me deram. À Direcção da minha escola, na qualidade de meus
superiores hierárquicos, por ceder-me muita força coragem e vontade na aflição, no
desespero, e nos momentos que enfrentei obstáculos que pareciam impossíveis de resolver
mas graças a ele foi possível.

Ao meu supervisor dr. Abdala Tomé Muheia, pela confiança, orientação, e paciência que teve
na observação e correcção do trabalho até ao fim da elaboração do presente relatório.

À todo o corpo directivo, ao corpo docente CED da Universidade Católica de Moçambique,


pelo acompanhamento e formação para obtenção deste grau de licenciatura em Ensino De
Geografia.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página II


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Construção no Bairro de Mangone

Dedicatória

A dedicatória vai em especial ao meu esposo e aos meus filhos.

Extensivamente vai aos meus pais que me deram origem ao planeta terra, que me deram a
noção de vida e dirigiram me a escola onde aprendi a escrever e a ler o meu primeiro
Alfabeto.

Ao meu familiares em geral que dia a pós dia, deram o seu apoio incondicional, pelos
encorajamentos e forca para a continuidade dos estudos.

Aos meus docentes do curso de ensino de Geografia, a todos os colegas e amigos que em
momentos tristes e alegres deram o seu apoio em prosseguir com os estudos, pois seria a
lanterna para o sucesso da minha vida.

A todos que participaram directa ou indirectamente na construção e realização deste fabuloso


e singelo sonho.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página III


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Construção no Bairro de Mangone

Listas

Lista de abreviaturas

ABNT............................................................................Associação Brasileira de Normas Técnicas

Adj........................................................................................................................................Adjunto

APP...............................................................................................Área de Preservação Permanente

DPTADER...............................Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

dr..............................................................................................................................................doutor

Km2..................................................................................................................Quilometro quadrado

ONGs..........................................................................................Organizações não Governamentais

ONU..............................................................................................Organizações das Nações Unidas

PVD's.......................................................................................Países em Vias de Desenvolvimento

UCM....................................................................................Universidade Católica de Moçambique

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página IV


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

Lista de gráficos

Gráfico 1. Proveniência dos mineradores de areia de Namego

Gráfico 2. Início de extração da actividade de mineração de areia

Gráfico 3. Técnicas e instrumentos de extração de areia usadas em Namego

Gráfico 4. Pagamento de taxas ao município ou as estruturas do Bairro pela actividade de


mineração de areia em Namego

Gráfico 5. Principais compradores da areia de Namego

Gráfico 6. Conhecimento dos problemas relacionados à extração de areia no povoado de


Namego

Gráfico 7. Acções desenvolvidas de modo a minimizar os problemas advindos da extração de


areia no povoado de Namego

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página V


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

Resumo

A actividade de extracção de areia é de grande importância para o desenvolvimento


económico e para a construção civil, mas também é responsável por gerar diversos impactos
ambientais. O presente trabalho versa da Actividade de Extracção de Areia para Construção e
Seus Impactos Ambientais: Bairro de Mangone, 2018 à 2020. Pretende-se com este trabalho,
analisar os impactos ambientais ocasionados pela actividade de extracção de areia no Bairro
de Mangone, concretamente pretende-se: Identificar os impactos ambientais ocasionados pela
extracção de areia para construção no Bairro de Mangone; Caracterizar a actividade de
extracção de areia no Bairro de Mangone e Propor alternativas de modo a minimizar ou
reduzir os impactos que advêm da extracção de areia na área de estudo. Para a efectivação
deste trabalho, contou-se com o uso dos métodos: cartográfico, descritivo, estatístico e
comparativo, auxiliados pelas técnicas de consulta bibliográfica, a observação direita, a
entrevista. De acordo com os dados colectados na erosão dos solos, a poluição da água,
destruição da vegetação e da fauna do local, a compactação do solo e a alteração dos cursos
dos rios. Estes problemas podem ser minimizados através da boa vontade dos extractivistas
sendo amigos do ambiente e pela aprovação/implementação efectiva de leis e Programas de
Gestão Ambiental, Educação Ambiental, Controle e Monitoramento da Actividade,
Recuperação de Áreas Degradadas por parte do governo para que a actividade de extracção
de areia seja realizada de forma sustentável respeitando o ambiente.
Palavras-Chave: Actividade; Extracção; Areia de Construção; Areeiros; Impactos
Ambientais.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 1


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

ÍNDICE PÁG.

Declaração..................................................................................................................................I
Agradecimentos.........................................................................................................................II
Dedicatória...............................................................................................................................III
Listas........................................................................................................................................IV
Lista de abreviaturas.............................................................................................................IV
Lista de gráficos.....................................................................................................................V
Resumo.......................................................................................................................................1
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................4
1.1. Delimitação do problema............................................................................................5
1.1.1. Problema..............................................................................................................5
1.2. Relevância do estudo...................................................................................................6
1.3. Objectivos....................................................................................................................7
1.3.1. Geral.....................................................................................................................7
1.3.2. Específicos...........................................................................................................7
1.4. Hipóteses.....................................................................................................................7
1.5. Dificuldades encontradas.............................................................................................8
1.6. Considerações éticas do trabalho.................................................................................8
1.7. Contextualização do caso............................................................................................8
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................9
2.1. Conceitos básicos........................................................................................................9
2.1.1. Areia.....................................................................................................................9
2.2. Mineração ou Extrativismo.......................................................................................10
2.2.1. A mineração e a exploração das areias..............................................................10
2.2.2. Actividade de Extracção de Areia......................................................................13
2.2.3. A mineração e o desenvolvimento local............................................................20
2.2.4. Mineração de areia e suas implicações legais....................................................22
2.2.5. Mineração de areia e as áreas de preservação permantente (APP)....................22
CAPITULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS...............................................................24
3.1. Tipo de pesquisa........................................................................................................24
3.2. Universo e Amostra...................................................................................................24
3.3. Delimitação da pesquisa............................................................................................24

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 2


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Construção no Bairro de Mangone
3.4. Técnicas de colecta de dados.....................................................................................24
CAPITULO IV: CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GURÚÈ................................25
3.1. Descrição da área de estudo......................................................................................25
3.1.1. Localização geográficas.....................................................................................25
3.1.2. Clima..................................................................................................................25
3.1.3. Relevo................................................................................................................26
CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTREPERTAÇÃO DE DADOS...........27
5.1. Residência dos extractores de areia...........................................................................27
5.2. Início de extração da actividade de mineração de areia............................................28
5.3. Técnicas e instrumentos de extração de areia usadas em Namego...........................29
5.4. Pagamento de taxas ao município ou as estruturas do Bairro pela actividade de
mineração de areia................................................................................................................30
5.5. Principais compradores da areia de Namego.............................................................31
5.6. Conhecimento dos problemas relacionados à extração de areia...............................32
5.7. Acções desenvolvidas de modo a minimizar os problemas advindos da extração de
areia 33
CAPITULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................34
6.1. Conclusões.................................................................................................................34
6.2. Sugestões...................................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................36
Apêndices.................................................................................................................................38
Apêndice I: Guião de entrevista...........................................................................................38

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 3


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A actividade de extracção de areia é uma das actividades económicas do país, uma vez que
vem contribuindo para o crescimento sócio-económico e infra-estrutural da população
adjacente, melhorando o bem-estar e a qualidade de vida da população, mas também é
responsável por diversos impactos ambientais negativos.

O pesquisador pretende perceber até que ponto a estrutura competente tem as questões
ambientais, concretamente ao Impactos ambientais, que advêm da Actividade de Extracção
de areia de Construção, no Bairro de Mangone.

Ainda mais, o autor da pesquisa pretende com base nos conhecimentos adquiridos ao longo
do tempo, dar o seu contributo com vista a garantir uma gestão eficiente e eficaz no na gestão
do meio ambiente, com vista a evitar a degradação do meio ambiente, pois ele é útil às
populações. Com isso, o autor da pesquisa irá usar determinados métodos como observação
directa, revisão bibliográfica e questionário. O projecto está estruturado em introdução, tema,
problematização, delimitação do tema, objectivos, hipóteses, justificativa, marco teórico,
metodologia, cronograma de actividades, orçamento, e apêndice.

De acordo com Fonseca Júnior e Ferreira (2012) citado por Santo (2016), os agregados para a
indústria da construção civil são as substâncias minerais mais consumidas e, portanto, as mais
significativas em termos de quantidades produzidas no mundo. Sendo assim, a expansão
urbana faz com que sua extração aumente cada vez mais. Silva, G. (2012) citado por Santo
(2016) afirma que apesar de sua abundância, esses minerais apresentam baixo valor unitário e
seu consumo é um importante indicador do perfil socioeconômico de desenvolvimento de um
país, estado ou região metropolitana.

A atividade de extração de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil,


definidas Classe II, nesse caso, a areia, ocorre no município de Gurué há vários anos por
empreendimentos de pequeno porte, tendo dessa forma, a sua contribuição na economia do
estado, por outro lado, esta atividade gera impactos socioambientais que precisam ser
discutidos[ CITATION Mar08 \l 2070 ].

As informações sobre os impactos socioambientais gerados através da extração de agregados


para construção civil já são bastante conhecidas, no entanto, os impactos causados por esta
atividade no bairro Mangone ainda não são alvos frequentes de objeto de estudo. É preciso

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 4


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone
identificar quais os impactos esta atividade tem causado nas áreas de extração e relacionar se
sua realização tem influenciado no processo de desenvolvimento local do
município[ CITATION Ads16 \l 2070 ].

Com isso, o autor da pesquisa usou determinados métodos como observação directa, revisão
bibliográfica e questionário. O projecto está estruturado em introdução, tema,
problematização, delimitação do tema, objectivos, hipóteses, justificativa, marco teórico,
metodologia, cronograma de actividades, orçamento, e apêndice.

1.1. Delimitação do problema

O tema em estudo abordará do Impactos Ambientais das Actividades de Extracção de Areia


para Construção no Distrito de Gurue, Bairo Mangone, 2017-2020, E terá como campo de
estudo no distrito de Gurué – Sede.

1.1.1. Problema

Segundo Gil (2008:33), Problema “é qualquer questão não resolvida e que é objecto de
discussão em qualquer domínio do conhecimento”.

Segundo Marconi & Lakatos (2003:220) diz que “a formulação do problema prende-se ao
tema proposto: ela esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta e que se pretende
resolver por intermédio da pesquisa.’’

Marconi & lakatos (1999:28), problema é uma dificuldade, teoria ou pratica no conhecimento
de alguma coisa de real importância.

A desflorestação e degradação das florestas são das questões ambientais globais mais
relevantes da actualidade, principalmente com o crescente reconhecimento do papel destes
ecossistemas no ciclo de carbono e possível mitigação das mudanças climáticas
(FAO2015,WRI2014,UNEP 2014).

Têm sido realizados alguns esforços a nível internacional para reconhecer a importância das
florestas e promover a sua gestão sustentável. Estes esforços remontam à Conferência de
Estocolmo, realizada em 1972.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 5


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Construção no Bairro de Mangone
Esta reconheceu as florestas como o maior, mais complexo e mais durável de todos os
ecossistemas. Alertou ainda para o facto de grande parte da cobertura florestal já ter sido
derrubada.

Dessa relação, surge a necessidade de adopção de um mecanismo de participação das


comunidades locais na gestão das florestas que possa apresentar procedimentos capazes de
minimizar os impactos negativos do desflorestação, e possa também fazer dela uma fonte de
económica de geração de renda.

O crescente aumento do consumo de areia faz com que se intensifique a exploração deste
produto nas regiões de ocorrência existentes e a proliferação de novas regiões de extracção de
areia geralmente ilegais. Contudo, esta actividade se for feita de forma não controlada acaba
trazendo consequências para o meio.

De modo a encontrar explicações para o fenómeno, coloca-se a seguinte questão:

Quais podem ser os Impactos Ambientais ocasionados pela Extracção de Areia de


construção no Bairro de Mangone?

1.2. Relevância do estudo

Silva e Menezes (2001:88) afirmam que “Neste item deverá ser indicado claramente o que
você deseja fazer, o que pretende alcançar. Os objectivos são as metas que se pretende
atingir com a elaboração da pesquisa.” Tal como, se diz nenhuma acção humana é realizada
sem que tenha objetivo, apoiado na visão dos autores em alusão, o presente trabalho também
possui objetivos que se pretendem alcançar que passaremos a identificar.

A fundamentação desta temática parte do pressuposto que nas últimas décadas têm surgido
um conjunto de alterações ambientais e socioeconómicas que devem ser vistas, por todos,
com olhos mais atentos e capazes.

Neste sentido, observa-se um crescente interesse pela promoção de atitudes e


comportamentos associados com a conservação do ambiente e gestão sustentável de recursos
– derivados principalmente de uma sensibilização para questões em torno da relação (direta e
indireta) entre as ações dos seres humanos e os efeitos que implicam - mas também com
problemáticas relacionadas com os direitos humanos.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 6


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

1.3. Objectivos

Silva e Menezes (2001:88) afirmam que “Neste item deverá ser indicado claramente o que
você deseja fazer, o que pretende alcançar. Os objectivos são as metas que se pretende
atingir com a elaboração da pesquisa.” Tal como, se diz nenhuma acção humana é realizada
sem que tenha objetivo, apoiado na visão dos autores em alusão, o presente trabalho também
possui objetivos que se pretendem alcançar que passaremos a identificar.

1.3.1. Geral

O presente estudo tem como objetivo geral:

 Analisar os Impactos Ambientais que advêm da Actividade de Extracção de areia de

Construção no Bairro de Mangone.

1.3.2. Específicos

 Identificar os impactos ambientais ocasionados pela extracção de areia para


construção no Bairro de Mangone;
 Caracterizar a actividade de extracção de areia no Bairro de Mangone;
 Propor alternativas de modo a minimizar ou reduzir os impactos que advêm da
extracção de areia no Bairro em estudo.

1.4. Hipóteses

Para Richardson (1999), as hipóteses “podem ser definidas como possíveis tentativas,
previamente seleccionadas, do problema de pesquisa. Permitirão orientar a análise dos
dados no sentido de aceitar ou rejeitar soluções” (p.104). Nesta vertente, destacam-se as
seguintes hipóteses para o problema levantado:

 A actividade de extracção de areia ocasiona vários problemas ambientais a saber: a


compactação e degradação do solo, diminuição da microflora e fauna do local,
exposição do solo a processos erosivos e assoreamentos do curso de água próximo;
 A actividade de extracção de areia é feita manualmente nos rios e suas margens por
enxadas e pás carregadeiras, ou seja, usa-se métodos e instrumentos rudimentares;

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 7


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone
 A revegetação do local de exploração de modo a acelerar o processo de progressão
natural das espécies, isso poderá de certa maneira minimizar os impactos ambientais
principalmente da paisagem;
 A Sensibilização dos praticantes desta actividade em matérias de Gestão ambiental
sustentável, poderá minimizar os impactos negativos que advêm da actividade em
causa, para o ambiente.

1.5. Dificuldades encontradas

Como principais constrangimentos encontrados na realização da presente pesquisa, foi a falta


de informações bibliográficas de estudos realizados em Moçambique e dentro do sector
familiar sobre o maneio de solos e o rendimento da actividade de extracção de areia, o que
dificultou até certo ponto o processo comparativo de alguns resultados do presente estudo.
Para além destas, enfrentamos igualmente, dificuldade ligadas a má interpretação do
propósito da investigação, uma vez que, as fontes pensavam que, tratava se de assuntos
ligados aos partidos políticos.

1.6. Considerações éticas do trabalho

O presente trabalho de pesquisa, obedece todas as considerações éticas possíveis, onde as


informações colhidas através de entrevista e inquérito, foram citadas tendo em conta as
vontades dos envolvidos, também as informações bibliográficas foram citadas conforme o
regulamento em vigor na Universidade católica de Moçambique.

1.7. Contextualização do caso

O presente trabalho, foi realizado no Posto Administrativo de Gurué - Sede, distrito de


Gurué, teve como instituição responsável e prioritário no fornecimento das informações, no
Posto Administrativo de Gurué - Sede, e teve uma duração de cinco meses, após a aprovação
do projecto.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 8


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Construção no Bairro de Mangone

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A temática vem sendo discutida por vários autores ao longo dos tempos, dentre alguns que se
dedicaram em estudar sobre o tema segue-se abaixo:

2.1. Conceitos básicos

2.1.1. Areia

De acordo com Leinz & Amaral (1980) apud Souza at all (S/d:02), areia é um sedimento
clástico inconsolidado, formado mais comumente por grãos com 0,2 a 2,0 mm de diâmetro e
tendo como cores mais usuais o cinza, o amarelo ou o vermelho.

Moreira et all (1997), definem areia como uma massa mineral inconsolidada com alto teor de
sílica, constituída predominantemente de grãos de quartzo, os quais têm formas e texturas
superficiais que podem variar amplamente.

Já na óptica de Figueira (2011), areia é uma material finamente granular de partículas


sedimentares entre 00625 (16/01) mm e 2 mm de diâmetro, formada por fragmentos de
rochas e minerais.

Com base nos autores acima citados, o pesquisador considera de areia ao conjunto de
partículas de rochas desagregadas por erosão da acção do vento ou da água das chuvas, um
material de origem mineral finamente dividido em grãozinho ou granito constituída
basicamente de dióxido de silício, formando-se na superfície da Terra.

2.1.1.1. Classificação de areia

De acordo com a classificação do geólogo norte-americano C.K.Wenttworth, o grão possui


diâmetro entre 1/16 polegadas e 2 milímetros. Mas, segundo a ABNT está na faixa de 0,05 a
5 milímetros. A classificação da ABNT é a seguinte: quanto a granulometria pode ser areia
fina com 0,15 a 06 mm; média entre 0,6 a 2,4 mm e grossa que está entre 2,4 a 4,8 mm.
(Figueira, 2011).

Quanto à composição química, a areia é classificada como silicato, já que é constituída de


quartzo, feldspato e mica. Porém há variedade de minerais que constituem as diversas areias,

inclusive conferindo-lhes cores diferentes conforme essa composição. (Idem).

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 9


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2.2. Mineração ou Extrativismo

Areia tratando-se de um mineral, entende-se por mineração. O processo e/ou actividades


industriais cujo objectivo é a extracção de substâncias minerais possuindo uma importância
significativa para a sociedade, pois nenhuma civilização pode se desenvolver sem uso dos
bens minerais, principalmente quando se pensa em qualidade de vida, uma vez que as
necessidades básicas do ser humano são alimentação, moradia e vestuário, e são atendidas
essencialmente por recursos naturais. (Tobias, 2010).

Segundo Costa (2012), a exploração mineira refere-se a todos os processos, actividades e


indústrias que procedem à extracção de substâncias minerais a partir de depósitos ou massas
minerais no solo ou subsolo.

Extrativismo mineral ou mineração refere-se ao acto de retirar minerais da natureza, os


produtos por ela produzidos. Precede agricultura, indústria e comércio e é o motivo de grande
degradação ambiental, mas é o que possibilita crescimento da sociedade. O extrativismo
mineral também recebe o nome de mineração (Espindula, S/d).

De acordo com os autores acima, o autor deste trabalho considera extrativismo como sendo
uma actividade praticada pelo Homem há bastante tempo onde se caracteriza pela recolha dos
produtos que a natureza dispõe para o consumo do homem, podendo ser de origem animal,
vegetal e mineral. Já para a exploração mineira envolve a retirada de recursos minerais do
solo e subsolo, bem como o seu tratamento e transformação.

Contudo, importa referir que, o conceito de Mineração varia de região para região, enquanto
para os ocidentais referem ao uso de máquinas para a sua efectivação, os países menos
industrializados o cenário é contrário, ou seja, a mineração pode ser realizada com
equipamentos que não acarretam custos para a sua aquisição, podendo ser instrumentos
rudimentares.

2.2.1. A mineração e a exploração das areias

Atualmente a sociedade mundial vive um momento crítico em relação à questão ambiental,


pois o modelo social-econômico seguido visa apenas o lucro máximo em detrimento do bem-
estar da sociedade. Os recursos naturais têm sido tratados nas últimas décadas apenas como
matéria-prima para o processo produtivo.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 10


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Construção no Bairro de Mangone
Para Furman, mineração é o termo utilizado para a extração e beneficiamento de minerais que
se encontram em estado natural sólidos (carvão), líquidos (petróleo bruto) e gasosos (gás
natural). Numa visão mais abrangente, inclui a exploração de minas subterrâneas e a céu
aberto, pedreiras e poços, e todos os processos complementares para beneficiar e preparar
minérios e outros materiais brutos para que sejam comercializados.

As atividades de extração mineral são de grande importância para o desenvolvimento social,


mas são responsáveis por impactos muitas vezes irreversíveis sobre o meio ambiente (Brandt,
1998). Para realizar extração de minerais é preciso que se faça o registro de licenciamento, o
minerador solicita uma licença, que pode ter um prazo determinado ou indeterminado. A área
máxima não poderá ultrapassar 50 (cinqüenta) hectares. Com o mapeamento dessas áreas de
extração e consequentemente sua utilização, acredita- se minimizar as extrações clandestinas.

O termo areia tem também a conotação granulométrica – é um material granular solto, não
coesivo, constituído de partículas de dimensão 0,06 a 2,0 mm. A definição da ABNT para uso
em engenharia civil é: solo constituído por grãos minerais cuja maioria aparente tem diâmetro
entre 0,05 e 4,8 mm, caracterizando-se pela sua textura, compacidade e forma dos grãos. A
areia pode ser subdividida em:

 Areia grossa (-2,0mm +1,2mm)


 Areia média (-1,2mm +0,42mm)
 Areia fina (-0,42mm +0, 074 mm)

Para exploração de areais, se faz necessária autorização prévia para exploração mineral ao
órgão competente, que é o DNPM (Departamento Mineral de Produção Mineral).

Onde, o minerador deverá solicitar o Registro de Extração ao Diretor Geral do referido órgão.

As substâncias minerais de emprego imediato na construção civil passíveis de


aproveitamento são as seguintes:

a) Areia, cascalho e saibro, quando utilizados “in natura” na construção civil e no


preparo de agregado e argamassas;
b) Material sílico- argiloso, cascalho e saibro empregados como material de empréstimo;
c) Rochas, quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, sarjetas, moirões ou lajes
para calçamento;
d) Rochas, quando britadas, para uso imediato na construção civil.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 11


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Construção no Bairro de Mangone
Na construção civil, o principal uso da areia é como agregado para concreto, argamassa,
filtros, abrasivos, artefatos de concretos e pré-fabricados, bases de pavimentos de concreto e
asfalto, dentre outros.

A areia é quase sempre comercializada na forma como é extraída, passando, na maioria das
vezes, apenas por grelhas fixas que separam as frações mais grossas (cascalho, pelotas,
concreções) e eventuais sujeiras (matéria orgânica, folhas, troncos), e por uma simples
lavagem para retirada de argila.

A extração de minerais em grande quantidade promove o surgimento de áreas degradadas que


não se integram ao desenvolvimento regional. Em longo prazo espera-se que a natureza se
encarregue de devolver as condições ecológicas locais (Silva, 1988).

Segundo Lima (2003, p. 114), a acelerada intervenção humana na natureza, os desequilíbrios


ecológicos e a degradação da qualidade de vida são temas por demais em destaque. Os
problemas ecológicos e de pobreza são resultados do modelo de desenvolvimento adotado,
sendo essencial a busca de um estilo de desenvolvimento desejável à preservação da vida no
Planeta.

Ou seja, os aspectos voltados à degradação dos solos estão diretamente relacionados com o
tipo de uso e a responsabilidade que se tem de fazer a utilização dos recursos naturais, neste
caso o solo, de maneira responsável. Alguns resultados da extração mineral a céu aberto é a
degradação do solo empobrecendo-o e provocando alterações na morfologia dos mesmos
favorecendo ao desenvolvimento de ravinas ou até mesmo as voçorocas.

Nesse cenário, portanto, emerge a necessidade de se estabelecer um novo paradigma de


desenvolvimento menos agressivo ambientalmente, de tal forma que se obtenha
umaconvivência mais harmoniosa entre as atividades humanas e os processos naturais, sem
que isso venha ameaçar as condições de sustentabilidade dos ecossistemas e a manutenção da
própria espécie humana. O desenvolvimento ecologicamente equilibrado é apresentado como
uma forma de conciliar o desenvolvimento da sociedade e ao mesmo tempo preservar o meio
ambiente. Para Sirvinskas (2005, p.06) “essa conciliação será possível com a utilização
racional dos recursos naturais, sem, contudo, causar poluição ao meio ambiente”.

Sendo assim, ao direito ambiental cabe disciplinar todo e qualquer comportamento em


relação à natureza, sendo este entendido como o conjunto de princípios e regras destinados à

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 12


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Construção no Bairro de Mangone
proteção do meio ambiente, compreendendo medidas administrativas e judiciais, com a
reparação econômica e financeira dos danos causados à natureza e aos ecossistemas, de
maneira geral.

Assim, defende-se que o direito ambiental é um sistema, posto que seus elementos, além de
interagir entre si, se comunicam com as demais áreas do conhecimento. Nesta relação,
compete ao Direito Ambiental regular às relações da sociedade com seu entorno,
disciplinando a relação homem-natureza.

2.2.2. Actividade de Extracção de Areia

De acordo com Annibelli (S/d), para que ocorra sua devida exploração, muitas vezes faz-se
necessária a remoção da camada vegetal que recobre o solo e, inclusive, de muitos horizontes
do solo, para que então se atinja, de fato, o minério.

A actividade de extracção de areia nos países em vias de desenvolvimento (PVD's)


geralmente é feita manualmente e por pás carregadeiras, que avançam seus trabalhos dia a
dia, faça chuva ou faça sol. Caminhões e mais caminhões abastecem os depósitos de areias da
cidade e as lojas de materiais de construção. (Guedes, 2013).

Abreu (2011) afirma que, a extracção de areia ocorre geralmente, em áreas de preservação
permanente APP’s, pois, é feita em locais de deposição de material sedimentar localizadas
em áreas próximas de rios.

A mineração de areia ocorre em locais onde houve a deposição de material sedimentar


erodido ao longo das eras geológicas. Normalmente esses locais estão próximos à fundo de
vales e aos rios, coincidindo muitas vezes com as matas ciliares, consideradas áreas de
preservação permanente (APP). (Annibelli, S/d: 4209).

Como sustenta Figueira (2011), A extracção com método rudimentar é realizada por meio de
pás, embora ocorra de forma isolada, a degradação causada por esse tipo de extracção é muito
significativa, destruindo matas ciliares e degradando margens de cursos d’água .

2.2.2.1. Impactos da Extracção de Areia

Segundo Brandt (1998) citado por Filho (2011: 150), as actividades de extração mineral são
de grande importância para o desenvolvimento social, mas também são responsáveis por
impactos ambientais negativos muitas vezes irreversíveis

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Em relação aos impactos ambientais negativos podem-se elencar: a destruição da mata ciliar,
o afugento de animais, a poluição das águas e dos solos devido ao uso inadequado de
combustíveis fósseis, a prática de queimadas que visam acabar com a cobertura vegetal, a
alteração dos cursos dos rios, bem como de sua profundidade, alterando a velocidade de
escoamento dessas águas. (AnnibellI, S/d:4213).

Na óptica de Oliveira & Mello (2017:386), referem que, os recursos hídricos são bastante
sensíveis às actuações antrópicas, sendo a extracção de areia uma delas, tornando-se mais
problemática ainda quando feita de forma incorrecta, sem os devidos critérios e cuidados, o
que pode acarretar graves agressões ao meio ambiente.

Silva apud Reis & Dias (S/d) considera a actividade extractivista de areia uma grande
causadora de problemas ambientais e onde se concentram as mais graves transformações da
paisagem. A mineração, evidentemente, causa impactos ambientais enormes, como alteração
a área explorada e as áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos de estéril e de rejeito. Além
do mais, quando temos a presença de substâncias químicas (…), isto podem significar um
problema sério do ponto de vista ambiental. (Guedes, 2013).

Para Dutra (1983), o extrativismo provoca desequilíbrio no ecossistema e impactos por vezes
irreversíveis, como o assoreamento de rios e lagos, deterioração do ambiente, destruição das
margens dos rios, contaminação da fauna, destruição da cobertura vegetal.

Como impactos mais expressivos nessas áreas de extracção de areia citam-se a destruição da
fauna e flora nativas, destruição de sítios arqueológicos, formação de lagoas artificiais,
rebaixamento do lençol freático, erosão, poluição da água e do solo, e empobrecimento do
solo na fertilidade. (Pfaltzgraff, 1994).

A extracção de areia em cavas provoca impactos diversos no ambiente da região explorada,


como a retirada da cobertura vegetal, alteração da superfície do terreno, aceleração de
processos de erosão, alteração de cursos de água, produção de rejeitos, assoreamento de
cursos de água, rápido processo de degradação e perda de fertilidade do solo,
desmoronamentos de taludes nas margens do lago, desgaste das vias de acesso, entre outras.
(Minerare Mineração e Comércio Ltda, 2013:43).

Com base nos autores acima citados, todos estão certos em mostrar os danos que o
extrativismo causa para o ambiente. Aparentemente a extracção de areia devido às suas

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características de material inerte, não deveria causar grandes danos ao meio ambiente.
Todavia, se esse material for extraído em grandes volumes para tornar a actividade lucrativa
com a utilização de métodos e materiais de extracção inadequados, criam problemas
irreversíveis, que de forma genérica podem ser alterações no relevo, pela destruição da
vegetação que recobre as superfícies arenosas do local, eliminação da fauna do local e
alteração do curso de água. (Observe a Tabela a seguir, o resumo dos impactos ambientais da
actividade).

2.2.2.1.1. Resumo dos impactos Negativos da Extracção de areia

 Aceleração de processos erosivos através das escavações realizadas, ou seja,


desconfiguração da geomorfologia (relevo);
 Diminuição da infiltração de água no solo, devido à compactação ocasionada pelo
uso de máquinas pesadas (Automóveis);
 Aumento da concentração de partículas em suspensão (turbidez) no curso de água;
 Danos a microbiota do solo;
 Depreciação da qualidade do solo, decorrente da diminuição da sua fertilidade;
 Assoreamento dos rios.
 Fixação dos extractivistas no local, Retirada da vegetação, desnundando o solo;
 Redução espacial do habitat silvestre por ocasião da destruição da cobertura
vegetal nativa.

2.2.2.1.2. Fases da Actividade Impactos Negativos par a o Ambiente

Recuperação das Áreas Degradadas pela actividade de Extracção de Ar eia Tentar recuperar o
que foi modificado, constitui hoje de uma importância que ultrapassa os bancos académicos e
se torna um desejo de todos os sectores da sociedade organizada. A recuperação de áreas
degradadas pela acção antrópicas da mineração é utópica. As condições naturais do solo
jamais serão restabelecidas.

Para TOMMASI (1993) apud REIS &DIAS (S/d) declara: É bem conhecido que há projectos
com efeitos radicais sobre o meio ambiente, como os da mineração. É possível, porém tanto
minimizar os efeitos negativos da mineração como, especialmente, após o término da
exploração, recompor o cenário impactado. Na visão de LOURENZO apud SILVA (2011)
afirma que em recuperação de áreas degradadas pela mineração, a revegetação é considerada

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 15


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parte essencial, não só pelo plantio de espécies vegetais, mas também pela selecção adequada
destas, visando reconstituir e acelerar o processo de sucessão natural.

As actividades de recuperação de áreas degradadas pela extracção de areia envolvem dois


tipos de operações: a recuperação física referente à adopção de medidas para a estabilização
do terreno minerado e a recuperação biológica que se refere principalmente à implantação de
vegetação na área minerada. (AGRA, 2002).

De acordo com os autores acima, os impactos causados ao meio ambiente pela mineração
podem ser abrandados por meio da revegetação da área de extracção da areia. A vegetação
protege osolo dos danos causados pela exposição e às chuvas, evitando a degradação
ambiental.

A revegetação de áreas degradadas constitui-se um importante processo de recuperação


dessas áreas, porque tem como principal objectivo criar condições para que a floresta
plantada recupere algumas características estruturais e funcionais, próximas da floresta
original. No entanto, em longo prazo, espera-se que a natureza se encarregue de devolver as
condições ecológicas locais, mas, em curto prazo, a alternativa viável deve ser a promoção da
revegetação como medida para acelerar o processo de recomposição vegetal.

O local de extracção de areia, tratando-se de uma região de depósito de material sedimentar

transportado das regiões altas, os solos são geralmente arenosos, apresentando-se também
solos hidromórficos saturados na parte de extracção de areia bem próximo do rio Namego e
na sua periferia, na aldeia depara-se com solos argilosos avermelhado.

2.2.2.1.3. Concessão mineral de agregados e compensação financeira pela


extração

A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) é devida e


partilhada entre Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da União (AARÃO, 2011).
Muraro (2011) relata que nos termos legais, a base de cálculo da CFEM corresponde ao valor
total das receitas das vendas dos produtos minerais explorados, subtraído das despesas de
transporte, seguro e tributos incidentes sobre a comercialização do produto mineral.

Apesar das inúmeras discussões sobre a natureza jurídica da CFEM, há entendimento de que
seja efetivamente utilizada como “compensação” pelos impactos negativos gerados pela

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atividade extrativista minerária, e não como tributo. De toda maneira, muito embora se debata
a respeito.

2.2.2.1.4. Impactos ambientais provocados pela exploração mineral

A exploração mineral por si mesma é uma atividade não sustentável, ou seja, o que foi
extraído nunca mais será reposto, e existem procedimentos que têm que ser utilizados para
minimizar o impacto ambiental da atividade, como cobertura vegetal, preservação de cursos
d'água e da paisagem cênica, manutenção da flora e da fauna da região, controle sobre
poluição sonora e disposição de rejeitos, etc.

Os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às diversas fases de exploração dos
bens minerais, como à abertura da cava, (retirada da vegetação, escavações, movimentação de
terra e modificação da paisagem local), ao uso de explosivos no desmonte de rocha (sobre
pressão atmosférica, vibração do terreno, ultra lançamento de fragmentos, fumos, gases,
poeira, ruído), ao transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e ruído),
afetando os meios como água, solo e ar, além da população local.

Podemos, de forma geral, enumerar os impactos ambientais decorrentes da mineração de


agregados para construção civil, em particular as areias, nos seguintes itens:

 Alterações dos cursos d'água;


 Aumento do teor do material sedimentado em suspensão, promovendo assoreamento,
 Desmatamento;
 Descaracterização do relevo;
 Formação das cavas;
 Assoreamento de cursos d'água, presentes;
 Destruição de áreas de preservação permanente;
 Destruição da flora e fauna.
 Alteração do meio atmosférico (aumento da quantidade de poeira em suspensão no
ar);
 Alteração dos processos geológicos (erosão, voçorocas, hidrogeologia), entre outros.

Buest Neto (2006) explica em seus estudos que a atividade de exploração é, por natureza,
causadora de impactos ambientais. Muitas vezes, tais impactos, são decorrentes da
exploração desordenada das jazidas, causando graves problemas ambientais, principalmente

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 17


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone
na extração de areia de rios, com aumento da vazão e aceleração do processo de erosão. Em
decorrência disso, a atual legislação vem obrigando os produtores a utilizarem novas técnicas
de gerenciamento e de extração ou, em alguns casos, ocorrem a interdição de jazidas que não
atendem às exigências, o que faz com que se procurem alternativas para a substituição desse
material (Barea, 2013).

Os impactos ambientais decorrentes da extração de areia podem ser identificados


principalmente com relação ao solo, como por exemplo: perda de cobertura vegetal, o que
intensifica os processos erosivos e de lixiviação, compactação dos solos devido à presença de
maquinário pesado para o transporte do material, entre outros. Por conta da localização dos
locais de extração e da ineficiência da fiscalização, os pontos de extração crescem e com eles
impactos se estendem podendo influenciar na vida da população que reside próximo aos
locais de extração. Com isso, as ações de fiscalização e monitoramento não são eficazes
devido à falta de meios de localizar as referidas áreas.

2.2.2.1.5. Impactos socioambientais causados pela extração de areia

Os impactos socioambientais consideram que a intervenção antrópica no meio ambiente


causa sua degradação, por esse motivo, o espaço natural e a problemática social devem ser
analisados em conjunto, para um melhor entendimento, pois eles são resultantes de mudanças
sociais e ecológicas, estimuladas pelos impulsos das relações entre forças externas e internas
à unidade espacial, ecológica, histórica ou socialmente determinada (Fereira, 2011).

Segundo Carvalho e Lima (2010), as avaliações de impacto ambiental são “estudos realizados
para identificar, prever, e interpretar, assim como prevenir, as consequências ou os efeitos
ambientais que determinadas ações, planos programas ou projetos podem causar à saúde, ao
bem-estar humano e ao entorno. Os métodos de avaliação de impactos ambientais são:
Metodologias Espontâneas (“ad hoc”), Método da listagem de controle (check list) Método
das matrizes de interação, Método da sobreposição de cartas (“overlay mapping”), Método
dos modelos matemáticos e Método das redes de interação.

Silva (1994) apud Lelles (2004) classificou os impactos ambientais qualitativamente, em:
Critério de valor (Impacto Positivo e Negativo), Critério de ordem (Impacto Direto e
Indireto), Critério de espaço (Impacto Local, Regional e Estratégico), Critério de tempo
(Impacto a Curto Prazo, Médio e Longo Prazo), Critério de dinâmica (Impacto Temporário,
Cíclico e Permanente), Critério de plástica (Impacto Reversível e Impacto Irreversível).

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A atividade minerária gera impactos ambiental, social e econômico. Essa atividade mineira
tem como característica primordial a rigidez locacional, obrigando o minerador a lavrar
exatamente no local onde a natureza colocou a substância a ser minerada (Annibelli; Souza
Filho, 2007). A mineração, evidentemente, causa um impacto ambiental considerável. Ela
altera intensamente a área minerada e as áreas vizinhas (Silva, J., 2007).

Assim como qualquer atividade, a mineração apresenta seus pontos positivos e negativos nas
áreas social e ambiental que devem ser avaliados. No social há que se considerar o
desenvolvimento local que sinaliza avanços ou retrocessos. Nesse sentido, a atividade de
mineração tem que ser feita de acordo com os parâmetros legais de forma a garantir uma
exploração sustentável dos recursos naturais, com o mínimo de impacto, e preservando a
saúde do trabalhador além de gerar, para o município, divisas que possibilitem sua aplicação
em melhorias para a cidade e comunidade (Faleiro; Lopes, 2010).

A extração de areia, se comparados com a extração de minerais metálicos, como o ouro e o


ferro, causam impactos negativos menos expressivos ao meio ambiente. Apesar desses
agregados possuírem características de material inerte, não deveria causar grandes danos ao
meio ambiente. De acordo com Annibelli e Souza Filho (2007), os impactos causados pela
mineração de areia, geralmente, são positivos e negativos.

2.2.2.1.6. Impactos sócio–econômico-ambientais causados pela


mineração de areia

São causados impactos sócio-econômicos positivos e negativos pela mineração de areia.


Como impactos positivos pode-se elencar a geração de empregos diretos, bem como de
empregos indiretos decorrentes daqueles postos de trabalho que dependem da areia para que,
dentre estes: caminhoneiros que transportam a areia, de empregados da construção civil como
um todo, pessoas ligadas ao comércio de materiais de construção em geral, além de
profissionais liberais como geólogos, advogados e contadores. Ao mesmo tempo, gera
impostos, que revertem em serviços à população, possibilitando que se dê continuidade a
obras e projetos que visem melhorar as condições de vida, proporcionando bem estar à
população em geral.

Ressalta-se que, geralmente, esses impactos positivos repercutem, também, na área entorno à
mineirada, uma vez que a areia extraída é comercializada e utilizada e, de forma geral, é
geradora de riquezas.

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Em relação aos impactos ambientais negativos podem-se elencar: a destruição da mata ciliar,
o afugento de animais, a poluição das águas e dos solos devido ao uso inadequado de
combustíveis fósseis, a prática de queimadas que visam acabar com a cobertura vegetal, a
alteração dos cursos dos rios, bem como de sua profundidade, alterando a velocidade de
escoamento dessas águas etc.

Impacto socioambiental, bastante negativo, também verificado, está relacionado à perda de


identidade entre as pessoas e o lugar, ou seja, da diminuição da topofilia11, em decorrência
da mineração da areia, afastando-as, principalmente da beira dos rios e das matas-ciliares
adjacentes.

Segundo Yi-Fu Tuan, “percepção, atitude, valor e visão de mundo possuem significados que
se superpõem. (...) Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como a
atividade proposital, na qual certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros
retrocedem para a sombra ou são bloqueados. Muito do que percebemos tem valores para
nós, para a sobrevivência biológica, e para propiciar algumas satisfações que estão enraizadas
na cultura. Atitude é primariamente uma postura cultural, uma posição que se forma frente ao
mundo. Ela tem maior estabilidade que a percepção e é formada de uma longa sucessão de
percepções, isto é, de experiências. As crianças percebem mas não tem atitudes bem
formadas, além das que lhes são dadas pela biologia. As atitudes implicam experiência e uma
certa firmeza de interesse e valor. As crianças vivem em um meio ambiente, elas têm apenas
um mundo e não uma visão de mundo. A visão de mundo é a experiência conceitualizada. Ela
é parcialmente pessoal, em grande parte social. Ela é uma atitude ou sistema de crenças”.

2.2.3. A mineração e o desenvolvimento local

O desenvolvimento tem suas facetas, interpretado de diversas formas e com mudanças de


entendimento com passar dos anos. Por muito tempo, acreditava-se que o desenvolvimento
estava ligado apenas com crescimento econômico, no entanto, essa concepção vem sendo
modificada. Sachs (2008) defende o entendimento de desenvolvimento como uma
combinação de crescimento econômico, aumento igualitário do bem-estar social e
preservação ambiental.

O desenvolvimento local deve ter inclusão social, havendo cooperação, criação e alargamento
de esferas públicas, em que diferentes atores políticos, econômicos, sociais dialoguem de

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maneira transparente a partir de seus próprios interesses em conflito, buscando construir um
novo desenvolvimento local em conjunto (Correia; Akerman, 2015).

Para um melhor entendimento desta questão, é importante saber a relação dos recursos
minerais com o desenvolvimento. Assim, Borges e Borges (2011) relatam que a mineração se
demonstrou como um setor relevante em economias nacionais e em 2002, em Johannesburgo,
na Conferência Rio+10, essa relevância foi consolida, quando se considerou a atividade
mineral como uma das atividades fundamentais ao desenvolvimento econômico e social de
diversos países e regiões, pois os minerais são bases primárias da constituição da vida
moderna.

Assim, o desenvolvimento tratado nesta pesquisa é o mesmo adotado pelos autores que vão
ao encontro do conceito igualitário de desenvolvimento e crescimento econômico. O
desenvolvimento tratado aqui leva em consideração o bem-estar social e o equilíbrio
ambiental como principais indicadores de desenvolvimento. Sendo assim, entende por bem-
estar social a satisfação das necessidades básicas, já o equilíbrio ambiental, em tese ocorre
onde não há intervenção humana, nos casos onde ocorre tal intervenção, essa deve acontecer
de forma consciente e com responsabilidade ambiental.

A atividade minerária não pode ser desenvolvida sem a contribuição da comunidade local,
mas a realidade vista em grandes empreendimentos é que os moradores dessa comunidade
não possuem uma melhoria na sua qualidade de vida e a maioria nem faz parte do quadro
funcional do empreendimento. Para Bradford (2012), o modo dominante de desenvolvimento
é caracterizado por uma dinâmica da exclusão social e da violência ligada à concorrência em
benefício de alguns em detrimento de outros.

Os agregados são conhecidos como minerais sociais e é a mineração do progresso social e


econômico, pois estão diretamente ligados à construção civil. São considerados ainda, vitais
para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Uma característica relevante dos agregados
é a relação preços baixos/grandes volumes. Carvalho et al. (2013) relatam que os agregados
são considerados bens minerais imprescindíveis de utilidade pública e em lei eles são
descritos apenas como de interesse social, além disso são pouco percebidos como minérios
pela sociedade.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 21


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2.2.4. Mineração de areia e suas implicações legais

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo de forma decisiva


para o bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, sendo
fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade equânime, desde que seja operada
com responsabilidade social, estando sempre presentes os preceitos do desenvolvimento
sustentável e de sustentabilidade socioambiental.

Porém, é notório que a atividade de mineração, em geral, independente da substância


mineirada, gera impactos, tanto de ordem ambiental, quando social e econômica, exatamente
por se tratar de bem natural não renovável, o que implica em uso restringido, busca de
tecnologia de reciclagem e substituição por renováveis.

A atividade mineira tem como característica primordial a rigidez locacional, obrigando o


minerador a lavrar exatamente no local onde a natureza a colocou a substância a ser
minerada.

Visando regulamentar a atividade mineraria, bem como minimizar os impactos dela


decorrentes, existem regras que disciplinam essa atividade. Assim, a Constituição Federal de
1988, em seu artigo 176, define que: “as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais
e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito
de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra”. Para que se realize a pesquisa e a lavra dos recursos
minerais faz-se necessária concessão da União, que vigerá por prazo determinado.

2.2.5. Mineração de areia e as áreas de preservação permantente (APP)

A mineração de areia ocorre em locais onde houve a deposição de material sedimentar


erodido ao longo das eras geológicas. Normalmente esses locais estão próximos à fundo de
vales e aos rios, coincidindo muitas vezes com as matas ciliares, consideradas áreas de
preservação permanente (APP).

As áreas de preservação permanente devem ser preservadas, pois possuem funções


ambientais, principalmente relacionadas à: preservação dos recursos hídricos, da paisagem,
da estabilidade geológica, da biodiversidade, do fluxo gênico de fauna e flora, da proteção do
solo e de assegurar o bem estar das populações humanas. Considera-se, ademais, que as

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 22


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
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Áreas de Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, são
instrumentos de relevante interesse ambiental, pois possibilitam alcançar a sustentabilidade,
objetivo para as presentes e futuras gerações.

Diante de sua importância ambiental, as APPs devem ser preservadas. No entanto existem
diversas atividades econômicas responsáveis pela degradação e destruição dessas áreas,
principalmente a agricultura e a pecuária, a extração de madeira, as atividades industriais, a
expansão urbana desregrada, a construção de estradas e pontes e as atividades de mineração.

As atividades de mineração geralmente necessitam de muita água, o que leva a ocupar áreas
próximas aos rios, mesmo que a extração de minério não ocorra em área contígua a estes.
Ademais, em algumas situações, ocorre a retirada de materiais diretamente de áreas
originariamente ocupadas por matas ciliares, consideradas de preservação permanente.
Assim, degradam-se as matas ciliares e desfiguram-se as barrancas dos rios. Além disso,
utilizam-se grandes quantidades de água para lavagem de minérios, essa lavagem gera
resíduos que geralmente fluem para os rios, causando assoreamento e poluição. A retirada de
água e os canais de transporte de resíduos da lavagem contribuem para destruir a mata ciliar.8

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 23


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
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CAPITULO III: ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1. Tipo de pesquisa

O estudo contou com uma pesquisa de campo com base no uso de inquéritos, portanto, foi
uma pesquisa qualitativa visto que buscou-se colher o conhecimento dos munícipes a respeito
da gestão dos resíduos sólidos, as suas atitudes a respeito do tema, seu nível de satisfação em
relação ao trabalho do município sobre os resíduos sólidos e propor sugestões para melhorar
os serviços de gestão dos resíduos sólidos.

3.2. Universo e Amostra

A colecta de amostra foi feita de maneira aleatória, onde foram usadas 33 extractores de areia
de Namego para o cálculo do tamanho da amostra. O estudo teve como grupo alvo 33
extractores de areia, tomando como base um universo de 300 populares, que moram em zonas
onde é extraída areia há mais ou menos 3 anos. O tamanho da amostra foi

Aplicou-se uma amostragem probabilística, visto que a amostragem probabilística é


objectiva, pois não influenciamos na pesquisa. Nesse tipo de amostragem, os elementos da
amostra foram seleccionados aleatoriamente e todos eles possuíram probabilidade conhecida
de serem escolhidos. Tal selecção ocorreu através de uma forma de sorteio não viciado.

3.3. Delimitação da pesquisa

O tema em estudo do presente trabalho é Impactos Ambientais ocasionados pela Extracção


de Areia de construção e teve como campo de estudo no no Bairro de Mangone distrito de
Gurué, particularmente na zona municipal.

3.4. Técnicas de colecta de dados

O trabalho de campo decorreu num período de 6 meses, no povoado de Mangone. A colecta


de dados foi feita através de algumas técnicas de colecta de dados (entrevistas, questionário e
inquérito) aos extractores de areia em volta das zonas onde se faz o a extração de areia. A
entrevista foi organizada de forma semi-estruturada, com aplicação de questões abertas e
fechadas.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 24


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
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CAPITULO IV: CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GURÚÈ

A pesquisa em destaque envolveu dois grupos alvos, por um lado, os praticantes da


actividade de extracção de areia em Mangone, e, por outro, alguns funcionários da Direcção
Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Zambézia. Assim, a
colecta de dados começou se com os Areeiros e mais tarde terminou-se com os funcionários
do DPTADER, o que significa que compreendeu duas etapas distintas.

3.1. Descrição da área de estudo

Desde 1998, Gurúè é um dos 53 municípios do país, com um governo local eleito. É também
o centro da zona onde se encontram as maiores plantações de chá do país. Gurúè, que antes
da independência chamava-se Vila Junqueiro, foi elevada a categoria de cidade em 24 de
Fevereiro de 1971. O município de Gurúè tem uma área de 107 km2, hoje
administrativamente é um município com uma população estimada em 56 mil habitantes
residindo em 23 bairros da urbe (MAE, 2015, p. 75)

3.1.1. Localização geográficas

A cidade do Gurué, com cerca de 107 km ², localiza se no centro do distrito do mesmo nome,
e dista da sua capital provincial Quelimane cerca de 400km e confina-se ao norte localidade
de Mucunha e Nintulo através das cordilheiras formações chire-namuli, a sul com a
localidade de Muximua, a este com a localidade de Mepuagiua e ao oeste com a localidade de
Muagiua vede o mapa a seguir (MAE, 2015, p. 76).

3.1.2. Clima

O clima da cidade do Gurúè é fortemente influenciado pelo relevo sendo assim um clima
modificado pela altitude, são regiões mais frescas e mais pluviosas, as temperaturas médias
anuais são menores a 22º c, e nas regiões de montanhas mais inferior a 18º c. As
precipitações são abundantes (1400 – 2000mm).a humidade media anual é de 74.2 % , a
precipitação regista se na zona urbana, a pluviosidade ao longo do ano condiciona os dois
períodos que constituem o clima, sendo de Dezembro a Março considerado o período húmido
e chuvoso e de Abril a Novembro caracterizado pelo tempo seco (MAE, 2015, p. 77).

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 25


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3.1.3. Relevo

De acordo com Muchangos (1999, p. 23) o relevo do distrito do Gurué tem como foco o
rebordo oriental do território Moçambicano com um relevo planalto, depressionário e
montanhoso com a maior frequência a formação geológica de tipo karoo.

No que diz respeito à estrutura, cerca de 80% do território do distrito do gurue é constituído
por um relevo montanhoso que se desenvolve ao longo de toda região com maior enfoque a
formação chire namuili, sendo a mais a alta formação com 2419 m de altitude deste o nível
médio das aguas do mar com referencias antropológicas.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 26


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CAPÍTULO V: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTREPERTAÇÃO DE


DADOS

A seguir apresenta-se os dados obtidos da entrevista com os praticantes da actividade de


extracção de areia no local de estudo. No entanto, com propósito de saber a proveniência dos

Praticante da actividade de extracção de areia colocou-se a seguinte questão:

5.1. Residência dos extractores de areia

Gráfico 1. Proveniência dos mineradores de areia de Namego

63.64
70

60

50 36.36

40
21
30
12
20

10

0
Residentes Vientes

Número de entrevistados Percentagem de entrevistados

Dos 33 entrevistados para esta questão, fazendo 100% dos extractivistas pesquisados, 21
Praticantes constituindo 63.64% disseram que são residentes do bairro de Namego, enquanto
que, os 12 praticantes correspondentes a 36.36% disseram que não são residentes, mas sim,
oriundos de outras regiões distantes de Namego.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 27


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.2. Início de extração da actividade de mineração de areia

Com o fim de se saber do tempo em que os Areeiros começaram a desenvolver actividade de


extracção de areia naquela área.

Gráfico 2. Início de extração da actividade de mineração de areia

45 42.42
40 Entrevistados
35 Percentagem de
30.3 entrevistados
30

25

20 18.18

15 14
10 9.09
10
6
5 3
0
2013 2014 2015 Esqueceu o ano

Dos 33 Areeiros totalizando os 100% dos investigados, 14 que fazem 42% disseram que
começaram com a actividade extractiva naquele local em 2013, 10 pessoas compondo 30%
disseram que principiaram com actividade em 2014, 6 pessoas correspondentes a 18%
afirmaram que começaram a extrair no ano passado 2015 e, por fim, 3 praticantes fazendo
9% esqueceram se do ano em que começaram com a prática do extrativismo de areia.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 28


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.3. Técnicas e instrumentos de extração de areia usadas em Namego

Com intuito de conhecer das características da actividade de extracção de areia no referido


bairro.

Gráfico 3. Técnicas e instrumentos de extração de areia usadas em Namego

Catanas, Enxadas, Pás, Foices, Picaretas

Caterpilar

Outros equipamentos

100%

Assim, de acordo com os depoimentos prestados pelos 33 Areeiros correspondentes a 100%


dos praticantes investigados, responderam de forma similar dizendo que a actividade de
extracção de areia naquele bairro é feita de forma tradicional, pois, usam instrumentos
rudimentares (catanas, enxadas, pás, foices, picaretas) que não favorece uma extracção em
grandes quantidades. Assim sendo, confirma-se a segunda hipótese da pesquisa.

Para conseguir extrair a areia leva muito tempo e várias etapas começando com a
identificação do local de ocorrência do material e facilidade das vias de acesso para
condicionar o transporte do produto aos consumidores, seguindo-se com a remoção da
cobertura vegetal desnudando o solo até nas escavações do local e a retirada da areia para
posterior acúmulo num local de fácil acesso.

Contudo, com a remoção das espécies vegetais e as escavações feitas podem propiciar
processos erosivos na área de extracção. Vide, a seguir, a foto que mostra os vestígios do
processo erosivo no local de extracção de areia.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 29


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.4. Pagamento de taxas ao município ou as estruturas do Bairro pela


actividade de mineração de areia

Procurando saber dos pagamentos de taxas da actividade de extracção desenvolvida em


Namego, colocou-se uma questão aos praticantes:

Gráfico 4. Pagamento de taxas ao município ou as estruturas do Bairro pela actividade de


mineração de areia em Namego

80
Número de entrevistados

70
60
50
40 Paga taxa
30 Não paga taxa

20
10
0
1 2
Pagamento de taxas ao município

Dos 33 constituindo o número total dos Areeiros pesquisados, 26 pessoas correspondente a


79% disseram que não pagam taxas a nenhuma estrutura tanto governamental ou do bairro,
07 Areeiros fazendo 21% disseram que sim pagam taxas ao secretário do Bairro. De acordo
com os dados apresentados, pode-se concluir a maior parte dos praticantes da actividade de
extracção de areia em Namego não pagam taxas pela actividade que fazem.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 30


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.5. Principais compradores da areia de Namego

Com intuito de saber dos principais compradores da areia extraída naquele local

Gráfico 5. Principais compradores da areia de Namego

87.88

80
60 29
40 12.12
4
20
0
é o Número de entrevistados
u ru eg
G am Percentagem dos entrevistados
e
ald deN
p ro
ici air
un b
m do
na
zo cais
a o
esd esl
t
or en
r ad sid
M
o Re

A maior parte dos praticantes da extracção de areia foram uniformes nas suas respostas. No
entanto, dos 29 Areeiros de Namego constituindo os 88%, disseram que os principais
compradores de areia extraída naquele local são moradores da cidade, dentre funcionários,
comerciantes e pequenas empresas de fabrico de matérias de construção civil (Blocos, paves,
grelhas e mais), espalhados pelos bairros da cidade de Gurué, e 04 pessoas fazendo 12%
afirmaram que outros compradores do produto são populares locais do bairro de Namego,
maioritariamente comerciantes.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 31


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.6. Conhecimento dos problemas relacionados à extração de areia

Com objectivo de saber se os praticantes da actividade de extracção de areia têm


conhecimento dos impactos ocasionados por esta actividade.

Gráfico 6. Conhecimento dos problemas relacionados à extração de areia no povoado de


Namego

100%
90%
80%
70%
60% 33 100 Não tem conhecimento
50% Tem conhecimento
40%
30%
20%
10%
0%
1 2

Com base nos argumentos dos 33 entrevistados fazendo 100%, pode-se dizer que os
praticantes assumem ter conhecimento dos problemas induzidos pela actividade de extracção
de areia, mas referem que é inevitável parar com a mesma, visto que, serve de posto de
emprego para certas pessoas melhorando as condições de vida das suas famílias.

Ainda, os depoimentos apresentados pelos Areeiros e pela observação feita do autor na área
de estudo, constatou-se que os problemas ambientais ocasionados pelo extrativismo de areia
são geralmente: a erosão dos solos, a compactação dos solos, a destruição dos habitats e
certos animais, assoreamento e alteração do rio, a poluição da água do rio e desmatamento,
confirmando assim a primeira hipótese da pesquisa.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 32


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

5.7. Acções desenvolvidas de modo a minimizar os problemas advindos da


extração de areia

Com a intenção de se saber das acções que são desenvolvidas pelos Areeiros para reduzir os
impactos ambientais.

Gráfico 7. Acções desenvolvidas de modo a minimizar os problemas advindos da extração de


areia no povoado de Namego

63.64
70

60

50
36.36
40 Entrevistados
Percentagem de entrevistados
30 21

20 12

10

0
Tapam as covas/ravinas Abandonam o local

Colocada a questão aos praticantes, de acordo com os dados obtidos no local, 12


entrevistados correspondentes a 36% disseram que depois de esgotado o material, tapam as
ravinas com resíduos orgânicos e outras matérias, e os 21 praticantes fazendo 64 % disseram
que nada fazem a não ser abandonar o local e procurar outros locais de ocorrência da areia
onde possam desenvolver a actividade.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 33


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

CAPITULO VI: CONCLUSÕES E SUGESTÕES

6.1. Conclusões

De acordo com os dados obtidos no terreno mediante o uso da observação directa e da


entrevista feita, e ainda das diferentes obras consultadas, conclui-se que:

 Os problemas ambientais ocasionados pela extracção de areia são geralmente: a


erosão dos solos, perca de fertilidade do solo, a compactação dos solos, assoreamento
e alteração dos rios, a destruição dos habitats e certos animais, a poluição da água do
rio e desmatamento da área;
 A actividade de extracção de areia no Bairro de Mangone é feita de forma tradicional,
usando instrumentos rudimentares (enxadas, pás, foices, picaretas) que não favorece
uma extracção em grandes quantidades. Trata-se de uma actividade dependente das
condições naturais e da força humana. Para conseguir extrair a areia leva muito tempo
e vários processos começando com a remoção das espécies vegetais desnudando o
solo até nas escavações do local com auxílio dos instrumentos acima mencionados. O
transporte do produto para o consumidor é efectuado através de camiões dos
compradores de areia ou mesmo alugados.
 A revegetação da área de exploração é apontada como uma das principais alternativas
para a redução dos danos causados pela actividade de extracção de areia. A tapagem
de ravinas, criadas no acto da extracção, a sensibilização ambiental dos praticantes e a
comunidade em geral por via de palestras, teatros sobre a importância do meio
ambiente para a população e as suas consequências depois de degrada-lo pode reduzir
grandemente os impactos que a actividade deixa para o ambiente.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 34


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

6.2. Sugestões

Pelas constatações feitas durante a pesquisa através da observação e da entrevista, para uma
extracção de areia mais sustentável respeitando o ambiente em Mangone, sugere-se o
seguinte:

Para os Areeiros devem:

 Tapar ravinas por eles criadas evitando que o local esteja degradado e deixando mau
aspecto visual;
 Colocar no local plantas que posteriormente possam beneficiar tanto para a respiração
(O2) assim como para outros fins e para poder se reconstituir o solo;
 Criar associações que possam explorar o material conjuntamente num único local,
com vista a diminuir a quantidade de áreas degradadas pela actividade de extracção de
areia.

Para o DPTADER

 Implementar os Programas de uso e ocupação do solo e Recuperação de Áreas


Degradadas;
 Divulgar os regulamentos aprovados que ordenam a prática sustentável de exploração
de areia em Mangone respeitando o meio ambiente;
 Promover o plantio de árvores através de um programa de monitoramento e
acompanhamento da actividade.

Às autoridades locais

 Demonstrar o seu papel influente na comunidade, estas poderão facilitar na


sensibilização ambiental dos seus habitantes principalmente dos praticantes da
actividade de extracção de areia;
 Promover encontros regulares com os praticantes da actividade, dotando-os de formas
de redução dos impactos negativos sobre o ambiente, com maior destaque para a
tapagem das ravinas;
 Tomar medidas aos renitentes das orientações que as estruturas do bairro deixam
relacionadas com o ambiente.

Aos Académicos

 Façam mais estudos relacionados com os impactos ambientais do extrativismo de


areia e mostrar directrizes que possam reduzí-los consideravelmente;
 Apostar na investigação de temas que interessem a comunidade local.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 35


Impactos Ambientais que Advêm da Actividade de Extracção de Areia de
Construção no Bairro de Mangone

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Paulista. Paraíba, São Paulo, Brasil: Revista Areia & Brita, São Paulo.

Anderson, P. S. (2001). Princípios de Cartografia Básica. Brasil: Fundação Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística.

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Costa, R. (21 de Fevereiro de 2016). Geografia: Viva Moçambique. 2012. Disponível em: .
Obtido em 21 de Maio de 2020, de Sapo.pt: Viajar.sapo.mz/vivamocambique/
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Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 36


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Construção no Bairro de Mangone
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Santos, A. d. (2016). Extração Mineral de Areias e seus Impactos na Territorialidade


Ambiental: O caso de Feira de Santana - BA. Feira de Santana: Universidade
Estadual de Feira de Santana-BA.

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 37


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Construção no Bairro de Mangone

Apêndices

Apêndice I: Guião de entrevista

Propósito da pesquisa: as informações que serão fornecidas pelo Governo do Distrito de Ile e
População, são pertinentes para o conhecimento para maneio adequado dos campos agrícolas,
de forma a gestão sustentável.

Os resultados da pesquisa serão por mim usados para realização do trabalho de diploma e
pela instituição, bem como a população interessados na adopção de melhores técnicas pelo
governo para desenvolvimento de políticas na preservação dos solos.

1. É residente deste bairro?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2. Quando é que começou a desenvolver a actividade de extracção de areia neste
local?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3. Como o senhor faz para conseguir extrair areia? E quais os instrumentos que
usa na extracção?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. O Sr. paga uma taxa ao município ou as estruturas do Bairro pela actividade que
faz?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. Quem são os Principais compradores desse produto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Conhece alguns problemas que esta actividade deixa para o ambiente local? Se
SIM quais, por Exemplo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7. Que acções têm desenvolvido para minimizar os problemas depois do
esgotamento deste produto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Autor: Eugénio Gonçalves Mauindo Página 38

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