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Facilitador de Leitura
Manual Operacional

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇAO
Introdução
O programa USAID| Aprender a Ler (USAID|ApaL) é uma iniciativa financiada pela USAID/Moçambique.
O objectivo global do programa é melhorar os resultados de leitura dos alunos na 2ª e 3ªclasses nas
províncias da Zambézia e Nampula. Para tal, o USAID|ApaL está orientado para o aproveitamento
efectivo do tempo lectivo associado a aplicação de estratégias eficientes de ensino-aprendizagem para se
chegar a melhoria da qualidade de leitura dos alunos da 2ª e 3ª classes.

O programa USAID|ApaL fornece materiais de formação, treinamento e didácticos para os professores


da 2ª e 3ª classes nas escolas-alvo deste projecto. Esta estratégia, denominada de Programa de Reforço da
Leitura (PRL), foi desenhada para que o desenvolvimento profissional dos professores, os planos de aula
diários e o apoio pedagógico se fundam para criar um programa abrangente, que aborde todas as cinco
componentes-chave do ensino da leitura. A formação em ensino da leitura do USAID|ApaL será realizada
em “cascata”. Este modelo estabelece a ordem sequencial no qual os Directores Pedagógicos (DAP) e
Coordenadores de Ciclos de cada Zona de Influência Pedagógica (ZIP) serão submetidos a formação.
Desta formação serão seleccionados Facilitadores do nível da ZIP e DAP que passarão a orientar as
jornadas pedagógicas regulares para todos os professores da 2ª e 3ª classes nas escolas situadas dentro da
sua zona de influência. Para reforçar este modelo de formação e prestar apoio pedagógico adicional e,
fiscalização das práticas na sala de aula em cada escola, todos os DAP e coordenadores de ciclo das outras
classes são treinados como Facilitadores de Leitura.

Os facilitadores de leitura têm a tarefa de observar as práticas dos professores na sala de aula; realizar
actividades de modelagem nas estratégias de ensino, que ajudam os professores a melhorar o seu
desempenho. A formação e modelagem procuram ajudar os professores a implementar estratégias de
ensino de leitura específicas nas suas salas de aula, o que ajudará os alunos a adquirir habilidades
fundamentais de leitura do português. Estas estratégias foram testadas em escolas-alvo e têm uma
capacidade comprovada de melhorar os resultados de leitura dos alunos.

De referir que é crucial para a formação a componente de treinamento do programa USAID|ApaL que
contribuirá para garantir que novas estratégias de ensino, conteúdos e rotinas de instrução se tornem
numa parte natural da prática diária dos professores. Tal como foi descrito acima, o programa
USAID|ApaL está a formar DAP e coordenadores de ciclo em cada escola para agirem na qualidade de
Facilitadores de Leitura e prestarem este apoio crucial aos professores. O presente documento
descreve os papéis e responsabilidades dos Facilitadores de Leitura.

1. O que é modelagem?
O programa USAID|ApaL está a trabalhar com a finalidade de melhorar a qualidade e aumentar a
quantidade do ensino da leitura nas escolas-alvo com vista a melhorar os resultados de leitura dos
alunos. Isto é conseguido através da realização de workshops de desenvolvimento profissional, materiais
de ensino e aprendizagem e apoio de gestão aos directores das escolas.

O Programa de Reforço da Leitura do USAID|ApaL combina a formação, modelagem e apoio material


para melhorar a qualidade do ensino da leitura na 2ª e 3ª classes.

O apoio em termos de modelagem no ensino da leitura aos professores é crucial para o sucesso das
intervenções de formação. “Embora a formação em serviço introduza os professores na utilização eficaz de
estratégias de leitura baseadas na ciência nas suas salas de aula, os professores devem continuar a receber
apoio para progredirem nas suas habilidades de ensino da leitura. Isto pode ser feito através da modelagem e da

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integração da formação no trabalho diário do professor.”1Esta é a tarefa principal dos Facilitadores de
Leitura em cada escola. Como forma de garantir a capacitação local a todos os níveis dentro do sistema
de educação e apoiar a sustentabilidade das intervenções do projecto, o programa USAID|ApaL está a
trabalhar com os DAP e coordenadores de ciclo nas jornadas pedagógicas contínuo dos professores ao
nível das escolas.

A Associação Internacional de Leitura (International Reading Association - IRA) descreve a modelagem


como sendo; “o apoio consistente e contínuo às componentes de implementação e instrução. Não é ameaçador
e é de apoio — não de avaliação. Dá uma ideia de quão bom é o desenvolvimento profissional. Também oferece
a oportunidade de vê-lo a funcionar com os alunos.”2 A modelagem no programa USAID|ApaL é feito
através da apresentação de modelos durante a aula e da organização de conversas de treinamento3 em
seguida.

Embora as jornadas pedagógicas regulares para os professores a nível das ZIP constituam um fórum
necessário para treinar os professores em novas metodologias de ensino, será necessário um apoio e
formação adicionais ao nível das escolas para garantir que eles compreendam o que aprenderam e sejam
capazes de implementar novas técnicas com maior confiança ao longo do tempo.4 As sessões de
formação em serviço constituem um ponto de partida para o desenvolvimento profissional, em que se
introduz uma nova teoria e materiais, que são praticados pelos professores.

Quando os professores regressam às suas escolas, as circunstâncias e recursos aí existentes são muitas
vezes diferentes das que praticaram durante a formação. Por conseguinte, para permitir que as escolas
reproduzam cabalmente as habilidades e conhecimentos ganhos durante estas acções de formação nas
suas próprias salas de aula, os facilitadores de leitura de cada escola deverão prestar apoio contínuo nas
salas de aula adaptado às circunstâncias particulares de cada escola.

O apoio contínuo nas escolas é necessário para sustentar a implementação do programa de ensino da
leitura e prestar o apoio adicional de que os professores necessitam para poderem compreender e
implementar novas estratégias de leitura.

Como forma de garantir a capacitação dentro do sistema escolar, o modelo de treinamento do


programa USAID|ApaL treina os DAP e coordenadores de ciclo existentes em cada escola para
assumirem o papel de facilitadores de leitura.

Os facilitadores de leitura observam com regularidade as aulas de todos os professores da 2ª e 3ªclasses


nas escolas-alvo. Os facilitadores de leitura são formados para demonstrarem técnicas essenciais,
consoante as necessidades, durante o período lectivo, facto que contribuirá para melhorar as práticas de
ensino e a gestão da sala de aula. Esta é uma técnica de modelagem extremamente eficaz que requer a
colaboração total do professor. Os professores devem permitir que o facilitador apresente um modelo
e ilustre rotinas de ensino eficazes durante as aulas e que dê apoio para implementar com sucesso as
técnicas de ensino da leitura do programa USAID|ApaL.

1 Um estudo da eficácia dos formadores de leitura K3 – NRTAC 2010


2 (Poglinco, Bach, Hovde, Rosenblum, Saunders, & Supovitz, 2003, conforme citação na Associação Internacional de Leitura, Maio de
2004, página 42.
3 Capítulo 6, observação de aula, apresentação de modelos e conversas de treinamento.
4 “Nada prometeu tanto e foi um desperdício tão frustrante como os milhares de workshops e conferências que não levaram a nenhuma
mudança significativa na prática quando os professores regressaram às suas salas de aula”” The New Meaning of Educational Change –
Fullan 1991

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O USAID|ApaL forma os formadores para que prestem apoio prático enfatizando que esse apoio não é
para efeitos de avaliação e não deve ser considerado ameaçador. É no contexto desse acordo, de
confiança5 e de igualdade, que os professores podem ganhar segurança na sua prática de ensino e no
especialista em estratégias de ensino da leitura do programa USAID|ApaL. Os professores e o formador
devem sentir que cometer erros faz parte do processo de aprendizagem enquanto praticam o novo
modelo de ensino.

•Formação trimestral de facilitadores de


leitura
Formadores •Visitas trimestrais às escolas
•Apoio contínuo por telefone
•Modelagem bissemanal na sala de aula.
•Formação em serviço bissemanal para os
professores
Facilitadores de •Apoiar aos professores nas avaliações escrita
Leitura e da fluência
•Assegurar que os professores usam os
materiais de ensino-aprendizagem.

•Leccionação diária das aulas do


ApaL
Professores •Realizar avaliações escrita e da
fluência

A figura acima apresenta de forma resumida as diferentes funções dos Formadores e Facilitadores de
Leitura e as actividades a serem por si organizadas com vista a garantir a qualidade no modelo em
cascata

Formadores: Um grupo de Formadores do IFP, Facilitadores seleccionados, técnicos da DPEC e SDEJT


foram formados pelo pessoal do ApaL para se tornarem especialistas de formação no próximo ano
lectivo. Eles orientarão formações trimestrais de vários dias cada. Estes formadores farão a monitoria e
providenciarão apoio aos Facilitadores de Leitura através das visitas às escolas, e às jornadas
pedagógicas.
Facilitadores de Leitura: irão organizar visitas às aulas de português da 2ª e 3ª classes duas vezes por
semana nas suas escolas. Durante estas visitas, eles deverão realizar actividades de modelagem, ao longo
das observações na sala de aulas e, apoiar os professores na sua prática.

Professores: O foco central do modelo em cascata incide no professor na sala de aula. Os professores
vão participar em workshops de desenvolvimento profissional duas vezes por mês orientados pelos
Facilitadores de Leitura a nível das ZIP. Vão ainda trabalhar com os Facilitadores de Leitura nas suas
escolas duas vezes por semana nas visitas às aulas.

5 Systems for change in literacy education : A guide to professional development – Lyons& Pynnell 2011

4
2. Porquê o Director Pedagógico e os coordenadores de ciclo?
Para se constituir um grupo de Facilitadores de Leitura suficientemente grande para prestar apoio
contínuo aos professores da 2ª e 3ª classes nas escolas-alvo, o USAID|ApaL irá formar DAP e
coordenadores de ciclo como Facilitadores de Leitura. Dentro do quadro existente no MINED, os DAP
e coordenadores de ciclo prestam apoio aos professores das suas escolas. Embora os DAP apoiem
todos os professores de todas as classes, os coordenadores de ciclo trabalham com grupos mais
pequenos de professores em classes específicas. Estes dois postos foram escolhidos para serem
formados como Facilitadores de Leitura pelas seguintes razões:

1. De acordo com os regulamentos do MINED, cada DAP deve prestar apoio pedagógico diariamente
aos professores da sua escola. Directivas oficiais estabelecem que os DAP apoiem os professores na
revisão das avaliações e promovam uma nova pedagogia nas suas escolas.6 Os coordenadores de
ciclo exercem as funções de professores e de coordenadores pedagógicos do ciclo em que
trabalham. Eles são o primeiro ponto de contacto para os professores que enfrentam dificuldades
com o ensino. Os facilitadores de leitura precisam ter tempo suficiente para darem apoio aos
professores. A maior parte das escolas tem ambos: Directores Pedagógicos e coordenadores para
cada ciclo7. Devido ao grande número de professores a quem o apoio ao ensino da leitura se destina
no âmbito do programa USAID|ApaL, será necessário um número suficiente de Facilitadores de
Leitura em cada escola. Os DAP e coordenadores de ciclo têm a função e devem proporcionar o
tempo para realizarem visitas às salas de aula de todos os professores com o objectivo de
identificarem as suas necessidades e darem treinamento escolar.

2. O USAID|ApaL está programado para obter um impacto e sustentabilidade a longo prazo. Por essa
razão, é crucial trabalhar com os intervenientes locais dentro do sistema de educação e capacitar
esses mesmos intervenientes. Além disso, o programa USAID|ApaL está estruturado de modo a
alinhar com as estruturas do MINED. O trabalho com os DAP e coordenadores de ciclo permitirá
que as habilidades e conhecimentos obtidos do programa USAID|ApaL continuem após o período
de implementação do projecto e garantirá que a sua implementação não requeira alterações nos
sistemas de apoio ou nas tarefas e responsabilidades.

É importante que o modelo de Facilitadores de Leitura seja introduzido nas escolas com o apoio da
direcção. O director da escola terá de apoiar a relação de colaboração entre os professores e os
formadores, organizando reuniões para esclarecer as funções de cada um e para monitorar o progresso.
Os directores podem, ainda, disponibilizar recursos, como por exemplo materiais e/ou organizar os
horários dos professores.8

O director da escola terá de fazer o acompanhamento das actividades de treinamento se as actividades


do formador de leitura forem consideradas positivas pelos professores. O director da escola reunir-se-á
com o DAP uma vez por mês para discutir os seguintes aspectos:

- Que professores estão a ser observados e orientados?


- Quais são os resultados das avaliações contínuas?

De referir que os Directores da Escola também tiveram formação do ApaL com o objectivo de
prestarem assistência na sala de aulas, bem como para permitirem que os Facilitadores de Leitura

6 Regulamento Geral do Ensino Básico, Capítulo 3, Artigo 16 ‘Director Adjunto Pedagógico’


7 Com base nos nossos relatórios de M&A, em 5 de 58 escolas na Zambézia e 9 de 61 escolas em Nampula, o DAP também é o DE.
Trata-se de escolas pequenas situadas nas zonas rurais em que o DE deve realizar as tarefas de DAP.
8 http://www.edu.gov.on.ca/eng/literacynumeracy/inspire/research/coaches.pdf

5
trabalhem com os professores da 2ª e 3ª classe. O DE é responsável no aumento da quantidade e
qualidade do ensino. O DE usa normalmente 5 rotinas que visam aumentar o índice de presença dos
professores e alunos e monitor a pontualidade dos professores de forma que as aulas iniciem em
conformidade com o tempo preconizado.
O DE está igualmente envolvido na gestão dos materiais de ensino-aprendizagem providenciado à
escola, e na promoção do seu uso, pelos professores e alunos.

O ApaL está a usar a abordagem em que a quantidade de ensino + qualidade de ensino = melhoria dos
resultados de leitura. O tempo de ensino é especialmente importante, visto que actualmente muito
tempo é desperdiçado devido a:
1. Absentismo dos professores;
2. Início tardio do dia escolar;
3. Uso inefectivo dos 45 minutos de aula (os materiais que não estão prontos antes do início das aulas,
falta de planificação das aulas, abandono da sala de aulas para assuntos pessoais, etc);
4. Perda de tempo durante o intervalo- por exemplo, não regresso à sala de aulas no fim dos 5 minutos de
intervalo e, fim das aulas antes do tempo.
5. Absentismo dos alunos- muitas vezes relacionado ao absentismo dos professores.

Caso a direcção
da escola não
tome medidas
sobre os aspectos
acima pela, o
impacto da leitura
será bastante
limitado.

6
3. Projecto USAID/ApaL no ano 2013-2014
Durante o ano lectivo 2014 o USAID/ApaL implementou o programa nos 6 distritos. Neste ano fará o
mesmo sendo que abrangerá um maior número de escolas.

Um total de 122 escolas beneficiaram de formação e


apoio. Foram preparados Facilitadores de Leitura que
tinham 3 grandes responsabilidades:
1. Acompanhamento na realização e análise dos
resultados das avaliações escritas dos alunos;
2. Realização de actividades de modelagem, bem
como observação na sala de aulas;
3. Gestão dos resultados da avaliação escrita e da
avaliação de fluência.

Figura 1. DAP realizando uma observação de sala


de aulas usando o celular/smartphone

Resultados e recomendações do ano passado: O programa de formação tinha como objectivo avaliar
se os DAP poderiam obter as competências e conhecimentos necessários para um treinamento de
qualidade em leitura para os professores. Com base nesta determinação, o programa USAID|ApaL
pretendia continuar a trabalhar com os DAP como Facilitadores de Leitura.9

Durante o decorrer do ano, os técnicos da DPEC, SDEJT o e pessoal do projecto visitou escolas alvo
para monitorar a implementação e o impacto do programa de formação. Isso foi possível através da
ferramenta de Avaliação Rápida. Durante essa avaliação, foi ainda verificado o papel dos DAP. Os
resultados demonstram que:
 As avaliações demonstraram que, embora os resultados fossem positivos, alguns DAP tiveram
dificuldades em cumprir com as tarefas de apoio preconizadas e, que os professores tiveram
dificuldades constantes no uso dos materiais de ensino-aprendizagem.

O director da escola assume um papel muito importante para o cumprimento das tarefas do Facilitador de
Leitura. Os Facilitadores de Leitura precisam um tempo que não seja destinado a lecionação para realizarem as
suas actividades de modelagem na sala de aulas com outros professores. as formações sobre como organizar
isso são parte integrante do conteúdo na formação em gestão escolar e, o projecto tenciona expandir essa
estratégia em 22015 quando todas as escolas se beneficiarem da componente de gestão escolar.

 Foi reconhecido, por todos os intervenientes, que dentro da estrutura organizacional do sistema
de educação local, o DAP e coordenadores dos ciclos são as pessoas lógicas para fazer o
treinamento em leitura nas primeiras classes. Contudo, também ficou claro, que alguns DAP
realizaram observações em número reduzido em relação as exigidas. Uma das razões
apresentadas foi o número de professores por escola. Algumas escolas têm mais de 20
professores na 2ª-3ª classes e os DAP não conseguiram treinar todos estes professores.

9É necessária uma formação de maior duração para capacitar os DAP de modo a atingirem o nível de treinamento especializado. Os
programas de acreditação em todo o mundo variam, mas são comuns os cursos com a duração de um ano.

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O programa USAID|ApaL irá formar coordenadores do 1º e 2º ciclos nas escolas com mais de 6 professores na
2ª e 3ª classes. Estima-se que um DAP possa orientar até 6 professores, observando-os duas vezes por semana
e prestando apoio regular através de treinamento e assistência em termos de avaliações.

 Muitos DAP são também coordenadores do 3º ciclo, ou da 6ª-7ª classes, que são classes em que
o USAID|ApaL não está a ser implementado. A sua especialização é em classes mais adiantadas.
Em resultado disso, será necessária uma formação intensiva sobre como ensinar as classes
inferiores. O DAP deve primeiro tornar-se professor especializado para poder dar o
treinamento. O ideal seria que também conhecesse perfeitamente o currículo do MINED.

No próximo ano, uma formação de base centrar-se-á em como dar as aulas do USAID|ApaL. Os DAP e
coordenadores de ciclo terão primeiro de aprender a pedagogia e praticá-la eles próprios antes de poderem
treinar os outros.
O SDEJT e a DPEC serão responsáveis em assegurar que os professores tenham recebido o acompanhamento e
apoio. Os Facilitadores de Leitura enviarão um relatório mensal aos SDEJT e DPEC. Com o apoio dos Oficiais
Distritais, far-se-á a verificação do acompanhamento (se está acontecer segundo a planificação). A Avaliação
Rápida também terá de verificar esse aspecto.

 Em várias escolas, o DAP tem demasiadas tarefas de gestão ou muitas horas de ensino que o
impedem de realizar actividades de treinamento.

O director das escolas alvo estará mais envolvido na formação de Facilitadores de Leitura de forma a entender
as funções dos DAP e coordenadores de ciclo para poder apoiá-los nas suas tarefas. Estas acções devem estar
associadas pelo que os DE devem permitir que os facilitadores de leitura tenham horas não destinadas a
lecionação e, destes receberão actualizações regulares sobre o desempenho dos professores e a aprendizagem
dos alunos.

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4. Apoio do MINED e do USAID/ApaL
É crucial que o MINED e o programa USAID|ApaL tenham um acordo mútuo sobre as tarefas que os
Facilitadores de Leitura deverão realizar. Em Novembro de 2014, o pessoal do projecto e funcionários
do MINED realizarão uma reunião de planificação. O objectivo da reunião será de definir o nível de
apoio estabelecido pelo projecto para os facilitadores de leitura, baseados nas escolas e planificar as
actividades de tal forma que todos os intervenientes estejam de acordo e cientes do que está previsto.

Metas Apoio
Os DAP devem poder concluir o ano inteiro  A DPEC/SDEJT deve incentivar os DAP a
de formação, ao mesmo tempo que estão participarem em todas as acções de formação.
envolvidos nas suas actividades de DAPAP  A formação do USAID|ApaL é parte da formação
nas escolas. Depois disso, receberão um em serviço do DAP organizada pelo MINED. Os
certificado de Facilitadores de Leitura da DAP terão que estar presentes duas vezes por
USAID/MINED. mês durante as jornadas pedagógicas
 DAP DPEC/SDEJT deve autorizar que os DAP
permaneçam na mesma escola durante a formação
e implementação organizadas pelo USAID|ApaL.

Os DAP terão de ser apoiados pelos DE  O director da escola estará presente nas
para se tornarem Facilitadores de Leitura e formações de 13 e 14 de Fevereiro e, receberá
realizarem as suas tarefas na escola. formação sobre as técnicas de acompanhamento e
apoio aos professores.
 O director da escola deve atribuir tempo
suficiente ao DAP para que realize todas as tarefas
do USAID|ApaL.
 O DE deve organizar reuniões com todos os
professores em que deverá apoiar a observação
de aulas e treinamento do DAP.
 O SDEJT deverá solicitar às escolas o envio de
relatórios mensais, informando se o
acompanhamento está a ser realizado segundo o
planificado.
 O SDEJT deverá prevenir situações em que o DE
esteja ensinando 2ª ou 3ª classes, de maneira que
estes tenham tempo suficiente para formações de
gestão e, para que não tenham que atender às
formações da área de leitura.

O programa USAID|ApaL pretende capacitar os DAP e coordenadores de ciclo para se tornarem


Facilitadores de Leitura. Para tal, presta o seguinte apoio:

1ª Formação 26-30 de Janeiro


2ª Formação 11-14 de Maio
3ª Formação 17-19 de Agosto (ZBZ)
18-20 de Agosto (NPL)

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1. Desenvolvimento profissional a longo prazo

Durante o ano lectivo de 2015 haverá formações intensivas, com o intuito de criar habilidades para os
Facilitadores de Leitura nas escolas. Será dado um total de 12 dias de formação. Estas acções de
formação incluirão uma prática diária de ensino.
Em cada um dos 6 distritos o oficial distrital, apoiado do SDEJT e técnico provincial com suporte dos
formadores do IFP, realizarão a formação nos centros de formação. Um número estimado em cerca de
655 DAP e coordenadores do ciclo participarão às formações ao nível dos distritos.

O programa USAID|ApaL foi concebido para dar o melhor apoio possível às escolas e sabendo, que em
várias escolas existem muitos professores da 2ª-3ª classes. Com base no tempo disponível por DAP, o
USAID|ApaL calculou que as escolas com um número igual ou inferior a 6 professores da 2ª-3ª classes
podem ser treinadas pelo DAP. Professores da 2ª-3ª DAP formados Coordenadores do 1º e 2º
Nas escolas onde existem mais classes como Facilitadores ciclos formados como
de 6 professores, o programa de Leitura Facilitadores de Leitura
USAID|ApaL também irá 1-5 X
treinar os coordenadores de 6 ou mais professores X X
ciclo da 1ª- 2ª e da 3ª- 4ª classes
para se tornarem facilitadores de leitura, dependendo de quantas salas de aula da 2ª e 3ª classes existem
em cada escola (ver a tabela).

Devido ao tamanho do grupo, os tópicos importantes serão apresentados a todo o grupo, sendo grande
parte da prática realizada em sessões mais pequenas orientadas pelos facilitadores seleccionados,
formadores do IFP, pessoal do projecto, técnicos do SDEJT e DPEC .

Cada um destes grupos mais pequenos terá cerca de 20 DAP e coordenadores de ciclo. Os DAP e
coordenadores de ciclo da mesma escola terão que estar no mesmo grupo. Serão afectos 2 facilitadores
a cada grupo mais pequeno. Tanto o coordenador de ciclo como o DAP terão de se tornar professores
especialistas para poderem avaliar e orientar os professores das suas escolas. Por conseguinte, o
programa USAID|ApaL irá organizar a formação de Facilitadores de Leitura em torno do âmbito e da
sequência dos planos de aula estruturados. O programa de formação está alinhado com o calendário do
ano lectivo e as formações decorrerão durante os períodos de interrupção lectiva sempre que possível.

2. Android Smartphone10
Cada escola receberá um smartphone para ser usado no treinamento, formação e pedido de apoio. O
smartphone irá conter uma versão digital do formulário para relatório mensal de observação de aula
(que os formadores utilizarão na colecta e apresentação em formato digital dos dados de observação de
aula).
 Um resumo dos dados sobre a observação de aulas;
 O progresso do processo de leccionação;
 Resultados da avaliação escrita;
 Resultados da avaliação da fluência.

Os telefones também deverão conter exemplos de pronúncia e vídeos que demonstram técnicas de
ensino para apoiar os professores na implementação de novas metodologias de ensino. Facilitadores de
Leitura e DE deverão fazer o uso conjunto do telefone.

10 Consultar Quadro de M-learning

10
5. Tarefas do Facilitador de Leitura

O Facilitador de Leitura tem 3 tarefas a realizar na escola.


1. Apoiar na preparação e análise dos resultados das avaliações escrita e da fluência.
2. Gestão dos resultados das avaliações e discussão com a direcção da escola.
3. Modelagem na sala de aulas

1. Apoio à Avaliação

Os Facilitadores de Leitura apoiarão os


professores ao reverem e analisarem as
avaliações escritas mensais dos seus alunos. Os
Facilitadores de Leitura também apoiarão os
professores na realização da avaliação da fluência,
onde cada criança deverá ser avaliada duas vezes
por ano, nas semanas 8 e 20 das aulas. Embora a
responsabilidade por estas tarefas seja dos
professores, os Facilitadores de Leitura prestarão
assistência e farão a monitoria para apurar se os
professores estão a efectuar as avaliações com
regularidade.
2. Gestão dos resultados das
avaliações

Para fazer o registo de realização da avaliação escrita, de fluência e apoio na sala de aulas, os
Facilitadores de Leitura usarão a ficha11 de registo de tarefas. A ficha será conservada pelo Facilitador de
Leitura e, preenchida no final de cada uma das actividades de apoio. Essas actividades incluem:
observação na sala de aulas, avaliação escrita e avaliação da fluência. Esse documento é muito
importante e é usado pelo projecto para monitorar o impacto das actividades do Facilitador no que diz
respeito ao aumento da quantidade e qualidade do ensino de leitura.

Estas avaliações dos alunos (avaliação escrita e avaliação da fluência12) destinam-se a medir os níveis de
leitura e a proporcionar aos professores uma visão das competências e conhecimentos individuais no
geral. Para analisar as avaliações, os formadores e os professores usam um mapa de Registo da Sala de
Aula (ver a figura da página anterior). Este mapa de registo deve ser preenchido depois de cada avaliação
escrita e dá informações que os professores devem utilizar para ajustar a sua prática na sala de aula. O
exemplo anterior mostra que a maior parte das crianças tem dificuldades com as perguntas 3, 7 e 10.
Em conjunto com o professor, o Facilitador de Leitura deve, então, determinar que aula ou actividade
específica terá que ser repetida para melhorar a compreensão dos alunos.

O exemplo demonstra que os alunos Júlio e Inácia são alunos que precisam de apoio extra durante as
aulas. O papel do Facilitador de Leitura é analisar esses dados com o professor e determinar que tipo de
apoio extra se pode providenciar. A ficha é também usada para discutir a frequência e os resultados das
avaliações, bem como a modelagem pelo Director de Escola. Todos os meses o DE e DAP devem
reunir-se e avaliar essas actividades. As questões a incluir nesta reunião são:

11Anexo 4: Ficha de tarefas do Facilitador de Leitura


12Anexo 3 e 5 é referente ás fichas de resultados das avaliações escrita e da fluência. Os professores devem completá-las logo após ter
avaliado os alunos. Os dados destas fichas serão usados pelo facilitador de leitura para completar a sua ficha de tarefas.

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Os professores realizaram as avaliações escritas de acordo com o planificado?
Os Facilitadores de Leitura foram capazes de fazer observação e modelagem na sala de aulas,
pelo menos uma vez por mês a todos professores da 2ª e 3ª classe?
 Que professores necessitam de apoio do Facilitador de Leitura com vista a melhorar os
resultados de leitura?
Para essa discussão, o DAP deve monstrar a ficha de observação na sala de aulas e ficha de registo dos
resultados para a avaliação escrita e da fluência. Sempre que planificarem acções extras, o DE e DAP
devem analisar os dados de forma a decidirem que tipo de apoio providenciar.

3. Modelagem na sala de aulas

O programa USAID|ApaL produziu um formulário de observação,13 que será usado pelos Facilitadores
de Leitura em todas as 120 escolas alvo. O formulário de observação de aula contém informação
detalhada sobre até que ponto os professores seguem a pedagogia do Programa de Reforço da Leitura.
O formulário não se destina a avaliar o programa, mas como uma ferramenta para que os Facilitadores
de Leitura prestem apoio estruturado durante as aulas, a partir das estratégias de modelagem.

Os Facilitadores de Leitura estão presentes em todas as escolas e estão instruídos para observarem os
professores da 2ª e 3ª classes enquanto estão a dar aulas do Programa de Reforço da Leitura. Cada
professor deve ser observado de duas em duas semanas. Essa é a frequência ideal. Nas escolas com
maior número de professores isso pode ser difícil de organizar. Nesses casos, deve-se fazer uma vez por
mês. O Facilitador de Leitura deve trabalhar de maneira que os níveis de acompanhamento sejam
maiores, sendo que trabalhará em estreita colaboração com o DE e os coordenadores de ciclo.

O formulário de observação de aula está associado aos planos de aula. Obedece à sequência e ao
conteúdo dos planos. Para cada componente de leitura serão avaliados indicadores específicos, os quais
terão uma resposta ‘SIM’ ou ‘NÃO’. É necessário ter prática para preencher estes formulários e apoiar
os professores com a informação que pode ser extraída dos mesmos. Este processo arrancou durante a
formação de base, que teve lugar durante o ano lectivo de 2013 e durante o ano 2014

Apresentação de Modelos
Durante a observação de aula, o Conselheiro de Leitura apresenta activamente modelos de partes da
aula em que o professor necessita de apoio. A apresentação de modelos é uma técnica crucial de
treinamento em que o formador mostra técnicas de ensino correctas durante a aula. Se o formador
observa que o professor está a aplicar as técnicas incorrectamente, deverá pedir permissão ao professor
para demonstrar a técnica correcta.

Isto requer directivas claras:


 O DE e o pessoal docente devem estar cientes e concordar com esta técnica de treinamento. No
início do ano lectivo, o Conselheiro de Leitura deve organizar uma reunião em que explica o seu
papel e a prática de observação de aula e de apresentação de modelos. É muito importante que a
observação e os modelos apoiem o professor de uma forma muito positiva.
 Durante a observação, o Conselheiro de Leitura deve pedir a permissão dos professores se quiser
apresentar modelos de uma componente da aula. Isto pode ser feito levantando a mão e, em
seguida, perguntar ao professor se pode experimentar uma coisa com os alunos. Depois disso, o
formador apresenta o modelo da sequência de ensino correcta. Posteriormente, o formador pede
que o professor volte a ensinar a mesma rotina.

13 Anexo 1 – Formulário de observação de aula

12
O Facilitador de Leitura pode ter de apresentar modelos que incluam várias actividades durante uma
aula, especialmente no início do ano lectivo. A parte importante dos modelos é que o professor tem a
oportunidade de repetir a actividade correctamente. Esta técnica de treinamento constitui um método
eficaz para garantir que os professores entendam perfeitamente as práticas de ensino corrigidas.

Conversa de modelagem
Após as observações de aulas, os formadores organizam uma conversa de treinamento com os
professores em que eles ‘perguntam’ e ‘escutam’. Por esta razão inclui-se no manual14, um formato que
os orienta ao longo da conversa. As perguntas simples incluídas no guião destinam-se a ajudar os
professores a determinar os seus próprios pontos fortes ao dar a aula. O formato também ajuda o
professor a identificar as suas metas de desenvolvimento profissional e dá ao Conselheiro de Leitura
informação sobre como apoiar o professor na realização destas metas.

Os facilitadores de leitura são responsáveis pelo envio do relatório mensal-resumo dos dados referente
as observações na sala de aulas ao SDEJT e DPEC a partir do Magpi. Esses dados serão usados para
monitorar o nível de implementação das actividades do projecto e para determinar que facilitadores de
leitura e escolas necessitam de apoio extra.

6. Formação e apoio ao Facilitador de Leitura

O Facilitador de Leitura irá participar numa acção de formação com a duração de 12 dias para se tornar
Conselheiro de Leitura durante o ano lectivo de 2015. Esta formação proporciona-lhe a base teórica e
as habilidades práticas necessárias para entender e implementar as estratégias de ensino da leitura do
programa USAID|ApaL e orientar os professores da 2ª e 3ª classes nas suas escolas. Serão
disponibilizados os seguintes recursos para apoiar os Facilitadores de Leitura:

 Utilização de ferramentas digitais de formação: Será distribuído um Smartphone por cada


escola, permitindo que os Facilitadores de Leitura usem ferramentas audiovisuais ao formar os
professores. Estas ferramentas incluem a pronúncia de fonemas e palavras-chave ensinadas no
currículo, bem como vídeos de técnicas de ensino, que podem se mostrados aos professores para
efeitos de formação.
 Jornadas pedagógicas: Os Facilitadores de Leitura participarão nas jornadas pedagógicas a nível das
ZIP e terão a ocasião de partilhar experiências e de aprender uns com os outros.
 Visitas dos técnicos da DPEC e SDEJT, bem como do pessoal do projecto: Os técnicos da
DPEC e SDEJT, assim como o pessoal do projecto visitarão as escolas para avaliar o ensino e a
formação. Isso será feito durante as Avaliações Rápidas e visitas regulares às escolas. Durante as
visitas o Facilitador de Leitura deve ter essas informações prontas e, deve ser capaz de demonstrar
a ficha de tarefas.
 Os formadores do IFP, o pessoal do projecto e o SDEJT/DPEC reunir-se-ão 3 vezes por ano com a
finalidade de planificar as visitas às escolas e determinar que escolas e facilitadores de leitura
necessitam de mais apoio.

14 Anexo 6 Conversa de modelagem

13
7. Qualificações ao concluir a formação para Facilitadores de
Leitura
Os Facilitadores de Leitura devem ter uma base de ensino nas primeiras classes e devem estar a
leccionar activamente. Por várias razões, os DAP estão muitas vezes envolvidos em tarefas de apoio à
gestão ou no ensino de classes mais avançadas. Embora estas sejam tarefas importantes, é fundamental
para o papel de formador que os professores das primeiras classes os vejam como iguais ou especialistas
para que possam seguir as suas orientações com confiança.

Ao concluir a formação para Facilitadores de Leitura em 2015, o DAP e os coordenadores de ciclo no


programa USAID|ApaL devem ter um conhecimento profundo e competências nas seguintes áreas:

1. Teoria e prática de ensino efectivo e a Simples Visão da leitura.


Para se tornar um leitor eficaz e alcançar um bom nível de compreensão da leitura, a criança deve
desenvolver habilidades em todas as 5 Componentes da Leitura15, conforme apresentado
resumidamente a seguir:

- Consciência Fonética: A consciência fonémica é o conhecimento de que as palavras são constituídas


por uma combinação de sons individuais.
- Fonética: A fonética é a relação entre uma letra
específica e o seu som, apenas no que se refere à
palavra escrita. A fonética é usada, por exemplo,
quando um leitor se depara com uma palavra
desconhecida. Com o conhecimento da fonética,
um leitor pode tentar ler a palavra concentrando-
se no som específico de cada letra ou combinação
de letras.
- Fluência: A fluência é a capacidade de ler o texto
com precisão e sem problemas para permitir e
facilitar a compreensão.
- Vocabulário: Quando as crianças aprendem a ler,
elas começam a compreender que as palavras na
página correspondem às palavras que encontram
todos os dias no português falado. As crianças Figura 1 – O professor prepara o início de uma aula
aumentam o seu vocabulário quer através da
instrução directa quer da indirecta.
- Compreensão da leitura: A compreensão de um texto é a interacção que acontece entre o leitor e
o texto. Mais do que simplesmente descodificar as palavras numa página, a compreensão é o
processo de pensamento intencional que ocorre quando lemos – isto é que é a leitura!

O formador deve compreender como esses elementos devem ser ensinados no Programa de Reforço
da Leitura através da rotina de ensino “Eu faço, Nós fazemos, Vocês fazem” e como dar as aulas para que
as crianças aumentem o conhecimento e as habilidades em cada uma das 5 componentes fundamentais.

2. Ponto de referência e estrutura de avaliação da leitura nas primeiras classes


O Facilitador de leitura deve conhecer os pontos de referência da leitura do programa USAID|ApaL
para a 2ª e 3ª classes e entender como estes devem ser avaliados. Deve entender a estrutura de
avaliação escrita e de fluência do USAID|ApaL e como analisar os resultados com base na ficha de

15 https://www.eddataglobal.org/.../index.../EGRA_Toolkit_Mar09.pdf?...%E2%80%8E

14
resultados da avaliação escrita. A remediação com base na análise da ficha de relatório da aula é um
elemento crucial para o PRL. O conselheiro de leitura deve entender quais as ferramentas e técnicas
que o professor pode usar para resolver problemas específicos constatados através das avaliações.

3. Técnicas de modelagem
O facilitador de leitura deve ser capaz de prestar apoio de uma forma não ameaçadora e num ambiente
que crie a confiança e desenvolva as habilidades dos professores. O facilitador de leitura irá aprender a
realizar visitas às salas de aula, com a ficha de observação de aula e, como avaliar os indicadores
contidos nessa ficha durante as Sessões de Formação de Facilitadores de Leitura. Além disso, os
formadores irão aprender sobre a intervenção durante a aula em si e que elementos podem ser
discutidos mais tarde. A técnica de “apresentação de modelos” (em que um formador está a demonstrar
uma rotina de ensino específica ou outra componente durante as aulas) terá de ser explicada aos
professores, assim como terão de ser acordadas directivas claras antes do início deste processo.

15
8. Monitoria

Uma intervenção em mais escolas vai exigir uma monitoria mais apurada O programa USAID|ApaL irá
trabalhar com a DPEC, SDEJT e os formadores dos IFP para prestar apoio e monitorar a implementação
e o impacto do Conselheiro de Leitura nas escolas.

1. Controlo in loco dos formadores dos IFP nas escolas


Formadores do IFP, técnicos do SDEJT, DPEC e pessoal do ApaL serão afectos a uma ZIP cada - com
vista a fazer o acompanhamento das jornadas pedagógicas, prestando apoio à formação, bem como às
actividades de modelagem. O DAP também estará presente durante as sessões de formação em serviço
e, os formadores dos IFP, informar-se-ão com os professores e os DAP para determinar se as escolas
estão dentro do calendário e se o PRL está a ser implementado correctamente.

2. Controlo in loco do pessoal do projecto


Os Técnicos Provinciais e Oficiais Distritais do ApaL deverão realizar visitas às escolas com vista a
capacitá-las e a avaliar, de forma independente, a qualidade e a quantidade de ensino e formação. O
pessoal do projecto também procurará visitar as escolas nos casos em que os DAP tenham solicitado
orientação ou apoio adicionais.

3. Ferramenta de Avaliação Rápida


A DPEC, SDEJT e técnicos do ApaL realizarão visitas de monitoria em cada trimestre. Durante as visitas
usarão a ferramenta de Avaliação Rápida (AP), que verifica os seguintes aspectos:

 Nível de fluência dos alunos da 2ª e 3ª classes;


 Participação às aulas dos alunos e alunas;
 Pontualidade dos professores e uso efectivo do tempo lectivo;
 Ensino com uso efectivo das estratégias instrucionais do ApaL;
 Uso dos materiais de ensino-aprendizagem;
 Apoio da direcção da escola com vista ao aumento da quantidade e qualidade de ensino.

Durante essas visitas DPEC, SDEJT e o pessoal do projecto deverão realizar observações na sala de
aulas, avaliação da fluência, revisão dos resultados da avaliação e, organizará uma reunião com o
Facilitador de Leitura, bem como o director da escola.
As Avaliações Rápidas serão anunciadas e acontecerão em Março, Junho e Outubro. Cada visita terá a
duração de cerca de 2 horas.
Depois da realização da Avaliação Rápida os dados serão apresentados ao SDEJT, DPEC e Directores
das Escolas. As constatações permitirão informar que escolas necessitam de apoio adicional. Os
facilitadores de Leitura serão informados sobre estas constatações durante as formações de Maio e
Agosto e, os professores durante as jornadas pedagógicas.
O objectivo das Avaliações Rápidas não se limitam a avaliar as escolas, mas sim contribuir para
determinar as melhorias a operar em conjunto na partir do apoio da DPEC, SDEJT, Formadores do IFP
e pessoal do ApaL.

4. Ficha de relatório mensal


O Facilitador de Leitura deve enviar um resumo de relatório mensal16 através do megpi aos SDEJT e
DPEC. Esse relatório será composto por informações como:
 Quantidade e qualidade das observações na sala de aulas;

16 Anexo 2 Ficha de relatório mensal

16
 Resultados mensais da avaliação escrita;
 Resultados das avaliações da fluência das semanas 8 e 20.
Informações adicionais serão relacionadas com a pontualidade e presença dos professores e alunos, bem
como questões ligadas à gestão escolar.
A formação sobre o preenchimento desta ficha acontecerá no mês de Janeiro, em simultâneo com a
formação sobre o uso dos smartphones.

5. EGRA e SMA
Um elemento central no projecto é a utilização do instrumento de Avaliação da Leitura nas
ClassesIniciais (EGRA). Este instrumento é usado em muitos países africanos, bem como noutras partes
do mundo, com vista a fazer a avaliação do nível de leitura das crianças e metas de melhoria. Os
resultados do EGRA tem metas internacionalmente reconhecidas e, essas podem ser usadas em
Moçambique nos níveis de fluência e compreensão.
Um avaliador independente analisará os resultados e, estes serão apresentados e publicados para
demonstrar o impacto do projecto.
Assim, o instrumento EGRA será aplicado no mês de Setembro de 2016.

Com o objectivo de avaliar o impacto do projecto na melhoria da gestão escolar, usa-se a ferramenta de
Gestão Escolar (SMA). Este instrumento avalia o grau de apoio da direcção da escola no que diz respeito
a quantidade e qualidade de ensino, como a presença dos professores e alunos, pontualidade, uso das
ferramentas de gestão, gestão dos materiais de ensino-aprendizagem e uso efectivo do tempo lectivo.

17
Anexo 1 –Ficha de observação de aulas

Escola ZIP Professor

Data Início da Aula Fim da Aula Classe No. meninos No. meninas Observador
presentes presentes

Lição dada (especificar a semana e o nr. Da lição )

Se Não, explique a razão da tua resposta e o plano de


Critérios fundamentais de observação
acção
1 Antes de início da aula SIM NÃO Não, Porquê? Plano de acção
A sala de aula tem: material didáctico: dístico
1.1
de letras, cartão da letra, gravuras?
A sala de aula tem materiais feitos pelos
1.2
professores e alunos?
Os alunos na sala de aula estão sentados em
1.3
filas, grupos, etc.?
Introdução: a consciência fonética SIM NÃO Não, Porquê? Plano de acção
2
O professor começa a instrução com a
2.1 revisão, que inclui a interação do aluno?

O professor introduz a lição e dá pistas aos


2.2 alunos sobre o que eles vão aprender?

O professor fornece exemplos com recurso a


2.3 oralidade?

O professor utiliza a técnica “Eu faço, Nós


2.4
fazemos, Vocês fazem”?

O professor ensina de acordo com as


2.5
orientações no manual do professor?

O professor pronuncia o som da letra


2.6
correctamente?
O professor utiliza os cartões de gravuras
2.7 durante o ensino?

O professor ensina aos alunos seguimentos


2.8
dos sons numa palavra usando gestos?
O professor envolve todas as crianças nas
2.9
actividades?
O professor chama os meninos e as meninas
2.10
igualmente?
3 Fonética SIM NÃO Não, Porquê? Plano de acção
O professor considera o conhecimento prévio
3.1
dos alunos?
O professor mostra a letra, diz o seu nome e
3.2
o seu som?

18
O professor utiliza a técnica “Eu faço, nós
3.3
fazemos, tu fazes”?
O professor ensina de acordo com as
3.4
orientações do manual do professor?
O professor segue o plano de aula no ensino
3.5 da fonética?

O professor ensina aos alunos seguimentos


3.6 dos sons numa palavra usando gestos
simples?
O professor usa letras minúsculas de
3.7 impressa ao escrever no quadro?

4 Ensino da fluência SIM NÃO Não, porquê? Plano de acção


O professor usa o nome das letras, palavras-
chave e frase curtas/simples e cartões de
4.1
letras para ajudar as crianças a melhorar a
fluência?
As crianças lê palavras, frases e/ou histórias
4.2
fluentemente.
O professor apresenta o exemplo de uma
4.3
leitura fluente?
5 Ensino do vocabulário e compreensão SIM NÃO Não, porquê? Plano de acção
O professor faz a revisão do vocabulário
5.1 aprendido.

O professor usa cada uma das novas


5.2 palavras aprendidas numa nova frase simples
que facilite a compreensão dos alunos
O professor pede aos alunos para usarem os
5.3 vocabulários aprendidos numa nova frase.

O professor lê uma história em voz alta e faz


5.4 perguntas começando por como, porquê, o
que aconteceu a seguir?
O professor pede aos alunos para recontarem
5.5 a história?

6 Trabalhos de casa SIM NÃO Não, Porquê? Plano de acção


O professor dá aos alunos trabalhos para
6.1 casa que incluem actividades práticas que
eles possam fazer sozinhos?
O professor verifica se os alunos fizeram os
6.2
seus trabalhos de casa?

Assinatura do Professor Assinatura do Facilitador de Leitura

19
Anexo 2

Ficha para relatório mensal

Registo Mensal para a Melhoria de Leitura e Gestão Escolar


Semana de plano de aula
Província: Distrito: ZIP: Escola: Mês: (planificada para o fim do
mês):
Marque SIM ou NAO Marque o número
Classe/ Turma

A aula foi Usa Usa Número de Número de


Nome de Sexo
Avaliação Esta na semana Número de dias
assistida pelo diariamente as diariamente faltas este faltas nas
Professor escrita foi planificada de atrasado este
menos uma materiais o livro de mês na jornadas
feita plano de aula mês na escola
vez deste mês didáticos turma escola pedagógicas

Totais H M H M H M H M H M H M H M H M
2ª classe
3ª classe

20
Relatório Mensal para a Melhoria de Leitura e Gestão Escolar
Instruções: Quando o DE usa as ferramentas de gestão escolar e o Facilitador de Leitura usa o registo de acompanhamento podem preencher facilmente o Registo
Mensal para a Melhoria de Leitura e Gestão Escolar no fim de cada mês. Os DEs e os Facilitador de Leitura devem verificar regularmente o uso de materiais didáctico,
o livro de turma, e no fim do mês verificar que semana no plano de aula esta cada professor de 2ª e 3ª classe. Para fazer o relatório usando os dados no registro
mensal em fazendo a suma por classe e sexo. Mandar o relatório usando o smartphone e a aplicação Magpi.

Província: Distrito: ZIP:

Nome da Escola: Mês:

2ª Classe 3ª Classe
Resumo de Registo Mensal para a Melhoria de Leitura e Gestão Escolar
H M H M
Indicar o número de professores na escola por classe e sexo.
Indicar o número de professores que recebem pelo menos uma visita de acompanhamento pelo o
facilitador de leitura no mês actual por classe e sexo.
Indicar o número de professores que implementou a avaliação escrita no mês actual por classe e
sexo.
Indicar o número de professores que usam diariamente as materiais didácticos por classe e sexo.

Indicar o número de professores que usam diariamente o livro de turma por classe e sexo.

Indicar o número de professores que estão na semana planificada no plano de aula por classe e sexo.

Indicar o número total de atrasos para o mês actual por classe e sexo.

Indicar o número total de faltas na escola para o mês actual por classe e sexo.

Indicar o número total de faltas nas jornadas pedagógicas para o mês actual por classe e sexo.

21
Anexo 3 – Registo avaliação de Fluência
Escola:____
____________________________
Ficha para registo da Avaliação de fluência

Nome da escola_______________________________ Nome do professor_________________________________________

Classe _____ Turma _____


Data da avaliação 1_____________________ Data de avaliação 2_________________
Nome do aluno Históri
Nada Letras Palavras Frases Nada Letras Palavras Frases História
a
1

10

12

13

14

22
Anexo 4

Ficha de tarefas do Facilitador de Leitura


Nome de facilitador de leitura_______________________________

Fev Avaliaçâo Escrita 1 Março Avaliação Escrita 2 Fluência 1 Abril


Data Data Nr Nr. Data Data Av. Nr Nr. Data Av. Data Data
Nome do professor Classe Turma
Obs. 1 Escr. 1 Alunos Não Sat Obs. 2 Obs. 3 Escr. 2 Alunos Não Sat Fluência 1 Obs 4 Obs. 5
1

10

12

13

14

15

16

17

18

23
Avaliação Escrita 3 Maio Avaliação Escrita 4 Fluência 2 Junho Avaliação Escrita 5 Julho Avaliação Escrita 6
Data Nr. Nr. Data Data Nr. Nr. Av. Data Data Data Nr. Nr. Data Data Data Nr. Nr.
Escr. 3 Alunos Não Sat. Obs. 6 Escr. 5 Alunos Não Sat Fluência 2 Obs. 7 Obs. 8 Escr. 6 Alunos Não Sat. Obs. 9 Obs. 10 Escr. 6 Alunos Não Sat
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19

24
Agosto Avaliação Escrita 7 Setembro Avaliação Escrita 8 Outubro
Data Data Nr. Nr. Data Data Data Nr. Nr. Data Data
Obs. 11 Escr. 7 Alunos Não Sat Obs. 12 Obs. 13 Escr. 8 Alunos Não Sat. Obs. 14 Obs. 15
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19

25
Bom: 15 – 20 Anexo 5 – Ficha de resultados da
avaliação escrita
Satisfatório: 10 – 14
Escola:________________________
Não Satisfatório: 0 - 9
Nome do professor_______________________________ Data da avaliação_______________

Classe _____ Turma _____


Nome do Aluno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Quant. Qual.
1

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

26
Anexo 6 – Guia para condução da conversa de modelagem

Guia para condução da conversa de modelagem


Após a observação de aulas, o Facilitador de Leitura deve reunir-se por um curto período de tempo (5-
10 minutos) para discutir aspectos observados durante a aula e determinar os aspectos positivos e os
que devem ser melhorados.

1. O que correu bem durante a observação da aula?


2. Que aspectos o professor precise melhorar e como isso pode ser feito?
3. Que tipo de apoio o professor necessita do Facilitador de Leitura?
4. Será que o professor acha as actividades modeladas como importantes para si?
5. Quando é que a próxima observação pode acontecer?

Durante esse breve encontro, o Facilitador de Leitura deve auscultar ao professor antes de explicar
sobre os aspectos da aula observada. O professor deve ler a ficha de observação da sala de aulas e
assinar.

Por favor, note:

1. O Facilitador de Leitura apenas deve explicar os aspectos relevantes. Não devem falar sobre
toda a ficha, mas sim sobre os aspectos que realmente precisam ser tomados em conta.
2. A ficha assinada deve ser conservada pelo Facilitador de Leitura numa pasta de arquivo.
3. O Facilitador de Leitura deve fazer anotações das conversas, de maneira que possa monitorar o
progresso nas próximas sessões de modelagem.
4. O Facilitador de Leitura pode usar a aplicação de pronúncia ou demonstração a partir de vídeos
ou smartphone com vista a reforçar as técnicas de ensino.
5. Completar a ficha de tarefas do Facilitador de Leitura.
6. (Caso não tenha sido feita) Rever os resultados das avaliações escrita e da fluência de maneira a
determinar se há necessidade de fazer algumas melhorias.
7. Comentários.

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