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princípio da legalidade divide-se em outros

DIREITO PENAL dois; o princípio da estrita legalidade


(reserva legal) e o princípio da anterioridade.
O princípio da reserva legal diz que, ao
INTRODUÇÃO agente somente pode ser imputado uma pena
se houver lei em sentido estrito. O texto
Características constitucional traz a definição “Não há
crime sem lei que o defina”. Tal princípio
O direito penal, ramo do direito público, limita o poder do estado (direito de
consiste em uma ciência normativa, também chamado 1°geração) e trata-se de uma cláusula pétrea.
de dogmático penal. Uma das principais características
do direito penal é seu caráter fragmentário, pois protege 2. Princípio da legalidade: “Não há crime sem lei
os bens jurídicos mais importantes para o indivíduo e a anterior que o defina”. Por força desse princípio
sociedade (ultimo ratio). é vedada a aplicação de analogias que
prejudiquem o réu (In malam partem). A
Conceito
analogia é uma forma de integração da lei.
Conjunto de normas, regras, princípios
(aspecto formal) que descrevem comportamentos ▪ Somente lei ordinária ou lei complementar
(aspecto material) reprováveis ameaçadores da ordem pode criar crimes;
social.
▪ É vedada a edição de medida provisória
Fontes do Direito Penal sobre matéria relativa a direito penal.
Entretanto, o STF tem admitido medidas
I. Fonte material: Orgão responsável pela provisórias que versem sobre D. penal
criação das leis. Art. 1° - Compete favorável ao réu;
privativamente á união legislar sobre: Direito
civil, comercial, penal, processual, eleitoral, ▪ Lei delegada não pode versar sobre D. penal;
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalhador. ▪ Não é permitido a analogia in malam partem
no direito penal, tampouco costumes para
criar sanções penais;
II. Fonte formal: Diz respeito ao objeto,
instrumento de exteriorização do direito penal. ▪ Este princípio é aplicado também ás
A fonte formal divide-se em duas contravenções penais (crime) e ás medidas
classificações: de segurança (pena);

a. Imediata: Lei – Art. 1°Cp, ▪ Aspectos da legalidade: legalidade formal e


constituição federal, atos legalidade material. No primeiro caso é a
administrativos, tratados e obediência ao devido processo legislativo. Já
convenções, princípios; a legalidade material diz respeito aos direitos
b. Mediata: Costumes, e garantias dos cidadãos;
princípios gerais de direito.
3. Princípio da taxatividade: Diz que a norma
penal deve ser específica, prevendo uma
conduta específica e pena específica.
Princípios do Direito Penal
4. Princípio da anterioridade: “a lei deve ser
Existem duas espécies de princípio no anterior a prática da conduta criminosa”
ordenamento jurídico: princípios explícitos e
implícitos. Aqueles positivados no ordenamento ▪ Trata-se de um direito fundamental de 1°
jurídico são denominados explícitos. Já os princípios geração, que limita o poder punitivo do estado;
implícitos decorrem da interpretação da lei.
OBS: Vacatio legis é o parazo legal que a lei
1. Princípio da reserva legal ou estrita
demora para entrar em vigor.
legalidade – A doutrina entende que o
5. Princípio da individualização da pena: A lei
regulará a individualização da pena. Adotando as 10. Princípio da responsabilidade penal subjetiva:
seguintes medidas: Para uma conduta ser imputada criminosa é
▪ Privação ou restrição de liberdade; preciso que a ação ocorra de modo culposo ou
▪ Perda de bens; doloso. No entanto, a responsabilização penal
▪ Multa; depende de dolo ou culpa.
▪ Prestação social alternativa;
▪ Suspensão ou interdição dos direitos; a. Dolo direto: Quando o agente tem a
intenção de matar.
b. Dolo eventual: Quando o agente assume
Esse princípio deve ser observado no plano o risco que o resultado aconteça.
legislativo. Continua no plano judicial com a aplicação
da lei ao fato concreto. Por último, no plano ▪ A conduta culposa ocorre quando o agente
administrativo com a execução da pena. age de modo imprudente, negligente e
imperícia. No entanto, não tinha a vontade de
6. Princípio da personalidade ou intranscendência:
praticar a ação criminosa.
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano ser, nos
11. Princípio da adequação social: Conduta
termos da lei, estendida aos sucessores e contra eles
tipificada em lei, mas que não afronta o
executadas, até o limite do valor do patrimônio.
sentimento de justiça da coletividade, seja pelos
costumes, cultura.
7. Princípio da alteriadade: “Ninguém será punido
por ofender somente bens jurídicos próprios”.
▪ Causa de exclusão da tipicidade material;
Assim, para que haja a tutela do direito penal é
preciso prever a lesão a outrem (alheios).
12. Princípio da isonomia ou igualdade: o direito
penal se aplica a todos, independentemente de
8. Princípio da intervenção mínima: “O direito penal
nacionalidade, classe social, etnia, sexo, idade ou
é a ultima ratio na proteção dos direitos e irá tutelar
condição;
os bens jurídicos mais relevantes”.
▪ Esse princípio impões tratamento distinto para
quem se encontra em posições diferentes. Ex:
▪ Fragmentariedade: São considerados ilícitos
Réu primário/reincidente;
penais aqueles previstos em lei e que atentam
contra os valores fundamentais dos indivíduos
13. Princípio da presunção de inocência: Art. 5°,
e da sociedade;
LVII, CF – Ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
OBS: fragmentariedade ás avessas diz que
bens jurídicos antigamente tutelado pela lei
▪ Súmula vinculante 11: É lícito o uso das
deixa de interessar ao D. Penal.
algemas em caso de resistência ou perigo a
Ex: Crime de adultério
integridade física ou alheia.

▪ Subsidiariedade: Serão objeto do direito penal


14. Princípio do ne bis in idem: Implica a proibição
somente os ilícitos que não são repreendidos
de dupla punição pelo mesmo fato.
pelos demais ramos do direito.
▪ O agente não pode ser processado e julgado,
9. Princípio da ofensividade: “A infração penal deve
mais de uma vez pela mesma conduta.
ser uma conduta que cause lesão ou perigo de lesão
ao bem jurídico tutelado”.
Importante!
Atenção!
A espiritualização no D. penal passa a se antecipar Esse princípio pode ser analisado sob 3 aspectos:
e punir condutas perigosas que tem potencial de
gerar uma lesão futura. Ex: crimes ambientais, 1. Processual: ninguém pode ser processado 2
crimes de perigo abstrato. É uma exceção ao vezes pelo mesmo fato;
princípio da lesividade.
2. Material: ninguém pode ser condenado 2
vezes pelo mesmo fato;
3. Execucional: ninguém pode sofrer execução
penal 2 vezes pelo mesmo fato;

Exceção: Art. 8° cp – A pena cumprida no estrangeiro


atenua a pena imposta no brasil pelo mesmo crime.

▪ Súmula 241, STJ: A reincidência penal não


pode ser considerada como circunstância
agravante e simultaneamente como
circunstância judicial;

▪ Não caracteriza bis in idem a aplicação da


agravante da reincidência;

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