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Farmácia e Profissão

MS. ANDRESSA KEIKO MATSUMOTO


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A História da
Farmácia U1: Evolução histórica da
profissão farmacêutica
U1S1
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Apresentação da disciplina
 U1: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROFISSÃO FARMACÊTICA
 U2: LEGISLAÇÃO SANITÁRIA E PROFISSIONAL
FARMACÊUTICA
 U3: DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA
 U4: FARMACÊUTIOCO EM ÁREAS ESPECÍFICAS DE
TRABALHO
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Objetivos
 Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil;
 Primeiras medidas de cuidados com as questões de saúde na
sociedade;
 Processo saúde-doença;
 História da Farmácia;
 A evolução das ciências Farmacêuticas;
 A Farmácia no Brasil: da descoberta aos dias atuais;
 Perspectivas atuais da profissão.
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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil

Doenças como: gripe, sarampo,


catapora, pneumonia e varíola.

Habitantes nativos que, ao terem


contato com essas doenças,
começaram a adoecer.
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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil

As tribos só podiam, então, contar com seu próprio método rústico e


empírico de tratamento de saúde, por meio de seus curandeiros, que
embasados em conhecimentos da flora local (plantas, ervas),
desenvolviam uma série de curativos, rituais e remédios para a cura
dessas doenças.
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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil

Nesse momento histórico, em meados


de 1530, a população do Brasil se
resumia a índios e aos portugueses que
começavam a chegar para produzir
cana-de-açúcar nos engenhos do
Nordeste.
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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil
Surgimento das Primeiras Santas Casas de Misericórdias no Brasil

Ainda não havia cidades propriamente ditas, mas nessas pequenas vilas já
estavam sendo construídas as primeiras Santas Casas de Misericórdia.

Santos, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Belém e Olinda.


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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil
Surgimento das Primeiras Santas Casas de Misericórdias no Brasil

Vieram, na mesma década, os primeiros jesuítas,


para instalar as missões jesuítas (aldeamentos
indígenas com objetivo de difusão da fé
católica), que contavam com seus
conhecimentos básicos de saúde, para que
conseguissem ser autônomos, vivendo em
localidades, muitas vezes, distantes das vilas.
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Surgimento das Primeiras Doenças no Brasil
A mão de obra utilizada nesses engenhos de açúcar era escrava. A data
aproximada da chegada do primeiro navio negreiro ao Brasil consta em
meados de 1531.

Ocorre uma maior expansão das


doenças, trazidas por escravos negros,
através de navios que não possuíam
nenhum tipo de estrutura sanitária .
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade

Pessoas da coroa Fiscalização na saúde

Primeiras medidas de
cuidados com a saúde
como forma de colocar
a atividade médica no
poder soberano.

No Brasil, entre 1808 e 1828, todas as atividades médicas – ou 'artes de curar', como
se dizia – eram regulamentadas por uma instituição chamada Fisicatura-mor, órgão
responsável por conceder autorizações e licenças para a atuação dos terapeuta.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Vista como um tribunal que
regulamentava a profissão.
Órgão máximo a
regular as questões
relacionadas à saúde
FISICATURA Punia os infratores.

Reservava para a medicina


o espaço da doença e à
prática curativa.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade Fisicatura-mor - foi recriada
com sede na cidade

Era para esse órgão que os


profissionais de saúde
FISICATURA deveriam pedir uma licença
para praticar os seus ofícios.

Com a transferência da A Fisicatura-mor funcionou até


capital do Império 1828, e concedeu licença para as
Português para o Rio de mais variadas práticas de cura,
Janeiro incluindo aí, a prática de sangrar.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Os sangradores podiam ser pessoas livres que, na maior parte das vezes,
obtinham esta habilitação antes ou junto com a de cirurgiões.
Mas os escravos e forros (negros não escravos) praticamente eram sempre
sangradores, não podendo aspirar a nível hierárquico mais alto dentro dos
princípios estabelecidos pela Fisicatura-mor.

A arte da sangria envolvia aplicar bichas,


ventosas e sanguessugas.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Com a extinção do órgão, a emissão de novas licenças para práticas
terapêuticas ficou a cargo das Câmaras Municipais e estas só autorizavam a
prática a quem já tinha uma licença anterior e excluía totalmente os
curandeiros.

Começou aí um período de indefinição quanto à legalização das práticas


populares que durou até 1832.

Com a transformação da Academia Médico-Cirúrgica em Faculdade de


Medicina → a categoria “sangrador” ficou totalmente excluída das
possibilidades de oficializar a sua prática.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade

A consideração tanto da cidade, quanto do Porto → procura maior


controle comercial e militar na colônia, na medida em que se articula
com a defesa da riqueza e do território.

É frequente nos documentos a ênfase dada no particular cuidado de


sua majestade com a saúde dos povos e conservação do Estado.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
A população vital, aparece como elemento a ser preservado em vida,
como:
• Vassalos do Rei;
• Povoadores de uma terra disputada e produtora.

Neste contexto que sujeira e doença articulam-se como binômio a ser


evitado.

Como também é a partir dele que se explica o medo e o perigo da


peste, na medida em que ela dizima as populações, a ponto de
paralisar a cidade e mesmo de diminuir a mão de obra.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
CÂMARA
Inexistência de um projeto de medicina
social, no que se refere ao campo de
saúde pública.
Atuava

Sem
De forma local Dispersa
continuidade
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Nos casos de aparecimento de doenças como a lepra por exemplo, a
Câmara chamava médicos para darem um parecer diagnóstico.

Além disso, elaborava um plano preventivo e de combate à doença, por


meio de medidas isolamento (quarentena) dos doentes e a inspeção dos
navios.

Observa-se a ausência de medidas de eliminação das causas das


doenças, isto é, de uma ação que incluísse toda a população.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Foram criados os hospitais
militares.
Enfoque → recuperação
do estado de saúde da
população.
Efetuados isolamentos dos
No final do
doentes.
século XIX

Transformações urbanas,
como melhorias na
infraestrutura das cidades.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade
Quarentena dos navios em
um lazareto.
Controlar a higiene
pública com as
Provedoria
seguintes atribuições
Dispor de saneamento
Instituição para a cidade.
médica

Controlar os alimentos,
pastagens, matadouros e
açougues públicos.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade

Surgem os primeiros casos de febre amarela no


1849 Rio de Janeiro, ficando visível a precariedade da
organização sanitária municipal.

A junta de Higiene Pública é criada em 1850, visando unificar os serviços


sanitários do Império.
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Primeiras medidas de cuidados com as questões
de saúde na sociedade

Surgem os primeiros casos de febre amarela.


1849

Alguns marcos sequenciais importantes ocorreram: a reforma dos Serviços


Sanitários do Império, que foram divididos em Serviço Sanitário Terrestre e
Serviço Sanitário Marítimo e o Conselho Superior de Saúde Pública, que
tinha como objetivo normatizar as questões de higiene e salubridade geral
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Como você pode perceber, o


surgimento histórico das doenças no
Brasil sugere uma necessidade de
implantação de medidas de limpeza
pública das cidades, a fim de
prevenir e controlar os diversos tipos
de doenças ocorridas na época.
Reflita sobre essa situação e
descreva uma ou mais situações
da ocorrência de doenças que
mostrem exemplos desta situação
na atualidade.
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Processo saúde-doença

Na antiguidade, os povos acreditavam que as doenças eram


causadas por elementos naturais e sobrenaturais.

Definição de Doença na Antiguidade

•Alma poderia se separar do corpo.


•Ações dos deuses.
•Ações dos inimigos terrenos.
•Ações dos espíritos ou almas estranhas.

(PEREIRA, 2006)
26
Processo saúde-doença

Tratamento de Doença na Antiguidade

•Expulsar as almas e demônios do corpo –práticas de exorcismo.


•Ingestão de substâncias.
•Aspiração de vapores.

(PEREIRA, 2006)
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Processo saúde-doença

Hipócrates (460 e 370 a.C.), considerado o pai da Medicina,


afasta as explicações mágicas e religiosas da doença,
atribuindo para essa as causas naturais.

Para ele, “A doença chamada sagrada não é, em minha opinião, mais


divina ou mais sagrada que qualquer outra doença; tem uma causa
natural e sua origem supostamente divina reflete a ignorância humana”.

(PEREIRA, 2006)
28
Processo saúde-doença
Segundo Hipócrates:

Causas naturais ou o desequilíbrio entre os fluidos corporais eram os


causadores das doenças.

Considerava ainda a avaliação do paciente como um todo, além de outros


fatores, como o clima, a maneira de viver, e os hábitos alimentares
interferindo nesse equilíbrio e ocasionando a doença, a partir desse
desequilibrando.
(PEREIRA, 2006)
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Processo saúde-doença

Galeno (131-201) dá continuidade aos postulados de


Hipócrates, sendo que esse pensamento doutrina se
mantém e se transmite, dominando o cenário até quase
o final do século XVIII.

Vários estudos eram realizados através dos registros das pessoas que
adoeciam, porém, ainda não estava claro o que as fazia adoecer, ou
seja, a causa.
(PEREIRA, 2006)
30
Processo saúde-doença
A conceituação da saúde, bem como do adoecimento, é de extrema
importância, pois a partir dessas concepções é que se fundamentam as
políticas de saúde e suas intervenções.

Existem diferentes modelos explicativos sobre o processo de saúde, como:

Modelo biomédico;
Modelo da história natural da doença.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Modelo biomédico

Este modelo tem por base a biologia e entende a doença como sendo
decorrente da falha nos mecanismos de adaptação do organismo ao meio
ou ainda da presença de alterações estruturais no organismo, causando
disfunções em órgãos ou sistemas.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Modelo biomédico

Com o avanço da bacteriologia, viu-se que as doenças eram causadas


pela presença de agentes patogênicos (vírus, bactérias e fungos), portanto
bastava conhecê-lo para compreender o adoecimento.

Por esta razão, esse modelo é conhecido como unicausal, pois um agente
etiopatogênico desencadeava determinadas reações nos órgãos e
disfunções no organismo e explicava-se a patogenia das doenças
infecciosas.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Com o avanço da
ciência e o invento do Estudos microscópicos - Louis
microscópio. Pasteur (1822-1895).

Novos
estudos
Bacilo da tuberculose e a
bactéria da cólera foram isolados
e analisados - Koch (1873-1910).

Esses estudos possibilitaram também o desenvolvimento de soros e


vacinas, revelando a possibilidade da prevenção e da cura de algumas
doenças.
(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Modelo biomédico

Nessa lógica unicausal e linear, compreendia-se o mecanismo e a


sequência do adoecimento, adotando-a de forma universal.

Corpo era fragmentado em partes.

Explicação
Estudado e compreendido de forma
Adoecimento mecânica, como uma máquina.

Foi caracterizado como modelo


mecanicista.
(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Modelo biomédico

Lógica da CAUSALIDADE

Modelo biomédico unicausal: a saúde é entendida como a ausência


da doença.

Modelo biomédico multicausal: estuda-se a história natural da


doença e as relações entre o agente, hospedeiro e meio ambiente.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Modelo biomédico

As doenças eram desencadeadas por fatores externos, ambientais,


dando origem à teoria dos miasmas, relacionada com o contágio.

Miasma – São os gases resultantes da


decomposição de matéria orgânica que
produziam doenças quando absorvidos pelos
seres vivos.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Teoria Miasmática

Compreender a
Antiguidade teoria
miasmática

A Teoria Miasmática associa essas duas concepções, pois


considera que a absorção de ar corrupto degenerava os
humores corporais, sendo que a reação do corpo era
Hipocrática compreendida como esforço para expelir, por forças
próprias, os humores destrutivos.
(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Teoria Miasmática

A ideia do contágio se dava também pela exalação dos humores


contaminados através dos poros ou da respiração e da consequente
contaminação do ar.

A pessoa que adoecia era associada a circunstâncias que afrouxavam os


poros, permitindo a permeabilidade do corpo, para a saída e entrada de
estímulos danosos através do ar.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Teoria Miasmática

Nesse contexto foi instituída a quarentena → no período da peste, em


retirar as pessoas da convivência e em observá-las até se ter certeza de
que não estivessem com a doença → uma das primeiras contribuições
fundamentais à prática da saúde pública.

Essa preocupação com os odores exalados fez com que os pesquisadores


da época passassem a se preocupar com o saneamento, os aglomerados
urbanos e os cemitérios como fontes causadoras de doenças.

(SCLIAR, 2007)
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Processo saúde-doença
Teoria Miasmática

Para se construir as cidades levavam-se em consideração as grandes


avenidas para promover a ventilação e combater os miasmas.

Tanto que no Rio de Janeiro, em meados do século XIX, vários profissionais


de saúde tiveram influência na urbanização da cidade, assim, pântanos
foram drenados e morros foram demolidos.

Com a descoberta dos microrganismos, a Teoria Miasmática foi


derrubada e está em desuso desde a segunda metade do século XIX

(SCLIAR, 2007)
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História da Farmácia
A farmácia tem feito parte da vida do homem desde o início da
humanidade, quando, há milhares de anos, o homem pré-histórico
coletava plantas para curar doenças e ferimentos.

Desde 60.000 a.C., povos antigos como os egípcios, gregos, hindus e


persas utilizavam as plantas para fins medicinais, e por tentativa e erro,
a partir de então, o conhecimento popular das propriedades curativas
de certas substâncias naturais acabou crescendo.
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História da Farmácia

https://www.youtube.com/watch?v=3pAMtlFEpMs&t=172s
Farmácia da pré-história a Idade Média 43

Grécia
Surgiram os primeiros conceitos da profissão médica moderna,
com a utilização do conceito de fármaco ou pharmakon e
pharmakopolos.

 Pharmakon = feitiço, remédio ou veneno.


▪ Depende da dose administrada.
 Pharmakopolos = vendedores de medicamentos.
➢ Hipócrates - Pai da Medicina.
➢ Galeno – Pai da Farmácia.
Farmácia da pré-história a Idade Média 44

Grécia

Galeno (131-200 d.C)

•Era um médico grego que atuava em Roma.


•Compôs as matérias-primas necessárias à
preparação de medicamentos e a arte de os
preparar em função da teoria dos humores
provenientes da Grécia Antiga, por Hipócrates.
A evolução das ciências Farmacêuticas 45

Grécia

Galeno (131-200 d.C)

• Ele escreveu bastante sobre farmácia e


medicamentos, e em suas obras, elaborou
uma lista de remédios vegetais, conhecidos
como galênicos, cuja maioria era composta
com vinho.
• Ele é considerado o precursor da alopatia.
A evolução das ciências Farmacêuticas 46

Medicina Árabe
 A partir do século VII.
 De início simples, incorporou as escrituras médicas
gregas, especialmente de Galeno, tornando-se
progressivamente mais complexa e passando a exercer
grandes influências nos séculos posteriores.
 Novos postos de comércios → novas drogas e
condimentos, criação de medicamentos novos e novas
técnicas de preparação elaboradas.
A evolução das ciências Farmacêuticas 47

Medicina Árabe
O mundo árabe iniciou a divisão de trabalho entre
médicos e farmacêuticos, que, no século X, ainda eram
vistos como uma só profissão, e a separação de farmácia
e medicina alcançou o Ocidente quando, na metade do
século XIII, Frederico II, o governante do reino das Duas
Sicílias, por meio do chamado Édito de Melfi, estruturou
a prática separada da Farmácia pela primeira vez na
Europa.
A evolução das ciências Farmacêuticas 48

Medicina Árabe
• Divulgação de práticas de alquimia e
defesa de um laboratório farmacêutico.
• Existência de hortos botânicos para o
cultivo de plantas medicinais e boticas
para a preparação dos medicamentos.
O mundo árabe iniciou a divisão de trabalho entre Médicos
e Farmacêuticos.
A evolução das ciências Farmacêuticas 49

Europa
 Século X → primeiras Boticas ou Apotecas, como eram
conhecidas na época, na Espanha e na França, as
precursoras das farmácias atuais.
 Os Farmacêuticos eram denominados
Boticários ou Apotecários.
 Botica = estabelecimento onde se
preparam e/ou vendem medicamentos.
 Apotheca (grego) = depósito ou armazém.
A evolução das ciências Farmacêuticas 50

Europa
Responsabilidade dos boticários

Conhecer Curar Preparar Guardar


doenças doenças medicamentos medicamentos
A evolução das ciências Farmacêuticas 51

Europa
Era de responsabilidade dos boticários conhecer e curar as doenças.

Para o exercício da profissão, deviam cumprir uma série de


requisitos e ter um local e equipamentos adequados para
preparo e guarda dos medicamentos, que eram produzidos
e manipulados na frente do paciente, seguindo-se a
Prescrição Médica e a Farmacopeia.
A evolução das ciências Farmacêuticas 52
Farmacopeia brasileira – 1ª edição (1926)

Farmacopeia Brasileira (FB), Código


Oficial Farmacêutico do país.

A FB é quem estabelece os requisitos


mínimos de qualidade para
fármacos, insumos, drogas vegetais,
medicamentos e produtos para a
saúde, por exemplo.
A evolução das ciências Farmacêuticas 53

Paracelso (1493-1541)

•Pai da Toxicologia.
•Defensor dos medicamentos quimicamente
preparados com matérias-primas vegetais e
substâncias minerais.
•Auxiliou na introdução de medicamentos
químicos, surgindo a farmácia química, em
oposição à farmácia galênica.
A evolução das ciências Farmacêuticas 54

Paracelso (1493-1541)

“Todas as substâncias são venenos, não existe


nada que não seja veneno. Somente a dose
correta diferencia o veneno do remédio.”
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A evolução das ciências Farmacêuticas

Paracelso (1493-1541)

Em uma época em que os remédios eram


simples e derivados de plantas, Paracelso foi um
defensor dos remédios minerais e metálicos,
suscitando que, para toda doença, havia uma
terapêutica específica; por exemplo: nessa
época o mercúrio tornou-se um remédio
específico para tratar a sífilis.
A evolução das ciências Farmacêuticas 56

Paracelso (1493-1541)

Paracelso rejeitava a teoria dos humores de


Galeno e a substituiu por três novos elementos: o
enxofre, o mercúrio e o sal. Os estados
patológicos deveriam ser tratados
quimicamente, valorizando, assim, os remédios
químicos.
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A farmácia tem uma longa história, desde o início da humanidade,
quando, há milhares de anos, o homem, para curar ferimentos e

Exercício
doenças, utilizava práticas mágico-religiosas e preparava remédios a
partir de produtos naturais.
Assinale a alternativa correta, segundo a evolução do processo
histórico da farmácia:
a. O pai da farmácia é Hipócrates.
b. Os boticários deram origem aos profissionais de medicina.
c. Os medicamentos sintéticos são utilizados pelo homem desde o
início da humanidade.
d. O pai da farmácia é Galeno.
e. As profissões de medicina e farmácia sempre foram distintas como
nos dias de hoje.
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O mundo árabe iniciou a divisão de trabalho da área de medicina e
farmácia que, no século X, ainda eram uma só profissão.

Exercício
Nesse período, foram criadas as primeiras ____________ ou
apotecas, como eram conhecidas na época, na Espanha e na França,
que foram as precursoras das farmácias atuais. Nessa época, os pró-
farmacêuticos eram denominados “____________” (ou boticários),
um termo oriundo do termo grego apotheca, que significa depósito
ou armazém.
Analise a sentença que completa as lacunas corretamente:
a. boticas; apotecários.
b. boticários; farmacêuticos.
c. drogarias; botica.
d. caixas botical; apotecas.
e. oficinas magistrais; farmacêuticos.
A evolução das ciências Farmacêuticas 59

Teoria dos humores de Galeno

É importante localizar a palavra “humor” na história: na antiguidade


greco-romana, o termo relacionava-se a líquidos e fluídos.

A evolução de seu significado desenvolveu-se em direção a “estado


de espírito”. Um sujeito “bem-humorado”, portanto, seria alguém com
bons humores/líquidos em seu interior.
A evolução das ciências Farmacêuticas 60
Teoria dos humores de Galeno
Então, para entender a Teoria dos Humores, devemos compreender suas
raízes:

O filósofo grego Empédocles (c.495-435 a.C) sugeriu que os quatro


elementos (água, ar, fogo e terra) e suas características (temperatura e
umidade/secura) poderiam explicar a existência de qualquer substância.

O médico Hipócrates, (460 a.C.-377 a.C.), considerado o pai da Medicina


ocidental, teve a filosofia como sua aliada. Assim, desenvolveu um modelo
médico baseados nestes quatro elementos, atribuindo suas características a
fluidos corporais – os humores. Assim, a saúde decorreria de seu equilíbrio,
enquanto excessos e faltas explicariam estados de doença.
A evolução das ciências Farmacêuticas 61
Teoria dos humores de Galeno

Foi com o médico Galeno (c.129-c.201 d.C.) que a medicina de base


hipocrática chegou ao seu ápice. Ele expandiu a teoria, relacionando-a
à personalidade e às inclinações emocionais e comportamentais dos
indivíduos.

Logo, foi desenvolvida a teoria dos humores/temperamentos. Ela consiste


na hipótese de cada corpo ser formado por misturas dos quatro
elementos, de forma que cada ser nasceria com uma combinação
deles.
A evolução das ciências Farmacêuticas 62

Teoria dos humores de Galeno

Foi com o médico Galeno (c.129-c.201 d.C.) que a medicina de base


hipocrática chegou ao seu ápice. Ele expandiu a teoria, relacionando-a
à personalidade e às inclinações emocionais e comportamentais dos
indivíduos.

Logo, foi desenvolvida a teoria dos humores/temperamentos. Ela consiste


na hipótese de cada corpo ser formado por misturas dos quatro
elementos, de forma que cada ser nasceria com uma combinação
deles.
A evolução das ciências Farmacêuticas 63
Teoria dos humores de Galeno
Sanguíneo – em sujeitos que possuem excessivamente sangue.
Suas decorrentes características seriam alegria, otimismo,
confiança e extroversão.
Temperamentos

Fleumático – em sujeitos que possuem excessivamente


fleuma. Suas decorrentes características seriam timidez,
apatia, lerdeza, cansaço e coerência.

Colérico – em sujeitos que possuem excessivamente bile


amarela. Suas decorrentes características seriam
irritabilidade, intensidade, impulsividade e rapidez.

Melancólico – em sujeitos que possuem excessivamente bile


negra. Suas decorrentes características seriam inclinação
artística, tristeza, medo e introversão.
A evolução das ciências Farmacêuticas 64

Collège de Pharmacie
 1777, França.
Criação do Collège de Pharmacie, para que
os Farmacêuticos tivessem suas próprias
organizações.
A padronização dos medicamentos foi realizada a partir de
farmacopeias, as quais estabeleciam a maneira de se preparar
os medicamentos e garantir que as prescrições fossem
preparadas de maneira uniforme em qualquer cidade ou estado.
65
As práticas farmacêuticas existem desde o início da humanidade,
quando indivíduos pré-históricos coletavam plantas para fins

Exercício
medicinais. Os ingredientes ativos eram coletados, processados e
preparados para a sua incorporação em preparações
medicamentosas, e essa atividade realizada desde o início da
humanidade ainda é o foco central da farmácia. Sobre o processo de
evolução da profissão farmacêutica:
I. A farmácia é a ciência de se criar medicamentos.
II. As atividades relacionadas à farmácia tiveram início com as boticas
ou apotecas. Nesse período, a medicina e a farmácia eram profissões
distintas.
III. O primeiro boticário no Brasil foi Thomé de Souza; ele foi trazido
da França após a coroa decretar que o acesso aos medicamentos só
aconteceria se nas expedições tivesse um boticário carregando uma
caixa botical cheia de drogas e medicamentos.
66
Farmácia no Brasil
 Iniciou-sena época do Brasil colônia de Portugal, quando
os primeiros colonos, deixados por Martin Afonso,
utilizavam plantas medicinais indígenas para curar as
doenças, tratar ferimentos e picadas de insetos.

Os primeiros europeus que habitaram o


Brasil aprenderam com as nações indígenas
a preparar os remédios para tratar suas
próprias doenças.
67
Farmácia no Brasil

Década de 1640, as boticas foram autorizadas como comércio no


Brasil, e depois tomaram a aparência das boticas existentes no reino
e estavam situadas nas principais ruas
Boticas

Os boticários eram de famílias humildes e obtinham seus


conhecimentos trabalhando nas boticas, tornando-se ajudantes e
aprendizes.

Para se tornarem boticários, tinham de ser aprovados, em Coimbra,


pelo físico-mor (médico), um juiz.
68
Farmácia no Brasil
✓ A transferência da corte portuguesa para o Brasil, em fuga das
tropas napoleônicas, é considerada um acontecimento de muitas
consequências para a história da medicina e farmácia no Brasil.

✓ Após uma breve passagem por Salvador, a comitiva real seguiu


para o Rio de Janeiro. Em 1809, no Rio de Janeiro, institui-se o curso
de Medicina.

✓ No Brasil, a Academia Imperial de Medicina (1829-89) foi o principal


fórum de debates sobre o ensino médico e a saúde pública. Por
meio da reforma de ensino de 1832, ocorreu a transformação das
academias médico-cirúrgicas em faculdades de medicina.
69
Farmácia no Brasil

Essa reforma previa a criação do curso farmacêutico com as


faculdades de medicina do Império.

As disciplinas ministradas seriam divididas em 3 anos, contemplando as


áreas de: física médica, botânica médica e química médica, e para
obter o título de farmacêutico, o aluno teria de atuar em uma botica
de um boticário diplomado por um período de três anos.
70
Primeiro curso de Farmácia no Brasil

1875

•Farmacêutico Manoel Hilário Pires Ferrão chamou


a atenção para promover a distinção que deveria
ser feita entre boticário e farmacêutico.
•O boticário poderia ser qualquer um que
resolvesse abrir uma botica para comercializar
remédios, e o farmacêutico era aquele formado
em cursos regulares de Farmácia.
71
Primeiro curso de Farmácia no Brasil

Com a fundação das primeiras faculdades de Farmácia


(1839-1898) no país, o boticário foi lentamente sendo
substituído pelo farmacêutico, mas esse processo não foi
nada fácil, pois a designação de boticário continuou a ser
utilizada pela população para se referir ao farmacêutico
diplomado.
72
Primeiro curso de Farmácia no Brasil
 1839 – Primeira Faculdade de Farmácia em Ouro Preto
(MG).
73
Primeiro curso de Farmácia no Brasil
A botica onde o boticário pesquisava e preparava fórmulas, originou dois
novos tipos de estabelecimentos: a farmácia e o laboratório industrial
farmacêutico.

As boticas começaram a ser substituídas por farmácias na segunda


metade do século XIX, apresentando espaços mais modernos para
atendimento ao cliente, e foi entre o final do século XIX e o começo século
XX que ocorreram as grandes transformações, como o reconhecimento
legal da profissão do farmacêutico.

O conhecimento sobre os fármacos, os avanços da medicina, da


comercialização, da tecnologia e do desenvolvimento profissional, juntos,
levaram ao desenvolvimento da farmácia moderna.
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Primeiro curso de Farmácia no Brasil
A botica onde o boticário pesquisava e preparava fórmulas, originou dois
novos tipos de estabelecimentos: a farmácia e o laboratório industrial
farmacêutico.

As boticas começaram a ser substituídas por farmácias na segunda


metade do século XIX, apresentando espaços mais modernos para
atendimento ao cliente, e foi entre o final do século XIX e o começo século
XX que ocorreram as grandes transformações, como o reconhecimento
legal da profissão do farmacêutico.

O conhecimento sobre os fármacos, os avanços da medicina, da


comercialização, da tecnologia e do desenvolvimento profissional, juntos,
levaram ao desenvolvimento da farmácia moderna.
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Primeiro curso de Farmácia no Brasil
A botica onde o boticário pesquisava e preparava fórmulas, originou dois
novos tipos de estabelecimentos: a farmácia e o laboratório industrial
farmacêutico.

As boticas começaram a ser substituídas por farmácias na segunda


metade do século XIX, apresentando espaços mais modernos para
atendimento ao cliente, e foi entre o final do século XIX e o começo século
XX que ocorreram as grandes transformações, como o reconhecimento
legal da profissão do farmacêutico.

O conhecimento sobre os fármacos, os avanços da medicina, da


comercialização, da tecnologia e do desenvolvimento profissional, juntos,
levaram ao desenvolvimento da farmácia moderna.
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Apresentação da situação-problema
No colégio Santa Cruz, temos dois amigos: Lucas e Henrique, que estão
em um acampamento de férias. Durante uma partida de futebol, Lucas
tropeçou e caiu no chão, fazendo um machucado em seu joelho. O
professor Luís acompanhou Lucas até a enfermaria e colocou uma
planta em cima de seu machucado. Após alguns minutos, Lucas sentiu
que a dor havia diminuído e perguntou ao seu professor por qual
motivo ele havia colocado aquela planta em seu ferimento.
Frente a isso, qual é a relação que pode ser feita com a utilização das
plantas medicinais para curar doenças e ferimentos com os
medicamentos utilizados hoje em dia?
77
Resolução da situação-problema
Pensando nessa situação, poderíamos explicar para Lucas que
as plantas medicinais são utilizadas pelo homem desde o início
da humanidade para diversos fins terapêuticos, devido às suas
propriedades farmacológicas específicas, e fazer um breve
relato sobre a história do uso das plantas medicinais no Brasil e
no mundo, abordando o uso das espécies vegetais pelos pajés,
egípcios, gregos, chineses, entre outros povos que as utilizavam
como forma de tratamento de suas doenças, bem como
estabelecer uma relação com os medicamentos utilizados hoje
em dia
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Perguntas?

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