Lesão celular - Morte celular por Necrose e Apoptose
A função celular pode ser perdida O retículo endoplasmático rugoso
antes que ocorra a morte celular, e as começa a perder os seus ribossomos, alterações morfológicas na lesão (ou ocorrendo prejuízo ou parada da morte) celular surgem mais tarde. Por produção de proteínas (estruturais e exemplo, as células miocárdicas tornam-se funcionais), o que pode culminar na morte não contráteis após 1-2 minutos de da célula. isquemia, embora não morram até que 20- 30 minutos de isquemia tenham decorrido. Esses miócitos não parecem mortos na microscopia eletrônica por 2-3 horas e por 6-12 horas na microscopia óptica.
Mecanismos da lesão celular
DEPLEÇÃO DE ATP
Quando há depleção do ATP (por
anóxia, isquemia, envenenamento), a falta de energia produz falha das bombas de DANO MITOCONDRIAL sódio e potássio, que são localizadas na membrana celular. Com isto há entrada de Lesões celulares frequentemente são Na e água e saída de K, produzindo edema acompanhadas por alterações morfológicas intracelular. das mitocôndrias. As mitocôndrias são lesadas por diversos mecanismos, tais A célula então inicia glicólise como perda da homeostase do cálcio, cuja anaeróbia, que é menos eficiente, gerando concentração aumenta no menos energia, produzindo substâncias citosol, stress oxidativo e fragmentação ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos) e dos fosfolipídios. O aparecimento de poros exaurindo os depósitos celulares de na membrana mitocondrial pode levar à glicogênio. Com isto há queda do morte da célula. pH intracelular.
A falha na bomba de Cálcio faz com
que o cálcio comece a se acumular no citosol, ativando enzimas tais como as proteases, ATPases, endonucleases e outras, que causam destruição de componentes importantes da célula (proteínas, ATP, ácidos nucléicos, membranas), podendo levar à morte celular. INFLUXO DE CÁLCIO E PERDA DA Porém um desequilíbrio neste sistema HOMEOSTASIA DO CÁLCIO (aumento da formação e/ou diminuição da inativação) pode levar a lesões celulares. A homeostase do cálcio é Há diversos mecanismos para formação indispensável para a manutenção das destes radicais livres: absorção de radiação funções celulares. A falência da bomba de ionizante, metabolismo de determinadas cálcio promove a sua entrada para a drogas, geração de óxido nítrico (NO) e célula e seu acúmulo no citoplasma, além outros. As consequências desta agressão do seu escape das mitocôndrias e do por radicais livres são diversas, mas as retículo endoplasmático para o citosol. O principais são: peroxidação dos lipídios das cálcio promove a ativação de diversas membranas, oxidação de proteínas e lesões enzimas. Estas enzimas ativadas do DNA. promovem a inativação do ATP (ATPases), lise das membranas celulares (fosfolipases), lise das proteínas estruturais e das membranas (proteases) e fragmentação da cromatina (endonucleases).
DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DE MEMBRANA
A perda da permeabilidade seletiva
das membranas celular, mitocondrial, lisossomal, causa uma série de transtornos à célula, permitindo a entrada ou escape de ESTRESSE OXIDATIVO: ACÚMULO substâncias. Esta lesão pode ser causada DE ESPÉCIES REATIVAS DE por falta de energia (isquemia) ou OXIGÊNIO por lesão direta por toxinas, vírus, Como consequência do metabolismo substâncias químicas, fragmentos do celular normalmente há formação de complemento, etc. Os mecanismos pequena quantidade de radicais livres, que bioquímicos envolvidos são: disfunção tem potencial lesivo para as células. Estas mitocondrial, perda de fosfolipídios das possuem mecanismos de defesa que evitam membranas, anormalidades no danos por estes radicais livres (vitamina C, citoesqueleto, radicais livres, catalase, super óxido-dismutases, glutation subprodutos da fragmentação dos peroxidase, ferritina, ceruloplasmina). lipídios. ocorre na lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou tóxica e manifesta-se pelo surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma.
MORFOLOGIA
A tumefação celular é a primeira manifestação de
DANO AO DNA E ÀS PROTEÍNAS. quase todas as formas de lesão celular. É uma alteração morfológica reversível, de difícil O QUE FAZ UMA LESÃO SER observação na microscopia óptica, podendo ser REVERSÍVEL OU IRREVERSÍVEL? mais visível ao nível do órgão inteiro. Quando afeta muitas células em um órgão, causa alguma 1.Incapacidade de reverter a palidez (resultante da compressão dos capilares), disfunção mitocondrial aumento do turgor e aumento do peso do órgão. O exame microscópico pode revelar pequenos 2.Distúrbios profundos na função da vacúolos claros dentro do citoplasma que membrana representam segmentos distendidos e separados do retículo endoplasmático. Esse padrão de lesão não letal às vezes é chamado de alteração hidrópica ou degeneração vacuolar.
A degeneração gordurosa é manifestada pela
Lesão reversível presença de vacúolos lipídicos no citoplasma. Ela Nos estágios iniciais ou nas formas é encontrada principalmente em células que participam do metabolismo da gordura (p. ex., leves de lesão, as alterações morfológicas e hepatócitos e células miocárdicas) e também é funcionais são reversíveis se o estímulo reversível. As células lesadas podem exibir nocivo for removido. Nesse estágio, também coloração eosinofílica que se torna muito embora existam anomalias estruturais e mais pronunciada com a progressão para a funcionais significativas, a lesão ainda não necrose. progrediu para um dano severo à membrana e dissolução nuclear. As duas principais características morfológicas da (3) dilatação do RE com destacamento dos ribos- somos e dissociação dos polissomos; (4) lesão reversível são: alterações nucleares, com condensação da • Tumefação celular (reversível): A cromatina. O citoplasma pode conter massas fosfolipídicas, conhecidas como figuras de tumefação celular é resultado da falência das bombas de íons dependentes de energia Alterações relacionadas a lesão na membrana plasmática, levando a uma reversível incluem: incapacidade de manter a homeostasia iônica e líquida. • Alterações na Membrana
(reversível): A degeneração gordurosa • Dilatação do RE • Alterações nucleares ALTERAÇÕES LESÃO HIPÓXICA MORFOLÓGICAS Perda da integridade de membrana, Diminuição da síntese de ATP e da defeitos na síntese proteica, danos ao produção de energia. citoesqueleto e ao DNA. Redução do fornecimento de Tumefação generalizada da célula e oxigênio. suas organelas. Inibição de enzimas da cadeia Formação de bolhas na membrana respiratória. plasmática, apagamento e perda de Bloqueio do acoplamento da microvilosidades. oxidação com a fosforilação do ADP Alterações mitocondriais Aumento das exigências de ATP Destacamento dos ribossomos do sem induzir aumento proporcional no RE. fornecimento de oxigênio. Aglomeração da cromatina nuclear. Hipóxia, ou deficiência de oxigênio, interfere com a respiração oxidativa As lesões celulares reversíveis podem aeróbica e constitui uma causa comum e levar à inchação da célula (edema celular) extremamente importante de lesão e morte ou ao acúmulo de gordura (esteatose). celulares. A hipóxia pode ser distinguida da isquemia, que é a perda do suprimento Tumefação: As células são incapazes de sanguíneo em um tecido devido ao manter a homeostasia iônica e líquida. impedimento do fluxo arterial ou à redução Resulta da falha da bomba de íons da drenagem venosa. Enquanto a isquemia dependente de energia na membrana é a causa mais comum de hipóxia, a plasmática. Formam-se pequenos vacúolos deficiência de oxigênio pode resultar claros dentro do citoplasma, que também da oxigenação inadequada do representam segmentos distendidos e sangue, como na pneumonia, ou por separados do RE. redução da capacidade do sangue em transportar oxigênio, como na anemia ou envenenamento por monóxido de carbono (CO). (O CO forma um complexo estável com a hemoglobina que impede a ligação ao oxigênio.). Alterações morfológicas na lesão celular reversível e irreversível (necrose). A, Túbulos renais normais com células epiteliais viáveis. B, Lesão isquêmica inicial (reversível) mostrando, em células ocasionais, bolhas na superfície, eosinofilia aumentada do citoplasma e tumefação celular. C, Necrose (lesão irreversível) de células epiteliais com perda dos Macroscopicamente o órgão acha-se com peso e volume aumentados, pálido e túrgido. Degeneração gordurosa (esteatose): Resultado da lesão hipóxica, metabólica ou tóxica. Surgimento de vacúolos lipídicos no citoplasma. Observada principalmente em células envolvidas e dependentes do metabolismo de lipídeos (hepatócitos e miócitos cardíacos). A esteatose ocorre por hipóxia, agressão por toxinas ou alterações metabólicas. Neste caso formam-se vacúolos pequenos ou grandes de gordura no citoplasma, que As lesões celulares podem deslocar o núcleo para a periferia irreversíveis levam à morte da célula por da célula. Ocorre principalmente nos um de dois possíveis hepatócitos e células miocárdicas. mecanismos: necrose ou apoptose. Macroscopicamente o órgão acha-se com peso e volume aumentados, mole, Necrose amarelado. Pode-se definir necrose como as alterações que ocorrem após a morte celular em um organismo vivo. É sempre patológica e habitualmente provoca inflamação no local afetado. Estas alterações podem ser inicialmente vistas ao microscópio eletrônico, posteriormente ao microscópio ótico e finalmente a olho nu.
É o tipo de morte celular que está
associado à perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos O edema intracelular ocorre quando celulares, culminando na dissolução das a célula é incapaz de manter o seu células, resultante da ação degradativa de equilíbrio iônico, ocorrendo entrada e enzimas nas células lesadas letalmente. • acúmulo de sódio e água na célula. Ao Os conteúdos celulares que escapam microscópio ótico nota-se aumento do SEMPRE iniciam uma reação local do tamanho da célula, que geralmente torna-se hospedeiro: INFLAMAÇÃO arredondada e com citoplasma pálido, às vezes percebendo-se pequenos vacúolos. O Os lisossomos da própria célula núcleo mantém-se na sua posição normal. lesada são os responsáveis pela digestão Ocorre princialmente nas células tubulares celular. renais e nas células miocárdicas. Morfologia lisossômicas digerem as células mortas. Finalmente, os restos celulares são É caracterizada por alterações no removidos por fagocitose. A necrose de citoplasma e no núcleo das células lesadas. coagulação é característica de infartos (áreas de necrose isquêmica) em todos os Citoplasma: órgãos sólidos, exceto o cérebro. • Proteínas plasmáticas desnaturadas; • Necrose liquefativa é observada em infecções bacterianas focais ou, • Dilatação das mitocôndrias ocasionalmente, nas infecções fúngicas porque os micróbios estimulam o acúmulo • Descontinuidade das membranas das de células inflamatórias e as enzimas dos organelas leucócitos a digerirem (“liquefazer”) o tecido. Por motivos desconhecidos, a morte Núcleo: participação de por hipóxia, de células dentro do sistema endonucleases nervoso central, com frequência leva a • Picnose – condensação da cromatina necrose liquefativa. Seja qual for a pato- genia, a liquefação digere completamente • Cariorrexe – fragmentação as células mortas, resultando em destrutiva transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Finalmente, o tecido do núcleo digerido é removido por fagocitose. Se o processo foi iniciado por inflamação • Cariólise – dissolução da cromatina aguda, como na infecção bacteriana, o material é frequentemente amarelo Destino das células necróticas cremoso e é chamado de pus. • Podem ser digeridas ou persistir por • A necrose gangrenosa não é um algum tempo padrão específico de morte celular, mas o termo ainda é usado comumente na prática • Células mortas são substituídas por clínica. Em geral, é aplicado a um figuras de mielina que são fagocitadas ou membro, comumente a perna, que tenha degradadas em ácidos graxos, resultando perdido seu suprimento sanguíneo e que em células mortas calcificadas. sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias camadas de tecido. Quando uma A necrose de coagulação é a forma infecção bacteriana se superpõe, a necrose de necrose tecidual na qual a arquitetura de coagulação é modificada pela ação básica dos tecidos mortos é preservada por, liquefativa das bactérias e dos leucócitos pelo menos, alguns dias. Os tecidos atraídos (resultando na chamada gangrena afetados adquirem textura firme. úmida). Supostamente, a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais, como tam- • A necrose caseosa é encontrada bém as enzimas, bloqueando assim a mais frequentemente em focos de infecção proteólise das células mortas; como tuberculosa. O termo caseoso (semelhante resultado, células anucleadas e a queijo) é derivado da aparência friável eosinofílicas persistem por dias ou branco-amarelada da área de necrose. Ao semanas. Os leucócitos são recrutados para exame microscópico, pela coloração de o sítio da necrose e suas enzimas hematoxilina e eosina, o foco necrótico exibe uma coleção de células rompidas ou mediadas (p. ex., a poliarterite nodosa), nas fragmentadas, com aparência granular quais esse tipo de necrose é observado. amorfa rósea. Diferentemente da necrose de coagulação, a arquitetura do tecido é Apoptose completamente obliterada, e os contornos É uma via de morte celular induzida celulares não podem ser distinguidos. A por um programa de suicídio estritamente área de necrose caseosa é frequentemente regulado, no qual as células destinadas a encerrada dentro de uma borda morrer ativam enzimas que degradam seu inflamatória nítida; essa aparência é próprio DNA, as proteínas nucleares e característica de um foco de inflamação citoplasmáticas. A membrana plasmática conhecido como granuloma. da célula apoptótica sofre alterações que • A necrose gordurosa refere-se a promovem a fagocitose. áreas focais de destruição gordurosa, Uma vez que não há tipicamente resultantes da liberação de extravasamento de conteúdo celular, a lipases pancreáticas ativadas na substância morte celular por esta via não induz do pâncreas e na cavidade peritoneal. Isso inflamação. A necrose e a apoptose podem ocorre na emergência abdominal coexistir e a apoptose induzida por alguns calamitosa conhecida como pancreatite estímulos patológicos pode progredir para aguda. Nesse distúrbio, as enzimas necrose. pancreáticas que escapam das células acinares e dos ductos liquefazem as Apoptose Fisiológica membranas dos adipócitos do peritônio, e as lipases dividem os ésteres de Muitas situações funcionais triglicerídeos contidos nessas células. Os envolvem apoptose: ácidos graxos liberados combinam- Destruição programada de células secamente visíveis (saponificação da durante a embriogênese gordura), que permitem ao cirurgião e ao patologista identificar as lesões. Ao exame Involução de tecidos hormônio- histológico, os focos de necrose exibem dependentes contornos sombreados de adipócitos Perda celular em populações necróticos com depósitos de cálcio proliferativas basofílicos circundados por reação inflamatória. Morte de células que já cumpriram seu papel • A necrose fibrinoide é uma forma especial de necrose, visível à microscopia Eliminação de linfócitos óptica, geralmente observada nas reações autorreativos imunes, nas quais complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes Morte celular induzida por linfócito das artérias. Os imunocomplexos T citotóxico depositados, em combinação com a fibrina Apoptose Patológica que tenha extravasado dos vasos, resulta em aparência amorfa e róseo-brilhante, Neste contexto a apoptose elimina pela coloração do H&E, conhecida pelos células que estão geneticamente alteradas patologistas como fibrinoide (semelhante ou lesadas de modo irreparável, sem iniciar à fibrina). As doenças imunologicamente uma reação severa no horpedeiro: Lesão de DNA Via Mitocondrial (Intrínseca) da Acúmulo de proteínas Apoptose anormalmente dobradas As mitocôndrias contêm uma série de Lesão celular em infecções proteínas que são capazes de induzir apoptose; essas proteínas incluem o Atrofia patológica em casos de citocromo c e outras proteínas que obstrução neutralizam inibidores endógenos da apoptose. A escolha entre a sobrevivência Apoptose - Morfologia e a morte celular é determinada pela Os núcleos de células apoptóticas permeabilidade da mitocôndria, que é con- exibem vários estágios de condensação e trolada por uma família de mais de 20 agregação da cromatina e, finalmente, proteínas cujo protótipo é a Bcl-2 (Fig. 1- cariorrexe. 23). Quando as células são privadas de fatores de crescimento e outros sinais de As células se retraem, formando sobrevivência ou são expostas a agentes brotos citoplasmáticos, e se fragmentam que lesam o DNA ou acumulam formando corpos apoptóticos. quantidades inaceitáveis de proteínas anormalmente dobradas, um grupo de Uma vez que estes eventos não sensores é ativado. Esses sensores são induzem resposta inflamatória, mesmo membros da família Bcl-2, as chamadas apoptose substancial pode ser, “proteínas BH3” (por conterem apenas o histologicamente, indetectável. terceiro dos domínios conservados da Mecanismos família Bcl-2). Eles ativam, por sua vez, dois membros pró-apoptóticos das famílias A apoptose resulta da ativação de chamadas Bax e Bak, que se dimerizam e CASPASES se inserem dentro da membrana mitocondrial, formando canais através dos Há um constante equilíbrio entre quais o citocromo c e outras proteínas vias PRÓ e ANTI apoptóticas, que mitocondriais extravasam para o citosol. regulam a ativação das caspases Esses sensores também inibem as Duas vias distintas convergem para moléculas antiapoptóticas Bcl-2 e Bcl-xL a ativação de caspase: (ver adiante), aumentando o extravasamento de proteínas mitocondriais. Via mitocondrial (intrínseca) O citocromo c, em conjunto com alguns cofatores, ativa a caspase 9. Outras Via receptor de morte (extrínseca) proteínas que extravasam das mitocôndrias bloqueiam as atividades dos antagonistas das caspases, os quais funcionam como inibidores fisiológicos da apoptose. O resultado final é a ativação da cascata de caspases, levando, finalmente, à fragmentação nuclear. De modo contrário, se as células forem expostas a fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência, elas sintetizarão membros antiapoptóticos da família Bcl-2, dos quais os dois principais são o próprio Bcl-2 e o sugerido que isso seja um mecanismo Bcl-xL. Essas proteínas antagonizam Bax e usado pelos vírus para manter as células Bak, limitando, portanto, o escape das infectadas vivas. A via receptor de morte proteínas mitocondriais pró-apoptóticas. está envolvida na eliminação de linfócitos As células privadas de fatores de autorreativos e na eliminação de células- crescimento não apenas ativam as alvo por alguns linfócitos T citotóxicos. proteínas pró-apoptóticas Bax e Bak, mas mostram também níveis reduzidos de Bcl-2 Necrose: morte celular que decorre da e Bcl-xL, portanto tendendo o balanço, desnaturação de proteínas intracelulares e mais tarde, em direção à morte. A via da digestão enzimática das células lesadas mitocondrial parece ser a via responsável letalmente. pela maioria das situações de apoptose, Autólise: degradação enzimática dos como veremos. componentes celulares por enzimas da própria célula, liberadas dos lisossomos. Via Receptor de Morte da Apoptose (Extrínseca) Heterólise: degradação enzimática por enzimas liberadas de lisossomos de Muitas células expressam moléculas leucócitos recrutados pelo processo de superfície, chamadas receptores de inflamatório. morte, que disparam a apoptose. A maioria dessas moléculas são receptores membros da família do fator de necrose tumoral (TNF) que contêm em suas regiões citoplasmáticas um “domínio de morte” conservado, assim chamado porque medeia a interação com outras proteínas envolvidas na morte celular. Os receptores de morte prototípicos são do tipo TNF I e Fas (CD95). O ligante de Fas (Fas-L) é uma proteína de membrana expressa, principalmente, em linfócitos T ativados. Quando essas células T reconhecem os alvos que expressam Fas, as moléculas Fas são ligadas em reação cruzada pelo Fas-L e proteínas de ligação adaptadoras via domínio de morte. Estas, por sua vez, recrutam e ativam a caspase 8. Em muitos tipos celulares, a caspase 8 pode clivar e ativar um membro pró- -apoptótico da família Bcl-2, chamado de Bid, portanto dentro da via mitocondrial. A ativação combinada de ambas as vias lança um golpe letal para a célula. As proteínas celulares, notadamente um antagonista de caspase chamado FLIP, bloqueia a cascata de ativação das caspases dos receptores de morte. De modo interessante, alguns vírus produzem homólogos de FLIP, e tem sido