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direito internacional
dos refugiados
Imigração, refúgio e
direitos humanos
• Independências da
Índia e Paquistão
• Migração de
mulçumanos para
Paquistão e de
hindus para Índia
• Estimativas de 14
milhões de
deslocados (Vernant,
1953)
• Guerra Israel-
Palestina, 1947-48
• Guerra de
independência
(Israel) ou Nakba
(Palestina)
• Estimativas de 700
mil palestinos
deslocados (quase
metade da
população) para
Gaza, Cisjordânia,
Fotografia de Fred Csasznik, Egito, Jordânia e
1948
outros
Coreias, 1950-53
• Coreia do Norte
versus Coreia do Sul
• Envolvimento dos
EUA e URSS/ China
• Estimativas de 7
milhões de
deslocados do norte
para o sul (Vernant,
1953)
Patrick Chappatte
migração e refúgio na ONU
• Trâmite onusiano
• Discussões no Ecosoc, comitê ad hoc e terceiro comitê da AGNU (1948-50)
• Principal questão: definição de refúgio restrita à Europa ou definição ampliada
• Documento final retira menção expressa à Europa, mas deixa “eventos antes de
1951”
• Delegação da Índia: “[A ONU] deve tentar ajudar não apenas partes especiais da
população mundial, mas todas as pessoas afetadas em todos os lugares. O
sofrimento não conhece fronteiras raciais ou políticas; é o mesmo para todos. [...] Todo o
problema dos refugiados nunca poderá ser resolvido [...] até se tornar evidente que os
sentimentos humanitários expressos pelos representantes são um reflexo preciso das
intenções de seus governos, e que as Nações Unidas têm a mesma preocupação em
relação a todos os povos, independentemente de raças” (UN Doc. A/C.3/SR.332, 1
December, 1950, para. 26‒29)
os trabalhos preparatórios em Genebra
• Delegação da França: “[Embora tenha simpatia] para com os refugiados árabes na Palestina [e
daria apoio] qualquer convenção direcionada a eles diretamente, (...) os problemas no caso
deles eram completamente diferentes daqueles dos refugiados na Europa, e não vejo como os
Estados Contratantes poderiam se vincular a um texto em cujos termos suas obrigações seriam
estendidas para incluir um novo e grande grupo de refugiados. (...) [Seria] irreal [cobrir todos os
refugiados em um texto], uma vez que as condições variavam em diferentes países. (...) [Se]
uma região do mundo estava pronta para o tratamento do problema dos refugiados em escala
internacional, [esta] região era a Europa” (UN Doc. A/CONF.2/SR.19.)
• Definição de refúgio
“Art. 1. Para os fins da presente Convenção, o termo "refugiado" se aplicará a qualquer pessoa:
1) Que foi considerada refugiada nos termos dos Ajustes de 12 de maio de 1926 e de 30 de junho de 1928,
ou das Convenções de 28 de outubro de 1933 e de 10 de fevereiro de 1938 e do Protocolo de 14 de setembro
de 1939, ou ainda da Constituição da Organização Internacional dos Refugiados; (...)
2) Que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser
perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se
encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se
da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua
residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não
quer voltar a ele (...)
B. 1) Para os fins da presente Convenção, as palavras "acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de
1951", do art. 1º, seção A, poderão ser compreendidas no sentido de ou
a) "acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa"; ou b) "acontecimentos ocorridos
antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa ou alhures";
e cada Estado Contratante fará, no momento da assinatura, da ratificação ou da adesão, uma declaração
precisando o alcance que pretende dar essa expressão do ponto de vista das obrigações assumidas por ele
e virtude da presente Convenção” (Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951)
um instituto europeu
Patrick
Chappatte
a chegada do terceiro mundo
• Frente aos fluxos migratórios a partir dos anos 1980, estudiosos tradicionais apontam
para “novidade” (Chimni, 1998)
• “Mito da diferença”: ‘a natureza e as características dos fluxos de refugiados do
terceiro mundo são diferentes dos fluxos de refugiados na Europa ao final das
guerras mundiais’
• Argumentos: números maiores, novos migrantes não satisfazem critério individual,
revolução no transporte e comunicação, migrantes econômicos, fruto de problemas
internos
• “Refugiado normal”: homem, branco, anticomunista versus “novo solicitante”, sem
boas razões, abusa da hospitalidade e advindo de fluxo alto
• Consequências: institucionalização de práticas de non-entrée, discussões sobre causas
domésticas e responsabilidade dos Estados de origem, “Estados falido”, foco na
repatriação voluntária, esforços de “prevenção” e intervenção humanitária
Fonte: Foto de David Bacon
algumas ideias de como “descolonizar”
o refúgio