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Secretaria da Segurança Pública/Secretaria da Educação

Polícia Militar do Estado de Goiás


Comando de Ensino
Colégio da Polícia Militar Unidade DR. NEGREIROS
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Aluno(a):

Professora: KARINA TRINDADE SILVA

Série: 9º Turma: A, B, C, D e E Turno: Vespertino Disciplina: Introdução à Química

Acidente de Chernobyl
O que aconteceu em Chernobyl?
O acidente de Chernobyl aconteceu às 1h23min47s, portanto, na madrugada do dia 26 de abril
de 1986. Esse acidente aconteceu no reator 4 da usina de Chernobyl e foi resultado
de falha humana, uma vez que os operadores do reator descumpriram diversos itens dos
protocolos de segurança. Além disso, foi apontado posteriormente que os reatores RBMK
(usados em Chernobyl e em outras usinas soviéticas) tinham um grave erro no seu projeto, o
qual permitiu que o acidente acontecesse.
Tudo ocorreu durante um teste de segurança que estava em curso e resultou na explosão do
reator 4. Com a explosão, dois trabalhadores da usina foram mortos e, na sequência, um
incêndio no reator 4 iniciou-se e estendeu-se durante dias. A explosão deixou o reator nuclear
exposto, e o incêndio foi responsável por jogar na atmosfera uma elevada quantidade de
material radioativo.
O vento levou o material radioativo lançado na atmosfera, principalmente para o oeste e norte
de Pripyat, e a radiação espalhou-se pelo mundo. Rapidamente, foram identificados altos
níveis de radiação em locais como Polônia, Áustria, Suécia, Bielorrússia e até locais muito
distantes, como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.
Os primeiros a alertarem a comunidade internacional de que algo havia acontecido na União
Soviética foram os suecos. Os questionamentos realizados ao governo soviético levaram-no a
admitir que o acidente havia acontecido no dia 28 de abril. Até então, os soviéticos trataram
de esconder o que havia acontecido, temendo os impactos disso para a reputação do país.

Como funcionava a usina de Chernobyl?


O princípio básico de funcionamento da usina de Chernobyl era similar ao das demais usinas
nucleares: o reator, local onde são armazenados os combustíveis físseis, faz com que a
energia emitida pela fissão de elementos instáveis, como urânio ou plutônio, aqueça e evapore
água pura a cerca de 270 ºC. Essa água é mantida sob altas pressões e, por isso, quando
liberada, tem força suficiente para movimentar um conjunto de turbinas conectadas a um
gerador. Os geradores, por sua vez, são como grandes ímãs e ficam envolvidos em uma
enorme quantidade de bobinas condutoras. A produção de energia elétrica acontece de acordo
com o fenômeno chamado de indução eletromagnética: enquanto o gerador estiver em
rotação, haverá geração de corrente elétrica.
A usina de Chernobyl era equipada com quatro reatores nucleares RBMK-1000, capazes de
gerar cerca de 1000 MW de energia elétrica cada. Na época do desastre, a usina de Chernobyl
produzia aproximadamente 10% de toda a energia elétrica consumida pela Ucrânia. Além
disso, Chernobyl foi a terceira usina nuclear produzida pela União Soviética a utilizar os
reatores RBMK, produzidos por uma tecnologia ultrapassada, criada cerca de 30 anos antes
da data do acidente.
No interior dos reatores nucleares, havia centenas de pastilhas de urânio-235. Essas pastilhas
estavam dispostas em cumpridas varetas metálicas, as quais estavam mergulhadas em um
tanque de água pura (destilada), usado para regular o processo de fissão nuclear. Todo o
reator era recoberto por uma grande e espessa armadura de grafite.
Os quatro reatores usados na usina de Chernobyl foram construídos entre 1970 e 1977 e
usavam a grafite como moderador das reações nucleares. A moderação consistia em
desacelerar os nêutrons emitidos pelas fissões nucleares, tornando-os nêutrons térmicos, de
modo que a energia emitida por eles fosse transferida para a grafite em forma de calor. Ao
entrar em contato com as paredes de grafite, a água também absorve calor e evapora de forma
controlada.
Hoje, entretanto, conhecemos um grave problema relacionado a esse tipo de reator: eles não
são muito seguros quando operam em baixas potências. Em regimes de baixas potências, a
grafite acaba moderando uma quantidade excessiva de nêutrons, liberando muito calor. Com
isso, a fração de vapor de água no interior do reator aumenta significativamente, bem como a
sua pressão interna. Como o vapor de água não é tão eficiente quanto a água em estado
líquido para refrigerar as células de combustível, a reação em cadeia é acelerada até que não
seja mais possível moderá-la.
Além das peculiaridades dos reatores que utilizam a grafite como moderador, os reatores de
Chernobyl careciam de um dispositivo de segurança crucial para evitar o vazamento de
material nuclear: uma cúpula de contenção de aço e concreto.

Causas do desastre
O desastre de Chernobyl foi ocasionado por uma sucessão de erros humanos e violações de
procedimentos de segurança. No dia 25 de abril de 1986, durante um desligamento de rotina,
os técnicos da usina realizaram um teste no reator Chernobyl 4. O teste consistia em
determinar quanto tempo as turbinas eram capazes de girar após uma queda abrupta de
energia. O teste em questão já havia sido executado no ano anterior, quando se percebeu que
as turbinas haviam parado muito rapidamente. Para resolver isso, novos dispositivos foram
instalados ao longo do ano e precisavam de testes.
O operador da usina cometeu alguns erros cruciais durante o experimento, como a
desativação do mecanismo de desligamento automático do reator e o desligamento de quatro
das oito bombas de água que o refrigeravam. Quando o operador percebeu o estado em que
o reator encontrava-se, já era muito tarde. A reação nuclear já estava extremamente instável,
e a quantidade de energia que ele produzia já ultrapassava 100 vezes a sua potência usual.
Os técnicos da usina decidiram que era necessário bombear gás xenônio para o interior das
varetas que continham as pastilhas com cerca de 210 toneladas de urânio-235, já que esse
gás tem a capacidade de absorver os nêutrons emitidos pela fissão nuclear. A instabilidade do
reator tornou impossível o controle da fissão exclusivamente pelo uso do xenônio. Dessa
forma, hastes contendo o elemento boro foram inseridas manualmente, para frear a emissão
de nêutrons, porém, quando inseridas, as hastes expeliram certo volume de água do reator,
consequentemente, a água restante sobreaqueceu e evaporou, expandindo-se violentamente.
A pressão produzida pela água foi suficientemente grande para soltar a placa de cobertura do
reator, que pesava nada menos que 1000 toneladas. Nesse momento, uma grande quantidade
de vapor foi responsável por liberar os produtos da fissão nuclear, como iodo-131, césio-137 e
estrôncio-90 para a atmosfera.
Dois ou três segundos após a primeira explosão, uma segunda explosão ejetou fragmentos
das pastilhas de combustível, bem como grafite aquecido (cerca de 300 kg de fragmentos de
carbono). O núcleo do reator fundiu-se graças às altíssimas temperaturas e tornou-
se incandescente, dando início a um grande incêndio. Com isso, uma enorme nuvem de gases
altamente contaminados com diversos tipos de radioisótopos escapou para a atmosfera.
Após a ocorrência da segunda explosão, a metade do reator 4 estava comprometida. Cerca
de 300 toneladas de água foram usadas por hora para abaixar a temperatura do reator. Entre
o segundo e o décimo dia, com a ajuda de helicópteros, foram despejadas cerca de 5000
toneladas de boro, dolomita, areia, argila e chumbo sobre o reator incandescente, como uma
tentativa de cessar a emissão de partículas radioativas.
O acidente de Chernobyl liberou cerca de 100 MCi (megaCuries), ou 4.10 18 becquerels, dos
quais cerca de 2,5 Mci foram de Césio-137 – o maior acidente radioativo da humanidade. A
grandeza becquerel diz respeito à taxa de desintegração nuclear, ou seja, ela mede o número
de decaimentos que acontecem a cada segundo. Em outras palavras, nas proximidades do
reator 4, ocorriam 4.000.000.000.000.000.000 de desintegrações nucleares por segundo,
dando origem à nuclídeos perigosos como o de Césio, cuja a meia vida é de cerca de 30 anos.
O que foi feito para conter o acidente?

Estrutura de contenção construída para impedir o vazamento de mais material radioativo em Chernobyl.**
Logo depois da explosão do reator 4, os bombeiros de Pripyat foram convocados para apagar
o incêndio. Como o trabalho dos bombeiros não trouxe resultados, decidiu-se jogar materiais,
como areia e boro, para conter o incêndio e diminuir a dispersão do material radioativo.
Apesar da gravidade do acidente, a população de Pripyat só começou a ser evacuada 36
horas depois da explosão. A cidade, localizada no norte da atual Ucrânia, contava na época
com cerca de 50 mil habitantes, que foram evacuados em 1200 ônibus enviados pelo governo
soviético. A população da cidade foi orientada a não levar seus pertences e foi informada de
que se tratava de uma evacuação temporária. Os habitantes de Pripyat foram obrigados a
abandonar alimentos e animais domésticos.
Além de realizar a evacuação dos habitantes da região, o governo soviético criou uma zona
de exclusão, a qual incluía locais que apresentavam alto risco para a presença humana. Com
isso, tudo em um raio de 30 km de distância da usina de Chernobyl foi evacuado.
Por conta do acidente, uma comissão foi criada pelo governo soviético com o objetivo de conter
a dispersão do material radioativo. A escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch apontou que
foram mobilizadas 800 mil pessoas na contenção dos danos na região de Chernobyl|1|.
Soldados, cientistas, bombeiros, mineiros, operários, entre outros, foram enviados às pressas
para a região.
Os chamados “liquidadores” realizaram diferentes tipos de trabalho na região de Chernobyl.
Alguns trabalhavam acompanhando os níveis de radiação, mas existiam também aqueles
responsáveis em conter a emissão de mais radioatividade, fazer a limpeza da cidade, enterrar
objetos contaminados, matar animais, realizar a evacuação da população, revirar o solo etc.
Muitos dos liquidadores enviados para Chernobyl não sabiam do risco que corriam com o
trabalho que realizavam, mas eram incentivados pelo patriotismo e pelos benefícios oferecidos
pelo governo soviético (como salários acima do padrão da época). Um dos trabalhos mais
perigosos era o de realizar a limpeza do teto da usina, repleto de materiais radioativos que
faziam parte do interior do reator 4.
Os que trabalharam na limpeza do teto da usina ficaram conhecidos como “biorrobôs”. Por fim,
o trabalho de contenção contou com a construção de uma estrutura que faria a contenção do
material radioativo. Essa estrutura ficou conhecida como sarcófago de Chernobyl e foi
construída entre junho e novembro de 1986.
Em novembro de 2016, uma nova estrutura metálica de confinamento do reator 4 foi construída
pelo governo ucraniano. O novo sarcófago, que custou mais de dois bilhões de euros, foi
construído para suportar terremotos de baixa intensidade e projetado para funcionar até o final
do século XXI. Ele possui cerca de 7.300 toneladas de metal e 1000 metros cúbicos de
cimento|2|.
Consequências
As consequências do acidente de Chernobyl foram profundas, sobretudo para três
países: Ucrânia, Bielorrússia e Rússia, todas as três antigas repúblicas da União Soviética.
Nas questões políticas, o acidente de Chernobyl reforçou as medidas do governo de Mikhail
Gorbachev (então presidente da URSS) de realizar o desarmamento nuclear da União
Soviética.
Além disso, o acidente também contribuiu para o fim da União Soviética. Isso ocorreu porque
houve impactos econômicos pesadíssimos para a União Soviética, uma nação que se
arrastava em uma crise econômica desde a década de 1970 e que viu sua situação agravar-
se na década de 1980 com a Guerra do Afeganistão (1979-1989) e o acidente nuclear.
Em questões ambientais, o acidente de Chernobyl foi algo sem precedentes desde que o
homem começou a manipular materiais radioativos. Acredita-se que de 13% a 30% do material
radioativo do reator 4 tenha sido lançado na atmosfera e, desse material, cerca de 60% dele
concentrou-se no território da Bielorrússia|3|.
A Bielorrússia, por sinal, foi o país mais afetado pelo acidente de Chernobyl. Cerca de 23% do
território bielorrusso foi contaminado e, com isso, o país perdeu cerca de 264 mil hectares de
terras cultiváveis por conta da radiação. Além disso, ¼ das florestas bielorrussas foram
contaminadas e, atualmente, entre um e dois milhões de pessoas vivem em território
contaminado.
O governo bielorrusso, inclusive, estimou que, entre 1986 e 2016, o prejuízo econômico
causado pelo acidente de Chernobyl foi de, aproximadamente, 235 bilhões de dólares.
Somente o governo bielorrusso gastou cerca de 18 bilhões em medidas emergenciais
causadas pela disseminação da radioatividade|4|.
No caso da Ucrânia, 7% de seu território foi afetado; no caso do território russo, 1,5% foi
atingido. O impacto do acidente na economia desses países foi gigantesco. Até 2006 o governo
ucraniano gastava de 5% a 7% do orçamento do país com despesas relacionados a Chernobyl.
Já a Bielorrússia, somente em 1991, gastou cerca de 22,3% do orçamento do país com
consequências de Chernobyl. Esse número foi reduzido para 6,1% do orçamento anual em
2002|5|.
As estimativas feitas por cientistas apontam que a região de Chernobyl deverá
permanecer inabitada por até 20 mil anos até que se torne segura para a habitação humana.
Apesar disso, existem evidências que apontam que algumas pessoas voltaram a morar na
chamada “zona de exclusão”.
A cidade de Pripyat, local no qual estava a instalação, foi abandonada e hoje é uma cidade-
fantasma. Passados mais de trinta anos do acidente, as imagens mostram que a natureza
retomou seu espaço na cidade abandonada. Existem evidências que apontam que a
quantidade de animais presentes na zona de exclusão aumentou consideravelmente por causa
da pequena presença humana.
Outra importante consequência do acidente de Chernobyl foi o aumento da quantidade
de câncer na população ucraniana e bielorrussa, principalmente. Existem estudos que
apontam que, até 2005, cerca de 6 mil crianças desenvolveram câncer de tireoide em
consequência da exposição à radiação. Existem também evidências que apontam o
crescimento na taxa de doentes por leucemia|6|.
Novos estudos nesse sentido ainda apontaram que a incidência de câncer de tireoide em
crianças aumentou 40 vezes desde a explosão; em adultos, a taxa aumentou em até 7
vezes|7|. Além das doenças, o impacto psicológico do acidente foi gigantesco sobre milhares
de pessoas que perderam tudo repentinamente e foram obrigadas a abandonar suas vidas.
Estudos sugerem que, entre aqueles que passaram por eventos traumáticos (como o acidente
de Chernobyl), o índice de ansiedade é maior. As consequências psicológicas causadas pelo
acidente de Chernobyl foram identificadas como parecidas com as daqueles que passaram
por acontecimentos extremamente traumáticos, como o bombardeio atômico sobre Hiroshima
e Nagasaki.
Milhares de pessoas que estiveram em contato com a radiação foram beneficiadas com
compensações disponibilizadas pelos governos dos países afetados e hoje recebem pensão
especial, ou foram aposentadas por invalidez, ou recebem tratamento médico especial etc. Os
beneficiados foram:
• Pessoas infectadas que adoeceram pela radiação;
• Liquidadores;
• Pessoas que trabalharam na região de Chernobyl em anos seguintes;
• Pessoas que permaneceram em áreas contaminadas;
• Pessoas que foram evacuadas das áreas contaminadas.
Até hoje não se sabe a quantidade de pessoas que morreram por conta do acidente de
Chernobyl, e esse é um dos assuntos mais polêmicos quando se fala do acidente. Entre as
estatísticas levantadas, aponta-se que dois trabalhadores morreram durante a explosão, 29
morreram dias depois do acidente pela exposição à radiação e outros 18 morreram por
doenças causadas pelo contato com a radiação.
De toda forma, existem estudos que sugerem que, até 2006, cerca de 4 mil pessoas tenham
morrido em consequência do acidente, mas existem estudos que sugerem números de mortes
mais elevados. Alguns estudos sugerem 9 mil, 16 mil, 60 mil, e existem estudos que apontam
que até 90 mil pessoas possam ter morrido por causa do acidente. A verdade é que nunca se
saberá ao certo quantas pessoas morreram.
Responsáveis pelo acidente
Logo após a explosão, o governo soviético organizou uma comissão para descobrir as causas
do acidente. Um julgamento foi realizado na cidade de Chernobyl (também uma cidade-
fantasma como Pripyat), e seis pessoas foram julgadas pelo acidente. Dessas, três foram
condenadas a dez anos de prisão: Viktor Bryukhanov, Nikolai Fomin e Anatoly Dyatlov.
Bryukhanov e Dyatlov cumpriram cinco anos de prisão e foram anistiados. Bryukhanov reside
atualmente em Kiev, e Dyatlov morreu em 1994 em consequência da exposição à radiação.
Fomin teve um surto mental e tentou matar-se, sendo depois transferido para uma clínica
psiquiátrica.
Perigos da radiação
A radiação é uma forma de transmissão de energia através do espaço. Ela existe em duas
formas: a radiação eletromagnética e a radiação corpuscular. Alguns átomos pesados, como
o urânio, apresentam instalabilidade nuclear, isto é, seu núcleo não consegue manter-se coeso
e, por isso, tende a decair em núcleos menores e mais estáveis.
Durante o decaimento, algumas partículas bastante energéticas,
como prótons, nêutrons, núcleos de hélio, elétrons e também ondas eletromagnéticas, todas
de alta energia, são emitidas para todas as direções do espaço. A capacidade de ionização
dessas formas de radiação faz com que elas sejam potencialmente letais.
A radiação ionizante é qualquer forma de radiação, corpuscular ou eletromagnética, que seja
capaz de causar danos ao código genético das células em razão do processo de ionização,
que consiste em arrancar elétrons dos átomos. A radiação ionizante é capaz de matar as
células ou lhes induzir a mutações, de modo, que, seu funcionamento ou replicação seja,
afetado. Entre as diversas complicações relacionadas à exposição a fontes de radiação
(irradiação), destacam-se o câncer, mutações genéticas, queimaduras e morte.
A intensidade de uma radiação ionizante, como os raios gama ou os raios x, pode ser
determinada pela grandeza roentgen (R), a qual relaciona a quantidade de carga ionizada em
certo volume de matéria. Um ser humano adulto pode suportar uma dose máxima de 500
roentgens. Nas proximidades do acidente radioativo de Chernobyl, os níveis de radiação
chegaram a 20.000 roentgens por hora. Desse modo, alguns trabalhadores que se
encontravam desprotegidos nas áreas mais críticas do acidente receberam doses letais de
radiação em menos de um minuto.
Além da exposição direta, que ocorreu nas proximidades do reator 4, uma grande nuvem
carregada de partículas e gases radioativos escapou do complexo de Chernobyl por causa do
incêndio provocado pela fusão do reator. Elementos gasosos, como o xenônio-133, foram
imediatamente liberados para a atmosfera, entretanto, sua meia-vida curta, de
aproximadamente cinco dias, diminuiu os impactos desses gases à saúde dos funcionários e
moradores da região. Outros elementos radioativos, como o iodo-131 ou o telúrio-132, de
meia-vida curta (8 dias e 78 horas) também foram suspensos no ar, mas logo perderam seus
efeitos.
O maior problema foi o césio-137, cuja meia-vida leva mais de 30 anos. A precipitação do pó
de césio-137 na atmosfera tornou a região de Chernobyl inabitável por um tempo que varia
entre 3.000 e 20.000 anos.

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