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Existencia - Humanista
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Humanismo
Saber preliminarmente
NÃO é uma teoria psicológica específica, abrange uma variedade de teorias e técnicas psicoterápicas, como a
Gestalt-terapia,
a Abordagem Centrada na Pessoa, a Logoterapia e a Daseinsanalyse.
NÃO é sinônimo de existencialismo, a sua origem como movimento nos Estados Unidos, pelo contrário,
pende para o essencialismo. O existencialismo
é uma absorção posterior de filosofias europeias que
remontam ao início do século 20 e se expandem após a Primeira Guerra Mundial.
NÃO é uma negação total dos conhecimentos do behaviorismo (1ª força) nem da psicanálise (2ª força), e sim
dos seus determinismos.
3ª força
Movimento surgido nos Estados Unidos no final da década de 1950 para congregar psicólogos e
pesquisadores com pensamento alternativo ao determinismo ambiental do behaviorismo
e ao determinismo
inconsciente da psicanálise.
Fenomenologia
Ideia fundamental
A intenção é a determinação essencial da consciência.
NÃO existe consciência pura, em-si, TODO fenômeno psíquico, ou seja, toda consciência, se refere a um conteúdo,
pende em direção a um objeto,
que não precisa necessariamente ter realidade imanente, factual.
PORTANTO, a apreensão da verdade da consciência, isto é, do seu desvelamento, não está nela mesma tampouco
no objeto, está na relação intecional, ou seja, ativa, da primeira com
o segundo.
Natural da Prossnitz, na antiga Morávia (atual República Tcheca), então pertencente ao Império Austro-Húngaro,
descendente de judeus, radicado na Alemanha, o “pai da fenomenologia” antes de estudou
primeiramente
matemática e depois migrou para a filosofia.
Para Husserl o ponto de partida do conhecimento é a experiência concreta, as coisas existentes, os fatos, e a sua
chave é o modo como os fenômenos se apresentam à consciência , como
esta apreende as suas essências, os
seus elementos subjetivos irredutíveis.
Consciência que não deve ser confundida com ato racional. Anterior à percepção consciente há o ato pré-reflexivo.
Este é substanciados por uma síntese passiva de elementos sensórios e afetivos que chegam à consciência sem
que o sujeito se dê conta e que constituem o pano de fundo do ato intencional.
Fonte:
Disponível em https://bit.ly/2uBY8GR.
Objetivo
Conhecer as essências puras
A ciência fenomenológica pretende captar e descrever as vivências puras, o elementar da experiência, "voltar às
próprias coisas". Nisto, obviamente, ela não difere das outras ciências.
Método
Epoché
O caminho para a intuição eidética é por em suspensão, colocar entre parênteses, as opiniões preconcebidas, os
pressupostos filosóficos e mesmo as teorias científicas que não sejam apodíticas, indubitáveis, para
que o
fenômeno seja apreendido na sua imediaticidade à consciência.
Só permanecem e são tidos como certos, os dados que subsistirem às recorrentes investidas da epoché.
No presente vivenciamos de modo articulado e constituinte as retenções e projeções. De modo articulado porque
o presente é o tempo do existir, do fazer acontecer, e constituinte porque é o tempo
de ressignificar e atualizar o
ontem, potencializar o hoje e alargar as possibilidades do amanhã.
Existencialismo
Princípio elementar
A existência precede a essência
O ser humano como indíviduo, como pessoa, faz e refaz a sua essência na sua existência. Não há uma
predeterminação natural quando ao seu modo de ser, não há uma essência fixa a ser procurada, há
uma
existência a ser assumida e construída.
O existencialismo pode ser teísta, agnóstico ou ateísta. Seja como for, o foco é o indivíduo, o drama de sua
existência incerta, impermanente e finita em busca de um sentido pra vida.
Diferenças
Essência
Existência
Aquilo que uma coisa é, o que diferencia um ente do É a historia humana do indivíduo concreto, seu modo
outro, a determinação do seu ser, a necessária de existir, suas escolhas, a autodeterminação do seu
atualização da sua potência para
o seu ser.
desenvolvimento esperado.
Teólogo e filósofo, natural de Copenhage, na Dinamarca, Kierkegaard protesta contra a filosofia do alemão George
Hegel (1770 – 1831) que, segundo ele, reduziu o indivíduo a uma mera parte descartável de um sistema
dinâmico
e mutante que é a realidade.
O indivíduo concreto e singular é trazido para o centro da reflexão. Indivíduo que diferentemente dos animais é
superior a sua espécie, porquanto não governado por uma essência, isto
é, não está irremediavelmente sob o
domínio da necessidade.
A existência humana é uma possibilidade, são as escolhas do indivíduo. Entretanto, a possibilidade convive com a
ameaça do nada, da destruição, da aniquilação do ser, de onde surge a angústia,
a condição fundamental da
existência humana.
Fonte:
Disponível em https://cisn.co/3aJ7JMp.
Por outro lado, a angústia é também uma possibilidade de liberdade, de existência autêntica, quando,
impulsionado pela fé, o indivíduo reconhece de fato as ilusões e a finitude da existência e se aceita nas “mãos de
Deus”,
se entrega a sua graça.
Essa entrega ocorre quando o indivíduo com temor e tremor reconhece que diante de Deus nada está oculto, tudo
está posto à luz. Portanto, não há lugar para as aparências, todas as máscaras caem. Mas reconhece também
que
o amor de Deus o acolhe.
Quando essa entrega não ocorre, quando o indivíduo não se aceita nas “mãos de Deus”, ele está fadado, segundo
Kierkegaard ao desespero, a uma autodestruição impotente, a uma doença mortal.
Filólogo e filósofo, natural de Röcken, um vilarejo do antigo Reino da Prússia, atualmente Lützen, na Alemanha, o
“filósofo do martelo” não existe um sentido intrínseco à existência, uma verdade eterna
e absoluta que dê conta
da realidade, e tampouco um fim para a história.
A vida é vontade cega e irracional. É trágica, mas pode também ser bela, não obstante todas as dores que ela
carrega, se a vontade de poder, ou seja, as forças instintivas que conquistas,
criam e proporcionam prazer,
prevalecerem sobre as forças domesticantes, que controlam o desejo.
Fonte:
Disponível em https://bit.ly/3aMRGx9.
A moral do senhor é a que afirma a força, a alegria e a saúde. Entendidas aqui como manifestações da vontade de
A moral do escravo é a que nega a força, da alegria e da saúde. Daquele que esconde por trás da sua aparente
Amor fati
É o amor de quem apesar de não tem nenhuma ilusão “na terra ou no céu”, mas aceita o mundo e o ama
vivendo com liberdade e coragem a sua vontade de potência. É a atitude de quem tem a moral do senhor,
uma moral
aristocrata.
Existencial-Humanista
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https://bit.ly/37yvUuX. Acesso em 21
fev. 2020.
Ser-com-os-outros
O Dasein está sempre jogado numa situação concreta em que ele vive com os
outros. A sua possibilidade de atuar, de se apropriar do mundo, um conjunto
de utensílios, e de desvelar o seu ser é interdependente da
liberdade do
outro.
Ser-para-a-morte
Fonte: Disponível em
https://bit.ly/2Gt2kLO. Acesso em 21
O Dasein também está para a morte. A consciência da nulidade final de todos
fev. 2020.
Daseinsanalyse
Modalidade terapêutica fundamentada na filosofia de Heidegger, na sua hermenêutica fenomenológica.
A Daseinsanalyse nasce como uma formulação crítica às propostas terapêuticas naturalistas, deterministas,
pretensamente científicas, que pensam poder explicar o comportamento humano supostamente patológico
rastreando sua rede de
causalidade até identificar os determinantes patogênicos e intervir eficazmente mediante
o emprego da técnica.
Pioneiros
Dois psiquiatras suíços se destacam como pioneiros da Daseinsanalyse. Ambos encontraram na filosofia de
Heidegger uma alternativa ao cientificismo e ao tecnicismo dominante na psiquiatria, que reduzia o ser humano a
um objeto.
Encontraram um substrato para construírem uma terapêutica na qual o foco não é a doença, os seus
sinais e sintomas, mas o sujeito adoecido, que temporaliza sua existência sofrida.
Projeto
O ser das coisas do mundo, isto é, dos utensílios instrumentalizados para o projeto humano, equivale ao cuidado
dado a elas. E isso se estende para os entes humanos. Podemos favorecer
nossa liberdade ou limitá-la a depender
do modo como cuidamos das pessoas.
Tonalidades afetivas
Angústia
Constitui a abertura do Dasein para o seu existir limitado pelo poder ser mais
próprio e insuperável da existência humana: a morte. Não confundi-la com o
medo da morte ou como tonalidade afetiva da
depressão. Diante da angústia
o Dasein pode se perder no anonimato da cotidianidade ou projetar a sua
liberdade.
Fonte: Disponível em
https://bit.ly/38GUFp4. Acesso em 21 Tédio
fev. 2020.
Fonte: Disponível em
https://bit.ly/37yC5PE. Acesso em 21
fev. 2020.
Em-si
São as coisas existentes que não tem consciência de si, ou seja, os entes
naturais e artificiais, de essência pré-determinada. Em suma, o mundo que se
apresenta no que é necessário ou
contingente.
Para-si
O único ente para-si é o ser humano, pois só ele tem consciência de sua
existência. Consciência que não deve ser confundida com um objeto, uma
substância encapsulada.
Consciência é abertura para o mundo porque o ser-
Fonte: Disponível em para-si é também ser-para-o-outro.
https://bit.ly/2Rwb3mz. Acesso em 21
fev. 2020.
Liberdade
Má-fé
É a recusa, mediante racionalizações, em assumir a liberdade, a autoria da escolha. É querer tratar como inevitável
o que foi escolhido. Difere da mentira porque nesta há consciência do que é a verdade e uma intenção
de falseá-la
para o outro.
Fonte: Disponível em
A liberdade é relativa, condicionada. Não há determinismo nem liberdade https://bit.ly/2uBY8GR. Acesso em 21
plena, porquanto somos seres históricos numa relação imbricada com o fev. 2020.
Eu-Tu
Eu-Isso
fev. 2020.
Fonte: Disponível em
https://bit.ly/2RuvNv2. Acesso em 21
fev. 2020.
Fonte: Disponível em
https://bit.ly/30ZHxJd. Acesso em 21
fev. 2020.
Fonte: Disponível em
Campo que não deve ser entendido como uma soma de organismo mais
https://bit.ly/30Xmwi8. Acesso em 21
ambiente, e sim como uma interação entre forças com múltiplos potenciais
fev. 2020.
de transformação mútua.
Fronteiro de contato
Ajustamento criativo
O contato demandará uma resposta de ajustamento e criação. O ajustamento está ligado à tendência do
organismo a se autorregular, a se reequilibrar no campo energético após o contato – que provoca um
desequilíbrio de forças.
Já criação está ligada à capacidade do organismo transformar o campo no sentido de poder atuar com mais
liberdade e espontaneidade.
Embora o processo seja denominado de ajustamento criativo, o ajustamento não implica necessariamente numa
criação.
https://bit.ly/315WBVG. Acesso em 21
A busca de sentido, não a busca do prazer, é a principal força motivadora do fev. 2020.
ser humano. Sentido, porém, que não será encontrado dentro da própria pessoa. Será encontrado no mundo,
na
entrega a uma causa superior a ela ou a um ser supremo.
Psicologia existencial
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Nesta webaula, estudaremos alguns conceitos fundamentais à psicologia, como consciência, saúde, doença,
angústia, solidão, medo, vazio, culpa, escolha, liberdade, responsabilidade, autenticidade e morte.
Consciência
A consciência não é pura, é consciência de algo ou alguém, em relação com o mundo, sempre em relação
com o mundo.
A consciência não é um receptáculo passivo, uma tela na qual se projetam impressões, ela é ativa, intencional
e doadora de sentido.
A consciência não é sinônimo de racionalidade, ela é uma unidade dinâmica que abrange fenômenos pré-
reflexivos (vivências de fundo) e reflexivos.
Temporalidade e espacialidade
Tempo e espaço existem como realidades físicas e existenciais, objetivas e subjetivas, que se entrelaçam de modo
dinâmico.
TEMPO OBJETIVO
Existe um tempo objetivo que se sucede em horas, dias e anos, demarcando presente e passado.
ESPAÇO OBJETIVO
Existe um espaço objetivo que se constitui como substrato material de atuação dos entes.
TEMPO SUBJETIVO
Existe um tempo subjetivo que percebe o tempo objetivo como mais curto ou mais longo, que o ser atua no
presente articulando o passado e o futuro como ampliadores ou limitadores do seu existir.
ESPAÇO SUBJETIVO
Existe um espaço subjetivo que se constitui na apropriação que fazemos do espaço objetivo, na maneira
como transitamos nele.
Saúde e doença
Estar saudável e estar doente são modos de ser relacionados, respectivamente, à liberdade e à privação da
consciência-mundo.
“A essência fundamental do homem sadio caracteriza-se precisamente pelo seu poder de dispor, livremente, do conjunto de
possibilidades de relação que lhe foi dado manter com o que se lhe apresenta na abertura livre de seu mundo.
[...] A
essência de todos os sofrimentos humanos fundamenta-se no fato de que a pessoa perdeu a capacidade de se decidir
livremente acerca de suas possibilidades de comportamento normal.
”
— (BOSS, Medard. Angústia, culpa e libertação: ensaios de psicanálise existencial. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1981)
Angústia
Se a essência não determina a existência, o ser humano escolhe o que faz e é responsável por isso.
“A situação emotiva que pode manter aberta a constante e radical ameaça que incumbe sobre o si-mesmo – ameaça que
provém do mais próprio e isolado ser do ser-aí – é angústia. Nela o ser-aí se encontra diante do nada diante da
possível
impossibilidade da própria existência. A angústia se angustia por causa do poder-ser do ente assim constituído, e abre de
tal modo a sua possibilidade extrema. Como a antecipação isola totalmente o ser-aí e nesse
isolamento faz com que ele se
torne certo da totalidade do seu poder-ser.
”
— (HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2011)
“O existencialista declara frequentemente que o homem é angústia. Tal afirmação significa o seguinte: o homem que se
engaja e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolheu ser, mas também um legislador que escolhe
simultaneamente a si mesmo e a humanidade inteira – e não consegue escapar de sua total e profunda responsabilidade. É
fato que muitas pessoas não sentem ansiedade, porém nós estamos convictos de que essas pessoas mascaram
a
ansiedade perante si mesmas, evitam encará-la.
”
— (SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2012)
Solidão
A solidão é um dos elementos constituintes do ser humano, sua condição original e final.
“A solidão é o fator essencial da psiquiatria. Se a solidão nunca existisse na existência humana, poder-se-ia admitir que os
distúrbios psiquiátricos seriam desconhecidos, com excessão de algumas doenças causadas por defeitos
anatômicos ou
fisiológicos do cérebro. [...] Alienação, isolamento e solidão, e tudo o mais que nesta triste sequência possa ser expresso
pela palavra distância [...] tudo isso não existe em si ou por si, mas se mostra
na realidade do ambiente; na realidade dos
objetos, na realidade das relações humanas e nas realidades do corpo e do tempo. Tudo está relacionado, nada surgiu em
primeiro lugar.
”
— (VAN DEN BERG, J. H. O paciente psiquiátrico. Campinas: Livro pleno, 2000)
Medo
O medo como atitude existencial é o fechamento para uma existência autêntica, é um sucumbir à banalidade.
Segundo Heidegger (2011), “Temor é a angústia imprópria, entregue a decadência do ‘mundo’ e, como tal, angústia
nela mesma velada”.
“Em primeiro lugar, há de se dar razão a Kierkegaard: a angústia se distingue do medo porque medo é medo dos seres do
mundo, e angústia é angústia de mim mesmo. A angústia é vertigem na medida em que tenho medo, não de cair
no
precipício, mas de me jogar nele. Uma situação que provoca medo, pois ameaça modificar de mora a minha vida e meu ser,
provoca angústia na medida em que desconfio das minha reações adequadas a ela.
”
— (SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2007)
Vazio
“O vácuo existencial se manifesta principalmente num estado de tédio. [...] Existem ainda diversas máscaras e disfarces sob
os quais transparece o vazio existencial. Às vezes a vontade de sentido frustrada é vicariamente compensada
por uma
vontade de poder, incluindo a sua mais primitiva forma, que é a vontade de dinheiro. Em outros casos, o lugar da vontade
de sentido frustrada é tomado pela vontade de prazer. É por isso que muitas vezes a frustração
existencial acaba em
compensação sexual. Podemos observar nestes casos que a libido sexual assume proporções descabidas no vácuo
existencial.
”
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985)
Culpa
A culpa pressupõe uma possibilidade de atuação e uma consciência de impropriedade e débito pelo ato.
“Para Sartre (2007), “É diante do outro que sou culpado. Culpado, em primeiro lugar, quando, sob seu olhar, experimento
minha alienação e minha nudez como um decaimento que devo assumir”. Já para Boss (1981), “Quase todos os
que
”
procuram o psiquiatra estão intimamente corroídos, declaradamente ou veladamente, pela angústia e pela culpa.”
Morte
A morte é paradoxalmente uma certeza e uma possibilidade que pode qualificar a existência.
“Em sua qualidade de poder-ser, o ser-aí não pode superar a possibilidade da morte. A morte é a possibilidade da pura e
simples impossibilidade do ser-aí. Assim, a morte se revela como a realidade mais própria, incondicionada
e insuperável.
”
— (HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2011)
“
Nunca me canso de dizer que os únicos aspectos realmente transitórios da vida são as potencialidades; porém no
momento em que são realizadas, elas se transformam em realidades; são resgatadas e entregues ao passado, no qual
ficam a salvo e resguardadas da transitoriedade. Isto porque no passado nada está irremediavelmente perdido, mas está
tudo irrevogavelmente guardado. Sendo assim, a transitoriedade da nossa existência de forma alguma lhe
tira o sentido.
No entanto ela constitui a nossa responsabilidade, porque tudo depende de nos conscientizarmos das possibilidades
essencialmente transitórias. O ser humano está constantemente fazendo uma opção diante da
massa de potencialidades
presentes; quais delas serão condenadas ao não-ser, e quais serão concretizadas? Qual opção se tornará realidade de uma
vez para sempre, imortal “pegada nas areias do tempo”? A todo e qualquer momento
a pessoa precisa decidir, para o bem
ou para o mal, qual será o monumento de sua existência.
”
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985)
Se a essência não determina a existência, o ser humano escolhe o que faz e é responsável por isso.
“Há um campo de liberdade e uma 'liberdade condicionada', porque tenho possibilidades próximas e distantes.
A escolha de vida que fazemos tem sempre lugar sobre a base de situações dadas e possibilidades abertas. [...]
Sou uma
estrutura psicológica e histórica. Recebi uma maneira de existir, um estilo de existência. Todas as minhas ações e meus
pensamentos estão em relação com essa estrutura. No entanto, sou livre, não apesar disto ou
aquém dessas motivações,
mas por meio delas, são elas que me fazem comunicar com minha vida, com o mundo e com minha liberdade.
”
— (MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999)
Autenticidade e inautenticidade
O ser autêntico é quem se apropria da sua existência e a transcende para além da banalidade. E o ente que nega o
não-ser.
Segundo Heidegger (2011), “A inautenticidade caracteriza um modo de ser em que o ser-aí pode extraviar-se e, no
mais das vezes se extraviou – mas no qual não é obrigado a se extraviar necessária e constantemente”.
Boss (1981), por sua vez, defende que “A coragem pode enfrentar a angústia. Onde não há angústia a ser
superada, não é preciso coragem. Mas onde reinam o amor, o estar-abrigado, e a confiança toda angústia pode
desaparecer."
“Não procurem o sucesso. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso,
como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma
dedicação
pessoal a uma causa maior do que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.
”
— (FRANKL, Viktor. Em busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1985)
Esperamos que você tenha conseguido refletir sobre os conceitos trabalhados nesta webaula e que esteja
motivado a procurar outras referências sobre esses temas tão importantes à psicologia.
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso significa que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos
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Nessa weba aula vamos analisar os seguintes alguns pontos da abordagem humanista-existenciais por parte do
profissional de psicologia:
Método fenomenológico.
Avaliação psicológica.
Atendimento infantil.
Psicossomática.
Psicopatologia.
Objetivos
Terapia humanista
Terapia existencial
Método fenomenológico
Captar a essência da experiência, do vivido, como o fenômeno se manifesta à consciência e como o sujeito o
Capta a essê c a da e pe ê c a, do do, co o o e ô e o se a esta à co sc ê c a e co o o suje to o
articula.
Na utilização de testes, para quem julgar necessário sua utilização, deve observa os seguintes parâmetros:
Avaliação psicológica
O psicodiagnóstico fenomenológico-existencial não se funda numa lógica explicativa, mecânico causal, mas sim
compreensiva. Ou seja, o fenômeno não é visto como resultante de fatores causais que evoluíram dentro de
determinado curso
e que requerem uma determinada intervenção e um direcionamento apontado pelo
profissional para que o sintoma seja removido.
O fenômeno é visto de modo compreensivo, isto é, busca-se o sentido do modo de ser do sujeito, seus
motivos e moventes para agir de determinada maneira diante de determinada situação, e o profissional, com
ele, dialogicamente,
trabalha possibilidades de ser que façam sentido para o sujeito.
Atendimento infantil
Suspender todo "diagnóstico" feito pela mãe, pelo pai, pela professora e outros a respeito da criança.
Testes projetivos e expressivos, desenhos – espontâneos e estimulados – e sessões lúdicas são métodos
comuns também às abordagens humanista-existenciais.
O desenho, por exemplo, não é a projeção do mundo interno da criança no papel; é o prolongamento do seu
mundo total, tal como ele é percebido pela sua corporeidade.
Assim como no atendimento a adultos, o foco não é o sintoma, mas a totalidade, e o objetivo não é o
ajustamento a um determinado padrão, mas a ampliação da liberdade e da responsabilidade.
“Junto à criança, o profissional não assumirá no lugar dela o seu cuidado, ou seja, a responsabilidade pelo seu existir. E
assim, desprovido de um modo de pensar como naturalmente se pensa, o psicólogo pode questionar o que naturalmente
se toma como verdade pronta e acabada. Nisso consiste o seu ofício. E, ao assumir um posicionamento fenomenológico, o
clínico estará sempre presente e, ao mesmo tempo, deixando parecer à criança que ele está ausente. Desta
forma, permite
que a criança, entregue a si mesma, o mais demoradamente possível, possa ter uma experiência de permanecer consigo
mesma e, assim, desvele-se no seu caráter de ter de cuidar de si e poder-ser.
”
— Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo
Psicossomática
Corpo e psique não são fenômenos separados, substâncias distintas que podemos isolar uma da outra para
um estudo particularizado; são dimensões de uma mesma estrutura ontológica.
A corporiedade transcende a epiderme, ultrapassa sua extensão material, envolve os seus direcionamentos
para e com o mundo, aproximando-se ou se distanciando dos entes, a ordenação da sua espacialidade.
Psicopatologia
“O existente com perturbação mental experimenta frequentemente um impasse em relação projetos e modos de ser: não
consegue realizá-los nem consegue abandoná-los. A psicopatologia surge quando o projeto se desvia da intenção, quando
a realidade da história (projeto histórico) se desvia ou afasta do projeto existencial. [...] A psicopatologia caracteriza-se
essencialmente por uma existência limitada, tematizada e bloqueada. Limitada e aprisionada, porque
afastada dos seus
valores e da sua possibilidade de auto-afirmação. O individuo não experimenta a sua existência como uma realidade.
Tematizada pelo seu passado, na medida em que o individuo continua a viver em função
de uma identidade e
características que já não são as presentes. Bloqueada no seu desenvolvimento, porque não consegue projetar-se no
devir."
”
— José Carvalho Teixeira