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Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, o
expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais da
Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se prolongaria até ao
fim do período entre-guerras (1918-1939). Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a
vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística. O expressionismo defendia
a liberdade individual, o primado da subjectividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos
— o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. Pretendeu ser o reflexo de uma visão subjectiva e
emocional da realidade, materializada através da expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma
dimensão metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Muitas vezes visto como genuína expressão da
alma alemã, o seu carácter existencialista, o seu anseio metafísico e a sua visão trágica do ser humano são
características inerentes a uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às questões da vida e da
morte. Fruto das peculiares circunstâncias históricas em que surge, o expressionismo veio revelar o lado
pessimista da vida e a angústia existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se
vê alienado e isolado.
O expressionismo não foi um movimento homogéneo, coexistindo vários polos artísticos com uma grande
diversidade estilística, como a corrente modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die
Brücke), surrealista (Klee), ou a abstracta (Kandinsky). Embora o seu maior polo de difusão se encontrasse
na Alemanha, o expressionismo manifestou-se também por meio de artistas provenientes de outras partes da
Europa como Modigliani, Chagall, Soutine ou Permeke, e no continente americano como, por exemplo, os
mexicanos Orozco, Rivera, Siqueiros e o brasileiro Portinari. Na Alemanha existiram dois grupos
dominantes: Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911), embora tenha havido
artistas independentes e não afiliados com nenhum dos grupos. Depois da Primeira Guerra Mundial surge a
Nova Objetividade que, embora tenha sido uma reação ao individualismo expressionista e procurasse a
função social na arte, a sua distorção das formas e o seu intenso colorido fazem do grupo um herdeiro
directo da primeira geração expressionista.
Índice
Definição
Origens e influências
Arquitetura
Deutscher Werkbund
Escola de Amsterdã
Arbeitsrat für Kunst
Der Ring
Neues Bauen
Escultura
Pintura
Die Brücke
Der Blaue Reiter
Neue Sachlichkeit
Outros artistas
O grupo de Viena
Escola de Paris
Outros países
Literatura
Narrativa
Poesia
Teatro
Música
Ópera
Dança
Cinema
Fotografia
Ver também
Referências
Bibli fi
Bibliografia
Ligações externas
Definição
A transição do século XIX para XX assistiu a inúmeras
transformações políticas, sociais e culturais. A burguesia vive
um período áureo de grande ostentação económica e
influência política, a Belle Époque, que se manifestaria nas
artes através do modernismo, movimento artístico que
responde ao luxo e ostentação copiosos procurados pela nova
classe dirigente. No entanto, o receio perante a ocorrência de
um novo episódio revolucionário, face às constantes
revoluções ocorridas ao longo de todo o século XIX desde a
Revolução Francesa (o último em 1871, durante a Comuna de
Paris), levou a classe política a decretar uma série de
concessões sociais, como a reforma laboral, a segurança social
e o ensino básico obrigatório. A queda da taxa de
analfabetismo e o aumento da literacia traduziu-se no
crescimento assinalável dos meios de comunicação social, e
numa difusão dos fenómenos culturais a uma escala e
velocidade sem precedentes que estaria na origem da cultura
de massas.[2] Ecce homo (1925), de Lovis Corinth,
Pinacoteca de Basileia
O progresso tecnológico no campo das artes, sobretudo
depois da aparição da fotografia e do cinema, faz com que
toda a comunidade artística se interrogue sobre o seu papel na sociedade. A imitação da realidade deixou de
fazer sentido, uma vez que as novas técnicas tornaram o processo mais fácil, rápido e reprodutível. As
novas teorias científicas como a teoria da relatividade de Einstein, a psicanálise de Freud ou a
subjectividade do tempo de Bergson, abriram a porta a noções subjectivas da realidade, fornecendo
elementos para que o mundo artístico se questionasse sobre as próprias fronteiras da objectividade. A
procura de novas linguagens artísticas e novas formas de expressão traduziu-se na formação de vários
movimentos de vanguarda que exploravam uma nova relação do artista com o público. Os vanguardistas
pretendem integrar a arte com a própria sociedade e fazer da sua obra uma expressão do inconsciente
coletivo da sociedade que representava. Por sua vez, a interacção com o espectador leva a que este se
envolva na percepção e compreensão da obra, assim como na sua difusão e mercantilização, factor que
estará na origem do crescimento exponencial das galerias de arte e dos museus.[3]
O expressionismo integra aquilo que se convencionou designar por "vanguardas históricas"; o imenso
grupo de movimentos artísticos surgidos desde o início do século XX anterior à I Guerra Mundial até o fim
da II Guerra Mundial em 1945. Esta designação inclui ainda, entre outros, o fauvismo, o cubismo, o
futurismo, o construtivismo, o neoplasticismo, o dadaísmo e o surrealismo. A vanguarda está intimamente
ligada ao conceito de modernidade, caracterizado pelo fim do determinismo e da supremacia da religião,
substituídos pela razão e pela ciência, pelo objectivismo e pelo individualismo, e pela a confiança na
tecnologia, no progresso e nas próprias capacidades do ser humano. O artista pretende desta forma colocar-
se a si próprio na linha da frente do progresso social e dar voz às ideias progressistas através da sua obra.[4]
O termo "expressionismo" foi utilizado pela primeira vez pelo pintor francês Julien-Auguste Hervé, que
usou a palavra "expressionisme" para designar uma série de quadros apresentados no Salão dos
Independentes de Paris em 1901, assumindo a sua diferença em relação ao impressionismo. O termo
alemão "expressionismus" foi adaptado directamente do francês,[5] tendo sido referido pela primeira vez no
alemão expressionismus foi adaptado directamente do francês, tendo sido referido pela primeira vez no
catálogo da XXII Exposição da Secessão de Berlim em 1911, que reunia obras de artistas alemães e
franceses. Na literatura, foi usado pela primeira vez em 1911 pelo crítico Kurt Hiller.[6] Já numa fase
posterior, o termo "expressionismo" foi popularizado pelo escritor Herwarth Walden, editor da revista Der
Sturm (A tormenta), que se viria a tornar o principal meio de divulgação do expressionismo alemão.
Walden usou inicialmente o termo para todas as vanguardas surgidas entre 1910 e 1920. O seu uso de
forma exclusiva para a arte alemã de vanguarda surge a partir de uma proposta de Paul Fechter no seu livro
Der Expressionismus (1914) que, com base nas teorias de Worringer, veio a estabelecer uma relação entre
as novas manifestações artísticas e a expressão da alma coletiva alemã.[7]
A aparição do expressionismo num país como a Alemanha não foi um fato aleatório, mas é explicado pelo
profundo estudo da arte durante o século XIX pelos filósofos, artistas e teóricos alemães, do romantismo e
as múltiplas contribuições para o campo da estética de personagens como Wagner e Nietzsche, para a
estética cultural e para a obra de autores como Konrad Fiedler ("Para julgar obras de arte visual", 1876),
Theodor Lipps ("Estética", 1903-1906) e Wilhelm Worringer ("Abstração e empatia", 1908). Esta corrente
teórica deixou uma profunda marca nos artistas alemães de finais do século XIX e princípios do XX,
centrada sobretudo na necessidade de se expressar do artista (a "innerer Drang" ou necessidade interior,
princípio que assumiu posteriormente Kandinsky), bem como a constatação de uma ruptura entre o artista e
o mundo exterior, o ambiente que o envolve, fato que o torna num ser introvertido e alienado da sociedade.
Também influiu a mudança acontecida no ambiente cultural da época, que se afastou do gosto clássico
greco-romano para admirar a arte popular, primitiva e exótica — sobretudo da África, Oceania e Extremo
Oriente —, bem como a arte medieval e a obra de artistas como Grünewald, Brueghel e El Greco.[12]
Após a Segunda Guerra Mundial o expressionismo desapareceu como estilo, se bem que exercesse uma
poderosa influência em muitas correntes artísticas da segunda metade de século, como o expressionismo
abstrato norte-americano (Jackson Pollock, Mark Rothko, Willem de Kooning), o informalismo (Jean
Fautrier, Jean Dubuffet), o grupo CoBrA (Karel Appel, Asger Jorn, Corneille, Pierre Alechinsky) e o
neoexpressionismo alemão —diretamente herdeiro dos artistas de Die Brücke e Der Blaue Reiter, o qual é
patente no seu nome, e artistas individuais como Francis Bacon, Antonio Saura, Bernard Buffet, Nicolas de
Staël e Horst Antes.[16]
Origens e influências
Embora por expressionismo fosse conhecido nomeadamente o
movimento artístico desenvolvido na Alemanha em princípios
do século XX, muitos historiadores e críticos da arte também
empregam este termo mais genericamente para descrever o
estilo de grande variedade de artistas ao longo de toda a
História. Entendida como a deformação da realidade para
buscar uma expressão mais emocional e subjetiva da natureza
e do ser humano, o expressionismo é pois extrapolável a
qualquer época e espaço geográfico. Assim, com frequência
qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores
como Hieronymus Bosch, Matthias Grünewald, Quentin
Matsys, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco, Francisco de
Goya e Honoré Daumier.[1] A Crucificação, tábua central do Retábulo
de Issenheim (1512-1516), de Matthias
As raízes do expressionismo encontram-se em estilos como o Grünewald, Museu de Unterlinden, Colmar
simbolismo e o pós-impressionismo, bem como nos Nabis e
em artistas como Paul Cézanne, Paul Gauguin e Vincent Van
Gogh. Assim mesmo, têm pontos de contato com o neoimpressionismo e o fauvismo pela sua
experimentação com a cor.[8] Os expressionistas receberam numerosas influências: em primeiro lugar a da
arte medieval, especialmente a gótica alemã. De signo religioso e caráter transcendente, a arte medieval
punha ênfase na expressão, não nas formas: as figuras tinham pouca corporeidade, perdendo interesse pela
realidade, as proporções, a perspectiva. Por outro lado, acentuava a expressão, sobretudo na olhada: as
personagens eram simbolizas mais que representadas. Assim, os expressionistas inspiraram-se nos
principais artistas do gótico alemão, desenvolvido através de duas escolas fundamentais: o estilo
internacional (finais do século XIV-primeira metade do XV), representado por Conrad Soest e Stefan
Lochner; e o estilo flamengo (segunda metade do século XV), desenvolvido por Konrad Witz, Martin
Schongauer e Hans Holbein, o Velho. Também se inspiraram na escultura gótica alemã, que salientou pela
sua grande expressividade, com nomes como Veit Stoss e Tilman Riemenschneider. Outro ponto de
referência foi Matthias Grünewald, pintor tardo-medieval que, embora conhecesse as inovações do
Renascimento, seguiu numa linha pessoal, caracterizada pela intensidade emocional, uma expressiva
distorção formal e um intenso colorido incandescente, como na sua obra mestra, o Retábulo de
Isenheim.[17]
Outro dos referentes da arte expressionista foi a arte primitiva, especialmente a da África e Oceania,
difundida desde finais do século XIX pelos museus etnográficos. As vanguardas artísticas encontraram na
arte primitiva uma maior liberdade de expressão, originalidade, novas formas e materiais, uma nova
concepção do volume e da cor, bem como uma maior transcendência do objeto, pois nestas culturas não
eram simples obras de arte, mas tinham uma finalidade religiosa, mágica, totêmica, votiva, suntuária. São
objetos que expressam uma comunicação direta com a natureza e com as forças espirituais, com cultos e
rituais, sem nenhum de tipo de mediação ou interpretação.[18]
Mas a maior inspiração veio do pós-impressionismo, especialmente da obra de três artistas: Paul Cézanne,
que começou um processo de desfragmentação da realidade em formas geométricas que terminou no
cubismo, reduzindo as formas a cilindros, cones e esferas, e dissolvendo o volume a partir dos pontos mais
essenciais da composição. Colocava a cor por camadas, imbricando umas cores com outras, sem
necessidade de linhas, trabalhando com manchas. Não utilizava a perspectiva, mas a superposição de tons
cálidos e frios davam sensação de profundeza. Em segundo lugar Paul Gauguin, que contribuiu uma nova
concepção entre o plano pictórico e a profundeza do quadro, através de cores planas e arbitrárias, que têm
um valor simbólico e decorativo com cenas de difícil classificação situadas entre a realidade e um mundo
um valor simbólico e decorativo, com cenas de difícil classificação, situadas entre a realidade e um mundo
onírico e mágico. A sua estadia em Taiti provocou que a sua obra derivasse em um certo primitivismo, com
influência da arte da Oceania, refletindo o mundo interior do artista
em vez de imitar a realidade. Finalmente, Vincent Van Gogh
elaborava a sua obra segundo critérios de exaltação anímica,
caracterizando-se pela falta de perspectiva, a instabilidade dos objetos
e cores, roçando a arbitrariedade, sem imitar a realidade, mas provêm
do interior do artista. Devido à sua frágil saúde mental, as suas obras
são reflexo do seu estado de ânimo, depressivo e torturado, refletindo-
se em obras de pinceladas sinuosas e cores violentas.[19]
Arquitetura
A arquitetura expressionista desenvolveu-se nomeadamente
na Alemanha, Países Baixos, Áustria, Checoslováquia e
Dinamarca. Caracterizou-se pelo uso de novos materiais,
suscitado ocasionalmente pelo uso de formas biomórficas ou
pela ampliação de possibilidades oferecida pela fabricação
massiva de materiais de construção como o tijolo, o aço ou o
vidro. Muitos arquitetos expressionistas combateram na
Primeira Guerra Mundial, e a sua experiência, combinada
com os câmbios políticos e sociais produto da Revolução
Alemã de 1918-1919, terminaram em perspectivas utópicas e
Goetheanum (1923), de Rudolf Steiner,
um programa socialista romântico. A arquitetura Dornach
expressionista recebeu a influência do modernismo, sobretudo
da obra de arquitetos como Henry van de Velde, Joseph Maria
Olbrich e Antoni Gaudí. De caráter fortemente experimental e utópico, as realizações dos expressionistas
destacam-se pela sua monumentalidade, o emprego do tijolo e da composição subjetiva, que outorga às
suas obras certo ar de excentricidade.[22]
Um contribuinte teórico à arquitetura expressionista foi o ensaio Arquitetura de cristal (1914) de Paul
Scheerbart, no que ataca o funcionalismo pela sua falta de artisticidade e defende a substituição do tijolo
pelo cristal. Assim, por exemplo, o Pavilhão de Cristal da Exposição de Colônia de 1914, de Bruno Taut,
autor que também plasmou o seu ideário por escrito (Arquitetura alpina, 1919).[23] A arquitetura
expressionista desenvolveu-se em diversos grupos, como a Deutscher Werkbund, Arbeitsrat für Kunst, Der
Ring e Neus Bauen, ligado este último à Nova Objetividade; também cabe destacar-se a Escola de
Amsterdam. Os principais arquitetos expressionistas foram Bruno Taut, Walter Gropius, Erich Mendelsohn,
Hans Poelzig, Hermann Finsterlin, Fritz Höger, Hans Scharoun e Rudolf Steiner.
Deutscher Werkbund
Escola de Amsterdã
Paralelamente à Deutscher Werkbund alemã, entre 1915 e 1930 uma notável escola arquitetônica de caráter
expressionista desenvolveu-se em Amsterdã (Países Baixos). Influenciados pelo modernismo
(nomeadamente Henry van de Velde e Antoni Gaudí) e por Hendrik Petrus Berlage inspiraram se nas
(nomeadamente Henry van de Velde e Antoni Gaudí) e por Hendrik Petrus Berlage, inspiraram-se nas
formas naturais, com edifícios de desenho imaginativo onde predomina o uso do tijolo e do concreto. Os
seus principais membros foram Michel de Klerk, Piet Kramer e Johan van der Mey, que trabalharam
conjuntamente múltiplas vezes, contribuindo em grande maneira ao desenvolvimento urbanístico de
Amsterdã, com um estilo orgânico inspirado na arquitetura tradicional holandesa, destacando-se as
superfícies onduladas. As suas principais obras foram Scheepvaarthuis (Van der Mey, 1911-1916) e Eigen
Haard Estate (De Klerk, 1913-1920).[27]
Der Ring
O grupo Der Ring (O círculo) foi fundado em Berlim em 1923 por Bruno Taut, Ludwig Mies van der
Rohe, Peter Behrens, Erich Mendelsohn, Otto Bartning, Hugo Häring e vários arquitetos mais, aos que se
acrescentaram Walter Gropius, Ludwig Hilberseimer, Hans Scharoun, Ernst May, Hans e Wassili
Luckhardt, Adolf Meyer, Martin Wagner, etc. O seu objetivo era, assim como nos movimentos
precedentes, renovar a arquitetura da sua época, pondo especial ênfase nos aspectos sociais e urbanísticos,
bem como no estudo de novos materiais e técnicas de construção. Entre 1926 e 1930 desenvolveram um
notável trabalho de construção de moradias sociais em Berlim, com casas que se destacam pelo
aproveitamento da luz natural e a sua situação em zonas verdes, destacando-se a Hufeisensiedlung (Colônia
da Ferradura, 1925-1930), de Taut e Wagner. Der Ring desapareceu em 1933 após o advento do
nazismo.[29]
Neues Bauen
Neues Bauen (novo edifício) foi o nome que se deu em arquitetura à Nova Objetividade, reação directa aos
excessos estilísticos da arquitetura expressionista e o câmbio no estado de ânimo nacional, no que
predominava o componente social sobre o individual. Arquitetos como Bruno Taut, Erich Mendelsohn e
H P l i lt f i l f i l áti d N Obj ti id d A N
Hans Poelzig voltaram-se para o enfoque simples, funcional e prático da Nova Objetividade. A Neues
Bauen floresceu no breve período entre a adoção do plano Dawes e o auge do nazismo, abrangendo
exposições públicas como o Weissenhof Estate, o amplo
planejamento urbano e projetos de promoções públicas de Taut e
Ernst May, e os influentes experimentos da Bauhaus.
Escultura
A escultura expressionista não teve um selo estilístico comum,
sendo o produto individual de vários artistas que refletiram na sua
obra quer a temática quer a distorção formal próprias do
expressionismo. Destacam-se especialmente três nomes:
Os membros de Die Brücke (Kirchner, Heckel, Schmidt-Rottluff) também praticaram a escultura, a partir da
sua experimentação com a xilografia, que levou à talha da madeira, material que resultava muito
conveniente para a sua expressão intimista da realidade pois a grosseria e o aspecto irregular desse
conveniente para a sua expressão intimista da realidade, pois a grosseria e o aspecto irregular desse
material, o seu aspecto bruto e inacabado, até mesmo primitivo, traziam a perfeita expressão do seu
conceito do ser humano e da natureza. Percebe-se nestas
obras a influência da arte africana e oceânica, da qual
gabavam a sua simplicidade e o seu aspecto totêmico, que
transcende a arte para ser objeto de comunicação
transcendental.[33]
Pintura
A pintura desenvolveu-se nomeadamente em torno de dois
grupos artísticos: Die Brücke, fundado em Dresden em 1905,
e Der Blaue Reiter, fundado em Munique em 1911. No pós-
guerra, o movimento Nova Objetividade surgiu como
contrapeso ao individualismo expressionista defendendo uma
atitude mais comprometida socialmente, embora técnica e
formalmente fosse um movimento herdeiro do
expressionismo. Os elementos mais característicos das obras
de arte expressionistas são a cor, o dinamismo e o sentimento.
O fundamental para os pintores de princípios de século não
era refletir o mundo de maneira realista e fiel — justo ao
contrário dos impressionistas — mas, sobretudo, expressar o
seu mundo interior. O objetivo primordial dos expressionistas
era transmitir as suas emoções e sentimentos mais profundos.
O expressionismo teve uma notável presença, além de em Berlim, Munique e Dresden, na região da
Renânia, donde procediam Macke, Campendonk e Morgner, bem como outros artistas como Heinrich
Nauen, Franz Henseler e Paul Adolf Seehaus. Em 1902, o filántropo Karl Ernst Osthaus criou o Folkwang
(Sala do povo) de Hagen, com o objetivo de promover a arte moderna, adquirindo numerosas obras de
artistas expressionistas, assim como de Gauguin, Van Gogh, Cézanne, Matisse e Munch. Assim mesmo, em
Düsseldorf um grupo de novos artistas fundaram a Sonderbund Westdeutscher Kunstfreunde und Künstler
("Liga especial de amadores da arte e artistas da Alemanha ocidental"), que celebrou diversas exposições
de 1909 a 1911, mudando-se em 1912 para Colônia, onde, a pesar do sucesso desta última exposição, a liga
foi dissolvida.[37]
Die Brücke
Die Brücke ("A ponte") foi fundada a 7 de junho de 1905 em Dresden, formado por quatro estudantes de
arquitetura da Escola Técnica Superior de Dresden: Ernst Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl, Erich Heckel e
Karl Schmidt-Rottluff. O nome foi ideado por Schmidt-Rottluff, simbolizando através de uma ponte a sua
pretensão de estabelecer as bases de uma arte de futuro. Possivelmente a inspiração veio de uma frase de
Assim falou Zaratustra de Nietzsche: "A grandeza do homem é que é uma ponte e não um fim".[39] Em
1906 uniram-se ao grupo Emil Nolde e Max Pechstein, bem como o suíço Cuno Amiet e o holandês
Lambertus Zijl; em 1907, o finlandês Akseli Gallen-Kallela; em 1908, Franz Nölken e o holandês Kees
Van Dongen; e, em 1910, Otto Mueller e o tcheco Bohumil Kubišta. Bleyl separou-se do grupo em 1907,
mudando-se para a Silésia, onde foi professor na Escola de Engenharia Civil, abandonando a pintura. Nos
seus começos, os membros de Die Brücke trabalharam numa pequena oficina situada na Berliner Straße nº
65 de Dresden, adquirido por Heckel em 1906, que eles mesmos decoraram e mobiliaram seguindo as
diretrizes do grupo.[40]
O grupo Die Brücke buscou ligar com o público em geral, tornando-o partícipe das atividades do grupo.
Conceberiam a figura do "membro passivo" que, mediante uma assinatura anual de doze marcos, recebiam
periodicamente um boletim com as atividades do grupo, bem como diversas gravuras (as "Brücke-
Mappen"). Com o tempo, o número de membros passivos ascendeu a sessenta e oito.[41] Em 1906
publicaram um manifesto, Programm, no que Kirchner expressou a sua vontade de convocar a juventude
para um projeto de arte social que transformasse o futuro. Visavam influir na sociedade através da arte,
d d f l á d d d d
considerando-se profetas revolucionários que conseguiriam mudar a sociedade do seu tempo. A intenção
do grupo era atrair qualquer elemento revolucionário que quisesse unir-se; assim o expressaram numa carta
dirigida a Nolde. O seu maior interesse era destruir as velhas
convenções, assim como se estava fazendo na França.
Segundo Kirchner, não podiam pôr-se regras e a inspiração
devia fluir livre e dar expressão imediata às pressões
emocionais do artista. A carga de crítica social que
imprimiram à sua obra valiou os ataques da crítica
conservadora que os tachou de serem um perigo para a
juventude alemã.[42]
sintetizada em obras sobre banhistas, que os seus membros realizaram preferentemente entre 1909 e 1911
nas suas estadias nos lagos próximos a Dresden: Alsen, Dangast, Nidden, Fehmarn, Hiddensee,
Moritzburg, etc. São obras nas quais expressam um naturismo sem rodeios, um sentimento quase panteísta
de comunhão com a natureza, al mesmo tempo que tecnicamente vão depurando a sua paleta, num
processo de deformação subjetiva da forma e da cor, que adquire um significado simbólico.[39]
Em 1911 a maioria de artistas do grupo instalaram-se em Berlim, iniciando a sua carreira em solitário. Na
capital alemã receberam a influência do cubismo e do futurismo, patente na esquematização das formas e
no uso de tons mais frios a partir de então. A sua paleta tornou-se mais obscura e a sua temática mais
desolada, melancólica, pessimista, perdendo o selo estilístico comum que tinham em Dresden para percorrer
caminhos cada vez mais divergentes, iniciando cada um o seu.[48] Uma das maiores exposições na que
participaram os membros de Die Brücke foi a Sonderbund de Colônia de 1912, na que Kirchner e Heckel
receberam a encomenda de decorarem uma capela, que teve um grande sucesso.[49] Ainda assim, em 1913
aconteceu a dissolução formal do grupo, devido à recusa que provocou nos seus companheiros a
publicação da história do grupo (Crônica da sociedade artística de Die Brücke) por parte de Kirchner, na
qual se outorgava uma especial relevância que não foi admitida pelo restante de membros.[50]
Der Blaue Reiter (O Ginete Azul) surgiu em Munique em 1911, agrupando Wassily Kandinsky, Franz
Marc, August Macke, Paul Klee, Gabriele Münter, Alfred Kubin, Alexej von Jawlensky, Lyonel Feininger,
Heinrich Campendonk e Marianne von Werefkin. O nome do grupo foi escolhido por Marc e Kandinsky
tomando café num terraço, após uma conversação onde coincidiram no seu gosto pelos cavalos e pela cor
azul, embora seja de sublinhar que Kandinsky já pintara um quadro com o título O Ginete Azul em 1903
(Coleção E.G. Bührlle, Zurique).[57] De novo, mais que um selo estilístico comum compartilhavam uma
(Coleção E.G. Bührlle, Zurique). De novo, mais que um selo estilístico comum compartilhavam uma
visão da arte, na que imperava a liberdade criadora do artista e a expressão pessoal e subjetiva das suas
obras. Der Blaue Reiter não foi uma escola nem um
movimento, mas um agrupamento de artistas com
inquietudes similares, centrados num conceito da arte
não como imitação, mas como expressão do interior
do artista.[58]
Os membros do grupo mostraram o seu interesse pelo misticismo, pelo simbolismo e pelas formas da arte
que consideravam mais genuínas: a primitiva, a popular, a infantil e a de doentes mentais. Der Blaue Reiter
destacou-se pelo uso da aquarela, frente à gravura utilizada nomeadamente por Die Brücke. Também cabe
destacar-se a importância outorgada à música, que acostuma assimilar-se à cor, o que facilitou a transição de
uma arte figurativa para uma mais abstrata.[61] De igual forma, nos seus ensaios teóricos mostraram a sua
predileção pela forma abstrata, na que viam um grande conteúdo simbólico e psicológico, teoria que
ampliou Kandinsky na sua obra Do espiritual na arte (1912), na que procura uma síntese entre a
inteligência e a emotividade, defendendo que a arte se comunica com o nosso espírito interior, e que as
obras artísticas podem ser tão expressivas quanto a música.[57] Kandinsky expressa um conceito místico da
arte, com influência da teosofia e da filosofia oriental: a arte é expressão do espírito, sendo as formas
artísticas reflexo dele. Como no mundo das ideias de Platão, as formas e sons ligam com o mundo espiritual
através da sensibilidade, da percepção. Para Kandinsky, a arte é uma linguagem universal, acessível a
qualquer ser humano. O caminho da pintura devia ser desde a pesada realidade material até a abstração da
visão pura, com a cor como meio, por isso desenvolveu toda uma complexa teoria da cor: em A Pintura
como arte pura (1913) sustém que a pintura é já um ente separado, um mundo em si mesmo, uma nova
forma do ser, que age sobre o espectador através da vista e que provoca nele profundas experiências
espirituais.[62]
Der Blaue Reiter organizou diversas exposições: a primeira foi na Galeria Thannhäuser de Munique,
inaugurada a 18 de dezembro de 1911 com o nome I Ausstellung der Redaktion des Blauen Reiter ("I
Exposição dos Diretores do Ginete Azul").[63] Foi a mais homogênea, pois havia uma clara influência
mútua entre todos os componentes do grupo, dissipada mais adiante por uma maior individualidade de
todos os seus membros. Expuseram obras Macke, Kandinsky, Marc, Campendonk e Münter e, como
convidados, Arnold Schönberg — compositor mas autor também de obras pictóricas —, Albert Bloch,
David e Vladimir Burliuk, Robert Delaunay e o Aduaneiro Rousseau. A segunda exposição decorreu na
Galeria Hans Goltz em março de 1912, dedicada a aquarelas e obras gráficas, confrontando o
expressionismo alemão com o cubismo francês e o suprematismo russo. A última grande exposição
aconteceu em 1913 na sede de Der Sturm em Berlim, em paralelo ao primeiro "Salão de Outono"
celebrado na Alemanha.[64]
Um dos maiores quadros do grupo foi a publicação do
Almanaque (maio de 1912), por ocasião da exposição organizada
em Colônia pelo Sonderbund. Foi realizado em colaboração com
o galerista Heinrich von Tannhäuser e com Hugo von Tschudi,
diretor dos museus de Baviera. Junto a numerosas ilustrações,
recolhia diversos textos dos membros do grupo, dedicados à arte
moderna e com numerosas referências à arte primitiva e exótica.
A teoria pictórica do grupo era mostrada, centrada na importância
da cor e na perda da composição realista e do caráter imitativo da
arte, frente a uma maior liberdade criativa e uma expressão mais
subjetiva da realidade. Falava-se igualmente dos pioneiros do
movimento (Van Gogh, Gauguin, Cézanne, Rousseau), no que
se incluía tanto aos membros de Die Brücke e Der Blaue Reiter
como a Matisse, Picasso e Delaunay. Também se incluiu a
música, com referências a Schönberg, Webern e Berg.[65]
Neue Sachlichkeit
A "Nova Objetividade" surgiu como recusa do Novembergruppe, cuja falta de compromisso social
rejeitavam. Assim, em 1921, um grupo de artistas dadaístas —entre os quais se encontravam George Grosz,
Otto Dix, Rudolf Schlichter e Hanna Höch.— apresentaram-se como "Oposição ao Grupo de Novembro",
redigindo uma Carta aberta a este. O termo "Nova Objetividade" foi concebido pelo crítico Gustav
Friedrich Hartlaub para a exposição Nova Objetividade. Pintura alemã desde o expressionismo, celebrada
em 1925 na Kunsthalle de Mannheim. Segundo palavras de Hartlaub: "o objetivo é superar as
mesquindades estéticas da forma através de uma nova objetividade nascida do desgosto para a sociedade
burguesa da exploração".[83]
Em paralelo à Nova Objetividade surgiu o denominado "realismo mágico", nome proposto igualmente por
Hartlaub em 1922 mais difundido sobretudo por Franz Roh no seu livro Pós-expressionismo. Realismo
mágico (1925). O realismo mágico situou-se mais à direita da Nova Objetividade —embora fosse
igualmente eliminado pelos nazis—, e representava uma linha mais pessoal e subjetiva que o grupo de
Grosz e Dix. Frente à violência e dramatismo dos seus coetâneos objetivos, os realistas mágicos elaboraram
uma obra mais acalmada e intemporal, mais sereia e evocadora, transmissora de uma quietude que visava a
p , , q q
pacificar os ânimos após a guerra. O seu estilo era próximo do da pintura metafísica italiana, visando a
captar a transcendência dos objetos para além do mundo visível. Entre as suas figuras destacaram-se Georg
Schrimpf, Alexander Kanoldt, Anton Räderscheidt, Carl Grossberg e Georg Scholz.[84]
George Grosz: procedente do dadaísmo, interessado pela arte popular. Mostrou desde novo
na sua obra um intenso desgosto pela vida, que se tornou após a guerra em indignação. Na
sua obra analisou fria e metodicamente a sociedade do seu tempo, desmistificando as
classes dirigentes para mostrar o seu lado mais cruel e despótico. Carregou especialmente
contra o exército, a burguesia e o clero, em séries como O rosto da classe dominante (1921)
ou Ecce Homo (1927), em cenas onde predomina a violência e o sexo. As suas
personagens costumam ser mutilados de guerra, assassinos, suicidas, burgueses ricos e
rechonchudos, prostitutas, vagabundos, em figuras sucintas, silhuetadas em poucos traços,
como bonecos. Tecnicamente, empregou recursos de outros estilos, como o espaço
geometrizante do cubismo ou a captação do movimento do futurismo.[85]
Otto Dix: iniciado no realismo tradicional, com influência de Hodler, Cranach e Durero, em
Dix a temática social, patética, direta e macabra da Nova Objetividade ficava enfatizada
pela representação realista e minuciosa, quase diáfana, das suas cenas urbanas, povoadas
pelo mesmo tipo de personagens que retratava Grosz: assassinos, aleijados, prostitutas,
burgueses e mendigos. Expôs fria e metodicamente os horrores da guerra, as carniçarias e
matanças que presenciou como soldado: assim, na série A Guerra (1924), inspirou-se na
obra de Goya e de Callot.[86]
Max Beckmann: de formação acadêmica e começos próximos do impressionismo, o horror
da guerra levou-o, como aos seus companheiros, a plasmar cruamente a realidade que o
envolvia. Acusou então a influência de antigos mestres como Grünewald, Brueghel e
Hieronymus Bosch, junto a novas contribuições como o cubismo, do qual tomou o seu
conceito de espaço, que se torna na sua obra em um espaço agoniante, quase
claustrofóbico, no qual as figuras têm um aspecto de solidez escultórica, com contornos
muito delimitados. Na sua série O inferno (1919) fez um retrato dramático do Berlim do pós-
guerra, com cenas de grande violência, com personagens torturados, que berram e se
retorcem de dor.[86]
Conrad Felixmüller: fervente opositor da guerra, durante a contenda assumiu a arte como
compromisso político. Ligado ao círculo de Pfemfert, editor da revista Die Aktion, moveu-se
no ambiente antimilitarista de Berlim, que recusava o esteticismo na arte, defendendo uma
arte comprometida e de finalidade social. Influenciado pelo colorido de Die Brücke e pela
decomposição cubista, simplificou o espaço como formas angulares e quadriláteros, que
ele denominava "cubismo sintético". A sua temática focou-se em operários e nas classes
sociais mais desfavorecidas, com um forte componente de denúncia.[87]
Christian Schad: membro do grupo dadaísta de Zurique (1915-1920), onde trabalhou com
papel fotográfico —as suas "schadografias"—, dedicou-se posteriormente ao retrato, em
retratos frios e desapassionados, estritamente objetivos, quase desumanizados, estudando
com olhada sóbria e científica as personagens que retrata, reduzidas a simples objetos, sós
e isoladas, sem capacidade de se comunicarem.[84]
Ludwig Meidner: membro do grupo Die Pathetiker (Os Patéticos) junto a Jakob Steinhardt e
Richard Janthur, o seu principal tema foi a cidade, a paisagem urbana, que mostrou em
cenas abigarradas, sem espaço, com grandes multidões e edifícios angulosos de precário
equilíbrio, num ambiente opressivo, angustioso. Na sua série Paisagens apocalípticas
(1912-1920) retratou cidades destruídas, que ardem ou estouram, em vistas panorâmicas
que mostram mais friamente o horror da guerra.[88]
Karl Hofer: iniciado num certo classicismo próximo a Hans von Marées, estudou em Roma e
Paris onde o surpreendeu a guerra e foi feito prisioneiro durante três anos fato que marcou
Paris, onde o surpreendeu a guerra e foi feito prisioneiro durante três anos, fato que marcou
profundamente o desenvolvimento da sua obra, com figuras atormentadas, de gestos
vacilantes, em atitude estática, enquadradas em desenhos claros, de cores frias e
pincelada pulcra e impessoal. As suas figuras são solitárias, de aspecto pensativo,
melancólico, denunciando a hipocrisia e a loucura da vida moderna (O casal, 1925;
Homens com tochas, 1925; O quarto preto, 1930).[89]
Outros artistas
O grupo de Viena
Escola de Paris
Denomina-se Escola de Paris a um grupo heterodoxo de artistas que trabalharam em Paris no período entre-
guerras (1905—1940), ligados a diversos estilos artísticos como o pós-impressionismo, o expressionismo, o
cubismo e o surrealismo. O termo abrange uma grande variedade de artistas, tanto franceses quanto
estrangeiros que residiam na capital francesa no intervalo entre as duas guerras mundiais. Naquela época,
Paris era um fértil centro de criação e difusão artística, tanto pelo seu ambiente político, cultural e
econômico, quanto por ser a origem de diversos movimentos da vanguarda, como o fauvismo e o cubismo,
além de ser lugar de residência de grandes mestres como Picasso, Braque, Matisse e Léger. Também era um
notável centro de colecionismo e de galerias de arte. A maioria de artistas residia nos bairros de Montmartre
e Montparnasse, e caracterizava-se pela sua vida mísera e boêmia.[99]
Na Escola de Paris houve uma grande diversidade estilística, se bem que a maioria estiveram ligados com
maior ou menor intensidade ao expressionismo, embora interpretado de jeito pessoal e heterodoxo: artistas
como Amedeo Modigliani, Chaïm Soutine, Jules Pascin e Maurice Utrillo foram conhecidos como Les
maudits ("Os malditos"), pela sua arte boêmia e torturada, reflexo de um ambiente notâmbulo, miserável e
desesperado. Por outro lado, Marc Chagall representa um expressionismo mais vitalista, mais dinâmico e
colorista, sintetizando a sua iconografia russa natal com o colorido fauvista e com o espaço cubista.[100]
Amedeo Modigliani: instalou-se em Montmartre em 1906, onde se reunia em "O coelho ágil"
com Picasso, Max Jacob, Apollinaire, Soutine, etc. Influenciado pelo simbolismo e pelo
maneirismo (Pontormo, Parmigianino), dedicou-se nomeadamente à paisagem, o retrato e o
nu, com figuras alongadas inspiradas nos mestres italianos do Cinquecento. Hedonista,
procurava a felicidade, o agradável, pelo qual não lhe interessava a corrente destrutiva
nietzscheana do expressionismo alemão. Nas suas obras sublinhava com força o contorno,
de linhas fluidas, herdeiras do arabesco modernista, enquanto o espaço se formava por
justaposição de planos de cor. Os seus retratos eram de grande introspeção psicológica, ao
que contribuía uma certa deformação e a transmissão desse ar melancólico e desolado
próprio da sua visão boêmia e angustiada da vida. Dedicou-se também à escultura, com
influência de Brâncuşi, bem como maneirista e africana, com obras simétricas, alongadas,
frontais, próximas à escultura arcaica grega.[101]
Marc Chagall: instalado em Paris em 1909, realizou obras de caráter onírico, próximas a um
certo surrealismo, distorcendo a realidade ao seu capricho. Empregava uma gama de cor
exaltada, principal nexo de união com o expressionismo alemão —embora ele não se
considerasse expressionista—, em temas populares e religiosos, com desproporção e falta
de interesse pela hierarquização na narração dos fatos. Influenciado pelo fauvismo, o
cubismo e o futurismo, as suas cenas encontram-se num espaço irreal, alheio a regras de
perspectiva ou de escala, num mundo no que evoca as suas lembranças infantis e os temas
populares russos e judeus, misturados com o mundo dos sonhos, com a música e com a
poesia. Tomou de Delaunay a transparência de planos e cores, bem como a criação de
espaço através da cor e da simultaneidade temporária mediante a justaposição de
imagens. Entre 1914 e 1922 voltou para a Rússia, onde foi comissário cultural na Escola de
Belas-Artes de Vitebsk. De volta para Paris, evoluiu para o surrealismo.[102]
Georges Rouault: ligado em princípio ao simbolismo —foi discípulo de Gustave Moreau— e
ao fauvismo, a sua temática de índole moral —centrada no religioso— e o seu colorido
obscuro acercaram-no ao expressionismo. As suas obras mais emblemáticas foram as de
nus femininos, com um ar amargo e desagradável, com figuras lânguidas e esbranquiçadas
(Odaliscas, 1907); cenas circenses, nomeadamente de palhaços, com ar caricaturesco,
sublinhando notavelmente os contornos (Cabeça de um palhaço trágico, 1904); e cenas
religiosas, com desenho mais abstrato e colorido mais intenso (A Paixão, 1943). A obra de
Rouault —especialmente as obras religiosas— tinha uma forte carga de denúncia social, de
increpação para os vícios e defeitos da sociedade burguesa; até mesmo numa temática
i f ti l d i ti d i t õ
como a circense enfatizava o seu lado mais negativo e deprimente, sem concessões
cômicas ou sentimentais, com um aspecto sórdido e cruel. Sentia predileção pelo guache e
pela aquarela, com tons obscuros e superfícies salpicadas, em camadas superpostas de
pigmentos translúcidos, com um grafismo de linhas quebradas que enfatizava a
expressividade da composição.[103]
Jules Pascin: de origem búlgara e ascendência judaica, instalou-se em Paris após breves
estadias em Berlim, Viena e Praga; em 1914 transladou-se aos Estados Unidos, voltando
para Paris em 1928 até o seu suicídio dois anos depois. A sua obra expressava o
desarraigo e a alienação do desterrado, bem como as obsessões sexuais que marcaram
desde a sua adolescência. Nos seus inícios mostrou a influência do fauvismo e do cubismo,
bem como de Toulouse-Lautrec e Degas nos nus. Tinha uma delicada técnica, com uma
linha finamente sugestionada e uma cor de tons iridescentes, mostrando nos seus despidos
um ar lânguido e evanescente.[104]
Chaïm Soutine: russo de família judaica, instalou-se em Paris em 1911. A sua
personalidade violenta e autodestrutiva provocava uma relação apaixonada com a sua
obra, levando-o muitas vezes a romper os seus quadros, e refletindo-se numa pincelada
forte e incontrolada e uma temática angustiosa e desolada, como no seu Boi aberto de cima
a baixo (1925), inspirado no Boi esfolado de Rembrandt. Pintor impulsivo e espontâneo,
tinha uma necessidade irrefreável de plasmar imediatamente na tela a sua emotividade
interior, motivo pelo qual as suas obras carecem de qualquer preparação prévia.
Influenciado por Rembrandt, El Greco e Tintoretto, o seu colorido é intenso, expressando
com a direção das pinceladas os sentimentos do artista. Assim mesmo, segue o rasto de
Van Gogh na impulsividade do gesto pictórico, sobretudo nas suas paisagens.[105]
Maurice Utrillo: artista boêmio e torturado, a sua atividade artística foi paralela à sua adição
ao álcool. De obra autodidata e com certo aspecto naïf, dedicou-se nomeadamente à
paisagem urbana, retratando magistralmente o ambiente popular do bairro de Montmartre,
enfatizando o seu aspecto de solidão e opressão, refletido com uma técnica depurada e
linear, de certa herança impressionista.[106]
Outros artistas que desenvolveram a sua obra no seio da Escola de Paris foram Lasar Segall, Emmanuel
Mané-Katz, Pinchus Krémègne, Moïse Kisling, Michel Kikoïne e o japonês Tsuguharu Foujita.
Outros países
Bélgica: o expressionismo belga foi herdeiro do simbolismo
primitivista, acusando igualmente uma forte influência do
pintor renascentista flamengo Pieter Brueghel, o Velho, bem
como a de James Ensor, mestre dos expressionistas belgas.
O primeiro grupo surgiu em 1914 na colônia de artistas de
Sint-Martens-Latem, integrado por Albert Servaes, Gustave
Van de Woestijne, Gustave De Smet, Frits Van den Berghe e
Constant Permeke. Contudo, a guerra dispersou o grupo:
Permeke refugiou-se na Grã-Bretanha, e De Smet e Van den
Berghe em Holanda. Fora do seu ambiente receberam
numerosas influências, nomeadamente do cubismo e da arte
africana. Passada a guerra, o expressionismo belga reviveu
com notável força, sobretudo em torno à revista Selection e à
galeria do mesmo nome, em Bruxelas. As influências do
momento foram a do cubismo e da Escola de Paris, Fertilidade, de Frits Van den
plasmadas num certo ar monumental e um enfoque social Berghe, Kunstmuseum aan
tendente ao ruralismo, com cenas costumbristas inspiradas Zee, Oostende
nos clássicos flamengos. O movimento perdurou
praticamente até o começo da Segunda Guerra Mundial, se
bem que com um contínuo declínio desde 1930 [107]
bem que com um contínuo declínio desde 1930.[ ]
Brasil: neste país temos a presença de Cândido Portinari, pintor de renome universal. De
família pobre, estudou na Escola Nacional de Belas Artes de Rio de Janeiro. Em 1929
viajou para Europa, estabelecendo-se em Paris após percorrer Espanha, a Itália e
Inglaterra, para voltar em 1931. Com influência de Picasso, na sua obra expressou o mundo
dos pobres e desfavorecidos, dos operários e os agricultores. Outro nome a destacar-se
seria o de Anita Malfatti, considerada a introdutora das vanguardas europeias e norte-
americanas no Brasil. Em 1910 viajou para Berlim, onde estudou com Lovis Corinth. A sua
obra caracterizou-se pelas cores violentas, em retratos, nus, paisagens e cenas populares.
Desde 1925 abandonou o expressionismo e começou uma carreira mais convencional.[108]
O xilógrafo carioca Oswaldo Goeldi, também é um representante do Expressionismo no
Brasil juntamente com Lívio Abramo e Lasar Segall. Na Europa frequentou diversos ateliês
onde aprimorou suas habilidades, aproximando-se da xilogravura, técnica muito difundida
pelos Expressionistas Alemães da Die Brücke. Na década de 30 lançou o Álbum 10
Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi e foi prolífico gravador, tendo trabalho quase
exclusivamente com a Xilogravura até sua morte em 1961.[109]
Literatura
A literatura expressionista desenvolveu-se em três fases principais: de 1910 a 1914, de 1914 a 1918 —
coincidindo com a guerra— e de 1918 a 1925. Aparecem como temas destacados —assim como na pintura
— a guerra, a urbe, o medo, a loucura, o amor, o delírio, a natureza e a perda da identidade individual.
Nenhum outro movimento até a data apostara de igual maneira pela deformidade, a doença e a loucura
como o motivo das suas obras. Os escritores expressionistas criticaram a sociedade burguesa da sua época,
o militarismo do governo do cáiser, a alienação do indivíduo na era industrial e a repressão familiar, moral e
religiosa, pelo qual se sentiam vazios, sós, entediados, numa profunda crise existencial. O escritor apresenta
a realidade do seu ponto de vista interior, expressando sentimentos e emoções mais do que impressões
sensitivas. Já não se imita a realidade, não se analisam causas nem fatos, mas o autor busca a essência das
coisas, mostrando a sua particular visão. Assim, deformam a realidade mostrando o seu aspecto mais
terrível e descarnado, adentrando-se em temáticas até então proibidas, como a sexualidade, a doença e a
morte, ou enfatizando aspectos como o sinistro, o macabro, o grotesco. Formalmente, recorrem a um tom
épico exaltado patético renunciando à gramática e às relações sintáticas lógicas com uma linguagem
épico, exaltado, patético, renunciando à gramática e às relações sintáticas lógicas, com uma linguagem
precisa, crua, concentrada. Procuram a significação interna do mundo, abstraindo-o numa espécie de
romantismo trágico que vai do misticismo socializante de Werfel
ao absurdo existencial de Kafka. O mundo visível é uma prisão
que impede atingir a essência das coisas; se tem de superar as
barreiras do tempo e do espaço, à procura da realidade mais
"expressiva".[119]
O expressionismo foi difundido por revistas como Der Sturm e Die Aktion, bem como o círculo literário
Der Neue Club, fundado em 1909 por Kurt Hiller e Erwin Loewenson, reunindo-se no Neopathetisches
Cabaret de Berlim, no qual realizavam leituras de poesia e davam conferências. Mais tarde Hiller, por
desavenças com Loewenson, fundou o cabaré literário GNU (1911), que desempenhou o papel de
plataforma para difundir a obra de novos escritores. Der Sturm apareceu em Berlim em 1910, editada por
Herwarth Walden, sendo centro difusor da arte, da literatura e da música expressionistas, contando também
com uma editorial, uma livraria e uma galeria artística. Die Aktion foi fundada em 1911 em Berlim por
Franz Pfemfert, com uma linha mais comprometida politicamente, sendo um órgão da esquerda alemã.
Outras revistas expressionistas foram Der Brenner (1910-1954), Die weißen Blätter (1913-1920) e Das
junge Deutschland (1918-1920).[121]
A Primeira Guerra Mundial implicou uma forte comoção para a literatura expressionista: enquanto alguns
autores consideraram a guerra como uma força arrasadora e renovadora que acabaria com a sociedade
burguesa, para outros o conflito cobrou tintes negativos, plasmando na sua obra os horrores da guerra. No
pós-guerra, e em paralelo ao movimento da Nova Objetividade, a literatura adquiriu maior compromisso
social e de denúncia da sociedade burguesa e militarista que levou a Alemanha ao desastre da guerra. As
obras literárias desta época adquiriram um ar documental, de reportagem social, perceptível em obras como
A montanha mágica (1924) de Thomas Mann e Berlim Alexanderplatz (1929) de Alfred Döblin.[122]
Narrativa
A narrativa expressionista implicou uma profunda renovação a respeito da prosa tradicional, tanto temática
como estilisticamente, supondo uma contribuição imprescindível ao desenvolvimento do romance moderna
tanto alemã como europeia. Os autores expressionistas procuravam uma nova forma de captar a realidade, a
evolução social e cultural da era industrial. Portanto, rejeitaram o encadeamento argumental, a sucessão
espaço-tempo e a relação causa-efeito próprios da literatura realista de raiz positivista. Por outro lado,
i t d i i lt id d b d ã ló i j it d ló i di i
introduziram a simultaneidade, quebrando a sucessão cronológica e rejeitando a lógica discursiva, com um
estilo que amostra mas não explica, no que o próprio autor é apenas um observador da ação, na qual as
personagens evoluem autonomamente. Na prosa expressionista a
realidade interior é destacada sobre a exterior, a visão do
protagonista, a sua análise psicológica e existencial, na qual as
personagens expõem a sua situação no mundo, a sua identidade,
com um sentimento de alienação que provoca condutas
desordenadas, psicóticas, violentas, irreflexivas, sem lógica nem
coerência. Esta visão plasmou-se em uma linguagem dinâmica,
concisa, elíptica, simultânea, concentrada, sintaticamente
deformada.[123]
Poesia
Teatro
O teatro foi um meio idôneo para a plasmação emocional do expressionismo, pois o seu caráter
multiartístico, que combinava a palavra com a imagem e a ação, era ideal para os artistas expressionistas,
fosse qual for a sua especialidade. Assim, além do teatro, naquela época proliferaram os cabarés, que uniam
representação teatral e música, como em Die Fledermaus (O Morcego), em Viena; Die Brille (Os Óculos),
em Berlim; e Die elf Scharfrichter (Os Onze Verdugos), em Munique. No teatro expressionista predominou
a temática sexual e psicanalítica, talvez por influência de Freud, cuja obra A interpretação dos sonhos
apareceu em 1900. Assim mesmo, os protagonistas costumavam serem seres angustiados, solitários,
torturados, isolados do mundo e despojados de todo tipo de convencionalismo e aparência social. O sexo
representava violência e frustração, a vida sofrimento e angustia.[127]
Os principais dramaturgos expressionistas foram Georg Kaiser, Fritz von Unruh, Reinhard Sorge, Ernst
Toller, Walter Hasenclever, Carl Sternheim, Ernst Barlach, Hugo von Hofmannsthal e Ferdinand Bruckner.
Cabe sublinhar também a figura do produtor e diretor teatral Max Reinhardt, diretor do Deutsches Theater,
que se destacou pelas inovações técnicas e estéticas que aplicou à cenografia expressionista: experimentou
com a iluminação, criando jogos de luzes e sombras, concentrando a iluminação num sítio ou personagem
para captar a atenção do espectador, ou fazendo variar a intensidade das luzes, que se entrecruzam ou
opunham. A sua estética teatral foi adaptada posteriormente ao cinema, sendo um dos traços distintivos do
cinema expressionista alemão. Finalmente, caberia assinalar que no expressionismo se formaram duas
f d d l â d l d d d
figuras de grande relevância no teatro moderno internacional: o diretor Erwin Piscator, criador de uma nova
forma de fazer teatro que denominou "teatro político", experimentando uma forma de espetáculo didático
que aplicou mais tarde Brecht no Berliner Ensemble. Em 1927 criou o seu próprio teatro (Piscatorbühne),
no que aplicou os princípios ideológicos e cênicos do teatro político. Bertolt Brecht foi o criador do "teatro
épico", assim designado em contraste com o teatro dramático. Quebrou com a tradição do naturalismo e do
neorromantismo, transformando radicalmente tanto o senso do texto literário quanto a forma de o
espetáculo ser apresentado, e tentando que o público deixasse de ser um simples espectador-receptor para
desenvolver um papel ativo.
Música
O expressionismo outorgou muita importância à música, ligada estreitamente à arte sobretudo no grupo Der
Blaue Reiter: para estes artistas, a arte é comunicação entre indivíduos, por meio da alma, sem necessidade
de um elemento externo. O artista tem de ser criador de signos, sem a mediação de uma linguagem. A
música expressionista, seguindo o espírito das vanguardas, visava a desligar a música dos fenômenos
objetivos externos, sendo instrumento unicamente da atividade criadora do compositor e refletindo
nomeadamente o seu estado anímico, fora de toda regra e toda convenção, tendendo à esquematização e às
construções lineais, em paralelo à geometrização das vanguardas pictóricas do momento.[128]
A música expressionista procurou a criação de uma nova linguagem musical, libertando a música, sem
tonalidade, deixando que as notas fluíssem livremente, sem intervenção do compositor. Na música clássica,
a harmonia era baseada na cadência tônica-subdominante-dominante-tônica, sem dentro de uma tonalidade
suceder notas estranhas à escala. Contudo, desde Wagner, a sonoridade adquiriu maior relevância a respeito
da harmonia, ganhando importância as doze notas da escala. Assim, Arnold Schönberg criou o
dodecafonismo, sistema baseado nos doze tons da escala cromática —as sete notas da escala tradicional
mais os cinco semítonos—,utilizados em qualquer ordem, mas em séries, sem repetir uma nota antes de as
outras sonarem. Assim é evitada a polarização, a atração a centros tonais. A série dodecafônica é uma
estrutura imaginária, sem tema nem ritmo. Cada série tem 48 combinações, por inversão, retrogradação ou
inversão da retrogradação, e começando por cada nota, o que produz uma série quase infinita de
combinações. A destruição da hierarquia na escala musical é equivalente, na pintura, à eliminação da
perspectiva espacial renascentista efetuada igualmente pelas vanguardas pictóricas. O dodecafonismo foi
seguido pelo ultracromatismo, que ampliou a escala musical a graus inferiores ao semitono —quartos ou
sextos de tom—, como na obra de Alois Hába e Ferruccio Busoni.[129]
Entre os músicos expressionistas destacaram-se especialmente Arnold Schönberg, Alban Berg e Anton
Webern, trio que formou a chamada Segunda Escola de Viena:
Com a Nova Objetividade e a sua visão mais realista e social da arte surgiu o conceito de Gebrauschmusik
(música utilitária), baseada no conceito de consumo de massas para elaborar obras de construção simples e
acessíveis para todo o mundo. Eram obras de marcado caráter popular, influenciadas pelo cabaret e pelo
jazz, como o Balé triádico (Triadisches Ballet, 1922) de Oskar Schlemmer, que conjugava teatro, música,
cenografia e coreografia. Um dos seus máximos expoentes foi Paul Hindemith, um dos primeiros
compositores em criar faixas sonoras para cinema, bem como pequenas peças para afeicionados e colegiais
e obras cômicas como Novidades do dia (Neues vom Tage, 1929). Outro expoente foi Kurt Weill,
colaborador de Brecht em diversas obras como Die Dreigroschenoper ("A Ópera dos Três Vinténs", 1928),
na qual a música popular, de ar cabareteiro e ritmos dançáveis, contribui para distanciar a música do drama
e quebrar a ilusão cênica, remarcando o seu caráter de ficção.[133]
Ópera
A ópera expressionista desenvolveu-se em paralelo às novas vias de estudo pela música atonal ideada por
Schönberg. O espírito renovador da mudança de século, que levou todas as artes a uma ruptura com o
passado e a buscarem um novo impulso criador, conduziu este compositor austríaco a criar um sistema onde
todas as notas tivessem o mesmo valor e a harmonia fosse substituída pela progressão de tons. Schönberg
compôs duas óperas nesse contexto: Moses und Aron (composta desde 1926 e inacabada) e De hoje a
manhã (Von Heute auf Morgen, 1930). Mas sem dúvida a grande ópera do atonalismo foi Wozzeck (1925),
de Alban Berg, baseada na obra teatral de Georg Büchner, ópera romântica enquanto a temática mais de
complexa estrutura musical, experimentando com todos os recursos musicais disponíveis desde o
classicismo até a vanguarda, do tonal ao atonal, do recitativo a música, da música popular à música
sofisticada de contraponto dissonante. Obra de forte expressão psicológica, ao tratar de um demente
angustiado por imagens paranoicas a música torna-se também demencial, expressando simbolicamente o
interior de uma pessoa desquiciada, os mais profundos resquícios do inconsciente. Na sua segunda ópera,
Lulu, baseada em duas dramas de Wedekind, Berg abandonou o expressionismo atonal e mudou para o
dodecafonismo.[134]
Um dos principais antecedentes da ópera expressionista foi Os Marcados (Die Gezeichneten, 1918), de
Franz Schreker, ópera de grande complexidade que requeria uma orquestra de 120 músicos. Baseada num
drama renascentista italiano, era uma obra de temática sombria e torturada, plenamente imersa no espírito
drama renascentista italiano, era uma obra de temática sombria e torturada, plenamente imersa no espírito
deprimente do pós-guerra. A música era inovadora, radical, de sonoridade enigmática, com uma coloratura
instrumental audaz e brilhante. Em 1927 Ernst Krenek estreou a sua ópera Jonny ataca (Jonny spielt auf),
que conseguiu um notável sucesso e foi a ópera mais representada do momento. Com grande influência do
jazz, Krenek experimentou com as principais tendências musicais da época: neorromantismo,
neoclassicismo, atonalidade, dodecafonismo. Considerado como "músico degenerado", em 1938 refugiou-
se nos Estados Unidos, ao tempo que os nazis inauguravam a exposição Entartete Musik (Música
degenerada) em Düsseldorf —em paralelo à amostra de arte degenerada, Entartete Kunst—, onde
atacavam a música atonal, o jazz e as obras de músicos judeus. Outro grande sucesso foi a ópera O Mistério
de Heliane (Das Wunder der Heliane, 1927), de Erich Wolfgang Korngold, obra de certo erotismo com
uma esquisita partitura concebida em escala épica que creia uma grande dificuldade para os intérpretes.
Outras óperas deste autor foram Die Tote Stadt, Der Ring des Polykrates e Violanta. Com a instauração do
Anschluss em 1938, Korngold emigrou para os Estados Unidos.
Erwin Schulhoff compôs em 1928 a sua ópera Flammen, versão do clássico Don Juan, com cenografia de
Zdeněk Pesánek, pioneiro da arte cinética. Obra de corte fantástico, percebe-se certa influência do teatro
chinês, no que cabe todo o inimaginável, decorrendo todo tipo de situações paradoxais e absurdas.
Schulhoff abandonou assim as regras teatrais aristotélicas vigentes até então no teatro e a ópera para um
novo conceito de posta em cena, que entende o teatro como um jogo, um espetáculo, uma fantasia que
transborda a realidade e leva a um mundo de sonhos. Combinando diferentes estilos, Schulhoff afastou-se
da tradicional ópera alemã iniciada com Wagner e culminada no Wozzeck de Berg, acercando-se por outro
lado à ópera francesa, em obras como o Pelléas et Mélisande de Debussy ou o Cristóvão Colombo de
Milhaud.
Berthold Goldschmidt, professor de direção de orquestra da Berlin Hochschule für Musik, adaptou em
1930 "O Magnífico Cornudo" (Der gewaltige Hanrei) de Crommelynck, estreada em 1932, se bem que a
sua condição de judeu provocou que fosse imediatamente retirada, emigrando então para a Grã-Bretanha.
Finalmente, Viktor Ullmann desenvolveu a sua obra no campo de concentração de Theresienstadt
(Terezín), onde os nazis provaram um sistema de "ghetto modelo" para desviar a atenção do extermínio de
judeus que estavam realizando. Com uma grande dose de autogoverno, os reclusos podiam exercer
atividades artísticas, podendo assim compor a sua ópera Der Kaiser Von Atlantis (1944). Admirador de
Schönberg e da "atonalidade romântica" de Berg, Ullmann criou uma obra de grande riqueza musical
inspirada tanto na tradição como nas principais inovações da música de vanguarda, com uma temática
relativa à morte de grande tradição na literatura musical alemã. Contudo, antes do seu estreio foi proibida
pelas SS, que encontrou certa similaridade entre o protagonista e a figura de Hitler, e o autor foi enviado ao
campo de Auschwitz.[135]
Dança
A dança expressionista surgiu no contexto de inovação que o novo espírito vanguardista contribuiu para a
arte, sendo reflexo de uma nova forma de entender a expressão artística. Como nas demais disciplinas
artísticas, a dança expressionista implicou uma ruptura com o passado —neste caso o ballet clássico—,
buscando novas formas de expressão baseadas na liberdade do gesto corporal, liberto das ataduras da
métrica e do ritmo, onde adquire maior relevância a auto-expressão corporal e a relação com o espaço. Em
paralelo à reivindicação naturista que ocorre na arte expressionista —sobretudo em Die Brücke—, a dança
expressionista reivindicou a liberdade corporal, ao mesmo tempo que as novas teorias psicológicas de
Freud influíram numa maior introspeção na mente do artista, o que se traduziu numa tentativa da dança de
expressar o interior, de libertar o ser humano das suas repressões.
A dança expressionista coincidiu com Der Blaue Reiter no seu conceito espiritualista do mundo, visando a
captar a essência da realidade e transcendê-la. Rejeitavam o conceito clássico de beleza, o que se expressa
num dinamismo mais abrupto e áspero que o da dança clássica. Ao mesmo tempo, aceitavam o aspecto
mais negativo do ser humano o que subjaz no seu inconsciente mas que é parte indissolúvel do mesmo A
mais negativo do ser humano, o que subjaz no seu inconsciente mas que é parte indissolúvel do mesmo. A
dança expressionista não evitou mostrar o lado mais obscuro do indivíduo, a sua fragilidade, o seu
sofrimento, o seu desamparo. Isto traduz-se numa corporalidade
mais contraída, numa expressividade que inclui todo o corpo, ou
até mesmo na preferência por dançar descalços, o que implica um
maior contato com a realidade, com a natureza.
Depois da guerra, a dança teve uma época de grande auge, pois o aumento de um público visando esquecer
os desastres da guerra comportou uma grande proliferação de teatros e cabarés. Coreógrafos e dançarinos
expressionistas começaram a viajar por todo o mundo, difundindo os seus sucessos e ideais e ajudando ao
crescimento e consolidação da dança moderna. No entanto, a crise econômica e o advento do nazismo
levaram ao declínio da dança expressionista. Contudo, as suas contribuições seguiram vigentes na obra de
coreógrafos como Kurt Jooss e bailarinas como Pina Bausch, chegando a sua influência até a atualidade e
evidenciando a contribuição essencial da dança expressionista para a dança contemporânea.
Cinema
O expressionismo não chegou ao cinema até passada a
Primeira Guerra Mundial, quando já praticamente
desaparecera como corrente artística, sendo substituída pela
Nova Objetividade. Contudo, a expressividade emocional e a
distorção formal do expressionismo tiveram uma perfeita
tradução à linguagem cinematográfica, sobretudo graças à
contribuição do teatro expressionista, cujas inovações cênicas
foram adaptadas com grande sucesso no cinema. O cinema
expressionista passou por diversas etapas: do expressionismo
puro —chamado por vezes "caligarismo"— evoluiu para um
certo neorromantismo (Murnau), e deste para o realismo
crítico (Pabst, Siodmak, Lupu Pick), para terminar no
sincretismo de Lang e no naturalismo idealista do
Kammerspielfilm. Entre os principais cineastas expressionistas
caberia destacar-se Robert Wiene, Paul Wegener, Friedrich
Wilhelm Murnau, Fritz Lang, Georg Wilhelm Pabst, Paul
Leni, Josef von Sternberg, Ernst Lubitsch, Lupu Pick, Robert
Siodmak, Arthur Robison e Ewald André Dupont.
O cinema alemão contava com uma importante indústria desde o final do século XIX, sendo Hamburgo a
sede da primeira Exposição Internacional da Indústria Cinematográfica em 1908. Contudo, antes da guerra
o nível artístico das suas produções era mais bem baixo, com produções genéricas orientadas ao consumo
familiar, adscritas ao ambiente burguês e conservador da sociedade guilhermina. Tão somente a partir de
1913 começaram a ser realizadas produções de maior relevo artístico, com maior uso de exteriores e
melhores decorados, desenvolvendo a iluminação e a montagem. Durante a guerra a produção nacional foi
potenciada, com obras tanto de gênero quanto de autor, destacando-se a obra de Paul Wegener, iniciador do
cinema fantástico, gênero habitualmente considerado o mais tipicamente expressionista. Em 1917 foi criado
por ordem de Hindenburg seguindo uma ideia do general Ludendorff a UFA (Universum Film Aktien
por ordem de Hindenburg —seguindo uma ideia do general Ludendorff— a UFA (Universum Film Aktien
Gesellschaft), apoiada pelo Deutsche Bank e a indústria alemã, para promover o cinema alemão fora das
suas fronteiras.[139] O selo UFA caracterizou-se por uma série de inovações técnicas, como a iluminação
focal, os efeitos especiais —como a sobreimpressão—, os movimentos de câmara —como a "câmara
desencadeada"—, o desenho de decorados, etc. Era um cinema de estudo, com um marcado componente
de pré-produção, que assegurava um claro controle do diretor sobretudo os elementos que incorriam no
filme. Por outro lado, a sua montagem lenta e pausada, as suas elipses temporárias, criavam uma sensação
de subjetividade, de introspeção psicológica e emocional.[140]
As primeiras obras do cinema expressionista nutriram-se de lendas e antigas narrações de corte fantástico e
misterioso, quando não terrorífico e alucinante: O estudante de Praga (Paul Wegener e Stellan Rye, 1913),
sobre um novo que vende a sua imagem refletida nos espelhos, baseada no Peter Schlemihl de Chamisso;
O Golem (Paul Wegener e Henrik Galeem, 1914), sobre um homem de barro criado por um rabino judeu;
Homunculus (Otto Rippert, 1916), precursora nos contrastes em branco e preto, os choques de luz e
sombra. O gabinete do doutor Caligari (Robert Wiene, 1919), sobre uma série de assassinatos cometidos
por um sonâmbulo, converteu-se na obra mestra do cinema expressionista, pela recriação de um ambiente
opressivo e angustioso, com decorados de aspecto estranhamente anguloso e geométrico —paredes
inclinadas, janelas em forma de flecha, portas cuneiformes, chaminés oblíquas—, iluminação de efeitos
dramáticos —inspirada no teatro de Max Reinhardt—, e maquilhagem e vestuário que salientam o ar
misterioso que envolve todo o filme.[138]
Paradoxalmente, Caligari foi mais o final de um processo que o começo de um cinema expressionista, pois
o seu caráter experimental era dificilmente assimilável por uma indústria que buscava produtos mais
comerciais. As produções posteriores continuaram com maior ou menor intensidade a base argumental de
Caligari, com histórias geralmente baseadas em conflitos familiares e uma narração efetuada com
flashbacks, e uma montagem oblíqua e anacrônica, especulativa, fazendo que o espectador interprete a
história; por outro lado, perderam o espírito artístico de Caligari, a sua revolucionária cenografia, a sua
expressividade visual, em favor de um maior naturalismo e plasmação mais objetiva da realidade.[141]
Na década de 1920 aconteceram os principais sucessos do cinema expressionista alemão: Ana Bolena
(Lubitsch, 1920), As três luzes (Lang, 1921), Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens (Murnau, 1922), O
doutor Mabuse (Lang, 1922), Sombras (Robison, 1923), Sylvester (Pick, 1923), Os Nibelungos (Lang,
1923-1924), O homem das figuras de cera (Leni, 1924), As mãos de Orlac (Wiene, 1924), O último
(Murnau, 1924), Bajo a máscara do prazer (Pabst, 1925), Tartufo (Murnau, 1925), Varieté (Dupont,
1925), Fausto (Murnau, 1926), O amor de Jeanne Nei (Pabst, 1927), Metropolis (Lang, 1927), A caixa de
Pandora (Pabst, 1929), O anjo azul (Sternberg, 1930), M, o vampiro de Düsseldorf (Lang, 1931).
Desde 1927, coincidindo com a introdução do cinema sonoro, uma câmbio de direção na UFA comportou
um novo rumo para o cinema alemão, de corte mais comercial, visando a imitar o sucesso conseguido pelo
cinema americano produzido por Hollywood. Para então a maioria de diretores estabeleceram-se em
Hollywood ou Londres, o que comportou o fim do cinema expressionista como tal, substituído por um
cinema cada vez mais germanista que pronto foi instrumento de propaganda do regime nazi. Contudo, a
estética expressionista incorporou-se ao cinema moderno através da obra de diretores como Carl Theodor
Dreyer, Carol Reed, Orson Welles e Andrzej Wajda.[142]
Fotografia
A fotografia expressionista desenvolveu-se nomeadamente durante a Ficheiro:Blossfeldt 55a.jpg
República de Weimar, constituindo um dos principais focos da fotografia "Feto", de Karl Blossfeldt
europeia de vanguarda. A nova sociedade alemã do pós-guerra, no seu
afã quase utópico de regenerar o país após os desastres da guerra,
recorreu a uma técnica relativamente nova como a fotografia para romper com a tradição burguesa e
construir um novo modelo social baseado na colaboração entre classes sociais. A fotografia da década de
1920 seria herdeira das fotomontagens antibelicistas criadas pelos dadaístas durante a contenda, e
aproveitaria a experiência de fotógrafos procedentes do leste que pararam na Alemanha após a guerra, o
que levaria para a elaboração de um tipo de fotografia de grande qualidade tanto técnica como artística.
Assim mesmo, em paralelo à Nova Objetividade surgida após a guerra, a fotografia tornou-se um meio
privilegiado de captar a realidade sem rodeios, sem manipulação, conjugando a estética com a precisão
documental. Os fotógrafos alemães criaram um tipo de fotografia baseada na nitidez da imagem e da
utilização da luz como meio expressivo, modelando as formas e destacando-se as texturas. Este tipo de
fotografia teve ressonância internacional, gerando movimentos paralelos como a photographie pure
francesa e a straight photography norte-americana. Houve um grande auge durante esta época da imprensa
gráfica e as publicações, tanto de revistas como de livros ilustrados. A conjunção de fotografia e tipografia
levou a criação do chamado "foto-tipo", com um desenho racionalista inspirado na Bauhaus. Também
tomou importância a publicação de livros e revistas especializados em fotografia e em desenho gráfico,
como Der Querschnitt, Gebrauchsgraphik e Das Deutsche Lichtbild, bem como as exposições, como a
grande demonstração Film und Foto, celebrada em 1929 em Stuttgart por iniciativa da Deutscher
Werkbund, da qual surgiu o ensaio de Franz Roh Foto-Auge.[143]
O mais destacado fotógrafo expressionista foi August Sander: estudante de pintura, mudou para a
fotografia, abrindo um estudo de retrato em Colônia. Dedicou-se ao retrato, criando um projeto quase
enciclopédico que visava a catalogar objetivamente o alemão da República de Weimar, retratando
personagens de qualquer estamento social, partindo da premissa de que o indivíduo é fruto das
circunstâncias históricas. Em 1929 apareceu o primeiro tomo de O rosto do nosso tempo (Antlitz der Zeit),
do qual não surgiram mais ao ser vetado pelos nazistas, que não gostavam da imagem da Alemanha
captada por Sander, ao que destruíram 40 000 negativos. Os retratos de Sander eram frios, objetivos,
científicos, desapaixonados, mas por esse motivo resultavam de uma grande eloquência pessoal,
sublinhando a sua individualidade.[144]
Outros destacados fotógrafos foram: Karl Blossfeldt, professor de forja numa escola de artes aplicadas, em
1890 começou na fotografia nomeadamente para obter modelos para os seus trabalhos em metal,
especializando-se em fotografia de vegetais, recopilando o seu trabalho em 1928 com o título Formas
originais da arte (Urformem der Kunst). Albert Renger-Patzsch estudou química em Dresden, começando
na fotografia, da qual deu classes na Folkwangschule de Essen. Especializou-se na fotografia publicitária,
publicando vários livros sobre o mundo técnico e industrial: em 1927 publicou Die Halligen, sobre
paisagens e gentes das ilhas da Frísia oriental, e em 1928 O mundo é formoso (Die Welt ist schön). Hans
Finsler, especializado em naturezas-mortas; estudou arquitetura e história da arte, sendo professor em Halle
an der Saale de 1922 a 1932. Criou em Zurique o departamento fotográfico da Kunst Gewerbeschule, onde
se formaram numerosos fotógrafos, como Werner Bischof e René Burri. Werner Mantz estudou na
Bayerische Staatslehranstalt für Photographie de Munique, especializando-se na fotografia da arquitetura,
ilustrando as principais construções do racionalismo Entre 1937 e 1938 retratou o mundo dos mineiros em
ilustrando as principais construções do racionalismo. Entre 1937 e 1938 retratou o mundo dos mineiros em
Maastricht. Willy Zielke, de origem polonesa, estudou fotografia em Munique. Dedicou-se nomeadamente
à evolução social e industrial da Alemanha, rodando um documentário sobre o desemprego operário
(Arbeitlos, 1932), que foi proibido pelos nazistas.
Ver também
Vanguardismo
Arte abstrata
Arquitetura expressionista
História do cinema
História da fotografia
Pós-impressionismo
Modernismo
Arte moderna
Vanguarda
Música expressionista
Surrealismo
Referências
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Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em castelhano, cujo título é
«expresionismo».
Bibliografia
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ISBN 84-345-5362-7
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[S.l.]: Larousse Planeta,
Ligações externas
HistoriaDaArte.com.br (http://www.historiadaarte.com.br/expressionismo.html)
ArtesBR (http://www.artesbr.hpg.ig.com.br/Educacao/11/interna_hpg1.html)
em espanhol
p
Esta«Expressionismo. Arte»
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última vez às 12h35min de 23 de novembro de 2021.
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