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2 - UNIFEI - 11/2021
NOMES: Jeane Auxiliadora da Silva e Tharcyllyanny Hayanny Germano dos Santos
1. Introdução
Este capítulo tem como objetivo elencar principais características do CLP como,
componentes, ciclo de operação, funções e formas de programação. Além disso, será descrita
a placa P070 (CLP WEG Clic02) da bancada experimental do laboratório desta disciplina.
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microprocessador, memórias e circuitos auxiliares e 12 Vcc para comunicação com o
programador ou computador), bem como manter a carga da bateria e fornecer tensão para
alimentação das entradas e saídas (12 ou 24 Vcc).
A CPU é responsável pelo funcionamento lógico de todos os circuitos. A bateria
utilizada em CLP tem por finalidade manter a alimentação do circuito do relógio em tempo
real e manter parâmetros ou programas (quando se utiliza memória do tipo RAM), mesmo em
falta de energia elétrica.
A memória do programa monitor é responsável pelo funcionamento geral do CLP,
gerenciando todas as atividades do CLP. Este programa não pode ser alterado pelo usuário,
sendo armazenado em memórias do tipo PROM, EPROM ou EEPROM, e funciona de forma
semelhante ao sistema operacional dos computadores.
Na memória do usuário é armazenado o programa desenvolvido pelo usuário, o qual
pode ser alterado, tornando flexível a programação. Este programa geralmente é armazenado
em memórias do tipo RAM, EPROM, EEPROM E FLASH-EPROM, cuja capacidade varia
de acordo com a marca e o modelo de CLP.
A memória de dados tem por finalidade armazenar os dados do programa do usuário,
tais como valores de temporizadores, contadores, senhas, etc. Geralmente, a memória de
dados utiliza partes da memória RAM do CLP.
A memória imagem das entradas e saídas armazena informações dos estados das
entradas e saídas do CLP, funcionando como uma tabela onde a CPU buscará informações
durante o processamento do programa de usuário.
Os circuitos auxiliares são circuitos responsáveis pela proteção de falhas na operação
do CLP, tais como: evitar o acionamento indevido das saídas quando da energização do CLP,
evitar perda de informações em caso de desenergização do CLP e evitar erros de
processamento, identificando falhas no microprocessador e emitindo informações de erro.
Os módulos de entradas e saídas são circuitos de interface destinados a adequar
eletricamente os sinais de entrada, a fim de que sejam processados pela CPU, bem como
adequar eletricamente os sinais de saída, a fim de que possam atuar nos dispositivos
controlados pelo CLP.
O controle e o processamento das informações de entrada e saída é feito de forma
sequencial, através de ciclos de varredura, conforme mostra a Figura 2.
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obtidas em uma memória chamada “memória imagem das entradas e saídas”. Esta memória
será consultada pelo CLP durante o processamento do programa do usuário. Ao executar o
programa do usuário, o CLP consulta a memória imagem das entradas, atualizando a
memória imagem das saídas, de acordo com as instruções do programa do usuário. Após
atualizar a memória imagem das saídas, o CLP atualiza as interfaces ou módulos de saída,
iniciando então um novo ciclo de varredura.
A programação do CLP se baseia no ato de codificar instruções que possam ser
interpretadas pelo dispositivo. A norma IEC 61131 determina o padrão global para
programação do CLP, dividindo-as em textuais e gráficas com possibilidade de aplicação
híbrida.
A Linguagem Ladder (LD) é uma linguagem gráfica baseada na lógica de relés e
contatos elétricos para a realização de circuitos de comandos de acionamentos. Por ser a
primeira linguagem utilizada pelos fabricantes, é a mais difundida e encontrada em quase
todos os CLPs da atual geração. Bobinas e contatos são símbolos utilizados nessa linguagem.
Os símbolos de contatos programados em uma linha representam as condições que serão
avaliadas de acordo com a lógica. Como resultado determinam o controle de uma saída, que
normalmente é representada pelo símbolo de uma bobina.
Lista de Instruções (IL), a linguagem textual, é inspirada na linguagem assembly e de
característica puramente sequencial, é caracterizada por instruções que possuem um operador
e, dependendo do tipo de operação, podem incluir um ou mais operandos, separados por
vírgulas. É indicada para pequenos CLPs ou para controle de processos simples.
Texto Estruturado (ST) é uma linguagem textual de alto nível e muito poderosa,
inspirada na linguagem Pascal, que contém todos os elementos essenciais de uma linguagem
de programação moderna, incluindo as instruções condicionais (IF-THEN-ELSE e CASE
OF) e instruções de iterações (FOR, WHILE e REPEAT). Como o seu nome sugere, encoraja
o desenvolvimento de programação estruturada, sendo excelente rara a definição de blocos
funcionais complexos, os quais podem ser utilizados em qualquer outra linguagem IEC.
Diagrama de Blocos de Funções (FBD) é uma das linguagens gráficas de
programação, muito popular na Europa, cujos elementos são expressos por blocos
interligados, semelhantes aos utilizados em eletrônica digital. Essa linguagem permite um
desenvolvimento hierárquico e modular do software, uma vez que podem ser construídos
blocos de funções mais complexos a partir de outros menores e mais simples. Normalmente
os blocos são construídos utilizando a linguagem de texto estruturada.
O Seqüenciamento Gráfico de Funções (SFC) é uma linguagem gráfica que permite a
descrição de ações sequenciais, paralelas e alternativas existentes numa aplicação de controle.
Como é descendente direto do Grafcet, o SFC fornece os meios para estruturar uma unidade
de organização de um programa num conjunto de etapas separadas por transições. A cada
etapa está associado um conjunto de ações. A cada transição está associada uma
receptividade que terá de ser satisfeita para que a transposição da transição ocorra, e assim o
sistema evolua para a etapa seguinte.
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recebem os sinais de saída de dispositivos como, chave fim de curso, sensores indutivos e
capacitivos e botões e chaves de comandos. Já as saídas do CLP são saídas do tipo relé o
que significa que o controlador não fornece energia para o restante do circuito, ele atua
chaveando os contatos NA presentes nas saídas. Portanto, os terminais da saída do CLP
devem ser alimentados com a tensão de uma fonte externa. Por meio dos terminais L e N do
CLP é realizada a alimentação de forma que o terminal N é conectado ao neutro e o terminal
L é conectado a uma fase.
O Controlador Lógico Programável também possui um display LCD, por meio do
qual é possível a interação com o usuário. Além disso, há os botões de apagar, cancelar,
selecionar e confirmar, pelos quais é possível realizar decisões.
Na Figura 3 é possível verificar o significado do código 10HR-A do Clic-02.
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Para que as CPUs dos CLPs possam realizar as suas funções de controle, elas
precisam receber informações externas. Para realizar essa tarefa existem módulos de entrada,
ou seja, módulos que servirão de interface entre os sinais provenientes do processo a ser
controlado e a CPU.
Esses módulos têm a função de tornar compatíveis os níveis de sinais de tensão e
corrente que são provenientes dos sensores de campo, com o nível de sinal com o qual a CPU
pode receber suas informações.
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verdes), P062 (botoeiras vermelhas) e por fim a placa P070, CLP. A Figura 6 ilustra o
diagrama elétrico para o acionamento das duas lâmpadas utilizando o CLP.
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Figura 7: Montagem circuito para acionamento de lâmpadas com CLP.
a b
Figura 8. Contato virtual (a) NA e (b) NF.
As bobinas virtuais são responsáveis por alterar a saída (escrever na tabela imagem de
saída) cujo endereço está associado a ela. Quando uma bobina está desenergizada, o contato
NA continua aberto e quando energizada o contato abre. Já o contato NF, se mantém fechado
enquanto a bobina está desenergizada e abre quando a bobina é energizada. Existem outros
dois tipos de bobinas, a set(Latch) e a reset(Unlatch), essas bobinas escrevem na memória
apenas quando estão energizadas, a set escreve 1 enquanto a reset escreve 0. Na Figura 9
temos os símbolos de cada bobina.
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a b c
Figura 9. Bobina (a) comum, (b) set e (c) reset.
Figura 10: Exemplo de programa Ladder: contato virtual I1 aciona bobina virtual Q1
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Figura 13.Programa para acionamento de lâmpadas 2.
4.4 Acionamento de uma lâmpada com chaves sem travas e com retenção de saída
Na programação com set e reset, foi removido o contato I02 da primeira linha, em
seguida a bobina comum Q01 foi substituída por uma bobina de do tipo set também
denominada Q01. Na segunda linha o contato NA, Q01, foi substituído por um contato NF,
I02 e adicionada uma bobina do tipo reset . Este programa irá funcionar da mesma forma que
o programa com retenção de selo apresentado anteriormente. A Figura 15 ilustra a
programação realizada.
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Neste capítulo será apresentado como projetar um circuito para acionar o MIT em
apenas um sentido, utilizando uma chave sem trava NA para acionar o motor no sentido
direto e uma chave sem trava NF para desligar, além de um relé eletromecânico. Para isto
será implementada a lógica de selo com prioridade de desligamento por meio da programação
Ladder.
A Figura 15-a ilustra circuito de potência de acionamento do MIT, a Figura 15-b
representa o circuito de comando e a Figura 15-c representa o diagrama de partida direta de
um motor em Ladder. Analisando esse diagrama, temos que I1 e I2 representam entradas S5 e
S10 do diagrama de comando, respectivamente e Q1 a saída K1 também do diagrama de
comando. Quando I1 é habilitada, o relé é energizado e, assim, a chave Q1 (contato de selo)
sempre estará ligada, fazendo o relé permanecer ativo independente do estado da chave. O
relé só desligará se pressionada a chave I2.
Figura 15: Diagrama de acionamento do MIT com CLP (a) Circuito de potência, (b)
Diagrama de comando e (c) Circuito de uma partida direta de um motor em Ladder
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terminal de entrada da bobina K1 e o terminal de saída da bobina é ligado à fase S,
concluindo assim a montagem do projeto.
6. Referências:
[1]ZANCAN, Marcos Daniel. Controladores Programáveis: Noções básicas de controladores
programáveis. In: Controladores Programáveis: Noções básicas de controladores
programáveis. Santa Maria, 1 dez. 2011. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4203391/mod_resource/content/0/eTecCLP.pdf.
Acesso em: 2 nov. 2021.
[2] CLP – O que é e como funciona o Controlador Lógico Programável. In: LOPES, Adão
Amaral. CLP – O que é e como funciona o Controlador Lógico Programável. São Paulo, 14
fev. 2019. Disponível em: https://alfacomp.net/2021/03/19/clp-o-que-e-e-como-funciona/.
Acesso em: 2 nov. 2021.
[3] FRANCHI, Claiton Moro. Controladores Lógicos Programáveis: Sistemas Discretos. 1.
ed., 2008.
[4] SILVEIRA, Cristiano Bertulucci. Como Funciona a Linguagem LADDER. In: Como
Funciona a Linguagem LADDER. Sorocaba, 25 jul. 2016. Disponível em:
https://www.citisystems.com.br/linguagem-ladder/. Acesso em: 2 nov. 2021.
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