Você está na página 1de 112

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Campus Feliz

Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio – 1° Ano

Apostila de Matemática

Professor Paulo Roberto Martins Berndt

2014 - 1° Trimestre
Sumário
CONJUNTOS NUMÉRICOS............................................................................................................................................. 3
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS ................................................................................................................ 3
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS .................................................................................................................. 4
Módulo ou Valor Absoluto de um Número ............................................................................................................... 6
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS ............................................................................................................... 7
Determinação da fração geratriz ................................................................................................................................ 9
Um pouco de história sobre os Números Irracionais. ................................................................................................... 11
O Número π ............................................................................................................................................................. 14
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS ....................................................................................................................... 15
INTERVALOS DE NÚMEROS REAIS ...................................................................................................................... 26
Operações com Intervalos ........................................................................................................................................ 28
Sistema Cartesiano Ortogonal ...................................................................................................................................... 32
Par Ordenado ........................................................................................................................................................... 33
Produto Cartesiano ................................................................................................................................................... 34
RELAÇÕES...................................................................................................................................................................... 37
Diagramas de Flechas .............................................................................................................................................. 37
Domínio e Imagem .................................................................................................................................................. 38
Relações definidas por leis entre x e y ..................................................................................................................... 39
FUNÇÕES ........................................................................................................................................................................ 47
A ideia de função ..................................................................................................................................................... 47
Definição de função ................................................................................................................................................. 50
Domínio, Contradomínio e Conjunto Imagem ......................................................................................................... 51
Reconhecendo se um gráfico cartesiano representa uma função ............................................................................. 53
Calculando o valor numérico de uma função em um ponto ..................................................................................... 55
Zeros de uma Função ............................................................................................................................................... 56
Análise de domínio e imagem através do gráfico de uma função ............................................................................ 61
Crescimento e Decrescimento .................................................................................................................................. 65
Estudo do Sinal ........................................................................................................................................................ 67
Construção de gráficos cartesianos .......................................................................................................................... 74
Construindo Gráficos no GeoGebra ......................................................................................................................... 78
Interpretando gráficos de funções ............................................................................................................................ 79
Função Composta ......................................................................................................................................................... 86
Funções Sobrejetoras, Injetoras e Bijetoras.................................................................................................................. 94
Função Sobrejetora .................................................................................................................................................. 94
Função Injetora ........................................................................................................................................................ 95
Função Bijetora ........................................................................................................................................................ 97
Função Inversa ............................................................................................................................................................. 99
Regra prática para o cálculo da Função Inversa ..................................................................................................... 104
Função Par e Função Ímpar ........................................................................................................................................ 106
Função Par ............................................................................................................................................................. 106
Função Ímpar ......................................................................................................................................................... 106

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 2


CONJUNTOS NUMÉRICOS

CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS


Chama-se Conjunto dos Números Naturais – símbolo ℕ – o conjunto construído a partir dos
Axiomas de Peano:
1. 0 é um número natural.
2. Todo número natural tem um único sucessor.
3. 0 não é sucessor de nenhum número natural.
4. Se dois números naturais têm o mesmo sucessor, então os dois números naturais são iguais.
5. Princípio da Indução Matemática.

Assim, ℕ = {0, 1, 2, 3, . . .}.


A representação acima é chamada de “Representação por Extensão” do conjunto dos Números
Naturais, na qual existe uma tentativa de listar todos os elementos do conjunto. Como ℕ é um
conjunto infinito, esta representação é falha, pois ℕ não fica caracterizado completamente, embora
as reticências nos indiquem a ideia de “e assim por diante”, isto é, cada elemento é o sucessor do
elemento antecedente.
Vamos introduzir um símbolo para denotar o conjunto dos números naturais diferentes de zero:
ℕ* = {1, 2, 3, . . .}.

Propriedades dos Números Naturais:


Em relação à SOMA:
• Propriedade Associativa:
∀ a, b, c ∈ ℕ, (a + b) + c = a + (b + c)
• Existência do Elemento Neutro:
a + 0 = 0 + a = a, ∀ a ∈ ℕ
• Propriedade Comutativa:
∀ a, b ∈ ℕ, a + b = b + a.
• Propriedade Cancelativa:
∀ a, b, c ∈ ℕ, a + b = a + c ⇒ b = c.
Em relação à MULTIPLICAÇÃO:
• Propriedade Associativa:
(a · b) · c = a · (b · c), ∀ a, b, c ∈ ℕ.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 3


• Existência do Elemento Neutro:
n · 1 = 1 · n = n, ∀ n ∈ ℕ.
• Propriedade Comutativa:
a ·b = b·a, ∀ a, b ∈ ℕ.
• Distributividade da multiplicação em relação à soma:
(i) (a + b)c = ac + bc, ∀ a, b, c ∈ ℕ.
(ii) a(b + c) = ab + ac, ∀ a, b, c ∈ ℕ.

Relação de Ordem no Conjunto dos Números Naturais:


• x > y ⇔ x está à direita de y na reta numérica orientada, ∀ x, y ∈ ℕ

Na representação gráfica acima, os números naturais são associados a pontos de uma reta orientada
(ou eixo). Sobre esta reta escolhe-se um ponto de origem, associado ao número zero. A partir desta
origem, marcamos à direita, sucessivamente, pontos separados por intervalos de mesmo
comprimento, cuja medida chamaremos de unidade.

Subtração em ℕ
Sejam a e b dois números naturais, se a ≤ b, então existe um número natural c tal que a + c = b.
Podemos, então, definir o número “b menos a”, denotado por b − a, como sendo esse número c.
Assim, por essa definição, c = b − a ⇔ b = a + c.
Observamos que nos números naturais a subtração entre dois números quaisquer nem sempre existe,
pois para definirmos “b menos a” acima necessitamos que a ≤ b. Além disso, muitas propriedades
que valem para a soma não são verdadeiras para a subtração. Um exemplo é a associatividade:
(10 − 4) − 2 = 6 − 2 = 4, mas 10 − (4 − 2) = 10 − 2 = 8.

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS


Chama-se Conjunto dos Números Inteiros – símbolo ℤ – o seguinte conjunto:
ℤ = {...; −4; −3; −2; −1; 0; 1; 2; 3; 4; ...} .

Nota-se que a representação por extensão acima novamente não caracteriza completamente o
conjunto, pois ele é infinito. Podemos recorrer a outro tipo de representação, chamada
“Representação por Compreensão”, na qual um conjunto é caracterizado por uma ou mais

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 4


propriedades. Por exemplo, podemos escrever ℤ = { z = ± n | n ∈ ℕ}, ou seja, o conjunto dos
números inteiros é formado por todos os números da forma ± n , onde n é um número natural.

No conjunto ℤ distinguimos três subconjuntos notáveis:


ℤ+ = {0; 1; 2; 3; 4; ...} = ℕ (chamado de conjunto dos inteiros não negativos);

ℤ – = {...; −4; −3; −2; −1; 0} (chamado de conjunto dos inteiros não positivos);

ℤ* = {...; −4; −3; −2; −1; 1; 2; 3; 4; ...} (chamado de conjunto dos inteiros não nulos).

Estes mesmos três subconjuntos podem ser representados por compreensão:


ℤ+ = { z ∈ ℤ | z ≥ 0 };

ℤ – = { z ∈ ℤ | z ≤ 0 };

ℤ* = { z ∈ ℤ | z ≠ 0 }.

Além do fato de o conjunto ℤ ser um conjunto que contém ℕ, pode-se verificar que estão mantidas
todas as oito propriedades da adição e multiplicação já existentes nos naturais. Acrescentamos agora
uma propriedade que não tínhamos nos naturais:

• Existência do elemento simétrico:


∀a∈ℤ ∃ −a ∈ ℤ tal que a + (−a) = 0.

O elemento “–a” acima é chamado de simétrico de “a”. Devido a esta propriedade, podemos definir
a operação de subtração em ℤ, estabelecendo que a − b = a + ( −b) , ∀a, b ∈ ℤ.

Na representação gráfica, os números inteiros negativos são associados a pontos localizados à


esquerda do zero na reta numérica:

Observação: Assim como no Conjunto dos Naturais, utilizaremos expressões do tipo: o número x
está à direita do número y para indicar que x é maior do que y. Podemos dizer, por exemplo, que 5
está a direita de –2, pois 5 > –2; ou que –10 está à esquerda de –3, pois –10 < –3, etc.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 5


Exercício: Classifique cada uma das seguintes proposições como verdadeira ou falsa:
a) 0 ∈ ℕ b) ( 2 − 3) ∈ ℕ c) ℕ ⊂ ℤ
d) ℕ ∪ ℤ – = ℤ e) ℤ + ∩ ℤ – = Ø f) ( −3) 2 ∈ ℤ –
g) ( −4)( −5) ∈ ℤ + h) 0 ∈ ℤ – i) (5 − 11) ∈ ℤ

Módulo ou Valor Absoluto de um Número


Chama-se módulo de um número, a distância do ponto associado a este número na reta orientada à
origem da mesma.
O módulo de um número x é representado por | x | .
Observe os exemplos:

a) 3 =3

b) 5 =5

c) −4 = 4

d) −6 = 6

É fácil notar que:


• O módulo de um número positivo é o próprio número;
• O módulo de um número negativo é esse número com o sinal trocado;
• O módulo de 0 é 0.
Dessa forma, podemos definir o módulo de um número x em termos formais:
 x, se x ≥ 0
x =
− x, se x < 0

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 6


Vimos que as operações de adição, subtração e multiplicação estão bem definidas em ℤ, no entanto,
4 2
nem toda a divisão de inteiros resulta em um número inteiro. Por exemplo, = 2 ∈ ℤ, mas ∉ ℤ.
2 4
Particularmente, se é dado um número inteiro a ≠ ±1 , o inverso multiplicativo de a não existe em
1
ℤ: ∉ ℤ. Por isso não podemos definir em ℤ a operação de divisão, dando um significado ao
a
a
símbolo . Vamos superar esta dificuldade introduzindo os números racionais.
b

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS


Chama-se Conjunto dos Números Racionais – símbolo ℚ – o conjunto de todos os números que
a
podem ser escritos na forma , onde a e b são inteiros quaisquer e b ≠ 0 .
b
a
Assim, ℚ =  | a ∈ ℤ e b ∈ ℤ  .
*
b 
Exemplos de números racionais:
2 −4 4 3
a) b) c) 0, 4 pois 0,4 = d) 3 pois 3 =
3 5 10 1
a
Observe que todo número inteiro a é racional, pois pode ser escrito na forma .
1

No Conjunto dos Números Racionais são válidas as seguintes definições:


a c
i) Igualdade: = ⇔ ad = bc (Numa proporção, o produto dos meios é igual ao dos extremos).
b d
a c ad + bc
ii) Soma: + =
b d bd
a c ac
iii) Multiplicação: ⋅ =
b d bd

As quatro operações fundamentais estão definidas em ℚ, isto é, se x e y são números racionais

x
quaisquer, então ( x + y ) ∈ ℚ, ( x − y ) ∈ ℚ, x ⋅ y ∈ ℚ e, se y ≠ 0, ∈ℚ.
y
Convém destacar que a divisão por zero é impossível em qualquer conjunto numérico. Assim, não
5 −3 1
têm significado matemático símbolos como: , , , etc.
0 0 0

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 7


Assim como fizemos em ℤ, podemos destacar três subconjuntos notáveis em ℚ:
ℚ + = { q ∈ ℚ | q ≥ 0 }; (conjunto dos racionais não negativos).
ℚ – = { q ∈ ℚ | q ≤ 0 }; (conjunto dos racionais não positivos).
ℚ* = { q ∈ ℚ | q ≠ 0 }; (conjunto dos racionais não nulos).

a
Na fração , a é o numerador e b o denominador. Se a e b são primos entre si, isto é, se
b
a 2 3
mdc (a, b) = 1 , dizemos que é uma fração irredutível. Assim, por exemplo, as frações , e
b 3 7
7 6 6
são irredutíveis, mas não é. Podemos simplificar a fração dividindo numerador e
15 10 10
6 2⋅3 3
denominador por um mesmo fator comum: = = .
10 2 ⋅ 5 5

a
Notamos que todo o número racional possui uma representação decimal. Na passagem de uma
b
notação para outra podem ocorrer dois casos:

1°) O número decimal tem uma quantidade finita de algarismos, isto é, temos uma expansão
decimal exata.
3 1 1 27
Exemplos: = 3; = 0,5 ; = 0,05 ; = 0,027
1 2 20 1000

2°) O número decimal tem uma quantidade infinita de algarismos que se repetem periodicamente,
isto é, é uma dízima periódica.
1 1 2
Exemplos: = 0,3333333 ... = 0, 3 ; = 0,1666666 ... = 0,16 ; = 0,285714285714... = 0, 285714
3 6 7
a
Toda dízima periódica é um número racional, isto é, pode ser escrita na forma , a ∈ ℤ e b ∈ ℤ*.
b
2 2
Por exemplo, 0, 6 = (para comprovar, efetue a divisão de 2 por 3). Nesse caso, dizemos que é
3 3

a fração geratriz da dízima 0, 6 .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 8


Exercícios:
01. Classifique cada uma das proposições como verdadeira ou falsa:
a) ℕ ⊂ ℚ b) ℤ ⊂ ℚ c) 0 ∈ ℚ
 4 11 
d) 517 ∈ ℚ e) 0, 47 ∈ ℚ f)  ,  ⊂ ℚ
7 3 
2 14
g) 1 ∈ ℚ – ℤ h) ∈ ℚ–ℤ i) ∈ ℚ–ℤ
7 2
21 121 131
j) é irredutível k) < l) r ∈ ℚ ⇒ − r ∈ ℚ
14 147 150

15 11 18 47 2
02. Coloque em ordem crescente os seguintes números racionais: , , , 1, e .
16 12 19 48 3

Determinação da fração geratriz


Como exemplo, vamos determinar a fração geratriz da dízima periódica 1,321212121...
Seja x a fração procurada. Então: x = 1,321212121 ...
1° Passo: Multiplicamos o número por uma potência conveniente de dez (isto é, 10, 100, 1000,
etc.), com o propósito de deslocar a vírgula de modo a posicioná-la imediatamente antes do
primeiro período.
Neste exemplo, a vírgula deve deslocar-se uma casa para a direita. Para isso, basta multiplicar o
número por 10. Assim 10 x = 13,21212121 ... [1]
2° Passo: Multiplicamos o número obtido, novamente, por uma potência conveniente de dez, de
modo que a vírgula se desloque e se posicione imediatamente antes do segundo período.
No exemplo, a vírgula deve deslocar-se duas casas para a direita. Para isso, multiplicamos ambos os
membros da igualdade [1] por 100, obtendo a igualdade [2]:
100 ⋅ 10 x = 100 ⋅ 13,21212121...
1000 x = 1321,21212121... [2]
Subtraindo a igualdade [1] da igualdade [2], membro a membro, eliminamos todas as casas
decimais. Em seguida, é só isolar x e simplificar a fração obtida.
1000 x = 1321,212121...
− 10 x = − 13,212121...
990 x = 1321 − 13
1308 218
x= ⇒ x=
990 165

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 9


Observação: Existe dízima periódica de período 9?
Devemos nos lembrar de que fração geratriz é a fração que, pelo método das divisões sucessivas,
origina a representação decimal de uma dízima periódica. Acontece que, aplicando o método das
divisões sucessivas, o período 9 nunca ocorre! (Isso pode ser demonstrado matematicamente).
Logo, dízimas periódicas de período 9 não possuem significado matemático, já que não se
originam de um processo de divisões sucessivas.

Naturalmente surge a questão: “E o número 0,99999999... = 0, 9 ? Seria um número racional?”


Vamos imaginar uma fita de 1 metro de comprimento que é cortada em três pedaços iguais. Logo a

medida de cada pedaço, em metros, é 0,33333333... = 0, 3 . Somando intuitivamente as medidas dos


três pedaços teríamos:
0,33333333...
0,33333333...
+ 0,33333333...
0,99999999...
1 1 1 3
Porém, se pensarmos na soma das frações que representam as partes, teremos + + = = 1.
3 3 3 3

Assim, percebe-se que 0,99999999... = 0, 9 = 1 .


Dessa forma, podemos entender que expansões decimais de período 9, não são dízimas periódicas,
mas representações decimais exatas.

Exercício: Coloque na forma de fração irredutível os seguintes números racionais:


a) 0,4 b) 0, 4 c) 0,32 d) 0, 32 e) 54,2 f) 5, 423

Representação gráfica de um número racional


Além dos números inteiros, todos os outros números racionais podem ser associados a pontos da
reta orientada, de modo que cada número racional fica associado a um único ponto da reta.

3
Exercício: Represente sobre uma reta orientada os seguintes números racionais: − 2 , − , −1,
2
1 2 4 7 6
− , 0 , , 1, , 2 , e .
4 3 3 3 2

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 10


Observação: O conceito de módulo, definido nos inteiros, se estende para todos os demais números
2 2 5 5
racionais. Assim, por exemplo, = e − = .
3 3 8 8

Observação: Os números racionais possuem uma propriedade notável:


“Se a e b são dois números racionais quaisquer e a < b , então sempre existe um número racional
x que está compreendido entre a e b ”.
Em linguagem simbólica, escrevemos: ∀a, b ∈ ℚ e a < b , ∃ x | x ∈ ℚ e a < x < b .
Um conjunto numérico que possui tal propriedade é chamado denso.
O conjunto dos números inteiros não é denso, pois nem sempre entre dois inteiros haverá outro
inteiro. Por exemplo, entre os números 1 e 2 não há qualquer outro número inteiro. Neste caso
dizemos que é ℤ um conjunto discreto.
Desafio: Demonstre que, se a e b são dois números racionais quaisquer, com a < b , então:
a+b
a< < b.
2

Um pouco de história sobre os Números Irracionais.


Os gregos descobriram os números racionais na tentativa de medir qualquer segmento de reta.
Inicialmente eles acreditavam que, dado um segmento de reta qualquer, haveria um número racional
a
que expressaria a medida daquele segmento. Eis que surge o seguinte problema: Qual fração
b
representa exatamente a medida da diagonal de um quadrado de lado 1?
O Teorema de Pitágoras já era conhecido há muito tempo e os
gregos sabiam que para resolver o problema deveriam encontrar o
número d, tal que:
d 2 = 12 + 12
d2 = 2
Isto é, desejavam saber qual era a fração que multiplicada por ela
mesma, resultaria no número 2.
7
Os gregos sabiam que este número era aproximadamente igual a , mas quando tentaram encontrar
5
a fração exata, eles descobriram que ela não existia. Lá estava um número que nunca poderia ser
representado por uma fração, mas este novo tipo de número era necessário para responder uma
pergunta simples: Qual é a raiz quadrada de dois?
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 11
Foi Euclides que demonstrou que a raiz quadrada de dois é um número que não pode ser escrito na
forma de uma fração. Em sua famosa demonstração ele usou o método de Redução ao Absurdo e
começou presumindo que o número d poderia ser escrito na forma de fração. Ele então demonstrou
que esta fração hipotética poderia ser simplificada. (Como já vimos anteriormente, simplificar uma
8
fração significa, por exemplo, encontrar uma fração equivalente a , dividindo-se numerador e
12
4 2
denominador por 2, assim encontraríamos , que pode ser simplificada para , que não pode mais
6 3
ser simplificada e se encontra, portanto, em sua forma irredutível). Euclides mostrou que sua fração

simplificada que ainda representaria 2 , poderia ser simplificada não apenas mais uma vez, mas
um número infinito de vezes, sem jamais ser reduzida a sua forma mais simples. Isto é um absurdo
porque todas as frações devem ter a sua forma irredutível e, portanto, a fração hipotética não pode

existir. Portanto, 2 não pode ser escrito na forma de fração e é um número irracional. Vamos
acompanhar de forma mais detalhada a demonstração de Euclides:
p
Primeiramente, supomos que 2= .
q
p2
Elevando os dois membros da igualdade ao quadrado, temos: 2 = .
q2
Reorganizando a equação, encontramos: 2 q 2 = p 2 .
Logo o número p 2 deve ser par, já que é múltiplo de 2. Além disso, sabemos que um número par
vezes um número par resulta em um número par e que um número ímpar vezes um número ímpar
resulta em um número ímpar. Portanto, se o quadrado perfeito p 2 é par então podemos afirmar que
p também é par. Mas se p é par, então ele pode ser escrito como 2m , onde m é um inteiro
qualquer. Substituindo p = 2 m na equação encontramos: 2 q 2 = ( 2 m ) 2 = 4 m 2 .
Dividindo ambos os membros da equação por 2, temos: q 2 = 2m 2 .
Mas, pelos mesmos argumentos que utilizamos anteriormente, nós sabemos que q 2 deve ser par, e
assim o próprio q deve ser par. Então q pode ser escrito como 2n , onde n é algum outro número

p 2m
inteiro (não nulo). Substituindo q = 2 n e p = 2 m na equação inicial: 2= = .
q 2n
2m m
A fração pode ser simplificada se dividirmos numerador e denominador por dois: 2= .
2n n
m p
Agora temos uma fração , que é mais simples do que a fração .
n q

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 12


Contudo, agora nos encontramos em uma posição onde podemos repetir exatamente o mesmo
m g
processo em e no final poderemos produzir uma fração ainda mais simples, chamada . Esta
n h
e
fração pode então ser colocada no mesmo processo e a nova fração, digamos será ainda mais
f
simples. Podemos repetir o mesmo processo infinitamente. Mas nós sabemos que uma fração não
pode ser simplificada um número infinito de vezes. Deve sempre existir uma fração mais simples,
p
irredutível. Mas a fração hipotética não obedece esta regra. Portanto podemos dizer que
q

chegamos a uma contradição, um absurdo matemático! Assim, podemos afirmar que 2 não pode
ser escrito como uma fração, pois se fosse, as consequências seriam absurdas. Portanto, 2 é um
número irracional.

Se tentarmos encontrar a expansão decimal de 2 obteremos:


2 ≈ 1,4142135623730950488016887242097..., uma dízima infinita e não periódica.

A primeira família de números irracionais foi descoberta pelos gregos clássicos, mais precisamente
por Theodoros, em 400 a.C. Esta família é representada através da figura abaixo, que se chama
“Caramujo de Theodoros”.
A sequência de triângulos
retângulos da figura ao lado se
inicia no triângulo retângulo
isósceles de cateto unitário. Cada
novo triângulo retângulo
construído tem como catetos a
hipotenusa do triângulo retângulo
anterior e um segmento unitário.
Aplicando-se sucessivamente o
Teorema de Pitágoras, descobre-
se que todas as hipotenusas são da
forma n , com n ∈ ℕ e n ≥ 2 ,
porém nem todas representam valores irracionais como ocorre, por exemplo, nos segmentos

AE = 4 = 2 e AJ = 9 = 3.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 13


Vamos denotar este novo conjunto de números irracionais pelo símbolo .
Outro recurso para construção de números irracionais se dá por meio de operações entre números
irracionais e números racionais não nulos, como nos exemplos abaixo:
x y
x ∈ ℚ* y∈ x± y x⋅ y
y x
2 2
2 2 2+ 2 ∈ 2 2∈ ∈ ∈
2 2
3 5
3 5 3− 5 ∈ 3 5∈ ∈ ∈
5 3

O Número π
Outro número irracional importantíssimo surge quando dividimos o comprimento C de uma
circunferência por seu diâmetro d.

Esse quociente é representado pela letra grega π (pi):


π ≈ 3,1415926535897932384626433832795...
De fato, π nunca poderá ter sua expansão decimal escrita com exatidão, porque a carreira de
algarismos se prolonga infinitamente sem apresentar qualquer padrão. Arquimedes, partindo de um
hexágono regular, calculou os perímetros e áreas de polígonos regulares de 6, 12, 24, 48 e 96 lados,
10 10
inscritos e circunscritos a uma circunferência e mostrou que 3 <π <3 . Isto significa dizer que
71 70

π está entre 3,14084507042253... e 3,142857142857..., ou seja, Arquimedes obteve uma


aproximação ótima de π , numa época em que não havia nenhuma notação conveniente para
números. A demonstração de que o número π é irracional não será abordada aqui, pois exige
ferramentas matemáticas mais avançadas.
Há outros exemplos de números irracionais, como o número 1,01001000100001000001... que
apesar de apresentar um padrão bem definido (os blocos de zeros aumentam de uma em uma
unidade e são separados por algarismos “um”) não é periódico.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 14


É também irracional o célebre Número de Euler, base dos logaritmos naturais, que é representado
pela letra e ≈ 2,7182818284590452353602874713527... , assim como alguns logaritmos que
futuramente serão estudados, por exemplo: log 2 , log 3 , etc. No estudo da trigonometria também

3
surgirão vários outros exemplos de números irracionais, tais como: cos 30° = , tan 60 ° = 3 ,
2
5 −1
sen 18° = , etc.
4

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS


Chama-se conjunto dos números reais, – símbolo ℝ – o conjunto formado por todos os números
com representação decimal, isto é, as decimais exatas ou periódicas (que são os números racionais)
e as decimais não exatas e não periódicas (chamadas números irracionais).
Portanto, ℝ = ℚ ∪ { }
ou ainda: ℝ = x | x é racional ou x é irracional .

Desse modo, todos os tipos de números estudados até aqui são reais, ou seja, os conjuntos ℕ, ℤ, ℚ e
são todos subconjuntos de ℝ.
Podemos ainda destacar outros três subconjuntos notáveis em ℝ:
ℝ + = { x ∈ ℝ | x ≥ 0 }; (conjunto dos reais não negativos).
ℝ – = { x ∈ ℝ | x ≤ 0 }; (conjunto dos reais não positivos).
ℝ* = { x ∈ ℝ | x ≠ 0 }; (conjunto dos reais não nulos).
Como já estudamos, o conjunto dos números racionais é denso, isto é, entre dois números racionais
quaisquer existem outros infinitos números racionais. No entanto, estes números não preenchem
completamente a reta, isto é, há pontos da reta que não representam racional algum. Por exemplo,

entre os pontos 1,41 e 1,42 existe um ponto que representa 2.

Na figura acima, observamos que 2 não coincide com subdivisão decimal alguma do segmento
compreendido entre 1,41 e 1,42. Podemos ampliar o segmento da reta compreendido entre 1,414 e

1,415, porém o número 2 torna a não coincidir com nenhuma das subdivisões decimais.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 15


Poderíamos agora ampliar o segmento compreendido entre 1,4142 e 1,4143 e novamente

perceberíamos que 2 torna a não coincidir com nenhuma das subdivisões decimais. Podemos
repetir esse processo infinitamente e o número 2 jamais coincidirá com qualquer subdivisão
decimal da reta orientada, pois ele é um número irracional.
Quando representamos também sobre a reta os números irracionais, cada ponto da reta passa a
representar necessariamente um número racional ou irracional (portanto, real), isto é, os reais
preenchem completamente a reta.

Relação de Inclusão nos Conjuntos Numéricos


No diagrama ao lado podemos
visualizar que o conjunto dos
números naturais está contido no
conjunto dos números inteiros,
que está contido no conjunto dos
números racionais, que está
contido no conjunto dos números
reais.

ℕ ⊂ℤ ⊂ℚ ⊂ℝ

Note que = ℝ – ℚ
Exercícios:
01. Classifique cada uma das proposições como verdadeira ou falsa:
a) 3 ∈ ℝ b) ℕ ⊂ ℝ c) ℤ ⊂ ℝ
1
d) ∈ ℝ–ℚ e) 4∈ℝ–ℚ f) 3
4∈ ℝ–ℚ
2

g) ( )
2 −3 3 ∈ ℝ– ℚ h)
3 2
5
∈ ℝ–ℚ i)
3 2
5 2
∈ℚ

02. Mostre que: 4 + 2 3 = 1+ 3 .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 16


Exercícios de Conjuntos Numéricos - Lista N° 1

1. Represente os seguintes conjuntos por


extensão: 6. Represente por compreensão os seguintes
a) A = {x ∈ℕ | x ≤ 6} conjuntos:
a) E = {0; 5; 10; 15; 20; ...}
b) B = {x ∈ℕ | x > 8}
c) C = {x ∈ℕ | 2 ≤ x ≤ 7} b) F = {0; 8; 16; 24; 32; ...}

d) D = {x ∈ ℕ | 30 < x < 100} c) G = {0; 11; 22; 33; 44; ...}

e) E = {x ∈ℕ | 5 < x ≤ 27}
f) F = {x ∈ ℕ* | x < 4}
7. M ( 2) é o conjunto dos múltiplos naturais de 2 e
M (3) é o conjunto dos múltiplos naturais de 3.
2. Considerando ℕ como conjunto universo, a Qual é o conjunto que se obtém com
partir dos conjuntos do exercício anterior, M ( 2 ) ∩ M ( 3) ?
represente por extensão:
a) A 8. Represente por extensão os conjuntos:
b) B a) A = { x | x = n 2 , n ∈ ℕ}
c) C
b) B = {x | x = 2n − 1, n ∈ ℕ*}

3. Represente por compreensão os seguintes


subconjuntos de ℕ: 9. Considere a operação simbolizada pelo sinal ∆
a) {15; 16; 17; 18; ...} e definida pela fórmula: a ∆ b = a 2 + 3b .
Calcule:
b) {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8}
a) 4 ∆ 1
c) {11; 12; 13; 14; 15}
b) 7 ∆ 9
d) {0; 1; 2; 3; ...; 89; 90}
c) (5 ∆ 2) ∆ 3
e) {7; 8; 9; ...; 34; 35}
Nos exercícios de 10 a 13, calcule o valor de cada
4. Represente por extensão os conjuntos T e S: expressão.
T = {x | x = 3k , k ∈ ℕ}
S = {x | x = 7k , k ∈ ℕ} 10. a) 12 − 8 + 3 − 9 − 5 + 15
b) 4 − ( −3) + ( −7 ) − ( +11)

E responda: c) 102 − 501 − 73 + 248


a) Que tipos de números formam o conjunto T? d) − 431 − 203 + 192 − 81
b) Que tipos de números formam o conjunto S?
11. a) 5 ⋅ (−7)
5. Sem representar por extensão, identifique que b) − 8 ⋅ 6
tipos de números formam os seguintes conjuntos: c) − 11 ⋅ ( −9)
a) A = {x | x = 4k , k ∈ ℕ} d) 4 ⋅ ( −3)( −5)
b) B = {x | x = 6k , k ∈ ℕ} e) − 3 ⋅ ( −2)(−7)

c) C = {x | x = 9k , k ∈ ℕ} f) − 2 ⋅ ( −3)(−4)(−5)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 17


12. a) (5 − 3)(17 − 4) 17. Represente os conjuntos a seguir por extensão:
b) (11 − 18)(13 − 10) a) {x ∈ ℤ | x < −3}
c) (7 + 5)(7 − 5) b) {x ∈ ℤ | −7 ≤ x < −2}
d) 4 − 8 ⋅ (3 − 11) − 19 c) {x ∈ ℤ | x ≥ −5}
d) {x | x = 2k , k ∈ ℤ}
13. a) (− 3) 2
e) { x | x = k 2 , k ∈ ℤ}
b) − 3 2

c) (− 2 ) 4
18. Calcule a distância entre os pares de pontos
d) − 24 situados na reta orientada, cujas abscissas são:
e) (−1) 20 a) 7 e 1
f) − 120 b) 6 e − 3
g) 7 − ( 2 ) 3 c) − 9 e − 1
h) − 52 − 92 d) 13 e − 25
i) 3 − 8 ⋅ ( − 4 ) 2 e) − 23 e − 71
f) 214 e − 94
j) − 2 ( − 5 ) 3 + 3( − 3) 3

19. Neste exercício. Considere dois pontos A e B


14. Calcule o valor de cada uma das expressões
situados na reta orientada. A abscissa de A é
para a = 2 e b = −5 :
representada por a e a distância de A e B é
a) a 2 + 2ab + b 2 representada por d . Calcule a abscissa de B nos
b) − a 2 + 2ab − b 2 seguintes casos:
c) a 3 + 3a 2b + 3ab 2 + b 3 a) a = 0 e d = 5
d) a 3 − 3a 2b + 3ab 2 − b 3 b) a = 0 e d = 17
c) a = 3 e d = 4
15. Calcule o valor da expressão d) a = −5 e d = 9
E = 2 x − x − 3x + 2 para os seguintes valores
3 2

de x : 20. Dê os valores de:


a) x = 0 a) 1
b) x = 1 b) − 1
c) x = −1
c) 3
d) x = 2
e) x = −2 d) − 7
f) x = −3 e) 21

16. Escreva os respectivos símbolos e represente f) − 54


por extensão os seguintes subconjuntos de ℤ:
a) inteiros não-positivos 21. Dê o conjunto solução de cada uma das
b) inteiros positivos equações:
c) inteiros não negativos a) x = 6
d) inteiros negativos
b) x = 10
e) inteiros diferentes de zero
c) x + 1 = 7
d) x − 3 = 1

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 18


1
27. Como se lê o símbolo ?
22. Verifique se a sentença seguinte é verdadeira x
ou falsa.
x = 5 ⇔ x 2 = 25 1
28. Por qual número x a divisão é impossível?
x
23. Represente por extensão os conjuntos dos
números inteiros que: Nos exercícios de 29 a 32 calcule o valor de cada
a) possuem módulo menor do que 5 expressão.
b) possuem módulo menor ou igual a 2
c) possuem módulo maior do que 3 3 1
29. a) +
d) possuem módulo maior ou igual a 5 5 4
6 1
24. Represente cada um dos seguintes conjuntos b) −
7 6
por extensão:
2 4 1
a) {x ∈ ℤ | x ≤ 2} c) + − − 3
3 9 4
b) {x ∈ ℤ | x < 4} d) 4 +
1 1 3
− +
c) {x ∈ ℤ | x ≥ 3}
11 2 4

d) {x ∈ ℤ | x > 5} 6 28
30. a) ⋅
7 3
25. Escreva cada um dos seguintes números na 11 39
b) ⋅
a 13 22
forma , com a ∈ ℤ e b ∈ ℤ*:
b 3 5 34
c) ⋅ ⋅
a) 0,7 17 6 15
b) 1,8 3  1  10  28 
d) − ⋅ −  ⋅ ⋅ − 
c) 0,51 5  9  7  15 
d) 0,02
e) 0,002 7 14
31. a) :
f) 0,05
9 3
3 15
g) − 17 b) − :
16 8
h) − 0,6
1 1  2
c)  −  : − 
1 3 2  9
26. Calcule o valor de para:
3  4
x d) :  −  : (− 7 )
7 5  5
a) x = −
8
4 2
b) x =  1 3  7
3 32. a)  −  + ⋅  − 
 5 2  25 
c) x = 9 4
 2  8 23
d) x =
1 b) −  −  : −
9  3  9 27

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 19


Nos exercícios de 33 a 35 calcule os valores 38. Obtenha a fração geratriz de cada uma das
numéricos das expressões algébricas. seguintes dízimas periódicas:
a) 0, 3
2 1
33. − x + x − para:
2
b) 2, 31
3 5
a) x = 2 c) 0, 729
b) x = −3
d) 5,116
3
c) x =
4
39. Se x = 3, 6 e y = 0, 27 , calcule:
3 1 a) x ⋅ y b) x : y
34. x 2 + − para:
x x2 Observação: Escreva a resposta do item b na
a) x = 1 forma de numeral decimal.
b) x = −3
1 40. Calcule 0, 4 .
c) x =
2 Observação: Dê a resposta na forma decimal.

1 Nos exercícios de 41 a 44 efetue os cálculos e


x2 + diga se o resultado obtido em cada caso é racional
35. x para:
1 ou irracional.
x + −1
( ) ( )
x
a) x = −2 41. a) − 1 − 2 3 − 6 + 2 3

b) x =
1 ( ) (
b) 5 − 11 7 − 2 − 8 7 )
c) (2 + 5 ) − (4 + 7 5 ) + (3 + 6 5 )
3 3 3 3
3
c) x = −
4
42. a) 2⋅ 3
36. Calcule o valor da expressão: b) 5⋅ 7
1 c) 2 ⋅ 18
3+
1 3⋅
1+ d) 48
1
2+ e) 3
4 ⋅3 2
3
f) 5
5 ⋅5 5
37. Escreva os seguintes números fracionários na
forma decimal: 43. a) 2 2 −1 ( )
a)
3
b) ( )
31+ 2 3
c) 6 ( 2 − 3 )
5
5
d) 2 ( 2 − 8 )
b)
3

e) ( 3 + 1)( 3 − 1)
1
c)

f) ( 11 − 1)( 11 + 1)
6
4
d) −
9 g) ( 7 − 2 )( 7 + 2 )
h) ( 6 + 10 )( 6 − 10 )

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 20


c) d)
44. a) ( 3 +1 ) 2

b) ( 5 − 2) 2

c) ( 7 + 2 )
2

d) ( 11 − 13 )
2

45. Racionalize os denominadores das seguintes


frações: RESPOSTAS
3 6 1. a) A = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6}
a) f)
8
3 25 b) B = {9; 10; 11; 12; ...}
2 1
b) g) c) C = {2; 3; 4; 5; 6; 7}
5 2 +1
d) D = {31; 32; 33; ...; 98; 99}
8 3
c) h) e) E = {6; 7; 8; ...; 26; 27}
2 5− 2
2 5 f) F = {1; 2; 3}
d) 3 i)
2 6+2
5 2. a) A = {7; 8; 9; 10; ...}
e)
35 b) B = {0; 1; 2; 3; ...; 7; 8}
6

46. Efetue as operações e verifique se o número c) C = {0; 1; 8; 9; 10; 11; ...}


obtido em cada caso é racional ou irracional.
3) a) {x ∈ℕ | x ≥ 15}
a) ( 10 − 1)( 10 + 1)
b) {x ∈ℕ | x ≤ 8}
1 1
b) + c) {x ∈ℕ | 11 ≤ x ≤ 15}
3+ 2 3− 2
d) {x ∈ℕ | x ≤ 90}
2 +1 2 −1
+
e) {x ∈ℕ | 7 ≤ x ≤ 35}
c)
2 −1 2 +1

47. Aplicando o teorema de Pitágoras, calcule os 4. a) T = {0; 3; 6; 9; 12; ...}


lados desconhecidos dos triângulos representados T é o conjunto dos múltiplos naturais de 3.
a seguir: b) S = {0; 7; 14; 21; 28; ...}
a) b)
S é o conjunto dos múltiplos naturais de 7.

5. a) Múltiplos naturais de 4.
b) Múltiplos naturais de 6.
c) Múltiplos naturais de 9.

6. a) E = {x | x = 5k , k ∈ℕ}
b) F = {x | x = 8k , k ∈ ℕ}
c) G = {x | x = 11k , k ∈ ℕ}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 21


7. M ( 2) = {0; 2; 4; 6; 8; 10; 12; 14; ...} 17. a) {...; −7; −6; −5; −4}
M ( 3) = {0; 3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; ...} b) {−7; −6; −5; −4; −3}
M ( 2 ) ∩ M ( 3) = {0; 6; 12; 18; 24; ...} c) {−5; −4; −3; −2; ...}
Assim, M ( 2) ∩ M (3) é o conjunto M ( 6) , isto é, d) {...; −6; −4; −2; 0; 2; 4; 6; ...}
dos múltiplos naturais de 6. e) {0; 1; 4; 9; 16; 25; ...}

8. a) {0; 1; 4; 9; 16; 25; ...}


18.
b) {1; 3; 5; 7; 9; 11; ...} a) 6 c) 8 e) 48
b) 9 d) 38 f) 308
9.
a) 19 b) 76 c) 970 19.
a) 5 ou − 5 c) 7 ou − 1
10. b) 17 ou − 17 d) 4 ou − 14
a) 8 b) − 11 c) − 224 d) 343
20.
11. a) 1 c) 3 e) 21
a) − 35 c) 99 e) − 42 b) 1 d) 7 f) 54
b) − 48 d) 60 f) 120
21.
12. a) S = {−6; 6} c) S = {−8; 6}
a) 26 b) − 21 c) 24 d) 49
b) S = {−10; 10} d) S = {2; 4}

13.
a) 9 e) 1 h) − 106 22. Verdadeira.
b) − 9 f) − 1 i) − 125
c) 16 g) 15 j) 169 23. a) {−4; −3; −2; −1; 0; 1; 2; 3; 4}
d) − 16 b) {−2; −1; 0; 1; 2}
c) {...; −6; −5; −4; 4; 5; 6; ...}
14.
a) 9 b) − 49 c) − 27 d) 343 d) {...; −7; −6; −5; 5; 6; 7; ...}

15. 24. a) {−2; −1; 0; 1; 2}


a) 2 c) 2 e) − 12
b) 0 d) 8 f) − 52 b) {−3; −2; −1; 0; 1; 2; 3}
c) {...; −5; −4; −3; 3; 4; 5; ...}
16. a) ℤ – = {...; −3; −2; −1; 0} d) {...; −8; −7; −6; 6; 7; 8; ...}
b) ℤ = {1; 2; 3; 4; ...}
*
+

c) ℤ + = {0; 1; 2; 3; 4; ...} 25.


7 51 1 17
d) ℤ −* = {...; −3; −2; −1} a) c) e) g) −
10 100 500 1
e) ℤ * = {...; −3; −2; −1; 1; 2; 3; ...} 9 1 1 3
b) d) f) h) −
5 50 20 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 22


26. 38.
8 3 1 1 229 27 307
a) − b) c) d) 9 a) b) c) d)
7 4 9 3 99 37 60

27. O inverso de x . 11 3
39. 3, 6 = e 0, 27 =
3 11
28. Zero. 11 3
a) x ⋅ y = ⋅ =1
3 11
29.
11 3 121
17 29 77 191 b) x : y = : = = 13, 4
a) b) c) − d) 3 11 9
20 42 36 44

4 2
30. 40. 0, 4 = = = 0, 6
3 1 8 9 3
a) 8 b) c) d) −
2 3 45
41. a) − 7 (racional)
31. b) 3 − 3 7 (irracional)
1 1 3 3 c) 1 (racional)
a) b) − c) d)
6 10 4 28
42. a) 6 (irracional)
32. b) 35 (irracional)
19 29
a) − b) − c) 6 (racional)
50 27 d) 12 (racional)
e) 2 (racional)
33. 5
f) 25 (irracional)
43 56 21
a) − b) − c) −
15 5 80
43. a) 2 − 2 (irracional)
34. b) 3 + 6 (irracional)

a) 3 b)
71
c)
9 c) 12 − 18 (irracional)
9 4 d) − 2 (racional)
e) 2 (racional)
35. f) 10 (racional)
4 1
a) − 1 b) c) g) 5 (racional)
3 4 h) − 4 (racional)

37 44. a) 4 + 2 3 (irracional)
36.
10
b) 9 − 4 5 (irracional)
37. c) 9 + 2 14 (irracional)
a) 0,6 b) 1, 6 c) 0,16 d) − 0, 4 d) 24 − 2 143 (irracional)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 23


45. 46. a) 3 (racional)
a) 3 d)
3
4 g) 2 −1 b) 2 3 (irracional)
2 5 5⋅6 3 c) 6 (racional)
b) e) h) 5+ 2
5 3

c) 4 2 f) 3 ⋅ 8 8
i)
(
5 6−2 ) 47. a) a = 10
b) b = 17
2
c) c = 25
d) x = 2 e y = 3
Testes de Vestibulares

48. Seja o conjunto H = { n ∈ ℕ | 2 ≤ n ≤ 40 , n


é múltiplo de 2 e n não é múltiplo de 3}. 51. Um número racional qualquer:
a) tem sempre um número finito de casas
Então o número de elementos do conjunto H decimais.
é: b) tem sempre um número infinito de casas
decimais.
a) 12 b) 13 c) 14 d) 15 e) 16 c) não pode expressar-se na forma decimal
exata.
49. Sejam a, b e c números reais quaisquer. d) nunca se expressa na forma decimal
Assinale a afirmativa correta: inexata.
a) a > b ↔ a 2 > b 2 e) nenhuma das anteriores.
b) a > b ↔ ac > bc
c) a2 + b2 ≥ a 52. Assinale a afirmativa falsa:
c c c a) a soma de dois números irracionais pode
d) = +
a+b a b ser racional.
e) a 2 = b 2 ↔ a = b b) a soma de um racional com um irracional é
sempre irracional.
c) o inverso de um irracional é sempre um
1 1
+ irracional.
50. Considere a expressão: 0, 9 + 5 3 d) o produto de dois irracionais é sempre
3 1 irracional.

5 15 e) a raiz quadrada positiva de um número
Efetuando as operações indicadas e irracional positivo é sempre irracional.
simplificando, obtemos:
9
a) 53. Quaisquer que sejam o racional x e o
10 irracional y pode-se dizer que:
b) 2 a) x ⋅ y é irracional
19
c) b) y ⋅ y é irracional
10
c) x + y é racional
15
d)
9 d) x − y + 2 é irracional
e) 1 e) x + 2 y é irracional

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 24


54. Se x é um número real, então a fração 59. Observe a tabela abaixo, usada em
x informática.
nunca assume o valor:
x +1
1 byte = 8 bits
a) -2 b) -1 c) 0 d) 1 e) 2 1 kilobyte = 1024 bytes
1 megabyte = 1024 kilobytes
55. Considere as proposições abaixo, onde a, 1 gigabyte = 1024 megabytes
b, c são números reais quaisquer. 1 terabyte = 1024 gigabytes
I – Se ac < bc, então a < b.
II – Se ab < 1, então a < 1 e b < 1.
III – Se a < b, então a2 < b2. A medida, em gigabytes, de um arquivo de
Assinale a alternativa correta: 2000 bytes é:
a) apenas I é falsa. a) 2−3
b) apenas I e II são falsas. b) 53 ⋅ 2 −30
c) apenas II e III são falsas. c) 10 3 ⋅ 2 −30
d) apenas I e III são falsas. d) 53 ⋅ 2 −26
e) I, II e III são falsas. e) 10 3 ⋅ 2 −26

56. Considere as desigualdades abaixo.


60. Em texto publicado na Folha de S. Paulo,
I) 3 2000 < 2 3000
2 o físico Marcelo Gleiser escreveu que
1  1
II) − < −  “átomos têm diâmetros de aproximadamente
3  3 um décimo de bilionésimo de metro”.
2
2 2 Escrito em potência de base 10, um décimo de
III) <   bilionésimo é:
3 3
Quais são verdadeiras? a) 10-8
a) Apenas I. b) 10-9
b) Apenas II. c) 10-10
c) Apenas I e II. d) 10-11
d) Apenas I e III. e) 10-12
e) Apenas II e III.
Respostas:
57. O número 3 + 2 2 é igual à raiz quadrada 48. c
de: 49. c
a) 6 + 5 2 50. b
b) 9 + 4 2 51. e
52. d
c) 12+ 8 2 53. e
d) 15 + 10 2 54. d
e) 17 + 12 2 55. e
56. b
57. e
58. Se x = 0,94 e y = 0,06 , então x + y é 58. d
igual a: 59. d
60. c
10 100 110
a) 1,01 b) 1,11 c) d) e)
9 99 9
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 25
INTERVALOS DE NÚMEROS REAIS

Intervalos de números reais são subconjuntos de ℝ.


Dados dois números reais a e b, com a < b , definimos:

a) intervalo aberto de extremos a e b é o conjunto

]a; b[= {x ∈ ℝ | a < x < b}

b) intervalo fechado de extremos a e b é o conjunto

[a; b] = {x ∈ ℝ | a ≤ x ≤ b}

c) intervalo fechado à esquerda (ou aberto à direita) de extremos a e b é o conjunto

[a; b[= {x ∈ ℝ | a ≤ x < b}

d) intervalo fechado à direita (ou aberto à esquerda) de extremos a e b é o conjunto

]a; b] = {x ∈ ℝ | a < x ≤ b}

Observação: Em cada um dos intervalos acima foram apresentadas as representações por colchetes
(ou notação de intervalo), por compreensão (ou notação de conjunto) e a representação geométrica
(ou representação gráfica), respectivamente.

Exemplos:
a) ]2; 5[= {x ∈ ℝ | 2 < x < 5} é um intervalo aberto.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 26


b) [−1; 4] = {x ∈ ℝ | −1 ≤ x ≤ 4} é um intervalo fechado.

2   2 
c)  ; 7  =  x ∈ ℝ | ≤ x < 7 é um intervalo fechado à esquerda.
5   5 

 1   1 
d)  − ; 2  =  x ∈ ℝ | − < x ≤ 2  é um intervalo fechado à direita.
 3   3 

Também consideramos intervalos reais os intervalos “infinitos” assim definidos:

a) ] − ∞; a[= {x ∈ℝ | x < a}

b) ] − ∞; a] = {x ∈ ℝ | x ≤ a}

c) ]a; +∞[= {x ∈ ℝ | x > a}

c) [a; +∞[= {x ∈ ℝ | x ≥ a}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 27


Observação 1: Na representação por colchetes os símbolos + ∞ e − ∞ são lidos como mais infinito
e menos infinito. O colchete “voltado” para o número indica que esse número faz parte do intervalo
ou que o intervalo é fechado nesse número. Por exemplo, em ]-1; 7] o intervalo é aberto em -1 e
fechado em 7. Em + ∞ e − ∞ o intervalo é sempre aberto, pois é ilimitado.
Observação 2: Quando representamos intervalos com extremidades abertas por colchetes, temos
também a opção de fazê-lo usando parêntesis.
Exemplo 1: O intervalo A = ]-4; 2[ pode também ser representado por A = (-4; 2).
Exemplo 2: O intervalo B = [-1; 3[ pode também ser representado por B = [-1; 3).

Operações com Intervalos

Como intervalos são subconjuntos de R, é possível fazer operações com eles. Através das
representações geométricas poderemos visualizar as operações de intersecção, união e diferença,
que serão apresentadas por meio de exemplos.

Exemplo: Dados A = { x ∈ ℝ| -1 < x < 1} e B = [0; 5), determine:


a) A ∩ B b) A ∪ B c) A – B d) B – A

Primeiramente, devemos representar geometricamente os intervalos A e B de tal forma que os


números devem ser marcados da esquerda para a direita, em ordem crescente. No exemplo, os
extremos deverão aparecer na seguinte ordem: -1, 0, 1 e 5.

a) Ao fazermos a intersecção dos intervalos A e B devemos considerar somente aqueles pontos que
pertencem ao intervalo A e ao intervalo B.

A intersecção é determinada pelos trechos comuns aos dois intervalos.


Assim, A ∩ B = [0; 1[ , ou ainda A ∩ B = {x ∈ ℝ | 0 ≤ x < 1} .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 28


b) Ao fazermos a união dos intervalos A e B devemos considerar aqueles pontos que pertencem ao
intervalo A ou ao intervalo B.

A união é determinada pelos trechos que estão em pelo menos um dos intervalos.
Assim, A ∪ B =] − 1; 5[ , ou ainda A ∪ B = {x ∈ ℝ | −1 < x < 5} .

c) Ao fazermos a diferença entre os intervalos A e B devemos considerar aqueles pontos que


pertencem ao intervalo A e que não pertencem ao intervalo B.

Assim, A − B =] − 1; 0[ , ou ainda A − B = {x ∈ ℝ | −1 < x < 0} .

d) Ao fazermos a diferença entre os intervalos B e A devemos considerar aqueles pontos que


pertencem ao intervalo B e que não pertencem ao intervalo A.

Assim, B − A = [1; 5[ , ou ainda B − A = {x ∈ ℝ | 1 ≤ x < 5} .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 29


Exercícios de Intervalos de Números Reais - Lista N° 2

01. Represente graficamente na reta real os


seguintes intervalos:
04. Dados os conjuntos a seguir, determine o
a) {x ∈ ℝ | −1 < x < 3} e) {x ∈ ℝ | 2 ≤ x < 7} que se pede:
b) ] − ∞ ; 2 ] (
f) − 5; 5 ) a) A = [2; 4] e B = [3; 6]
 1
A∩ B, A∪ B, A− B e B − A.
c) − 3;  g) {x ∈ ℝ | x < −4}
 2
d) {x ∈ ℝ | x ≥ 6} h) [0; 6) b) A = {x ∈ ℝ | x < 4} e B = {x ∈ ℝ | x < 1}
A∩ B e A∪ B.

02. Escreva, utilizando as representações por c) A = [−2; 0] e B = [−1; +∞[


colchetes e por compreensão, cada um dos
intervalos representados graficamente: A∩ B e A∪ B.

a) d) A = (−2; 1) e B = [−3; 0]
( A ∪ B) − ( A ∩ B)
b)
e) A = (−∞; 3] e B = (2; 5]
c) A − ( A ∩ B)
d)
05. Dados os intervalos reais A =] − 5; 2] ,
e)
B = [−6; 6] e C =] − ∞; 2] , calcule:
f)
a) A∪ B∪C
b) A∩ B∩C
g) c) ( A ∪ B) ∩ C
d) A ∩ (B ∪ C)
h)

06. Dados os intervalos reais A = [−1; 4[ ,


03. Associe V ou F a cada uma das seguintes B = [1; 5] , C = [2; 4] e D =]1; 3] , verifique
afirmações: se 1 pertence ao conjunto ( A ∩ B ) − (C − D ) .

a) 2 ∈ [2; 6]
07. Dados os intervalos,
b) − 1 ∈ (−5; −1)
A = {x ∈ ℜ | −3 ≤ x < 5} ,
c) 0 ∈ {x ∈ ℝ | −1 < x < 1} B = {x ∈ ℜ | −1 < x ≤ 7} e
d) 3 ∉ {x ∈ ℝ | 3 < x < 4} C = {x ∈ ℜ | 2 < x < 9} , calcule, representando
e) {2; 5} ⊂ [0; +∞) geometricamente e através de colchetes:
f) [0; 2] = {x ∈ ℝ | 0 ≤ x ≤ 2}
a) A ∩ B
g) − 3 ∈ (−∞; 1] b) B ∪ C
( )
h) 1 + 2 ∈ {x ∈ ℝ | 0 < x ≤ 1} c) ( B ∪ C ) − ( A ∩ B )

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 30


 7 h) [0; +∞[= {x ∈ ℝ | x ≥ 0} =ℝ+
08. Dados A = x ∈ ℜ | − 2 < x ≤  ,
 3
03.
 π 12   1
B =  x ∈ ℜ | − ≤ x <  e C = − 3 3 ,  , a) V c) V e) V g) V
 3 5  2
b) F d) V f) V h) F
calcule, representando por colchetes a
operação ( A ∩ B) − ( A ∩ C ) . 04.
a) A ∩ B = [3; 4] , A ∪ B = [2; 6] ,
Respostas:
A − B = [2; 3[ , B − A =]4; 6]
01.
b) A ∩ B =] − ∞; 1[ , A ∪ B =] − ∞; 4[
a)
c) A ∩ B = [−1; 0] , A ∪ B = [−2; +∞[
b)
d) ( A ∪ B) − ( A ∩ B) = [−3; −2]∪]0; 1[
c)
e) A − ( A ∩ B) =] − ∞; 2]

d)
05.
e)
a) A ∪ B ∪ C =] − ∞; 6[
f)
b) A ∩ B ∩ C =] − 5; 2]
g) c) ( A ∪ B) ∩ C = [−6; 2]
h) d) A ∩ ( B ∪ C ) =] − 5; 2]

02.
06. 1 ∈ ( A ∩ B) − (C − D) = [1; 3]
a) [−4; 2] = {x ∈ ℝ | −4 ≤ x ≤ 2}

b) ]1; +∞[= {x ∈ ℝ | x > 1} 07.


c) ] − 3; 3[= {x ∈ ℝ | −3 < x < 3} a) A ∩ B =] − 1; 5[

d) ]0; 2] = {x ∈ ℝ | 0 < x ≤ 2} b) B ∪ C =] − 1; 9[

e) ] − ∞; 1] = {x ∈ ℝ | x ≤ 1} c) ( B ∪ C ) − ( A ∩ B) = [5; 9[

1  
3 =  x ∈ℝ | < x ≤ 3
1
f)  ;
2   2  1 7
08. ( A ∩ B ) − ( A ∩ C ) =  ; 
g) − 3 ;

3  = {x ∈ ℝ | − 3 ≤ x ≤ 3

}  2 3

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 31


Sistema Cartesiano Ortogonal

É um sistema constituído por dois eixos x e y, perpendiculares entre si no ponto O (que


denominamos origem). O eixo horizontal é chamado de eixo das abscissas (ou eixo dos x) e o eixo
vertical é chamado eixo das ordenadas (ou eixo dos y). Os dois eixos dividem o plano em quatro
quadrantes que são enumerados conforme figura:

Associando a cada um dos eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se o que chamamos
sistema de coordenadas cartesianas ou plano cartesiano.
Cada ponto do plano cartesiano é identificado por um único par de números, que são chamados
coordenadas do ponto P.
Para obter as coordenadas de um ponto P qualquer, basta traçar
as perpendiculares ao eixo dos x e ao eixo dos y. Essas
perpendiculares interceptam o eixo dos x num ponto associado
ao número a e o eixo dos y num ponto associado ao número b.
Os números a e b são as coordenadas do ponto P; a é a
abscissa de P e b é a ordenada de P. Denotamos P (a, b).

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 32


Exemplo: Localize os seguintes pontos no plano cartesiano:
A (1, 4) B (5, 3) C (–2, 5) D (–4, 2) E (–4, –2)
F (–1, –4) G (2, –3) H (3, –2) I (0, 1) J (–5, 0)

Par Ordenado
É um conjunto formado por dois elementos x e y, pertencentes aos reais, tais que x é o 1° elemento
e y é o 2° elemento.
Notação: (x, y)
Exemplo: O par ordenado (2, 1) é diferente do par ordenado (1, 2).
É importante destacar que:
Cada par ordenado corresponde a um único ponto do plano
cartesiano e cada ponto do plano cartesiano corresponde a um
único par ordenado.
No exemplo ao lado, o ponto A representa o par (2, 1) e o ponto B
representa o par (1, 2). Esses pontos ocupam posições distintas no
plano cartesiano, pois suas coordenadas são diferentes.

Exercícios:
01. Todo ponto pertencente ao eixo das abscissas possui uma mesma ordenada. Qual é o valor desta
ordenada?
02. Todo ponto pertencente ao eixo das ordenadas possui uma mesma abscissa. Qual é o valor desta
abscissa?
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 33
Produto Cartesiano
Sendo A e B dois conjuntos não vazios, chama-se produto cartesiano de A por B o conjunto de
todos os pares ordenados (a, b) com a ∈ A e b ∈ B.

A × B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}
Notação: A ⨯ B (lê-se A cartesiano B).

Exemplo: Dados os conjuntos A = {1; 3; 5} e B = {2; 4}, temos:

A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (3, 2), (3, 4), (5, 2), (5, 4)}
B ⨯ A = {(2, 1), (2, 3), (2, 5), (4, 1), (4, 3), (4, 5)}

Observações:
• Se os conjuntos A e B são diferentes então A ⨯ B e B ⨯ A são diferentes.
• O produto cartesiano de um conjunto A por ele próprio é simbolizado por A². Isto é, A ⨯ A = A².

Gráfico de um Produto Cartesiano


Dados os conjuntos A = {1; 3; 5} e B = {2; 4}, vamos construir os gráficos de A ⨯ B e de B ⨯ A.

Neste exemplo, o gráfico do produto cartesiano de A por B é um conjunto de seis pontos no plano
cartesiano: A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (3, 2), (3, 4), (5, 2), (5, 4)}.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 34


Neste exemplo, o gráfico do produto cartesiano de B por A é um conjunto de seis pontos no plano
cartesiano: B ⨯ A = {(2, 1), (2, 3), (2, 5), (4, 1), (4, 3), (4, 5)}.

Produto Cartesiano entre Intervalos de ℝ


Exemplo 1: Vamos considerar os intervalos A = [2, 5] e B = [1, 4]. Não podemos enumerar todos os
infinitos pares ordenados de A ⨯ B ou de B ⨯ A, mas podemos representar tais produtos
graficamente.

Qualquer ponto do
interior ou do contorno
deste retângulo pertence
ao produto A ⨯ B.

Representação por
compreensão:
A × B = {( x, y) ∈ ℝ²|

2 ≤ x ≤ 5 e 1 ≤ y ≤ 4}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 35


Exemplo 2: Vamos representar o produto cartesiano entre os intervalos A = ]1; 6] e B = [2; 4[.

Os pontos que
estão sobre os
lados tracejados
não pertencem ao
produto A ⨯ B.

Os segmentos
tracejados
correspondem às
extremidades em
que os intervalos
estão abertos.

Representação por compreensão: A × B = {( x, y) ∈ ℝ² | 1 < x ≤ 6 e 2 ≤ y < 4} .

Exemplo 3: Dados os intervalos A = [-2, +∞[ e B = ]1, 5]. Represente o produto A ⨯ B


graficamente.

O gráfico é uma faixa


ilimitada à direita, pois
A é um intervalo
infinito à direita.

Representação por
compreensão:
A × B = {( x, y) ∈ ℝ²|

x ≥ −2 e 1 < y ≤ 5}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 36


RELAÇÕES
Sendo A e B dois conjuntos não vazios, chama-se relação de A em B qualquer subconjunto do
produto cartesiano A ⨯ B.
Notação: R: A → B (lê-se R definida de A em B).

Exemplo: Se A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} , então: A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (1, 6), (3, 2), (3, 4), (3, 6)}
Dentre todos os possíveis subconjuntos de A ⨯ B, vamos destacar três exemplos:
R1 = {(1, 2), (1, 6), (3, 2), (3, 6)}
R2 = {(1, 2), (3, 6)}
R3 = {(3, 2), (3, 4), (3, 6)}
Podemos afirmar que R1, R2 e R3 são relações de A em B, pois são subconjuntos de A ⨯ B.

Diagramas de Flechas
Exemplo 1: Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} e a relação R1 = {(1, 2), (1, 6), (3, 2),
(3, 6)}, faça o diagrama de flechas.

A B
Cada um dos quatro pares
R1 : A → B
2 ordenados da relação R1 é
1 representado por uma flecha
4 que associa um elemento do
conjunto A a um elemento
3
6 do conjunto B.

Exemplo 2: Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} e a relação R2 = {(1, 2), (3, 6)}, faça o
diagrama de flechas.

A B
Lemos:
R2 : A → B
2 1 está associado a 2.
1 3 está associado a 6.
4 Nenhum elemento de A
está associado ao elemento
3
4 do conjunto B.
6

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 37


Exemplo 3: Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} e a relação R3 = {(3, 2), (3, 4), (3, 6)},
faça o diagrama de flechas.

A B

2
1 R3 : A → B Neste exemplo, o elemento
1 ∈ A não está associado a
4
qualquer elemento de B.
3
6

Domínio e Imagem
Seja R uma relação qualquer de A em B.
1º) Chama-se domínio de R, e representa-se por D(R), o conjunto de todos os elementos de A que
estão associados a pelo menos um elemento de B.
2º) Chama-se imagem de R, e representa-se por Im(R), o conjunto de todos os elementos de B que
correspondem a pelo menos um elemento de A.
Exemplo: Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6, 8, 10} e a relação R = {(2, 4), (2, 6),
(3, 8)}, determine o domínio e a imagem de R.
A B

R: A → B 2
1
4
2
6
3 8 Im(R)
D(R)

4 10

No diagrama acima, é fácil perceber que D(R) é o conjunto dos


elementos de A dos quais partem flechas e que Im(R) é o conjunto dos
elementos de B aos quais chegam flechas, portanto temos que D(R) =
{2; 3} e Im(R) = {4; 6; 8}.

Ao lado, temos a representação do gráfico cartesiano da relação R.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 38


Relações definidas por leis entre x e y

Exemplo 1: Sejam A = {1, 2, 3} e B = {1, 2}.


A ⨯ B = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2), (3, 1), (3, 2)}
Seja a relação R = {(x, y) ∈ A ⨯ B | x + y > 3}.
Para pertencer a R, o par ordenado deve ser elemento de A ⨯ B e também deve satisfazer a
condição de ter a soma das coordenadas maior do que 3.
Vamos analisar cada um dos pares ordenados de A ⨯ B:
(1, 1) → 1 + 1 = 2 < 3. Logo o par ordenado (1, 1) não pertence à relação R.

(1, 2) → 1 + 2 = 3. Logo o par ordenado (1, 2) não pertence à relação R.

(2, 1) → 2 + 1 = 3. Logo o par ordenado (2, 1) não pertence à relação R.

(2, 2) → 2 + 2 = 4 > 3. Logo o par ordenado (2, 2) pertence à relação R.

(3, 1) → 3 + 1 = 4 > 3. Logo o par ordenado (3, 1) pertence à relação R.

(3, 2) → 3 + 2 = 5 > 3. Logo o par ordenado (3, 2) pertence à relação R.

Então, R = {(2, 2), (3, 1), (3, 2)}

Diagrama de flechas da relação: A B

R: A → B
1
1

3 2

Gráfico Cartesiano da Relação:

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 39


Exemplo 2: Considerando os conjuntos A = {−1, 0, 1, 2, 3} , B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e a relação

 x2 − 4
R = ( x, y ) ∈ A × B | y =  , faça o que se pede:
 x−2 

a) Enumere os pares ordenados da relação R.


b) Determine o domínio e a imagem da relação R.
c) Construa o diagrama de flechas da relação R.
d) Construa o Gráfico cartesiano da relação R.
Resolução:
a) Para encontrarmos os pares ordenados da c) Diagrama de flechas de R:
relação R, vamos fazer uma tabela na qual A B
vamos listar todos os possíveis valores de x R 0
-1
para depois calcularmos os valores 1
0
correspondentes de y: 2
1
x2 − 4 3
x y= 2
x−2 4
3 5
(−1) 2 − 4 1 − 4 − 3
−1 = = = 1∈ B
−1− 2 −3 −3
02 − 4 − 4
0 = = 2∈B d) Gráfico Cartesiano de R.
0−2 −2
12 − 4 1 − 4 − 3
1 = = = 3∈ B
1− 2 −1 −1
22 − 4 4 − 4
2 = Não é possível dividir por zero!
2−2 0
32 − 4 9 − 4 5
3 = = = 5∈B
3−2 1 1

Assim, R = {(−1; 1), (0; 2), (1; 3), (3; 5)}

b) Domínio e Imagem de R:
D( R) = {−1; 0; 1; 3} e Im(R) = {1; 2; 3; 5}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 40


Exemplo 3: Seja o conjunto A = {2, 4, 5, 6, 10} e seja a relação R definida por
R = {( x, y ) ∈ A 2 | x divide y} . Faça em cada item o que se pede:

a) Escreva o produto cartesiano A 2 .


b) Enumere os pares ordenados da relação R.
c) Construa a representação do diagrama de flechas da relação R.
d) Construa o Gráfico cartesiano da relação R.
e) Determine o domínio e a imagem da relação R.
Resolução
a) c) Diagrama de flechas de R:
A 2 = {(2,2), (2,4), (2,5), (2,6), (2,10), A A
(4,2), (4,4), (4,5), (4,6), (4,10), R
2 2
(5,2), (5,4), (5,5), (5,6), (5,10), 4
4
(6,2), (6,4), (6,5), (6,6), (6,10),
5 5
(10,2), (10,4), (10,5), (10,6), (10,10)}
6 6

10 10
b) Para determinarmos os pares ordenados da
relação R, devemos testar cada uma das vinte
e cinco possibilidades listadas acima. d) Gráfico Cartesiano de R:
Somente nove dentre elas se confirmarão
verdadeiras:

2 divide 2 5 divide 5
2 divide 4 5 divide 10
2 divide 6 6 divide 6
2 divide 10 10 divide 10
4 divide 4

Logo,
R = {(2, 2), (2, 4), (2, 6), (2, 10),
(4, 4), (5, 5), (5, 10), (6, 6), (10, 10)}
e) Domínio e Imagem de R:
D(R ) = {2; 4; 5; 6; 10}
Im(R ) = {2; 4; 5; 6; 10}

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 41


Exemplo 4: Considerando os intervalos A = { x ∈ ℝ | 1 < x ≤ 4} , B = { y ∈ ℝ | 2 ≤ y ≤ 5} e a
relação R = {( x , y ) ∈ A × B | x ≥ 3}, faça o que se pede:
a) Represente graficamente o produto cartesiano A⨯B.
b) Construa o gráfico cartesiano da relação R.
b) Determine o domínio e a imagem da relação R.
Resolução:
a) O produto cartesiano A⨯B é representado
geometricamente pela região retangular c) Analisando o gráfico cartesiano de R,
abaixo: percebe-se que D ( R ) = { x ∈ ℝ | 3 ≤ x ≤ 4} ,
Im( R ) = { y ∈ ℝ | 2 ≤ y ≤ 5} , como indica o
esquema abaixo:

b) A lei define que fazem parte da relação os


pontos do produto cartesiano A⨯B cuja
abscissa é maior ou igual a três. Logo os
pontos da relação R são os pontos da sub-
região retangular destacada no gráfico abaixo: Escrevendo a relação R por compreensão
temos que: R = {( x, y) ∈ℝ² | 3 ≤ x ≤ 4 e

2 ≤ y ≤ 5} .

Observação: É interessante notarmos que


neste caso não há como fazer o diagrama de
flechas da relação R, pois R possui infinitos
pares ordenados.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 42


Exercícios de Produto Cartesiano e Relações - Lista N° 3

01. Dados os conjuntos: A = {1; 3; 4} , 06. Considerando-se os conjuntos

B = {−2; 1} e C = {−1; 0; 2} , represente


A = {−2; −1; 0; 1; 2; 3; 4; 5} e

pelos elementos e pelo gráfico cartesiano os B = {−2; −1; 0; 1; 2} , e R a relação de A em

seguintes produtos: B definida por: R = {( x , y ) ∈ A × B | x = y 2 } .


a) A ⨯ B b) B ⨯ A c) A ⨯ C Pede-se:
d) C ⨯ A e) B² f) C²
a) enumerar os pares ordenados de R.
02. Dados os intervalos b) enumerar os elementos do domínio e da
A = {x ∈ ℝ | 1 ≤ x ≤ 3} imagem de R.
B = {x ∈ ℝ | −2 ≤ x ≤ 2} c) fazer o gráfico cartesiano de R.

C = {x ∈ ℝ | −4 < x ≤ 1}
07. Dado o diagrama de Venn da relação R de
Represente graficamente os seguintes
A em B, pede-se:
produtos:
a) enumerar os pares ordenados de R.
a) A ⨯ B b) A ⨯ C c) B ⨯ C
b) determinar o domínio e da imagem de R.
d) C ⨯ B e) A² f) C²
c) fazer o gráfico cartesiano de R.
03. Se A = {1; 2; 3; 4; 5} e B = {1; 2; 3; 4} , d) encontrar uma lei que defina R.
quais são os elementos da relação R de A em A B
B, definida por R = {( x, y ) ∈ A × B | x < y} ? 2 1
R

04. Dados os conjuntos A = {1; 2; 3; 4; 5} e 3 3

B = {1; 2; 3; 4; 5; 6} , quais são os elementos 4 5

da relação binária de A em B assim definida: 5 7

R = {( x, y ) ∈ A × B | y = x + 2} ? Desenhe o
diagrama de flechas da relação. 08. Seja ℤ o conjunto dos inteiros. Sejam
ainda os conjuntos A = {x ∈ ℤ | −1 < x ≤ 2} e
05. Dados os conjuntos A = {0; 2; 3; 4} e
B = {3; 4; 5} .
B = {1; 2; 3; 4; 5; 6} , qual é o domínio e a
Então, se D = {( x, y ) ∈ A × B | y ≥ x + 4} ,
imagem da relação R = {( x, y) ∈ A × B | y é tem-se que:
múltiplo de x} ? Desenhe o diagrama de a) D = A ⨯ B
b) D tem apenas dois elementos.
flechas da relação. c) D tem apenas um elemento.
d) D tem apenas três elementos.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 43
09. O proprietário de um posto de gasolina 3) No contexto do problema, qual o
criou a seguinte promoção, para atrair significado da relação:
clientes: R1 = {( x , y ) ∈ A 2 | x + y < 8} ?
"O motorista que abastecer aqui o seu
automóvel, com 20 litros ou mais de Respostas
combustível, ganha o direito de jogar duas 01.
vezes um dado e obtém descontos de 20% a a)
100% na lavagem do seu veículo, conforme
os números conseguidos nas duas jogadas
possuam soma maior ou igual a 8".
Com o auxílio de relações, é possível traduzir
essa promoção para a linguagem matemática.
Para isso, vamos definir que:
R = {(1; −2), (1; 1), (3; −2), (3; 1), ( 4; −2), (4; 1)}
• A é o conjunto de todos os resultados
b)
possíveis no lançamento de um dado.
• Jogando o dado duas vezes, obtém-se
um par ordenado de números (x, y),
onde x é o primeiro resultado e y, o
segundo.
Com base nisso, resolva as questões
propostas.
1) Represente A2 por extensão. Explique o
que representa esse conjunto no contexto do R = {( −2; 1), ( −2; 3), ( −2; 4), (1; 1), (1; 3), (1; 4)}

problema. c)
2) Seja R a relação que traduz a seguinte
situação de um cliente que vai jogar o dado:
"O cliente conseguirá algum desconto na
lavagem de seu veículo."
a) Represente R por extensão e faça o seu
gráfico.
b) Dê o domínio e o conjunto-imagem de R. R = {(1; −1), (1; 0), (1; 2), (3; −1),

c) Represente R na forma {( x , y ) ∈ A 2 | ...} , (3; 0), (3; 2), (4; −1), (4; 0), (4; 2)}

completando com a lei que relaciona x e y.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 44


d) b)

c)
R = {(−1; 1), (−1; 3), (−1; 4), (0; 1),
(0; 3), (0; 4), (2; 1), (2; 3), (2; 4)}

e)

d)

R = {( − 2; − 2), ( − 2; 1), (1; − 2), (1; 1)}

f)

e)

R = {(−1; −1), (−1; 0), (−1; 2), (0; −1),


(0; 0), (0; 2), (2; −1), (2; 0), (2; 2)}

02. f)
a)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 45


03. R = {(1; 2), (1; 3), (1; 4), (2; 3), (2; 4), (3; 4)} b) D( R) = {2; 3; 4; 5} e Im(R) = {3; 5; 7}

04. R = {(1; 3), (2; 4), (3; 5), (4; 6)} c)

A B

1 1
R
2
2
3
3
4
4
5
5
6

05. D( R) = {2; 3; 4} e Im(R) = {2; 3; 4; 6}

A B

0 1
R d) R = {( x, y ) ∈ A × B | x < y}
2
2
3
08. d
3 4
5 09.1
4
6
A2 = {(1; 1), (1; 2), (1; 3), (1; 4), (1; 5), (1; 6),
06. a) R = {(0; 0), (1; −1), (1; 1), (4; −2), (4; 2)} ( 2; 1), (2; 2), ( 2; 3), ( 2; 4), (2; 5), ( 2; 6),
(3; 1), (3; 2), (3; 3), (3; 4), (3; 5), (3; 6),
b) D( R) = {0; 1; 4} e
( 4; 1), (4; 2), ( 4; 3), ( 4; 4), (4; 5), ( 4; 6),
Im(R) = {−2; −1; 0; 1; 2}
(5; 1), (5; 2), (5; 3), (5; 4), (5; 5), (5; 6),
c) (6; 1), (6; 2), (6; 3), (6; 4), (6; 5), (6; 6)}

É o conjunto de todos os resultados possíveis


no lançamento duplo do dado.
09.2
a) R = {(2; 6), (3; 5), (3; 6), (4; 4), (4; 5),
( 4; 6), (5; 3), (5; 4), (5; 5), (5; 6),
(6; 2), (6; 3), (6; 4), (6; 5), (6; 6)}
b) D( R) = {2; 3; 4; 5; 6} e
07. Im( R ) = {2; 3; 4; 5; 6}
c) R = {( x, y ) ∈ A 2 | x + y ≥ 8}
a) R = {(2; 3), (2; 5), (2; 7), (3; 5),
09.3 Significa que o cliente não conseguirá
(3; 7), (4; 5), (4; 7), (5; 7)}
desconto algum na lavagem de seu veículo.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 46


FUNÇÕES

A ideia de função
Vamos iniciar o estudo de funções através da observação de alguns exemplos.

Exemplo 1: O Instituto de Meteorologia de Porto Alegre quis fazer um estudo da variação da


temperatura à sombra, e mediu-a de hora em hora. A tabela abaixo representa o resultado das
medições ao longo de certo dia.
Hora 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Temp. 7° 6° 5° 4° 3° 2° 2° 3° 5° 7° 12° 15° 18° 18° 20° 20° 20° 18° 15° 13° 11° 9° 8° 7°

Nesse exemplo são medidas duas grandezas: a hora do dia e a correspondente temperatura. A cada
hora corresponde uma única temperatura. Dizemos, por isso, que a temperatura é função da hora.
Como à mesma temperatura podem corresponder várias horas, a hora não é função da temperatura.

Exemplo 2: Dona Joana vai receber visita e resolveu fazer um bolo de chocolate para oferecer como
lanche da tarde. Abaixo é indicada a receita do bolo.

Bolo de chocolate Como Dona Joana receberá mais do que 6 pessoas,


Ingredientes: precisará fazer mais que uma receita. Como ela não sabe
- 3 ovos inteiros ao certo quantos serão os visitantes, resolveu organizar
- 1 e ½ xícaras de açúcar uma tabela relacionando a quantidade de leite necessária
- 2 xícaras de farinha de trigo com o número de pessoas.
- 4 colheres de chocolate em pó N° de
6 7 8 9 10 11
- 3 colheres de sopa de margarina pessoas
- 150 ml de leite morno Leite
150 175 200 225 250 275
- 1 colher de sopa de fermento (ml)
Rendimento: para 6 pessoas

Neste exemplo estão sendo consideradas duas grandezas, o número de pessoas e a quantidade de
leite (em mililitros) necessária para a preparação do bolo. A cada número de pessoas corresponde
uma quantidade única de leite, dizemos, por isso, que a quantidade de leite é função do número de
pessoas. Por meio de uma regra de três simples é possível acharmos uma fórmula que estabelece a
relação de interdependência entre a quantidade de leite (y) e o número de pessoas (x): y = 25 ⋅ x .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 47


Exemplo 3: Seja n o número de lados de um polígono plano e convexo e seja d o número de
diagonais desse polígono. Vamos estudar alguns exemplos através da tabela abaixo.
n Polígono Representação d
A cada número de lados de um polígono
3 Triângulo 0 corresponde um único número de diagonais,
dizemos, por isso, que o número de diagonais de
um polígono é função do seu número de lados.

4 Quadrilátero 2 Podemos ainda deduzir a fórmula que relaciona


esses dois números:
Seja um polígono convexo A1 A2 ... An com n lados.
De cada um dos n vértices deste polígono partem
5 Pentágono 5
n − 3 diagonais, pois não são contados os
segmentos que ligam o vértice aos dois vértices
adjacentes (estes segmentos são lados do
polígono) nem o segmento nulo que liga o vértice
6 Hexágono 9
a ele mesmo.

7 Heptágono 14

8 Octógono 20 Multiplicando o número de vértices do polígono


pelo número de diagonais que partem de cada
vértice, temos: n ⋅ ( n − 3) . No entanto, desse
modo cada diagonal está sendo contada duas

9 Eneágono 27 vezes, por exemplo, A1 A3 e A3 A1 . Então o


número de diagonais é dado pela fórmula:
n ⋅ ( n − 3)
d =
...

...

...

...

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 48


Exemplo 4: Um reservatório contendo 1000 litros é completamente esvaziado em 50 minutos
abrindo-se uma torneira em sua base inferior.

Com o auxílio de uma escala no interior do reservatório,


registrou-se, de 5 em 5 minutos, qual o volume de água que
ainda restava para escoar.
Tempo em Volume
Obteve-se então, a tabela: minutos em litros
Para cada valor de tempo 0 1000
5 790
transcorrido, temos uma única 10 620
quantidade de litros de água 15 481
20 366
dentro do reservatório. Dessa 25 271
forma, podemos afirmar que o 30 193
35 129
volume (y) de água no 40 77
reservatório é função do tempo (x) que a torneira permanece aberta. 45 33
50 0

A partir dos valores dessa tabela podemos construir o gráfico cartesiano dessa função.
Primeiramente marcamos os onze pares ordenados no plano cartesiano. Como o esvaziamento se dá
de forma contínua, durante todo o período de 50 minutos, e não apenas de 5 em 5 minutos, a
variável “tempo” percorre todo o intervalo de 50 minutos, enquanto a variável “volume” percorre
todo o intervalo de 1000 litros.

Para elaborar o gráfico mostrando que as variáveis percorrem continuamente esses intervalos,
unimos os pontos através de uma curva que os contenha. Dessa forma, interpretamos que o gráfico,
em linha contínua, mostra que o reservatório esvaziou-se de modo contínuo.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 49
Definição de função
Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Chama-se função de A em B, qualquer relação de A em B
que associa a cada elemento de A um único elemento de B.

Isso significa que:


1°) Todos os elementos de A tem de estar associados a algum elemento de B;
2°) Um mesmo elemento de A não pode estar associado a dois ou mais elementos de B.

Notação: f : A → B (lê-se: f definida de A em B)

Observações:
• Se x é um elemento do conjunto A de uma função f, então seu elemento correspondente no
conjunto B chama-se imagem de x é denotada por f(x) (lê-se: “f de x”).
• As funções são usualmente denotadas pelas letras f, g, h, etc.

Exemplo 1: São dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5} e a relação


R1 = {(1; 1), (2; 2), (3; 3)} .

A B
R1
1 1
R1 não é uma função de A em B, pois o elemento 4 de
2
2
A não está associado a qualquer elemento de B.
3
3
4
4 5

Exemplo 2: São dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5} e a relação


R2 = {(1; 2), (2; 3), (2; 4), (3; 5), (4; 5)} .

A B

1 R2 1
2
2 R2 não é uma função de A em B, pois o elemento 2 de
3
3 A possui duas imagens.
4
4 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 50


Exemplo 3: São dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5} e a relação
R3 = {(1; 1), (2; 1), (3; 2), (4; 4)} .

A B
R3
1 1
2
2 R3 é uma função de A em B, pois cada elemento de A
3
3 está associado a um único elemento de B.
4
4 5

Relações que não são funções:


Para uma relação ser função duas situações NÃO podem ocorrer:
A B

1. Existirem elementos no conjunto A que não possuam x1 R


y1
uma imagem no conjunto B.
x2

A B

2. Um mesmo elemento do conjunto A ter duas ou mais R y1

imagens no conjunto B. x1
y2

Domínio, Contradomínio e Conjunto Imagem


Seja f uma função de A em B, então: A B

• A é chamado de DOMÍNIO da função. f


x1 y1
• B é chamado de CONTRADOMÍNIO da função.
• CONJUNTO IMAGEM é o subconjunto do x2 y2

Contradomínio formado pelos elementos que são x3 y3


imagens dos elementos do domínio.

Observação: O domínio da função f é denotado por D ( f ) , o contradomínio por CD ( f ) e o


Conjunto Imagem por Im( f ) .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 51


Exemplo 1: Um dado de seis faces numeradas é lançado cinco vezes. No primeiro lançamento saiu o
número 6, no segundo, o número 3, no terceiro, o número 2, no quarto, o número 6 e no quinto, o
número 2. Vamos construir uma função que associa a cada lançamento o resultado (n° da face)
correspondente:

A B Neste contexto, o domínio da função é o conjunto de


1 1 lançamentos realizados, isto é:
f 2
2 D( f ) = {1; 2; 3; 4; 5}
3 3
4 O contradomínio será o conjunto de todos os
4
5 resultados possíveis:
5 6
CD( f ) = {1; 2; 3; 4; 5; 6}

O conjunto imagem será o conjunto dos resultados obtidos através dos cinco lançamentos:
Im( f ) = {2; 3; 6} .

Exemplo 2: Sendo f : A → B, onde A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4}, definida pela lei y = 2 x , isto
é, a função f(x) associa a cada elemento x o seu dobro, determine o domínio, contradomínio e o
conjunto imagem da função.

Fazendo uma tabela podemos calcular as A B


imagens dos elementos de A: f
0 0
x∈A y = 2x y∈B 1
0 2⋅0 = 0 1 2
1 2 ⋅1 = 2 3
2 2⋅2 = 4 2 4

Assim, concluímos que:


Domínio: D(f) = {0; 1; 2}, Contradomínio: CD(f) = {0; 1; 2; 3; 4} e
Imagem: Im(f)= {0; 2; 4}.
Ao lado, temos o gráfico cartesiano desta função. Note que nessa
representação o domínio e o conjunto imagem são evidentes, o que não
ocorre com o contradomínio. Observando somente o gráfico cartesiano ao
lado podemos afirmar somente que o contradomínio contém os elementos
0; 2 e 4 e nada além disso.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 52


Reconhecendo se um gráfico cartesiano representa uma função

Seja uma relação R: A⟶B. Se conhecemos seu domínio e seu


gráfico cartesiano, podemos identificar se essa relação é ou não
uma função.

Quando traçamos retas perpendiculares ao eixo x por pontos


pertencentes ao domínio, devemos observar se cada reta
intersecciona o gráfico em um único ponto.

Se isso ocorre para todos os pontos do domínio, significa que


para cada elemento x, existe somente um elemento y
correspondente. Logo o gráfico representa uma função.

Exemplo 1: Dado o gráfico da relação f: [0, 6] → ℝ, determine se f é ou não função.

O gráfico ao lado não representa uma função, pois ao


traçarmos as retas verticais, estas interseccionam a curva
em mais de um ponto. Isso significa que existem
elementos do domínio que estão associados a mais de
uma imagem.

Exemplo 2: Dado o gráfico da relação f: ℝ → ℝ, determine se f é ou não função.

Traçamos as retas verticais, e cada uma delas


intersecciona a curva somente em um ponto.
No entanto, consta no enunciado que o
domínio é ℝ (todos os reais) e no gráfico
observamos que os números negativos não
possuem imagens.
Então, o gráfico ao lado não representa uma
função.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 53


Exemplo 3: Dado o gráfico da relação f: ℝ+ → ℝ, determine se f é ou não função.

Traçamos as retas verticais, e cada uma


delas intersecciona a curva somente em um
ponto.
No enunciado, consta que o domínio é ℝ+
(todos os reais não negativos) e no gráfico
observamos que todos* esses números
possuem imagens.
Neste caso, o gráfico representa uma
função.

Exemplo 4: Dado o gráfico da relação f: ℝ → ℝ, determine se f é ou não função.


Traçamos as retas verticais, e cada
uma delas intersecciona a curva
somente em um ponto.

No enunciado, consta que o domínio é


ℝ (todos os reais) e no gráfico
observamos que todos* os números
reais possuem imagens.
Então, o gráfico ao lado representa
uma função.

*Observação: Nos exemplos anteriores, é obviamente impossível visualizarmos o domínio


completo da função f, pois ℝ+ e ℝ são intervalos infinitos. O trecho visível do gráfico está
compreendido em um intervalo finito do domínio. A rigor, não poderíamos fazer afirmação alguma
sobre o comportamento da função fora deste intervalo, no entanto, vamos convencionar que, nestes
casos, a função f manterá em todo o seu domínio o comportamento apresentado no trecho visível,
isto é, quando o gráfico de uma função real é uma linha sem pontos destacados (abertos ou
fechados) em alguma de suas extremidades, consideraremos que essa linha continua
indefinidamente. Presumiremos que a parte visível do gráfico possa indicar ou induzir como o
gráfico continua, salvo observação em contrário.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 54


Calculando o valor numérico de uma função em um ponto

Valor numérico de uma função em um determinado ponto do domínio é o valor da imagem (y)
associado a esse ponto.

Exemplo 1: Seja f a função de ℝ em ℝ definida pela lei f ( x ) = x 2 − 5 x + 6 . Calcule o valor


1
numérico dessa função nos pontos (a) x = −1 e (b) x = .
2
a) Substituímos a variável x pelo valor − 1 em f ( x ) = x 2 − 5 x + 6

f (−1) = (−1)2 − 5 ⋅ (−1) + 6


f (−1) = 1 + 5 + 6
f (−1) = 12
Logo 12 é o valor numérico da função f ( x ) = x 2 − 5 x + 6 no ponto x = −1 .

1
b) Substituímos a variável x pelo valor em f ( x ) = x 2 − 5 x + 6
2
2
1 1 1
f   =   − 5⋅  + 6
2 2 2
1 1 5
f = − +6
2 4 2
 1  1 − 10 + 24
f =
2 4
 1  15
f =
2 4
15
Logo é o valor numérico da função
4
1
f ( x ) = x 2 − 5 x + 6 no ponto x = .
2

15
Geometricamente os valores encontrados: 12 e
4
representam as ordenadas dos pontos de abscissas
1
−1 e , respectivamente.
2

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 55


Exemplo 2: Seja f a função de ℝ em ℝ definida pela lei f ( x ) = 3 x + 2 . Calcule o elemento do
3
domínio que tem − como imagem.
4
3
Neste problema queremos determinar x tal que f ( x ) = − . Para isso, devemos substituir f (x )
4
3
por − em f ( x ) = 3 x + 2 .
4
3
− = 3x + 2
4
− 3 = 4 ⋅ (3 x + 2)
− 3 = 12 x + 8
− 12 x = 8 + 3
12 x = −11
11
x=−
12
11 3
Logo x = − é o ponto do domínio cuja imagem é y = −
12 4
.
11
Geometricamente o valor encontrado − representa a
2
3
abscissa do ponto de ordenada − .
4

Zeros de uma Função


Zeros (ou raízes) de uma função são os pontos do domínio para os quais o valor numérico da função
é nulo. Geometricamente isso significa que os zeros de uma função ocorrem nos pontos de
intersecção de seu gráfico com o eixo dos x.

Observação: Dada a lei de uma função f (x) ,


podemos encontrar seus zeros resolvendo a
equação f ( x) = 0 . Porém, nem sempre uma
função possui zeros e, quando possui, nem
sempre podemos calculá-los analiticamente,
o que dependerá do tipo de função em
questão.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 56


Exemplo 1: Seja f a função de ℝ em ℝ definida por f ( x ) = 2 x − 6 . Calcule o(s) zero(s) dessa
função.

Resolvendo a equação f ( x) = 0 , temos:


2x − 6 = 0
2x = 6
6
x=
2
x=3
Logo x = 3 é o zero da função f ( x ) = 2 x − 6 .

Exemplo 2: Seja f a função de ℝ em ℝ definida por f ( x ) = x 2 − 4 x + 3 . Calcule o(s) zero(s) dessa


função.

Resolvendo a equação f ( x) = 0 , temos:

x 2 − 4x + 3 = 0
a = 1; b = −4; c = 3

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a

− (−4) ± (−4) 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 3
x=
2 ⋅1
4 ± 16 − 12
x=
2
4± 4
x=
2
4−2 2
x1 = = =1
4±2 2 2
x= =
2 4+2 6
x2 = = =3
2 2
Logo x = 1 e x = 3 são os zeros da função f ( x ) = x 2 − 4 x + 3 .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 57


Exercícios sobre Funções – Lista N° 4
01. Estabeleça se cada um dos diagramas de flechas das relações abaixo define ou não uma função
de A = {- 1, 0, 1, 2} em B = {- 2, - 1, 0, 1, 2, 3}. Justifique.
a) b)
A B A B
R1 R2
-1 -2 -1 -2
-1 -1
0 0
0 0

1 1 1 1

2 2
2 2
3 3

c) d)
A B A B
R3
-1 -2 -1 -2
-1
R4 -1
0 0
0 0

1 1 1 1

2 2
2 2
3 3

02. Quais das relações de ℝ em ℝ cujos gráficos aparecem abaixo, são funções? Justifique.
a) b) c)
y y y

x x

d) e) f)
y y y

x x x

03. Qual é a notação das seguintes funções de ℝ em ℝ?


a) f associa cada número real ao seu oposto.
b) g associa cada número real ao seu cubo.
c) h associa cada número real ao seu quadrado menos 1.
d) k associa cada número real ao número 2.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 58


04. Seja f a função de ℝ em ℝ definida por f ( x ) = x 2 − 3 x + 4 . Calcule:
1  1
a) f ( 2) b) f (−1) c) f   d) f  −  e) f ( 3 ) f) f (1 − 2 )
2  3
2x − 3
05. Seja a função f de ℝ em ℝ definida por f ( x ) = . Qual é o elemento do domínio que tem
5
3
− como imagem?
4
3x + 2
06. Seja a função f de ℝ – {1} em ℝ definida por f ( x ) = . Qual é o elemento do domínio
x −1
que tem imagem 2?

07. Quais os valores do domínio da função real definida por f ( x ) = x 2 − 5 x + 9 que produzem
imagem igual a 3?

08. Qual dos gráficos seguintes representa uma função f de ℝ *+ em ℝ?


y y y
a) b) c)

x x

y y
d) e)

09. Determine o(s) zero(s) das seguintes funções:


3x − 7
a) f ( x ) = b) f ( x ) = 3 x 2 − 10 x + 1 c) f ( x ) = 8 x 2 − 7 x − 1
2
10. Observando o gráfico, determine o(s) zero(s) da função. y

x
-2 -1 0 1 2 3 4 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 59


Respostas: 03.
01. a) f ( x ) = − x
a) Não é função de A em B, pois o elemento 2 b) g ( x ) = x 3
∈ A não possui imagem em B.
c) h ( x ) = x 2 − 1
b) Não é função de A em B, pois o elemento 1
d) k ( x ) = 2
∈ A possui duas imagens em B.
c) É função de A em B, pois para cada 04.
elemento de A, existe uma única imagem em a) f ( 2 ) = 2
B. b) f ( −1) = 8
d) É função de A em B, pois para cada
 1  11
elemento de A, existe uma única imagem em c) f   =
2 4
B.
 1  46
d) f  −  =
 3 9
( 3) = 7 − 3 3
02.
e) f
a) É função, pois para cada elemento do
domínio, existe uma única imagem. f) f (1 + 2 ) = 4 + 2
b) Não é função por dois motivos:
3
1°) Existem elementos do domínio que não 05. x = −
8
possuem imagem.
2°) Há elementos do domínio que possuem 06. x = −4
mais de uma imagem.
c) Não é função, pois existem elementos do 07. x = 2 ou x = 3

domínio que não possuem imagem.


08. c)
d) É função, pois para cada elemento do
domínio, existe uma única imagem. 09.
e) É função, pois para cada elemento do 7
a) x =
domínio, existe uma única imagem. 3
f) Não é função por duas razões: 5 + 22 5 − 22
b) x = ou x =
1°) Existem elementos do domínio que não 3 3
possuem imagem. 1
c) x = 1 ou x = −
8
2°) Há um elemento do domínio que possui
mais de uma imagem.
10. x = 1 ou x = 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 60


Análise de domínio e imagem através do gráfico de uma função

O domínio de uma função é o conjunto das abscissas de todos os pontos de seu gráfico. Assim, a
projeção ortogonal dos pontos do gráfico sobre o eixo dos x determina esse conjunto.
Exemplo 1:

No exemplo acima, temos que D(f) = ℝ.

O conjunto-imagem de uma função é o conjunto das ordenadas de todos os pontos de seu gráfico.
Assim, a projeção ortogonal dos pontos do gráfico sobre o eixo dos y determina esse conjunto.
Exemplo 2:

No exemplo acima, temos que Im (f) = ℝ.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 61


Exemplo 3:

D(f) = ℝ Im (f) = ℝ+

Exemplo 4:

D(f) =] − 4; 3] Im (f) = [1; 6]

Exercício: Considerando que todos os gráficos abaixo representam funções, determine o domínio e
o conjunto-imagem de cada uma.
01. 02.

D(f) =
D(f) =
Im (f) =
Im (f) =
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 62
03. 04.

D(f) =
Im (f) = D(f) =
Im (f) =
05. 06.

D(f) =
Im (f) =
D(f) =
Im (f) =
07. 08.

D(f) =
Im (f) =

D(f) =
Im (f) =

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 63


09. 10.

D(f) =
D(f) = Im (f) =
Im (f) =
11. 12.

D(f) =
Im (f) = D(f) =
Im (f) =
13. 14.

D(f) = D(f) =
Im (f) = Im (f) =
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 64
Respostas
01. D(f) = ℝ 06. D(f) = ℝ *+ 11. D(f) = ℝ
Im (f) = ℝ+ Im (f) = ℝ Im (f) = {0} ∪ [1; +∞[
02. D(f) =] − ∞; −1] ∪ [1; +∞[ 07. D(f) = ℝ 12. D(f) = ℝ
Im (f) = [−1; +∞[ Im (f) =] − ∞; 3] Im (f) =]0; 4]
03. D(f) = ℝ 08. D(f) = ℝ* 13. D(f) = ℝ
Im (f) = {4} Im (f) = ℝ* Im (f) = {2; 4; 6}
04. D(f) = ℝ 09. D(f) = ℝ − {1} 14. D(f) = ℝ
Im (f) = ℝ Im (f) = ℝ − {1} Im (f) = {0}∪]1; +∞[
05. D(f) = ℝ 10. D(f) =] − 3; 3]
Im (f) = ℝ *+ Im (f) = [0; 3]

Crescimento e Decrescimento

Uma função f é crescente em um intervalo ]a; b[ quando para quaisquer x1 , x2 ∈ ]a; b[ , com

x1 < x2 temos que f (x1 ) < f (x2 ) . Isto significa dizer que se ao analisarmos o gráfico de uma
função observamos que em determinado intervalo os valores de y aumentam na medida em que os
valores de x aumentam, neste intervalo a função será considerada crescente.

Exemplo 1: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x) = 2 x .

Quanto maior o valor dado a x, maior será o seu valor


correspondente y.

Por exemplo,
• Se x = 1 , então y = 2 ⋅ 1 = 2 .
• Se x = 2 , então y = 2 ⋅ 2 = 4 .
• Se x = 3 , então y = 2 ⋅ 3 = 6 , e assim por diante.

Nesse caso, podemos dizer que a função f (x ) é crescente em


todo seu domínio.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 65


Uma função f é decrescente em um intervalo ]a; b[ quando para quaisquer x1 , x2 ∈ ]a; b[ , com

x1 < x2 temos que f (x1 ) > f (x2 ) . Isto significa dizer que se ao analisarmos o gráfico de uma
função observamos que em determinado intervalo os valores de y diminuem na medida em que os
valores de x aumentam, neste intervalo a função será considerada decrescente.

Exemplo 2: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = 3 − x .

Quanto maior o valor dado a x, menor será o seu


valor correspondente y.
Por exemplo,
• Se x = 1 , então y = 3 − 1 = 2 .

• Se x = 2 , então y = 3 − 2 = 1 .

• Se x = 3 , então y = 3 − 3 = 0 , e assim por


diante.

Nesse caso, podemos dizer que a função f (x ) é


decrescente em todo seu domínio.

Exemplo 3: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = x 2 − 2 x .

x y = x2 − 2x y
−2 ( −2) − 2 ⋅ ( −2) =
2
8
( − 1) − 2 ⋅ ( − 1) = Os valores de
−1
2
3
y diminuem.
0 02 − 2 ⋅ 0 = 0
1 12 − 2 ⋅ 1 = −1
2 22 − 2 ⋅ 2 = 0 Os valores de
3 32 − 2 ⋅ 3 = 3 y aumentam.
4 42 − 2 ⋅ 4 = 8

A função apresenta dois comportamentos:


• Se x < 1, então a função é decrescente;
• Se x > 1, então a função é crescente.
Quando x = 1, a função nem cresce nem decresce e, nesse
caso, dizemos que x = 1 é ponto de mínimo, já que y = −1
é o menor valor possível para y.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 66


Exemplo 4: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x) = 3 .

Nesse caso, mesmo aumentando os valores de x,


percebemos que os valores de y não se alteram.

Por exemplo,
• Se x = 1 , então y = 3 .
• Se x = 2 , então y = 3 .

• Se x = 3 , então y = 3 , e assim por diante.

Nesse caso, dizemos que a função é constante em todo o


seu domínio, pois os valores de y não variam, já que não
dependem dos valores de x.

Estudo do Sinal
Fazer o estudo do sinal de uma função significa encontrar os intervalos do domínio nos quais a
função é positiva, negativa ou nula.

Exemplo 1: Observando o gráfico abaixo, faça o estudo do sinal da função f.

• f ( x) = 0 , para x = −2 ou x = 0 ou x = 3 ou x = 5 (zeros da função)


• f ( x) < 0 , para x < −2 ou 0 < x < 3 ou x > 5 (imagens negativas)
• f ( x ) > 0 , para − 2 < x < 0 ou 3 < x < 5 (imagens positivas)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 67


Exemplo 2: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = x − 3 . Faça o seu estudo do sinal.

Cálculo do zero da função:


f ( x) = 0
x −3 = 0
x=3

Estudo do Sinal:
• f ( x) = 0 , para x = 3 (zeros da função)
• f ( x) < 0 , para x < 3 (imagens negativas)
• f ( x ) > 0 , para x > 3 (imagens positivas)

Exemplo 3: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = − x 2 + 6 x − 8 . Faça o seu estudo do sinal.

Cálculo do zero da função:


f ( x) = 0

− x2 + 6x − 8 = 0

− 6 ± 6 2 − 4 ⋅ ( −1) ⋅ ( −8)
x=
2 ⋅ (−1)

− 6 ± 36 − 32 − 6 ± 4
x= =
−2 −2
−6+2 −4
x1 = = =2
−6±2 −2 −2
x= =
−2 −6− 2 −8
x2 = = =4
−2 −2
Estudo do Sinal:
• f ( x) = 0 , para x = 2 ou x = 4 (zeros da função)
• f ( x) < 0 , para x < 2 ou x > 4 (imagens negativas)
• f ( x ) > 0 , para 2 < x < 4 (imagens positivas)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 68


Exemplo 4: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = x 2 − 2 x + 2 . Faça o seu estudo do sinal.

Cálculo do zero da função:


f ( x) = 0

x2 − 2x + 2 = 0

− (−2) ± (−2)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 2
x=
2 ⋅1
2± 4−8
x=
2
2± −4
x= ∉ℝ
2
Logo, a função f não possui zeros.
Estudo do Sinal:
• ∄ x ∈ ℝ | f ( x) ≤ 0 (A função f não possui valores negativos ou nulos).

• f ( x ) > 0 , ∀ x ∈ ℝ (A função f é positiva para todos os valores reais de x).

Exemplo 5: Seja a função f: ℝ⟶ℝ definida pelo gráfico abaixo. Faça o seu estudo do sinal.

A função f possui dois comportamentos: quando


x < 2 , f ( x ) = 3 e quando x ≥ 2 , f ( x ) = −2 .

Como o gráfico da função f não intersecciona o


eixo dos x, podemos concluir que f não possui
zeros.

Estudo do Sinal:
• ∄ x ∈ℝ | f ( x) = 0 .
• f ( x) < 0 , para x ≥ 2 .
• f ( x) > 0 , para x < 2 .

Observação: No gráfico acima, x = 2 não é um zero da função f, já que f ( 2) = −2 ≠ 0 . No


entanto, antes de x = 2 a função é positiva e depois, é negativa. Em tópicos mais avançados de
matemática, estuda-se que este tipo de ponto chama-se ponto de descontinuidade.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 69
Exercícios sobre Funções – Lista N° 5
01. Considerando que os gráficos abaixo representam funções, determine o domínio e o conjunto-
imagem de cada uma.

a) y b) y
4 4

3 3

2 2

1 1

x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1 -1

-2 -2

-3 -3

-4 -4

y d) y
c)
4
4

3
3

2
2

1 1

x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1 -1

-2 -2

-3 -3

-4 -4

e) y f) y
4 4

3 3

2 2

1 1

x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1 -1

-2
-2

-3
-3

-4 -4

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 70


g) y h) y
4 4

3 3

2
2

1
1

x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1 -1

-2 -2

-3 -3

-4 -4

y y
i) j)
4 7

3 6

2 5

1 4

x 3
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1 2

-2 1
x
-3 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

-4 -1

y l) y
k)
4 7
a)
3 6

2 5

1 4

x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 3

-1 2

-2 1
x
-3 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

-4 -1

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 71


02. Em cada caso, o gráfico representa uma função de ℝ em ℝ. Especifique os intervalos nos quais a função
é crescente, decrescente ou constante. Faça também o estudo do sinal para cada função.
y
y
a) 7
b) 7
y c) 7

6
6
6
5
5
5
4
4
4

3 3
3

2 2
2

1 1
1
x x
x
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

-1 -1
-1

y y
y
d) 4
e) 4 f) 7

3
3 6

2
2 5

1
1 4

x x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-2 -1 1 2 3 4 0 3
-4 -3 0

-1
-1 2

-2
-2 1

-3 x
-3 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-4
-4 -1

03. Seja f: ℝ→ℝ a função cujo gráfico é o seguinte:


y a) Determine f (− 3) .

4 b) Determine x para o qual f ( x ) = 1 .


3 1 3
c) f   é maior, menor ou igual a f   ?
2 2 2
d) Determine x para o qual f ( x) = 3 .
1
x
e) Determine D ( f ) e Im( f ) .
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

-1
f) Em que pontos o gráfico de f intercepta os
eixos?
-2
g) Para que valores de x , f é decrescente?
-3
h) Para que valores de x têm-se f ( x) > 0 ?
04. Seja f: ℝ→ℝ a função cujo gráfico é o seguinte:
y a) Determine o domínio da função.
4 b) Determine a imagem da função.
3
c) Determine os valores de f (−1) , f (0 ) e f (3) .
2

1
d) Em que intervalo f é crescente?
9
_
2 x e) Em que intervalo f é constante?
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 3
_ 2 3 4
-1 2
f) Em que intervalo f é decrescente?
-2
g) Para que valores de x têm-se f ( x) < 0 ?
-3

- _7 h) Existe f (−50) ? Qual seria o seu “palpite” para


2
esse valor?

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 72


05. Considerando a função representada pelo gráfico abaixo, verifique as sentenças e assinale a resposta
correta.
I) A função tem um único zero.
y
II) Existe mais de um valor de x , tal que f ( x) = 3 .
3
III) D( f ) = [−4, 0[∪]0, +∞[

IV) f ( f ( −2)) = f ( −4)

Assinale a alternativa correta:


x
-4 -2 0 2
a) Apenas I e III estão corretas.

b) Apenas II e IV estão corretas.

c) Apenas II está correta.


-4
d) Todas as alternativas são falsas.

Respostas:
01. a) D( f ) = ℝ e) D( f ) = ℝ i) D( f ) = [−2; 4[
Im( f ) = {−2; 0; 2} Im( f ) = [ − 4; − 2] ∪ ]0; +∞[ Im( f ) = [−2; 2]
b) D( f ) = ℝ f) D( f ) = ℝ j) D ( f ) =] − 3; 5]
Im( f ) = [−2; 2] Im( f ) = ] − ∞; 1] Im( f ) = ]1; 3]
c) D( f ) = ℝ g) D ( f ) = {−3; −2; −1; 0; 1; 2; 3} k) D( f ) = [−4; 4[
Im( f ) = {−1} ∪ [1; +∞[ Im( f ) = {−1; 0; 1; 2} Im( f ) = [−2; 4]
d) D( f ) = ℝ h) D( f ) =] − 2; 3] l) D( f ) =] − 3; 3]
Im( f ) = ℝ Im( f ) = [ − 3; 2[ Im( f ) = {1; 2; 3; 4; 5; 6}

02. a) f ( x ) é crescente para x > 2 b) f ( x ) é crescente para ∀ x ∈ ℝ


f ( x ) é decrescente para x < 2 f ( x ) = 0 para x = −3
f ( x ) = 0 para x = 2 f ( x ) < 0 para x < −3
f ( x ) > 0 para x ≠ 2 f ( x ) > 0 para x > −3
c) f ( x ) é crescente para x < 0 d)
f ( x ) é crescente para x < −1 ou x > 1
f ( x ) é constante para 0 < x < 3
f ( x ) é decrescente para − 1 < x < 1
f ( x ) é decrescente para x > 3
f ( x ) = 0 para x = −2 ou x = 0 ou x = 2
f ( x ) = 0 para x = −3 ou x = −4
f ( x ) < 0 para x < −2 ou 0 < x < 2
f ( x ) < 0 para x < −3 ou x > −4
f ( x ) > 0 para − 2 < x < 0 ou x > 2
f ( x ) > 0 para − 3 < x < 4
e) f ( x ) é crescente para − 1 < x < 0 ou x > 1 f) f ( x ) é crescente para x < −2 ou x > 2
f ( x ) é decrescente para x < −1 ou 0 < x < 1 f ( x ) é decrescente para − 2 < x < 2
f ( x ) = 0 para x = −2 ou x = 0 ou x = 2 f ( x ) = 0 para x = −4 ou x = 1 ou x = 3
f ( x ) < 0 para − 2 < x < 0 ou 0 < x < 2 f ( x ) < 0 para x < −4 ou 1 < x < 3
f ( x ) > 0 para x < −2 ou x > 2 f ( x ) > 0 para − 4 < x < 1 ou x > 3

03. a) f ( − 3) = − 1 d) ∄ x ∈ℝ | f ( x) = 3 g) f ( x ) é decrescente para x > 0


b) x = −1 ou x = 1 e) D ( f ) = ℝ e Im( f ) =] − ∞; 2] h) f ( x ) > 0 para − 2 < x < 2
c) 1 3 f) Eixo x: (−2; 0) e ( 2; 0) ; Eixo y: (0; 2)
f  > f 
2 2

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 73


04. a)  9 d) f ( x ) é crescente para x < −2 g) f ( x ) < 0 para 3 < x <
9
D ( f ) =  − ∞; 
 2 2
b)  7  e) f ( x ) é constante para − 2 < x <
3 h) Sim, f (−50) é um valor
Im( f ) =  − ; 4 
 2  2 positivo muito próximo
c) f ( −1) = 4 ; f ( 0) = 4 e f (3) = 0 f) 3 9 de zero.
f ( x ) é decrescente para <x<
2 2
05. c

Construção de gráficos cartesianos

Conhecendo a lei de uma função f e seu domínio, podemos construir seu gráfico cartesiano. Para
tal devemos construir uma tabela, na qual calculamos um número suficiente de pontos da função.
Depois de marcarmos os pontos obtidos no plano cartesiano, unimos esses pontos por uma curva
que os contenha.

Exemplo 1: Considerando a função f: ℝ⟶ℝ, definida por f ( x ) = − x 2 − 2 x + 3 , faça uma tabela dos
valores da função, com valores de x variando entre − 4 e 2 , e depois construa o seu gráfico.

x y = −x2 − 2x + 3 y

−4 − (− 4) − 2 ⋅ (− 4) + 3 = −16 + 8 + 3 = −5
2

−3 − (− 3) − 2 ⋅ (− 3) + 3 = −9 + 6 + 3 =
2
0

−2 − (− 2) − 2 ⋅ (− 2) + 3 = −4 + 4 + 3 =
2
3

−1 − (− 1) − 2 ⋅ (− 1) + 3 = −1 + 2 + 3 =
2
4

0 − 0 2 − 2 ⋅ 0 + 3 = −0 − 0 + 3 = 3

1 − 12 − 2 ⋅ 1 + 3 = −1 − 2 + 3 = 0

2 − 2 2 − 2 ⋅ 2 + 3 = −4 − 4 + 3 = −5
Através da tabela acima obtemos os seguintes
pares ordenados: (−4; −5) , (−3; 0) , (−2; 3) ,
(−1; 4) , (0; 3) , (1; 0) e (2; −5) .

Observação: Neste exemplo usamos valores inteiros do domínio com a finalidade de


simplificarmos os cálculos. No entanto, nada impediria que utilizássemos valores fracionários ou
até mesmo irracionais, porém isto dificultaria a marcação dos pontos no plano cartesiano.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 74


6
Exemplo 2: Considerando a função f: ℝ*⟶ℝ*, definida por f ( x ) = , faça uma tabela dos valores
x
da função, com valores de x variando entre − 12 e 12 , e depois construa o seu gráfico.
x -12 -10 -8 -6 -3 -2 -1 0 1 2 3 6 8 10 12

6
y=
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
− 12 − 10 −8 −6 −3 −2 −1 0 1 2 3 6 8 10 12
x

y -0,5 -0,6 -0,75 -1 -2 -3 -6 ∄ 6 3 2 1 0,75 0,6 0,5

Através da tabela acima obtemos os seguintes pares ordenados: (−12; −0,5) , (−10; −0,6) ,

(−8; −0,75) , (−6; −1) , (−3; −2) , (−2; −3) , (−1; −6) , (1; 6) , (2; 3) , (3; 2) , (6; 1) , (8; 0,75) ,

(10; 0,6) e (12; 0,5) .


Observação: Como x = 0 não faz parte do domínio da função (pois não é possível dividir seis por
zero), o gráfico não será uma linha contínua neste ponto.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 75


Exercícios:
01. Considerando a função f: ℝ⟶ℝ, definida por
f ( x ) = −2 x + 4 , faça uma tabela dos valores da função,
com valores de x variando entre -2 e 6. Construa o
gráfico desta função.
x y = −2 x + 4 y

-2

-1

02. Considerando a função f: ℝ⟶ℝ, definida por


f ( x ) = − x 2 + 2 x + 8 , faça uma tabela dos valores da
função, com valores de x variando entre -3 e 5.
Construa o gráfico desta função.

x y = −x2 + 2x + 8 y

-3

-2

-1

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 76


x +1
3. Considerando a função f: ℝ − {1} ⟶ℝ − {1} , definida por f ( x ) = , faça uma tabela dos
x −1
valores da função, com valores de x variando entre -3 e 5. Construa o gráfico desta função.

x +1 x +1
x y= y x y= y
x −1 x −1
3
-3
2

-2 2

-1 3

0 4

1
5
2

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 77


Construindo Gráficos no GeoGebra

O GeoGebra é um software livre de geometria dinâmica que permite também a entrada de dados
algébricos. Com ele é possível desenhar gráficos e figuras geométricas, fazer animações, etc. Este
programa possui uma infinidade de aplicações. Através dele, é possível construir os gráficos das
funções apresentadas nos exercícios anteriores.
A interface gráfica do GeoGebra é subdividida em quatro áreas principais:
• Barra de Ferramentas: contém os ícones das ferramentas de seleção e construção;
• Janela de Álgebra: apresenta as formas algébricas dos elementos construídos;
• Janela de Visualização: apresenta as formas geométricas dos elementos construídos;
• Campo de Entrada: serve para a criação de elementos via álgebra.

Exemplo: para construir o gráfico da função f ( x) = − x 2 + 3 x + 2 , basta digitar no Campo de


Entrada (na parte inferior da tela) a equação y = – x^2 + 3x + 2 e apertar a tecla Enter. Então, o
programa apresentará o seguinte gráfico:

Clicando com o botão


direito sobre o gráfico
gerado, é possível editar as
propriedades da figura, tais
como cor, espessura da
linha, etc.

Observação 1: O download do GeoGebra pode ser feito em: http://www.geogebra.org/cms/en/download/


Observação 2: Para que o programa GeoGebra funcione no seu computador, é necessário que o programa
JAVA já esteja instalado.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 78
Interpretando gráficos de funções

Exemplo: Atividade de Leitura Gráfica: Corrida de Motos


Três amigos: José, Joaquim e João partem cada um em sua moto de uma cidade “A” rumo a uma
cidade “B”, todos fazendo o mesmo percurso que mede 25 km. Os três gráficos abaixo representam
as posições relativas ao ponto de partida (em quilômetros) em função do tempo (em minutos) de
cada um dos três amigos a partir do instante em que eles ligaram suas motos.

Observando os gráficos, podemos obter muitas informações sobre esta situação. Para isso vamos
responder as seguintes perguntas:
a) Na partida, qual dos três amigos teve problemas com a moto, começando
a viagem com atraso?
O segmento horizontal representa que não houve variação da distância entre
o ponto de partida e a moto de Joaquim no intervalo de 0 a 5 minutos. Isto é,
nos cinco primeiros minutos a moto de Joaquim manteve distância zero do
ponto de partida, logo ficou parada.

b) Qual foi a distância percorrida por João no intervalo de 0 a 10 minutos?


No intervalo de 0 a 10 minutos, João percorreu 15 quilômetros.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 79


c) Qual foi a velocidade (em km/h) da moto de João no intervalo de 0 a 10
minutos?
d 15 km 15 km × 6 90 km
v= = = = = 90 km / h
t 10 min 10 min× 6 60 min
d) Qual foi a velocidade (em km/h) da moto de Joaquim no intervalo de 5 a
10 minutos?
d 10 km 10 km × 12 120 km
v= = = = = 120 km / h
t 5 min 5 min× 12 60 min

e) Quem percorreu a maior distância no intervalo de 0 a 10 minutos?


José percorreu 10 km nos primeiros 10 minutos.
Joaquim também percorreu 10 km nos primeiros 10 minutos.
João percorreu 15 km nos primeiros 10 minutos.
Logo João percorreu a maior distância neste intervalo.

f) O que ocorreu com a moto de Joaquim no intervalo de 10 a 20 minutos?


No intervalo de 10 a 20 minutos o gráfico é um segmento horizontal,
indicando que a moto de Joaquim não variou sua distância em relação ao
ponto de partida, isto é, ficou parada na posição de 10 km.

g) Em relação à posição, o que ocorreu com a moto de João no intervalo de


10 a 20 minutos?
No intervalo de 10 a 20 minutos o gráfico é um segmento descendente,
indicando que a moto de João está reduzindo sua distância ao ponto de
partida, isto é, retornou 10 km (da posição 15 km para a posição 5 km).
h) Quem manteve velocidade constante em todo o percurso? Determine essa
velocidade em km/h.
Os pontos do gráfico relativo à moto de José estão sempre alinhados. Por
exemplo, nos primeiros 5 minutos, a moto percorre 5 km, de 5 a 10 minutos,
outros 5 km, de 10 a 15 minutos José perfaz mais 5 km, e assim até o final
do trajeto, percorrendo 25 km em 25 minutos. Logo a velocidade não se
altera, pois distâncias iguais foram percorridas em tempos iguais.
d 25 km 5 km × 12 60 km
v= = = = = 60 km / h .
t 25 min 5 min× 12 60 min

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 80


i) Durante esta viagem, todos percorreram a mesma distância? Explique seu
raciocínio.
Não, pois João retornou 10 km em direção ao ponto de partida. Isto fez com
que ele percorresse 45 km (15 + 10 + 20), enquanto José e Joaquim
perfizeram 25 km.

j) Determine o instante em que José encontrou João no trajeto.


No intervalo de 10 a 15 minutos, quando João estava retornando, José passou
por ele na estrada. Para determinar o instante exato em que eles se encontram
vamos utilizar semelhança de triângulos:

Analisando o gráfico correspondente à moto de


José, percebemos que podemos formar dois
triângulos retângulos semelhantes: um maior, de
catetos d e t e outro menor, de catetos 10 e 10.

d 10 km
=
t 10 min
d
=1
t
d =t

Analisando o gráfico correspondente à moto de


João, percebemos que podemos formar dois
triângulos retângulos semelhantes: um maior, de
catetos 10 e 10 e outro menor, de catetos 15 − d e
t − 10 .

10 km 15 − d
=
10 min t − 10
10 ⋅ (t − 10) = 10 ⋅ (15 − d )
t − 10 = 15 − d
t + d = 15 + 10
t + d = 25

Como d = t , temos:
t + t = 25
2t = 25
25
t=
2
t = 12,5 min
t = 12 min e 30 segundos

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 81


Exercícios sobre interpretação de gráficos – Lista N° 6
01. Três motociclistas, André, Bruno e Carlos, partem
com suas motos de um mesmo ponto e tem seus
desempenhos representados pelos gráficos ao lado. O
eixo vertical representa a distância em relação ao ponto
de partida (em quilômetros) e o eixo horizontal
representa o tempo transcorrido (em minutos).
Responda as seguintes questões:
a) Qual a velocidade (em km/h) de cada motociclista no
intervalo de 0 a 15 minutos?
b) A partir dos resultados do item (a), qual relação pode-
se observar entre a velocidade desenvolvida e o gráfico
(distância x tempo) que representa o movimento?

02. Paulo e Ana vão do Posto 2, em


Copacabana, à Cidade Universitária
de moto, fazendo o mesmo percurso.
Os gráficos ao lado representam a
distância percorrida por cada moto
desde o ponto de partida, no Posto 2,
até a chegada na Cidade Universitária
(em quilômetros), em função do
tempo (em minutos), contado a partir
do instante em que Paulo partiu do
Posto 2.
Responda as seguintes questões:
a) Ana partiu de Copacabana quantos minutos depois de Paulo?
b) Ana e Paulo chegaram juntos à Cidade Universitária? Justifique seu raciocínio.
c) Qual dos dois amigos ficou algum tempo parado no trajeto? Quanto tempo permaneceu parado?
d) Qual a velocidade (em km/h) desenvolvida por Ana no intervalo de 5 min a 10 min?
e) Qual a velocidade (em km/h) desenvolvida por Paulo no intervalo de 0 min a 30 min?
f) Em que instante Paulo ultrapassou Ana?
g) Em que instante Ana ultrapassou Paulo?

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 82


03. O gráfico abaixo mostra o desempenho de quatro motociclistas, todos fazendo o mesmo
percurso em uma corrida. É possível observar a distância percorrida (em metros) por cada moto
desde o ponto de partida, em função do tempo, contado em intervalos de 5 segundos a partir do
instante inicial t = 0s até o final da primeira etapa, em t = 20s.

Observando o gráfico, responda:


a) Qual foi a distância percorrida pela Moto 1 no 1° intervalo de tempo (0s - 5s)?
b) Qual foi a velocidade da Moto 1 no 1° intervalo de tempo (0s - 5s)?
c) Qual foi a velocidade da Moto 1 no 2° intervalo de tempo (5s - 10s)?
d) Qual moto percorreu a maior distância no 2° intervalo de tempo (5s - 10s)?
e) Qual moto apresentou a maior velocidade no 2° intervalo de tempo (5s - 10s)?
f) Em relação à posição, o que ocorreu com a Moto 1 a partir dos 10s?
g) Qual moto estava em 1° lugar aos 20s?
h) Quais motos mantiveram velocidade constante nos primeiros 10s?
i) Qual moto manteve velocidade constante em toda a 1ª etapa? Calcule essa velocidade em km/h.
j) Explique como foi a variação da velocidade da Moto 4 durante a 1ª Etapa.
k) Determine em que instante a Moto 4 ultrapassou a Moto 1.
l) Supondo que as motos mantivessem suas velocidades do 4° intervalo de tempo (15s - 20s),
como seria a ordem de classificação dos motociclistas se a prova acabasse aos 30s?

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 83


04. Sílvia corre do início de uma
avenida até o seu final e depois
retorna ao ponto de partida. O
gráfico ao lado mostra a distância
de Sílvia ao ponto de partida (em
km), em função do tempo
transcorrido (em minutos).

Observando o gráfico, responda:


a) Na ida, quanto tempo Sílvia levou para chegar à posição 2,5 km?
b) Em relação à posição, o que ocorreu no intervalo de 20 min a 30 min?
c) Qual a velocidade (em km/h) desenvolvida por Sílvia nos primeiros 20 min?
d) Qual a velocidade (em km/h) desenvolvida por Sílvia no intervalo de 30 min a 40 min?
e) Em relação à posição, o que ocorreu no intervalo de 40 min a 60 min?
f) Sílvia percorreu quantos quilômetros?

05. Em uma mesma manhã, Cláudia partiu da cidade A para a cidade B, enquanto Adílson partiu da
cidade B para a cidade A. O gráfico mostra a distância de cada um deles ao respectivo ponto de
partida durante todo o trajeto, em função do tempo. A que horas eles se encontraram na estrada?

a) 8h 45min

b) 10h 15min

c) 10h 30min

d) 11h 00min

e) 11h 45min

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 84


Respostas:
01. a) v A = 120 km / h , vB = 80 km / h , j) No primeiro intervalo a Moto 4 apresentou

vC = 40 km / h uma velocidade de 4 m / s , no segundo

b) Em um gráfico do tipo posição em função intervalo aumentou para 8 m / s , no terceiro

do tempo, quanto maior a velocidade aumentou para 18 m / s e no quarto,


desenvolvida em um intervalo de tempo,
20 m / s. Isto é, a Moto 4 foi aumentando sua
maior será a inclinação do gráfico neste
velocidade durante toda a 1ª etapa.
intervalo.
k) t = 15 segundos
l) A classificação seria:
02. a) 5 minutos
1° lugar: Moto 3
b) Sim, ambos levaram 30 minutos para
2° lugar: Moto 4
percorrer 20 km.
3° lugar: Moto 2
c) Ana ficou parada um tempo total de 20
4° lugar: Moto 1
minutos.
d) v = 120 km / h
04. a) Sílvia levou 20 minutos.
e) v = 40 km / h b) Sílvia permaneceu parada na posição 2,5
f) 15 minutos. km.
g) 7 minutos e 30 segundos c) v = 7,5 km / h

d) v = 15 km / h
03. a) 100 m
e) Sílvia retornou ao ponto de partida.
b) v = 20 m / s ou v = 72 km / h
f) Sílvia percorreu 10 km.
c) v = 10 m / s ou v = 36 km / h

d) A Moto 2 percorreu a maior distância (70 05. d


metros).
e) A Moto 2 desenvolveu a maior velocidade
( v = 14 m / s ou v = 50,4 km / h ).

f) A Moto 1 ficou parada na posição 150


metros.
g) A Moto 3.
h) A Moto 2 e a Moto 3.
i) A Moto 2. v = 50,4 km / h .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 85


Função Composta

Vamos iniciar o estudo sobre função composta através de um exemplo:


Uma fábrica que produz sapatos calcula o seu lucro por meio da equação L = 0,4 ⋅ C , onde L é o
lucro e C o preço de venda desse sapato para o comércio. Por sua vez, o preço C de venda é
calculado fazendo-se C = 20 + 2 ⋅ P , onde P é o valor gasto com a matéria prima para a fabricação
deste sapato.
O lucro L é dado em função do preço C , e o preço C é dado em função do gasto P .
Seria possível determinar o lucro L diretamente do gasto P com a matéria prima?
Para isso, devemos fazer uma composição entre as duas funções:
L = 0,4 ⋅ C 
 ⇒ L = 0,4 ⋅ (20 + 2 P) ⇒ L = 8 + 0,8P
C = 20 + 2P 
A lei L = 8 + 0,8 P relaciona diretamente o lucro L e gasto P .

Definição
Sejam dadas as funções f: A → B e g: B → C.
Chama-se função composta de g e f à função h: A → C tal que a imagem de cada x é obtida pelo
seguinte procedimento:
1º) aplica-se a x a função f, obtendo-se f(x)
2º) aplica-se a f(x) a função g, obtendo-se g(f(x)).

Indica-se h(x) = g(f(x)), para todo x ∈ A.


A B C

f g

x f(x) g(f(x))

Notação: A função composta de g e f pode ser representada por g ( f (x)) , (lê-se g de f de x), ou
g o f , (lê-se g círculo f).

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 86


Exemplo 1: Sejam as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = 2 x e g ( x) = x 2 . Calcule g ( f (x)) .
Vamos imaginar as funções f e g como “máquinas” algébricas, isto é, o elemento x de entrada é
transformado pela função em um elemento y de saída.
f ( x) = 2 x g ( x) = x 2
A função f associa o elemento x ao seu dobro. A função g associa o elemento x ao seu quadrado.

Calcular a função composta g ( f (x)) significa tomar o “elemento de saída” da função f e aplicar
esse resultado como “elemento de entrada” na função g.

Como f ( x) = 2 x então g ( f ( x)) = g (2 x)

Como g ( x) = x 2 então g (2 x) = (2 x )
2

Logo g ( f ( x)) = (2 x ) = 4 x 2
2

Observação: A função composta g ( f (x)) só está definida quando o contradomínio da função f é


igual ao domínio da função g. No exemplo acima, CD ( f ) = ℝ e D(g ) = ℝ.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 87


Exemplo 2: Sejam as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = 2 x e g ( x) = x 2 . Calcule f (g (x)) .

Utilizando o mesmo raciocínio anterior, vamos tomar o “elemento de saída” da função g e aplicar
esse resultado como “elemento de entrada” na função f.

g ( x) = x 2 f ( x) = 2 x f (g (x))

Como g ( x) = x 2 então f ( g ( x)) = f ( x 2 )

Como f ( x) = 2 x então f ( x 2 ) = 2( x 2 )

Logo f ( g ( x)) = 2 x 2

Observação 1: Notemos que, em geral, g ( f ( x)) ≠ f ( g ( x)) , isto é, a composição de funções não é

comutativa. No exemplo 1 vimos que g ( f ( x)) = 4 x 2 e no exemplo 2 vimos que f ( g ( x)) = 2 x 2


(funções distintas).

Observação 2: Podemos também calcular funções compostas consigo mesmas. Usando ainda as
funções f e g dos exemplos anteriores, poderíamos calcular f ( f ( x)) = f (2 x)) = 2 ⋅ 2 x = 4 x e

( ) ( )
g ( g ( x) ) = g x 2 = x 2
2
= x4 .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 88


Exemplo 3: Sejam as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x) = 3 x + 1 e g ( x) = 2 x − 3 . Calcule
f ( g ( x )) , g ( f ( x)) , f ( f ( x )) e g ( g ( x )) .

f ( x) = 3 x + 1 g ( x) = 2 x − 3

Na “máquina algébrica” acima percebemos que Na “máquina algébrica” acima notamos que a
a função f triplica o número x e depois soma 1. função g duplica o número x e depois subtrai 3.

Para calcular f ( g ( x )) , vamos


utilizar o elemento “de saída” da
função g como elemento “de
entrada” da função f.

f ( g ( x)) = f (2 x − 3)

f ( g ( x)) = 3 ⋅ (2 x − 3) + 1

f ( g ( x)) = 6 x − 9 + 1

f ( g ( x)) = 6 x − 8

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 89


Para calcular g ( f ( x )) , vamos
utilizar o elemento “de saída” da
função f como elemento “de
entrada” da função g.

g ( f ( x)) = g (3 x + 1)

g ( f ( x)) = 2 ⋅ (3 x + 1) − 3

g ( f ( x)) = 6 x + 2 − 3

g ( f ( x)) = 6 x − 1

Para calcular f ( f ( x)) , vamos


utilizar o elemento “de saída” da
função f como elemento “de
entrada” da própria função f.

f ( f ( x)) = f (3 x + 1)

f ( f ( x)) = 3 ⋅ (3 x + 1) + 1

f ( f ( x)) = 9 x + 3 + 1

f ( f ( x)) = 9 x + 4
Para calcular g ( g ( x )) , vamos
utilizar o elemento “de saída” da
função g como elemento “de
entrada” da própria função g.

g ( g ( x)) = g (2 x − 3)

g ( g ( x)) = 2 ⋅ (2 x − 3) − 3

g ( g ( x)) = 4 x − 6 − 3

g ( g ( x)) = 4 x − 9

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 90


Exemplo 4: Dadas as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x) = x 2 − 5 x + 6 e g ( x ) = x + 1 .
Determine os valores de x para que tenhamos f ( g ( x )) = 0 .
Neste exemplo devemos calcular a função composta f ( g ( x )) e depois suas raízes:
f ( g ( x)) = f ( x + 1) − (−3) ± (−3) 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 2
x=
f ( g ( x)) = ( x + 1) 2 − 5 ⋅ ( x + 1) + 6 2 ⋅1
f ( g ( x)) = x 2 + 2 x + 1 − 5 x − 5 + 6 3 ± 9 − 8 3 ±1
x= =
f ( g ( x)) = x 2 − 3 x + 2 = 0 2 2
3+1 4
x' = = =2
2 2
3 −1 2
x' ' = = =1
2 2
Logo, x = 1 ou x = 2 .

Exemplo 5: Dadas as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = x + 1 e g ( x) = 2 x 2 − 3 . Determine:


a) f ( g ( x )) e g ( f ( x )) .
b) Os valores de x tais que f ( g ( x )) = g ( f ( x )) .
a) b)
f ( g ( x)) = f (2 x 2 − 3) g ( f ( x)) = g ( x + 1) f ( g ( x)) = g ( f ( x))
f ( g ( x)) = (2 x 2 − 3) + 1 g ( f ( x)) = 2( x + 1) − 3
2
2x2 − 2 = 2x2 + 4x − 1
f ( g ( x)) = 2 x 2 − 3 + 1 g ( f ( x)) = 2 ⋅ ( x 2 + 2 x + 1) − 3 − 2 + 1 = 4x
f ( g ( x)) = 2 x 2 − 2 g ( f ( x)) = 2 x 2 + 4 x + 2 − 3 4 x = −1
g ( f ( x)) = 2 x 2 + 4 x − 1 1
x=−
4

Exemplo 6: Considerando as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = 3 x − 1 e f ( g ( x )) = 6 x + 8 ,


determine g (x ) .

Como f ( x) = 3 x − 1 então f ( g ( x)) = 3 ⋅ g ( x) − 1


Como f ( g ( x)) = 6 x + 8 então
3 ⋅ g ( x) − 1 = 6 x + 8
3 ⋅ g ( x) = 6 x + 8 + 1
3 ⋅ g ( x) = 6 x + 9
6x + 9
g ( x) =
3
g ( x) = 2 x + 3

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 91


Exercícios de Função Composta – Lista N° 7

01. Sendo f e g funções de ℝ em ℝ com f ( x) = x 2 + 2 x e g ( x) = 1 − 3 x , determine:


a) f ( g ( x )) b) g ( f ( x )) c) f ( f ( x )) d) g ( g ( x))

02. Sendo f e g funções de ℝ em ℝ com f ( x ) = 5 x + 1 e g ( x ) = 1 + 4 x , calcule f ( g ( 2)) + g ( f ( 2)) .

03. Dadas as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = 3 x + 5 e g ( x ) = 2 x − 3 , calcule x tal que:


a) f ( g ( x )) = 0 b) g ( f ( x )) = 1

04. Uma chácara de área z foi dividida em 10 lotes, todos de forma quadrada de lado x e área y.
Escreva a fórmula matemática que expresse:
a) y em função de x;
b) z em função de y;
c) z em função de x.

05. Seja as funções de ℝ em ℝ definidas por y = g (u ) = 2u 3 e u = h( x) = x 2 − 2 x + 5 .


a) Determine o valor de y para x = 0 .
b) Determine o valor de g ( h( −3)) .

06. O custo C de produção, em reais, de cada vaso cerâmico depende da quantidade q de vasos
fabricados, e essa quantidade depende do número n de horas de funcionamento de um torno
500
giratório. Essas relações de dependência são descritas pelas seguintes funções: C ( q ) = 3 + e
q
q (n) = 200 n . Sabendo que o custo de produção de cada vaso é R$ 3,50, por quantas horas o torno
funcionou?

07. Sendo f e g funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x) = 2 x − 10 e g ( x) = x 2 − 100 , calcule x para

que a igualdade ( g o f )( x) = 0 seja verdadeira.

08. Sendo f uma função de ℝ em ℝ definida por f ( x) = x 2 − 2 x − 3 , encontre, desenvolva e


simplifique a expressão de f ( f ( x )) .
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 92
09. Dadas as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x ) = 2 x + 1 e f ( g ( x )) = 2 x + 9 , calcule g (x ) .

10. Sejam f : ℝ⟶ℝ e g: ℝ⟶ℝ definidas por f ( x) = x 2 − 2 x − 3 e g ( x ) = 4 x + m . Sabendo-se que


f ( g ( −1)) = 12 , calcule m .

11. Dadas as funções de ℝ em ℝ definidas por f ( x) = x 2 − 5 x + 6 e g ( x ) = x + 4 , pede-se:


a) x, de modo que f ( g ( x )) = 0 ;
b) x, para que f ( 2) + g ( x ) = g ( f ( 4)) .

12. Se f : ℝ⟶ℝ é da forma f ( x ) = ax + b e é também verdade que f ( f ( x )) = x + 1 para todo x


real, então a e b valem, respectivamente:

1 1
a) 1 e b) − 1 e c) 1 e 1 d) 1 e − 2 e) − 1 e 2
2 2

1− x
13. Se f : ℝ − {−1} ⟶ℝ − {−1} é definida por f ( x ) = , então se x ≠ −1 , f ( f ( x )) é igual a:
1+ x

a) x b) − x c) 1 d) − 1 e) f (x )

14. Se f ( g ( x )) = x 2 e g ( x ) = x − 1 , então o valor de f ( 2) é:

a) 1 b) 2 c) 3 d) 6 e) 9

15. Sejam A = {1; 2; 3} e f : A → A definida por f (1) = 3 , f ( 2) = 1 e f (3) = 2 . O conjunto

solução da equação f ( f ( x)) = 3 é:

a) Ø b) {1} c) {2} d) {3} e) {1; 2; 3}

16. Sejam as funções ( f o g )( x ) = x 2 + 2 e f ( x ) = 2 x + 4 . Qual é o valor de g ( 2) ?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 93


Respostas:
01. a) f ( g ( x)) = 9 x 2 − 12 x + 3 06. 5 horas
b) g ( f ( x)) = −3 x 2 − 6 x + 1 07. x = 0 ou x = 10
c) f ( f ( x)) = x 4 + 4 x 3 + 6 x 2 + 4 x 08. f ( f ( x)) = x 4 − 4 x 3 − 4 x 2 + 16 x + 12
d) g ( g ( x)) = 9 x − 2 09. g ( x) = x + 4
02. f ( g ( 2)) + g ( f ( 2)) = 91 10. m = 1 ou m = 9
2
03. a) x = 11. a) x = −2 ou x = −1
3
b) x = −1 b) x = 2
04. a) y = x 2 12. a
b) z = 10 y 13. a
c) z = 10x 2 14. e
05. a) y = 250 15. c
b) g ( h( −3)) = 16000 16. a

Funções Sobrejetoras, Injetoras e Bijetoras

Função Sobrejetora

Uma função f(x) é sobrejetora se, e somente se, o conjunto-imagem da função f(x) é igual ao seu
contradomínio.

Exemplo 1: Seja a função f: A → B, definida por f ( x) = x 2 , conforme o diagrama abaixo.

A B

-2
f 0
-1
1
0

1 4

Neste exemplo, temos que Im( f ) = {0; 1; 4} e que B = CD ( f ) = {0; 1; 4} .

O conjunto-imagem da função f é igual ao seu contra domínio, logo a função f é sobrejetora.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 94


Exemplo 2: Determine se a função f: ℝ → ℝ, definida por f ( x) = x 2 , é ou não sobrejetora.

Im( f ) = [0; +∞[

CD ( f ) = ℝ

Im( f ) ≠ CD ( f )

Como o conjunto-imagem e o contradomínio da função f são


diferentes, f ( x) = x 2 não é sobrejetora.

Função Injetora

Uma função f (x ) é injetora se, e somente se, para quaisquer x1 , x 2 ∈ D ( f ) , com x1 ≠ x 2 ,


tivermos f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) .

Exemplo 1: Seja a função f: A → B, definida por f ( x ) = x + 1 , conforme o diagrama abaixo.

A B
f
-1 0

1
0
2

1 3

4
2
5

Neste exemplo, não existem dois elementos domínio A que estejam associados à mesma imagem
em B. Portanto a função f é injetora.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 95


Exemplo 2: Determine se a função f: ℝ → ℝ, definida por f ( x) = − x 2 + 2 x + 5 , é ou não injetora.

Se x = −1 , então f (−1) = −(−1) 2 + 2 ⋅ (−1) + 5


= −1 − 2 + 5
=2

Se x = 3 , então f (3) = −32 + 2 ⋅ 3 + 5


= −9 + 6 + 5
=2

Como existem elementos distintos do domínio que


possuem a mesma imagem, a função f não é injetora.

Exemplo 3: Determine se a função f: ℝ → ℝ, definida por f ( x ) = −2 x + 1 , é ou não injetora.

Se x = −1 , então f ( −1) = −2 ⋅ ( −1) + 1


= 2 +1
=3
Se x = 0 , então f (0) = −2 ⋅ 0 + 1
= 0 +1
=1
Se x = 1 , então f (1) = −2 ⋅ 1 + 1
= −2 + 1
= −1
Se x = 2 , então f ( 2) = −2 ⋅ 2 + 1
= −4 + 1
= −3
E assim por diante...
Como não existem dois elementos distintos do domínio
que possuam a mesma imagem, a função f é injetora.

Observação: Se ao traçarmos retas horizontais pelo gráfico de uma função estas o interseccionam
sempre em um único ponto, então o gráfico representa um função injetora.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 96
Função Bijetora

Uma função f (x ) é bijetora se, e somente se, ela é sobrejetora e injetora ao mesmo tempo.

Exemplo 1: Seja a função f: A → B, definida por f ( x ) = 2 x + 1 , conforme o diagrama abaixo.

A B

f
0 1

1 3

2 5

A função f é ao mesmo tempo sobrejetora e injetora, logo é função bijetora ou também chamada de
“função um para um”.

Exemplo 2: Determine se a função f: ℝ → ℝ, definida por f ( x) = x 2 − 2 x + 1 , é ou não bijetora.

CD ( f ) = ℝ
CD ( f ) ≠ Im( f )
Im( f ) = [0; +∞[

Logo, f não é sobrejetora.

Se x = 0 , então f (0) = 0 2 − 2 ⋅ 0 + 1
= 0 − 0 +1
=1
Se x = 2 , então f (0) = 2 2 − 2 ⋅ 2 + 1
= 4 − 4 +1
=1
Logo, f não é injetora.

Portanto f não é bijetora.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 97


Exemplo 3: Determine se a função f : [1; +∞[→ [0; +∞[ , definida por f ( x) = x 2 − 2 x + 1 , é ou não

bijetora.
CD( f ) = [0; +∞[
CD ( f ) = Im( f )
Im( f ) = [0; +∞[

Logo, f é sobrejetora.

Não existem dois elementos distintos do


domínio associados à mesma imagem.

Logo, f é injetora.

Portanto f é bijetora.

Exercício: Verifique se as funções de ℝ em ℝ representadas abaixo nos gráficos são bijetoras.


a) b)

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 98


Função Inversa

x
Vamos observar os valores das funções de ℝ em ℝ, definidas por f ( x ) = 2 x e g ( x ) = .
2
Se x = 0 ⟶ f (0) = 0 Se x = 0 ⟶ g ( 0) = 0

Se x = 1 ⟶ f (1) = 2 Se x = 2 ⟶ g ( 2) = 1

Se x = 2 ⟶ f ( 2) = 4 Se x = 4 ⟶ g ( 4) = 2

Se x = 3 ⟶ f (3) = 6 Se x = 6 ⟶ g ( 6) = 3

Se x = 4 ⟶ f ( 4) = 8 Se x = 8 ⟶ g (8) = 4
...

...

...

...
A função f associa um número x ao seu dobro. A função g associa um número x à sua metade.

Notamos que as coordenadas dos pares ordenados da função f estão invertidas em relação às
coordenadas dos pares ordenados da função g. Por exemplo, o par ordenado (1; 2) ∈ f , enquanto

que ( 2; 1) ∈ g . Isto ocorre para todos os infinitos pontos de f: se o ponto ( x; y ) ∈ f , então

( y; x ) ∈ g . Vamos observar os gráficos cartesianos das funções f e g:

Nesse caso, dizemos que a função g é a inversa da função f e representamos por: g ( x) = f −1 ( x) .


IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 99
No exemplo anterior, vimos que “multiplicar por dois” e “dividir por dois” são operações inversas
x
uma da outra. Portanto dizemos que a função f ( x ) = 2 x desmancha a ação da função g ( x) = e
2
vice-versa.
A função f transforma o número a no número 2a: f ( a ) = 2a . Se aplicarmos a função g neste
2a
resultado, temos: g ( f (a )) = g (2a ) = = a . Logo a função g desmancha a ação da função f.
2
b b
A função g transforma o número b no número : g (b) = . Se aplicarmos a função f neste
2 2
b b
resultado, temos: f ( g (b)) = f   = 2 ⋅   = b . Logo a função f desmancha a ação da função g.
2 2

Definição: Uma função f : A → B é invertível se existe uma função f −1 : B → A tal que a função

f −1 desmancha a ação da função f e a função f desmancha a ação da função f −1 , isto é,

f −1 ( f ( x )) = f ( f −1 ( x )) = x .

Observação 1: Seja uma função f : A → B tal que f não é injetora. Então f tem a seguinte
“forma”:

A B Isto é, existem dois ou mais elementos do


domínio A associados à mesma imagem em B.
x1 f
Logo não é possível “desmanchar” a ação de f,
x2 y1 pois o elemento y1 ficaria associado a várias
imagens, o que não caracteriza uma função.
x3
Logo f não é invertível.

Observação 2: Seja uma função f : A → B tal que f não é sobrejetora. Então f tem a seguinte
“forma”:
Isto é, existe pelo menos um elemento do
A B
contradomínio B que não é imagem de qualquer
elemento do domínio A. Logo não é possível
y1
f “desmanchar” a ação de f, pois o elemento y1
x1
y2 não ficaria associado a qualquer imagem, o que
não caracteriza uma função. Logo f não é
invertível.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 100
Portanto se uma função f não for injetora e sobrejetora ao mesmo tempo, ela não será invertível.
Com base nisto pode-se demonstrar que:
Teorema: Somente as funções bijetoras são invertíveis.

Exemplo 1: Vamos determinar a função inversa da função f : ℝ → ℝ, definida por f ( x ) = 3 x + 2 .

Na figura ao lado visualizamos a função f como uma “máquina


algébrica” que transforma um elemento x no elemento 3x + 2 .
A ação da função f consiste em:
1°) Multiplicar o número x por 3.
2°) Somar 2 ao resultado anterior.

Para desmancharmos a ação da função f devemos construir uma


máquina que faça exatamente a conta inversa, isto é, uma função que
desfaça as operações listadas acima.

Assim a função f −1 consiste em:


1°) Subtrair 2 do número x.
2°) Dividir o resultado anterior por 3.
x−2
Isto é, f −1 ( x ) = .
3

Para verificarmos que uma função desmancha a ação da outra


podemos inserir o resultado da primeira função no campo de entrada
da segunda função, e por sua vez esta deverá dar como resposta o número inicial (x).

f −1 ( f ( x)) = f −1 (3 x + 2)
(3 x + 2) − 2
=
3
3x
=
3
=x

Logo f −1 desmancha a ação de f .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 101
Analogamente, podemos inserir o resultado da segunda função no campo de entrada da primeira
função, e por sua vez esta deverá dar como resposta o número inicial (x).

 x − 2
f ( f −1 ( x)) = f  
 3 
 x − 2
= 3⋅ +2
 3 
= x−2+2
=x

Logo f desmancha a ação de f −1 .

Construindo os gráficos das funções f e f −1 num mesmo sistema de coordenadas cartesianas


observamos que ambos são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares ( y = x ) .

Por exemplo:

 2   2 −1
•  − ; 0  ∈ f e  0; −  ∈ f
 3   3

• (0; 2) ∈ f e (2; 0) ∈ f −1

• (1; 5) ∈ f e (5; 1) ∈ f −1

Esta simetria ocorre para todos os pontos da


função f.

Esta propriedade dos gráficos das funções f e f −1 se verifica por duas razões:
1°) Se o ponto (a; b ) pertence ao gráfico da função f , então o ponto (b; a ) pertence ao gráfico da

função inversa f −1 .
2°) Os pontos (a; b ) e (b; a ) são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 102
Exemplo 2: Verifique se a função f : ℝ → ℝ, definida por f ( x) = x 2 , é invertível.

Essa função não é injetora, pois, por exemplo, f (1) = f ( −1) = 1 .


Também não é sobrejetora, pois y < 0 não é imagem de qualquer
elemento do domínio. Logo a função f não é bijetora e, portanto,
também não é invertível.

No entanto, se ajustarmos o domínio e o contradomínio, é possível


descobrir a função inversa da função f : [0; +∞[→ [0; +∞[ , definida

por f ( x) = x 2 , pois nessas condições, ela é bijetora.

A operação inversa de elevar um número ao quadrado é extrair a raiz


quadrada. Assim, existem duas possibilidades: f −1 ( x) = x ou

(
f −1 ( x ) = − x , pois − x )
2
também é igual a x. Neste caso, como f −1 : ℝ+⟶ℝ+, podemos afirmar

que as imagens de f −1 são números reais não negativos, logo concluímos que f −1 ( x) = x .

Construindo os gráficos das funções f e

f −1 num mesmo sistema de coordenadas


cartesianas observamos que ambos são
simétricos em relação à bissetriz dos
quadrantes ímpares ( y = x ) .

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 103
Regra prática para o cálculo da Função Inversa

Dada uma função bijetora f : A → B definida pela lei y = f (x) , podemos obter a sentença aberta

que define f −1 , procedemos da seguinte maneira:


1º) trocamos a variável x por y (e vice-versa) na lei y = f (x) que define a função;

2º) isolamos a variável y, obtendo a lei da função inversa y = f −1 ( x) .

Exemplo 3: Determine a função inversa f −1 da função f : ℝ − {−2} → ℝ − {1} , definida por:


x +1
f ( x) = .
x+2
x +1
y=
x+2
Permutando as variáveis x e y, temos:
y +1
x=
y+2
Fazemos transformações algébricas de forma a tentar isolar a variável y:
x ⋅ ( y + 2) = y + 1
xy + 2 x = y + 1
xy − y = 1 − 2 x
y ⋅ ( x − 1) = 1 − 2 x
1 − 2x
y=
x −1
1 − 2x
Portanto, f −1 ( x) = .
x −1

Construindo os gráficos das


funções f e f −1 num
mesmo sistema de
coordenadas cartesianas
observamos que ambos são
simétricos em relação à
bissetriz dos quadrantes
ímpares ( y = x ) .
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 104
Exemplo 4: Determine a função inversa f −1 da função f : ℝ − {1} → ℝ − {1} , definida por:
x
f ( x) = .
x −1
x
y=
x −1
Permutando as variáveis x e y, temos:
y
x=
y −1
Fazemos transformações algébricas de forma a tentar isolar a variável y:
x ⋅ ( y − 1) = y
xy − x = y
xy − y = x
y ⋅ ( x − 1) = x
x
y=
x −1
x
Portanto, f −1 ( x ) = .
x −1

Observação:
Note que a função inversa f −1
encontrada é exatamente igual à
função original f .
Isto significa que a função f é
inversa dela própria.

Analisando o gráfico da função podemos observar a simetria em relação à reta y = x . Quando


ocorre a reflexão do gráfico em relação a esta reta, ele se sobrepõe a si mesmo. Desta forma
visualizamos o porquê de algumas funções serem inversas de si próprias.

Exercícios: Encontre as funções inversas das seguintes funções:


a) f ( x ) = x + 1
b) g ( x ) = 3 − x
3x − 8
c) h( x ) = , (com x ≠ 3 )
x−3
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 105
Função Par e Função Ímpar

Função Par
Uma função f : A → B é par se, para qualquer x ∈ A , f ( x ) = f ( − x ) .

Exemplo: Verifique se a função f : ℝ⟶ℝ definida por f ( x) = x 2 − 2 é par.

f ( x) = x 2 − 2
f ( x ) = f ( − x ) ⇒ f é par
f (− x) = (− x) − 2 = x − 2
2 2

No gráfico de uma função par, valores simétricos do domínio


têm a mesma imagem, isto é, o gráfico é simétrico em relação
ao eixo y.

Por exemplo:
• f ( 2 ) = f ( −2 ) = 2

• f ( 2 ) = f (− 2 ) = 0

• f (1) = f ( −1) = −1

Função Ímpar
Uma função f : A → B é ímpar se, para qualquer x ∈ A , f (− x ) = − f ( x) .

Exemplo: Verifique se a função f : ℝ⟶ℝ definida por f ( x) = x 3 − 4 x é ímpar.

f ( x ) = x 3 − 4 x ⇒ − f ( x) = − x 3 + 4 x
− f ( x ) = f ( − x) ⇒ f é ímpar
f ( − x ) = ( − x) − 4 ⋅ ( − x ) = − x + 4 x
3 3

No gráfico de uma função ímpar, valores simétricos do domínio têm


imagens simétricas, isto é, o gráfico é simétrico em relação à origem.

Por exemplo:
• − f ( 2 ) = −0 = 0 e f ( −2) = 0

• − f (1) = −( −3) = 3 e f (−1) = 3

Observação: Uma função que não satisfaz qualquer das condições


anteriores é classificada como função nem par, nem ímpar.

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 106
Exercícios sobre Funções Sobrejetoras, Injetoras, Inversas, Pares e Ímpares – Lista N° 8

01. Cada diagrama seguinte representa uma função f: A → B. Verifique se a função f é bijetora,
apenas sobrejetora, ou apenas injetora.
a) b)
A B A B

-2 f f
0 1
4
2
2 7
-3 9
3 3 10

c) d)
A B A B
f f
0 3 2
1 -2
3 0 3 12
2 -1
4 1 4

e) f)
A B A B
f
4 -2 f
2
2
7 2
-5
10 -5 5
3 6 5

02. Sendo A = {-3, -2, 0, 1}, B = {2, 3, 5, 6}, f ( x) = {( x, y ) ∈ A × B | y = x + 5}, mostre que f é
sobrejetora.

03. Dentre os gráficos abaixo, o que melhor representa uma função bijetora com domínio ℝ e
contradomínio ℝ é:

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 107
04. Associe V (verdadeiro) ou F (falso) a cada uma das seguintes afirmações:
a) A função f : ℝ+⟶ℝ+ definida por y = x 2 é injetora.
b) A função f : ℝ⟶ℝ definida por y = x + 1 é bijetora.
c) A função f : {0, 1, 2, 3} → ℝ definida por y = x − 1 não é sobrejetora.
d) A função f : {0, 1, 2, 3} → ℕ definida por y = x + 1 é injetora.
e) A função f : ℝ⟶ℝ definida por y = x 2 + 1 é bijetora.
f) A função f : ℕ⟶ℝ+ definida por y = x é bijetora.

x+5 3
05. Determinar a função inversa da função g ( x ) = , cujo domínio é D = ℝ −   .
2x − 3 2
06. Determine a função inversa de cada função dada a seguir:
a) y = x − 3
x+2
b) y =
4
3x − 2  3
c) y =  sendo que x ≠ 
4x − 3  4

−1
07. Seja a função invertível f : ℝ⟶ℝ dada por f ( x) = x 3 . Determine f ( x) .

2x − 1
08. Na função invertível f ( x) = , (com x ∈ℝ e x ≠ 3 ), determine:
x−3
−1
a) f ( x) .
b) o domínio de f −1 .
−1
c) f ( −3) .

09. Dadas as funções f e g definidas por f ( x ) = x + 2 e g ( x ) = 2 x − 1 , considere a função h, de


modo que h ( x ) = (g o f )(x ) . Determine h −1 ( x) .

10. Construa, em um mesmo sistema cartesiano, os gráficos da função f e da sua inversa f −1 , dados
por:
a) f ( x ) = 2 x − 3
b) f ( x ) = x + 1
x
c) f ( x ) = +1
2
A seguir, escreva o que você pode observar em cada caso sobre os gráficos da função f e da inversa
f −1 .

11. Sejam as funções f e g definidas de ℝ em ℝ. A função f ( x) = x 3 − 1 é invertível? E a função


g ( x) = x 2 − 1 ?

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 108
12. A função inversa da função f : ℝ⟶ℝ definida por f ( x ) = 5 x + 3 é:
1 1 1
a) f −1 ( x ) = + b) f −1 ( x ) = c) inexistente, pois f não é bijetora
5x 3 5x + 3
x−3
d) f −1 ( x) = e) f −1 ( x) = 3x − 5
5

13. Seja f uma função bijetora definida pelo gráfico:

O gráfico que mais bem representa a função inversa f −1 é:


a) b) c)

d) e)

2x
14. Dadas as funções f : ℝ − {−1} ⟶ℝ − {2} definida por f ( x ) = e g : ℝ − {1} ⟶ℝ − {−1}
x +1
definida por g ( x ) = 3 x − 4 e sendo h( x ) = ( f o g )( x) , então o valor de h −1 (3) é:
5 4 1 3
a) b) c) d) e) 3
3 3 3 5

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 109
15. Dadas as funções por meio de seus gráficos, associe cada uma com suas possíveis
classificações.
a) f : ℝ⟶ℝ b) g : ℝ⟶ℝ

c) h : ℝ⟶ℝ+ d) i : ℝ*⟶ℝ*

e) j : [ −2; 2] ⟶ℝ f) k : ℝ⟶ℝ

I. Função Sobrejetora V. Função Par


II. Função Injetora VI. Função Ímpar
III. Função Bijetora VII. Função nem par, nem Ímpar
IV. Função nem sobrejetora, nem injetora

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 110
16. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas abaixo:
a) ( ) A função f : ℝ⟶ℝ, definida por f ( x) = x 2 − 4 é par.

1
b) ( ) A função f : ℝ*⟶ℝ*, definida por f ( x ) = é ímpar.
x
c) ( ) A função f : ℝ⟶ℝ, definida por f ( x ) = 1 é nem par, nem ímpar.

d) ( ) Uma função par pode ser invertível.


e) ( ) A composição de uma função com sua inversa sempre resulta numa função ímpar.
f) ( ) Toda função ímpar é invertível.

Respostas:
01. a) Apenas sobrejetora x−3
09. h −1 ( x ) =
b) Bijetora 2
10. x+3
c) Bijetora a) f −1 ( x) =
2
d) Apenas sobrejetora
e) Apenas injetora
f) Apenas sobrejetora
02. Im( f ) = {2; 3; 5; 6}

03. d
04. a) V c) V e) F
b) V d) V f) F
3x + 5
05. g −1 ( x ) =
2x − 1 b) f −1 ( x) = x − 1
06. a) y = x + 3
b) y = 4 x − 2
3x − 2
c) y =
4x − 3
07. f −1 ( x ) = 3 x
08. 3x − 1
a) f −1 ( x ) =
x−2

b) D ( f −1 ) = ℝ − {2}

c) f −1 (3) = 2

IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 111
c) f −1 ( x) = 2 x − 2 11. Sim, f(x) é invertível. f −1 ( x ) = 3 x + 1 . A
função g(x) não possui inversa, pois não é
bijetora.
12. d
13. e
14. c
15. a) IV e V d) I, II, III e VI
b) I, II, III e VII e) IV e V
c) I e V f) I e VII
Os gráficos de uma função e de sua inversa
16. a) V c) F e) V
são sempre simétricos em relação à reta y = x.
b) V d) F f) F

Referências

[1] BARROSO, Juliane Matsubara. Conexões com a Matemática, volume1. São Paulo: Moderna, 2010.
[2] BEZERRA, Manoel Jairo. Novo Bezerra - matemática: 2.grau, volume único. São Paulo : Scipione, 1997.
[3] BIANCHINI, Edwaldo e PACCOLA, Herval. Curso de Matemática: volume único – 3. Ed. rev. e ampl. – São
Paulo: Moderna, 2003.
[4] BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Matemática. Brasília:
Secretaria de Ensino Fundamental, 1998.
[5] DANTE, Luiz Roberto. Matemática. Volume 1. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.
[6] GIOVANNI, José Ruy & BONJORNO, José Roberto. Matemática completa. 1ª Série. 2. ed. ren. São Paulo:
FTD, 2005.
[7] GRAVINA, Maria Alice. EDUMATEC: Educação Matemática e Tecnologia Informática. Disponível em:
<http://www2.mat.ufrgs.br/edumatec/atividades_diversas/maquina/arvoresalgebricas.htm>.
[8] HELLMEISTER, Ana Caterina. Funções, Gráficos e Realidade. Palestra realizada na semana de 27/05/2007 a
02/06/2007, no IMPA, RJ. Disponível em: <http://videos.obmep.org.br/epp/2006/Ana_Catarina.avi>.
[9] IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matemática Elementar 1: Conjuntos e Funções. 7ª
edição. São Paulo: Atual, 1993.
[10] IEZZI, Gerson; DOLCE, Osvaldo; DEGENSZAJN, David Mauro e PÉRIGO, Roberto. Matemática. Volume
Único. São Paulo: Atual, 1997.
[11] MARCONDES, Carlos Alberto; GENTIL, Nelson e GRECO, Sérgio. Matemática para o Ensino Médio. 2ª ed.
São Paulo : Ed. Atica, 1999.
[12] PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: Paiva. Volume 1. 1ª Ed. São Paulo: Moderna 2009.
[13] RIPOLL, Jaime B., RIPOLL, Cydara C. e SILVEIRA, José Francisco P. Números racionais, reais e complexos.
2.ed. rev. ampl. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 112

Você também pode gostar