Campus Feliz
Apostila de Matemática
2014 - 1° Trimestre
Sumário
CONJUNTOS NUMÉRICOS............................................................................................................................................. 3
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS ................................................................................................................ 3
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS .................................................................................................................. 4
Módulo ou Valor Absoluto de um Número ............................................................................................................... 6
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS ............................................................................................................... 7
Determinação da fração geratriz ................................................................................................................................ 9
Um pouco de história sobre os Números Irracionais. ................................................................................................... 11
O Número π ............................................................................................................................................................. 14
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS ....................................................................................................................... 15
INTERVALOS DE NÚMEROS REAIS ...................................................................................................................... 26
Operações com Intervalos ........................................................................................................................................ 28
Sistema Cartesiano Ortogonal ...................................................................................................................................... 32
Par Ordenado ........................................................................................................................................................... 33
Produto Cartesiano ................................................................................................................................................... 34
RELAÇÕES...................................................................................................................................................................... 37
Diagramas de Flechas .............................................................................................................................................. 37
Domínio e Imagem .................................................................................................................................................. 38
Relações definidas por leis entre x e y ..................................................................................................................... 39
FUNÇÕES ........................................................................................................................................................................ 47
A ideia de função ..................................................................................................................................................... 47
Definição de função ................................................................................................................................................. 50
Domínio, Contradomínio e Conjunto Imagem ......................................................................................................... 51
Reconhecendo se um gráfico cartesiano representa uma função ............................................................................. 53
Calculando o valor numérico de uma função em um ponto ..................................................................................... 55
Zeros de uma Função ............................................................................................................................................... 56
Análise de domínio e imagem através do gráfico de uma função ............................................................................ 61
Crescimento e Decrescimento .................................................................................................................................. 65
Estudo do Sinal ........................................................................................................................................................ 67
Construção de gráficos cartesianos .......................................................................................................................... 74
Construindo Gráficos no GeoGebra ......................................................................................................................... 78
Interpretando gráficos de funções ............................................................................................................................ 79
Função Composta ......................................................................................................................................................... 86
Funções Sobrejetoras, Injetoras e Bijetoras.................................................................................................................. 94
Função Sobrejetora .................................................................................................................................................. 94
Função Injetora ........................................................................................................................................................ 95
Função Bijetora ........................................................................................................................................................ 97
Função Inversa ............................................................................................................................................................. 99
Regra prática para o cálculo da Função Inversa ..................................................................................................... 104
Função Par e Função Ímpar ........................................................................................................................................ 106
Função Par ............................................................................................................................................................. 106
Função Ímpar ......................................................................................................................................................... 106
Na representação gráfica acima, os números naturais são associados a pontos de uma reta orientada
(ou eixo). Sobre esta reta escolhe-se um ponto de origem, associado ao número zero. A partir desta
origem, marcamos à direita, sucessivamente, pontos separados por intervalos de mesmo
comprimento, cuja medida chamaremos de unidade.
Subtração em ℕ
Sejam a e b dois números naturais, se a ≤ b, então existe um número natural c tal que a + c = b.
Podemos, então, definir o número “b menos a”, denotado por b − a, como sendo esse número c.
Assim, por essa definição, c = b − a ⇔ b = a + c.
Observamos que nos números naturais a subtração entre dois números quaisquer nem sempre existe,
pois para definirmos “b menos a” acima necessitamos que a ≤ b. Além disso, muitas propriedades
que valem para a soma não são verdadeiras para a subtração. Um exemplo é a associatividade:
(10 − 4) − 2 = 6 − 2 = 4, mas 10 − (4 − 2) = 10 − 2 = 8.
Nota-se que a representação por extensão acima novamente não caracteriza completamente o
conjunto, pois ele é infinito. Podemos recorrer a outro tipo de representação, chamada
“Representação por Compreensão”, na qual um conjunto é caracterizado por uma ou mais
ℤ – = {...; −4; −3; −2; −1; 0} (chamado de conjunto dos inteiros não positivos);
ℤ* = {...; −4; −3; −2; −1; 1; 2; 3; 4; ...} (chamado de conjunto dos inteiros não nulos).
ℤ – = { z ∈ ℤ | z ≤ 0 };
ℤ* = { z ∈ ℤ | z ≠ 0 }.
Além do fato de o conjunto ℤ ser um conjunto que contém ℕ, pode-se verificar que estão mantidas
todas as oito propriedades da adição e multiplicação já existentes nos naturais. Acrescentamos agora
uma propriedade que não tínhamos nos naturais:
O elemento “–a” acima é chamado de simétrico de “a”. Devido a esta propriedade, podemos definir
a operação de subtração em ℤ, estabelecendo que a − b = a + ( −b) , ∀a, b ∈ ℤ.
Observação: Assim como no Conjunto dos Naturais, utilizaremos expressões do tipo: o número x
está à direita do número y para indicar que x é maior do que y. Podemos dizer, por exemplo, que 5
está a direita de –2, pois 5 > –2; ou que –10 está à esquerda de –3, pois –10 < –3, etc.
a) 3 =3
b) 5 =5
c) −4 = 4
d) −6 = 6
x
quaisquer, então ( x + y ) ∈ ℚ, ( x − y ) ∈ ℚ, x ⋅ y ∈ ℚ e, se y ≠ 0, ∈ℚ.
y
Convém destacar que a divisão por zero é impossível em qualquer conjunto numérico. Assim, não
5 −3 1
têm significado matemático símbolos como: , , , etc.
0 0 0
a
Na fração , a é o numerador e b o denominador. Se a e b são primos entre si, isto é, se
b
a 2 3
mdc (a, b) = 1 , dizemos que é uma fração irredutível. Assim, por exemplo, as frações , e
b 3 7
7 6 6
são irredutíveis, mas não é. Podemos simplificar a fração dividindo numerador e
15 10 10
6 2⋅3 3
denominador por um mesmo fator comum: = = .
10 2 ⋅ 5 5
a
Notamos que todo o número racional possui uma representação decimal. Na passagem de uma
b
notação para outra podem ocorrer dois casos:
1°) O número decimal tem uma quantidade finita de algarismos, isto é, temos uma expansão
decimal exata.
3 1 1 27
Exemplos: = 3; = 0,5 ; = 0,05 ; = 0,027
1 2 20 1000
2°) O número decimal tem uma quantidade infinita de algarismos que se repetem periodicamente,
isto é, é uma dízima periódica.
1 1 2
Exemplos: = 0,3333333 ... = 0, 3 ; = 0,1666666 ... = 0,16 ; = 0,285714285714... = 0, 285714
3 6 7
a
Toda dízima periódica é um número racional, isto é, pode ser escrita na forma , a ∈ ℤ e b ∈ ℤ*.
b
2 2
Por exemplo, 0, 6 = (para comprovar, efetue a divisão de 2 por 3). Nesse caso, dizemos que é
3 3
15 11 18 47 2
02. Coloque em ordem crescente os seguintes números racionais: , , , 1, e .
16 12 19 48 3
3
Exercício: Represente sobre uma reta orientada os seguintes números racionais: − 2 , − , −1,
2
1 2 4 7 6
− , 0 , , 1, , 2 , e .
4 3 3 3 2
simplificada que ainda representaria 2 , poderia ser simplificada não apenas mais uma vez, mas
um número infinito de vezes, sem jamais ser reduzida a sua forma mais simples. Isto é um absurdo
porque todas as frações devem ter a sua forma irredutível e, portanto, a fração hipotética não pode
existir. Portanto, 2 não pode ser escrito na forma de fração e é um número irracional. Vamos
acompanhar de forma mais detalhada a demonstração de Euclides:
p
Primeiramente, supomos que 2= .
q
p2
Elevando os dois membros da igualdade ao quadrado, temos: 2 = .
q2
Reorganizando a equação, encontramos: 2 q 2 = p 2 .
Logo o número p 2 deve ser par, já que é múltiplo de 2. Além disso, sabemos que um número par
vezes um número par resulta em um número par e que um número ímpar vezes um número ímpar
resulta em um número ímpar. Portanto, se o quadrado perfeito p 2 é par então podemos afirmar que
p também é par. Mas se p é par, então ele pode ser escrito como 2m , onde m é um inteiro
qualquer. Substituindo p = 2 m na equação encontramos: 2 q 2 = ( 2 m ) 2 = 4 m 2 .
Dividindo ambos os membros da equação por 2, temos: q 2 = 2m 2 .
Mas, pelos mesmos argumentos que utilizamos anteriormente, nós sabemos que q 2 deve ser par, e
assim o próprio q deve ser par. Então q pode ser escrito como 2n , onde n é algum outro número
p 2m
inteiro (não nulo). Substituindo q = 2 n e p = 2 m na equação inicial: 2= = .
q 2n
2m m
A fração pode ser simplificada se dividirmos numerador e denominador por dois: 2= .
2n n
m p
Agora temos uma fração , que é mais simples do que a fração .
n q
chegamos a uma contradição, um absurdo matemático! Assim, podemos afirmar que 2 não pode
ser escrito como uma fração, pois se fosse, as consequências seriam absurdas. Portanto, 2 é um
número irracional.
A primeira família de números irracionais foi descoberta pelos gregos clássicos, mais precisamente
por Theodoros, em 400 a.C. Esta família é representada através da figura abaixo, que se chama
“Caramujo de Theodoros”.
A sequência de triângulos
retângulos da figura ao lado se
inicia no triângulo retângulo
isósceles de cateto unitário. Cada
novo triângulo retângulo
construído tem como catetos a
hipotenusa do triângulo retângulo
anterior e um segmento unitário.
Aplicando-se sucessivamente o
Teorema de Pitágoras, descobre-
se que todas as hipotenusas são da
forma n , com n ∈ ℕ e n ≥ 2 ,
porém nem todas representam valores irracionais como ocorre, por exemplo, nos segmentos
AE = 4 = 2 e AJ = 9 = 3.
O Número π
Outro número irracional importantíssimo surge quando dividimos o comprimento C de uma
circunferência por seu diâmetro d.
3
surgirão vários outros exemplos de números irracionais, tais como: cos 30° = , tan 60 ° = 3 ,
2
5 −1
sen 18° = , etc.
4
Desse modo, todos os tipos de números estudados até aqui são reais, ou seja, os conjuntos ℕ, ℤ, ℚ e
são todos subconjuntos de ℝ.
Podemos ainda destacar outros três subconjuntos notáveis em ℝ:
ℝ + = { x ∈ ℝ | x ≥ 0 }; (conjunto dos reais não negativos).
ℝ – = { x ∈ ℝ | x ≤ 0 }; (conjunto dos reais não positivos).
ℝ* = { x ∈ ℝ | x ≠ 0 }; (conjunto dos reais não nulos).
Como já estudamos, o conjunto dos números racionais é denso, isto é, entre dois números racionais
quaisquer existem outros infinitos números racionais. No entanto, estes números não preenchem
completamente a reta, isto é, há pontos da reta que não representam racional algum. Por exemplo,
Na figura acima, observamos que 2 não coincide com subdivisão decimal alguma do segmento
compreendido entre 1,41 e 1,42. Podemos ampliar o segmento da reta compreendido entre 1,414 e
1,415, porém o número 2 torna a não coincidir com nenhuma das subdivisões decimais.
perceberíamos que 2 torna a não coincidir com nenhuma das subdivisões decimais. Podemos
repetir esse processo infinitamente e o número 2 jamais coincidirá com qualquer subdivisão
decimal da reta orientada, pois ele é um número irracional.
Quando representamos também sobre a reta os números irracionais, cada ponto da reta passa a
representar necessariamente um número racional ou irracional (portanto, real), isto é, os reais
preenchem completamente a reta.
ℕ ⊂ℤ ⊂ℚ ⊂ℝ
Note que = ℝ – ℚ
Exercícios:
01. Classifique cada uma das proposições como verdadeira ou falsa:
a) 3 ∈ ℝ b) ℕ ⊂ ℝ c) ℤ ⊂ ℝ
1
d) ∈ ℝ–ℚ e) 4∈ℝ–ℚ f) 3
4∈ ℝ–ℚ
2
g) ( )
2 −3 3 ∈ ℝ– ℚ h)
3 2
5
∈ ℝ–ℚ i)
3 2
5 2
∈ℚ
e) E = {x ∈ℕ | 5 < x ≤ 27}
f) F = {x ∈ ℕ* | x < 4}
7. M ( 2) é o conjunto dos múltiplos naturais de 2 e
M (3) é o conjunto dos múltiplos naturais de 3.
2. Considerando ℕ como conjunto universo, a Qual é o conjunto que se obtém com
partir dos conjuntos do exercício anterior, M ( 2 ) ∩ M ( 3) ?
represente por extensão:
a) A 8. Represente por extensão os conjuntos:
b) B a) A = { x | x = n 2 , n ∈ ℕ}
c) C
b) B = {x | x = 2n − 1, n ∈ ℕ*}
c) C = {x | x = 9k , k ∈ ℕ} f) − 2 ⋅ ( −3)(−4)(−5)
c) (− 2 ) 4
18. Calcule a distância entre os pares de pontos
d) − 24 situados na reta orientada, cujas abscissas são:
e) (−1) 20 a) 7 e 1
f) − 120 b) 6 e − 3
g) 7 − ( 2 ) 3 c) − 9 e − 1
h) − 52 − 92 d) 13 e − 25
i) 3 − 8 ⋅ ( − 4 ) 2 e) − 23 e − 71
f) 214 e − 94
j) − 2 ( − 5 ) 3 + 3( − 3) 3
d) {x ∈ ℤ | x > 5} 6 28
30. a) ⋅
7 3
25. Escreva cada um dos seguintes números na 11 39
b) ⋅
a 13 22
forma , com a ∈ ℤ e b ∈ ℤ*:
b 3 5 34
c) ⋅ ⋅
a) 0,7 17 6 15
b) 1,8 3 1 10 28
d) − ⋅ − ⋅ ⋅ −
c) 0,51 5 9 7 15
d) 0,02
e) 0,002 7 14
31. a) :
f) 0,05
9 3
3 15
g) − 17 b) − :
16 8
h) − 0,6
1 1 2
c) − : −
1 3 2 9
26. Calcule o valor de para:
3 4
x d) : − : (− 7 )
7 5 5
a) x = −
8
4 2
b) x = 1 3 7
3 32. a) − + ⋅ −
5 2 25
c) x = 9 4
2 8 23
d) x =
1 b) − − : −
9 3 9 27
b) x =
1 ( ) (
b) 5 − 11 7 − 2 − 8 7 )
c) (2 + 5 ) − (4 + 7 5 ) + (3 + 6 5 )
3 3 3 3
3
c) x = −
4
42. a) 2⋅ 3
36. Calcule o valor da expressão: b) 5⋅ 7
1 c) 2 ⋅ 18
3+
1 3⋅
1+ d) 48
1
2+ e) 3
4 ⋅3 2
3
f) 5
5 ⋅5 5
37. Escreva os seguintes números fracionários na
forma decimal: 43. a) 2 2 −1 ( )
a)
3
b) ( )
31+ 2 3
c) 6 ( 2 − 3 )
5
5
d) 2 ( 2 − 8 )
b)
3
e) ( 3 + 1)( 3 − 1)
1
c)
f) ( 11 − 1)( 11 + 1)
6
4
d) −
9 g) ( 7 − 2 )( 7 + 2 )
h) ( 6 + 10 )( 6 − 10 )
b) ( 5 − 2) 2
c) ( 7 + 2 )
2
d) ( 11 − 13 )
2
5. a) Múltiplos naturais de 4.
b) Múltiplos naturais de 6.
c) Múltiplos naturais de 9.
6. a) E = {x | x = 5k , k ∈ℕ}
b) F = {x | x = 8k , k ∈ ℕ}
c) G = {x | x = 11k , k ∈ ℕ}
13.
a) 9 e) 1 h) − 106 22. Verdadeira.
b) − 9 f) − 1 i) − 125
c) 16 g) 15 j) 169 23. a) {−4; −3; −2; −1; 0; 1; 2; 3; 4}
d) − 16 b) {−2; −1; 0; 1; 2}
c) {...; −6; −5; −4; 4; 5; 6; ...}
14.
a) 9 b) − 49 c) − 27 d) 343 d) {...; −7; −6; −5; 5; 6; 7; ...}
27. O inverso de x . 11 3
39. 3, 6 = e 0, 27 =
3 11
28. Zero. 11 3
a) x ⋅ y = ⋅ =1
3 11
29.
11 3 121
17 29 77 191 b) x : y = : = = 13, 4
a) b) c) − d) 3 11 9
20 42 36 44
4 2
30. 40. 0, 4 = = = 0, 6
3 1 8 9 3
a) 8 b) c) d) −
2 3 45
41. a) − 7 (racional)
31. b) 3 − 3 7 (irracional)
1 1 3 3 c) 1 (racional)
a) b) − c) d)
6 10 4 28
42. a) 6 (irracional)
32. b) 35 (irracional)
19 29
a) − b) − c) 6 (racional)
50 27 d) 12 (racional)
e) 2 (racional)
33. 5
f) 25 (irracional)
43 56 21
a) − b) − c) −
15 5 80
43. a) 2 − 2 (irracional)
34. b) 3 + 6 (irracional)
a) 3 b)
71
c)
9 c) 12 − 18 (irracional)
9 4 d) − 2 (racional)
e) 2 (racional)
35. f) 10 (racional)
4 1
a) − 1 b) c) g) 5 (racional)
3 4 h) − 4 (racional)
37 44. a) 4 + 2 3 (irracional)
36.
10
b) 9 − 4 5 (irracional)
37. c) 9 + 2 14 (irracional)
a) 0,6 b) 1, 6 c) 0,16 d) − 0, 4 d) 24 − 2 143 (irracional)
c) 4 2 f) 3 ⋅ 8 8
i)
(
5 6−2 ) 47. a) a = 10
b) b = 17
2
c) c = 25
d) x = 2 e y = 3
Testes de Vestibulares
[a; b] = {x ∈ ℝ | a ≤ x ≤ b}
]a; b] = {x ∈ ℝ | a < x ≤ b}
Observação: Em cada um dos intervalos acima foram apresentadas as representações por colchetes
(ou notação de intervalo), por compreensão (ou notação de conjunto) e a representação geométrica
(ou representação gráfica), respectivamente.
Exemplos:
a) ]2; 5[= {x ∈ ℝ | 2 < x < 5} é um intervalo aberto.
2 2
c) ; 7 = x ∈ ℝ | ≤ x < 7 é um intervalo fechado à esquerda.
5 5
1 1
d) − ; 2 = x ∈ ℝ | − < x ≤ 2 é um intervalo fechado à direita.
3 3
a) ] − ∞; a[= {x ∈ℝ | x < a}
b) ] − ∞; a] = {x ∈ ℝ | x ≤ a}
c) [a; +∞[= {x ∈ ℝ | x ≥ a}
Como intervalos são subconjuntos de R, é possível fazer operações com eles. Através das
representações geométricas poderemos visualizar as operações de intersecção, união e diferença,
que serão apresentadas por meio de exemplos.
a) Ao fazermos a intersecção dos intervalos A e B devemos considerar somente aqueles pontos que
pertencem ao intervalo A e ao intervalo B.
A união é determinada pelos trechos que estão em pelo menos um dos intervalos.
Assim, A ∪ B =] − 1; 5[ , ou ainda A ∪ B = {x ∈ ℝ | −1 < x < 5} .
a) d) A = (−2; 1) e B = [−3; 0]
( A ∪ B) − ( A ∩ B)
b)
e) A = (−∞; 3] e B = (2; 5]
c) A − ( A ∩ B)
d)
05. Dados os intervalos reais A =] − 5; 2] ,
e)
B = [−6; 6] e C =] − ∞; 2] , calcule:
f)
a) A∪ B∪C
b) A∩ B∩C
g) c) ( A ∪ B) ∩ C
d) A ∩ (B ∪ C)
h)
a) 2 ∈ [2; 6]
07. Dados os intervalos,
b) − 1 ∈ (−5; −1)
A = {x ∈ ℜ | −3 ≤ x < 5} ,
c) 0 ∈ {x ∈ ℝ | −1 < x < 1} B = {x ∈ ℜ | −1 < x ≤ 7} e
d) 3 ∉ {x ∈ ℝ | 3 < x < 4} C = {x ∈ ℜ | 2 < x < 9} , calcule, representando
e) {2; 5} ⊂ [0; +∞) geometricamente e através de colchetes:
f) [0; 2] = {x ∈ ℝ | 0 ≤ x ≤ 2}
a) A ∩ B
g) − 3 ∈ (−∞; 1] b) B ∪ C
( )
h) 1 + 2 ∈ {x ∈ ℝ | 0 < x ≤ 1} c) ( B ∪ C ) − ( A ∩ B )
d)
05.
e)
a) A ∪ B ∪ C =] − ∞; 6[
f)
b) A ∩ B ∩ C =] − 5; 2]
g) c) ( A ∪ B) ∩ C = [−6; 2]
h) d) A ∩ ( B ∪ C ) =] − 5; 2]
02.
06. 1 ∈ ( A ∩ B) − (C − D) = [1; 3]
a) [−4; 2] = {x ∈ ℝ | −4 ≤ x ≤ 2}
d) ]0; 2] = {x ∈ ℝ | 0 < x ≤ 2} b) B ∪ C =] − 1; 9[
e) ] − ∞; 1] = {x ∈ ℝ | x ≤ 1} c) ( B ∪ C ) − ( A ∩ B) = [5; 9[
1
3 = x ∈ℝ | < x ≤ 3
1
f) ;
2 2 1 7
08. ( A ∩ B ) − ( A ∩ C ) = ;
g) − 3 ;
3 = {x ∈ ℝ | − 3 ≤ x ≤ 3
} 2 3
Associando a cada um dos eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se o que chamamos
sistema de coordenadas cartesianas ou plano cartesiano.
Cada ponto do plano cartesiano é identificado por um único par de números, que são chamados
coordenadas do ponto P.
Para obter as coordenadas de um ponto P qualquer, basta traçar
as perpendiculares ao eixo dos x e ao eixo dos y. Essas
perpendiculares interceptam o eixo dos x num ponto associado
ao número a e o eixo dos y num ponto associado ao número b.
Os números a e b são as coordenadas do ponto P; a é a
abscissa de P e b é a ordenada de P. Denotamos P (a, b).
Par Ordenado
É um conjunto formado por dois elementos x e y, pertencentes aos reais, tais que x é o 1° elemento
e y é o 2° elemento.
Notação: (x, y)
Exemplo: O par ordenado (2, 1) é diferente do par ordenado (1, 2).
É importante destacar que:
Cada par ordenado corresponde a um único ponto do plano
cartesiano e cada ponto do plano cartesiano corresponde a um
único par ordenado.
No exemplo ao lado, o ponto A representa o par (2, 1) e o ponto B
representa o par (1, 2). Esses pontos ocupam posições distintas no
plano cartesiano, pois suas coordenadas são diferentes.
Exercícios:
01. Todo ponto pertencente ao eixo das abscissas possui uma mesma ordenada. Qual é o valor desta
ordenada?
02. Todo ponto pertencente ao eixo das ordenadas possui uma mesma abscissa. Qual é o valor desta
abscissa?
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 33
Produto Cartesiano
Sendo A e B dois conjuntos não vazios, chama-se produto cartesiano de A por B o conjunto de
todos os pares ordenados (a, b) com a ∈ A e b ∈ B.
A × B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}
Notação: A ⨯ B (lê-se A cartesiano B).
A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (3, 2), (3, 4), (5, 2), (5, 4)}
B ⨯ A = {(2, 1), (2, 3), (2, 5), (4, 1), (4, 3), (4, 5)}
Observações:
• Se os conjuntos A e B são diferentes então A ⨯ B e B ⨯ A são diferentes.
• O produto cartesiano de um conjunto A por ele próprio é simbolizado por A². Isto é, A ⨯ A = A².
Neste exemplo, o gráfico do produto cartesiano de A por B é um conjunto de seis pontos no plano
cartesiano: A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (3, 2), (3, 4), (5, 2), (5, 4)}.
Qualquer ponto do
interior ou do contorno
deste retângulo pertence
ao produto A ⨯ B.
Representação por
compreensão:
A × B = {( x, y) ∈ ℝ²|
2 ≤ x ≤ 5 e 1 ≤ y ≤ 4}
Os pontos que
estão sobre os
lados tracejados
não pertencem ao
produto A ⨯ B.
Os segmentos
tracejados
correspondem às
extremidades em
que os intervalos
estão abertos.
Representação por
compreensão:
A × B = {( x, y) ∈ ℝ²|
x ≥ −2 e 1 < y ≤ 5}
Exemplo: Se A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} , então: A ⨯ B = {(1, 2), (1, 4), (1, 6), (3, 2), (3, 4), (3, 6)}
Dentre todos os possíveis subconjuntos de A ⨯ B, vamos destacar três exemplos:
R1 = {(1, 2), (1, 6), (3, 2), (3, 6)}
R2 = {(1, 2), (3, 6)}
R3 = {(3, 2), (3, 4), (3, 6)}
Podemos afirmar que R1, R2 e R3 são relações de A em B, pois são subconjuntos de A ⨯ B.
Diagramas de Flechas
Exemplo 1: Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} e a relação R1 = {(1, 2), (1, 6), (3, 2),
(3, 6)}, faça o diagrama de flechas.
A B
Cada um dos quatro pares
R1 : A → B
2 ordenados da relação R1 é
1 representado por uma flecha
4 que associa um elemento do
conjunto A a um elemento
3
6 do conjunto B.
Exemplo 2: Dados os conjuntos A = {1, 3} e B = {2, 4, 6} e a relação R2 = {(1, 2), (3, 6)}, faça o
diagrama de flechas.
A B
Lemos:
R2 : A → B
2 1 está associado a 2.
1 3 está associado a 6.
4 Nenhum elemento de A
está associado ao elemento
3
4 do conjunto B.
6
A B
2
1 R3 : A → B Neste exemplo, o elemento
1 ∈ A não está associado a
4
qualquer elemento de B.
3
6
Domínio e Imagem
Seja R uma relação qualquer de A em B.
1º) Chama-se domínio de R, e representa-se por D(R), o conjunto de todos os elementos de A que
estão associados a pelo menos um elemento de B.
2º) Chama-se imagem de R, e representa-se por Im(R), o conjunto de todos os elementos de B que
correspondem a pelo menos um elemento de A.
Exemplo: Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6, 8, 10} e a relação R = {(2, 4), (2, 6),
(3, 8)}, determine o domínio e a imagem de R.
A B
R: A → B 2
1
4
2
6
3 8 Im(R)
D(R)
4 10
R: A → B
1
1
3 2
x2 − 4
R = ( x, y ) ∈ A × B | y = , faça o que se pede:
x−2
b) Domínio e Imagem de R:
D( R) = {−1; 0; 1; 3} e Im(R) = {1; 2; 3; 5}
10 10
b) Para determinarmos os pares ordenados da
relação R, devemos testar cada uma das vinte
e cinco possibilidades listadas acima. d) Gráfico Cartesiano de R:
Somente nove dentre elas se confirmarão
verdadeiras:
2 divide 2 5 divide 5
2 divide 4 5 divide 10
2 divide 6 6 divide 6
2 divide 10 10 divide 10
4 divide 4
Logo,
R = {(2, 2), (2, 4), (2, 6), (2, 10),
(4, 4), (5, 5), (5, 10), (6, 6), (10, 10)}
e) Domínio e Imagem de R:
D(R ) = {2; 4; 5; 6; 10}
Im(R ) = {2; 4; 5; 6; 10}
2 ≤ y ≤ 5} .
C = {x ∈ ℝ | −4 < x ≤ 1}
07. Dado o diagrama de Venn da relação R de
Represente graficamente os seguintes
A em B, pede-se:
produtos:
a) enumerar os pares ordenados de R.
a) A ⨯ B b) A ⨯ C c) B ⨯ C
b) determinar o domínio e da imagem de R.
d) C ⨯ B e) A² f) C²
c) fazer o gráfico cartesiano de R.
03. Se A = {1; 2; 3; 4; 5} e B = {1; 2; 3; 4} , d) encontrar uma lei que defina R.
quais são os elementos da relação R de A em A B
B, definida por R = {( x, y ) ∈ A × B | x < y} ? 2 1
R
R = {( x, y ) ∈ A × B | y = x + 2} ? Desenhe o
diagrama de flechas da relação. 08. Seja ℤ o conjunto dos inteiros. Sejam
ainda os conjuntos A = {x ∈ ℤ | −1 < x ≤ 2} e
05. Dados os conjuntos A = {0; 2; 3; 4} e
B = {3; 4; 5} .
B = {1; 2; 3; 4; 5; 6} , qual é o domínio e a
Então, se D = {( x, y ) ∈ A × B | y ≥ x + 4} ,
imagem da relação R = {( x, y) ∈ A × B | y é tem-se que:
múltiplo de x} ? Desenhe o diagrama de a) D = A ⨯ B
b) D tem apenas dois elementos.
flechas da relação. c) D tem apenas um elemento.
d) D tem apenas três elementos.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 43
09. O proprietário de um posto de gasolina 3) No contexto do problema, qual o
criou a seguinte promoção, para atrair significado da relação:
clientes: R1 = {( x , y ) ∈ A 2 | x + y < 8} ?
"O motorista que abastecer aqui o seu
automóvel, com 20 litros ou mais de Respostas
combustível, ganha o direito de jogar duas 01.
vezes um dado e obtém descontos de 20% a a)
100% na lavagem do seu veículo, conforme
os números conseguidos nas duas jogadas
possuam soma maior ou igual a 8".
Com o auxílio de relações, é possível traduzir
essa promoção para a linguagem matemática.
Para isso, vamos definir que:
R = {(1; −2), (1; 1), (3; −2), (3; 1), ( 4; −2), (4; 1)}
• A é o conjunto de todos os resultados
b)
possíveis no lançamento de um dado.
• Jogando o dado duas vezes, obtém-se
um par ordenado de números (x, y),
onde x é o primeiro resultado e y, o
segundo.
Com base nisso, resolva as questões
propostas.
1) Represente A2 por extensão. Explique o
que representa esse conjunto no contexto do R = {( −2; 1), ( −2; 3), ( −2; 4), (1; 1), (1; 3), (1; 4)}
problema. c)
2) Seja R a relação que traduz a seguinte
situação de um cliente que vai jogar o dado:
"O cliente conseguirá algum desconto na
lavagem de seu veículo."
a) Represente R por extensão e faça o seu
gráfico.
b) Dê o domínio e o conjunto-imagem de R. R = {(1; −1), (1; 0), (1; 2), (3; −1),
c) Represente R na forma {( x , y ) ∈ A 2 | ...} , (3; 0), (3; 2), (4; −1), (4; 0), (4; 2)}
c)
R = {(−1; 1), (−1; 3), (−1; 4), (0; 1),
(0; 3), (0; 4), (2; 1), (2; 3), (2; 4)}
e)
d)
f)
e)
02. f)
a)
A B
1 1
R
2
2
3
3
4
4
5
5
6
A B
0 1
R d) R = {( x, y ) ∈ A × B | x < y}
2
2
3
08. d
3 4
5 09.1
4
6
A2 = {(1; 1), (1; 2), (1; 3), (1; 4), (1; 5), (1; 6),
06. a) R = {(0; 0), (1; −1), (1; 1), (4; −2), (4; 2)} ( 2; 1), (2; 2), ( 2; 3), ( 2; 4), (2; 5), ( 2; 6),
(3; 1), (3; 2), (3; 3), (3; 4), (3; 5), (3; 6),
b) D( R) = {0; 1; 4} e
( 4; 1), (4; 2), ( 4; 3), ( 4; 4), (4; 5), ( 4; 6),
Im(R) = {−2; −1; 0; 1; 2}
(5; 1), (5; 2), (5; 3), (5; 4), (5; 5), (5; 6),
c) (6; 1), (6; 2), (6; 3), (6; 4), (6; 5), (6; 6)}
A ideia de função
Vamos iniciar o estudo de funções através da observação de alguns exemplos.
Temp. 7° 6° 5° 4° 3° 2° 2° 3° 5° 7° 12° 15° 18° 18° 20° 20° 20° 18° 15° 13° 11° 9° 8° 7°
Nesse exemplo são medidas duas grandezas: a hora do dia e a correspondente temperatura. A cada
hora corresponde uma única temperatura. Dizemos, por isso, que a temperatura é função da hora.
Como à mesma temperatura podem corresponder várias horas, a hora não é função da temperatura.
Exemplo 2: Dona Joana vai receber visita e resolveu fazer um bolo de chocolate para oferecer como
lanche da tarde. Abaixo é indicada a receita do bolo.
Neste exemplo estão sendo consideradas duas grandezas, o número de pessoas e a quantidade de
leite (em mililitros) necessária para a preparação do bolo. A cada número de pessoas corresponde
uma quantidade única de leite, dizemos, por isso, que a quantidade de leite é função do número de
pessoas. Por meio de uma regra de três simples é possível acharmos uma fórmula que estabelece a
relação de interdependência entre a quantidade de leite (y) e o número de pessoas (x): y = 25 ⋅ x .
7 Heptágono 14
...
...
...
A partir dos valores dessa tabela podemos construir o gráfico cartesiano dessa função.
Primeiramente marcamos os onze pares ordenados no plano cartesiano. Como o esvaziamento se dá
de forma contínua, durante todo o período de 50 minutos, e não apenas de 5 em 5 minutos, a
variável “tempo” percorre todo o intervalo de 50 minutos, enquanto a variável “volume” percorre
todo o intervalo de 1000 litros.
Para elaborar o gráfico mostrando que as variáveis percorrem continuamente esses intervalos,
unimos os pontos através de uma curva que os contenha. Dessa forma, interpretamos que o gráfico,
em linha contínua, mostra que o reservatório esvaziou-se de modo contínuo.
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Definição de função
Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Chama-se função de A em B, qualquer relação de A em B
que associa a cada elemento de A um único elemento de B.
Observações:
• Se x é um elemento do conjunto A de uma função f, então seu elemento correspondente no
conjunto B chama-se imagem de x é denotada por f(x) (lê-se: “f de x”).
• As funções são usualmente denotadas pelas letras f, g, h, etc.
A B
R1
1 1
R1 não é uma função de A em B, pois o elemento 4 de
2
2
A não está associado a qualquer elemento de B.
3
3
4
4 5
A B
1 R2 1
2
2 R2 não é uma função de A em B, pois o elemento 2 de
3
3 A possui duas imagens.
4
4 5
A B
R3
1 1
2
2 R3 é uma função de A em B, pois cada elemento de A
3
3 está associado a um único elemento de B.
4
4 5
A B
imagens no conjunto B. x1
y2
O conjunto imagem será o conjunto dos resultados obtidos através dos cinco lançamentos:
Im( f ) = {2; 3; 6} .
Exemplo 2: Sendo f : A → B, onde A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4}, definida pela lei y = 2 x , isto
é, a função f(x) associa a cada elemento x o seu dobro, determine o domínio, contradomínio e o
conjunto imagem da função.
Valor numérico de uma função em um determinado ponto do domínio é o valor da imagem (y)
associado a esse ponto.
1
b) Substituímos a variável x pelo valor em f ( x ) = x 2 − 5 x + 6
2
2
1 1 1
f = − 5⋅ + 6
2 2 2
1 1 5
f = − +6
2 4 2
1 1 − 10 + 24
f =
2 4
1 15
f =
2 4
15
Logo é o valor numérico da função
4
1
f ( x ) = x 2 − 5 x + 6 no ponto x = .
2
15
Geometricamente os valores encontrados: 12 e
4
representam as ordenadas dos pontos de abscissas
1
−1 e , respectivamente.
2
x 2 − 4x + 3 = 0
a = 1; b = −4; c = 3
− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− (−4) ± (−4) 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 3
x=
2 ⋅1
4 ± 16 − 12
x=
2
4± 4
x=
2
4−2 2
x1 = = =1
4±2 2 2
x= =
2 4+2 6
x2 = = =3
2 2
Logo x = 1 e x = 3 são os zeros da função f ( x ) = x 2 − 4 x + 3 .
1 1 1 1
2 2
2 2
3 3
c) d)
A B A B
R3
-1 -2 -1 -2
-1
R4 -1
0 0
0 0
1 1 1 1
2 2
2 2
3 3
02. Quais das relações de ℝ em ℝ cujos gráficos aparecem abaixo, são funções? Justifique.
a) b) c)
y y y
x x
d) e) f)
y y y
x x x
07. Quais os valores do domínio da função real definida por f ( x ) = x 2 − 5 x + 9 que produzem
imagem igual a 3?
x x
y y
d) e)
x
-2 -1 0 1 2 3 4 5
O domínio de uma função é o conjunto das abscissas de todos os pontos de seu gráfico. Assim, a
projeção ortogonal dos pontos do gráfico sobre o eixo dos x determina esse conjunto.
Exemplo 1:
O conjunto-imagem de uma função é o conjunto das ordenadas de todos os pontos de seu gráfico.
Assim, a projeção ortogonal dos pontos do gráfico sobre o eixo dos y determina esse conjunto.
Exemplo 2:
D(f) = ℝ Im (f) = ℝ+
Exemplo 4:
Exercício: Considerando que todos os gráficos abaixo representam funções, determine o domínio e
o conjunto-imagem de cada uma.
01. 02.
D(f) =
D(f) =
Im (f) =
Im (f) =
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03. 04.
D(f) =
Im (f) = D(f) =
Im (f) =
05. 06.
D(f) =
Im (f) =
D(f) =
Im (f) =
07. 08.
D(f) =
Im (f) =
D(f) =
Im (f) =
D(f) =
D(f) = Im (f) =
Im (f) =
11. 12.
D(f) =
Im (f) = D(f) =
Im (f) =
13. 14.
D(f) = D(f) =
Im (f) = Im (f) =
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Respostas
01. D(f) = ℝ 06. D(f) = ℝ *+ 11. D(f) = ℝ
Im (f) = ℝ+ Im (f) = ℝ Im (f) = {0} ∪ [1; +∞[
02. D(f) =] − ∞; −1] ∪ [1; +∞[ 07. D(f) = ℝ 12. D(f) = ℝ
Im (f) = [−1; +∞[ Im (f) =] − ∞; 3] Im (f) =]0; 4]
03. D(f) = ℝ 08. D(f) = ℝ* 13. D(f) = ℝ
Im (f) = {4} Im (f) = ℝ* Im (f) = {2; 4; 6}
04. D(f) = ℝ 09. D(f) = ℝ − {1} 14. D(f) = ℝ
Im (f) = ℝ Im (f) = ℝ − {1} Im (f) = {0}∪]1; +∞[
05. D(f) = ℝ 10. D(f) =] − 3; 3]
Im (f) = ℝ *+ Im (f) = [0; 3]
Crescimento e Decrescimento
Uma função f é crescente em um intervalo ]a; b[ quando para quaisquer x1 , x2 ∈ ]a; b[ , com
x1 < x2 temos que f (x1 ) < f (x2 ) . Isto significa dizer que se ao analisarmos o gráfico de uma
função observamos que em determinado intervalo os valores de y aumentam na medida em que os
valores de x aumentam, neste intervalo a função será considerada crescente.
Por exemplo,
• Se x = 1 , então y = 2 ⋅ 1 = 2 .
• Se x = 2 , então y = 2 ⋅ 2 = 4 .
• Se x = 3 , então y = 2 ⋅ 3 = 6 , e assim por diante.
x1 < x2 temos que f (x1 ) > f (x2 ) . Isto significa dizer que se ao analisarmos o gráfico de uma
função observamos que em determinado intervalo os valores de y diminuem na medida em que os
valores de x aumentam, neste intervalo a função será considerada decrescente.
• Se x = 2 , então y = 3 − 2 = 1 .
x y = x2 − 2x y
−2 ( −2) − 2 ⋅ ( −2) =
2
8
( − 1) − 2 ⋅ ( − 1) = Os valores de
−1
2
3
y diminuem.
0 02 − 2 ⋅ 0 = 0
1 12 − 2 ⋅ 1 = −1
2 22 − 2 ⋅ 2 = 0 Os valores de
3 32 − 2 ⋅ 3 = 3 y aumentam.
4 42 − 2 ⋅ 4 = 8
Por exemplo,
• Se x = 1 , então y = 3 .
• Se x = 2 , então y = 3 .
Estudo do Sinal
Fazer o estudo do sinal de uma função significa encontrar os intervalos do domínio nos quais a
função é positiva, negativa ou nula.
Estudo do Sinal:
• f ( x) = 0 , para x = 3 (zeros da função)
• f ( x) < 0 , para x < 3 (imagens negativas)
• f ( x ) > 0 , para x > 3 (imagens positivas)
Exemplo 3: Seja a função f: ℝ⟶ℝ tal que f ( x ) = − x 2 + 6 x − 8 . Faça o seu estudo do sinal.
− x2 + 6x − 8 = 0
− 6 ± 6 2 − 4 ⋅ ( −1) ⋅ ( −8)
x=
2 ⋅ (−1)
− 6 ± 36 − 32 − 6 ± 4
x= =
−2 −2
−6+2 −4
x1 = = =2
−6±2 −2 −2
x= =
−2 −6− 2 −8
x2 = = =4
−2 −2
Estudo do Sinal:
• f ( x) = 0 , para x = 2 ou x = 4 (zeros da função)
• f ( x) < 0 , para x < 2 ou x > 4 (imagens negativas)
• f ( x ) > 0 , para 2 < x < 4 (imagens positivas)
x2 − 2x + 2 = 0
− (−2) ± (−2)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 2
x=
2 ⋅1
2± 4−8
x=
2
2± −4
x= ∉ℝ
2
Logo, a função f não possui zeros.
Estudo do Sinal:
• ∄ x ∈ ℝ | f ( x) ≤ 0 (A função f não possui valores negativos ou nulos).
Exemplo 5: Seja a função f: ℝ⟶ℝ definida pelo gráfico abaixo. Faça o seu estudo do sinal.
Estudo do Sinal:
• ∄ x ∈ℝ | f ( x) = 0 .
• f ( x) < 0 , para x ≥ 2 .
• f ( x) > 0 , para x < 2 .
a) y b) y
4 4
3 3
2 2
1 1
x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
y d) y
c)
4
4
3
3
2
2
1 1
x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
e) y f) y
4 4
3 3
2 2
1 1
x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1 -1
-2
-2
-3
-3
-4 -4
3 3
2
2
1
1
x x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
y y
i) j)
4 7
3 6
2 5
1 4
x 3
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1 2
-2 1
x
-3 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-4 -1
y l) y
k)
4 7
a)
3 6
2 5
1 4
x
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 3
-1 2
-2 1
x
-3 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-4 -1
6
6
6
5
5
5
4
4
4
3 3
3
2 2
2
1 1
1
x x
x
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-1 -1
-1
y y
y
d) 4
e) 4 f) 7
3
3 6
2
2 5
1
1 4
x x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-2 -1 1 2 3 4 0 3
-4 -3 0
-1
-1 2
-2
-2 1
-3 x
-3 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-4
-4 -1
-1
f) Em que pontos o gráfico de f intercepta os
eixos?
-2
g) Para que valores de x , f é decrescente?
-3
h) Para que valores de x têm-se f ( x) > 0 ?
04. Seja f: ℝ→ℝ a função cujo gráfico é o seguinte:
y a) Determine o domínio da função.
4 b) Determine a imagem da função.
3
c) Determine os valores de f (−1) , f (0 ) e f (3) .
2
1
d) Em que intervalo f é crescente?
9
_
2 x e) Em que intervalo f é constante?
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 3
_ 2 3 4
-1 2
f) Em que intervalo f é decrescente?
-2
g) Para que valores de x têm-se f ( x) < 0 ?
-3
Respostas:
01. a) D( f ) = ℝ e) D( f ) = ℝ i) D( f ) = [−2; 4[
Im( f ) = {−2; 0; 2} Im( f ) = [ − 4; − 2] ∪ ]0; +∞[ Im( f ) = [−2; 2]
b) D( f ) = ℝ f) D( f ) = ℝ j) D ( f ) =] − 3; 5]
Im( f ) = [−2; 2] Im( f ) = ] − ∞; 1] Im( f ) = ]1; 3]
c) D( f ) = ℝ g) D ( f ) = {−3; −2; −1; 0; 1; 2; 3} k) D( f ) = [−4; 4[
Im( f ) = {−1} ∪ [1; +∞[ Im( f ) = {−1; 0; 1; 2} Im( f ) = [−2; 4]
d) D( f ) = ℝ h) D( f ) =] − 2; 3] l) D( f ) =] − 3; 3]
Im( f ) = ℝ Im( f ) = [ − 3; 2[ Im( f ) = {1; 2; 3; 4; 5; 6}
Conhecendo a lei de uma função f e seu domínio, podemos construir seu gráfico cartesiano. Para
tal devemos construir uma tabela, na qual calculamos um número suficiente de pontos da função.
Depois de marcarmos os pontos obtidos no plano cartesiano, unimos esses pontos por uma curva
que os contenha.
Exemplo 1: Considerando a função f: ℝ⟶ℝ, definida por f ( x ) = − x 2 − 2 x + 3 , faça uma tabela dos
valores da função, com valores de x variando entre − 4 e 2 , e depois construa o seu gráfico.
x y = −x2 − 2x + 3 y
−4 − (− 4) − 2 ⋅ (− 4) + 3 = −16 + 8 + 3 = −5
2
−3 − (− 3) − 2 ⋅ (− 3) + 3 = −9 + 6 + 3 =
2
0
−2 − (− 2) − 2 ⋅ (− 2) + 3 = −4 + 4 + 3 =
2
3
−1 − (− 1) − 2 ⋅ (− 1) + 3 = −1 + 2 + 3 =
2
4
0 − 0 2 − 2 ⋅ 0 + 3 = −0 − 0 + 3 = 3
1 − 12 − 2 ⋅ 1 + 3 = −1 − 2 + 3 = 0
2 − 2 2 − 2 ⋅ 2 + 3 = −4 − 4 + 3 = −5
Através da tabela acima obtemos os seguintes
pares ordenados: (−4; −5) , (−3; 0) , (−2; 3) ,
(−1; 4) , (0; 3) , (1; 0) e (2; −5) .
6
y=
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
− 12 − 10 −8 −6 −3 −2 −1 0 1 2 3 6 8 10 12
x
Através da tabela acima obtemos os seguintes pares ordenados: (−12; −0,5) , (−10; −0,6) ,
(−8; −0,75) , (−6; −1) , (−3; −2) , (−2; −3) , (−1; −6) , (1; 6) , (2; 3) , (3; 2) , (6; 1) , (8; 0,75) ,
-2
-1
x y = −x2 + 2x + 8 y
-3
-2
-1
x +1 x +1
x y= y x y= y
x −1 x −1
3
-3
2
-2 2
-1 3
0 4
1
5
2
O GeoGebra é um software livre de geometria dinâmica que permite também a entrada de dados
algébricos. Com ele é possível desenhar gráficos e figuras geométricas, fazer animações, etc. Este
programa possui uma infinidade de aplicações. Através dele, é possível construir os gráficos das
funções apresentadas nos exercícios anteriores.
A interface gráfica do GeoGebra é subdividida em quatro áreas principais:
• Barra de Ferramentas: contém os ícones das ferramentas de seleção e construção;
• Janela de Álgebra: apresenta as formas algébricas dos elementos construídos;
• Janela de Visualização: apresenta as formas geométricas dos elementos construídos;
• Campo de Entrada: serve para a criação de elementos via álgebra.
Observando os gráficos, podemos obter muitas informações sobre esta situação. Para isso vamos
responder as seguintes perguntas:
a) Na partida, qual dos três amigos teve problemas com a moto, começando
a viagem com atraso?
O segmento horizontal representa que não houve variação da distância entre
o ponto de partida e a moto de Joaquim no intervalo de 0 a 5 minutos. Isto é,
nos cinco primeiros minutos a moto de Joaquim manteve distância zero do
ponto de partida, logo ficou parada.
d 10 km
=
t 10 min
d
=1
t
d =t
10 km 15 − d
=
10 min t − 10
10 ⋅ (t − 10) = 10 ⋅ (15 − d )
t − 10 = 15 − d
t + d = 15 + 10
t + d = 25
Como d = t , temos:
t + t = 25
2t = 25
25
t=
2
t = 12,5 min
t = 12 min e 30 segundos
05. Em uma mesma manhã, Cláudia partiu da cidade A para a cidade B, enquanto Adílson partiu da
cidade B para a cidade A. O gráfico mostra a distância de cada um deles ao respectivo ponto de
partida durante todo o trajeto, em função do tempo. A que horas eles se encontraram na estrada?
a) 8h 45min
b) 10h 15min
c) 10h 30min
d) 11h 00min
e) 11h 45min
d) v = 15 km / h
03. a) 100 m
e) Sílvia retornou ao ponto de partida.
b) v = 20 m / s ou v = 72 km / h
f) Sílvia percorreu 10 km.
c) v = 10 m / s ou v = 36 km / h
Definição
Sejam dadas as funções f: A → B e g: B → C.
Chama-se função composta de g e f à função h: A → C tal que a imagem de cada x é obtida pelo
seguinte procedimento:
1º) aplica-se a x a função f, obtendo-se f(x)
2º) aplica-se a f(x) a função g, obtendo-se g(f(x)).
f g
x f(x) g(f(x))
Notação: A função composta de g e f pode ser representada por g ( f (x)) , (lê-se g de f de x), ou
g o f , (lê-se g círculo f).
Calcular a função composta g ( f (x)) significa tomar o “elemento de saída” da função f e aplicar
esse resultado como “elemento de entrada” na função g.
Como g ( x) = x 2 então g (2 x) = (2 x )
2
Logo g ( f ( x)) = (2 x ) = 4 x 2
2
Utilizando o mesmo raciocínio anterior, vamos tomar o “elemento de saída” da função g e aplicar
esse resultado como “elemento de entrada” na função f.
g ( x) = x 2 f ( x) = 2 x f (g (x))
Como f ( x) = 2 x então f ( x 2 ) = 2( x 2 )
Logo f ( g ( x)) = 2 x 2
Observação 1: Notemos que, em geral, g ( f ( x)) ≠ f ( g ( x)) , isto é, a composição de funções não é
Observação 2: Podemos também calcular funções compostas consigo mesmas. Usando ainda as
funções f e g dos exemplos anteriores, poderíamos calcular f ( f ( x)) = f (2 x)) = 2 ⋅ 2 x = 4 x e
( ) ( )
g ( g ( x) ) = g x 2 = x 2
2
= x4 .
f ( x) = 3 x + 1 g ( x) = 2 x − 3
Na “máquina algébrica” acima percebemos que Na “máquina algébrica” acima notamos que a
a função f triplica o número x e depois soma 1. função g duplica o número x e depois subtrai 3.
f ( g ( x)) = f (2 x − 3)
f ( g ( x)) = 3 ⋅ (2 x − 3) + 1
f ( g ( x)) = 6 x − 9 + 1
f ( g ( x)) = 6 x − 8
g ( f ( x)) = g (3 x + 1)
g ( f ( x)) = 2 ⋅ (3 x + 1) − 3
g ( f ( x)) = 6 x + 2 − 3
g ( f ( x)) = 6 x − 1
f ( f ( x)) = f (3 x + 1)
f ( f ( x)) = 3 ⋅ (3 x + 1) + 1
f ( f ( x)) = 9 x + 3 + 1
f ( f ( x)) = 9 x + 4
Para calcular g ( g ( x )) , vamos
utilizar o elemento “de saída” da
função g como elemento “de
entrada” da própria função g.
g ( g ( x)) = g (2 x − 3)
g ( g ( x)) = 2 ⋅ (2 x − 3) − 3
g ( g ( x)) = 4 x − 6 − 3
g ( g ( x)) = 4 x − 9
04. Uma chácara de área z foi dividida em 10 lotes, todos de forma quadrada de lado x e área y.
Escreva a fórmula matemática que expresse:
a) y em função de x;
b) z em função de y;
c) z em função de x.
06. O custo C de produção, em reais, de cada vaso cerâmico depende da quantidade q de vasos
fabricados, e essa quantidade depende do número n de horas de funcionamento de um torno
500
giratório. Essas relações de dependência são descritas pelas seguintes funções: C ( q ) = 3 + e
q
q (n) = 200 n . Sabendo que o custo de produção de cada vaso é R$ 3,50, por quantas horas o torno
funcionou?
1 1
a) 1 e b) − 1 e c) 1 e 1 d) 1 e − 2 e) − 1 e 2
2 2
1− x
13. Se f : ℝ − {−1} ⟶ℝ − {−1} é definida por f ( x ) = , então se x ≠ −1 , f ( f ( x )) é igual a:
1+ x
a) x b) − x c) 1 d) − 1 e) f (x )
a) 1 b) 2 c) 3 d) 6 e) 9
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
Função Sobrejetora
Uma função f(x) é sobrejetora se, e somente se, o conjunto-imagem da função f(x) é igual ao seu
contradomínio.
A B
-2
f 0
-1
1
0
1 4
CD ( f ) = ℝ
Im( f ) ≠ CD ( f )
Função Injetora
A B
f
-1 0
1
0
2
1 3
4
2
5
Neste exemplo, não existem dois elementos domínio A que estejam associados à mesma imagem
em B. Portanto a função f é injetora.
Observação: Se ao traçarmos retas horizontais pelo gráfico de uma função estas o interseccionam
sempre em um único ponto, então o gráfico representa um função injetora.
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Função Bijetora
Uma função f (x ) é bijetora se, e somente se, ela é sobrejetora e injetora ao mesmo tempo.
A B
f
0 1
1 3
2 5
A função f é ao mesmo tempo sobrejetora e injetora, logo é função bijetora ou também chamada de
“função um para um”.
CD ( f ) = ℝ
CD ( f ) ≠ Im( f )
Im( f ) = [0; +∞[
Se x = 0 , então f (0) = 0 2 − 2 ⋅ 0 + 1
= 0 − 0 +1
=1
Se x = 2 , então f (0) = 2 2 − 2 ⋅ 2 + 1
= 4 − 4 +1
=1
Logo, f não é injetora.
bijetora.
CD( f ) = [0; +∞[
CD ( f ) = Im( f )
Im( f ) = [0; +∞[
Logo, f é sobrejetora.
Logo, f é injetora.
Portanto f é bijetora.
x
Vamos observar os valores das funções de ℝ em ℝ, definidas por f ( x ) = 2 x e g ( x ) = .
2
Se x = 0 ⟶ f (0) = 0 Se x = 0 ⟶ g ( 0) = 0
Se x = 1 ⟶ f (1) = 2 Se x = 2 ⟶ g ( 2) = 1
Se x = 2 ⟶ f ( 2) = 4 Se x = 4 ⟶ g ( 4) = 2
Se x = 3 ⟶ f (3) = 6 Se x = 6 ⟶ g ( 6) = 3
Se x = 4 ⟶ f ( 4) = 8 Se x = 8 ⟶ g (8) = 4
...
...
...
...
A função f associa um número x ao seu dobro. A função g associa um número x à sua metade.
Notamos que as coordenadas dos pares ordenados da função f estão invertidas em relação às
coordenadas dos pares ordenados da função g. Por exemplo, o par ordenado (1; 2) ∈ f , enquanto
Definição: Uma função f : A → B é invertível se existe uma função f −1 : B → A tal que a função
f −1 ( f ( x )) = f ( f −1 ( x )) = x .
Observação 1: Seja uma função f : A → B tal que f não é injetora. Então f tem a seguinte
“forma”:
Observação 2: Seja uma função f : A → B tal que f não é sobrejetora. Então f tem a seguinte
“forma”:
Isto é, existe pelo menos um elemento do
A B
contradomínio B que não é imagem de qualquer
elemento do domínio A. Logo não é possível
y1
f “desmanchar” a ação de f, pois o elemento y1
x1
y2 não ficaria associado a qualquer imagem, o que
não caracteriza uma função. Logo f não é
invertível.
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Portanto se uma função f não for injetora e sobrejetora ao mesmo tempo, ela não será invertível.
Com base nisto pode-se demonstrar que:
Teorema: Somente as funções bijetoras são invertíveis.
f −1 ( f ( x)) = f −1 (3 x + 2)
(3 x + 2) − 2
=
3
3x
=
3
=x
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Analogamente, podemos inserir o resultado da segunda função no campo de entrada da primeira
função, e por sua vez esta deverá dar como resposta o número inicial (x).
x − 2
f ( f −1 ( x)) = f
3
x − 2
= 3⋅ +2
3
= x−2+2
=x
Por exemplo:
2 2 −1
• − ; 0 ∈ f e 0; − ∈ f
3 3
• (0; 2) ∈ f e (2; 0) ∈ f −1
• (1; 5) ∈ f e (5; 1) ∈ f −1
Esta propriedade dos gráficos das funções f e f −1 se verifica por duas razões:
1°) Se o ponto (a; b ) pertence ao gráfico da função f , então o ponto (b; a ) pertence ao gráfico da
função inversa f −1 .
2°) Os pontos (a; b ) e (b; a ) são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares.
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Exemplo 2: Verifique se a função f : ℝ → ℝ, definida por f ( x) = x 2 , é invertível.
(
f −1 ( x ) = − x , pois − x )
2
também é igual a x. Neste caso, como f −1 : ℝ+⟶ℝ+, podemos afirmar
que as imagens de f −1 são números reais não negativos, logo concluímos que f −1 ( x) = x .
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Regra prática para o cálculo da Função Inversa
Dada uma função bijetora f : A → B definida pela lei y = f (x) , podemos obter a sentença aberta
Observação:
Note que a função inversa f −1
encontrada é exatamente igual à
função original f .
Isto significa que a função f é
inversa dela própria.
Função Par
Uma função f : A → B é par se, para qualquer x ∈ A , f ( x ) = f ( − x ) .
f ( x) = x 2 − 2
f ( x ) = f ( − x ) ⇒ f é par
f (− x) = (− x) − 2 = x − 2
2 2
Por exemplo:
• f ( 2 ) = f ( −2 ) = 2
• f ( 2 ) = f (− 2 ) = 0
• f (1) = f ( −1) = −1
Função Ímpar
Uma função f : A → B é ímpar se, para qualquer x ∈ A , f (− x ) = − f ( x) .
f ( x ) = x 3 − 4 x ⇒ − f ( x) = − x 3 + 4 x
− f ( x ) = f ( − x) ⇒ f é ímpar
f ( − x ) = ( − x) − 4 ⋅ ( − x ) = − x + 4 x
3 3
Por exemplo:
• − f ( 2 ) = −0 = 0 e f ( −2) = 0
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Exercícios sobre Funções Sobrejetoras, Injetoras, Inversas, Pares e Ímpares – Lista N° 8
01. Cada diagrama seguinte representa uma função f: A → B. Verifique se a função f é bijetora,
apenas sobrejetora, ou apenas injetora.
a) b)
A B A B
-2 f f
0 1
4
2
2 7
-3 9
3 3 10
c) d)
A B A B
f f
0 3 2
1 -2
3 0 3 12
2 -1
4 1 4
e) f)
A B A B
f
4 -2 f
2
2
7 2
-5
10 -5 5
3 6 5
02. Sendo A = {-3, -2, 0, 1}, B = {2, 3, 5, 6}, f ( x) = {( x, y ) ∈ A × B | y = x + 5}, mostre que f é
sobrejetora.
03. Dentre os gráficos abaixo, o que melhor representa uma função bijetora com domínio ℝ e
contradomínio ℝ é:
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04. Associe V (verdadeiro) ou F (falso) a cada uma das seguintes afirmações:
a) A função f : ℝ+⟶ℝ+ definida por y = x 2 é injetora.
b) A função f : ℝ⟶ℝ definida por y = x + 1 é bijetora.
c) A função f : {0, 1, 2, 3} → ℝ definida por y = x − 1 não é sobrejetora.
d) A função f : {0, 1, 2, 3} → ℕ definida por y = x + 1 é injetora.
e) A função f : ℝ⟶ℝ definida por y = x 2 + 1 é bijetora.
f) A função f : ℕ⟶ℝ+ definida por y = x é bijetora.
x+5 3
05. Determinar a função inversa da função g ( x ) = , cujo domínio é D = ℝ − .
2x − 3 2
06. Determine a função inversa de cada função dada a seguir:
a) y = x − 3
x+2
b) y =
4
3x − 2 3
c) y = sendo que x ≠
4x − 3 4
−1
07. Seja a função invertível f : ℝ⟶ℝ dada por f ( x) = x 3 . Determine f ( x) .
2x − 1
08. Na função invertível f ( x) = , (com x ∈ℝ e x ≠ 3 ), determine:
x−3
−1
a) f ( x) .
b) o domínio de f −1 .
−1
c) f ( −3) .
10. Construa, em um mesmo sistema cartesiano, os gráficos da função f e da sua inversa f −1 , dados
por:
a) f ( x ) = 2 x − 3
b) f ( x ) = x + 1
x
c) f ( x ) = +1
2
A seguir, escreva o que você pode observar em cada caso sobre os gráficos da função f e da inversa
f −1 .
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12. A função inversa da função f : ℝ⟶ℝ definida por f ( x ) = 5 x + 3 é:
1 1 1
a) f −1 ( x ) = + b) f −1 ( x ) = c) inexistente, pois f não é bijetora
5x 3 5x + 3
x−3
d) f −1 ( x) = e) f −1 ( x) = 3x − 5
5
d) e)
2x
14. Dadas as funções f : ℝ − {−1} ⟶ℝ − {2} definida por f ( x ) = e g : ℝ − {1} ⟶ℝ − {−1}
x +1
definida por g ( x ) = 3 x − 4 e sendo h( x ) = ( f o g )( x) , então o valor de h −1 (3) é:
5 4 1 3
a) b) c) d) e) 3
3 3 3 5
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15. Dadas as funções por meio de seus gráficos, associe cada uma com suas possíveis
classificações.
a) f : ℝ⟶ℝ b) g : ℝ⟶ℝ
c) h : ℝ⟶ℝ+ d) i : ℝ*⟶ℝ*
e) j : [ −2; 2] ⟶ℝ f) k : ℝ⟶ℝ
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16. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas abaixo:
a) ( ) A função f : ℝ⟶ℝ, definida por f ( x) = x 2 − 4 é par.
1
b) ( ) A função f : ℝ*⟶ℝ*, definida por f ( x ) = é ímpar.
x
c) ( ) A função f : ℝ⟶ℝ, definida por f ( x ) = 1 é nem par, nem ímpar.
Respostas:
01. a) Apenas sobrejetora x−3
09. h −1 ( x ) =
b) Bijetora 2
10. x+3
c) Bijetora a) f −1 ( x) =
2
d) Apenas sobrejetora
e) Apenas injetora
f) Apenas sobrejetora
02. Im( f ) = {2; 3; 5; 6}
03. d
04. a) V c) V e) F
b) V d) V f) F
3x + 5
05. g −1 ( x ) =
2x − 1 b) f −1 ( x) = x − 1
06. a) y = x + 3
b) y = 4 x − 2
3x − 2
c) y =
4x − 3
07. f −1 ( x ) = 3 x
08. 3x − 1
a) f −1 ( x ) =
x−2
b) D ( f −1 ) = ℝ − {2}
c) f −1 (3) = 2
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c) f −1 ( x) = 2 x − 2 11. Sim, f(x) é invertível. f −1 ( x ) = 3 x + 1 . A
função g(x) não possui inversa, pois não é
bijetora.
12. d
13. e
14. c
15. a) IV e V d) I, II, III e VI
b) I, II, III e VII e) IV e V
c) I e V f) I e VII
Os gráficos de uma função e de sua inversa
16. a) V c) F e) V
são sempre simétricos em relação à reta y = x.
b) V d) F f) F
Referências
[1] BARROSO, Juliane Matsubara. Conexões com a Matemática, volume1. São Paulo: Moderna, 2010.
[2] BEZERRA, Manoel Jairo. Novo Bezerra - matemática: 2.grau, volume único. São Paulo : Scipione, 1997.
[3] BIANCHINI, Edwaldo e PACCOLA, Herval. Curso de Matemática: volume único – 3. Ed. rev. e ampl. – São
Paulo: Moderna, 2003.
[4] BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Matemática. Brasília:
Secretaria de Ensino Fundamental, 1998.
[5] DANTE, Luiz Roberto. Matemática. Volume 1. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.
[6] GIOVANNI, José Ruy & BONJORNO, José Roberto. Matemática completa. 1ª Série. 2. ed. ren. São Paulo:
FTD, 2005.
[7] GRAVINA, Maria Alice. EDUMATEC: Educação Matemática e Tecnologia Informática. Disponível em:
<http://www2.mat.ufrgs.br/edumatec/atividades_diversas/maquina/arvoresalgebricas.htm>.
[8] HELLMEISTER, Ana Caterina. Funções, Gráficos e Realidade. Palestra realizada na semana de 27/05/2007 a
02/06/2007, no IMPA, RJ. Disponível em: <http://videos.obmep.org.br/epp/2006/Ana_Catarina.avi>.
[9] IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matemática Elementar 1: Conjuntos e Funções. 7ª
edição. São Paulo: Atual, 1993.
[10] IEZZI, Gerson; DOLCE, Osvaldo; DEGENSZAJN, David Mauro e PÉRIGO, Roberto. Matemática. Volume
Único. São Paulo: Atual, 1997.
[11] MARCONDES, Carlos Alberto; GENTIL, Nelson e GRECO, Sérgio. Matemática para o Ensino Médio. 2ª ed.
São Paulo : Ed. Atica, 1999.
[12] PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: Paiva. Volume 1. 1ª Ed. São Paulo: Moderna 2009.
[13] RIPOLL, Jaime B., RIPOLL, Cydara C. e SILVEIRA, José Francisco P. Números racionais, reais e complexos.
2.ed. rev. ampl. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011.
IFRS – Campus Feliz Apostila de Matemática Prof. Paulo Roberto M. Berndt 112