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ALBERTO XAVIER
ALCIDES JORGE COSTA
BETINA TREIGER GRUPENMACHER
CAIO AUGUSTO TAKANO
EDUARDO JUNQUEIRA COELHO
FABIO PALLARETTI CALCINI
FERNANDO FACURY SCAFF
GABRIEL LACERDA TROIANELLI
GUILHERME CEZAROTI
HELENO TAVEIRA TORRES
HUGO DE BRITO MACHADO
HUGO DE BRITO MACHADO SEGUNDO
IVES GANDRADASILVA MARTINS
JOSE EDUARDO SOARES DE MELO
LUIS EDUARDO SCHOUERI
MARCIANO SEABRA DE GODOI
MISABEL ABREU MACHADO DERZI
PAULO AYRES BARRETO
PAULO ROBERTO LYRIO PIMENTA
RENATO LOPES BECHO
ROBERTO FERRAZ .
SACHA CALMON NAVARRO COELHO
SERGIO ANDRE ROCHA
VALTER DE SOUZA LOBATO
DIAL/ZTICA
GRANDES GUESTOES ATUAS
DO DIREITO TRIBUTARIO
182 volume
Coordenador
VALDIR DE OLIVEIRA ROCHA
Autores
ALBERTO XAVIER
ALCIDES JORGE COSTA
BETINA TREIGER GRUPENMACHER
CAIO AUGUSTO TAKANO
EDUARDO JUNQUEIRA COELHO
FABIO PALLARETTI CALCINI
FERNANDO FACURY SCAFF
GABRIEL LACERDA TROIANELLI
GUILHERME CEZAROTI
HELENO TAVEIRA TORRES
HUGO DE BRITO MACHADO
HUGO DE BRITO MACHADO SEGUNDO
IVES GANDRA DASILVA MARTINS
JOSE EDUARDO SOARES DE MELO
LUIS EDUARDO SCHOUERI
MARCIANO SEABRADE GODOI
MISABEL ABREU MACHADO DERZI
PAULO AYRES BARRETO
PAULO ROBERTO LYRIO PIMENTA
RENATO LOPES BECHO
ROBERTO FERRAZ
SACHA CALMON NAVARRO COELHO
SERGIO ANDRE ROCHA
VALTER DE SOUZA LOBATO
© varios autores
www.dialetica.com.br
ISBN n® 978-85-7500-252-0
Editoragao: nsm
Varios autores.
ISBN 978-85-7500-252-0
14-07540 CDU-34:336.2(81)
ALBERTO XAVIER
A Lei n° 12.973, de 13 de Maio de 2014, em Matéria de Lucros
no Exterior: Objetivos e Caracteristicas Essenciais
A) Sociedades Controladas. B) Sociedades Equiparadas 4 Con-
troladora. C) Sociedades Coligadas. ll
GUILHERME CEZAROTI
A Transferéncia da Responsabilidade por Débitos Tributarios
de Empresas para Assessores (Contadores e Advogados)
I - Introdugao.II - A Transferéncia da Responsabilidade para As-
sessores. IIT - Conclusdes. 129
MARCIANOSEABRADE GODOI
A Nova Legislac&o sobre Tributagao de Lucros Auferidos no
Exterior (Lei 12.973/2014) como Resultado do DidlogoInstitu-
cional Estabelecido entre 0 STF e os Poderes Executivo e Le-
gislativo da Unido
3 1. Introducfo. 2. Breve Histérico sobre a Tributagao Brasileira
dos Lucros Auferidos no Exterior. 3. Os Regimes de Transparén-
cia Fiscal Internacional e os Problemas da Sistematica Estabele-
cida pelo Art. 74 da MP 2.158-35/2001. 4. A Decisio do STF na
ADI 2.588. 5. Ultima Palavra, Didlogo Institucional e a Resposta
dos Poderes Executivo e Legislativo 4 Deciséo do STF na ADI
[ 2.588: MP 627/2013 e Lei 12.973/2014. 6. Criticas que se levan-
tam contra a Nova Sistematica de Tributagao dos Lucros no Exte-
rior. 7. Conclusao. 277
ROBERTO FERRAZ
Responsabilizagdo de Consultores Externos por Débitos Tribu-
tarios Decorrentes de Planejamentos Fiscais Impugnados- Im-
possibilidade Legal e Racional
Introdugao. 1. Alguns Casos Concretos, 2. A Legislagao Brasilei-
ra e a Impossibilidade de se responsabilizar Consultores Externos
por Tributos Entendidos Devidos pela Impugnacio de Planeja-
Granbes Questées Atuals Do Direito TRIBUTARIO 9
3 Para este assunto ver Royalties do petréleo, minério e energia - aspectos constitu-
cionais, financeiros e tributdrios, de Fernando Facury Scaff (Sao Paulo: RT, 2014).
Tramita no Senado Federal uma Proposta de Emenda Constitucional para introduzir
“o art. 251 na Constituicao, para dispor sobre as bases do federalismo fiscal, estru-
turado por meio do Cédigo do Federalismo Fiscal e outras leis complementares es-
pecificas”, no qual se busca regularestas transferéncias, incluindo a dosroyalties.
José Mauricio Conti, Federalismo fiscal e fundos de participagao. Sao Paulo: Jua-
rez de Freitas, 2001, p. 36.
Antonio Roberto Sampaio Doria, Discriminagdo de rendastributdrias. Sao Paulo:
José Bushatsky, 1972, p. 19.
Art. 155, II, na redacao original. Esse adicional foi extinto pela Emenda Constitu-
cional 3/1993.
Fernando Rezende, “Os desafios do federalismo fiscal”. Jn: Fernando Rezende
(coord.). Desafios do federalismo fiscal. Rio de Janeiro: FGV, 2006, p. 16.
Granpdes QuesToes Atuals Do Diretro TRIBUTARIO
E bemverdade que o STF jamais acatoueste tipo de argumento, que ataca denomi-
nandode “igualdadeno ilicito”, cf. ADI 2.548, Gilmar Mendes.
Para este assunto ver Royalties do petréleo, minério e energia - aspectos constitu-
cionais, financeiros e tributdrios, de Fernando Facury Scaff (Sao Paulo: RT,2014).
18 Ver, por todas, a ADI 84-MC/MG, Rel. Min. Sydney Sanches, de 27.9.1989.
' A despeito de seremsete os Estados, tratam-se de 14 ADINs: ADI 3.794 (Mato
Grosso doSul; Joaquim Barbosa); ADI 2.906 (Rio de Janeiro; Marco Aurélio); ADI
2.376 (Rio de Janeiro; Marco Aurélio); ADI 3.674 (Rio de Janeiro; Marco Aurélio);
ADI 3.413 (Rio de Janeiro; Marco Aurélio); ADI 4.457 (Rio de Janeiro; Marco
Aurélio); ADI 3.664 (Rio de Janeiro; Cezar Peluso); ADI 3.803 (Parana; Cezar Pe-
luso); ADI 2.688 (Parana; Joaquim Barbosa); ADI 4.152 (Sao Paulo; Cezar Peluso);
FeRNANDO Facury SCAFF 99
ADI 3.702 (Espirito Santo; Dias Toffoli); ADI 2.352 (Espirito Santo; Dias Toffoli);
ADI 1.247 (Par, Dias Toffoli) e ADI 2.549 (Distrito Federal; Ricardo Lewandowski).
Ver Fernando Facury Scaff, “A responsabilidade tributaria e a inconstitucionalidade
daguerra fiscal”, In: Valdir de Oliveira Rocha (coord.). Grandes quest6es atuais do
Direito Tributdrio, vol. 15. S40 Paulo: Dialética, 2011.
0 Ver Fernando FacuryScaff, “A responsabilidade tributdria e a inconstitucionalidade
da guerra fiscal”. In: Valdir de Oliveira Rocha (coord.). Grandes questées atuais de
Direito Tributdrio, vol. 15. Sio Paulo: Dialética, 2011.
2!Registra-se que a mais recente consulta aosite do STFacerca do tramite desta ADI
ocorreu em31 de julho de 2014.
2 Esta norma tambémfoi aplicada ao Estado de Rond6nia, que se encontrava em si-
tuacao semelhante.
100 Granves Questoes Atuais Do Diretto TRIBUTARIO
23 Noticia-se que este procedimento nao mais sera adotado, devendoser julgadas até
mesmo as normas que j4 haviam sido revogadas. Jornal Valor econédmico de
8.8.2011, “STF aplica novatese e julga leis j4 revogadas”.
FERNANDO Facury ScaFF 1017
2. Encaminhamento de Solucées
12. Quais os pontos centrais que devemser analisados nesse
imbréglio que envolve todos os Estados da Federagao e os Poderes
da Reptblica?
A meuversaotrés os aspectos principais, que se desdobram em
diferentes posigdes de andlise, que podem permitir ao STF fazer o
trem voltarparaos trilhos, isto é, fazer com que o Brasil retorne ao
sistema de federalismo cooperativo inserido da Constituigaéo de
1988, e n&o permitir que, a pretexto de combaté-lo com a adogao da
Stmula Vinculante 69 seja o mesmo aprofundado, aumentando o
carater fratricida hoje verificado.
a) Em primeiro lugar deve-se analisarse 0 art. 2°, pardgrafo
2°, da Lei Complementar 24/1975 que determina a unanimi-
dade das deliberagdes do Confaz sobre rentincias fiscais é
constitucional. A unanimidade é 0 requisito central dos Con-
deliberagao que seja relevante para o conjunto dos demais entes fe-
derados. Isso nao estd auxiliando ou permitindo o desenvolvimento
federativo, ao contrario, esta matando a Federacdo. Nem mesmo
uma proposta de Emenda Constitucional que contivesse este tipo de
obrigatoriedade poderia ser analisada, por ferir clausula pétrea de
nossa Constituigdo (art. 60, paragrafo 4°, I, da CF).
O STF esta analisando a constitucionalidade da LC 24/1975
como um todo, até mesmo porque nao foi chamadoa analisar espe-
cificamente a norma do art. 2°, paragrafo 2°, da LC 24/1975, que é
onde se encontra o problema a ser enfrentado. O ponto central da
discérdia nfo é 0 sistema de Convénios, mas a exigéncia de unanimi-
dade do Confaz. Como as ADI que foram propostas pedema invali-
dade de normas estaduais que descumpriram o tramite da LC
24/1975, o debate judicial esta circunscrito a esta andlise, nao obser-
vando que o problema é pontual - e que este especifico ponto naio
esta sendo analisadoe reside noart. 2°, paragrafo 2°, da LC 24/1975,
e nao na totalidade dareferida lei.
Para resumir: entendo que a exigéncia de unanimidade do
Confaz para que ocorra a rentincia fiscal, constante do art. 2°, para-
grafo 2°, da LC 24/1975, nao foi recepcionada pela Constituicao de
1988, por nao se coadunar com o Principio Federativo e o Principio
Democratico, e que este especifico ponto nao foi analisado adequa-
damente pelo STF, que esta recebendo demandas onde tal debate
nao € colocado as escAncaras.
Espera-se que este tipo de quest&o seja devidamente analisada
pelo STF para aprovacgao de uma Simula Vinculante com tal alcan-
ce. Convalidar a regra da unanimidade sem discuti-la sera aprofun-
dara fratura do sistema de federalismo cooperativo brasileiro.
6 Sobre este assunto, ver Fernando Facury Scaff e Antonio Maués, Justig¢a constitu-
cional e tributagGo. Sao Paulo: Dialética, 2005.
108 Granpes Questoes ATuals 00 Direito TRIBUTARIO
*1 Sobre este assunto, ver Fernando Facury Scaff, “Novas dimensées do controle de
constitucionalidade no Brasil: prevaléncia do concentrado e ocaso do difuso”. Re-
vista Dialética de Direito Processual n° 50, Sao Paulo: Dialética, maio de 2007.
* Curso de Direito Constitucional positivo, 33* ed. Sio Paulo: Malhciros, p. 433.
Fernanoo Facury Scarr 109
cumprido 0 que a lei ordenava, uma vez que ela estava em pleno vi-
gor e projetando seus efeitos sobre a sociedade. Caso os 6rgios de
controle (os legitimados para arguir sua inconstitucionalidade e 0
PoderJudiciario) tivessem entendido que a normaera inconstitucio-
nal, deveriamté-la arguido de imediato, nao permitindo que vigesse
por tanto tempo, produzindo situagdes plenamente consolidadas,
que se tornaramirreversiveis.
17. Mauro Cappelletti®, com sua proverbial precisao, formula a
seguinte hipétese, que cabe 4 fiveleta na andlise do tema aqui sob
andlise:
“Esta doutrina parte, comofoi dito, do pressuposto de que a
lei inconstitucionalseja, ab origine, nula e ineficaz. Isto sig-
nifica que todoato - privado, como por exemplo, um ato ad-
ministrativo ou uma sentenga - que tenha se fundado nessa
lei (que, repito, é uma lei nula e ineficaz), esta destituido de
umavalida base legal.
Pode acontecer, porém, que uma lei tenha sido, por muito
tempo, pacificamente aplicada por todos, drgaos ptiblicos e
sujeitos privados; por exemplo, pode acontecer que um fun-
cionario, eleito ou nomeado com base em umalei muito tem-
po depois declarada inconstitucional, tenha longamente
atuado em sua fungao; ou que o Estado, por muitos anos,
tenha arrecadado um certo tributo ou, também, que uma
pessoa tenha recebido uma pensao ou celebrado determina-
dos contratos, sempre com base em uma lei posteriormente
declarada inconstitucional, e assim por diante.
Quid, entao, se em um certo momento, uma lei, por muitos
anos pacificamente aplicada, vem a ser depois, considerada
e declarada inconstitucional, com pronunciamento que te-
nha, segundo a doutrina aqui pressuposta, efeitos retroati-
vos?”
Observa-se que a situacgéo acima descrita por Cappelletti é a
mesma que nos defrontamosno Brasil, no caso em aprego. Os bene-
ficios fiscais foram concedidos pelos Estados desde ha muitos anos,
e muitas relac6es socioeconémicas foram criadas e consolidadas ao
3. Conclusées
21. Pelo exposto, verifica-se que o STF nao analisou diretamen-
te a exigéncia de unanimidade pelo Confaz, constante do art. 2°,
pardgrafo 2°, da Lei Complementar 24/1975. Entende-se que esta
norma nao foi recepcionada pela Constituicao de 1988 em face do
Principio Federativo e do Principio Democratico, que regem a atual
FERNANDO Facury ScarF