Nesse sentido, para a maioria dos juristas, princípios são regras que servem
de interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que
devam ser seguidos na aplicação das leis e resolução de conflitos que
surjam durantes as relações jurídicas. São as bases do ordenamento
jurídico. São regras que por terem âmbito de validade maior, orientam a
interpretação de outras regras, inclusive das regras constitucionais.
a) função fundamentadora;
Por meio de ato do legislativo, cria-se a lei (reserva formal), e tal lei
descreve o tipo tributário (reserva material), que segundo Carrazza[10],
este, há de ser um conceito fechado, seguro, exato, rígido e reforçador da
segurança jurídica.
Carrazza[11] afirma ainda que, observando os elementos que permitem a
identificação do fato imponível (hipótese de incidência, sujeito ativo e
passivo), fica vedado o emprego de analogia (pelo judiciário), e da
discricionariedade (pela administração pública).
Este princípio estabelece que os entes tributantes não podem exigir tributos
no mesmo exercício financeiro em que estes foram criados ou majorados.
Ou seja, o princípio da anterioridade tributária estabelece uma imposição
constitucional de se manter uma distância temporal mínima entre a
publicação e a força vinculante da lei instituidora ou majoradora de
tributos.
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente
ao tempo da sua prática.
A exclusão de penalidades não é absoluta, pois tal autorização refere-se à
má interpretação da lei, não aos casos em que se deixou de observá-la em
sua totalidade. A respeito desta exclusão, leciona Hugo de Brito Machado:
Após tal fase, surge uma posição, denominada realista, que reconhece que
os homens são desiguais sob múltiplos aspectos, mas também entende ser
supremamente exato descrevê-los como criaturas iguais, pois, em cada um
deles o mesmo sistema de características inteligíveis proporciona, à
realidade individual, aptidão para existir.
5.7. Não Cumulatividade (arts. 155, § 2º, I; art. 153, § 3º, II; art.
154, I, CF)
Desse modo, deve-se compensar o que for devido em cada operação relativa
à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal.
Tal princípio defende que o tráfego de pessoas ou de bens não pode ser
limitado pela cobrança de tributos, quando estas ultrapassam as fronteiras
dos Estados ou Municípios.
Quanto ao pedágio, esta exceção já vem prevista no próprio art. 150, V que
ressalva da vedação “a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público”[26]. Assim, para a conservação de vias
públicas é admitida a cobrança de pedágio pelo Estado, diretamente, ou por
particulares na qualidade de delegatários de serviços públicos.
Esta restrição não se aplica às multas, pois estas têm natureza jurídica
diversa dos tributos.