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Atuação no CRAS: 

O CRAS é determinado como uma unidade de proteção social básica do sistema único
de assistência social, tendo em si o objetivo de prevenir situações de vulnerabilidade dos
indivíduos de baixa renda. Neste ambiente o psicólogo realiza atendimento e
acompanhamento psicossocial das famílias, sendo eles, individuais ou em grupos. O
profissional conta com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, sendo, pedagogo e
assistente socia, todos visando no bem estar de cada um que necessita dos serviços
oferecidos. Neste sentido, o psicólogo tem o princípio psicossocial, com o foco na
garantia dos direitos dos usuários, promovendo a saúde e qualidade de vida do
indivíduo por si só ou das coletividades, contribuindo com a eliminação da negligência,
exploração, opressão e preconceito.

Acolhimento
Momento de contato inicial, de escuta sensível, estabelecimento de vínculos e inserção
no acompanhamento; Esclarecimento de dúvidas, olhar atento; Disponibilidade para
compreender a cada especificidade sem preconceito perante tantas complexidades e
situações vivenciadas; É fundamental a postura acolhedora de todos profissionais: livres
de rótulos e conclusões prévias.

Metodologias de trabalho e a pratica da psicologia no CREAS.

A atuação do psicólogo deve manter e respeitar as particularidades de cada um,


respeitando a decisão da família junto com o individuo. Sua principal ação é escutar,
acolher, dar diagnósticos, encaminhamentos, orientação, apoio á família, informação
etc. As ações mais realizadas pelos psicólogos, segundo pesquisa pelo CREPOP (2009),
é a triagem, avaliação, relatórios, laudos, interação com a equipe, entre outros. Com
essa pesquisa pode-se perceber que o que mais esta sendo feito é processos fora das
normativas, o que poderão ser causados problemas, para isso é preciso definir os
objetivos. Para que isso tenha uma melhor definição sobre o CREAS foi a estrutura e a
referência de documentos como: o estatuto da criança e do adolescente, Lei Orgânica da
Assistente Social, CREAS- Guia de Orientação, Politica Nacional de Assistente Social,
Declaração universal dos Direitos Humanos e Constituição Federal do Brasil. Isso
mostra que profissionais vem se apoiando sobre conhecimentos em seu trabalho e a
firmando a necessidade de treinamento e capacitação de equipe. É necessário que os
documentos e as práticas dos profissionais sejam compartilhados e trabalhados
coletivamente, gerando reflexão e trazendo formas diferentes de constituição de
trabalho.

Entrevista: Processo de coletas de dados e orientação.


Entrevista é um processo em que ocorre a coleta de dados e orientação, mas também
acolhe aquelas pessoas que chegam em busca de inserção no serviço. Este é um
momento essencial para se estabelecer um maior contato individualizado para com os
membros das famílias, sempre atento com suas necessidades e dando prioridade ao
registro de informações coletadas, porem sempre respeitando a individualidade e
singularidade de cada membro e acima de tudo respeitando a privacidade. Como a
entrevista contribui para informações relevantes para compreendermos o individuo, é
um momento também de construir um prontuário. A entrevista não é tida apenas em um
único momento, podendo ser utilizada para fortalecer vínculos e proporcional confiança,
visando ampliar o conhecimento do sujeito e de sua família, podendo, desta forma,
ajudar cada vez mais o individuo em si e também nas suas interações sociais.

Prontuário:
O prontuário utilizado pelos profissionais do CREAS atualmente é o prontuário
eletrônico disponibilizado pelo serviço SUAS, tendo como objetivo organizar e
qualificar o serviço prestado à família. Com esse equipamento fica mais fácil aprimorar
o processo de trabalho multiprofissional junto ao acompanhamento familiar. Nele, são
contidos os dados principais de cada cadastrado como: nome, documentos, data de
nascimento, endereço, escolaridade, profissão, número de irmãos, filhos, nome dos pais,
religião. Tais dados são obtidos no primeiro contato do assistido na unidade, portanto,
essa primeira parte do prontuário é como se fosse a identificação e o prontuário em si o
indivíduo.

Relatório:
Assim como o prontuário, os relatórios têm sido feitos de forma eletrônica também, o
que garante uma segurança e privacidade maior dos assistidos, uma vez que ambos só
podem ser acessados pela equipe. Se o prontuário é o “indivíduo” na unidade, os
relatórios são sua história. Tudo o que acontece na vida do assistido e/ou sua família que
é acompanhado pela equipe multiprofissional do CREAS é registrado através dos
relatórios que, em seguida, são anexados ao prontuário. Os relatórios são documentos
importantes que garantem os direitos da família como um todo. A análise de cada
profissional individualmente também é constada como um relato. 
Uma vez que o sistema preconize a qualidade e segurança de seus serviços
socioassistenciais prestados, os prontuários e relatórios (agora eletrônicos) garantem
esse trabalho de forma prática e eficaz.

Acompanhamento Psicossocial

Consiste em prestar atendimento especializado aos servidores com problemas.


É realizado normalmente por uma equipe composta pela Psicologia e pelo
Serviço Social. Busca-se, através de apoio, orientações e suportes para
manutenção e/ou melhoria da sua saúde, bem como das suas relações
interpessoais. O atendimento deve ser feito em conjuntos com indivíduos e/ou
famílias, de uma forma democrática e participativa com a rede envolvida no
acompanhamento. Durante todo o acompanhamento poderão se realizar visitas
domiciliares que são uma modalidade de atendimento que tem como objetivo
aprofundar a compreensão do cotidiano dos sujeitos. A palavra e a escuta se
constituem em ferramentas fundamentais para se estabelecer relações entre o
profissional, a família e seus membros.

Visita Domiciliar

É uma técnica social, de natureza qualitativa, por meio da qual o profissional se debruça
sobre a realidade social com a intenção de conhecê-la, descrevê-la, compreendê-la ou
explicá-la (…) tem por lócus o meio social, especialmente o lugar social mais privativo
e que diz respeito ao território social do sujeito: a casa ou local de domicílio (que pode
ser
uma instituição social). Historicamente, a visita representa um recurso essencial que o
assistente social aciona para exercer seu trabalho. Porém com a territorialização das
políticas sociais, cresce o número de profissionais que empregam a VD (Visita
Domiciliar) como metodologia de trabalho, como psicólogos comunitários, médicos de
famílias e enfermeiros. As visitas domiciliares “têm como objetivo conhecer as
condições
(residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das
suas relações. No caso do psicólogo que realiza esse serviço através do  CREAS (Centro
de Referência Especializado de Assistência Social), ele deve identificar a realidade
exatamente como ela se apresenta, levando em conta as condições sociais e culturais
daqueles sujeitos, sem interpretações que venham ao encontro de seus conceitos morais
e culturais. O cuidado com esses conceitos e com determinada realidade é muito
importante, pois o conhecimento da vida social daqueles sujeitos, deve compreender a
sua história de vida, com suas especificidades e particularidades. É fundamental que o
profissional ao se apresentar informe com clareza o objetivo da visita domiciliar,
devendo limitar-se a buscar conhecer o que de fato é importante para obtenção dos
elementos
necessários à análise da situação e para o auxílio.

Intervenção

A intervenção é o ato de intervir e contribuir, tanto com ideias quanto com ações. No
caso do psicólogo no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência
Social), ele irá utilizar do vínculo na relação profissional para intervir nos casos e
situações que ele será chamado aatender. Esse vínculo constitui-se num grande desafio,
uma vez que requer
uma aproximação, abertura do profissional e da instituição em acolher o que se coloca
como novo e diferente aos padrões usuais. O psicólogo que trabalha nessa rede não irá
realizar trabalhos de psicoterapia como psicólogo clínico que atua na área clínica, mas
sim, fazer uma atuação no âmbito psicossocial, realizando aconselhamento psicológico,
grupos de encontro, grupos psicoeducativos e de orientação familiar e conjugal. A
intervenção do psicólogo está inserida em trabalhar com indivíduos e famílias que estão
em situação de ameaça ou violação de direitos. Frente a casos de violência, essa
intervenção deve ser feita de forma dinâmica, propondo um trabalho interdisciplinar que
esteja ligado e compartilhado com harmonia. É importante também frisar o trabalho
terapêutico naquelas famílias desestruturadas que chegam no CREAS por motivos da
desorganização em função da dificuldade de dialogo e, além disso, os trabalhos em
grupo, que oferecem um espaço de superação de resistências com o objetivo de elaborar
o problema.
Articulação em rede
A articulação em rede nada mais é que um sistema interligado de órgãos, programas e
serviços que viabilizam os direitos socioassistenciais da pessoa ou família atendida para
que exista uma reflexão coletiva e co-responsabilização dos envolvidos. As que mais se
destacam são: conselho tutelar, poder judiciário, ministério público, defensoria pública,
delegacias especializadas e organizações da sociedade civil. A grande demanda atendida
pelas redes interligadas abrange áreas de todos as políticas: saúde, educação, assistência
social, habitação, esportes, lazer e cultura. Sabendo disso, se faz necessário haver
reorganização das politicas publicas e sociais para que bons resultados sejam alcançados
quanto a efetividade das ações implementadas as famílias e as pessoas que chegam com
diversas carências. A critica feita a essa articulação se baseia na irresponsabilidade burocrática
das organizações vigentes pela falta de uma agenda integrada e boa comunicação a respeito
das exigências mínimas para atendimento mais humanizado, por exemplo, não expor a pessoa
ou família atendida em determinado setor a novas opressões.

reuniões de equipes

As reuniões de equipes, por sua vez, tem o objetivo de achar novos caminhos e soluções para
o desenvolvimento de trabalhos articulados e integrados, os debates sobre os assuntos são
feitos através de questões operacionais e sobre às relações de equipes. Todos os que
participam devem ser monitorados para que assim, tomem qualquer tipo de decisão com
segurança. É possível também em uma reunião de equipes, criar grupos de estudos, grupos de
aprimoramentos e de discussões de ideias, os quais possibilitam a vinda de profissionais que
possam contribuir para o crescimento e qualificação da equipe.

REUNIÃO PARA ESTUDO DE CASO

O objetivo das reuniões para estudar casos é ampliar a compreensão de indivíduos e famílias
nas suas relações, particularidades e especificidades, na busca de estratégias e métodos de
intervenção para alcançar os resultados identificados e apontados no plano de
acompanhamento individual ou familiar, avaliando resultados alcançados e demandas, assim
como necessidade de readequação. A troca de informações entre os profissionais dentro do
CREAS e também profissionais da rede ajuda com que o paciente consiga alcançar resultados
mais rápidos, essa troca de informações entre diferentes profissionais contribui para o
trabalho multidisciplinar e interdisciplinar. A parte mais difícil das reuniões para estudo de
casos é como construir praticas que agreguem deferentes campos de conhecimento para a
intervenção psicossocial em equipe, o que se torna um debate exaustivo sobre o que fazer e
como prosseguir com o caso. Para prosseguir com o caso deve-se criar uma pratica profissional
que baseada na analise do contexto em que o individuo vive, isso exige do profissional a
construção de uma prática diferenciada, mas sempre sem perder as características de cada
área do conhecimento.

O maior desafio encontrado por psicólogos que trabalham com a saúde mental na área publica
é trabalhar com uma equipe multidisciplinar, criar novos métodos para fazer com que o
individuo alcance seus objetivos, os psicólogos também questionam a formação que deve
estar embasada na realidade de atuação do psicólogo em relação ao trabalho de equipe nas
políticas publicas.

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