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Auxiliar de laboratório
metalúrgico
1
emprego
m e t a l u r g i a
Au x ili a r d e
L a b o r at ó ri o
M e ta lú r gi co
1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretário
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Carla Cruz Dos Santos, Empresa Servimig, Empresa Signo Arte, Empresa Starrett, Fundição TUPY S.A., Graziele da
Silva Santos, Grupo Voith, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Neise Nogueira, Valdemar Carmelito dos Santos.
Caro(a) Trabalhador(a)
Aqui começa seu caminho para um novo aprendizado. Um aprendizado que precisa
ser ampliado. Sabe por quê?
Porque no mundo de hoje não é suficiente conhecer as técnicas e os procedimentos
necessários ao desempenho da função de auxiliar de laboratório metalúrgico.
Também é preciso, por exemplo, saber como você pode melhorar sua busca por um
novo emprego e perceber que o campo de atuação de um profissional da área não se
restringe ao ambiente industrial. Para isso, é necessário dominar muito mais do que
os aspectos técnicos da ocupação.
O ponto de vista do Via Rápida Emprego da Secretaria de Desenvolvimento Eco-
nômico, Ciência e Tecnologia do Governo de São Paulo é o de que o profissional,
para iniciar sua carreira ou aperfeiçoar aquilo que já sabe, deve conhecer as técnicas,
mas também precisa se diferenciar em alguns aspectos, para ter mais chances na
obtenção de um emprego ou conseguir trabalhar por conta própria.
Nesta publicação, você vai conhecer as várias facetas da ocupação de auxiliar de
laboratório metalúrgico. Onde ele atua? O que precisa conhecer para desempenhar
melhor seu trabalho? Como este ofício surgiu? Questões assim serão discutidas ao
longo do curso.
Você vai, também, conhecer a evolução histórica da metalurgia e descobrir a impor-
tância do setor nas lutas pela Independência do Brasil no século 18 (XVIII) e, mais
recentemente, pela redemocratização do país.
Como você vê, nosso curso será cheio de novidades para que sua formação seja a
mais completa possível.
Vamos ao estudo!
Sumário
Unidade 1
9
a história da metalurgia
Unidade 2
37
a profissão de auxiliar de
laboratório metalúrgico
Unidade 3
63
o setor metalúrgico
dados internacionais de catalogação na publicação (cip)
(bibliotecária silvia marques crb 8/7377)
P964
Programa de qualificação profissional: Metalurgia /
Auxiliar de laboratório metalúrgico. -. – São Paulo: Fundação
Padre Anchieta, 2011. v.1, il (série: arco ocupacional)
Vários autores
Programa de qualificação profissional da Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho -- SERT
ISBN 978-85-61143-98-5
1. Ensino profissionalizante 2. Metalurgia-técnico
3. Metalurgia – laboratório I. Título II. Série
CDD 371.30281
Unidade 1
A história da metalurgia
Shutterstock
Os produtos da indústria metalúrgica estão em toda parte: no metrô, nos trilhos do metrô...
3300 a.C.
O bronze, que é uma liga (junção) de cobre e estanho, foi produzido
pela primeira vez, possivelmente por acidente na Suméria. Mais
dura e resistente do que o cobre puro, essa mistura revelou-se mais
apropriada para ser vazada (despejada em estado líquido) em moldes.
2000 a.C.
Os chineses conheceram o ferro nesse período. Pesquisadores acre-
ditam que as primeiras formas desse metal usadas pelo homem eram
provenientes de meteoritos, pois continham quantidades significa-
tivas de níquel. Mais duro que o ouro, a prata e o cobre, o ferro era
caro devido à sua raridade. Muito mais tarde, quando nossos ante-
passados aprenderam a extraí-lo das rochas onde se encontra, passou
a ser utilizado em abundância.
Você sabia?
Meteoroides são peque-
nas rochas que giram em
torno do Sol. Algumas
vezes, são atraídos pela
Terra ou por outro astro.
Quando entram na at-
mosfera terrestre, pegam
fogo por causa do atrito
com o ar e passam a se
chamar meteoros, tam-
bém conhecidos, popu-
larmente, como estrelas
cadentes. Quando uma
parte do meteoroide atra-
vessa a atmosfera sem se
desintegrar totalmente e
atinge o solo, ele é cha-
mado de meteorito.
1350 a.C.
É dessa data o primeiro artigo fabricado com ferro de que se tem
notícia: uma lâmina de punhal encontrada no sarcófago (túmulo) do
faraó egípcio Tutancâmon. Esse punhal ficava no local de maior
importância do túmulo. Ele resistiu durante tanto tempo sem ser
corroído porque é um pedaço de ferro que contém pouco carbono,
o que dificulta o aparecimento da ferrugem. Trocando em miúdos,
o ferro com baixo teor de carbono apresenta grande resistência à
corrosão, ou seja, é mais difícil de ser destruído. Guarde essa infor-
mação, pois ela lhe será útil mais tarde quando tiver de testar a re-
sistência do ferro sob diferentes condições (uma das atividades que
se faz em um laboratório de metalurgia).
A sociedade egípcia
O Egito é famoso por suas pirâmides. Vamos ver também como era
formada a “pirâmide social”, isto é, como era dividida a sociedade no
antigo Egito.
O faraó era a autoridade máxima do país, a pessoa mais importante, e sua
vontade precisava ser sempre respeitada. Abaixo dele, vinham os nobres e
os altos funcionários. Repare no formato da pirâmide: ela é maior na parte
de baixo. Essa base representa quem estava em maior número naquela
sociedade: os escravos, os camponeses e os artesãos. Os escravos eram
obrigados a realizar serviços forçados – carregavam as pedras na construção
das pirâmides, por exemplo. Eles tam-
bém realizavam o trabalho agrícola, além
de cuidar do gado. Ou seja, escravos,
camponeses e artesãos eram a maioria
da população e possuíam pouco ou ne-
nhum direito. Aqueles que tinham algum
conhecimento ou poder econômico es-
tavam mais acima na escala social. As
mulheres não aparecem nessa pirâmide,
apesar de os egípcios terem sido gover-
nados por várias rainhas, como Cleópatra.
Século 13 (XIII)
O homem deu um passo im-
Photolibrary/Latinstock
Idade Moderna
Apesar de a Revolução Francesa ser um marco do final da Idade
Moderna, vários acontecimentos já sinalizavam a transição que
ocorria nesse período. Estava sendo gestado um novo modo de
produção, que prevalece até os dias de hoje: o capitalismo. E muitas
mudanças ocorreram:
• no campo da economia, com a expansão comercial e a conquista
de novos mercados por meio da expansão marítima (as navegações
que levaram à conquista da América, por exemplo);
Você sabia? • no campo da cultura, com o Renascimento (cuja liberdade esté-
tica propiciou a criação de obras como a Mona Lisa, de Leonardo
Existem vários modos de
da Vinci, e a escultura Pietá, de Michelangelo);
produção (escravista, capi-
talista, socialista etc.). Ca- • na religião, com a Reforma Protestante (que pôs fim ao poder
da um é formado por um irrestrito e a muitos desmandos da Igreja Católica); e
conjunto de forças pro- • na política, com o surgimento dos Estados Modernos (países com
dutivas e pelas relações fronteiras bem definidas, idioma oficial, uma só legislação) e das
técnicas e sociais que de- monarquias absolutistas.
terminam essas forças. O
capitalismo, por exemplo, O desenvolvimento desse novo modo de produção contou com a ajuda
tem como protagonistas da metalurgia. À medida que o capitalismo – essa nova forma de fazer
das forças produtivas os economia – evoluía, também evoluíam as técnicas utilizadas na meta-
patrões e os empregados. lurgia. Mais tarde, em uma outra Idade, a Contemporânea, essas téc-
nicas fariam toda a diferença na conhecida Revolução Industrial.
Idade Contemporânea
O homem conseguiu unir a evolução tecnológica às últimas des-
cobertas da metalurgia para promover um desenvolvimento indus-
trial tão grande a ponto de ser conhecido como uma revolução: a
Revolução Industrial. Mas, sobre esse capítulo da história, falaremos
mais tarde. Antes, é preciso entender melhor como, na história da
metalurgia, aqueles instrumentos de cobre se transformaram em
produtos sem os quais hoje não conseguimos viver. Das primeiras
experiências, na Idade dos Metais, à criação do aço, há um longo
caminho a percorrer!
Prise de la Bastille, gravura de Francois-Hippolyte Lalaisse (1812-1884). A Bastilha era uma prisão onde ficavam confinados os inimigos
políticos do rei Luís XVI. Sua tomada, liderada pelo povo parisiense em 14 de julho de 1789, marca o início da Revolução Francesa.
O que você descobriu com este resgate histórico? Debata com os colegas, sob a
orientação do monitor.
Atividade 2
A revolução dos metais
Moeda de Lesbos, Grécia, cerca de 500-450 a.C. Moeda de Creta, Grécia, de 300 a 270 a.C.
Londres nos tempos da Primeira Revolução Industrial: muitos trocaram o campo pela cidade em busca de trabalho.
Henry Ford, criador da linha de produção, e seu Modelo T: na montagem dos carros, as peças iam até os operários.
2. Vida de operário
Sob a orientação de seu monitor, faça uma pesquisa na internet sobre as condições
de vida dos operários na época da Primeira Revolução Industrial. As relações de
trabalho mudaram dessa época para os dias de hoje? Em quais aspectos? O que
mudou e o que permaneceu igual?
Tiradentes esquartejado, óleo sobre tela de Pedro Américo, 1893, Museu Mariano Procópio,
Juiz de Fora, MG.
Operários em frente a uma fábrica paulista fundada no século 19 (XIX): a indústria metalúrgica se desenvolveu bem depois.
folhapress
Getúlio Vargas e uma antiga máquina de laminação da Companhia Vale do Rio Doce, criada por ele em 1942: investimento pesado em infraestrutura.
Juscelino Kubitschek (em pé, acenando para o público): incentivo à instalação de empresas do setor automobilístico.
O projeto urbanístico de Brasília, que lembra um avião, coube a Lúcio Costa. Já o arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da
nova capital, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília.
Operários de São Bernardo do Campo em greve, no final da década de 1970: símbolo da luta contra a ditadura militar.
Atividade 4
R eflexão
Com a supervisão do monitor, você e seus colegas vão debater a importância dos
movimentos grevistas dos metalúrgicos durante a ditadura militar e as vitórias
conquistadas pela categoria em consequência disso. E o país, o que ganhou a
médio e longo prazo?
Importante
A ABNT é o órgão responsável por definir todas as
normas que são utilizadas em áreas profissionais
(construção civil, metalurgia etc.), cujas técnicas devem
ser padronizadas, ou seja, ter um único modelo no
país. Com isso, ela fornece uma das bases necessárias
ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma
entidade privada e sem fins lucrativos.
Atitudes pessoais
• Manter concentração.
• Saber trabalhar sob pressão.
• Manter disciplina e organização.
Atitudes profissionais
• Trabalhar em equipe.
• Demonstrar ética profissional.
• Estar disponível para trabalhar em sistema de
rodízio de turnos (diurno/noturno).
Você sabia?
Existem empresas que
fornecem capacitação pa-
ra trabalhadores dessa
área quando já estão con-
tratados. Quando você
estiver procurando em-
prego no setor, procure
saber quem oferece opor-
tunidades de formação.
Você sabia?
Quando uma indústria –
uma montadora de auto-
móveis, por exemplo –
descobre que colocou no
mercado um lote de pro-
dutos com defeito de fa-
bricação, deve fazer o
chamado recall, que é a
convocação dos consumi-
dores que adquiriram
essa mercadoria para que
ela seja consertada gra-
tuitamente (se for o caso,
substituindo as peças
defeituosas).
ivan carneiro
Cenas cotidianas de profissionais da área: fazendo a preparação da máquina universal de ensaios (à esquerda) e de uma amostra para ensaio
metalográfico (à direita).
ivan carneiro
Cortadeira – realiza cortes de material Lixadeira politriz – é usada para lixar
metálico. É utilizada, principalmente, e polir amostras metalográficas.
em amostras nos ensaios metalográficos.
ivan carneiro
ivan carneiro
starret
Paquímetro
starret
starret
ivan carneiro
ivan carneiro
aparece na foto ao lado? O nome
dele é microscópio. Faça uma pes-
quisa na internet para verificar para
que ele serve e como pode ser utiliza-
do em um laboratório metalúrgico.
2. Agora você e seus colegas vão discutir as respostas de cada um, de forma coor-
denada pelo monitor. Anote aqui as conclusões tiradas pelo grupo.
ivan carneiro
P – Qual é o seu nome e o que você faz?
R: Meu nome é Valdemar Carmelito dos Santos e sou auxiliar de labora-
tório metalúrgico.
P – Qual é a sua idade?
R: 51 anos.
P – Como iniciou sua carreira?
R: Eu comecei a trabalhar em uma siderúrgica como ajudante industrial.
Logo fui promovido a soldador. Mas não parei de estudar: fiz curso
técnico em metalurgia e curso de capacitação na área de mecânica.
Com isso, consegui ser promovido a auxiliar de laboratório metalúrgico.
P – Há quanto tempo você exerce a profissão de auxiliar de laboratório metalúrgico?
R: Trabalho como auxiliar de laboratório metalúrgico há 13 anos.
P – E hoje em dia, você costuma fazer cursos de especialização?
R: Sim. Na metalurgia, nós temos os cursos de capacitação. Com eles, nós podemos aprender um pouco
mais da prática da profissão que escolhemos. Eu, por exemplo, já fiz cursos de capacitação para aprender
a utilizar melhor alguns instrumentos do laboratório.
P – Onde você trabalha?
R: Eu trabalho na Escola Técnica Estadual Dona Escolástica Rosa, em Santos.
P – Qual a sua função na escola?
R. Sou auxiliar de docente, no laboratório de metalurgia. Eu auxilio os professores nas aulas práticas.
P – O que é preciso para ser auxiliar de laboratório metalúrgico?
R: É preciso ter o curso técnico em metalurgia ou em mecânica. Mas também é importante fazer cursos
de capacitação profissional. O que aprendemos nesses cursos é essencial para algumas tarefas que são
realizadas em um laboratório metalúrgico.
P – Quais são os principais cuidados que se deve ter ao realizar os ensaios?
R: O primeiro cuidado é com a segurança pessoal, mas, sem se esquecer de zelar pela segurança de todos
que estiverem com você no momento do ensaio. Para o sucesso da tarefa, é também muito importante
estar atento para não perder as informações fornecidas pelo computador que controla os resultados da
máquina universal.
P – O que é preciso para um auxiliar de laboratório trabalhar no setor de ensino e pesquisa?
R: Em primeiro lugar, gostar do que faz e ter prazer em repassar as suas experiências para os alunos. Sem
se esquecer, é lógico, de que é preciso se profissionalizar na área de laboratório.
P – Como é o mercado?
R: O mercado é promissor e há muitas oportunidades para quem deseja ser um auxiliar de laboratório.
O mercado de trabalho
A economia nacional cresceu
Atividade 4
S ua história de vida
1. Escolha alguém da classe – de preferência, uma pessoa que você ainda não conhece
bem – para fazer uma dupla. Um de vocês começa a contar sua vida e o outro
anota o que achar relevante. Depois vocês vão trocar de posição. Não deixem
nada de fora.
Cada um deve falar sobre seus estudos, trabalhos e bicos; o que faz no dia a dia
(seus hábitos cotidianos); o que gosta de fazer para se divertir e relaxar; o que sabe
fazer em casa; o que aprendeu um dia, mas hoje não sabe mais fazer etc.
Fale também sobre como você é: do que gosta e não gosta; se você é organizado,
dorminhoco, falante etc.
As duplas terão cerca de 40 minutos para cumprir a tarefa. Cada um pode falar
durante 20 minutos, mais ou menos, sem ser interrompido pelo outro (a menos
que seja para esclarecer dúvidas).
2. Agora que os dois já contaram quem são, que tal organizar essas informações e
listar seus saberes?
Vocês devem fazer isso juntos, tendo como base a conversa e as anotações men-
cionadas no item anterior. Mas cada um vai escrever no próprio caderno o que
descobriu (ou já sabia) sobre si mesmo.
Nenhum.
Cursos de
qualificação
que fiz
Trabalhei no setor
Saberes de estoque de uma
relacionados pequena metalúrgica.
às minhas Fui ajudante de um
experiências serralheiro do meu
de trabalho bairro.
Acervo Iconographia
manuais etc.
• que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no
trabalho, na vizinhança, na reunião da associação de
bairro etc.
• que aprendemos de maneiras diversas – olhando os outros
fazendo (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando etc.
Assim como o compositor Noel Rosa cantava que “Ba-
tuque é um privilégio/Ninguém aprende samba no colé- Noel Rosa nasceu no Rio de
gio”, há coisas que aprendemos depois de treinar bastante Janeiro em 1910. Foi compo-
sitor e cantor e é considerado
(futebol, por exemplo) e outras que aprendemos mais um dos maiores sambistas
facilmente na escola quando alguém nos ensina passo a brasileiros. Morreu em 1937,
com apenas 26 anos. Mas,
passo (como ler e escrever). nesse curto tempo de vida,
compôs mais de 250 músicas.
Todos são saberes válidos. Mas, dependendo do que
Se possível, ouça – usando
você faz, alguns podem ser mais úteis do que outros. Por a internet – a canção Feitio
isso, vamos agora dar mais um passo no reconhecimento de oração, que contém os
versos transcritos abaixo.
dos seus saberes.
Feitio de oração
Oswaldo Gogliano (Vadico) e Noel Rosa
Em Preciso Preciso
OK
processo aprimorar aprender
Escolaridade
Ensino Médio
completo
Capacitação profissional
Curso de qualificação
Participação em
eventos e palestras
Estágio
em metalúrgica
Consultas em livros e
publicações especializadas
Em Preciso Preciso
OK
processo aprimorar aprender
Aplicar recursos de
informática como usuário
Atuar com
responsabilidade técnica
Trabalhar em equipe
Respeitar a opinião
dos outros
Neste quadro não foram inseridos alguns saberes fundamentais relacionados à ocupação
de auxiliar de laboratório metalúrgico. Veja a seguir quais são eles.
Calibração ou calibragem
4. Trabalhar segundo normas de segurança, saúde e
é, segundo o Dicionário meio ambiente: cumprir legislação e normas perti-
Houaiss, o conjunto de pro- nentes, utilizar equipamentos de proteção individual
cedimentos destinados a
estabelecer uma correspon- estabelecidos em normas, atuar na prevenção de aci-
dência entre uma grandeza dentes, manter a organização, limpeza e higiene no
física conhecida ou padroni-
zada e as leituras de um local de trabalho, manusear os materiais de análise
instrumento no qual esta aplicando normas de segurança, conduzir análises para
grandeza é medida. Em ou-
tras palavras, calibrar signi-
auxiliar no controle de emissões no processo, aplicar
fica ajustar o instrumento procedimentos de descarte e segregação de resíduos
medidor (se, por exemplo,
colocamos um peso de 1 kg
de laboratório, pesquisar métodos de recuperação, re-
numa balança e percebemos ciclagem e reaproveitamento de resíduos industriais,
que ela não registra a medi- otimizar métodos de tratamento de resíduos industriais
da com exatidão, essa má-
quina deverá ser calibrada). e minimizar impactos ambientais indesejáveis.
5. Controlar a qualidade: aplicar métodos e técnicas
normalizadas de análises e ensaios, controlar a qua-
lidade da matéria-prima, dos produtos em processos,
e do produto acabado, além de empregar metrologia
de nível básico.
Atividade 5
P laneje seus próximos passos
Liste na tabela a seguir algumas atividades que você pode fazer durante este curso e que
podem ajudá-lo a se preparar para ser auxiliar de laboratório metalúrgico. Por exemplo:
ler apostilas e livros técnicos sobre análises e ensaios em laboratórios metalúrgicos.
Não se esqueça de indicar o motivo que o levou a escolher esse passo e de definir de
que forma você vai agir. Depois, é só colocar um prazo para isso acontecer.
Construa agora o seu próprio roteiro. Coloque nele quantas ações quiser.
Mas lembre-se: você não vai esgotar todas as atividades de uma só vez e, ao
programá-las passo a passo, a chance de desanimar é menor. Além disso, você
poderá voltar a esse roteiro quantas vezes achar necessário, durante o curso e
depois de concluí-lo.
Para que o planejamento dê certo, você deve rever o seu roteiro de tempos em tempos
e modificar suas ações e prazos, adequando-os quando preciso.
1. A metalurgia extrativa
A metalurgia extrativa é a área que trabalha com a obtenção (ou
extração, retirada) de metais a partir de fontes minerais naturais
e, eventualmente, de sucata. Os metais estão divididos em duas
grandes categorias: ferrosos e não ferrosos.
Identificar e descrever as características físicas ou químicas dos
minerais, ou seja, apresentá-los em detalhes, faz parte das tarefas
do auxiliar de um laboratório metalúrgico extrativo.
O primeiro passo de uma análise dos minerais é verificar se
realmente existe minério no local em que se pretende explorar.
Hoje, essa tarefa ficou relativamente mais fácil graças à tecnolo-
gia, pois para fazê-la são usadas sondas que detectam minérios,
dispensando as caras e demoradas escavações do passado. Uma
vez constatado que há quantidade de minério que justifique a
extração, caberá ao auxiliar de laboratório metalúrgico ajudar
nos ensaios (testes), dentro de um laboratório, para especificar
as características dos minerais encontrados.
Você sabia?
Um exemplo de jazida
profunda é a da mina de
cobre de San José, no
Deserto de Atacama, no
Chile. Em 2010, 33 minei-
ros que trabalhavam na
extração de cobre no local
sofreram um acidente e fi-
caram soterrados durante
69 dias, 700 metros abai-
xo da superfície. O resgate
dos mineiros, que ocorreu
no dia 13 de outubro, du-
rou 22 horas e foi consi-
derado um sucesso, pois
todos saíram com vida!
Você sabia?
A história dos bandeirantes
foi tratada de diferentes
maneiras pelos historia-
dores brasileiros. Houve
quem considerasse que
esses exploradores foram
heróis nacionais. Um filme
produzido em 1940 – Os
Bandeirantes, de Hum-
berto Mauro –, ajudou a
propagar essa ideia. Ou-
tra vertente, mais atual,
mostra um lado menos
romantizado desses viajan-
tes, retratando sua atuação
na captura e escravização
de índios e, mais tarde, na
perseguição de escravos Anhanguera, óleo sobre tela de Theodoro Braga, 1930, Museu Paulista da USP, São Paulo. A imagem
que fugiam das fazendas. mostra o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva acendendo fogo diante de índios goitacazes, que
atribuíram poderes mágicos ao explorador e o apelidaram de Diabo Velho.
Monumento às Bandeiras, escultura em granito de Victor Brecheret, 1954, Praça Armando Salles de Oliveira, São Paulo.
O Quadrilátero Ferrífero
18
Diamantina
MINAS GERAIS
FA
FB Sete Lagoas
Belo Horizonte
Quadrilátero Ferrífero
Borda Oeste da Cordilheira do Espinhaço 20
Borda do Craton do São Francisco
Supergrupo do São Francisco
Supergrupo do Espinhaço
Supergrupo Minas
Supergrupo Rio das Velhas
Gnaisses não retrabalhados no Brasiliano FARG
FA Faixa Araçari
FARG Faixa Alto Rio Grande 46 44
FB Faixa Brasília
Quadrilátero Ferrífero: localizado em uma área de aproximadamente 7 mil km2 na região central de Minas Gerais.
Confidência do Itabirano
Carlos Drummond de Andrade
Al Alumínio
Cu Cobre
Zn Zinco
Pb Chumbo
Ni Níquel
Mg Magnésio
Sn Estanho
Ti Titânio
Fe Ferro
Fe 95,6%
Importante
Segundo a Constituição Federal do Brasil,
todas as jazidas localizadas em território bra-
sileiro pertencem à União, que garante a uma
empresa concessionária a propriedade dos
minerais explorados. As regras para a con-
cessão de áreas para extração mineral tam-
bém são estabelecidas por lei. Entre as prin-
cipais exigências, está a obrigatoriedade das
concessionárias em compensar os prejuízos
ambientais das áreas exploradas. Desde 1995,
uma emenda constitucional permite conces-
sões ou autorizações para exploração reali-
zada com capital estrangeiro – o que era
proibido até então.
Au Au
Au Au
Au Au Mn
Au Fe
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Au Al Al Au
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Cu Zn Ti
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Fe Fe Fe
Fe Fe Au
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Fe Fe Au Ni
Ni Fe Mn Mn Zn
Al Th
Au Ni Ni
Zn Zinco Sal Marinho
Cu Fe
Calcário W Tungstênio Pb
Ti Ni
Al Alumínio Pb Chumbo
Au
Th Tório Cu Cobre Au
Ti Titânio Fe Ferro W
Fo Fósforo Mn Manganês
Prata Ni Níquel Pb Ti
Au Cu Zn
Nióbio Au Ouro
Estanho Diamante
Fonte: http://rosvelytr.wikispaces.com/Geografia
Você sabia?
Segundo a Associação
Brasileira do Alumínio
(Abal), a indústria nacio-
nal investiu R$ 382 mi-
lhões em 2009 na coleta
de latas de alumínio, em-
pregando 216 mil traba-
lhadores naquele ano.
O forjamento
O forjamento é a conformação (ou mudança de forma)
dos metais por meio de uma prensa ou um martelo.
Ele consiste em aplicar uma força de compressão sobre
o metal, em temperatura adequada, até que ele alcance o
formato desejado.
Forjamento é o mesmo
que forjadura – o ato ou
efeito de forjar. A palavra
deriva do substantivo forja,
que tem dois significados
importantes para o auxiliar
de laboratório metalúrgico:
(1) oficina, estabelecimento
onde se fundem e se mode-
lam metais, especialmente
o ferro, e se produzem ob-
jetos metálicos; fundição,
ferraria, frágua; e (2) conjun-
to dos instrumentos de tra-
balho do ferreiro: fornalha,
bigorna, fole, malho etc.
Desenho esquemático de uma forja industrial.
Forjamento
A u x ilia r d e La bo r a t ó r io M e t a l ú rg i co 1 A rco O c u pac i on a l M e ta l u r g i a 77 L
Essa é a mais antiga das formas de transformação de
metais. Sua origem está ligada ao trabalho dos ferreiros da
Idade Média. Talvez você já tenha visto em algum filme a
imagem de trabalhadores fazendo ferraduras ou espadas,
batendo um martelo sobre um pedaço incandescente de
ferro. Esse é o processo de forjamento do metal.
Filme
Há muitos filmes ambientados no
período medieval que mostram,
em alguma cena, um ferreiro em
ação forjando espadas ou
fabricando ferraduras. Uma
boa dica é Robin Hood, dirigido
por Ridley Scott em 2010,
disponível em DVD.
Forja industrial.
ivan carneiro
Peça forjada.
Forjamento Laminação
Lamin
Desenho esquemático ãorolos de laminação.
dos dois
Matriz
Estiramento Dobramento
Do to Cisalhamento
Equipamento de laminação.
ivan carneiro
Você sabia?
Geometria é a parte da
Matemática que estuda
o espaço e as figuras que
podem ocupar esse es-
paço. Depois de subme-
tido ao processo de ex-
trusão, o metal muda
completamente de for-
ma, como a massa que
origina um churro.
Peças extrudadas.
A trefilação
Você sabia?
Só é possível medir o diâ-
metro se tivermos uma
circunferência, isto é, um
círculo. O diâmetro é qual-
quer segmento de reta
que passe pelo centro des-
se círculo e chegue às bor- Desenho esquemático de uma fieira.
das da circunferência. Trefilação
Usada na fabricação de barras, arames e fios, a trefila-
ção consiste em puxar o metal até que ele passe a ter o
diâmetro desejado. Quanto mais se estica o metal, mais
diâmetro
fino ele fica. Esse processo é feito, geralmente, em tem-
peratura ambiente, sendo que, por causa do movimento
de transformação, ocorre um aumento da temperatura.
Album / akg-images / Werner Unfug/Akg-Images/Latinstock
Matriz
Estiramento
Trefiladores de arame: o metal é forçado a passar por fieiras até adquirir o diâmetro necessário.
A estampagem
Esse processo pode ser comparado
© Scott Speakes/Corbis/Latinstock
a um carimbo. Uma matriz é pro-
duzida de acordo com o produto a
ser fabricado. Essa matriz é, então,
prensada sobre o metal (material
bruto). Nessa ação, o metal assume
a mesma forma geométrica da ma-
triz, resultando, assim, no produto
desejado. O procedimento é feito a
frio e com a ajuda de ferramentas
que fazem parte das prensas. Carimbo: seu funcionamento pode ser comparado ao processo de estampagem.
Atividade 1
A rte e estampagem
Muitos artistas que trabalham com esculturas metálicas precisam recorrer a moldes
para criar suas obras. Procure pesquisar, na internet, técnicas como o alto-relevo em
bronze – usado, por exemplo, na Porta do Inferno, do francês Auguste Rodin.
Já forjada, a peça adquire novo formato e, por causa das tensões recebidas, sofre transformações
em sua estrutura interna.
Atividade 2
A ciência dos metais
1. Escreva, com suas próprias palavras, o que você aprendeu sobre a estrutura interna
dos metais. Ao terminar, troque o seu texto com o colega ao lado e veja se vocês
tiveram a mesma compreensão do assunto. Se ficarem dúvidas, procure resolvê-las
com o monitor.
Atividade 3
C aracterísticas do arame
Você e seus colegas irão examinar diversos tipos de arames. Observem as características
de cada um, procurando identificar:
• um arame mais ou menos flexível;
• um arame altamente flexível, capaz de ser dobrado o tempo todo sem quebrar; e
• um arame tão duro e resistente que seja preciso fazer uma força enorme para
dobrá-lo, correndo o risco, inclusive, de rompê-lo de uma vez só.
O recozimento
Forno de bier: usado em fisioterapia, gera calor em seu interior tal qual a máquina de recozimento.
Importante
O recozimento pode ser aplicado em aço, ferro fundido, alumínio e cobre.
Os outros tipos de tratamento térmico são mais adequados apenas para
o aço e para o ferro fundido.
Peça metálica com granulação grosseira: grande concentração de impurezas prejudica a coesão, tornando o material quebradiço.
Granulação grosseira
Os metais com granulação grosseira tornam-se quebradiços porque apresen-
tam uma grande concentração de impurezas em seus contornos, o que pre-
judica a coesão entre os grãos. O material também pode sofrer mais fissuras.
Por isso, quando comparamos aços de mesma composição, percebemos que
aqueles de grãos mais finos possuem melhores propriedades mecânicas.
Detalhe de uma estrutura martensítica: metal com alta dureza gerado pela têmpera.
O revenimento
Esse tratamento térmico é usado, geralmente, depois da
têmpera e tem como objetivo eliminar problemas ou falhas
geradas pelo processo de resfriamento rápido.
Para corrigir tais inconvenientes, o revenimento alivia ou
remove tensões internas e diminui a excessiva dureza e
fragilidade do metal, além de aumentar sua maleabilidade
e sua resistência ao choque.
As ligas metálicas
Como já vimos, antes de escolher um tipo de metal para fabricar um produto (ou
seja, antes de aplicá-lo), é preciso conhecer as suas características. Em outras palavras,
você irá escolher um determinado metal imaginando qual será o seu destino: a porta
de uma geladeira, os componentes de um motor de caminhão, a estrutura de um
móvel etc. Tendo isso decidido, você saberá quais os processos de transformação e
beneficiamento a que o metal terá que ser submetido, a que temperatura ele será
exposto, e qual aparência ele deve tomar.
shutterstock
Instrumento musical: a escolha da matéria-prima para a sua fabricação depende das características do metal.
Vimos também como age o tratamento térmico, um dos processos que concorre
para a melhoria ou para o beneficiamento dos metais. No entanto, essa não é a
única opção de aprimoramento do metal para torná-lo adequado à fabricação de
um ou outro tipo de produto.
A criação das ligas metálicas, de que trataremos a seguir, é outra possibilidade de
melhoria das propriedades do metal.
1. Nosso mundo está rodeado de produtos metálicos. Você seria capaz de dizer de
que metais ou ligas são feitos alguns objetos que fazem parte de seu cotidiano?
Há uma pequena lista abaixo, mas você pode incluir outros objetos.
Shutterstock
ivan carneiro
Carro desmontado: entre as peças há vários produtos metalúrgicos. As indústrias de aplicação também empregam auxiliares de laboratório.
Você sabia?
Existem ótimas escolas
técnicas de metalurgia,
gratuitas, em todo o esta-
do de São Paulo. Procure
informar-se, por exemplo,
sobre a existência de uni-
dades do Centro Paula
Souza (www.centropaula-
souza.sp.gov.br) e do Se-
nai (www.sp.senai.br) pró-
ximas de sua casa.
Setor ( ) Setor ( )
Setor ( ) Setor ( )
11%
5% 37%
7%
19%
21%
Faça uma tabela com os dados da sua pesquisa e, depois, desenhe o resultado em
forma de gráfico.
Tabela
4. Finalmente, reflita sobre os resultados a que chegou e discuta com a classe sobre
as ocupações mais presentes entre as pessoas com quem vocês se relacionam.
Atividade 6
O mundo da metalurgia
Pense em alguns exemplos de peças de metal que você usa em seu dia a dia e tente
imaginar quais foram os processos de fabricação utilizados. Depois, escolha uma das
peças e pesquise na internet para verificar se o que você imaginou é o que acontece
na realidade. Anote aqui suas conclusões.
Sites
O Estado de S. Paulo, “AEB: Exportação de minério de ferro excede US$20bi”,
03 de janeiro de 2011. <http://economia.ig.com.br/empresas/industria/aeb+exportac
ao+de+minerio+de+ferro+excede+us+20+bi/n1237909188130.html>.
A história da metalurgia
A profissão de auxiliar de laboratório metalúrgico
O setor metalúrgico
www.viarapida.sp.gov.br