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Com a chegada dos anos 60, o litoral passou a configurar uma nova
forma de ocupação, a disseminação das residências de veraneio,
engrandecendo principalmente próximo as regiões metropolitanas. Logo,
criando um fator mais expressivo de urbanização na zona costeira e
ocasionado impactos ambientais, uma vez que, havia inaptidão dos poderes
públicos a cerca do ordenamento do uso do solo.
Ainda segundo Moraes (2007), havia outros processos atuando na
urbanização litorânea pós-cinquenta, o movimento migratório, por exemplo, em
direção à costa, trouxe continuamente para as localidades litorâneas um
contingente populacional que não foi absorvido nem pela indústria e nem pelo
setor de serviços institucionalizados, ocorrendo assim um processo de
favelização e compondo uma paisagem de periferias e de grandes
aglomerações nas capitais litorâneas.
Diante disso, a industrialização, o crescimento urbano, a favelização
e a propagação das segundas residências, produziram esse novo espaço
litorâneo. E de tal forma que, a intervenção do Estado também exercitou nos
processos de ocupação do litoral, sendo caracterizados por ações baseadas no
centralismo autoritário federal, alinhado a uma mentalidade tecnocrática de fé
nas virtudes do desenvolvimento econômico, a qualquer custo.
Para Moraes (2007) o último vetor responsável pela intensificação
dos usos nas zonas costeiras, nas últimas décadas, é o setor turístico que se
manifesta associada ao setor de estruturação urbana, também articulada aos
espaços das segundas residências com alto padrão, revivendo cidades
abandonadas e induzindo a ocupação de novas áreas.
Com a importância do setor turístico, o Estado passou alavancar tal
processo através de uma dos maiores planos estatais da atualidade, o
PRODETUR/NE, que tem como principal objetivo fortalecer a Política Nacional
de Turismo e consolidar a gestão turística, alinhando os investimentos
regionais, estaduais e municipais a um modelo de desenvolvimento turístico
nacional.
De acordo com IBGE (2004), as zonas costeiras mais densamente
ocupadas são aquelas das regiões sudeste e nordeste, especialmente o trecho
entre Vitória (ES) e Santos (SP) e a costa oriental do Nordeste, entre Salvador
(BA) e Natal (RN). A costa menos densamente ocupada é a da região Norte.
Portanto, as zonas costeiras em especifico a brasileira, apresentam
uma grande diversidade de situações, coexistindo áreas densamente
povoadas, de intensa urbanização, industrialização e exploração turística de
larga escala, com espaços de baixa densidade populacional e ocorrência de
ecossistemas naturais de grande significado ambiental, como áreas estuarinas,
manguezais e restingas. (IBGE, 2004)