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ÍNDICE

1. Introdução..................................................................................................................1

2. Aplicação do recurso de apelação vs recurso de agravo e questão do


conhecimento do mérito da causa................................................................................2

3. Apelação e agravo em primeira instância.................................................................4

4. Recurso de apelação. Âmbito de aplicação..............................................................4

5. Interposição e efeitos................................................................................................5

6. Efeitos........................................................................................................................5

7. Momento de subida...................................................................................................5

8. Recurso de agravo....................................................................................................6

9. Conclusão..................................................................................................................7

10. Bibliografia...............................................................................................................8

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1. Introdução
O recurso de apelação e de agravo são considerados como recursos ordinários,
entre outros como o recurso de revista e o recurso para o tribunal pleno. No agravo
ainda se distingue o agravo em primeira instância e o agravo em segunda instância.

Os recursos ordinários são interpostos antes do trânsito em julgado da decisão,


contrariamente aos extraordinários, como a revisão e a oposição de terceiros que
não dependem deste trânsito em julgado.

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2. Aplicação do recurso de apelação vs recurso de agravo e questão do
conhecimento do mérito da causa.
Para se diferenciar o campo de aplicação destes tipos de recursos (recursos
ordinários) há que dividi-los em três categorias:

1- Recursos que se interpõem da primeira instância para a segunda instância:


apelação e agravo em primeira instância;

2- Recursos que se interpõem da segunda instância para tribunal de revista: revista


e agravo em segunda instância;

3- Recurso que se interpõem do tribunal de última instância: recurso para o tribunal


pleno.

A ordem judicial comum obedece a seguinte ordem:

Tribunais de Comarca;

Tribunais de Relação;

Supremo Tribunal de justiça.

Uma causa pode iniciar-se em primeira instância, em qualquer destes três tribunais,
consoante a causa de que se trate.

Antes de delimitar o campo de aplicação dos recursos ordinárias, propriamente o de


apelação e de agravo, far-se-á três observações de interesse para esclarecimento
do caso:

1 - Os campos de aplicação dos vários recursos podem delimitar-se entre si por dois
critérios: pelo objecto do recurso, ou pelo fundamento com que se recorre;

2 - O agravo é o recurso comum sentido analógico do art. 460°. Quando de certa


decisão cabe recurso, não havendo em especial outro tipo de recurso nos termos da
lei, cabe agravo;

3 - Esta matéria dos recursos está bastante confusamente regulada na lei, que além
de nas suas disposições gerais oferece lugar a perplexidade (art.691° CPC), ainda
contém diversos pontos em que manda aplicar um outro recurso de forma por vezes
discutível (art.922° CPC).
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3. Apelação e agravo em primeira instância.
Proferida uma decisão em primeira instância, dela pode caber (os recursos
ordinários) um de dois recursos: apelação ou agravo em primeira instância. " De
todas as decisões pode apelar-se", diz o art. 691°CPC.

1 - O recurso de apelação compete da sentença final e do despacho saneador que


conheçam do mérito da causa.

2 - A sentença ou o despacho saneador que decidem sobre a procedência de


alguma excepção peremptória, que não seja o caso julgado, conhecem do mérito da
causa.

Já o agravo "cabe de decisões susceptíveis de recurso, de que não pode apelar-se"


(art.733° CPC). Confirma-se assim a regra de que: o campo da apelação é marcado
especificamente; o do agravo por exclusão de partes. A apelação é reservada para a
decisão de mérito; o agravo cabe, portanto, das decisões que não resolvam o mérito
da causa.

4. Recurso de apelação. Âmbito de aplicação


O recurso de apelação contém a disciplina geral, pelo que, sempre que no âmbito da
regulamentação dos outros recursos não encontramos norma especificamente
aplicável ao problema, busca-se a solução no regime da apelação. Ex: art.
749°C.P.C.

A apelação delimita-se exclusivamente pelo seu objeto. Assim sendo, qualquer que
seja o fundamento por que se recorrer, se se recorre de decisão final de mérito,
recorre-se de apelação.

As decisões susceptíveis de produzirem caso julgado material são impugnáveis por


via de apelação.

No momento da produção das alegações, o apelante poderá lançar mão tanto de


argumentos de fundo como de argumentos de forma, como sejam, a falta de algum
pressuposto processual ou de uma causa de nulidade da sentença.

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5. Interposição e efeitos
É interposto por via de um requerimento dirigido ao tribunal que proferiu a decisão
recorrida, no qual deve se especificar a espécie de recurso. É entregue na secretaria
do tribunal recorrido porque a admissão ou não do recurso ainda é da competência
do Juiz a quo. A competência para julgamento do recurso é do Tribunal Supremo.
Leis n°. 18/88 e 2020/88. Impõe-se referir que quando for instituído o Tribunal de
Relação a competência para o julgamento da apelação deverá passar para aquele
tribunal. O requerimento deve dar entrada no prazo de 8(oito) dias, sendo que a
entrada do mesmo fixa a data da interposição do recurso (art.685° e 687° CPC).

6. Efeitos
No processo declarativo ordinário, o recurso de apelação produz em regra efeito
suspensivo, enquanto estiver pendente o recurso da decisão impugnada, não é
susceptível de execução.

No processo declarativo sumário, a apelação produz sempre efeito meramente


devolutivo (não suspensivo). Excepcionalmente, a lei permite que a apelação
produza efeito meramente devolutivo (art. 692° al. a e c) tendo em vista a sua
natureza dos meios probatórios e dadas características dos direitos em litígio, se
impõe a execução urgente da decisão ainda que provisória, sob pena de
comprometer em definitivo a proteção dos bens jurídicos em causa. Mas por não
estar expressamente na lei, é necessário que o apelado (parte vencedora)
expressamente o requeira no prazo de 3 dias (693°CPC). Poderá ser impugnado em
sede das alegações por se tratar de um despacho ñ definitivo, podendo este ser
alterado pela conferência.

O prazo para apresentar as alegações (requerido o exame) é de 10 à 20 dias (art.


705° CPC). Se não apresentar as alegações dentro do prazo, neste caso a apelante,
o recurso é julgado deserto (690° n°2 CPC).

7. Momento de subida
A apelação sobe nos próprios autos e imediatamente. Sobe imediatamente porque
julgada a questão, nada mais sucederá em termos de resolução do litígio (há um
esgotamento do poder jurisdicional). Sobe nos próprios autos porque após o

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julgamento da causa não subsistem razões quaisquer objectivas que impeçam a
remessa de todo o processo. No regime do momento de apresentação das
alegações, neste, as partes podem sempre optar por apresentar as alegações em
primeira ou em segunda instância. Querendo alegar em primeira instância, a parte
que tiver interesse dispõe de até 2 (dois) dias contando da efectivação do depósito
das custas devidas ao exame para alegações (art.698°CPC). No exame das
questões, quando tenha sido admitido como apelação e a conferência entender que
é agravo, o respectivo acórdão é notificada às partes que ainda não tenham alegado
para apresentarem as respectivas alegações no prazo de 8 (oito) dias (art.
702°CPC).

8. Recurso de agravo
O recurso de agravo cabe de decisões recorríveis que incidem sobre os
pressupostos processuais e trâmites do processo. Destina-se a corrigir erros de
procedimento que sejam susceptíveis de influenciar o julgamento do litígio. Socorre-
se pelo critério de exclusão de partes, e sempre que estivermos perante uma
situação que não trata de uma decisão final ou despacho saneador que incide sobre
o mérito da causa, o recurso próprio é o agravo. Quer se trate de decisões iniciais
(proferidas na fase introdutória do processo), interlocutórias (proferidas no decurso
do processo e não conduzem aa extinção da instância), ou finais (põe efectivamente
fim ao processo) desde que não conheçam o mérito da causa serão impugnáveis
por via do agravo.

O agravo é tido como recurso ordinário atípico por poder dispensar na sua
tramitação alguma das fazes processuais de tramitação, nomeadamente a
expedição, por poder ser resolvido pelo tribunal que profere a decisão, podendo este
reparar o agravo. No recurso de agravo, as partes terão necessariamente de
apresentar as alegações em primeira instância dado o facto de o juiz ter de cumprir
com o disposto no art. 744° CPC, sustentar o despacho ou reparar o agravo. O
tribunal competente é o Tribunal Supremo ou de Relação. Na interposição o agravo
tem o efeito meramente devolutivo. Na expedição o efeito é suspensivo. O prazo do
deste recurso em regra é de 3 dias art. 743°, a excepção consta no art. 746° ou na
altura em que o agravo subir. O agravo com subida imediata o prazo é de 8 dias. O
agravo com subida diferida, o legislador determina que a subida fica condicionada a
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existência de um recurso dominante ou interesse do agravante, respectivamente e
não havendo, a organização definitiva do saneador ou depois do trânsito em julgado
da decisão (art.735°CPC).

9. Conclusão
Em guisa de conclusão, vamos interpretar a ideia de conhecimento de mérito da
causa e encontrar-mos duas interpretações diferentes: Uma puramente volutiva,
sustentada pelo professor Palma Carlos: conhecer de mérito é decidir de mérito;
outra a Intelectual volutiva, que informa algumas soluções do professor Alberto dos
Reis: Conhecer de mérito é decidir de mérito só quando o conteúdo da decisão é

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acertado pelo dissidente por exame, não quando o conteúdo da decisão de mérito
seja vinculativamente imposto por normas processuais.

Na verdade, a decisão sobre o mérito da causa que esta sentença implica, não é
propriamente o mérito da causa, segundo o professor Alberto dos Reis, dado que é
tomada cingindo-se a vontade livre, e desde que valida as partes.

10. Bibliografia
Mendes, João Castro. Direito processual civil, 3.º Volume revisto e actualizado,
Lisboa, Edição AAFDL, 1989.

Cachimbombo, Hermenegildo. Manual dos Recursos no Direito Processual Civil


Angolano, 2.ª Edição, Versão actualizada, Editora casa das Ideias, Luanda, Agosto
de 2017.
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