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Adriano Inácio
Teoria Linear das Ondas: Cinemática das partículas; Grupo de ondas; Campo de
pressão e Energia potencial
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Adriano Inácio
Teoria Linear das Ondas: Cinemática das partículas; Grupo de ondas; Campo de
pressão e Energia potencial
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 4
2. Teoria Linear das Ondas: Cinemática das partículas; Grupo de ondas; Campo de pressão e
Energia potencial ........................................................................................................................ 5
Conclusão ................................................................................................................................. 18
1. Introdução
A formação de ondas deve-se a uma manifestação de forças verticais que actuam na água com
tendência a deformá-la contra a acção da gravidade e contra a sua tensão superficial. Assim que
deformação ocorre, a força gravítica e a tensão superficial actuam de modo a restabelecer a
superfície da água para a sua posição de equilíbrio. Durante este processo, a inércia subjacente
à massa de água faz com que a sua superfície ultrapasse a posição de equilíbrio estabelecendo,
deste modo, um movimento oscilatório a nível superficial.
Esta oscilação perturba as massas de água adjacentes, implicando a propagação frontal de uma
onda, á medida que a onda se propaga, o seu movimento oscilatório permanece devido à
interacção da força gravíticas com a inércia das massas de água. A conversão é conseguida
através de sistemas cujas características são adequadas para o tipo de ondas das quais se
pretende extrair energia.
Fluxos de energia muito grandes podem ocorrer nas ondas do mar em águas profundas, o poder
na onda é proporcional ao quadrado da amplitude e ao período do movimento. A possibilidade
de gerar energia eléctrica a partir dessas águas profundas ondas tem sido reconhecido há muitos
anos, e há inúmeras ideias para máquinas para extrair a energia das ondas.
O objectivo do trabalho é de compreender a teoria linear das ondas, face aos tópicos acima
referidos.
2. Teoria Linear das Ondas: Cinemática das partículas; Grupo de ondas; Campo de
pressão e Energia potencial
As ondas do mar são originadas pela interação da água com o vento, corpos em movimento,
distúrbios sísmicos ou campos gravíticos de outros planetas e são simplesmente uma forma de
energia acumulada e em transição. A principal fonte energética primária de formação das ondas
a nível planetário é o sol. A radiação solar é coletada pelas massas de água e terra do nosso
planeta, criando-se um diferencial de temperatura entre as camadas de ar próximas da superfície
e as camadas de ar mais afastadas. O ar quente de menor densidade eleva-se dando lugar ao ar
mais frio das camadas atmosféricas superiores, gerando correntes térmicas verticais.
Paralelamente a estas correntes o ar quente das zonas equatoriais desloca-se para as zonas
polares enquanto o ar frio polar se desloca para regiões mais quentes do globo, resultando no
padrão meteorológico global da circulação dos ventos. Parte da energia cinética dos ventos
formados é posteriormente transferida para a água devido ao atrito entre as duas superfícies,
gerando-se desta forma as ondas.
“empurra” para baixo a superfície da onda que está descendo e “puxa” a superfície que está
subindo. É esse acoplamento fora de fase entre a pressão e o movimento da superfície que
transfere energia para a onda. Além disso, uma vez que essa transferência depende da amplitude
da onda, ela se torna cada vez mais efetiva à medida que a onda se desenvolve.
a) A velocidade do vento;
b) Pista do vento ou a distância em que o vento sopra, em inglês fetch;
c) Duração do vento;
d) Profundidade da água.
Cerca de 71% da superfície terrestre está coberta de água, que funciona como um
enorme coletor solar e armazena energia sob a forma de ondas;
O recurso disponível por unidade de área das é aproximadamente 50 vezes superior à
energia solar e cerca de 15 vezes superior à energia eólica;
É uma fonte de energia limpa e inesgotável;
Está disponível 24h por dia e é mais previsível que a energia solar e a energia eólica, o
que reduz os tempos de amortização dos investimentos e poderá atrair maior número de
investidores para os projetos;
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i. Ripples, ondas de vento e swell, originada pelo efeito do vento na superfície do ar/água;
ii. Ondas internas, que podem ocorrer quando se verifica variações verticais de densidade;
iii. Tsunamis, ondas geradas por movimentar tectónicos do fundo do mar ou da costa;
A condição de incompressibilidade é razoável, uma vez que as forças envolvidas são tão
pequenas que qualquer compressão que haja pode ser ignorada. Com respeito à massa específica
constante, apesar de haver variação horizontal desse parâmetro, nos oceanos por causa de
variações de temperatura e salinidade, esta escala em que ela acontece (dezenas de quilômetros
ou mais) é muito maior que a escala horizontal em que a teoria é aplicada. Verticalmente
qualquer variação também é ignorada.
Porém, em alguns casos, como em rios estuarinos, onde a mistura de camadas de água salgada
e doce é relevante, a teoria deve ser aplicada com cuidado. A condição de continuidade, por sua
vez, só não se aplica quando há muitas descontinuidades na água, como por exemplo, quando
a onda quebra e há formação de bolhas.
Quando uma tempestade atinge o mar, são geradas ondas de diferentes alturas e diferentes
períodos. Ao longo da sua propagação, as ondas de baixo período tendem a desaparecer,
prevalecendo as ondas de período mais elevado por vezes denominadas de swells. Este tipo de
onda, cuja altura é reduzida quando comparadas com o seu comprimento, para além de comuns,
são de especial interesse para o estudo de sistemas de aproveitamento de energia devido à sua
densidade energética.
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Ainda na visão de Holthuijsen (2007, p.108), as partículas de água não podem nem deixar a
superfície, nem penetrar o fundo oceânico, apesar da formação das ondas envolver forças de
pressão induzidas pelo vento, na teoria linear elas são desconsideradas, assim como outras
forças como a tensão superficial, a força de Coriolis e a força de atrito com o fundo. Essa
limitação das forças envolvidas, implica que o comprimento das ondas em que a teoria linear
se aplica vai de poucos centímetros, a poucos quilômetros.
O perfil superficial da onda propaga-se na direção x com uma velocidade c que não é mais do
que o comprimento de onda λ dividido pelo período de oscilação T. O número de onda k e a
frequência angular ω são dois parâmetros característicos das ondas muitas vezes tomados em
consideração
Com a profundidade, as partículas de água vão descrevendo órbitas de menor dimensão até um
limite em que a influência da onda deixa de ser sentida. A velocidade de propagação horizontal
u e vertical v das partículas de onda são dadas em função da profundidade z.
situações as equações acima descritas deixam de ser válidas, necessitando de ser corrigidas para
as novas condições.
A teoria linear é confinada á análise bidimensional das ondas e é obtida através da linearização
de equações que definem as condições de fronteiras da superfície, assim possível derivar
expressões matemáticas que descrevam as propriedades hidrodinâmicas, das ondas do oceano.
A teoria linear das ondas é fundamental assumindo determinados pressupostos, através destes
as condições de fronteira necessárias são especificados são:
Fig. 2: Notação dos parâmetros físicos bidimensionais para a teoria linear das ondas.
Na determinação das propriedades hidrodinâmicas das ondas são utilizados alguns parâmetros
adimensionais que caracterizam a onda, como o número de onda, a frequência angular e a
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inclinação. O número de onda k define a quantidade de ondas por unidade de distância segundo
o eixo do x.
A frequência angular das ondas H, ou seja, o número ondas por unidade de tempo é dado por:
A inclinação da onda é definida como a razão entre a sua altura e o seu comprimento. Este
parâmetro indica o quanto a onda é afunilada e calcula-se de acordo com:
É possível derivar o potencial de velocidade para a teoria linear das ondas. Este é dado por:
Para a teoria linear das ondas, a frequência angular, o comprimento de onda e a celeridade
podem ser expressos em função do número de onda pelas seguintes relações:
Fig. 3: Trajecto elíptico descrito por uma partícula de água durante a progressão de uma onda de acordo com a
teoria das ondas.
𝐿 𝜔
𝑐𝑓 = =
𝑇 𝑘
A velocidade de fase da onda, é a velocidade com que a onda se propaga e é definida como:
Como consequência das proximações da equação de dispersão, obtém-se:
𝑔 𝑔
Velocidade de fase em águas profundas: 𝑐𝑓 = √𝑘 = 𝑤
As ondas se propagam em grupos denominados trens de onda, que podem ser de tamanho
variado. Um exemplo familiar de trem de ondas é a esteira formada pelas embarcações em
movimento e os círculos formados por uma pedra atirada num lago de águas calmas.
Nesses casos, entre 8 a 10 ondas principais se propagam em grupo. Grupos de onda maiores
são formados por tempestades no mar. À medida que as ondas se distanciam do local de origem
elas se transformam em ondas compridas com as cristas aplainadas, denominadas "swell". As
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ondas de "swell" podem viajar longas distâncias sem perder a energia que adquiriram do vento.
Por outro lado os ventos locais produzem ondas pequenas e pontiagudas, denominadas ondas
marinhas. Deste modo, as ondas marinhas são formadas por ventos locais, enquanto que as
ondas de "swell" são geradas por ventos distantes, no mar.
À medida que o trem de ondas aproxima-se da costa, as ondas que vem na frente entram em
águas rasas e diminuem a velocidade. Consequentemente, as ondas que vem atrás começam a
engavetar e a distância entre as ondas diminui. A água e a energia de cada onda concentram-se
numa estreita zona e as ondas empinam. As ondas podem empinar de tal modo que se tornam
instáveis e quebram. As ondas, em geral, quebram quando atingem uma profundidade
equivalente a 1.3vezes a altura de onda. Em águas profundas, as ondas quebram quando a razão
entre sua altura e comprimento (empinamento) ultrapassa 1/7. As ondas na zona de arrebentação
são denominadas de acordo com a forma que elas assumem ou conforme o modo como elas
quebram, seja abrupto ou suave. A zona de arrebentação é aquela porção do perfil praial
caracterizada pela ocorrência de quebramento de onda.
Á medida que o grupo de onda se propaga, as ondas regulares frontais vão diminuindo em
altura, acabando por desaparecer ao mesmo tempo que novas ondas surgem na retaguarda do
grupo. A celeridade de um grupo de onda é menor que a celeridade de uma onda regular, contida
no grupo sendo dada por:
Para águas profundas, a expressão, torna-se igual á unidade. Portanto para um grupo de ondas
que se propaga nesta zona, a celeridade do grupo é metade de celeridade da onda individual.
Em águas rasas a celeridade do grupo mantem-se igual á celeridade da onda individual ficando:
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∆𝝎
𝒄𝒈 =
∆𝒌
𝒈 𝑪𝒓
Velocidade de grupo em águas profundas: 𝒄𝒈 = 𝟐𝝎 = 𝟐
Em águas profundas, a velocidade de grupo é menor que a velocidade de fase, desta forma,
com as definições anteriormente descritas verifica-se que a dispersão das ondas pode ser usada
para identificar tempestades. Como uma tempestade distante produz ondas de muitas
frequências, as ondas de baixas frequências viajam mais rapidamente e alcançam a costa mais
depressa do que as ondas de alta frequência. Quanto mais longe da tempestade, maior o atraso
entre as ondas de diferentes frequências.
pressão dinâmica anula-se para distâncias superiores a λ/2 abaixo do nível da água actuando,
neste caso, apenas a pressão hidrostática.
As ondas do oceano representam energia mecânica em transição, esta energia mecânica resulta
da soma das energias cinética e potencial das ondas superficiais. Trata-se de uma característica
fundamental a ser considerada em sistemas de conversão de energia uma vez que condiciona o
projecto e desempenho do dispositivo de conversão.
De acordo com a teoria linear das ondas, a energia cinética é dada por:
Que é igual à energia cinética. A energia total contida numa onda fica:
Torna-se útil expressar a energia por unidade de superfície de área, ou seja, por comprimento
de onda considerando uma largura unitária. Assim a energia é definida em termos de densidade
sendo dada por:
O fluxo de energia é determinado pelo produto da força induzida no plano normal à direcção
de propagação da onda e pela velocidade horizontal das partículas de água nesse plano. A força
induzida pela onda resulta da pressão dinâmica. Derivada da teoria linear das ondas, a expressão
para o fluxo de energia associada às ondas do oceano é dada por:
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A expressão anterior pode ainda ser expressa em densidade de potência, ou seja, por largura de
onda ficando:
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Conclusão
Durante a pesquisa do trabalho, constatou-se que, energia das ondas é criada pela ação do vento
na superfície do oceano é o resultado da redistribuição da radiação solar na atmosfera, a energia
cinética criada pelo movimento das moléculas de água e da energia potencial criada pela massa
de água que se encontra acima do nível do solo pode ser transformada em energia eléctrica de
diversos métodos.
Referências bibliográficas
A. Falcão, Wave energy utilization: Areview of the technologies, Renewable and Sustainable
Energy Reviews, 2009.
B. Orazov, O. O'Reilly e Ö. Savas, “On the dynamics of a novel ocean wave energy converter,”
Journal of Sound and Vibration, vol. 329, pp. 5058-5069, 2010.
Bharatan, D. Staging rankine cycles using ammonia for OTEC power production. Golden:
National Renewable Energy Laboratory, 2012. 18 p. (Technical Report NREL/TP, 5500-
49121). Disponível em: <http://www.nrel.gov/docs/fy11osti/49121.pdf>. Acesso em: 23 mar.
2013.