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RESUMO: A Administração Pública Pós-moderna. Diogo de Figueiredo Moreira Neto.

O
direito administrativo do Século XXI. Belo Horizonte: Fórum, 2018.

O autor inicia questionando como as características do Estado Pós-moderno


determinam importantes alterações na administração pública. Parte do contexto
histórico das trajetórias evolutivas do modelo de Estado-Nação que se diversificaram no
tempo e espaço. Com a transição da Modernidade para a Pós-modernidade, a doutrina
aponta entre os principais fatores o individualismo, o impacto das incertezas e a perda
da organização social tradicional, ocasionando o surgimento do fenômeno dos
contrapoderes sociais. A consequência reflete em dois aspectos, na transformação de
suas funções e no crescimento do policentrismo funcional, que conduzem para
desmistificação juspolítica do modelo clássico de Estado nacional.
Sobre as transformações das funcões estatais o autor destaca a superação da
concepção mitológica do Poder Estatal, destaca a transição da noção de subsidiariedade
e demais características conferidas anteriormente à figura do Estado. A Tendências da
administração pública pós-moderna e seus percalços: legitimação democrática e
planejamento democrático
• O surgimento do tema democrático: Constituição Italiana de 1947 e Alemã de
1949, tendência a globalização da democracia.
• Feição juspolítica das constituições pós-modernas:
1. Desgaste das ditaduras e autocracias
2. Resgate dos valores humanistas
3. Reposição do Estado enquanto instrumento à serviço da sociedade
4. Envelhecimento e superação do legalismo formal/positivismo
Globalização
A política se juridiciza e o direito se politiza: inauguração da natureza híbrida da
Constituição de 88
• Democracia Praticada x Democracia Ideal
• Identificação de Déficits Democráticos em democracias incipientes, o caso
brasileiro:
NÍVEIS DEFICITÁRIOS: Constitucional, Legislativo e Administrativo
Nível Constitucional
• Constituição insuficiente em clareza e excessivamente extensa: dúvidas
interpretativas que persistem até que possam ser dirimidas pelo assoberbado
STF.
• Excessiva concentração de meios no governo central que reduz sensivelmente o
espaço decisório dos demais níveis federativos (gerando dependência,
“satélites”.
Nível Legislativo
• Mais grave nível de déficit de legitimidade;
A deficiente legitimação dos representantes legislativos: desordenada estrutura
partidária no Brasil, processo eleitoral que não possui abertura a participação pública,
causando distanciamento entre representante e representados, excesso de formalismo e
burocracia, corrupção endêmica, desvio de finalidade parlamentar, subversão da
hierarquia de valores (interesses pessoais e partidários, troca de favores).
Nível Administrativo
• Alto grau de litigiosidade e formalismo
• Despreparo dos agentes administrativos
• Impropriedade abusiva
• Autoritarismo arrogante e vaidade dos agentes administrativos
• Deficiente emprego dos instrumentos de participação cidadã
Expansão e fortalecimento da Democracia na Pós-modernidade
• Acesso, detenção, exercício e controle de poder por parte do povo: crescente
interesse por parte do cidadão (educação cívica, noção de cidadania).
• Direito Constitucional (e os que dele derivam – eleitoral e administrativo – como
importante marco para a ordem jurídica democrática pós-moderna.
• Constituição de 88: inaugura a previsão do planejamento estatal (democratização
da governança e administração democrática).
Desafios da Pós-modernidade
• Expansão da economia no cenário da globalização: cobrança por resultados
econômicos a partir das decisões de governo e políticas de estado.
• Necessidade de racionalização das atividades de governo para atendimento aos
objetivos nacionais no cenário econômico.
• Ampliação de medidas de controle
• Sociedade de risco: incertezas de ordem econômica, social, política, ambiental,
etc.
Planejamento: de técnica social a princípio constitucional.

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