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Gestão de Projetos de TI - II: Avaliação de Projetos

Momento e elementos da avaliação de projetos

Conforme definido nos manuais de gestão de projetos, entre eles o PMBoK ®, os projetos possuem características únicas,
assim como as organizações. Os projetos são executados por pessoas, exigem planejamento e utilizam recursos escassos.
Estes empreendimentos podem e devem ser divididos em fases ou estágios para facilitar seu gerenciamento (entendido
como a ação orientada para o planejamento). Esse inclui o controle de execução e o emprego de medidas e ou ações
corretivas. Além disso, os projetos podem ser divididos em diversos subprojetos, cada um deles com um ciclo de vida
próprio, porém interdependentes.

Na maior parte dos projetos, a análise de viabilidade técnica e econômica se dá durante antes da fase de iniciação do
projeto. De acordo com o PMBoK®,quanto uma organização identifica uma oportunidade de inversão, em geral
irá autorizar um estudo de viabilidade para decidir se deve realizar ou não o projeto. Embora a equipe de
gerenciamento do projeto possa auxiliar na redação do termo de abertura, a aprovação e o financiamento são
tratados fora dos limites do projeto. Dessa forma, a avaliação constitui uma atividade que deve ser abordada
como um projeto a parte. Como é conhecido, as técnicas de avaliação não são contempladas pelo PMBoK®.

Assim como a fase de iniciação, o estudo de viabilidade envolve poucos recursos (pessoas, equipamentos, dinheiro, etc.)
quando comparadas às demais fases de um projeto (iniciação, planejamento, execução, controle, etc.). Nunca podemos
esquecer que o estudo de viabilidade do projeto atende a restrições de dados devendo respeitar as características da
organização (estrutura funcional, setor de atividade, capacitações adquiridas, etc.).

Embora a análise econômica do projeto dependa da expectativa de retornos associados ao projeto (receitas estimadas
durante o período de vida útil do empreendimento), uma das entradas fundamentais constitui um esboço preliminar dos
gastos associados ao projeto. Esse resume os prováveis valores que esperamos gastar/empregar ao longo do ciclo de vida
do projeto. Evidentemente, este custo reflete o escopo do projeto que, por sua vez, se relaciona com o escopo do produto.

Como será descrito abaixo, para construir o fluxo de caixa estimado do projeto devemos, em cada ponto no tempo, avaliar
o saldo líquido entre as receitas e gastos estimados. Estes gastos são compostos por uma série de subitens que possuem
uma classificação padrão: investimento, custos, despesas, etc.. Essa classificação de gastos e seu tratamento constituem
as entradas do processo de avaliação de projetos.

Como vimos, o estudo de viabilidade constitui três estudos específicos:

• Dimensionamento (prospecção de demanda/oferta).

• Estudos técnicos (localização, tamanho e seleção de tecnologia).


• Análise econômica (compreende análise custo/benefício e depende do dimensionamento e estudos técnicos
descritos acima).

Sob o ponto de vista da análise econômico-financeira do projeto as entradas constituem as receitas, orçamento e
custos/despesas estimados para o projeto. Esses dependem das vendas estimadas, origem do capital que será aplicado
durante as fases do projeto e estimativas de custo efetuadas; já aquelas dependem de estimativas de mercado.

As ferramentas para a análise econômico-financeira advêm da disciplina Finanças Corporativas e a saída fundamental
consubstancia diversos indicadores (Net Present Value, Internal Return Rate, Payback, Indicadores Econômico-Financeiros,
etc.) que darão subsídios à tomada de decisão. Certas questões são críticas:

• O projeto contribui para atingir os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico?

• O projeto é atrativo?

• Comparado a outras alternativas de investimento, qual projeto é mais vantajoso?

• Que fatores afetam de maneira mais severa a lucratividade do projeto

• Como o projeto afeta a composição de ativos e passivos e a estrutura de capital da empresa?

O modelo I, que se encontra na planilha que pode ser acessada pelo link abaixo, aborda parte desses aspectos. O modelo
está organizado num conjunto de tabelas que objetivam fixar os passos da modelagem econômico-financeira de projetos
de investimento.

Modelo I: Organização de receitas e gastos de projeto


(Clique aqui para fazer o download)

Aspectos Quantitativos da Avaliação

A fase conceitual (da qual a análise de viabilidade econômica faz parte), dentro dos processos de planejamento, constitui
um dos pontos de partida para a elaboração do projeto. Nesta “etapa” não são lançadas medidas precisas os custos. Esses,
por exemplo, são lançados em termos paramétricos. Os objetivos básicos do projeto e seu impacto na estratégia da
organização são esboçados.

As premissas (o que é dado como certo ou provável) e restrições (o que não é provável ou factível) são formuladas e os
problemas devem ser definidos (grau de influência de fatores econômicos, políticos, estruturais, legais, ambientais,
culturais, entre outros). Ainda não há pleno detalhamento das metas e escopo do produto e do projeto.

A medida que o projeto é melhor definido dentro das condições de operação da empresa e do mercado a análise
econômico-financeira pode ser delineada: com o avanço dos estudos conceituais, podemos obter uma perfeita definição do
escopo do produto e do escopo do projeto, só a partir dai torna-se possível fazer projeções acerca dos investimentos,
custos diretos, indiretos, despesas, etc., associados ao projeto (incluindo despesas financeiras, overheads, etc.). Assim, o
estudo de viabilidade econômica e financeira pode ser feito em duas etapas:
• Análise paramétrica (onde obtemos informações preliminares orientadas ao estudo de viabilidade de um ou
vários projetos).

• Análises não paramétricas (onde já possuímos uma melhor definição do escopo do produto, escopo do
projeto).

Nessa etapa, as informações são obtidas com maior grau de precisão e isso permite o estudo mais acurado acerca da
viabilidade de um ou vários projetos. De fato, a análise não paramétrica se baseia em um conjunto maior e mais preciso
de informações o que inclui dados mais precisos acerca do dimensionamento (prospecção de demanda/oferta) e estudos
técnicos (localização, tamanho e tecnologia adequada).

Portanto, é com base nas projeções de gastos (investimento, custos, despesas, etc.) e receitas que é elaborado a análise
econômica e o estudo de viabilidade econômica do projeto. É possível afirmar ainda que a análise econômica é mais
complexa que o estudo de viabilidade econômica do projeto pois:

• A primeira inclui estudos sobre o dimensionamento do projeto (o que inclui avaliar o comportamento futuro
da oferta e demanda) e os estudos técnicos (o que inclui determinar a localização, selecionar a tecnologia,
definir a escala das operações, tamanho da planta).

• Já o estudo de viabilidade econômica ou análise custo/benefício, fixa seu foco no aspecto financeiro
associado ao projeto e trabalha com estimativas de orçamento (o que inclui o tratamento de dados levantados).

Portanto, na fase conceitual circunscreve uma etapa preliminar que envolve a análise de ambiente de negócios,
descrevendo suas potencialidades em termos de recursos disponíveis e receitas prováveis. Inclui também as
estimativas de necessidades de recursos financeiros (próprios e de terceiros) que deverão sustentar o empreendimento.

Nessa etapa, argumentos e medidas preliminares sobre a viabilidade dos objetivos são levantados. Os recursos
necessários são estimados em termos paramétricos e posteriormente refinados por meio de projeções financeiras
associadas aos gastos e receitas esperadas (por meio de estudos não paramétricos). Essa massa de informações constitui
o substrato da avaliação, seleção e decisão de execução de projetos.

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