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INFORMATIVO 06/11

NOTA DO EDITOR mente no local. Além disso, aduziu não haver prova cabal de
que a região supostamente invadida pertenceria ao
impetrante. Dessa forma, concluiu inexistir direito líquido e
O informativo do Curso FMB está sendo reformulado desde
certo a autorizar o deferimento do pedido. Em divergência,
a edição anterior com o intuito de melhor atender ao interesse
os Ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Ellen Gracie
da Comunidade FMB, trazendo julgados que são escolhidos F concederam a segurança. Afirmaram haver inquestionável
conforme prévio estudo e recorrência nos principais concursos
evidência acerca da invasão à propriedade do impetrante,
públicos do país. A nossa seção de notícias também sofreu
corroborada por sucessivas decisões judiciais. Ademais,
reformulação, trazendo notícias de outros veículos de
reputaram que a vistoria que dera base ao ato impugnado
informação jurídica de qualidade. As novidades são diversas,
ocorrera de forma ilegal, pois realizada após a ocupação das
desde a coluna jurídica escrita pelo Profº Flávio Monteiro de
terras, fato que teria contaminado o referido Decreto.
Barros, a divisão da jurisprudência em suas respectivas áreas
Salientaram, por fim, que o objetivo da lei seria impedir
do direito, a inserção do TST em notícia, a coluna sobre
invasões e evitar conflitos no campo, o que superaria
comentários de jurisprudência de nossos professores, a
qualquer fundamento utilizado para a desapropriação. Após,
agenda de concursos e a permanência da coluna trazendo
pediu vista dos autos o Min. Dias Toffoli. MS 26336/DF, rel.
dicas sobre um projeto de estudo de sucesso para o exame da
Min. Joaquim Barbosa, 2.3.2011. (Informativo 618 –
OAB. Nas próximas edições continuaremos inovando
Plenário)
buscando o seu melhor desempenho, pois o seu objetivo é o
nosso objetivo. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA E
Mandem sugestões. Algumas das alterações implementadas PRINCÍPIO DA JUSTA INDENIZAÇÃO
vieram do aperfeiçoamento de dicas de nossos alunos, A 2ª Turma iniciou julgamento de recurso extraordinário no
colaboradores e professores. Endereço para críticas e qual se discute se o valor da justa indenização para
sugestões: alessandro@cursofmb.com.br satisfazer o direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII e XXIV)
deve, ou não, incluir, em seu bojo, as perdas do proprietário
JULGADOS STF decorrentes da desvalorização de sua propriedade e de seus
produtos, independentemente, da reavaliação do material
DIREITO ADMINISTRATIVO fático-probatório. Na espécie, parte da propriedade do
recorrente fora declarada de utilidade pública para a
DESAPROPRIAÇÃO E FUNDAMENTOS - 1 construção de três estações de tratamento de esgoto -
O Plenário iniciou julgamento de mandado de segurança ETEs, não tendo sido incluídos, nos valores pagos a título de
impetrado contra ato do Presidente da República, consistente indenização, os lucros cessantes decorrentes da
em decreto que declarara de interesse social, para fins de desvalorização da área remanescente, utilizada no plantio e
reforma agrária, propriedade rural localizada no Município de beneficiamento de laranja para fins de exportação, nos quais
Sapé/PB. O impetrante alega que o processo que subsidiara o empregada alta tecnologia. O Min. Gilmar Mendes, relator,
ato impetrado teria violado o art. 2º, § 6º, da Lei 8.629/93 (―Art. deu parcial provimento ao recurso para incluir na
2º A propriedade rural que não cumprir a função social prevista condenação os valores referentes à desvalorização das
no art. 9º é passível de desapropriação, nos termos desta lei, terras remanescentes. Entendeu que a discussão da tese
respeitados os dispositivos constitucionais. ... §6o O imóvel jurídica referente à exclusão de elementos supostamente
rural de domínio público ou particular objeto de esbulho ínsitos ao princípio da justa indenização não demandaria o
possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou reexame da prova, de modo a afastar a incidência do
fundiário de caráter coletivo não será vistoriado, avaliado ou Enunciado 279 da Súmula do STF. Aduziu que se trataria,
desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, na realidade, de intervenção administrativa na propriedade
ou no dobro desse prazo, em caso de reincidência; e deverá para a concretização de fins públicos e, por isso, todo
ser apurada a responsabilidade civil e administrativa de quem prejuízo causado pela Administração, no exercício de seu ius
concorra com qualquer ato omissivo ou comissivo que propicie imperii, haveria de ser recomposto ao patrimônio do
o descumprimento dessas vedações.‖), já que o imóvel em expropriado. Asseverou que, sob pena de violação do núcleo
questão teria sido alvo de sucessivas invasões provocadas essencial do postulado em apreço, em que se funda o direito
pelo Movimento dos Sem Terra – MST, fatos comprovados por de propriedade, seria inconcebível não levar em
meio de sentença transitada em julgado de ação de consideração a perda do valor do bem remanescente e de
reintegração de posse. MS 26336/DF, rel. Min. Joaquim seus produtos. Após, pediu vista dos autos o Min. Joaquim
Barbosa, 2.3.2011. (Informativo 618 – Plenário) Barbosa. RE 567708/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 1º.3.2011.
(Informativo 618 – 2ª Turma)
DESAPROPRIAÇÃO E FUNDAMENTOS - 2
O Min. Joaquim Barbosa, relator, denegou a ordem. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
considerou que o conjunto probatório constante dos autos
apresentaria controvérsia cuja solução não seria viável por TERMO INICIAL DO PRAZO PARA REGISTRO DE
meio de mandado de segurança, pois não estaria claro se os APOSENTADORIA
ocupantes das áreas em questão seriam realmente invasores, O termo a quo do prazo de 5 anos para que o Tribunal de
pertencentes ao MST, ou trabalhadores fixados originaria- Contas da União - TCU examine a legalidade dos atos

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concessivos de aposentadorias, reformas e pensões, conta-se DIREITO PENAL
a partir da data de chegada do processo administrativo na
própria Corte de Contas. Essa a conclusão do Plenário que, PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E FURTO EM
em votação majoritária, concedeu parcialmente mandado de PENITENCIÁRIA
segurança para, cassada a decisão do TCU, assegurar ao A 1ª Turma iniciou julgamento de recurso ordinário em
impetrante o contraditório e a ampla defesa no julgamento da habeas corpus no qual se pretende a aplicação do princípio
legalidade e registro de sua aposentadoria. Tratava-se, na da insignificância a condenado pela tentativa de subtração
espécie, de writ impetrado contra decisão daquele tribunal de 1 cartucho de tinta para impressora do Centro de
que, por reputar ilegal uma das três aposentadorias do Progressão Penitenciária, em que trabalhava e cumpria pena
impetrante, com recusa do registro, determinara a suspensão por delito anterior. O Min. Ricardo Lewandowski, relator,
do benefício e a restituição das importâncias recebidas. negou provimento ao recurso. Asseverou que não haveria
Considerou-se o fato de que o impetrante estaria recebendo o como se considerar reduzido o grau de reprovabilidade da
benefício de aposentadoria há mais de 10 anos quando do seu conduta do paciente, porque durante o cumprimento da pena
cancelamento. Aduziu-se que, no caso, ter-se-ia a anulação ele tentara, no próprio estabelecimento penitenciário, furtar
do benefício, sem que oportunizada a possibilidade de defesa. um bem do Estado. Ressaltou que esse comportamento
Enfatizou-se, ainda, não constar dos autos informação relativa mostraria uma propensão do paciente para praticar delitos
à má-fé do impetrante, de modo a não se poder inferir que ele contra o patrimônio. Ademais, reputou que o
tivesse conhecimento da precariedade do ato praticado pelo encarceramento não surtira qualquer efeito no sentido de
órgão público. Consignou-se, por fim, a não devolução das ressocializá-lo. Após, pediu vista dos autos o Min. Dias
quantias já recebidas. Vencidos os Ministros Ellen Gracie, Toffoli. RHC 106731/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
relatora, Dias Toffoli e Marco Aurélio, que concediam a ordem 1º.3.2011. (Informativo 618 – 1ª Turma)
apenas para isentar o impetrante da devolução dos valores, e
Cezar Peluso, Presidente, que a concedia totalmente por
DIREITO PROCESSUAL PENAL
reconhecer a decadência. MS 24781/DF, rel. orig. Min. Ellen TRIBUNAL DO JÚRI E NULIDADES
Gracie, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 2.3. 2011. A 1ª Turma iniciou julgamento de recurso ordinário em
(Informativo 618 – Plenário) habeas corpus em que pretendida a mitigação da pena
DIREITO PROCESSUAL CIVIL imposta ao paciente, condenado por 2 homicídios simples,
em concurso material, à pena de 13 anos de reclusão, o que
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E MODULAÇÃO totalizara uma pena de 26 anos. Na espécie, contra a
DOS EFEITOS EM RE primeira decisão do Tribunal do Júri que condenara o
O Plenário, por maioria, acolheu embargos de declaração para paciente a uma pena total de 22 anos de reclusão, a defesa
atribuir eficácia ex nunc a decisão proferida em sede de apelara e o parquet não se insurgira. No julgamento que se
recurso extraordinário, em que declarada a seguira, o paciente fora absolvido, o que ensejara apelação
inconstitucionalidade da cobrança de taxas de matrícula em do Ministério Público, provida, com determinação de novo
universidades públicas e editada a Súmula Vinculante 12 — v. Júri, ao fundamento de que a absolvição seria contrária à
Informativo 515. Aduziu-se que, muito embora o recorrente prova dos autos. No 3º julgamento, o paciente recebera uma
não houvesse pleiteado a modulação dos efeitos da decisão pena 4 anos superior àquela inicialmente proferida –
quando da interposição do referido recurso extraordinário, acréscimo de 2 anos para cada homicídio –, em razão da
quer nos autos, quer na sustentação oral, seria necessário sua propalada torpeza. O Min. Dias Toffoli, relator, negou
superar as dificuldades formais para o conhecimento dos provimento ao recurso, mas concedeu a ordem, de ofício,
embargos. Ponderou-se que, além de a decisão ser revestida para decotar da pena o acréscimo decorrente da citada
de vasta abrangência e excepcional interesse social, haveria qualificadora, restabelecendo a condenação à pena de 11
uma relevante questão de ordem prática a ser solucionada, anos de reclusão para cada um dos homicídios. Rejeitou as
tendo em vista a possibilidade de as instituições de ensino alegações de nulidade do processo por falta de
serem obrigadas a ressarcir todos os estudantes que fundamentação no tocante à fixação da pena-base (em piso
eventualmente pagaram as citadas taxas no passado. Nesse superior ao mínimo legal) e da necessidade de
sentido, o Min. Gilmar Mendes destacou a delicada situação reconhecimento da continuidade delitiva entre os crimes
financeira das universidades, bem como o fato de que tais perpetrados. Salientou a jurisprudência do STF no sentido
recursos seriam, inclusive, destinados a fornecer bolsas aos de ser suficiente a presença de uma das circunstâncias
próprios estudantes, atingindo, portanto, finalidade pública. judiciais desfavoráveis para que a pena básica não fique no
Por fim, garantiu-se o direito de eventual ressarcimento aos patamar mínimo, e, ainda, de ser incabível o reexame de
que já houvessem ingressado, individualmente, com o matéria fático-probatória na via eleita. Por sua vez, o Min.
respectivo pleito. Vencido o Min. Marco Aurélio que desprovia Marco Aurélio, tendo em conta que, no 1º julgamento, o juízo
o recurso por entender inexistir omissão a ser sanada na via fixara a pena de 11 anos para cada crime, com o silêncio do
de embargos, cujo acolhimento implicaria mudança de Ministério Público e, no 2º, absolvera o réu, entendeu que,
manifestação da Corte, em contrariedade ao princípio da no 3º julgamento o magistrado não poderia chegar a uma
segurança jurídica. RE 500171 ED/GO, rel. Min. Ricardo pena superior àquela do patamar inicial. Após, pediu vista a
Lewandowski, 16.3.2011. (Informativo 619 – Plenário) Min. Cármen Lúcia. RHC 103170/RJ, rel. Min. Dias Toffoli,
1º.3.2011. (Informativo 618 – 1ª Turma)
“MULA” E CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA

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A 1ª Turma iniciou julgamento de recurso ordinário em habeas DOSIMETRIA E QUANTIDADE DE DROGA
corpus em que se pretende seja aplicada, em favor de APREENDIDA
condenado por tráfico de entorpecentes pelo transporte 1,5 kg A quantidade de droga apreendida deve ser sopesada na
de cocaína, a causa de diminuição da pena do § 4º do art. 33 primeira fase de individualização da pena, nos termos do art.
da Lei 11.343/2006 e a atenuante genérica decorrente da 42 da Lei 11.343/2006, sendo impróprio invocá-la por
confissão espontânea. O Min. Dias Toffoli, relator, afastou a ocasião da escolha do fator de redução previsto no § 4º do
tese da confissão espontânea e deu provimento parcial ao art. 33 da mesma Lei, sob pena de bis in idem. Com base
recurso por reputar que a quantidade de droga transportada nesse entendimento, a 2ª Turma deferiu parcialmente
não implicaria, por si só, participação em organização habeas corpus para determinar ao TRF da 3ª Região que
criminosa. Considerou que o paciente, sem registro de proceda a nova individualização da pena, atentando-se para
nenhuma outra ocorrência com o tráfico, seria uma simples a adequada motivação do fator de redução oriundo da causa
―mula‖, cuja conduta poderia ser enquadrada como traficância especial de diminuição da pena. Determinou-se, ainda, que,
menor ou eventual. Após, pediu vista o Min. Ricardo fixada a individualização da reprimenda, deverá o Tribunal
Lewandowski. RHC 103556/SP, rel. Min. Dias Toffoli, deliberar sobre o regime inicial de cumprimento, bem assim
1º.3.2011. (Informativo 618 – 2ª Turma) sobre a possibilidade de conversão da pena em restritiva de
direitos, segundo os requisitos previstos no art. 44 do CP. De
TRIBUNAL DO JÚRI E NULIDADES - 2
início, ressaltou-se que as balizas para a concessão da
Em conclusão, a 1ª Turma negou provimento a recurso
referida causa especial seriam as seguintes: a) ser o agente
ordinário em habeas corpus, mas, concedeu a ordem, de
primário; b) possuidor de bons antecedentes; c) não se
ofício, a fim de que a condenação imposta ao paciente pelos
dois crimes de homicídio simples fosse limitada a 22 anos de dedicar a atividades criminosas; e d) não integrar
organização criminosa. Em seguida, observou-se que o
reclusão. Na espécie, contra a primeira decisão do Tribunal do
Júri que condenara o paciente a uma pena total de 22 anos de magistrado de primeiro grau, ao estabelecer a causa de
diminuição no patamar de 1/3, atentara-se para a quantidade
reclusão, a defesa apelara e o parquet não se insurgira. No
e a espécie da droga apreendida. O STJ, por sua vez,
julgamento que se seguira, o paciente fora absolvido, o que
mantivera aquela decisão, por reputar considerável a
ensejara apelação do Ministério Público, provida, com
quantidade de droga apreendida. No que concerne ao
determinação de novo Júri, ao fundamento de que a
pedido de substituição da pena privativa de liberdade por
absolvição teria sido contrária à prova dos autos. No 3º
julgamento, o paciente recebera uma pena 4 anos superior restritiva de direitos, registrou-se que o Plenário declarara
àquela inicialmente proferida — acréscimo de 2 anos para incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão
―vedada a conversão em penas restritivas de direitos‖,
cada homicídio —, em razão da sua propalada torpeza — v.
constante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da
Informativo 618.RHC 103170/RJ, rel. Min. Dias Toffoli,
expressão ―vedada a conversão de suas penas em
15.3.2011. (Informativo 619 – 1ª Turma)
restritivas de direitos‖, contida no referido art. 44 do mesmo
TRIBUNAL DO JÚRI E NULIDADES - 3 diploma legal. Alguns precedentes citados: HC 101317/MS
O Min. Dias Toffoli, relator, decotou da pena o acréscimo (DJe de 6.8.2010); HC 98172/GO (DJe de 8.10.2010); HC
decorrente da citada qualificadora, restabelecendo a 104423/AL (DJe de 8.10.2010); HC 97256/RS (DJe de
condenação à pena de 11 anos de reclusão para cada um dos 16.12.2010). HC 106313/MG, rel. Min. Gilmar Mendes,
homicídios. Rejeitou as alegações de nulidade do processo 15.3.2011. (Informativo 619 – 2ª Turma)
por falta de fundamentação no tocante à fixação da pena-base
(em piso superior ao mínimo legal) e da necessidade de Fonte: Site oficial do Supremo Tribunal Federal
reconhecimento da continuidade delitiva entre os crimes (Informativos 618 e 619)
perpetrados. Salientou a jurisprudência do STF no sentido de
ser suficiente a presença de uma das circunstâncias judiciais JULGADOS STJ
desfavoráveis para que a pena básica não fique no patamar
mínimo, e, ainda, de ser incabível o reexame de matéria fático- DIREITO ADMINISTRATIVO
probatória na via eleita. Por sua vez, o Min. Marco Aurélio,
tendo em conta que, no 1º julgamento, o juízo fixara a pena de EXAME. OAB. APROVAÇÃO ANTERIOR.
11 anos para cada crime, com o silêncio do Ministério Público CONCLUSÃO. CURSO
e, no 2º, absolvera o réu, entendeu que, no 3º julgamento o A Turma deu provimento ao recurso, mantendo situação
magistrado não poderia chegar a uma pena superior àquela do fática consolidada e constituída pelo decurso do tempo em
patamar inicial. A Min. Cármen Lúcia, em voto-vista, destacou que candidato foi aprovado no exame da Ordem dos
que seria vedada a reformatio in pejus no direito processual Advogados do Brasil (OAB) antes da conclusão do curso de
penal brasileiro, de modo que decisões posteriores, mesmo Direito. O candidato obteve o direito de inscrever-se no
que oriundas do Tribunal do Júri, não poderiam impor valores exame da ordem independentemente da apresentação do
superiores aos da primeira condenação que, conforme diploma por meio de liminar; depois de sua aprovação e
enfatizou, transitara em julgado para a acusação. RHC conclusão do curso, conforme exige a lei, em sentença, o
103170/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 15.3.2011. (Informativo 619 juiz confirmou a liminar e o direito de sua inscrição nos
– 1ª Turma) quadros da autarquia; essa decisão foi reformada no TJ.
Entendeu o Min. Relator, com base em precedentes, que
não faria sentido revogar a inscrição diante da situação
consolidada. Precedente citado: AgRg no REsp 1.012.231-

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SC, DJe 23/10/2008. REsp 1.226.830-RS, Rel. Min. Mauro data da sentença desfavorável à Fazenda Pública for
Campbell Marques, julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465 – anterior à reforma promovida pela Lei n. 10.352/2001 (que
2ª Turma) alterou dispositivos do CPC referentes a recurso e a
reexame necessário). Ressaltou-se que se adota o princípio
TEORIA. PERDA. CHANCE. CONCURSO. EXCLUSÃO tempus regit actum do ordenamento jurídico, o qual implica
A Turma decidiu não ser aplicável a teoria da perda de uma respeito aos atos praticados na vigência da lei revogada e
chance ao candidato que pleiteia indenização por ter sido aos desdobramentos imediatos desses atos, não sendo
excluído do concurso público após reprovação no exame possível a retroação da lei nova. Assim, a lei em vigor no
psicotécnico. De acordo com o Min. Relator, tal teoria exige momento da data da sentença regula os recursos cabíveis
que o ato ilícito implique perda da oportunidade de o lesado contra ela, bem como a sua sujeição ao duplo grau
obter situação futura melhor, desde que a chance seja real, obrigatório, repelindo-se a retroatividade da lei nova. Diante
séria e lhe proporcione efetiva condição pessoal de concorrer desse entendimento, o recurso da Fazenda Pública foi
a essa situação. No entanto, salientou que, in casu, o provido, determinando-se o retorno dos autos ao tribunal a
candidato recorrente foi aprovado apenas na primeira fase da quo para apreciar a remessa necessária (antigo recurso ex
primeira etapa do certame, não sendo possível estimar sua officio). Precedentes citados: EREsp 600.874-SP, DJ
probabilidade em ser, além de aprovado ao final do processo, 4/9/2006; REsp 714.665-CE, DJe 11/5/2009; REsp 756.417-
também classificado dentro da quantidade de vagas SP, DJ 22/10/2007; REsp 1.092.058-SP, DJe 1º/6/2009;
estabelecidas no edital. AgRg no REsp 1.220.911-RS, Rel. AgRg no REsp 930.248-PR, DJ 10/9/2007; REsp 625.224-
Min. Castro Meira, julgado em 17/3/2011. (Informativo 466 – 2ª SP, DJ 17/12/2007, e REsp 703.726-MG, DJ 17/9/2007.
Turma) REsp 1.144.079-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
CONCURSO PÚBLICO. MAGISTRATURA. 2/3/2011. (Informativo 465 – Corte Especial)
INSCRIÇÃO. OAB. CINCO ANOS DIREITO CIVIL
In casu, o recorrente, classificado em 18º lugar em concurso
público para o preenchimento de 21 vagas para a magistratura RESPONSABILIDADE. HOSPITAL. MÉDICO
estadual, insurge-se contra aresto que lhe denegou a Na ação de indenização por erro médico ajuizada contra o
segurança impetrada em face de ato de indeferimento de sua hospital, o juízo, após analisar a preliminar de ilegitimidade
inscrição definitiva ante o não preenchimento do requisito do passiva suscitada, deixou entrever que os médicos que
documento de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil praticaram o ato, litisconsortes meramente facultativos,
(OAB) com prazo mínimo de cinco anos. A Turma deu poderiam também integrar a lide. Assim, determinou a
provimento ao recurso para conceder a segurança ao citação deles após o requerimento e a concordância de
entendimento de que, nos termos da redação atual do art. 93 ambas as partes. Diante disso, a Turma, ao prosseguir o
da CF, em concurso público para a magistratura, a atividade julgamento, entendeu, por maioria, ser nula a decisão e
jurídica a se exigir do candidato é de três anos após o excluiu o médico recorrente da lide, pois o juiz, ao sugerir
bacharelado. Em sendo assim, consignou-se que, na hipótese, seu ingresso, agiu como se fosse parte e violou os princípios
a previsão editalícia deve ser interpretada em consonância da demanda (art. 128 do CPC), inércia e imparcialidade. O
com o mencionado dispositivo constitucional, de modo que, Min. Relator ressaltou que, apesar de o juiz não ser apenas
dos cinco anos exigidos, apenas três devem referir-se à um espectador da lide, sua atuação não pode sobrepor-se
prática forense após a conclusão do curso de Direito. aos deveres impostos às partes na condição de sujeitos
Entendimento contrário, no sentido de que seria necessária a processuais, quanto mais se o CPC, quando permite uma
demonstração de cinco anos de prática forense após o participação mais efetiva do juízo, faz isso expressamente
bacharelado, além de não encontrar amparo no texto (vide art. 130 desse código). Já o Min. Paulo de Tarso
constitucional, implicaria ofensa ao princípio da razoabilidade Sanseverino aduziu que a inclusão de parte não demandada
ao admitir a estipulação de prazo maior do que aquele fixado pelo autor caberia nos casos de litisconsórcio necessário
pelo constituinte como adequado para a comprovação de (art. 47, parágrafo único, do CPC) ou se efetivamente
experiência jurídica pelo candidato ao cargo de juiz. Registrou- ilegítima a parte tida por ré, ressalvadas as situações
se, ademais, que, na espécie, demonstrou o recorrente que excepcionais. A Min. Nancy Andrighi (vencida) entendia
ficou comprovada a exigência editalícia de inscrição na OAB válida a citação porque, ao final, é proveniente da vontade
pelo prazo mínimo de cinco anos, uma vez que cumpriu um das partes. REsp 1.133.706-SP, Rel. Min. Massami Uyeda,
período de quatro anos e nove meses de inscrição na OAB julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465 – 3ª Turma)
como advogado e de um ano e dez meses como estagiário,
ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE
num total de seis anos e cinco meses de inscrição na aludida
entidade. Precedente citado do STF: ADI 2.204-MT, DJ Trata-se de REsp em que se discute a possibilidade de o
recorrente (um dos genitores) demandado em ação de
2/2/2001. RMS 25.460-PB, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 17/3/2011. (Informativo 466 – 6ª Turma) alimentos poder chamar o outro (no caso, a genitora) a
integrar o polo passivo da referida ação. A Turma proveu o
FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO recurso ao entendimento de que a obrigação alimentar é de
responsabilidade dos pais e, na hipótese de a genitora dos
RECURSO REPETITIVO. REMESSA NECESSÁRIA. autores da ação de alimentos também exercer atividade
LEI N. 10.352/2001 remunerada, é juridicamente legítimo que seja chamada a
A Corte Especial, ao julgar o recurso sob o regime do art. 543- compor o polo passivo do processo para ser avaliada a sua
C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, afirmou que a incidência condição econômico-financeira para assumir, em conjunto
do duplo grau de jurisdição obrigatório é de rigor quando a com o genitor, a responsabilidade pela manutenção dos

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filhos maiores e capazes. Ressaltou-se que, além da contido na Súm. n. 7-STJ. Anote-se, por fim, que devem ser
transmissibilidade, reciprocidade, impenhorabilidade e aplicados desde a citação os juros moratórios no patamar de
imprescritibilidade, é também importante característica da 0,5% ao mês até 10/1/2003 (art. 1.062 do CC/1916) e no de
obrigação alimentar a divisibilidade. Desse modo, os pais, 1% ao mês a partir do dia 11 daquele mês e ano (art. 406 do
salvo na hipótese de qualquer deles estar na condição de CC/2002), pois se cuida de responsabilidade contratual.
guardião de filhos menores, devem responder pelos alimentos, Precedentes citados: REsp 846.455-MS, DJe 22/4/2009;
arcando cada qual com parcela compatível às próprias REsp 1.764-GO, DJ 19/9/1994; REsp 603.984-MT, DJ
possibilidades. Dessarte, nada mais razoável, na espécie, que, 16/11/2004; AgRg no Ag 922.390-SP, DJe 7/12/2009; EDcl
somente a partir da integração dos pais no polo passivo da no AgRg nos EDcl no REsp 1.096.560-SC, DJe 26/11/2009;
demanda, possa melhor ser aferida a capacidade de assunção REsp 721.091-SP, DJ 1º/2/2006; REsp 327.382-RJ, DJ
do encargo alimentício em quotas proporcionais aos recursos 10/6/2002; EDcl no REsp 671.964-BA, DJe 31/8/2009, e
financeiros de cada um. Assim, reconheceu-se a plausibilidade AgRg no Ag 915.165-RJ, DJe 20/10/2008. REsp 971.721-RJ,
jurídica do pleito em questão, porquanto, embora se possa Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/3/2011.
inferir do texto do art. 1.698 do CC/2002, norma de natureza (Informativo 466 – 4ª Turma)
especial, que o credor de alimentos detém a faculdade de
ajuizar ação apenas contra um dos coobrigados, não há óbice DIREITO PROCESSUAL CIVIL
legal a que o demandado exponha, de forma circunstanciada, PENHORA ONLINE. CONTA-CORRENTE
a arguição de não ser o único devedor e, por conseguinte, CONJUNTA
adote a iniciativa de chamamento de outro potencial devedor
A Turma entendeu que é possível a penhora online do saldo
para integrar a lide. REsp 964.866-SP, Rel. Min. João Otávio total de conta-corrente conjunta para garantir a execução
de Noronha, julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465 – 4ª
fiscal, ainda que apenas um dos correntistas seja o
Turma)
responsável pelo pagamento do tributo. Salientou-se que os
RESPONSABILIDADE. ADMINISTRADORA. titulares da conta são credores solidários dos valores nela
SHOPPING POPULAR depositados, solidariedade estabelecida pela própria vontade
A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, entendeu deles no momento em que optam por essa modalidade de
que, no caso, a administradora (recorrente) de shopping depósito. Com essas considerações, negou-se provimento
popular é responsável pelos atos ilícitos praticados pelos ao recurso especial do ex-marido da devedora, com quem
lojistas locatários dos espaços localizados no aludido centro ela mantinha a conta-corrente. Precedente citado do TST:
comercial – comercialização de produtos falsificados das AIRR 229140-84.2008.5.02.0018, DJe 3/2/2011. REsp
marcas recorridas. Segundo o Min. Relator, a base fática do 1.229.329-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
acórdão recorrido evidenciou não se tratar de atividade normal 17/3/2011. (Informativo 466 – 2ª Turma)
de shopping center: a recorrente não atuava como mera INDENIZAÇÃO. CONEXÃO. ACIDENTE. TRÂNSITO
administradora, mas permitia e incentivava a prática ilícita, Discute-se, no REsp, a possibilidade de conexão de ações
fornecendo condições para o prosseguimento e indenizatórias ajuizadas pelo condutor e passageiro de
desenvolvimento da contrafação; daí, portanto, decorreria sua motocicleta vitimados em acidente de trânsito, sendo que um
culpa in omittendo e in vigilando. REsp 1.125.739-SP, Rel. faleceu e o outro ficou lesionado. Assim, é presumível que a
Min. Sidnei Beneti, julgado em 3/3/2011. (Informativo 465 – 3ª vítima lesionada necessite de apuração da extensão dos
Turma) seus danos, o que demanda prova específica. Entretanto,
INDENIZAÇÃO. ACIDENTE AÉREO. FOTÓGRAFO para a Min. Relatora, existe um liame causal entre os
O recorrente, fotógrafo profissional especializado em fotos processos, considerando que há identidade entre as causas
aéreas, ajuizou ação de danos materiais e morais contra a de pedir; assim as ações devem ser declaradas conexas,
recorrida, sociedade empresária de táxi aéreo, ao fundamento evitando-se decisões conflitantes. Destaca que, apesar de o
de que, em razão da queda do helicóptero em que se art. 103 do CPC suscitar várias divergências acerca de sua
encontrava, sofreu fraturas e danos psicológicos que o interpretação, a jurisprudência deste Superior Tribunal afirma
impossibilitaram de exercer seu ofício por mais de 120 dias e o que, para caracterizar a conexão na forma definida na lei,
impediram de retomar os trabalhos de fotografia aérea. Nesse não é necessário que se cuide de causas idênticas quanto
contexto, faz jus o recorrente ao recebimento de lucros aos fundamentos e objetos, mas basta que elas sejam
cessantes, visto que comprovadas a realização contínua da análogas, semelhantes, porquanto a junção das demandas
atividade e a posterior incapacidade absoluta de exercê-la no seria para evitar a superveniência de julgamentos díspares
período de convalescência. Contudo, apesar de a com prejuízos ao próprio Judiciário como instituição.
jurisprudência propalar que o lucro cessante deve ser Também observa que a Segunda Seção posicionou-se no
analisado de forma objetiva, a não admitir mera presunção, sentido de que se cuida de discricionariedade relativa,
nos casos de profissionais autônomos, esses lucros são condicionada à fundamentação que a justifique. Ressalta
fixados por arbitramento na liquidação de sentença e devem ainda que, em precedente de sua relatoria na Segunda
ter como base os valores que a vítima, em média, costumava Seção, afirmou que o citado artigo limita-se a instituir os
receber. Já a revisão das conclusões das instâncias ordinárias requisitos mínimos de conexão, cabendo ao juiz, em cada
de que a redução da capacidade laboral (25% conforme laudo) caso, aquilatar se a adoção da medida mostra-se criteriosa,
não o impediria de exercer seu ofício, mesmo que não mais consentânea com a efetividade da Justiça e a pacificação
realize fotografias aéreas em razão, como alega, do trauma social. Precedentes citados: CC 113.130-SP, DJe 3/12/2010,
psicológico sofrido, não há como ser feita sem desprezar o e REsp 605.120-SP, DJ 15/6/2006. REsp 1.226.016-RJ, Rel.

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Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/3/2011. (Informativo 466 – exclusividade conferida ao registro quando esse privilégio
3ª Turma) implicar a intimidação da concorrência, de modo a impedi-la
de exercer suas atividades industriais e explorar o mesmo
DIREITO EMPRESARIAL segmento mercadológico. Registrou-se, por fim, que o
LOCAÇÃO COMERCIAL. TRESPASSE tribunal a quo, ao confirmar a tese de que não é possível
Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento cumulada conferir exclusividade ao titular de registro de marca fraca ou
com ação de cobrança dos aluguéis; o primitivo locador evocativa, não divergiu da jurisprudência deste Superior
realizou a cessão do fundo de comércio a terceiros Tribunal sobre a matéria, valendo ressaltar que o
(trespasse), o que, a seu ver, exonerá-lo-ia da reconhecimento de violação de literal disposição de lei
responsabilidade por ulteriores débitos locatícios em razão da somente se dá quando dela se extrai interpretação
inaplicabilidade do art. 13 da Lei n. 8.245/1991 aos contratos desarrazoada, o que não ocorreu no caso. REsp 1.166.498-
de locação comercial. Apesar da relevância do trespasse para RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/3/2011.
o fomento e facilitação dos processos produtivos e como (Informativo 466 – 3ª Turma)
instrumento para a realização do jus abutendi (o poder de PROCESSO EMPRESARIAL
dispor do estabelecimento comercial), ele está adstrito a
certos limites. O contrato locatício, por natureza, reveste-se de AÇÃO. LOCUPLETAMENTO. JUROS MORATÓRIOS
pessoalidade, pois são sopesadas as características Quando a cártula é atingida pela prescrição, ela não pode
individuais do futuro inquilino ou fiador (capacidade financeira ser mais exigida pela via executiva, contudo o ordenamento
e idoneidade moral), razão pela qual a alteração deles não jurídico garante a seu portador o manuseio da ação de
pode dar-se sem o consentimento do proprietário do imóvel. locupletamento, com a possibilidade de reaver o que supõe
Assim, não há como entender que o referido artigo da Lei do devido a fim de que não haja o enriquecimento sem causa
Inquilinato não possa ser aplicado às locações comerciais, do devedor. Naquela ação, a discussão é restrita ao dano
visto que, ao prevalecer o entendimento contrário, tal qual sofrido e ao ganho indevido sem que se perquiram os efeitos
pretendido pelo recorrido, o proprietário do imóvel estaria à cambiais ordinários da cártula, pois o valor devido será
mercê do inquilino, que, por sua conveniência, imporia ao apurado na própria ação. Daí não se poder falar em
locador honrar o contrato com pessoa diversa daquela obrigação líquida e vencida, pois o título de crédito passa a
constante do instrumento, que pode não ser apta a cumprir o ser, no procedimento ordinário, a prova indiciária da
avençado por não possuir as qualidades exigidas pelo existência do prejuízo. Dessarte, os respectivos juros
proprietário. Assim, a modificação, de per si, de um dos polos moratórios devem ser contados a partir da citação, tal como
do contrato de aluguel motivada pela cessão do fundo do ocorre no procedimento monitório. Precedentes citados:
comércio fere o direito de propriedade do locador e a própria REsp 554.694-RS, DJ 24/10/2005; AgRg no REsp
liberdade de contratar, quanto mais não sendo permitido o 1.040.815-GO, DJe 10/6/2009; AgRg no Ag 979.066-RJ, DJe
fomento econômico à custa do direito de propriedade alheio. 19/8/2010, e AgRg no Ag 1.276.521-MG, DJe 25/6/2010.
Dessarte, o juiz deve reapreciar a inicial ao considerar REsp 299.827-RJ, Rel. Min. Vasco Della Giustina
aplicável o disposto no art. 13 da Lei n. 8.245/1991 ao contrato (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em
de locação comercial. REsp 1.202.077-MS, Rel. Min. Vasco 1º/3/2011. (Informativo 465 – 3ª Turma)
Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado
em 1º/3/2011. (Informativo 465 – 3ª Turma) AÇÃO MONITÓRIA. ILEGITIMIDADE
Trata-se de REsp decorrente de ação monitória ajuizada
PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA FRACA OU pelos recorridos em desfavor do banco recorrente com o
EVOCATIVA objetivo de que lhes fossem devolvidos os valores relativos
Trata-se de REsp oriundo de ação de nulidade de registro de aos depósitos e às aplicações financeiras por eles realizados
marca proposta pela recorrente em desfavor da recorrida, com numa cooperativa de crédito rural. Segundo os recorridos,
o fim de obter a nulidade do registro de marca comercial que tais quantias estariam depositadas no banco recorrente,
entendia colidir com a que já utilizava há aproximadamente 22 dada sua condição de instituição bancária que administra o
anos. A pretensão foi acolhida em primeiro grau com fluxo financeiro do sistema de cooperativas ao qual está
fundamento no art. 124, XIX, da Lei n. 9.279/1996 (nova Lei de vinculada a referida cooperativa, que, na época dos fatos,
Propriedade Industrial – LPI), o qual teria sido violado ao ser vale ressaltar, encontrava-se sob o regime de liquidação
aceito o referido registro no Instituto Nacional de Propriedade extrajudicial. Nesta instância especial, diversamente do que
Industrial (INPI). A sentença, contudo, foi reformada pelo entenderam as instâncias ordinárias, assentou-se que não
tribunal a quo, que entendeu, entre outras questões, ser existe solidariedade entre bancos e cooperativas pelos
possível a convivência pacífica entre as marcas. A Turma serviços que estas prestam a seus cooperados. A
negou provimento ao recurso sob o entendimento de que responsabilidade dos bancos, notadamente os cooperativos,
marcas fracas ou evocativas, que constituem expressão de restringe-se à prestação dos serviços efetuados para as
uso comum, de pouca originalidade ou de forte atividade cooperativas e não para os associados. Existe apenas uma
criativa podem coexistir harmonicamente, sendo descabida relação jurídica entre banco e cooperativa e nenhuma entre
qualquer alegação de notoriedade ou anterioridade de registro, banco e cooperado. Ademais, a solidariedade não se
com o intuito de assegurar o uso exclusivo da expressão de presume, decorre de lei ou de vontade das partes, o que não
menor vigor inventivo. Consignou-se, ainda, que marcas de é o caso. Assim, entendeu-se que, na hipótese, deve ser
convivência possível não podem se tornar oligopólios, reconhecida a ilegitimidade do banco recorrente para figurar
patrimônios exclusivos de um restrito grupo empresarial, no polo passivo da referida ação monitória, cabendo,
devendo o Judiciário reprimir a utilização indevida da portanto, à cooperativa de crédito responder pelos prejuízos

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a que deu causa, até porque foi com ela que os recorridos fundamentos do contribuinte. Diante do exposto, a Turma
efetivamente contrataram. Com essas considerações, entre deu provimento ao recurso do contribuinte para determinar
outras, a Turma deu provimento ao recurso e, com base no que o tribunal a quo proceda a novo julgamento da apelação
art. 267, VI, do CPC, julgou extinta a ação monitória proposta nos termos do art. 515, §§ 1º e 2º, do CPC. Precedentes
contra o recorrente, invertendo-se os ônus sucumbenciais. citados: REsp 246.776-SP, DJ 26/6/2000; REsp 232.116-SP,
REsp 1.173.287-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 15/10/2001, e REsp 824.430-PR, DJ 1º/2/2007. REsp
julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465 – 4ª Turma) 1.125.039-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
1º/3/2011. (Informativo 465 – 2ª Turma)
DIREITO TRIBUTÁRIO
ICMS. LANÇAMENTO. CIRCULAÇÃO.
EMBARGOS. EXECUÇÃO. TERMO A QUO COMBUSTÍVEL
O STJ já decidiu, em recurso repetitivo, que o termo a quo
A autoridade fazendária apreendeu diversos documentos na
para opor embargos à execução fiscal é contado a partir da
sede da sociedade empresária recorrente (produtora de
data da efetiva intimação da penhora, o que não afasta a solventes): planilhas de controle de produção, livros
proposição de que a fluência do aludido prazo reclama a relatórios de turnos e comprovantes de saída de carga
confirmação de que foi efetivamente garantido o juízo. No
especial. Eles evidenciaram a ocorrência de várias
entanto, o § 1º do art. 16 da Lei n. 6.830/1980 (Lei de
irregularidades, tais como, saída de mercadoria sem
Execuções Fiscais – LEF) preceitua que não são admissíveis
documentação fiscal, reaproveitamento de notas fiscais,
embargos do executado antes de garantida a execução. saída para destinatários falsos, venda de mercadorias
Assim, no caso, havendo pendência judicial acerca da
falsificadas com ou sem notas fiscais e omissão de registros
efetivação da penhora por discordância sobre a res passível das saídas. Assim, segundo consta do acórdão recorrido, a
de constrição, fica impedida a inauguração do termo a quo do
autoridade fazendária efetuou o lançamento pela circulação
prazo para embargos, justificando-se a fluência do prazo para de combustível embasada nos documentos e depoimentos
embargar a partir da intimação da decisão que aceitou o
acostados aos autos, servindo-se de pareceres técnicos
seguro-garantia em substituição à penhora de créditos do
firmados por engenheiro químico (alega-se que ele não teria
devedor, por caracterizar a data em que se considerou
registro no Conselho Regional de Química) apenas como
efetivada a penhora e, a fortiori, garantida a execução. Com auxiliares da autuação e não como cerne para o lançamento.
essas ponderações, a Turma manteve o acórdão recorrido que
Nesse contexto, a exclusão dos pareceres não causaria, por
entendeu pela tempestividade dos embargos opostos no
si só, o afastamento da exigibilidade do lançamento
trintídio posterior à intimação da referida decisão. Precedente efetuado, pois o acórdão revelou, como dito, tratar-se de
citado: REsp 1.112.416-MG, DJe 9/9/2009. REsp 1.126.307-
apenas um dos elementos de convicção da autoridade fiscal
MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465
para a feitura do ato administrativo; modificar essa conclusão
– 1ª Turma)
demandaria não só o revolvimento do acervo fático-
EXECUÇÃO FISCAL. EFEITO TRANSLATIVO. probatório, mas também a mensuração da importância dos
APELAÇÃO pareceres diante dos outros elementos da prova, o que é
Em embargos à execução fiscal, a autora (recorrente) apontou expressamente vedado pela Súm. n. 7-STJ. Não prospera,
mais de um fundamento para a nulidade da execução, mas a também, o argumento de que o acórdão recorrido violou o
sentença, ao julgá-los, só se baseou em um deles para anular art. 142 do CTN por desconsiderar que a planta industrial da
a certidão de dívida ativa. Agora, no REsp, a recorrente alega recorrente não poderia produzir gasolina; pois, ao final,
que, como houve apelação da Fazenda estadual julgada aquele aresto concluiu, com lastro na prova, que o fato
procedente, o TJ deveria ter apreciado todos os pedidos e as gerador do ICMS não se limitou à circulação de gasolina tipo
questões suscitadas nos autos, ainda que não apontados nas A, visto que se refere à circulação de petróleo ou
contrarrazões. Para o Min. Relator, não se pode exigir que combustível, e a modificação dessa conclusão incidiria
todas as matérias sejam abordadas em contrarrazões de também no óbice da Súm. n. 7-STJ. Precedentes citados:
apelação, visto existirem determinadas situações em que há REsp 1.085.466-SC, DJe 4/6/2009, e REsp 3.707-CE, DJ
falta de interesse para a parte impugná-las expressamente, 18/8/1997. REsp 1.224.019-RS, Rel. Min. Humberto Martins,
como no caso dos autos, cujos embargos à execução fiscal julgado em 15/3/2011. (Informativo 466 – 2ª Turma)
foram julgados procedentes em primeiro grau de jurisdição. DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ademais, em função do efeito translativo dos recursos, a
apelação devolve obrigatoriamente ao tribunal o conhecimento PRISÃO PREVENTIVA. ATUAÇÃO. ORGANIZAÇÃO
de todos os fundamentos do pedido, ainda que eles não CRIMINOSA
tenham sido deduzidos nas contrarrazões. A translação ocorre A Turma entendeu que a necessidade de paralisar ou reduzir
em relação às matérias de ordem pública, bem como nas as atividades de organizações criminosas é fundamento
hipóteses autorizadas pelo art. 515, §§ 1º e 2º, do CPC. Por válido à manutenção da prisão preventiva por se enquadrar
conta desse efeito é que, no caso, quando os embargos à no conceito de garantia da ordem pública, razão pela qual
execução fiscal trouxeram mais de um fundamento para sua denegou a ordem de habeas corpus. Na espécie, ressaltou a
nulidade e o juiz só acolheu um deles para julgá-los Min. Relatora haver indícios de que o paciente faz parte de
procedentes, a apelação interposta pela Fazenda Pública um grupo especializado na prática reiterada de estelionatos.
devolveu ao tribunal a quo todos os argumentos do Precedentes citados do STF: HC 95.024-SP, DJe 20/2/2009;
contribuinte formulados desde o início do processo. Assim, HC 92.735-CE, DJe 9/10/2009; HC 98.968-SC, DJe
ainda que aquele tribunal julgue procedente a apelação da 23/10/2009; do STJ: HC 113.470-MS, DJe 22/3/2010, e RHC
Fazenda Pública, não poderia deixar de apreciar também os

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26.824-GO, DJe 8/3/2010. HC 183.568-GO, Rel. Min. Laurita COMPETÊNCIA. EXTORSÃO. CONSUMAÇÃO
Vaz, julgado em 1º/3/2011. (Informativo 465 – 5ª Turma) A quaestio juris consistiu em saber se a competência para
apurar suposto crime de extorsão na modalidade de
COMPETÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA comunicação por telefone de falso sequestro com exigência
Trata-se de habeas corpus em que se discute a competência de resgate por meio de depósito bancário seria o juízo do
para o processamento e julgamento de crimes dolosos contra local onde a vítima teria sofrido a ameaça por telefone e
a vida em se tratando de violência doméstica. No caso, cuida-
depositado a quantia exigida ou aquele onde está situada a
se de homicídio qualificado tentado. Alega a impetração sofrer
agência bancária da conta beneficiária do valor extorquido.
o paciente constrangimento ilegal em decorrência da decisão
Para a Min. Relatora, como a extorsão é delito formal,
do tribunal a quo que entendeu competente o juizado especial
consuma-se no momento e no local em que ocorre o
criminal para processar e julgar, até a fase de pronúncia, os
constrangimento para que se faça ou se deixe de fazer
crimes dolosos contra a vida praticados no âmbito familiar. A alguma coisa (Súm. n. 96-STJ). Assim, o local em que a
Turma concedeu a ordem ao entendimento de que, consoante vítima foi coagida a efetuar o depósito mediante ameaça por
o disposto na própria lei de organização judiciária local (art. 19
telefone é onde se consumou o delito. Por isso, aquele é o
da Lei n. 11.697/2008), é do tribunal do júri a competência
local em que será processado e julgado o feito
para o processamento e julgamento dos crimes dolosos contra independentemente da obtenção da vantagem indevida, ou
a vida, ainda que se trate de delito cometido no contexto de
seja, da efetivação do depósito ou do lugar onde se situa a
violência doméstica. Precedentes citados: HC 163.309-DF,
agência da conta bancária beneficiada. Com esse
DJe 1º/2/2011, e HC 121.214-DF, DJe 8/6/2009. HC 145.184- entendimento, a Seção declarou competente o juízo
DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 3/3/2011. (Informativo suscitado. Precedentes citados: REsp 1.173.239-SP, DJe
465 – 5ª Turma)
22/11/2010; AgRg no Ag 1.079.292-RJ, DJe 8/2/2010, e CC
COMPETÊNCIA. FURTO. LOCAL. ADMINISTRAÇÃO 40.569-SP, DJ 5/4/2004. CC 115.006-RJ, Rel. Min. Maria
MILITAR Thereza de Assis Moura, julgado em 14/3/2011. (Informativo
In casu, houve um furto de bem móvel (aparelho de som) nas 466 – 3ª Seção)
dependências de local sob a administração militar do Exército TRÁFICO. DROGAS. REGIME PRISIONAL
Brasileiro, a saber, em delegacia de serviço militar, no entanto A Turma denegou a ordem de habeas corpus, com ressalva
o aparelho furtado é de propriedade privada, pois pertence a do ponto de vista pessoal de alguns Ministros, firmando o
um capitão que, na época do delito, ali trabalhava. Anotou a entendimento de que o delito de tráfico de entorpecentes,
Min. Relatora que, na espécie, não se apura a invasão do local por ser equiparado aos crimes hediondos segundo expressa
da unidade militar, apura-se tão somente o furto do aparelho disposição constitucional, sujeita-se ao tratamento
de som praticado por civil, sendo que o bem furtado também dispensado a esses crimes. Ademais, com o advento da Lei
não pertence ao patrimônio público sob administração militar, n. 11.464/2007, que deu nova redação ao § 1º do art. 2º da
mas a particular; assim, embora a vítima seja militar, não Lei n. 8.072/1990 (crimes de tráfico), ficou estabelecida a
incidiria nenhuma das hipóteses previstas no art. 9º, I e III, do obrigatoriedade do regime inicial fechado para os crimes ali
Código Penal Militar (CPM). Nessas circunstâncias, não houve previstos. Assim, o regime inicial fechado para o desconto
crime militar, visto que o delito não atingiu as instituições das penas impostas por desrespeito ao art. 33 da Lei n.
militares, única hipótese apta a caracterizar o crime militar no 11.343/2006, nos termos da alteração trazida pela Lei n.
caso concreto.Trata-se, na verdade, de crime comum, em que 11.464/2007, é imposição legal que independe da
a competência para processar e julgar o feito é do juízo de quantidade de sanção imposta e de eventuais condições
direito criminal que, nos autos, é o suscitado. Precedente pessoais favoráveis do réu. O Min. Relator ressaltou ainda
citado do STF: CJ 6.718-RJ, DJ 1º/7/1988. CC 115.311-PA, que, no caso, o fato delituoso é posterior ao advento da nova
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em redação do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos, já que foi
14/3/2011. (Informativo 466 – 3ª Seção) praticado em 29/6/2008, e os pacientes foram condenados,
DETRAÇÃO. CÔMPUTO. PERÍODO ANTERIOR respectivamente, às penas de quatro anos, três meses e 20
A Turma reiterou o entendimento de que se admite a detração dias de reclusão e quatro anos e dois meses de reclusão em
por prisão ocorrida em outro processo, desde que o crime pelo regime inicialmente fechado pela prática do delito previsto no
qual o sentenciado cumpre pena tenha sido praticado art. 33 da Lei n. 11.343/2006. Precedente citado: REsp
anteriormente à prisão cautelar proferida no processo do qual 1.193.080-MG, DJe 16/11/2010. HC 174.543-SP, Rel. Min.
não resultou condenação. Contudo, nega-se a detração do Gilson Dipp, julgado em 15/3/2011. (Informativo 466 – 5ª
tempo de recolhimento quando o crime é praticado Turma)
posteriormente à prisão provisória, para que o criminoso não TRÁFICO. DROGAS. SUBSTITUIÇÃO. PENA
se encoraje a praticar novos delitos, como se tivesse a seu A Turma concedeu a ordem para assegurar ao paciente a
favor um crédito de pena cumprida. Precedentes citados: RHC substituição da pena privativa de liberdade por pena
61.195-SP, DJ 23/9/1983; do STJ: REsp 878.574-RS, DJ restritiva de direitos, a ser implementada pelo juízo das
29/6/2007; REsp 711.054-RS, DJ 14/5/2007, e REsp 687.428- execuções penais nos termos do art. 44 do CP. É cediço que
RS, DJ 5/3/2007. HC 155.049-RS, Rel. Min. Celso Limongi a vedação da substituição da pena privativa de liberdade por
(Desembargador convocado do TJ-SP), julgado em 1º/3/2011. pena restritiva de direitos constante do art. 44 da Lei n.
(Informativo 465 – 6ª Turma) 11.343/2006 aos apenados pela prática do crime de tráfico
de drogas não subsiste após o Plenário do STF ter
declarado incidentalmente a inconstitucionalidade dos

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termos desse art. 44 que vedavam tal benefício. Precedentes silvestre. Sucede que o juízo de direito do juizado especial,
citados: HC 97.256-RS, DJe 15/5/2008, e HC 106.296-SP, suscitado, encaminhou os autos ao juizado especial federal
DJe 2/8/2010. HC 162.965-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado com fulcro no enunciado da Súm. n. 91-STJ, que foi
em 15/3/2011. (Informativo 466 – 5ª Turma) cancelada pela Terceira Seção deste Superior Tribunal em
8/11/2000, em razão da edição da Lei n. 9.605/1998, já que
DIREITO PENAL o entendimento sumulado tinha como base a Lei n.
INSIGNIFICÂNCIA. VALOR MÁXIMO. AFASTAMENTO 5.197/1967, que até então tratava da proteção à fauna. Após
A Turma afastou o critério adotado pela jurisprudência que o cancelamento da citada súmula, o STJ firmou o
considerava o valor de R$ 100,00 como limite para a aplicação entendimento, em vários acórdãos, de que, quando não há
do princípio da insignificância e deu provimento ao recurso evidente lesão a bens, serviços ou interesse da União,
especial para absolver o réu condenado pela tentativa de furto autarquias ou empresas públicas (art. 109 da CF), compete
de duas garrafas de bebida alcoólica (avaliadas em R$ à Justiça estadual, de regra, processar e julgar crime contra
108,00) em um supermercado. Segundo o Min. Relator, a a fauna, visto que a proteção ao meio ambiente constitui
simples adoção de um critério objetivo para fins de incidência matéria de competência comum à União, aos estados, aos
do referido princípio pode levar a conclusões iníquas quando municípios e ao Distrito Federal (art. 23, VI e VII, da CF).
dissociada da análise do contexto fático em que o delito foi Com esse entendimento, a Seção declarou competente o
praticado – importância do objeto subtraído, condição juízo suscitado. Precedentes citados: AgRg no CC 36.405-
econômica da vítima, circunstâncias e resultado do crime – e MG, DJ 26/9/2005; REsp 499.065-RS, DJ 13/10/2003; AgRg
das características pessoais do agente. No caso, ressaltou no CC 33.381-MS, DJ 7/4/2003; CC 34.081-MG, DJ
não ter ocorrido repercussão social ou econômica com a 14/10/2002; CC 32.722-SP, DJ 4/2/2002, e CC 39.891-PR,
tentativa de subtração, tendo em vista a importância reduzida DJ 15/12/2003. CC 114.798-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de
do bem e a sua devolução à vítima (pessoa jurídica). Assis Moura, julgado em 14/3/2011. (Informativo 466 – 3ª
Precedentes citados: REsp 778.795-RS, DJ 5/6/2006; HC Seção)
170.260-SP, DJe 20/9/2010, e HC 153.673-MG, DJe 8/3/2010. PESCA PREDATÓRIA. PEQUENA QUANTIDADE.
REsp 1.218.765-MG, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA
1º/3/2011. (Informativo 465 – 5ª Turma) Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de réu
DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO denunciado como incurso nas penas do art. 34, parágrafo
A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de único, II, da Lei n. 9.605/1998, uma vez que foi flagrado pela
Trânsito Brasileiro é de perigo abstrato, pois o tipo penal em Polícia Militar de Proteção Ambiental praticando pesca
questão apenas descreve a conduta de dirigir veículo sob a predatória de camarão, com a utilização de petrechos
influência de álcool acima do limite permitido legalmente, proibidos em período defeso para a fauna aquática e sem
sendo desnecessária a demonstração da efetiva autorização dos órgãos competentes. Postula o paciente a
potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz atipicidade da conduta com a aplicação do princípio da
indícios concretos de que o paciente foi flagrado conduzindo insignificância, visto que pescara aproximadamente quatro
veículo automotor e apresentando concentração de álcool no kg de camarão, que foram devolvidos ao habitat natural. A
sangue superior ao limite legal, fato que sequer é impugnado Turma denegou a ordem com o entendimento de que a
pelo impetrante, não restando caracterizada a ausência de quantidade de pescado apreendido não desnatura o delito
justa causa para a persecução penal do crime de embriaguez descrito no art. 34 da Lei n. 9.605/1998, que pune a
ao volante. Logo, a Turma denegou a ordem. Precedentes atividade durante o período em que a pesca seja proibida,
citados: HC 140.074-DF, DJe 22/2/2010, e RHC 26.432-MT, exatamente como no caso, ou seja, em época da reprodução
DJe 14/12/2009. HC 175.385-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, da espécie e com utilização de petrechos não permitidos
julgado em 17/3/2011. (Informativo 466 – 5ª Turma) (parágrafo único, II, do referido artigo). Há interesse estatal
na repreensão da conduta em se tratando de delito contra o
ROUBO ARMADO. DISPAROS. COAUTORIA meio ambiente, dada sua relevância penal, tendo a CF
A Turma entendeu, entre outras questões, que o paciente destinado um capítulo inteiro à sua proteção. HC 192.696-
condenado por roubo armado seguido de morte responde SC, Rel Min. Gilson Dipp, julgado em 17/3/2011. (Informativo
como coautor, ainda que não tenha sido o responsável pelos 466 – 5ª Turma)
disparos que resultaram no óbito da vítima. Na espécie, ficou
demonstrado que houve prévio ajuste entre o paciente e os DIREITO DO CONSUMIDOR
outros agentes, assumindo aquele o risco do evento morte. CONSUMIDOR. DIREITO À INFORMAÇÃO
Precedentes citados: REsp 622.741-RO, DJ 18/10/2004; REsp A questão posta no REsp cinge-se em saber se, a despeito
418.183-DF, DJ 4/8/2003, e REsp 2.395-SP, DJ 21/5/1990. de existir regulamento classificando como "sem álcool"
HC 185.167-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em cervejas que possuem teor alcoólico inferior a meio por
15/3/2011. (Informativo 466 – 5ª Turma)
cento em volume, seria dado à sociedade empresária
DIREITO AMBIENTAL recorrente comercializar seu produto, possuidor de
0,30g/100g e 0,37g/100g de álcool em sua composição,
COMPETÊNCIA. CRIME. FAUNA fazendo constar do seu rótulo a expressão "sem álcool". A
Trata-se de conflito negativo de competência para processar e Turma negou provimento ao recurso, consignando que,
julgar o crime tipificado no art. 29, § 1º, III, da Lei n. independentemente do fato de existir norma regulamentar
9.605/1998 em razão de apreensão em residência de que classifique como sendo "sem álcool" bebidas cujo teor
oryzoborus angolensis (curió), espécime que pertence à fauna alcoólico seja inferior a 0,5% por volume, não se afigura

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plausível a pretensão da fornecedora de levar ao mercado S/A de indenizar Irene Romagna, cliente que pleiteava
cerveja rotulada com a expressão "sem álcool", quando essa indenização por danos morais devido ao atraso no
substância encontra-se presente no produto. Ao assim atendimento em agência bancária.
proceder, estaria ela induzindo o consumidor a erro e, O fato aconteceu em maio de 2009, quando Irene se dirigiu
eventualmente, levando-o ao uso de substância que ao estabelecimento para quitar faturas. Ela esperou 30
acreditava inexistente na composição do produto e pode minutos para ser atendida, mas a lei municipal estipula 20
revelar-se potencialmente lesiva à sua saúde. Destarte, minutos como tempo máximo de espera.
entendeu-se correto o tribunal a quo, ao decidir que a O banco alegou que os fatos não passam de mero
comercialização de cerveja com teor alcoólico, ainda que desconforto e que isso não revela dano moral passível de
inferior a 0,5% em cada volume, com informação ao reparação.
consumidor, no rótulo do produto, de que se trata de bebida Para o relator do processo, desembargador Eládio Torret
sem álcool vulnera o disposto nos arts. 6º e 9º do CDC ante o Rocha, é imprescindível que a lesão moral apresente certa
risco à saúde de pessoas impedidas do consumo. REsp magnitude, de modo a não configurar simples desconforto.
1.181.066-RS, Rel. Min. Vasco Della Giustina "Não há falar, na hipótese, em ato ilícito passível de
(Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 15/3/2011. reparação por lesão moral, na medida em que a espera em
(Informativo 466 – 3ª Seção) uma fila de banco, ainda que demasiada, indesejável e
irritante como aconteceu com a apelante, não caracteriza,
Fonte: Site oficial do Superior Tribunal de Justiça por si só, dano anímico, tanto mais porque se trata de
(Informativos 465 e 466) situação que, via de regra, revela incômodo, enfado ou
dissabor, circunstâncias tão comuns, infelizmente, da
NOTÍCIAS JURÍDICAS complexa, competitiva, insensível, opressora e por vezes
excludente sociedade dos nossos dias", afirmou o
HOMEM DEVE INDENIZAR EX-MULHER POR XINGÁ- magistrado. A decisão foi unânime. Apelação Cível n.
LA EM AMBIENTE DE TRABALHO 2010.073390-4
Um homem foi condenado a indenizar a ex-mulher por xingá- Fonte: Jornal Jurídico – 17/03/11
la em seu ambiente de trabalho. A decisão da juíza do 2º
Juizado Especial Cível de Ceilândia foi confirmada pela 1ª
CACHORRO BARULHENTO DEVERÁ SER
Turma Recursal dos Juizados Especiais e não cabe mais RETIRADO DE CONDOMÍNIO
recurso. A 35ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de
A autora contou que tem uma filha de 4 anos com o ex- São Paulo manteve liminar da 3ª Vara Cível de Araraquara
marido e que é tutora da criança. Ele teria ido buscar a filha na determinando que a moradora de um condomínio retire seu
casa da autora, enquanto esta estava dando plantão como cachorro do apartamento. A ação foi proposta pela vizinha
auxiliar de enfermagem no Hospital São Vicente de Paula. sob a alegação de que o cachorro, da raça Fox Terrier, late
Segundo a autora, o réu telefonou pra ela reclamando que a constantemente, causando perturbação.
filha estava suja e com o nariz escorrendo, devido a uma De acordo com o voto do relator do recurso, Manoel
gripe. Posteriormente, o ex-marido teria ido ao local de Justino Bezerra Filho, embora o regulamento do condomínio
trabalho da autora, muito exaltado, e pronunciado em tom alto permita animais de pequeno porte nos apartamentos, esse
e agressivo xingamentos a ela, como "vagabunda" e "cretina". direito pode ser exercido desde que não prejudique o
O réu contestou, afirmando que, no dia de seu aniversário, sossego dos demais condôminos. Além disso, o laudo
quando foi buscar a filha, a criança estava com febre, com o pericial que avaliou os ruídos produzidos pelo animal
rosto sujo, despenteada e com uma roupa de quando tinha constatou que o barulho era praticamente ininterrupto e
dois anos de idade, o que arruinou sua programação. Ele estava acima do permitido pela norma vigente.
afirmou que ligou para autora, que teria gritado com ele o ―Há elementos indicativos de perturbação do sossego
desrespeitado. Alegou que, quando foi ao hospital, ele e a público e, especialmente do direito à tranquilidade que tem a
autora estavam no estacionamento e não havia ninguém por vizinha, o que em princípio, justifica a concessão da tutela
perto. concedida‖, afirma Manoel Justino. Caso a decisão seja
Na sentença, a juíza afirmou que, embora o réu tivesse se descumprida, a dona do animal deverá pagar multa diária de
decepcionado com a situação da filha, isso não seria suficiente R$ 700.
para xingar a autora. A magistrada se baseou em testemunhos Também participaram do julgamento, que ocorreu no
de funcionários do hospital que presenciaram o ocorrido e último dia 14, os desembargadores José Malerbi e Mendes
confirmaram a agressão verbal à autora. Gomes.
"A agressividade do réu, na escolha de palavras Fonte: Jornal Jurídico – 23/03/11
desabonadoras da honra e imagem da autora, desrespeitando CANDIDATO NÃO É OBRIGADO A FICAR EM CASA
suas qualidades morais, foi um tanto perigosa e daninha à AGUARDANDO CONVOCAÇÃO DE CONCURSO
sociedade", afirmou a juíza. A magistrada condenou o réu a
O Tribunal de Justiça determinou que Alex Fazzini Costa,
indenizar a autora em R$ 1.000,00 por danos morais. aprovado em 6º lugar no Concurso Público n. 1/2006 para o
Fonte: Jornal Jurídico – 16/03/11
cargo de engenheiro de vendas júnior na Companhia de Gás
DISSABOR COTIDIANO TÍPICO DE SOCIEDADE de Santa Catarina - SCGÁS, seja novamente convocado
COMPETITIVA NÃO ENSEJA DANO MORAL para contratação.
A 4ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça confirmou O autor sustentou que, no momento da abertura da vaga,
sentença da comarca de Criciúma e isentou o Banco do Brasil não teve oportunidade de assumi-la, pois o envio da

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correspondência - o edital previa que o candidato seria serviço frustrou a cliente que filmaria a apresentação de sua
convocado por intermédio do correio - teria ocorrido de forma filha com a bailarina Ana Botafogo.
irregular. SCGÁS, em contestação, afirmou que houve três Em 13 de novembro de 2008, Andréa comprou da
tentativas de encontrar Alex em sua residência para a entrega empresa, via internet, um aparelho MP3, bolsa academia,
da correspondência, todas malsucedidas. cartão memória de 2GB, carregador de bateria, câmara
“A considerar que não se pode esperar que o candidato fique digital e filmadora multilaser. Os produtos seriam entregues
eternamente em casa aguardando ser convocado [...] mostra- em até 10 dias, ou seja, até o dia 23. A autora adquiriu a
se evidente que a apelante não poderia simplesmente multilaser e a câmara fotográfica especialmente para a
conformar-se com a notificação havida e dela extrair a gravação do evento, em 29 de novembro.
suposição de que o recorrido restaria desinteressado na De acordo com os autos, os produtos não foram entregues
convocação”, considerou o relator da matéria, desembargador no prazo, o que levou a autora a fazer diversas reclamações
substituto Rodrigo Collaço. nos dias 24, 25 e 26 de novembro de 2008; até que no dia
O magistrado concluiu que o mínimo a se esperar da 27, recebeu mercadorias numa caixa lacrada, mas ao abri-la
empresa é que enviasse nova correspondência ao candidato, descobriu que não tinham relação com as peças adquiridas.
ou até mesmo tentasse entrar em contato com ele por meio de Andrea só conseguiu fazer a troca ao ir diretamente ao
telefone ou e-mail. A 4ª Câmara de Direito Público manteve a depósito da Hermes, no dia da apresentação do balé, e
sentença da comarca da Capital. A votação foi unânime. Ap. mesmo assim, após muita insistência. Alega, inclusive, que
Cív. n. 2010.045457-2. teve de suportar insinuações dos funcionários da ré de que
Fonte: Jornal Jurídico – 24/03/11 estaria mentindo. Em função dos problemas, ela não
conseguiu realizar a filmagem.
GAZE CIRÚRGICA NO ABDÔMEN PERMITE Segundo o desembargador Cláudio Brandão, trata-se de
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL relação de consumo, e a empresa para se afastar do dever
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi de indenizar deve provar que não houve defeito do serviço,
condenada a pagar a quantia de R$ 35 mil por danos morais. fato que não se verificou nos autos. O magistrado também
A Segunda Turma do Tribunal Federal Regional da 5ª Região entendeu presente o dano moral. ―Somente quanto aos juros
(TRF5) negou, nesta terça-feira (22), por unanimidade, a moratórios merece reparo a sentença, já que se tratando de
apelação movida pela Universidade, beneficiando a dona de relação contratual entre as partes litigantes, estes devem
casa Lílian do Nascimento Bezerra, 31 anos, vítima de erro fluir da citação‖, explicou. Processo nº 0417988-
médico decorrente de uma cirurgia realizada em instituição 83.2008.8.19.0001
vinculada a apelante. Fonte: Jornal Jurídico – 24/03/11
A UFRN recorreu a fim de reverter decisão da 5ª Vara da
Seção Judiciária do Rio Grande do Norte, que julgou SECRETARIA RECOMENDA QUE PÃO DE
procedente o pedido de indenização solicitado por Lílian AÇÚCAR VENDA LOJAS
Bezerra. O Juízo da 5ª Vara sentenciou a ré a pagar à dona de A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do
casa o valor de R$ 35 mil, acrescidos de juros de 12% (doze Ministério da Fazenda, recomendou que o Grupo Pão de
por cento) ao ano, contados a partir da data do evento danoso. Açúcar se desfaça de algumas lojas da Casas Bahia ou do
Lílian Bezerra se submeteu a uma cirurgia no abdômen Ponto Frio no Distrito Federal e em cidades do Rio de
realizada pela médica obstetra Maria Suerda Fernandes, Janeiro, de São Paulo e de Goiás. A informação é da
vinculada à UFRN. Na ocasião, uma gaze cirúrgica foi Agência Brasil.
esquecida no corpo da paciente. A compressa passou nove A Seae analisou por quase um ano e meio a compra das
meses no ventre da dona de casa, que sofreu grande duas marcas pelo grupo e agora divulgou o relatório sobre a
desconforto físico e emocional, uma vez que, em decorrência operação. O documento vai subsidiar a análise do Conselho
do material em seu abdômen, foi diagnosticada como Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que dará a
portadora de câncer em fase avançada e com iminente risco palavra final sobre o caso. O Cade também vai receber um
de morte. relatório da Secretaria de Defesa Econômica do Ministério
O relator do processo, desembargador federal Paulo da Justiça.
Gadelha, fundamentou seu voto afirmando que a Universidade Segundo o relatório, a aquisição oferece risco para a
apresentou comportamento negligente para com a apelada. concorrência em 12 localidades: Ceilândia, Planaltina e
Sobre o valor do pagamento, ele comentou que ―a indenização Recanto das Emas, no Distrito Federal; Novo Gama, cidade
por dano moral deve ser quantificada com moderação para goiana no entorno de Brasília; Campos, Nova Iguaçu e São
não se tornar fonte de enriquecimento sem causa”. João de Meriti, no estado do Rio; Guarulhos, Jandira,
APELREEX 4713 (RN) Jundiaí, Praia Grande e Taboão da Serra, em São Paulo.
Fonte: Jornal Jurídico – 24/03/11 Nesses mercados, o órgão avalia ser necessário que as
lojas de pelo menos uma das marcas sejam vendidas.
IMPORTADORA HERMES É CONDENADA POR MÁ O órgão recomendou, ainda, a venda de ativos como
PRESTAÇÃO EM COMPRA VIRTUAL carteira de clientes e cadastros nas cidades listadas. O
O desembargador Cláudio Brandão, da 14ª Câmara Cível do órgão autorizou que a marca com menor participação seja
Tribunal de Justiça do Rio, manteve a condenação da vendida, mas apenas para empresas entrantes ou com
Sociedade Comercial e Importadora Hermes para indenizar menos de 20% de participação no mercado de cada
em R$ 5 mil, por danos morais, Andréa Martins Alves, que localidade.
comprou produtos na loja virtual da empresa, mas recebeu as Outra recomendação é a de que o Cade determine a
mercadorias erradas e fora do prazo. A má prestação do venda de centros de distribuição em três unidades da

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federação: Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. supostamente se beneficiar deste tipo de fraude em
Porém, a Seae não especificou as localidades nem a parcela concurso para o cargo de auditora fiscal da Receita Federal
dos centros de distribuição que devem ser vendidos. —, ajuizou Reclamação no Supremo Tribunal Federal. Ela
Compra pretende ver anulada a Ação Penal que responde por
Em dezembro de 2009, o Grupo Pão de Açúcar anunciou a estelionato, crime previsto no artigo 171, parágrafo 3º, do
compra da Casas Bahia. Anteriormente, o mesmo grupo já Código Penal.
havia comprado cerca de 70% da Globex, controladora do O advogado da servidora diz que ajuizou Habeas Corpus
Ponto Frio. O negócio uniria as operações das duas empresas no Tribunal Regional Federal da 3ª Região pedindo a
com a do Extra Eletro, que pertence ao Pão de Açúcar, sob a suspensão liminar do processo, e no mérito seu trancamento
administração de uma única sociedade para aumentar a definitivo, mas teve o pedido negado pelo relator do caso
eficiência do negócio. naquela instância. Mesmo tendo reconhecido a delimitação
A legislação brasileira exige que atos de concentração, como da conduta imputada a ela, o relator indeferiu o pleito da
compra ou fusão de empresas, que envolvam faturamento defesa. Essa decisão, revela o advogado, deixa claro que o
superior a R$ 400 milhões ou participação de mercado acima desembargador partilha do entendimento de que cola
de 20% sejam aprovados pelo Cade após instrução do eletrônica seria crime, ―uma vez que aceita sua equiparação
processo pela Seae e SDE. ao estelionato‖.
Fonte: Consultor Jurídico – 25/03/11 Para a defesa, essa decisão afrontaria o entendimento
assentado pelo STF no julgamento do Inquérito 1145. Ao
JUSTIÇA FEDERAL INAUGURA VARA VIRTUAL NO tratar da matéria ―cola eletrônica‖, o Plenário da Corte teria
RS sentenciado, na ocasião, que por falta de previsão legal, este
O município de Capão da Canoa, no litoral norte do Rio tipo de fraude não seria crime, não podendo ser equiparada
Grande do Sul, contará, a partir das 16h desta sexta-feira ao estelionato ou falsidade ideológica, e por isso teria
(25/3), com uma Subseção Judiciária Federal totalmente determinado o trancamento do inquérito em questão, por
virtual. A solenidade de instalação será coordenada pelo atipicidade da conduta descrita nos autos como cola
presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, eletrônica.
desembargador federal Vilson Darós — que quer eliminar o Com este argumento, a defesa pede que seja encerrada a
papel até o fim de sua gestão, em junho próximo. O ato oficial Ação Penal contra a servidora aposentada. O caso está sob
contará com a presença, ainda, dos juízes federais Marcelo relatoria do ministro Dias Toffoli. Com informações da
De Nardi, diretor do Foro da Seção Judiciária do Rio Grande Assessoria de Imprensa do STF.RCL 11.470
do Sul; e Andrei Pitten Velloso, que assumirá a direção do Fonte: Consultor Jurídico – 26/03/11
Foro local — situado na Rua André Pusti, nº 455.
A Vara Federal com Juizado Especial Federal adjunto de EDITORA ABRIL É CONDENADA A PAGAR UMA
Capão da Canoa terá jurisdição sobre outras 17 cidades, que FERRARI
deixam de integrar a Subseção de Porto Alegre: Arroio do Sal, O Superior Tribunal Justiça negou seguimento ao Agravo
Balneário Pinhal, Caraá, Cidreira, Dom Pedro de Alcântara, de Instrumento em que a Editora Abril tentava reverter a
Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Osório, condenação que a obriga a indenizar a perda total de uma
Terra de Areia, Torres, Tramandaí, Três Cachoeiras, Três Ferrari 360 Modena no valor de R$ 1,8 milhão. O presidente
Forquilhas e Xangri-lá. do STJ, ministro Ari Pargendler, negou seguimento ao
A unidade judiciária começa a funcionar apenas com o recurso por considerar que não tinha sido trasladada a cópia
sistema virtual e-Proc v2, sem a utilização de papel. Os do comprovante de pagamento das custas do Recurso
processos serão todos, desde o primeiro dia, totalmente Especial e do porte de remessa e retorno dos autos.
eletrônicos. Além disso, as ações que tramitavam na Justiça O acidente com o automóvel aconteceu durante o Quatro
Estadual com competência delegada (execuções fiscais e Rodas Experience em maio de 2006. No evento, um piloto
previdenciárias) serão digitalizadas e passarão a tramitar autorizado pela editora perdeu o controle do veículo e bateu
virtualmente. no muro de proteção na entrada dos boxes, o que fez com
O processo eletrônico é utilizado desde fevereiro de 2010 que a parte dianteira e o motor da Ferrari fossem destruídos.
em todas as Varas Federais da Região Sul. No TRF-4, o e- A Editora Abril foi condenada em primeira instância, e a
Proc v2 está completando um ano de utilização. Além disso, o sentença foi confirmada integralmente pela 33ª Câmara de
Tribunal também desenvolveu o Sistema Eletrônico de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Informações (SEI) para a tramitação eletrônica dos processos Na apelação ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a
administrativos internos, que vem sendo empregado desde o empresa disse que a responsabilidade pela perda era da
início de 2010. Com tudo isso, entre 2009 e 2010, apenas na locadora de veículos, já que no contrato estaria apontada a
sede da Corte, em Porto Alegre, já houve uma diminuição de responsabilidade da locadora por possíveis danos ao
22,5% no consumo de papéis, com economia de mais de 1 veículo, que foi conduzido por uma pessoa indicada por ela.
milhão e 300 mil folhas. O relator do caso no TJ-SP, desembargador Luiz Eurico,
Fonte: Consultor Jurídico – 25/03/11 não acatou o pedido da editora e destacou que "as
obrigações assumidas em virtude do contrato de locação do
DENUNCIADA POR COLA ELETRÔNICA PEDE FIM veículo circunscrevem-se às signatárias do respectivo
DO PROCESSO instrumento, não se estendendo a quem não participou
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal que diretamente da avença".
reconheceu que a chamada ―cola eletrônica‖ não é estelionato, Com isso, a editora ajuizou um Recurso Especial no STJ,
a servidora pública aposentada — denunciada por que não teve seu seguimento admitido pelo TJ-SP. Com

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base em jurisprudência da corte, o desembargador Maia da Quem receber esses processos antigos deverá julgá-los
Cunha afirmou que a simples alegação de que a lei foi em até 120 dias.
contrariada não é suficiente para justificar o recurso. "Tem-se, Uma punição nas apurações disciplinares poderá ir de uma
antes, que demonstrá-la, a exemplo do que ocorre com o advertência até a aposentadoria compulsória, em caso
Recurso Extraordinário." extremo.
Maia da Cunha também citou outra decisão do STJ, que No tribunal atuam também alguns juízes de primeira
afirma que as questões decididas no acórdão e suscitadas no instância convocados.
recurso impõem a necessidade de o STJ reexaminar as O desembargador do TJ-SP e presidente da AMB
provas, com a interpretação de cláusulas contratuais, o que é (Associação dos Magistrados Brasileiros), Henrique Nelson
descabido na instância especial, segundo as Súmulas 5 e 7 da Calandra, classificou a medida como positiva. Segundo ele,
corte. "Não se permite o reexame de matéria probatória e a a maioria dos juízes apresentará justificativas para o
interpretação de cláusulas contratuais na sede especial." acúmulo de processos.
Segundo o advogado Tadeu Ragot, do escritório Melo e Uma punição já prevista na resolução é que aquele com
Ragot Advogados, que representa a Super Par, dona da baixo desempenho terá a autorização para dar aulas
Ferrari destruída, a decisão do STJ praticamente encerra o "revista" pelo Conselho Superior da Magistratura.
caso já que "a Editora Abril terá que arcar com a indenização, De acordo com a legislação, os juízes e desembargadores
sendo muito remota, em meu entendimento, a hipótese de só podem exercer uma outra atividade remunerada atuando
reversão dessa decisão na Corte Superior". como professores.
O advogado Rogério Terra, do Lourival J. Santos Além disso, o documento prevê ainda que os magistrados
Advogados, declarou que ainda existem medidas legais com baixo desempenho não poderão participar de
possíveis. Segundo ele, essas medidas não seriam na esfera comissões do tribunal.
recursal, mas em uma eventual ação autônoma. "Ainda Um dos termômetros dessa produtividade será a chamada
estamos buscando com o cliente as melhores vias", afirmou. "meta 2" do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que
AI 1.381.491 orientou os tribunais do país a julgar todos os processos
Fonte: Consultor Jurídico – 28/03/11 iniciados antes de 31 de dezembro de 2006, ou de 2007, no
caso de homicídio ou crimes contra a vida.
TJ CONFIRMA 10 ANOS DE RECLUSÃO A AUTOR Outro parâmetro a ser utilizado é a atuação dos próprios
DE ABUSO SEXUAL CONTRA CRIANÇA colegas de corte.
A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça manteve Segundo a resolução, o juiz ou desembargador com
condenação imposta a um homem por violência sexual produtividade igual ou inferior a 70% da média de seus pares
praticada contra criança. Ele terá que cumprir 10 anos e 10 de seção ou subseção poderá ser investigado.
meses de prisão, em regime fechado, mais um ano de Além das causas no arquivo do Ipiranga, há ações antigas
detenção por porte ilegal de arma de fogo – substituída por que estão nos gabinetes dos magistrados. Esses também
prestação de serviços à comunidade – e multa de um salário- devem ser julgados em quatro meses pelos responsáveis,
mínimo em benefício de instituições de caridade. sob risco de punição.
Segundo a denúncia, o réu praticou o crime entre dezembro No total, tramitam no Tribunal de Justiça, em segunda
de 2009 e janeiro de 2010. Ele era vizinho dos pais da vítima, instância, 773 mil processos. A OAB-SP divulgou nota em
que tinha apenas oito anos na época. Como nada que considerou a medida do órgão "corajosa".
desconfiavam, os pais permitiam que a criança passasse Fonte: Jornal Jurídico – 29/03/11
longos períodos na residência do réu. Ele utilizava armas de
fogo que guardava em casa para ameaçar a vítima. JORNAL É CONDENADO POR VEICULAR NOTÍCIA
Um outro vizinho dos envolvidos, cuja casa dividia parede QUE DAVA COMO MORTA UMA PESSOA VIVA
com a do réu, é que avistou o abuso e alertou os parentes. A O jornal Folha da Manhã, de Campos dos Goytacazes, no
câmara considerou não existir dúvidas sobre a prática do Norte do Estado, terá que pagar R$ 15 mil de indenização, a
crime, principalmente por conta da segurança das informações título de dano moral, por veicular notícia que dava como
prestadas tanto pelas testemunhas quanto pela própria vítima. morta uma pessoa viva. A decisão é do juiz Paulo Luciano
A decisão foi unânime. de Souza Teixeira, do 2º Juizado Especial Cível de Campos
Fonte: Jornal Jurídico – 29/03/11 dos Goytacazes.
Em março de 2010, o jornal divulgou que Junior da banda
TJ DE SÃO PAULO INVESTIGARÁ JUÍZES “Piratas do Forró”, nome artístico de José Junior Gregório da
IMPRODUTIVOS Silva, teria sido assassinado e que seria usuário de drogas.
Os desembargadores paulistas com baixa produtividade O problema é que o nome do verdadeiro falecido era Carlos
serão alvo de investigação disciplinar pelo Tribunal de Justiça Augusto Gonçalves Junior, da dupla Fabrício e Junior.
de São Paulo. Para o juiz, a empresa de comunicação deveria agir com
Resolução publicada ontem pelo órgão determina que os maior cautela ao publicar suas notícias. “A ré falhou
magistrados com processos sem decisão há pelo menos três grosseiramente ao atribuir a qualidade de vítima de morte
anos sejam retirados das causas e expliquem o motivo da violenta ao autor, relacionando-o ao uso de crack, numa
demora. fórmula sensacionalista para incrementar suas vendas,
Essa medida vale para mais de 47 mil casos de segunda gerando no leitor mediano uma sensação de indignação ao
instância que estão no arquivo do TJ, no bairro do Ipiranga ver o nome de uma personalidade do meio artístico
(zona sul). Eles serão repassados para outros envolvida pejorativamente no uso de drogas”, ressaltou.
desembargadores com melhor desempenho.

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Cabe recurso da decisão. Nº do processo: 0011091- relevantes, e num primeiro exame, sobrepõem-se aos
94.2010.8.19.0014 argumentos lançados no writ (pedido)". Por isso, disse não
Fonte: Jornal Jurídico – 30/03/11 vislumbrar, no caso, a presença do fumus boni iuris (fumaça
do bom direito), necessária para a concessão da tutela
CONTA POUPANÇA É BEM IMPENHORÁVEL antecipada.
O autor de uma ação de execução de sentença solicitou a Ao receber o processo, o juiz da 1ª Vara de Frederico
penhora on line de contas bancárias existentes em nome da Westphalen (RS) julgou improcedente a denúncia e absolveu
parte ré, condenada a pagar a quantia de R$ 10.863,67. o réu, por entender que o fato não constituiria a infração
Entretanto, a parte devedora argumentou, através de petição, penal prevista no artigo 311 do Código Penal. O Ministério
que houve bloqueio de sua caderneta de poupança e que esse Público do Rio Grande do Sul apelou ao Tribunal de Justiça
bem seria impenhorável. do estado, mas como o apelo foi negado, recorreu ao
O juiz auxiliar Cleanto Fortunato da Silva, da 6ª Vara Cível Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento e
da Comarca de Natal, citou o artigo 649, X do Código de determinou que o processo continuasse tramitando na
Processo Civil, que declara ser absolutamente impenhorável a primeira instância.
quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de Para o STJ, é pacífico o entendimento de que adulteração
quarenta salários mínimos. de chassi ou de qualquer sinal identificador de veículo se
Após verificar os documentos trazidos pela ré, que enquadra no tipo penal em questão, que é descrito da
comprovam o bloqueio de sua poupança com saldo inferior a seguinte forma pelo Código Penal: "Adulterar ou remarcar
40 salários mínimos, o juiz determinou a liberação da quantia número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo
bloqueada.Processo nº: 001.97.000106-2 automotor, de seu componente ou equipamento: Pena —
Fonte: Jornal Jurídico – 30/03/11 reclusão, de três a seis anos, e multa. § 1º — Se o agente
JOVEM QUE APARECEU NUA EM SITE DA comete o crime no exercício da função pública ou em razão
INTERNET NÃO COMPROVA CULPA DE PROVEDOR dela, a pena é aumentada de um terço. § 2º — Incorre nas
A 2ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça isentou a mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou
Globo Comunicação e Participações da obrigação de indenizar
adulterado, fornecendo indevidamente material ou
uma jovem por danos morais. A decisão reformou sentença de
informação oficial". Com informações da Assessoria de
comarca do Sul do Estado, que havia arbitrado tal valor em R$
Imprensa do Supremo Tribunal Federal. HC 107.507
30 mil. A adolescente ingressou em juízo após ter imagens
Fonte: Consultor Jurídico – 30/03/11
suas, em que aparecia despida, divulgadas por um namorado
virtual. GOOGLE NÃO É RESPONSÁVEL POR CONTEÚDO
A empresa recorreu sob a alegação de não ser responsável DE BLOGS
pelo conteúdo ofensivo hospedado em seus servidores, por A empresa Google Brasil Internet não gerencia nem
não ter ingerência sobre ele. Acrescentou que apenas administra blogs particulares, de modo que não é
disponibiliza as ferramentas virtuais necessárias à responsável pelos posts. Foi o que decidiu o juiz da 6ª Vara
hospedagem, e que a autora deveria acionar o responsável Cível de Brasília ao negar o pedido do atual governador do
pela gravação das imagens. Concluiu, ao final, que não tem DF, Agnelo Queiroz (PT) contra a empresa Google Brasil
controle sobre o conteúdo disponibilizado pelos usuários e Internet. O autor queria que a empresa retirasse do blog
que, tão logo foi notificada, retirou o material da rede. azulroriz uma notícia que considerou caluniosa. Cabe
O desembargador Luiz Carlos Freyesleben relatou a matéria recurso da decisão.
e reconheceu os fatos alegados pela Globo. Ele lembrou que a Na sentença, o juiz afirmou que não há fundamento para
autora, em ação ajuizada contra o ex-namorado, obteve êxito, atribuir à ré a obrigação de retirar do site as opiniões
inclusive em recurso apreciado pelo Tribunal de Justiça no realizadas por terceiros. Ele explicou também que a relação
final de 2009. Ao embasar a reforma da sentença, jurídica entre o blogueiro e a ré é definida no termo de
Freyesleben referiu-se a recente decisão do Superior Tribunal adesão disponível na internet. No termo consta que o
de Justiça, em que ficou consignado que o provedor de usuário concorda em isentar e desresponsabilizar o Google
conteúdo, por apenas disponibilizar as informações de de qualquer despesa proveniente de queixas, perdas, danos,
terceiros, não responde de forma objetiva pelo conteúdo ilegal ações judiciais, sentenças, despesas processuais ou
desses dados. honorários de qualquer tipo e natureza.
Fonte: Jornal Jurídico – 30/03/11 "A empresa Google Brasil Internet Ltda não gerencia nem
ELLEN GRACIE NEGA LIMINAR A ACUSADO DE administra o blog azulroriz, de modo que não é responsável
ADULTERAÇÃO pelas inserções realizadas", afirmou o juiz. Ele esclareceu
A ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, negou ainda que as publicações injuriosas e caluniosas contra o
liminar em Habeas Corpus a uma pessoa acusada de ter autor decorreram do processo eleitoral e que o Tribunal
Regional Eleitoral possui mecanismos e instrumentos
adulterado o sinal identificador de um automóvel. Ele
argumenta que o Superior Tribunal de Justiça reapreciou próprios tanto para identificar os ofensores quanto para
matéria fática ao alterar a decisão de segunda instância e coibir a ação de terceiros, facilmente identificável pelo
condená-lo. internet protocol (IP). "A conduta informada neste processo
chega mesmo a constituir, em tese, crime eleitoral previsto
A ministra disse que o ato do STJ questionado "se encontra
no artigo 324 do Código Eleitoral", acrescentou o juiz.
devidamente motivado, apontando as razões de
convencimento da Corte" e que tais razões "mostram-se

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Ele julgou improcedente o pedido e condenou o autor ao maior movimento, sem qualquer acréscimo nas despesas.
pagamento das custas processuais e dos honorários Assim, o trabalhador acaba assumindo o risco do negócio,
advocatícios, fixados em R$ 1,5 mil. que é da empresa.
De acordo com o governador, em maio de 2010, Ao concluir, a relatora afirmou que é bom para ambas as
simpatizantes de um pré-candidato às eleições para o governo partes que a jornada de trabalho estabelecida em contrato
do DF publicaram no blog uma nota caluniosa, afirmando que seja certa e determinada, uma vez que o contrário atende
o autor teria sido preso por desvio de verbas de programas apenas a necessidades empresariais e assim afronta o
sociais do Ministério do Esporte. O governador afirmou que a princípio de proteção do trabalhador, assegurado no artigo
informação não é verídica e pediu que a Google Brasil 9º da CLT. Acrescentou ainda a relatora que as disposições
retirasse o conteúdo do site imediatamente, sob pena de multa legais relativas à duração do trabalho são de ordem de
diária de R$ 10 mil. pública, como sustentou o MPT, e assim não podem ser
A ré contestou, sob o argumento de que não é possível negociadas, sob pena de nulidade do pacto individual ou
fiscalizar previamente o conteúdo e fornecimento de dados coletivo. É o que estabelece os artigos 9º e 444 da CLT.
pessoais, como RG, CPF e endereços. A Google Brasil se Por maioria de votos, a Oitava Turma aprovou o voto da
respaldou no princípio da liberdade de expressão e de relatora que determinou à empresa não contratar e substituir
manifestação do pensamento. Com informações da a jornada móvel variável por ―jornada fixa, em todas as suas
Assessoria de Imprensa do TJ-DF. Processo lojas, obedecendo-se as previsões constitucionais e
2010.01.1.102524-0 infraconstitucionais, inclusive quanto a possível trabalho
Fonte: Consultor Jurídico – 30/03/11 extraordinário, garantindo, pelo menos, o pagamento do
salário mínimo da categoria profissional, de acordo com a
TST EM NOTÍCIA Convenção Coletiva de Trabalho, independentemente do
número de horas trabalhadas‖. (RR-9891900-
JORNADA MÓVEL E VARIÁVEL ADOTADA PELO 16.2005.5.09.0004) (Mário Correia)
MCDONALD´S É ILEGAL Fonte: Site TST – 03/03/11
Cláusula contratual que prevê jornada de trabalho móvel e JT NEGA DANO MORAL A TRABALHADORA
variável deve ser invalidada, porque a atividade nessa APONTADA COMO SUSPEITA DE CRIME
condição é prejudicial ao trabalhador. Foi o que decidiu a Após responder a inquérito policial, apontada como
Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao dar suspeita de ter-se apossado da quantia de R$ 51,00, uma
provimento a recurso do Ministério Público que ajuizou ação auxiliar administrativa do Instituto de Proteção e Defesa dos
civil pública defendendo os direitos dos empregados do Consumidores e Cidadãos (IDPC), de Curitiba (PR),
McDonald’s Comércio de Alimentos Ltda. A decisão do requereu indenização por danos morais, mas seu pedido foi
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) tinha sido rejeitado em todas as instâncias da Justiça do Trabalho. Ao
contrária aos interesses dos empregados. analisar recurso da empregada, a Segunda Turma do
A discussão gira em torno de uma cláusula nos contratos Tribunal Superior do Trabalho manteve o entendimento de
individuais de trabalho realizados entre ―os empregados da que o IPDC, ao comunicar à polícia a existência de crime e
empresa e suas franqueadas, que estabelece jornada de apontar suspeitos, ―apenas exerceu de forma regular um
trabalho semanal móvel e variável não superior ao limite de 44 direito‖, não cometendo nenhum ato ilícito.
horas e inferior ao mínimo de oito horas, com o pagamento Na petição inicial, a auxiliar afirmou ter sido acusada pelo
apenas das horas efetivamente trabalhadas‖, informou a sumiço do dinheiro, referente à mensalidade de associados
relatora do recurso do MPT na Oitava Turma, ministra Dora do IPDC, sem que houvesse apuração. Alegou que, por não
Maria da Costa. ter confessado a apropriação do valor e não ter ―pedido as
No recurso ao TST, o MPT insistiu na inviabilidade daquela contas‖, foi dispensada e instruída a ―procurar seus direitos‖.
jornada, alegando que sujeito ao arbítrio do empregador, o Sentindo-se constrangida, por ter sido intimada a depor no 3º
empregado não pode programar a sua vida profissional, Distrito Policial de Curitiba, pleiteou a indenização.
familiar e social, pela falta de certeza do seu horário de O pedido foi indeferido pela 12ª Vara do Trabalho de
trabalho e sua exata remuneração mensal. Sustentou ainda Curitiba, que entendeu não ter havido, no caso, a violação
que a duração do trabalho é uma questão de ordem pública e da intimidade, da vida privada, da honra ou da imagem da
não pode ser acertada entre empregado e empregador, nem auxiliar, alegada na inicial. Idêntico foi o entendimento do
norma coletiva, sob pena de violação a preceitos legais. Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), que
Ao avaliar o recurso na Turma, a relatora concordou com a rejeitou o recurso e manteve a sentença de primeiro grau. O
argumentação do MPT. Segundo ela, apesar de não haver TRT-PR observou que, ao contrário do afirmado na inicial
nenhuma vedação expressa a esse tipo de contratação, a (que a empregada fora dispensada), o que ocorreu foi
cláusula é prejudicial ao trabalhador, uma vez que o coloca à abandono de emprego. E, ainda, que ela não solicitou a
disposição do empregador, que pode desfrutar da sua mão de oitiva de testemunhas, para comprovar as ameaças que
obra ―quando bem entender, em qualquer horário do dia, disse ter sofrido. Por fim, concluiu que o IPDC, ao noticiar a
pagando o mínimo possível para auferir maiores lucros‖. apropriação indevida, exerceu um direito legítimo.
Ainda a respeito da ilegalidade da referida jornada, a relatora A auxiliar insistiu, no recurso ao TST, na ocorrência do
manifestou que apesar de a empresa estar limitada a utilizar o dano moral e também na ausência, no processo, de
serviço do empregado em 44 horas semanais, oito diárias, os qualquer prova de que teria se apropriado do dinheiro. O
empregados são dispensados nos períodos de menor relator do recurso, ministro Guilherme Caputo Bastos,
movimento e convocados para trabalhar nos períodos de porém, observou que, conforme o acórdão regional, ―não foi

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comprovado qualquer ato abusivo do empregador, má-fé ou novamente o conjunto fático-probatório do processo: além de
culpa no pedido de instauração de inquérito policial‖. Ele entender que R$ 5 mil seriam insuficientes para reparar o
explicou que a notificação da ocorrência da apropriação dano moral sofrido, e que o empregador ―é uma das maiores
indébita e a indicação de possíveis suspeitos não caracteriza instituições financeiras do mundo‖.
ato ilícito, conforme o artigo 188, inciso I do Código Civil (não A relatora, ao refutar a fundamentação, observou que a
constituem atos ilícitos os praticados em legítima defesa ou no Súmula 126 enuncia tese genérica sobre a impossibilidade
exercício regular de um direito reconhecido), não havendo, do reexame de fatos e provas em sede recursal
portanto, o dever de indenizar a empregada. extraordinária e não explicita os elementos fáticos
Fonte: Site TST – 14/03/11 necessários ao confronto de teses. Ao alegar simplesmente
a má aplicação da súmula, portanto, o trabalhador não emitiu
NATUREZA NÃO SALARIAL DO AVISO-PRÉVIO tese apta a ser analisada pela SDI-1. As decisões
INDENIZADO INVALIDA RECURSO DA UNIÃO alegadamente divergentes também não puderam ser aceitas
A não incidência da contribuição previdenciária sobre o porque foram apenas transcritas, pela ausência de juntada
aviso-prévio indenizado, em razão de sua natureza não do texto autenticado.
salarial, é matéria pacificada no Tribunal Superior do Trabalho. Esses dois aspectos resultaram na inobservância de duas
Foi com base nesse entendimento que a Sétima Turma não súmulas processuais do TST: a de nº 296, segundo a qual a
conheceu de recurso interposto pela União, mantendo, assim, divergência jurisprudencial, para justificar o exame do
a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região recurso, ―há de ser específica, revelando a existência de
(TRT/BA), que rejeitara pedido no mesmo sentido. teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo
Ante a homologação de acordo em ação movida por uma legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram‖; e a de nº
empregada contra o Hospital e Maternidade Ponte Nova S/C, 337, que considera inválida, para a comprovação de
no valor de R$ 3.043,15, com discriminação de parcelas de divergência jurisprudencial, a mera indicação da data de
natureza salarial e indenizatória, a União recorreu ao TRT/BA publicação, em fonte oficial, quando se pretende demonstrar
requerendo o recolhimento da contribuição previdenciária conflito de teses. No caso de decisões colhidas em
sobre o aviso-prévio indenizado. O Regional, contudo, não repositórios oficiais na Internet, o recorrente precisa indicar o
acatou o pedido, por se tratar de parcela de natureza trecho divergente e apontar o endereço eletrônico (URL) de
indenizatória, sobre a qual não deve incidir a contribuição. A onde foram extraídas.
União argumentou que, conforme a Lei nº 9.528/1997, o aviso- A decisão foi por maioria, ficando vencidos os ministros
prévio indenizado é parcela integrante do salário de Moura França e Delaíde Alves. (Carmem Feijó) Processo: E-
contribuição e, com esse entendimento, insistiu em seu RR 840300-93.2004.5.12.0026
pedido, desta vez recorrendo à instância superior. Fonte: Site TST – 17/03/11
O relator do acórdão na Sétima Turma, ministro Pedro Paulo
Manus, observou ser desnecessária a análise das violações TROCA DE FAVORES ENTRE PARTE E
legais apontadas pela União diante da jurisprudência do TST TESTEMUNHA INVALIDA DEPOIMENTO
acerca da questão. Concluindo sua análise, o relator destacou Na última sessão de julgamento, realizada no dia 16, a
que o pagamento do aviso-prévio, com a dispensa de seu Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho deu
cumprimento, não tem a finalidade de retribuir o trabalho provimento a recurso do Hotel Del Rey Ltda., de Curitiba
prestado, mas, sim, de indenizar o trabalhador por um direito (PR), e invalidou o testemunho de uma empregada em favor
que lhe assistia e que não foi satisfeito no momento oportuno. de outra que reclamava judicialmente os mesmos direitos
Assim, unanimemente, a Sétima Turma não conheceu do relativos a horas extras. Houve ―troca de favores‖, sustentou
recurso de revista da União. (Raimunda Mendes) Processo: a empresa.
RR-30500-63.2003.5.05.0201 Segundo o ministro Renato de Lacerda Paiva, relator do
Fonte: Site TST – 16/03/11 processo e presidente da Segunda Turma, não foi possível
dar ao caso o enquadramento da Súmula nº 357 do TST,
QUESTÕES PROCESSUAIS IMPEDEM EXAME DE segundo a qual o fato de a testemunha estar propondo
RECURSO DE BANCÁRIO CHAMADO DE reclamação trabalhista contra a empresa não a torna
PREGUIÇOSO suspeita. No seu entendimento, ficou evidente a troca de
Por questões processuais, a Subseção 1 Especializada em favores entre as duas trabalhadoras, uma vez que a
Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho ―testemunha propôs ação contra o empregador com o
não conheceu do recurso interposto por um ex-empregado do mesmo objeto e se utiliza da colega como sua testemunha‖.
Itaú Unibanco S.A. que pretendia aumentar o valor de R$ 5 mil O relator esclareceu que essa situação foi claramente
da indenização que receberá a título de dano moral por ser registrada pelo Tribunal Regional da 9ª Região (TRT/PR) e
insultado por seu superior hierárquico. Por maioria, os lembrou que a jurisprudência do Tribunal apenas sinaliza no
ministros da SDI-1 seguiram o voto da relatora, ministra sentido da não suspeição da testemunha que litiga contra o
Cristina Peduzzi, vice-presidente do TST, no sentido de que a mesmo empregador: não se pode dizer, com isso, que ela
fundamentação apresentada pelo trabalhador para justificar o não seja suspeita, conforme o caso concreto, afirmou.
acolhimento do recurso era insuficiente. Divergência
A indenização foi fixada pela Justiça do Trabalho da 12ª O ministro José Roberto Freire Pimenta ficou vencido. Para
Região (SC) e mantida pela Segunda Turma do TST, que não ele, o fato de dois trabalhadores ajuizarem ações contra o
conheceu de recurso de revista com base na Súmula 126 do mesmo empregador, com pedidos idênticos, e um
TST, que impede o reexame de fatos e provas. Nos embargos testemunhar no processo do outro não os torna, a priori,
à SDI-1, o bancário sustentou não ser necessário analisar suspeitos. ―A Súmula 357 sinaliza em sentido contrário‖,

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afirma. ―Não se pode aceitar passivamente a situação, mas o que sua filha ―não manifestou revolta quanto aos termos
caso é de valoração da prova, e não de impossibilidade‖, empregados pela professora, mas séria aversão à ESALQ‖.
assinalou. O ministro citou como exemplo prático os casos de Ao concluir, o relator destacou a observação feita pelas
lesões coletivas ou repetitivas, em que todos os empregados instâncias do primeiro e segundo graus de que o caso
de uma empresa são atingidos. ―Nesses casos, como é que tratava ―fatos narrados a adolescentes e, não a crianças,
cada um, em sua reclamação individual, vai fazer para provar? visto que, nos termos do artigo 2º do Estatuto da Criança e
Se considerarmos todos automaticamente suspeitos, do Adolescente, considera-se criança a pessoa até doze
estaremos inviabilizando o acesso à Justiça‖, concluiu. anos de idade‖. A aluna tinha 14 anos. Mário Correia)
A ministra Dora Maria da Costa, que na semana passada Processo: RR-118400-76.2005.5.15.0091
compôs excepcionalmente o quorum da Segunda Turma, Fonte: Site TST – 22/03/11
devido à ausência justificada do ministro Caputo Bastos,
seguiu o entendimento do ministro Renato de Lacerda Paiva. MONITORA AGREDIDA POR DEFICIENTE MENTAL
Ao final, prevaleceu o voto do relator, que declarou a NÃO RECEBERÁ INDENIZAÇÃO
invalidade do depoimento da testemunha, com a ressalva de Vítima de duas agressões com faca de cozinha por parte
que ele não interferiu no resultado da decisão, pois o TRT/PR de uma adolescente portadora de deficiência mental, uma
baseou-se no contexto probatório apresentado nos autos, e ex-monitora da Fundação de Proteção Especial (FPE), do
não apenas naquele depoimento. (Mário Correia) Processo: Rio Grande do Sul, não receberá a indenização por danos
RR-1696300-90.2005.5.09.0006 morais que pleiteou. Após decisões desfavoráveis na Justiça
Fonte: Site TST – 21/03/11 do Trabalho do Rio Grande do Sul, o agravo de instrumento
interposto ao Tribunal Superior do Trabalho foi negado pela
PROFESSORA ACUSADA DE MÁ CONDUTA Sexta Turma, devido à argumentação legal inadequada.
REVERTE JUSTA CAUSA EM INDENIZAÇÃO A FPE reconheceu que a monitora atuava em ambiente de
Uma professora do Colégio Inovação Ltda., da cidade risco, pois lidava direta e diariamente com menores em
paulista de Bauru, conseguiu reverter sua demissão por justa situação de abandono, em estado de vulnerabilidade,
causa em demissão imotivada, que lhe dá direito ao inclusive portadores de transtornos mentais, e, por isso,
recebimento das verbas rescisórias, e ainda vai receber recebia adicional de penosidade. No entanto, o juízo de
indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil reais. Ela origem, diante das provas existentes nos autos,
foi dispensada sob a acusação de ter agido incorretamente e especialmente o depoimento da própria autora da
empregado palavrões em sala de aula. reclamação, concluiu que não havia dano moral a ser
O fato ocorreu quando a professora falava aos alunos da 8ª indenizado, pois as razões do abalo psicológico não tinham
Série do Ensino Fundamental a respeito de trotes violentos relação direta com o ataque sofrido.
praticados na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, ao julgar
(ESALQ), integrante da Universidade de São Paulo (USP). recurso, afirmou que a trabalhadora encarou com
Segundo o colégio, ela teria usado ―palavras de baixo calão e tranquilidade as agressões, levando em conta os transtornos
descrito atos de conotação sexual de forma desvirtuada‖, mas da menor e demonstrando, inclusive, compaixão por ela.
a decisão de demiti-la foi tomada somente após a escola Além disso, afirmou que era sua intenção, mesmo depois
receber carta do pai de uma aluna reclamando da conduta da das agressões, continuar no trabalho, do qual gostava.
professora. Contou, ainda, que os ataques resultaram em lesões leves: o
Sentindo-se injustiçada, ela ajuizou reclamação trabalhista primeiro gerou um pequeno corte, e o segundo um corte que
pedindo, além da reversão da justa causa, indenização por necessitou de dois pontos. Para o Regional, o depoimento
danos morais. Acabou conseguindo os créditos pretendidos e permitiu concluir que as consequências psicológicas sofridas
indenização de R$ 5 mil. A sentença foi confirmada pelo e constatadas pela perícia médica decorreram de outros
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP). eventos.
O colégio insistiu em recurso ao TST, mas não obteve êxito. O que realmente causou o abalo moral, segundo o TRT,
Por não ter atendido aos requisitos legais, o mérito do recurso não foram as agressões, mas sim a forma negligente com
não foi examinado, ficando assim mantida a decisão regional. que a diretoria da Fundação teria tratado o caso,
Segundo o relator do recurso na Segunda Turma, ministro desprezando suas proporções e transferindo-a para um novo
José Roberto Freire Pimenta, não era mesmo caso de setor, onde sofreu uma queda que causou desligamento de
dispensa motivada, e o empregador abusou do direito patronal meniscos. Nessa época, o INSS entrou em greve e a
de poder despedir. O relator esclareceu que o acórdão monitora ficou sem receber. ―Uma situação em cima da
regional noticiou claramente que os palavrões da discórdia outra‖, desabafou. Por fim, afirmou que a diretora não deixou
estavam inseridos no contexto da matéria que a professora que ela voltasse para a casa anterior, que ela gostava, e que
discutia com os alunos em sala de aula, de acordo com se sentiu obrigada, então, a pedir aposentadoria porque,
orientações de uma apostila do próprio colégio. emocionalmente, tinha ―virado um trapo‖.
Além disso, os supostos ―atos de conotação sexual‖ No agravo de instrumento, a trabalhadora insistiu no direito
alegados para demitir a professora ―seriam, na verdade, fatos à indenização, alegando ter demonstrado a culpa da FPE e o
jornalísticos, publicados amplamente na imprensa escrita e nexo causal entre a doença e a atividade desenvolvida. Para
falada‖, e foi tema de livro de professores da própria ESALQ, isso, apontou violação dos artigos 162 (que trata de normas
relatando os trotes violentos cometidos na instituição. O relator de segurança e medicina do trabalho) e 166 (que obriga o
destacou ainda que, contrariamente ao alegado pelo colégio, o empregador a fornecer equipamentos de proteção individual)
pai da aluna testemunhou, na ação movida pela professora, da CLT e 6º e 196 da Constituição Federal (o primeiro
garante o direito à saúde, educação, trabalho e outros

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direitos sociais, e o segundo especificamente do direito à empresa e, ao mesmo tempo, preservam a honra e a
saúde). imagem do trabalhador‖.
Segundo o relator do agravo, ministro Aloysio Corrêa da A reclamação trabalhista foi ajuizada por uma empregada
Veiga, os artigos apontados como violados não dizem respeito que desempenhava a função de caixa na loja de Campo
ao tema discutido, o que inviabiliza o exame do recurso. A Largo (PR). Todos os dias, no horário da saída, os
decisão foi unânime. (Lourdes Tavares/CF) Processo: AIRR - empregados passavam por uma revista em suas bolsas e
136900-54.2006.5.04.0030 sacolas, no meio da loja, ou onde o fiscal estivesse,
Fonte: Site TST – 28/03/11 causando, a seu ver, uma situação constrangedora.
A rescisão contratual ocorreu por iniciativa da própria
BANCO DEVE INTEGRAR VERBAS DE “LUVAS” AO empregada, que trabalhou na empresa por cerca de um ano.
SALÁRIO DE EMPREGADA Além de indenização correspondente a vinte salários,
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sob a buscou a integração da parcela salarial paga por fora com
relatoria da ministra Maria de Assis Calsing, determinou que reflexos em todas as verbas trabalhistas. A Sétima Vara do
as verbas pagas pelo Banco Safra a uma empregada, à época Trabalho de Curitiba rejeitou o pedido de indenização por
da admissão, fossem integradas ao seu salário. A turma danos morais por entender que as revistas não ocasionavam
identificou, no caso, a figura equiparada às ―luvas‖ dos atletas qualquer abalo moral, mas condenou a RR Farma ao
profissionais, cujo pagamento, pelo empregador, tem o intuito pagamento da parcela salarial paga por fora e reflexos.
de tornar mais atraente a aceitação do emprego. A empregada conseguiu reverter a sentença no TRT do
Anteriormente, ao ter seu recurso analisado pelo Tribunal Paraná, que enxergou no ato da empresa presunção de má-
Regional do Trabalho da 4ª região (RS), a empregada não fé de seus funcionários. Para o Regional, obrigar o
obteve sucesso. O Regional entendeu que, por falta de empregado a mostrar seus pertences fere a sua dignidade e
habitualidade nos pagamentos, ela não fazia jus à integração o expõe a situação vexatória, sem contar que ele nunca se
pleiteada e, assim, manteve a sentença inicial. recusa a ser revistado, com receio de perder o emprego.
As verbas, de R$ 20 mil e R$ 50 mil, foram pagas em duas Assim, reformou a sentença para fixar o valor de R$ 5 mil de
ocasiões: na admissão e quatro anos depois. Esses valores, indenização por danos morais. Com seu recurso de revista
segundo a empregada, foram disfarçados como operações de ao TST rejeitado pelo Regional, a RR Farma interpôs agravo
empréstimos que jamais ocorreram, a não ser nos formulários de instrumento.
contábeis do banco. ―Não se pode esquecer que o poder empregatício engloba
A ministra Maria de Assis Calsing, na análise do caso, o poder fiscalizatório (ou poder de controle)‖, observou o
ressaltou que o Regional reconheceu a existência de fraude ministro Maurício Godinho Delgado em seu voto. ―Mas esse
no procedimento adotado pelo Banco Safra, visto que tais poder não é dotado de caráter absoluto, por existir no
valores eram pagos na forma de empréstimos fictícios. O TRT conjunto das leis princípios que limitam esse controle‖. O
decidiu ainda que o pagamento das mencionadas quantias relator atentou, ainda, para o fato de que a Constituição de
fora mera liberalidade do empregador, com a intenção de 1988 rejeitou procedimentos fiscalizatórios ―que afrontem a
tornar mais atraente o ingresso da empregada em seu quadro liberdade e dignidade básicas da pessoa física do
funcional. trabalhador‖.
Contudo, para a relatora, dada a nítida natureza salarial das De acordo com o ministro, mesmo sem a ocorrência de
verbas, esses valores devem integrar o salário para todos os contato físico, as revistas representavam ―exposição
efeitos legais. A ministra lembrou que em outros processos indevida da intimidade da trabalhadora‖, razão pela qual
envolvendo a mesma instituição bancária, com matéria entendeu correta a indenização por dano moral. Ficou
idêntica à do presente caso, o TST tem deferido a integração vencido o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, que daria
da verba equiparada às ―luvas‖ do atleta profissional. provimento ao agravo. (Lourdes Côrtes) Processo: AIRR-
(Raimunda Mendes/CF) Processo: RR-56741- 1580800-02.2007.5.09.0007
38.2003.5.04.0028 Fonte: Site TST – 31/03/11
Fonte: Site TST – 29/03/11
RICARDO ELETRO INDENIZARÁ EMPREGADO
FARMÁCIA É CONDENADA POR REVISTAR BOLSA POR PROPAGANDA EM UNIFORME
DE EMPREGADA A Ricardo Eletro Divinópolis Ltda. foi condenada pela
Por realizar revista diária nas bolsas e sacolas de seus Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a
empregados, a Massa Falida de RR Farma Comércio de pagar indenização de R$ 5 mil por uso de marcas e produtos
Medicamentos e Perfumaria Ltda. foi condenada ao de fornecedores em uniforme de empregado sem a
pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5 autorização do trabalhador. A Turma acolheu recurso e
mil a uma ex-empregada. O agravo da empresa foi rejeitado reformou decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª
pela Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que Região (TRT/MG) e do juiz de primeiro grau desfavoráveis
manteve a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª ao trabalhador.
Região (PR). Para o ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
Existem outras maneiras de controle dos produtos em relator na Terceira Turma, a determinação de uso de
empresas do porte da RR Farma, como câmeras filmadoras e uniforme com logotipos de produtos comercializados, sem a
etiquetas magnéticas, de acordo com o ministro Maurício concordância do empregado ou mesmo pagamento para
Godinho Delgado, relator na Sexta Turma. Para o ministro, isso, ―viola seu direito de uso da imagem, conforme dispõe o
esses meios ―inibem e evitam a violação do patrimônio da art. 20 do Código Civil‖. De acordo com depoimento do
trabalhador, a camisa do uniforme era alterada conforme a

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promoção da época, normalmente em datas especiais, como por exemplo, no conceito de entidade familiar, a comunidade
Dia das Mães e Natal. formada por qualquer dos avós e netos. Outro exemplo: a
Como a camisa era utilizada somente no serviço, pois o comunidade formada por padrasto e seus enteados ou então
empregado não era obrigado a chegar à loja vestido com ela, por suas irmãs. Maria Berenice Dias, árdua defensora do rol
o TRT/MG entendeu que a empresa estaria utilizando exemplificativo, apoiando-se na função instrumental da
―exercício regular do seu poder diretivo‖. Por isso, o fato não família, ou seja, na melhor realização dos interesses afetivos
representaria ofensa à honra ou à imagem do trabalhador, "até e existenciais da pessoa, considera como sendo família o
porque não há evidência de que houve exploração indevida e vínculo afetivo que une as pessoas com identidade de
desautorizada da sua imagem‖. projetos de vida e propósitos comuns, invocando, em apoio a
No entanto, esse não foi o entendimento da maioria dos sua tese, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que
integrantes da Terceira Turma do TST, que destacaram identifica como família qualquer relação de afeto.
também o artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, A ilustre civilista apresenta as seguintes formas de
que protegem os direitos da personalidade. Para o relator, há entidades familiares:
total evidência de ―manifesto abuso do poder diretivo do a) Família matrimonial: é a que deriva do casamento.
empregador" para justificar sua condenação ao pagamento de b) Família informal: é a derivada da união estável.
indenização. (Augusto Fontenele) Processo: RR - 264100- c) Família homoafetiva: é a derivada da união de
25.2010.5.03.0000 pessoas do mesmo sexo. Na jurisprudência, porém, essa
Fonte: Site TST – 01/04/11 união, à míngua de lei específica que a regulamente, não
é considerada família, mas mera sociedade de fato,
PROFESSOR FMB E CONCURSOS assegurando-se aos ―sócios‖ a divisão dos aquestos, isto
é, dos bens adquiridos com esforço comum, tramitando as
A dica desta edição é o estudo da lei seca e o ações judiciais em varas cíveis. Berenice Dias, porém,
desenvolvimento de um plano de estudos. pugna pela equiparação dessa convivência à união
O bom desempenho em provas objetivas de concurso público estável, proclamando que as ações devem tramitar em
também está atrelado ao estudo da lei seca. varas de família, outrossim, o direito aos alimentos e à
A outra dica está em montar um plano de estudos e revisar a meação dos bens, aplicando-se por analogia as normas
matéria antes de começar um conteúdo novo proporcionando da união estável. A questão encontra-se pendente de
o desenvolvimento da memória espaçada. julgamento no Superior Tribunal de Justiça.
Bons estudos e mentalize a aprovação. Ela atrairá você! d) Família Monoparental: é a formada por qualquer
dos pais e seus descendentes (art.226, §4º, da CF). O
Código Civil não disciplina o assunto, embora quase um
ARTIGO DO PROFESSOR FMB terço das famílias brasileiras sejam monoparentais. É
tutelada pela Constituição Federal.
CONCEITO DE FAMÍLIA
e) Família Anaparental: é a que deriva da
Com a Constituição Federal de 1988, surgiu um novo direito convivência, sob o mesmo teto, de parentes, ou não
de família. Este, até então, limitava-se à união, pelo
parentes, dentro de uma estrutura com identidade de
casamento, entre o homem e a mulher.
propósitos. É a família sem pais, já que o prefixo grego
A família, base da sociedade, tem especial proteção do ―Ana‖ significa privação. Exemplo: lar constituído por duas
Estado e, hoje, é oriunda não apenas do casamento, mas irmãs. Outro exemplo: família formada por descendentes
também da união estável entre o homem e a mulher e da
privados de ambos os pais. A lei é silente, de modo que a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus
família anaparental não passa de uma ideia interessante,
descendentes (art. 226 e §§ 3.º e 4.º da CF). Essa última que poderá, de lege ferenda, vir a inspirar o legislador,
entidade familiar é chamada família monoparental ou unilinear. embora haja na jurisprudência alguns julgados
Vê-se assim que, de acordo com os §§ 3o e 4o do art. 226
estendendo-lhe o benefício do bem de família.
da Constituição Federal, a família tem três origens:
f) Família eudemonista: é a que deriva do
a) o casamento; envolvimento afetivo dos seus membros que, através da
b) a união estável;
família, buscam formas de realização pessoal e
c) a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
gratificação profissional.
descendentes.
g) Famílias Pluriparentais ou mosaico: são
Adotou-se, como se vê, o princípio do pluralismo familiar, constituídas depois do desfazimento de relação afetivas
acabando com o monopólio do casamento.
pretéritas, constituindo-se pelo matrimônio ou união
Discute-se se o rol acima é taxativo ou exemplificativo.
estável de um casal, no qual um ou ambos de seus
Uma primeira corrente sustenta que é numerus clausus, isto integrantes têm filhos provenientes de um casamento ou
é, taxativo, pois à medida que a matéria foi avocada pela
relação prévia, instaurando-se uma multiplicidade de
Constituição Federal, o conceito não poderia ser ampliado
vínculos. Na verdade, entre o genitor e o filho, essa família
pela lei ordinária ou decisões judiciais.
é monoparental, diante dos direitos e deveres legais com
Uma segunda corrente assevera que o rol é numerus
relação aos filhos. Quanto ao companheiro ou cônjuge,
apertus, isto é, exemplificativo, podendo existir outras
pode adotar o filho do outro (art.41, §1º, da Lei nº
espécies de entidades familiares, inspiradas nos princípios da
8.069/90). Conforme salienta Maria Berenice Dias, ―não é
afetividade e da função social da família. De fato, as normas reconhecido ao filho do cônjuge ou companheiro direito a
constitucionais devem ser interpretadas de modo a delas se
alimentos, ainda que comprovada a existência de vínculo
extrair a maior eficácia possível. E, sendo assim, ingressaria,
afetivo entre ambos. O que timidamente vem sendo

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admitido, em nome do princípio da solidariedade, é o direito Depois de ler e reler com muita atenção o texto da questão
de visitas. Também é possível ao enteado agregar o nome grife os pontos a serem atacados, atentando principalmente
do padrasto o que, no entanto, não gera a exclusão do para datas e locais mencionados.
poder familiar do genitor‖. Caso entenda necessário, não dispense uma quarta ou
h) Família Paralela: é a que deriva do concubinato quinta leitura, pois se a ansiedade aqui pode jogar contra, é
adulterino, também chamado de impuro, impróprio e momento de estabelecer uma estratégia e segui-la a risca,
espúrio. Com o intuito de preservar a ordem familiar, de modo que ao bater aquela vontade pouco controlável de
baseada na monogamia, a lei não atribui efeitos jurídicos a se apressar na confecção da prova, já se terá estabelecido
essa união, negando à concubina o direito aos alimentos e à uma estratégia com um número mínimo de leituras,
sucessão, reputando ainda inválida a doação e o testamento afastando uma reprovação por desatenção.
que o parceiro fez em seu favor (arts. 550, 1.642, V e 1.801, Após a leitura, mais do que buscar a peça cabível, é
III, do CC). O tema á tratado pela jurisprudência como importante que o aluno analise o grupo a que a discussão se
sociedade de fato, partilhando-se apenas os aquestos, isto encontra, e para isso, analise as partes, pedido e as divisões
é, os bens em que participou efetivamente para a sua e subdivisões a seguir.
aquisição na medida de sua contribuição econômica. Alessandro Sanchez – Professor da 2ª fase de Direito
Esporadicamente ainda há um ou outro julgado atribuindo- Empresarial do Curso FMB
lhe o direito aos alimentos. Se, no entanto, a concubina
desconhecia a infidelidade do parceiro, ignorando que ele já JU JURISPRUDÊNCIA COMENTADA
fosse casado ou vivesse em união estável, há uma
tendência jurisprudencial em protegê-la. DIREITO AMBIENTAL
Diante desse rol extenso de famílias, que apresenta EMENTA
multifacetas, Jones Figueiredo Alves, propôs a expressão MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA
direito das famílias, em vez de simplesmente direito de família. INTEGRIDADE (CF, ART. 225)- PRERROGATIVA
A família deve ser protegida pelo Estado (art. 226, caput, da QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE
CF). Este concretiza essa proteção editando leis cogentes, METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA
que lhe assegurem a harmonia, organização e o bem-estar GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE
das pessoas. CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE -
No Brasil, não prevalece a concepção segundo a qual a NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A
família é dotada de personalidade jurídica, tanto é que o ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA
Código não a inclui no rol das pessoas jurídicas (art. 41). COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS -
Ademais, não há lei atribuindo-lhe personalidade jurídica. ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE
Professor Flávio Monteiro de Barros – Criador do Método PROTEGIDOS (CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO E
Revolucionário de Ensino FMB, fundador e coordenador SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES
pedagógico do Curso FMB. No funcionalismo público PERTINENTE - MEDIDAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO
exerceu os cargos de Procurador, Promotor de Justiça e CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI - SUPRESSÃO
Juiz de Direito. DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A ADMINISTRAÇÃO
OAB E SEU PROJETO DE ESTUDO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS,
AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS E/OU
PREPARANDO-SE PARA A LEITURA DO ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS
ENUNCIADO DA PROVA SUBJETIVA DA OAB PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A
Percebemos que a reprovação de boa parte dos candidatos ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS
que seguem para a 2ª fase do Exame OAB está relacionada à JUSTIFICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO
falta de atenção na leitura do enunciado de prova. Para isso, ESPECIAL - RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º,
seguem algumas dicas: II, C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225)-
Diante da prova, o aluno deverá fazer uma leitura de COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS
familiarização, sem se importar em analisar conceitos, fazer DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE
questionamentos, pensar em prazos ou organizar a leitura. VALORES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES - OS
Essa primeira leitura tem o condão de levar informações à sua DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS
mente, que acessará os pontos de direito material e SUCESSIVAS GERAÇÕES (FASES OU DIMENSÕES) DE
processual empresarial que deverá se preocupar. DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) - A QUESTÃO DA
A segunda leitura deverá ser atenta, onde o aluno já poderá PRECEDÊNCIA DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DO MEIO
grifar os pontos principais a serem pesquisados na resolução AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL
do problema, o que ainda não significa definir as bases para a EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 170,
redação. VI)- DECISÃO NÃO REFERENDADA - CONSEQÜENTE
A terceira leitura, que resolvemos chamar de analítica é INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR.
aquela em que o aluno se atentará para aquele pequeno A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO
detalhe que pode fazer toda a diferença em suas escolhas que AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM
vão desde a peça cabível até os pedidos e requerimentos que DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À
comportam as necessidades do certame. GENERALIDADE DAS PESSOAS
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

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equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração controle, pelo Estado, das atividades desenvolvidas no
(ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero âmbito das áreas de preservação permanente, em ordem a
humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria impedir ações predatórias e lesivas ao patrimônio ambiental,
coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em cuja situação de maior vulnerabilidade reclama proteção
benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de mais intensa, agora propiciada, de modo adequado e
titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158- compatível com o texto constitucional, pelo diploma
161). O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, normativo em questão
representa a garantia de que não se instaurarão, no seio da . - Somente a alteração e a supressão do regime jurídico
coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados pertinente aos espaços territoriais especialmente protegidos
pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se qualificam-se, por efeito da cláusula inscrita no art. 225, § 1º,
impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum das III, da Constituição, como matérias sujeitas ao princípio da
pessoas em geral. Doutrina. reserva legal
A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA . - É lícito ao Poder Público - qualquer que seja a dimensão
EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A institucional em que se posicione na estrutura federativa
TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE (União, Estados-membros, Distrit o Federal e Municípios) -
. - A incolumidade do meio ambiente não pode ser autorizar, licenciar ou permitir a execução de obras e/ou a
comprometida por interesses empresariais nem ficar realização de serviços no âmbito dos espaços territoriais
dependente de motivações de índole meramente econômica, especialmente protegidos, desde que, além de observadas
ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, as restrições, limitações e exigências abstratamente
considerada a disciplina constitucional que a rege, está estabelecidas em lei, não resulte comprometida a
subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que integridade dos atributos que justificaram, quanto a tais
privilegia a "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), que territórios, a instituição de regime jurídico de proteção
traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio especial (CF, art. 225, § 1º, III).
ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente (STF – Medida cautelar na ADI 3540/DF, Rel. Min. Celso
artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina. de Mello 01.09.2005)
Os instrumentos jurídicos de caráter legal e de natureza Destaques do julgado:
constitucional objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio - Reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente
ambiente, para que não se alterem as propriedades e os equilibrado como direito fundamental de Terceira
atributos que lhe são inerentes, o que provocaria inaceitável Geração, irrenunciável, impondo-se solidariedade
comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e intergeracional na preservação deste bem;
bem-estar da população, além de causar graves danos - A atividade econômica está subordinada ao princípio da
ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado este em seu defesa do meio ambiente;
aspecto físico ou natural. - Confere conceito amplo ao meio ambiente,
A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, considerando neste inserido o meio ambiente natural, o
ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA meio ambiente artificial, o meio ambiente cultural e o
INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O meio ambiente laboral;
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - O princípio do desenvolviemnto sustentável constitui
COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO fator de equilíbrio entre as exigências da economia e as
ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA da ecologia. No entanto, sua observância não pode
ECOLOGIA esvaziar um dos mais significativos direitos
. - O princípio do desenvolvimento sustentável, além de fundamentais: o direito à preservação do meio
impregnado de caráter eminentemente constitucional, ambiente;
encontra suporte legitimador em compromissos internacionais - A alteração e a supressão do regime jurídico pertinente
assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de aos espaços territoriais especialmente protegidos estão
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e sujeitas ao princípio da reserva legal.
as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse Vanessa Ferrari – Professora de Direito Ambiental do
postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores Curso FMB – Flavio Monteiro de Barros, Juíza de
constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja Direito do Estado de São Paulo.
observância não comprometa nem esvazie o conteúdo
essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: AGENDA DE CONCURSOS
o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de
uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado PRINCIPAIS CONCURSOS PREVISTOS
em favor das presentes e futuras gerações.
O ART. 4º DO CÓDIGO FLORESTAL E A MEDIDA BACEN – Banco Central do Brasil
PROVISÓRIA Nº 2.166-67/2001: UM AVANÇO EXPRESSIVO Exigência escolar: Ensino Médio
NA TUTELA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO Vagas: 100
PERMANENTE Salário: R$ 4.759,98 a R$ 13.264,77
. - A Medida Provisória nº 2.166-67, de 24/08/2001, na parte Cargo: Técnico e Analista
em que introduziu significativas alterações no art. 4o do Informações: www.bcb.gov.br
Código Florestal, longe de comprometer os valores Defensoria Pública da União
constitucionais consagrados no art. 225 da Lei Fundamental, Exigência escolar: Ensino Superior
estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem um real

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Vagas: 600 Cargo: Técnico e Analista Judiciário
Salário: não definido Informações: www.tre-sp.gov.br
Cargo: Defensor Público
Informações: www.dpu.gov.br Polícia Civil do Estado de São Paulo
Exigência escolar: Ensino Superior
Defensoria Pública da União Vagas: 130
Exigência escolar: Ensino Médio Salário: R$ 5.495,30 a R$ 5.810,30
Vagas: 1.500 Cargo: Delegado
Salário: não definido Informações: www.policiacivil.sp.gov.br
Cargo: Técnico e Analista de Assistência Judiciária
Informações: www.dpu.gov.br PRINCIPAIS CONCURSOS ABERTOS
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social Ministério Público de São Paulo
Exigência escolar: Ensino Superior Exigência escolar: Ensino Superior
Vagas: 500 Vagas: 58
Salário: R$ 4.149,89 Salário: R$ 3.747,10 a R$ 5.885,84
Cargo: Perito Médico Cargo: Analista de Promotoria I e II
Informações: www.previdenciasocial.gov.br Inscrições: 21/03/2011 a 19/04/2011
Prova objetiva: 22/05/2011
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social Informações: www.mp.sp.gov.br
Exigência escolar: Ensino Médio e Superior
Vagas: 2.500 Procuradoria Geral da República
Salário: R$ 3.280,00 a R$ 5.580,00 Exigência escolar: Ensino Superior
Cargo: Técnico e Analista Previdenciário Vagas: 114
Informações: www.previdenciasocial.gov.br Salário: R$ 22.741,94
Cargo: Procurador da República
Ministério Público de São Paulo Inscrições: 28/03/2011 a 26/04/2011
Exigência escolar: Ensino Médio Prova objetiva: 24/09/2011 a 27/09/2011
Vagas: não definido Informações: www.pgr.mpf.gov.br
Salário: R$ 2.760,00 Tribunal Regional Federal da 5ª Região
Cargo: Oficial de Promotoria Exigência escolar: Ensino Superior
Informações: www.mp.sp.gov.br Vagas: 14
Ministério Público de São Paulo Salário: R$ 21.766,15
Exigência escolar: Ensino Superior Cargo: Juiz Federal Substituto
Vagas: não definido Inscrições: 09/03/2011 a 07/04/2011
Salário: R$ 18,910,09 Prova objetiva: 05/06/2011
Cargo: Promotor de Justiça Informações: www.trf5.jus.br
Informações: www.mp.sp.gov.br Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região
Ministério Público do Rio de Janeiro Exigência escolar: Ensino Médio e Superior
Exigência escolar: Ensino Médio e Superior Vagas: cadastro reserva
Vagas: 90 Salário: R$ 3.993,03 a R$ 8.080,20
Salário: R$ 3.852,08 a R$ 5.969,09 Cargo: Técnico e Analista Judiciário
Cargo: Técnico e Analista Administrativo Inscrições: 21/03/2011 a 11/04/2011
Informações: www.mp.rj.gov.br Prova objetiva: 15/05/2011
Informações: www.trt23.jus.br
Polícia Federal
Exigência escolar: Ensino Superior Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região
Vagas: 100 Exigência escolar: Ensino Médio
Salário: R$ 7.514,33 Vagas: cadastro reserva
Cargo: Papiloscopista Salário: R$ 4.052,96
Informações: www.dpf.gov.br Cargo: Técnico Judiciário
Inscrições: 25/03/2011 a 15/04/2011
Polícia Federal Prova objetiva: 15/05/2011
Exigência escolar: Ensino Superior Informações: www.trt4.jus.br
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Alessandro Sanchez. Mestre em Direitos Difusos e Coletivos
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Críticas e Sugestões: alessandro@cursofmb.com.br
CHEROKEES
"Você conhece a lenda do rito de passagem da
juventude dos índios Cherokees?
O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde,
venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a
noite e não pode remover a venda até os raios do sol
brilharem no dia seguinte.
Ele não pode gritar por socorro para ninguém.
Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos
porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo,
enfrentando o medo do desconhecido.
O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir
toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem,
naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos
possam feri-lo.Os insetos e cobras podem vir picá-lo.
Ele pode estar com frio, fome e sede.O vento sopra a grama
e a terra, sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente,
nunca removendo a venda.
Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar
um homem.
Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda
é removida. Ele, então, descobre seu pai sentado na
montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu
filho do perigo.
Nós também nunca estamos sozinhos!
Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para
nós, 'sentado ao nosso lado'.
Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar
que ELE está nos protegendo."
(Autor desconhecido)

BONS ESTUDOS!!!

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